Este documento discute a interdisciplinaridade em três frases:
1) Aborda definições e configurações da interdisciplinaridade, incluindo sua promoção da comunicação entre áreas e geração de linguagem comum.
2) Resume os principais temas compartilhados em uma conferência sobre pesquisa interdisciplinar, como a universidade articulada com a sociedade.
3) Descreve a análise dos discursos individuais na conferência, que destacaram experiências interdisciplinares e a importância do diálogo e cooperação.
2. Interdisciplinar
A palavra interdisciplinar é formada pelo prefixo:
- “no intervalo, dentre, no meio”, e “procedente de
dois ou mais”;
E pelo adjetivo:
- “pertencente ou relacionado a um campo
particular”
“ ” (p.5)1
1(REPKO, 2008)
3. Interdisciplinaridade
são comumente empregadas para melhor
visualização do trabalho interdisciplinar:
“travessia de fronteiras”;
construção de pontes;
“mapeamento”;
“bilinguismo”.
1(REPKO, 2008, p. 22-24, grigos do autor)
4. Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade promove mediação na comunicação
entre diferentes áreas de conhecimento, e gera “uma
linguagem comum entre os cientistas de diferentes campos
ou disciplinas ou especialidades, mediante a qual eles
compreendem o construto do outro e o seu
próprio”.Preconiza a busca de avanços cognitivos.1
1(ETGES, 1995, p. 73)
5. Configuração Interdisciplinar
“Um sistema de dois níveis e com objetivos múltiplos,
com coordenação procedente do nível superior”(p.40)1
1(ALVARENGA et al., 2011)
Fonte: Jantsch (1972, apud ALVARENGA et al., 2011, p. 40)
Multidisciplinar
Pluridisciplinar
Interdisciplinar
6. Para Pombo, as 3 palavras se desenvolvem em “continuum,
que vai da coordenação à combinação e desta à fusão”.1
“Paralelismo pluridisciplinar”
“Perspectivismo e convergência interdisciplinar”
“Holismo e unificação transdiciplinar”
1(POMBO, p.5)
Configuração Interdisciplinar
Fonte: Pombo ([sem data], p. 6)
7. Ser Interdisciplinar
1(PACHECO; FREIRE; TOSTA, 2011, p.595)
“Ser interdisciplinar é utilizar novas técnicas
e procedimentos, é ousar além de sua
própria visão de mundo. É ser capaz de se
comprometer em analisar e dosar o certo
com o incerto, o velho com o novo, o ‘meu
caminho’ com o ‘seu caminho’. É ser
inclusivo ao trazer o outro para as
disciplinas”.1
Imagens:
Clipart
CorelDraw12
8. Ser Interdisciplinar
“O EGC articula um conjunto de visões aparentemente
opostas, mas que, em um contexto interdisciplinar, se
apresentam como complementares, abrindo vias para
desvelar a complexidade do processo de construção do
conhecimento”.1
1(PACHECO; FREIRE; TOSTA, 2011, p.595)
10. Temas emergentes Interdisciplinares
Na relatoria 1, o desafio se desdobrou em dois campos:
No campo do conteúdo: quais os temas compartilhados?
Que assuntos foram evidenciados? Quais visões interdisc.?;
No campo do método: como sintetizar a riqueza dos
discursos em temáticas?.
Por meio do método de análise do conteúdo, definiu-se a
análise temática como unidade de registro, o que
possibilitou a radiografia geral dos temas abordados
(KRAUSE; CUNHA; PEDRO, 2016)
“Temas emergentes sobre pesquisa e extensão interdisciplinar”
“Temas emergentes sobre pesquisa e extensão interdisciplinar”
11. Temas emergentes Interdisciplinares
Os temas compartilhados, que emergiram nos três discursos e
ocuparam cerca de 33% do tempo de exposição:
Universidade articulada com a sociedade (34%);
Promoção de diálogo, cooperação (31%);
Indicadores de avaliação para tomada de decisões (16%);
Governança em nível local (10%);
Promoção da inovação como resultado da pesquisa e
extensão interdisciplinar (9%).
(KRAUSE; CUNHA; PEDRO, 2016)
13. Temas emergentes Interdisciplinares
Cinco temas estiveram presentes nos discursos de dois
conferencistas, ocupando cerca de 43% do tempo de fala:
Relato sobre a própria experiência interdisciplinar (46%);
Criação do futuro por pessoas com formação
diferenciada (20%);
Aprender a ver o mundo pelo olhar do outro, ter
abertura (18%);
Complexidade, integração e ação coordenada (10%);
Promoção da equidade (6%).
(KRAUSE; CUNHA; PEDRO, 2016)
15. Temas emergentes Interdisciplinares
(KRAUSE; CUNHA; PEDRO, 2016)
Distribuição dos
9 temas
Tempo de exploração dos temas = nº de palavras
9º Promoção de diálogo, cooperação = 22
8º Promoção da inovação = 30
7º Universidade articulada com a sociedade = 32
6º Promoção da equidade = 47
5º Necessidade de indicadores = 93
4º Governança em nível local = 202
3º A interdisciplinaridade no dia-a-dia = 376
2º Complexidade, integração e ação coordenada = 735
1º A própria experiência interdisciplinar = 1.780
1
2
3
Bases dos discursos individuais – Paula Santana
Bases dos discursos individuais – Paula Santana
16. Temas emergentes Interdisciplinares
(KRAUSE; CUNHA; PEDRO, 2016)
Bases dos discursos individuais – Francisco Fialho
Bases dos discursos individuais – Francisco Fialho
Distribuição 18 temas Tempo de exploração dos temas = nº de palavras
18º Sustentabilidade do planeta = 22
17º Abrir as gavetas secretas e se apropriar dos conteúdos = 47
16º Necessidade de indicadores = 94
15º Construir pontes, atravessar fronteiras = 111
14º Universidade articulada com a sociedade = 122
13º Governança em nível local = 129
12º Realidade versus modelos mentais não atuais = 129
11º Foco em resolução de problemas = 145
10º Auteridade e resgate do feminino = 147
9º Maturidade interdisciplinar = 156
8º Pretensão de racionalidade = 157
7º Promoção da equidade = 262
6º Promoção da inovação = 263
5º Aprender a ver o mundo pelo olhar do outro, ter abertura = 468
4º Criação do futuro, por pessoas com formação diferenciada = 643
3º Associações com outras metodologias = 768
2º A própria experiência interdisciplinar = 769
1º Promoção de diálogo e cooperação = 936
1
2
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17. Temas emergentes Interdisciplinares
(KRAUSE; CUNHA; PEDRO, 2016)
Bases dos discursos individuais – Arlindo Philippi Jr
Bases dos discursos individuais – Arlindo Philippi Jr
Distribuição dos
10 temas
Tempo de exploração dos temas = nº de palavras
10º Sustentabilidade do planeta = 76
9º Promoção da inovação = 97
8º Menos individualidade e mais coletividade = 136
7º Complexidade, integração e ação coordenada = 278
6º Promoção de diálogo, cooperação = 346
5º Necessidade de indicadores = 483
4º Criação futuro, por pessoas formação diferenciada = 502
3º A pesquisa como alavancadora da qualidade = 528
2º Aprender a ver o mundo pelo olhar do outro, ter abertura = 547
1º Universidade articulada com a sociedade = 1.292
1
2
3
4
5
18. Referências
ALVARENGA, A. T., et al. Histórico, fundamentos filosóficos e teórico-metodológicos da
interdisciplinaridade. In: ARLINDO PHILIPPI JR., e ANTONIO J. SILVA NETO (Ed). Interdisciplinaridade
em Ciência, tecnologia & inovação. Barueri, SP: Manole, 2011.
ETGES, N. Ciência, interdisciplinaridade e educação. In: JANTSCH, Ari Paulo; BIANCHETTI, Lucídio
(Org.). Interdisciplinaridade: para além da filosofia do sujeito. Petrópolis: Vozes, 1995.
KRAUSE, M. G.; CUNHA, C. J. C. A. ; PEDRO, J. M. Temas emergentes sobre pesquisa e extensão
interdisciplinar. In: Joana Maria Pedro; Patrícia de Sá Freire. (Org.). Interdisciplinaridade: universidade
e inovação social e tecnológica. Curitiba: CRV, 2016, p. 195-206.
PACHECO, R.C.S.; FREIRE, P.S.; TOSTA, K.C.T. Experiência multi e interdisciplinar do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC. In: ARLINDO PHILIPPI JR., e
ANTONIO J. SILVA NETO (Ed). Interdisciplinaridade em Ciência, tecnologia & inovação. Barueri, SP:
Manole, 2011.
POMBO, O. Epistemologia da Interdisciplinaridade. In: Colóquio "Interdisciplinaridade, humanismo e
universidade", promovido pela Cátedra Humanismo Latino na Universidade do Porto [sem data].
REPKO, A. F. Interdisciplinary research: process and theory. Thousand Oaks, USA: Sage Publications,
2008.