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IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
Campo da Républica • 4750-275
253 802 270
Barcelos
IGREJA DA
SANTA CASA DA
MISERICÓRDIA
DE BARCELOS
Edição:
Santa Casa da Misericórdia de Barcelos
Texto:
Joaquim Vinhas
Fotografia:
José Eduardo Reis e Joaquim Vinhas
Barcelos – 2012
A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos foi fundada nos iní-
cios do século XVI, por iniciativa do poder régio, que encontrou nas organi-
zações cívico-religiosas uma resposta moderna para os velhos problemas
do aro assistencial.
Por conseguinte, a Santa Casa de Barcelos foi o rosto local da política ma-
nuelina dos inícios de Quinhentos, traduzida na aplicação das 14 obras de
misericórdia: 7 corporais e 7 espirituais.
É sabido que a primeira confraria surgiu em Lisboa nos finais do século XV,
quando, em 15 de Agosto de 1498, a rainha D. Leonor (com a anuência de D.
Manuel I) mandou constituir na Sé Catedral uma irmandade com a invoca-
ção de Nossa Senhora. No ano seguinte, D. Manuel fez saber o seu intento
de fazer chegar às principais cidades e vilas do reino o exemplo da novíssi-
ma organização da capital.
Como também deve saber-se, a vila de Barcelos fora e havia de continuar
a ser um sítio principal do reino. É pois nossa convicção que as orientações
régias, contidas na carta que chegou ao Porto em 1499, rapidamente che-
garam a Barcelos e aqui nasceu, a exemplo da cidade invicta, a Confraria de
Nossa Senhora da Misericórdia.
Embora não tenha sido encontrado o documento da sua fundação, pensa-
mos que os homens bons de Barcelos não perderam tempo na organização
da sua confraria. Sabe-se que, no famoso milagre do aparecimento da Cruz
em Barcelos, no ano de 1504 (fenómeno registado em notário segundo fon-
te do século XVII), os irmãos da Confraria de Nossa Senhora da Misericórdia,
da então vila de Barcelos, terão desfilado na solene procissão que consa-
grou o divino e histórico acontecimento.
Pode pois inferir-se que, nos inícios de Quinhentos, a Misericórdia de Barce-
los exercia já uma ação de relevo na vila que foi sede do primeiro condado
português.
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
02
A bandeira da Irmandade de Nossa
Senhora da Misericórdia, que se guar-
da na sacristia, é composta de duas
telas a óleo – com moldura, haste e
cruz de prata – que apresentam a se-
guinte iconografia: de um lado, a Mãe
de Deus com o seu manto protetor
das elites sociopolíticas e religiosas
do Antigo Regime; do outro lado, a
muito humana Senhora, aparenta um
sofrimento contido pela perda irre-
parável do Filho, que sustenta no re-
gaço, talvez algo inconformada com
o drama da Paixão de Cristo, que ao
mundo veio para remir os pecados da
humanidade.
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 03
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
Enquadrada na extensa fachada
arquitetónica que corre de norte a
sul, no lado nascente do Campo da
República (vulgarmente conhecido
como Campo da Feira), a igreja da
Misericórdia de Barcelos constitui
um excelente cartão de visitas para
quantos querem conhecer e melhor
compreender a história da cidade.
Sem os edifícios da Misericórdia, e
em especial a sua igreja, uma parte
significativa do urbanismo e da ar-
quitetura de Barcelos permanece-
ria incompreendida.
Edificada pela extinta Ordem Ter-
ceira de S. Francisco, esta igreja e o
seu convento foram entregues por
D. Maria II, em 1836, à Irmandade
de Nossa Senhora da Misericórdia
de Barcelos que, desde então, pas-
sou a escrever a sua história neste
moderno espaço conventual, dei-
xando as antigas instalações adstri-
tas à Câmara Municipal.
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
04
A fachada da igreja da Misericórdia é definida por um
retângulo granítico, delimitado por duas poderosas pi-
lastras toscanas e uma competente cornija a partir da
qual se organiza o frontão, acentuando a verticalidade
do edifício e conferindo-lhe robustez e monumenta-
lidade.
Três arcos de volta-inteira, de inspiração clássico-re-
nascentista, dão acesso à galeria ou nártex que ante-
cede o interior da igreja. A monumentalidade arqui-
tetónica convida o visitante a estender o seu olhar em
direção à estatuária setecentista, de apreciável labor
escultórico, de feição barroca, no quadro de uma retó-
rica da perfeição, associada a uma narrativa discursiva
de elevado simbolismo: no registo superior, majestosa
e divina, encontra-se Nossa Senhora da Conceição, no
centro de um frontão ondulante; no centro da com-
posição, surge-nos o tema da Visitação – Virgem Ma-
ria visita Santa Isabel –, ladeado pelas imagens de S.
Francisco e de S. Boaventura.
Decerto o visitante já reparou no escudo pétreo que se
encontra sobre o arco central, com o emblema de bronze
que nos recorda a antiga proprietária desta igreja – a Or-
dem Terceira de S. Francisco –, extinta como as demais
em 1834, no desfecho da guerra civil (1832-1834) de que
resultou a vitória do liberalismo em Portugal.
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
05
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReisFoto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
O Dia de Santa Isabel – que segundo o texto bíblico de
S. Lucas diz respeito à Visitação que a Virgem Maria,
após a Anunciação, realizou à prima Isabel, grávida de
S. João Batista –, é um tema comum à generalidade
das irmandades de Misericórdia, quanto mais não fos-
se, pela relação estabelecida com o cumprimento de
uma das 7 obras corporais.
Não é por acaso que, ao longo da sua história, a irman-
dade barcelense festejou o Dia de Santa Isabel, a 2 de
julho, justificando-se assim a colocação do grupo es-
cultórico na janela do coro da igreja, posteriormente à
sua tomada de posse em 1836.
(De notar que a Festa da Visitação havia sido decretada
pelo papa Urbano VI, em 1389, visando a intercessão
de Maria pela paz e unidade da cristandade católica,
na época dividida pelo Grande Cisma do Ocidente…
Atualmente o calendário litúrgico celebra o Dia da Vi-
sitação a 31 de maio).
No lado esquerdo do nártex existiu,
no século XIX, uma capela dedica-
da a Santo António dos Esquecidos,
com a sua imagem colocada no ni-
cho atualmente ocupado por Nossa
Senhora da Misericórdia.
Do lado direito, a imagem de Santo
António da Portaria tinha o seu lugar
norespetivonichosobreoportaldeen-
trada no antigo convento franciscano, e
queapartirde1837passouadaracesso
aoHospitaldaMisericórdiadeBarcelos.
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
06
A entrada no interior do templo faz-se pela portada
que se abre para o vestíbulo ou nártex interior.
A planta da igreja é de cruz latina, com uma só nave
e um transepto pouco pronunciado: do lado do Evan-
gelho deparamo-nos com a capela de Santo António,
enquanto uma porta do lado da Epístola permite o
acesso à sacristia onde se guardam a bandeira da Ir-
mandade, os paramentos, as alfaias litúrgicas e outras
obras de valor museológico.
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
07
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoaquimVinhas
Foto:JoaquimVinhas
A pintura de Nossa Senhora da Conceição, que atual-
mente se encontra no lado esquerdo de quem entra
(lado do Evangelho), deve ter sido executada para a
tribuna do retábulo-mor, construído provavelmente
na sequência de obras que se realizaram na igreja no
século XVIII.
Nesta tela a óleo (repintada nos finais do século XX)
Nossa Senhora repousa serenamente sobre as forças
do mal representadas por um dragão, uma iconogra-
fia que o artista organizou em três registos: no plano
superior emerge do céu o Espírito Santo da sua geo-
metria triangular – o dogma da Santíssima Trindade –,
numa paleta quase monocromática e escaldante, qual
fogo do mistério divino, sem subtrair importância ao
centro da composição que é dominado pela presença
da Senhora (envolvida por um movimentado manto
azul), enquanto no plano inferior a força do dragão
mais não pode que tentar atrair com o fogo maligno o
grupo dos potenciais anjos destinados a uma descida
aos Infernos, não fosse a força protetora da Senhora
que mantém o dragão imobilizado no seu mundo in-
ferior.
Pode ver-se, acima, a capela-mor com o
seu retábulo neoclássico.
Atente-se na cadeira e nos bancos (séc.
XVIII) e no pormenor do frontal do altar-
mor, ao lado, onde é visível a poética do
rococó.
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
08 IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
09
Junto ao arco-cruzeiro, dois anjos lampadários, exi-
bem ainda uma certa teatralidade associada ao estilo
barroco.
Os anjos tocheiros ou lampadários, colocados na base
do arco-cruzeiro, constituem dois belos exemplares
da arte da talha barroca, policromada.
De elevada qualidade estética, estas esculturas reve-
lam um caráter festivo e sensual, em consonância com
o espírito e a mentalidade de Setecentos. Foram origi-
nalmente encomendados para a capela-mor da antiga
igreja da Misericórdia, tendo transitado para a atual
igreja em 1837.
Foto:JoaquimVinhas
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoaquimVinhasFoto:JoaquimVinhas
O retábulo-mor é de um fino recorte neo-
clássico!... Delimitando o espaço do cama-
rim e da tribuna, em cujo topo se expõe o
Senhor, um arco de inspiração clássica foi
por sua vez enquadrado por dois pares de
colunas marmoreadas, que lembram a
antiga ordem compósita; para embelezar
o conjunto optou-se por enrolamentos de
volutas, anjos, grinaldas, festões e outros
elementos vegetalistas. O sacrário sobre
o altar e a banqueta com os seus castiçais,
no sopé do trono eucarístico, completam a
estrutura retabular, enriquecida pictorica-
mente com o branco e o dourado.
A tela que se encontra na boca do camarim
e nos esconde a tribuna foi executada em
1993 por Fernando Rosário, de Esposende
e inaugurada a 17 de dezembro de 1995.
Trata-se de uma pintura a óleo, onde se
reproduziu a temática tradicional presente
em bandeiras e estandartes de irmandades
da Misericórdia: no registo superior, Nossa
Senhora com o seu manto azul que a todos
protege, sobretudo os representantes dos
poderes espiritual e temporal; no registo
inferior são retratadas figuras como o papa
João Paulo II, o arcebispo de Braga D. Eu-
rico Dias Nogueira, o padre Virgílio Lopes,
o mítico impulsionador Frei Contreiras, que
enquanto confessor de D. Leonor tê-la-á
convencido a instituir a confraria em lis-
boa… D. Leonor e D. Manuel I tiveram igual-
mente o seu lugar na pintura.
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
10
A igreja, concebida com uma nave única, recebeu dois altares colaterais, também em talha
branca e dourada, combinando elementos dos estilos rococó e neoclássico: o do lado do
Evangelho, tem como invocação o Senhor da Cana Verde – oriundo da igreja da antiga Praça
da Vila, onde tinha a designação de Senhor Ecce Homo –; no altar do lado da Epístola venera-
se Nossa Senhora da Conceição, uma imagem feita no Porto por F. A. Costa, conforme pode
ler-se numa inscrição.
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
11
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoaquimVinhas
Localizada no transepto, lado do Evangelho, a capela de
SantoAntónio(que serviatambémparaoSantíssimoSa-
cramento), revela o carinho e a devoção que a Santa Casa
de Barcelos dedicou e dedica a este santo português,
considerado um importante Doutor da Igreja.
Na pronunciada sanefa da porta
de acesso à sacristia, pode ver-se
uma iconografia de elevado sim-
bolismo: à Cruz da Paixão encosta-
ram-se dois braços que se cruzam
na zona axial, um braço de Cristo e
outro franciscano, dando origem à
organização de oito triângulos. No
plano superior, a tarja que se fixou
na moldura da janela recebeu a se-
guinte inscrição: O REVERENDÍS-
SIMO PADRE PROVINCIAL FREI
FRANCISCO DO PORTO SARMEN-
TO MANDOU FAZER.
No lado oposto, destaca-se o cor-
deiro místico, na sanefa de talha
fixada no arco da capela de Santo
António. Enquanto na base da ja-
nela semi-entaipada, que se vê no
plano superior, uma epigrafia em
latim faz referência ao labor da
obra franciscana.
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
12
O arco-cruzeiro, em granito, que, para além da função estrutural estabelece a separação entre
a nave-salão (onde os leigos têm acesso) e a capela-mor – espaço por excelência das cele-
brações litúrgicas –, foi enriquecido com um arco de talha branca-dourada, uma obra datável
de meados do século XVIII. Mais uma vez, é notória uma solução de compromisso entre o
estilo barroco/rococó, que entrara em desuso, e o retorno ao classicismo, então na moda. No
remate pode observar-se um majestoso escudo com a coroa real, numa clara afirmação do
poder absoluto e/ou despótico do monarca, presença por outro lado justificada pela unidade
histórica entre os poderes régio e eclesiástico.
Os púlpitos, com a sua base granítica curvilínea e umas breves notas
vegetalistas que a decoram, sobressaem pela talha branca-dourada
que se estende às sanefas, de onde pendem os cortinados. (Até mea-
dos do século XX, o púlpito funcionou como palco privilegiado da pre-
gação, meio fundamental de comunicação arrebatada com os fiéis).
No seu prolongamento abre-se uma janela até à cornija, podendo ob-
servar-se uma outra sanefa, formando um conjunto harmonioso que
contribui para a decoração interior do templo. Estilisticamente obser-
va-se um compromisso entre o rococó e o neoclássico, solução que se
repete em quase toda a talha da igreja.
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
13
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
Na parede da capela-mor, lado do Evange-
lho, pode contemplar-se a Conversão de S.
Paulo, uma pintura a óleo realizada para a
igreja maneirista da Misericórdia e que foi
transferida para esta igreja em 1837. (Note-se
que aquela igreja, cuja construção foi iniciada
em janeiro de 1593, serve hoje de salão nobre
da Câmara Municipal, a mesma entidade que
em meados do século XIX a arruinou mas que
recentemente ordenou o seu restauro).
Quanto ao quadro alusivo à Ceia de Emaús,
que se encontra no lado oposto, surge-nos
documentado no inventário de 1847, estando
então localizado no corpo da igreja, lado da
Epístola. (Nesta data, o painel da Conversão
de S. Paulo estava pendurado no lado do
Evangelho do referido corpo da igreja).
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
14
Cristo Crucificado, esculpido e pintado em 2003-
2005 por Domingos da Silva Miranda e Fernando
Rosário, tem marcado a sua presença na Procis-
são das Endoenças que se realiza na Quinta-Feira
Santa, uma tradição secular que se havia perdido
e que foi reativada a 28 de março de 2002.
O velho órgão ibérico – mandado
construir em 1818 pelos padres
franciscanos –, que se arruinou e
desmembrou em várias peças, foi
objeto de estudo e restauro, pelo
empenho do falecido Provedor
Eng.º Mário de Azevedo e pela mão
do organeiro barcelense Manuel
Fonseca, contribuindo para abril-
hantar as solenidades e eventos
culturais que demandam música e
arte sacra.
As notas musicais que do órgão
ecoam sintonizam com o luzimen-
to das demais obras de arte que
embelezam a igreja: a talha branca
e dourada, as imagens esculpidas
e pintadas, os tocheiros de talha
policromada, a paramentaria, os in-
strumentos da Paixão de Cristo, as
bandeiras e estandartes… que nos
IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS
15
revelam uma parte do vasto acervo museológico que
bem merece conservação e ser dado a conhecer aos
visitantes.
Nesse sentido, a Irmandade da SCMB, através da sua
atual mesa administrativa liderada pelo Provedor Dr.
António Pedras, está a desenvolver esforços no sen-
tido de preservar, recuperar e divulgar o seu vasto
património histórico-cultural, artístico e religioso,
abrindo cada vez mais as suas portas aos cidadãos.
Foto:JoséEduardoReis
Foto:JoséEduardoReis
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  • 1.
  • 2. IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS Campo da Républica • 4750-275 253 802 270 Barcelos IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS Edição: Santa Casa da Misericórdia de Barcelos Texto: Joaquim Vinhas Fotografia: José Eduardo Reis e Joaquim Vinhas Barcelos – 2012
  • 3. A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos foi fundada nos iní- cios do século XVI, por iniciativa do poder régio, que encontrou nas organi- zações cívico-religiosas uma resposta moderna para os velhos problemas do aro assistencial. Por conseguinte, a Santa Casa de Barcelos foi o rosto local da política ma- nuelina dos inícios de Quinhentos, traduzida na aplicação das 14 obras de misericórdia: 7 corporais e 7 espirituais. É sabido que a primeira confraria surgiu em Lisboa nos finais do século XV, quando, em 15 de Agosto de 1498, a rainha D. Leonor (com a anuência de D. Manuel I) mandou constituir na Sé Catedral uma irmandade com a invoca- ção de Nossa Senhora. No ano seguinte, D. Manuel fez saber o seu intento de fazer chegar às principais cidades e vilas do reino o exemplo da novíssi- ma organização da capital. Como também deve saber-se, a vila de Barcelos fora e havia de continuar a ser um sítio principal do reino. É pois nossa convicção que as orientações régias, contidas na carta que chegou ao Porto em 1499, rapidamente che- garam a Barcelos e aqui nasceu, a exemplo da cidade invicta, a Confraria de Nossa Senhora da Misericórdia. Embora não tenha sido encontrado o documento da sua fundação, pensa- mos que os homens bons de Barcelos não perderam tempo na organização da sua confraria. Sabe-se que, no famoso milagre do aparecimento da Cruz em Barcelos, no ano de 1504 (fenómeno registado em notário segundo fon- te do século XVII), os irmãos da Confraria de Nossa Senhora da Misericórdia, da então vila de Barcelos, terão desfilado na solene procissão que consa- grou o divino e histórico acontecimento. Pode pois inferir-se que, nos inícios de Quinhentos, a Misericórdia de Barce- los exercia já uma ação de relevo na vila que foi sede do primeiro condado português. IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 02 A bandeira da Irmandade de Nossa Senhora da Misericórdia, que se guar- da na sacristia, é composta de duas telas a óleo – com moldura, haste e cruz de prata – que apresentam a se- guinte iconografia: de um lado, a Mãe de Deus com o seu manto protetor das elites sociopolíticas e religiosas do Antigo Regime; do outro lado, a muito humana Senhora, aparenta um sofrimento contido pela perda irre- parável do Filho, que sustenta no re- gaço, talvez algo inconformada com o drama da Paixão de Cristo, que ao mundo veio para remir os pecados da humanidade. IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 03 Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis
  • 4. Enquadrada na extensa fachada arquitetónica que corre de norte a sul, no lado nascente do Campo da República (vulgarmente conhecido como Campo da Feira), a igreja da Misericórdia de Barcelos constitui um excelente cartão de visitas para quantos querem conhecer e melhor compreender a história da cidade. Sem os edifícios da Misericórdia, e em especial a sua igreja, uma parte significativa do urbanismo e da ar- quitetura de Barcelos permanece- ria incompreendida. Edificada pela extinta Ordem Ter- ceira de S. Francisco, esta igreja e o seu convento foram entregues por D. Maria II, em 1836, à Irmandade de Nossa Senhora da Misericórdia de Barcelos que, desde então, pas- sou a escrever a sua história neste moderno espaço conventual, dei- xando as antigas instalações adstri- tas à Câmara Municipal. IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 04 A fachada da igreja da Misericórdia é definida por um retângulo granítico, delimitado por duas poderosas pi- lastras toscanas e uma competente cornija a partir da qual se organiza o frontão, acentuando a verticalidade do edifício e conferindo-lhe robustez e monumenta- lidade. Três arcos de volta-inteira, de inspiração clássico-re- nascentista, dão acesso à galeria ou nártex que ante- cede o interior da igreja. A monumentalidade arqui- tetónica convida o visitante a estender o seu olhar em direção à estatuária setecentista, de apreciável labor escultórico, de feição barroca, no quadro de uma retó- rica da perfeição, associada a uma narrativa discursiva de elevado simbolismo: no registo superior, majestosa e divina, encontra-se Nossa Senhora da Conceição, no centro de um frontão ondulante; no centro da com- posição, surge-nos o tema da Visitação – Virgem Ma- ria visita Santa Isabel –, ladeado pelas imagens de S. Francisco e de S. Boaventura. Decerto o visitante já reparou no escudo pétreo que se encontra sobre o arco central, com o emblema de bronze que nos recorda a antiga proprietária desta igreja – a Or- dem Terceira de S. Francisco –, extinta como as demais em 1834, no desfecho da guerra civil (1832-1834) de que resultou a vitória do liberalismo em Portugal. IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 05 Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReisFoto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis
  • 5. O Dia de Santa Isabel – que segundo o texto bíblico de S. Lucas diz respeito à Visitação que a Virgem Maria, após a Anunciação, realizou à prima Isabel, grávida de S. João Batista –, é um tema comum à generalidade das irmandades de Misericórdia, quanto mais não fos- se, pela relação estabelecida com o cumprimento de uma das 7 obras corporais. Não é por acaso que, ao longo da sua história, a irman- dade barcelense festejou o Dia de Santa Isabel, a 2 de julho, justificando-se assim a colocação do grupo es- cultórico na janela do coro da igreja, posteriormente à sua tomada de posse em 1836. (De notar que a Festa da Visitação havia sido decretada pelo papa Urbano VI, em 1389, visando a intercessão de Maria pela paz e unidade da cristandade católica, na época dividida pelo Grande Cisma do Ocidente… Atualmente o calendário litúrgico celebra o Dia da Vi- sitação a 31 de maio). No lado esquerdo do nártex existiu, no século XIX, uma capela dedica- da a Santo António dos Esquecidos, com a sua imagem colocada no ni- cho atualmente ocupado por Nossa Senhora da Misericórdia. Do lado direito, a imagem de Santo António da Portaria tinha o seu lugar norespetivonichosobreoportaldeen- trada no antigo convento franciscano, e queapartirde1837passouadaracesso aoHospitaldaMisericórdiadeBarcelos. IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 06 A entrada no interior do templo faz-se pela portada que se abre para o vestíbulo ou nártex interior. A planta da igreja é de cruz latina, com uma só nave e um transepto pouco pronunciado: do lado do Evan- gelho deparamo-nos com a capela de Santo António, enquanto uma porta do lado da Epístola permite o acesso à sacristia onde se guardam a bandeira da Ir- mandade, os paramentos, as alfaias litúrgicas e outras obras de valor museológico. IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 07 Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoaquimVinhas Foto:JoaquimVinhas
  • 6. A pintura de Nossa Senhora da Conceição, que atual- mente se encontra no lado esquerdo de quem entra (lado do Evangelho), deve ter sido executada para a tribuna do retábulo-mor, construído provavelmente na sequência de obras que se realizaram na igreja no século XVIII. Nesta tela a óleo (repintada nos finais do século XX) Nossa Senhora repousa serenamente sobre as forças do mal representadas por um dragão, uma iconogra- fia que o artista organizou em três registos: no plano superior emerge do céu o Espírito Santo da sua geo- metria triangular – o dogma da Santíssima Trindade –, numa paleta quase monocromática e escaldante, qual fogo do mistério divino, sem subtrair importância ao centro da composição que é dominado pela presença da Senhora (envolvida por um movimentado manto azul), enquanto no plano inferior a força do dragão mais não pode que tentar atrair com o fogo maligno o grupo dos potenciais anjos destinados a uma descida aos Infernos, não fosse a força protetora da Senhora que mantém o dragão imobilizado no seu mundo in- ferior. Pode ver-se, acima, a capela-mor com o seu retábulo neoclássico. Atente-se na cadeira e nos bancos (séc. XVIII) e no pormenor do frontal do altar- mor, ao lado, onde é visível a poética do rococó. IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 08 IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 09 Junto ao arco-cruzeiro, dois anjos lampadários, exi- bem ainda uma certa teatralidade associada ao estilo barroco. Os anjos tocheiros ou lampadários, colocados na base do arco-cruzeiro, constituem dois belos exemplares da arte da talha barroca, policromada. De elevada qualidade estética, estas esculturas reve- lam um caráter festivo e sensual, em consonância com o espírito e a mentalidade de Setecentos. Foram origi- nalmente encomendados para a capela-mor da antiga igreja da Misericórdia, tendo transitado para a atual igreja em 1837. Foto:JoaquimVinhas Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoaquimVinhasFoto:JoaquimVinhas
  • 7. O retábulo-mor é de um fino recorte neo- clássico!... Delimitando o espaço do cama- rim e da tribuna, em cujo topo se expõe o Senhor, um arco de inspiração clássica foi por sua vez enquadrado por dois pares de colunas marmoreadas, que lembram a antiga ordem compósita; para embelezar o conjunto optou-se por enrolamentos de volutas, anjos, grinaldas, festões e outros elementos vegetalistas. O sacrário sobre o altar e a banqueta com os seus castiçais, no sopé do trono eucarístico, completam a estrutura retabular, enriquecida pictorica- mente com o branco e o dourado. A tela que se encontra na boca do camarim e nos esconde a tribuna foi executada em 1993 por Fernando Rosário, de Esposende e inaugurada a 17 de dezembro de 1995. Trata-se de uma pintura a óleo, onde se reproduziu a temática tradicional presente em bandeiras e estandartes de irmandades da Misericórdia: no registo superior, Nossa Senhora com o seu manto azul que a todos protege, sobretudo os representantes dos poderes espiritual e temporal; no registo inferior são retratadas figuras como o papa João Paulo II, o arcebispo de Braga D. Eu- rico Dias Nogueira, o padre Virgílio Lopes, o mítico impulsionador Frei Contreiras, que enquanto confessor de D. Leonor tê-la-á convencido a instituir a confraria em lis- boa… D. Leonor e D. Manuel I tiveram igual- mente o seu lugar na pintura. IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 10 A igreja, concebida com uma nave única, recebeu dois altares colaterais, também em talha branca e dourada, combinando elementos dos estilos rococó e neoclássico: o do lado do Evangelho, tem como invocação o Senhor da Cana Verde – oriundo da igreja da antiga Praça da Vila, onde tinha a designação de Senhor Ecce Homo –; no altar do lado da Epístola venera- se Nossa Senhora da Conceição, uma imagem feita no Porto por F. A. Costa, conforme pode ler-se numa inscrição. IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 11 Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoaquimVinhas
  • 8. Localizada no transepto, lado do Evangelho, a capela de SantoAntónio(que serviatambémparaoSantíssimoSa- cramento), revela o carinho e a devoção que a Santa Casa de Barcelos dedicou e dedica a este santo português, considerado um importante Doutor da Igreja. Na pronunciada sanefa da porta de acesso à sacristia, pode ver-se uma iconografia de elevado sim- bolismo: à Cruz da Paixão encosta- ram-se dois braços que se cruzam na zona axial, um braço de Cristo e outro franciscano, dando origem à organização de oito triângulos. No plano superior, a tarja que se fixou na moldura da janela recebeu a se- guinte inscrição: O REVERENDÍS- SIMO PADRE PROVINCIAL FREI FRANCISCO DO PORTO SARMEN- TO MANDOU FAZER. No lado oposto, destaca-se o cor- deiro místico, na sanefa de talha fixada no arco da capela de Santo António. Enquanto na base da ja- nela semi-entaipada, que se vê no plano superior, uma epigrafia em latim faz referência ao labor da obra franciscana. IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 12 O arco-cruzeiro, em granito, que, para além da função estrutural estabelece a separação entre a nave-salão (onde os leigos têm acesso) e a capela-mor – espaço por excelência das cele- brações litúrgicas –, foi enriquecido com um arco de talha branca-dourada, uma obra datável de meados do século XVIII. Mais uma vez, é notória uma solução de compromisso entre o estilo barroco/rococó, que entrara em desuso, e o retorno ao classicismo, então na moda. No remate pode observar-se um majestoso escudo com a coroa real, numa clara afirmação do poder absoluto e/ou despótico do monarca, presença por outro lado justificada pela unidade histórica entre os poderes régio e eclesiástico. Os púlpitos, com a sua base granítica curvilínea e umas breves notas vegetalistas que a decoram, sobressaem pela talha branca-dourada que se estende às sanefas, de onde pendem os cortinados. (Até mea- dos do século XX, o púlpito funcionou como palco privilegiado da pre- gação, meio fundamental de comunicação arrebatada com os fiéis). No seu prolongamento abre-se uma janela até à cornija, podendo ob- servar-se uma outra sanefa, formando um conjunto harmonioso que contribui para a decoração interior do templo. Estilisticamente obser- va-se um compromisso entre o rococó e o neoclássico, solução que se repete em quase toda a talha da igreja. IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 13 Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis
  • 9. Na parede da capela-mor, lado do Evange- lho, pode contemplar-se a Conversão de S. Paulo, uma pintura a óleo realizada para a igreja maneirista da Misericórdia e que foi transferida para esta igreja em 1837. (Note-se que aquela igreja, cuja construção foi iniciada em janeiro de 1593, serve hoje de salão nobre da Câmara Municipal, a mesma entidade que em meados do século XIX a arruinou mas que recentemente ordenou o seu restauro). Quanto ao quadro alusivo à Ceia de Emaús, que se encontra no lado oposto, surge-nos documentado no inventário de 1847, estando então localizado no corpo da igreja, lado da Epístola. (Nesta data, o painel da Conversão de S. Paulo estava pendurado no lado do Evangelho do referido corpo da igreja). IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 14 Cristo Crucificado, esculpido e pintado em 2003- 2005 por Domingos da Silva Miranda e Fernando Rosário, tem marcado a sua presença na Procis- são das Endoenças que se realiza na Quinta-Feira Santa, uma tradição secular que se havia perdido e que foi reativada a 28 de março de 2002. O velho órgão ibérico – mandado construir em 1818 pelos padres franciscanos –, que se arruinou e desmembrou em várias peças, foi objeto de estudo e restauro, pelo empenho do falecido Provedor Eng.º Mário de Azevedo e pela mão do organeiro barcelense Manuel Fonseca, contribuindo para abril- hantar as solenidades e eventos culturais que demandam música e arte sacra. As notas musicais que do órgão ecoam sintonizam com o luzimen- to das demais obras de arte que embelezam a igreja: a talha branca e dourada, as imagens esculpidas e pintadas, os tocheiros de talha policromada, a paramentaria, os in- strumentos da Paixão de Cristo, as bandeiras e estandartes… que nos IGREJA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BARCELOS 15 revelam uma parte do vasto acervo museológico que bem merece conservação e ser dado a conhecer aos visitantes. Nesse sentido, a Irmandade da SCMB, através da sua atual mesa administrativa liderada pelo Provedor Dr. António Pedras, está a desenvolver esforços no sen- tido de preservar, recuperar e divulgar o seu vasto património histórico-cultural, artístico e religioso, abrindo cada vez mais as suas portas aos cidadãos. Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReisFoto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis Foto:JoséEduardoReis