SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 1
Baixar para ler offline
3
25 JULHO 2014 |
“Exigimos a devolução dos
terrenos do hotel ao povo”, era a
mensagem que podia ler-se em
panfletosdistribuídosnamanhã
de 16 de Julho na Praia da To-
cha.Aosaberemquenessemes-
modia,pelas12h00,iriaaleilão
o terreno destinado à constru-
çãodaunidadehoteleiradeluxo
prevista para a estância balnear
cantanhedense – e que neste
momento,anosvolvidosdesdea
data de lançamento da primeira
pedradaempreitada,nãoémais
do que uma estrutura de betão
e metal à mercê do desgaste do
tempo – os moradores da Rua
doNortedecidirammarcarpre-
sençanolocal.
Recorde-se que o descon-
tentamento da população já
motivou uma acção popular cí-
velcontraaAutarquiadeCanta-
nhedeeaWorldHotel,empresa
gestoradoequipamentoqueen-
tretantofoideclaradainsolvente.
E foi precisamente por determi-
nação do administrador desse
processo de insolvência que foi
agendado o leilão do terreno
“considerado projecto PIN – Po-
tencial Interesse Nacional e cujo
lançamento da primeira pedra
teve lugar a 23 de Setembro de
2011, na presença de membros
do Governo”, conforme infor-
maçãoconstantedoanúnciodo
leilão.
“A Leiloeira” especificava
as características e tipologia do
futuro hotel, descrevendo as
várias comodidades previstas
no projecto, mas a advogada
que representa a Comissão da
Rua do Norte da Praia da To-
cha estranhou que tenha sido
omitidaainformaçãodequehá
processos judiciais a correrem
os seus trâmites nos tribunais.
“A Lei não impede que se venda
este terreno, exige é que seja de-
vidamente esclarecida qualquer
acção judicial pendente relativa
ao imóvel em apreço”, esclare-
ceu Sílvia de Carvalho. A cau-
sídica garantiu ao nosso Jornal
que a leiloeira “tinha conheci-
mento dos processos”, apontan-
do“faltadetransparência”aos
responsáveis, que anexaram às
condições de venda do terre-
no “uma certidão predial não
actualizada, em que não consta
registodaacçãopopular”.
A referência a esta omissão
durante o leilão fez com que os
ânimosseexaltassem.Oimóvel
foi apresentado como estando
“livredeónuseencargos”,algo
que a advogada Sílvia de Car-
valho refuta liminarmente. “O
registo de uma acção popular
é um ónus, é um encargo”. Já o
MunicípiodeCantanhede,que
também se fez representar no
local,adiantouemcomunicado
quetemvindoaacompanharo
processo “de perto, com parti-
cularcuidado,dentrodascondi-
ções legais estabelecidas. Como é
do conhecimento geral, a Autar-
quia é completamente alheia ao
problema criado com a falência
daempresapromotoradoinves-
timento, mas está, como sempre
esteve, empenhada em que seja
encontrada a melhor solução
possível para a situação cria-
da”.
O leilão terminou sem lici-
tações, uma vez que, aparente-
mente, não houve interessados
em adquirir o terreno. O sinu-
oso processo de construção de
umaunidadehoteleiradecinco
estrelas na Praia da Tocha con-
tinua,assim,num impasse sem
fimàvista.|FC
Átrio
Hoje deveria ocupar este espaço apenas com
elogios à EXPOFACIC (a Exposição-Feira Agrí-
cola, Comercial e Industrial de Cantanhede), que
nesta24.ªediçãoapareceaindamaispujante.Qua-
seumquartodeséculoaconseguirquecadanova
edição supere a anterior, assumindo-se como o
maisimportantecertamedogéneroemPortugal,é
um trabalho muito meritório,que faz jus aos mais
rasgadosencómios.Parabéns,pois,atodososque
paratalêxitotêmcontribuído!
Porém, ao contrário do regozijo que esta rea-
lidade justifica,os últimos dias têm sido pródigos
emacontecimentoslamentáveis,queimpõembre-
vesalusões.
A nível do País, os fogos florestais voltam
a fazer vítimas. Foi no passado dia 16 que uma
viatura dos Bombeiros de Miranda do Douro foi
apanhada por um incêndio em Macedo de Cava-
leiros, ficando completamente destruída e feridos
os 4 voluntários que nela seguiam. Recordo que
na anterior edição deste jornal alertei para a falta
de material adequado (apesar dos milhões que o
Estado investe todos os anos), mas também para
a impreparação de muitos dos bombeiros e os
erros de comando que terão estado na origem do
terrível balanço dos incêndios do ano passado.
Poucosdiasdepoisissoviriaaserconfirmado,em
declarações à TVI, por Xavier Viegas, Professor
daUniversidadedeCoimbraeumdosmaisrepu-
tadosespecialistasemfogosflorestais.Destavez,o
comandantedacorporaçãodeMirandadoDouro
veio declarar que o acidente terá ficado a dever-se
a grave erro do responsável pelas operações de
combate. Oxalá não tenhamos de lamentar mais
situaçõesdestanatureza,comresultadostrágicos.
Trágicocontinuaaseroconflitoisraelo-árabe,
que agora voltou a assumir proporções catastrófi-
cas, que se cifram, no momento em que escrevo,
emmaisde700mortosemilharesdeferidosentre
oshabitantesdaFaixadeGaza;ecercade40mor-
tosedezenasdeferidosentreosmilitaresisraelitas.
A desproporção entre os números de cada um
dos lados já é bem eloquente. Mas mais chocan-
te se torna quando se sabe que entre as vítimas da
Palestina estão centenas de crianças, mulheres e
idosos – já que as forças judaicas têm atacado não
só zonas residenciais,mas também hospitais e es-
colas!BemqueaOrganizaçãodasNaçõesUnidas
(ONU),tal como muitos outros países,apelam ao
cessar-fogo,às tréguas que possibilitem conversa-
ções para pôr termo à matança. Mas o ribombar
dos disparos das armas e a explosão dos ódios
recíprocos, continuam a abafar as vozes do bom
senso…
Ora bom senso foi o que também faltou na
vergonhosa ampliação da CPLP – Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa. Foi na passa-
da quarta-feira (dia 23), em Timor Leste, onde
decorreu a X Conferência de Chefes de Estado e
de Governo desta Comunidade, e onde deveria
ser votada a insólita adesão da Guiné-Equatorial,
onde não se fala português (é uma antiga colónia
espanhola, que tem o francês como segunda lín-
guaoficial).
Para além disso, trata-se de um País gover-
nado por um ditador que não respeita os direitos
humanosequetemvindoaacumularumafortuna
colossalàcustadaexploraçãodoseupovo.
Pelos vistos, porém, isso pouco importa. Ou
seja,oqueeraumaComunidademuitorespeitável
ecomenormepotencialparaseimpornoMundo,
ter-se-á transformado agora num clube despresti-
giado,aberto a gente pouco recomendável,desde
quedispostaapagarbempelaentrada…
Odesplantefoital,queoingressonemsequer
chegou a ser votado, com o Presidente daquele
País (o ditador Teodoro Obiang, considerado o
oitavo mais rico do Mundo) a ser chamado para a
Mesa logo no início da Conferência,onde se sen-
tavam o Presidente da República de Portugal e o
Primeiro-Ministro.
Perante o facto consumado, Cavaco Silva e
Passos Coelho admitiram depois, em conferência
de imprensa, que foram “surpreendidos” pelo
anúncio da adesão, mas desvalorizaram essa “in-
cidência protocolar”(sic) em nome do sucesso da
CimeiradeDili.
Esta situação trouxe-me à memória o que
aconteceu em Moçambique em 1895, quando
as tropas portuguesas comandadas por Mouzi-
nho de Albuquerque derrotaram Gungunhana,
o poderoso Imperador dos Vátuas, obrigando-o
ao humilhante gesto de se pôr de cócoras, frente
ao seu povo,submisso aos pés dos colonizadores.
Pois agora, 119 anos volvidos, os papéis inverte-
ram-se…
A vingança de Gungunhana
fichatécnica
Terreno para construção de hotel de luxo
na Praia da Tocha sem compradores
Moradores que interpuseram acção contra o Município marcaram presença no leilão
Não houve interessados em adquirir o terreno
destinado à construção do hotel de cinco
estrelas previsto para a Praia da Tocha, que foi
a leilão no dia 16 de Julho. No local, marcaram
presença os moradores da Rua do Norte, que
interpuseram uma acção popular cível contra o
Município de Cantanhede e a empresa gestora do
equipamento – entretanto declarada insolvente.
EditorialJorgeCastilho
jorgecastilho@aurinegra.pt
Largo Florindo José Frota, 17
3060-318 Febres
Tels.: 231 469 090
Fax: 231 469 092
jornal@aurinegra.pt
www.aurinegra.pt
www.facebook.com/jornal.aurinegra
DIRECTOR: Jorge Castilho
DEP. COMERCIAL: 927 516 459
comercial@aurinegra.pt
PROPRIEDADE: Gira Sol
Associação de Desenvolvimento de Febres
NIPC 506 023 281
IMPRESSÃO: FIG, Coimbra TIRAGEM: 2.500 exemplares
REDACÇÃO:
CarolinaLeitão [estagiária]
carolinaleitao@aurinegra.pt
FilipadoCarmo [CP 9.445]
filipadocarmo@aurinegra.pt
JorgeCastilho [CP 99]
jorgecastilho@aurinegra.pt
PAGINAÇÃO: Bruno Pires
(brunopiresdesign@gmail.com)
A deputada do Partido Comunista Português (PCP),
Rita Rato, reuniu, na passada terça-feira (22 de Julho),
com o Conselho de Administração do Hospital do Ar-
cebispo João Crisóstomo. À saída da unidade hospi-
talar de Cantanhede, a responsável manifestou a sua
preocupação com a possível privatização do Hospital,
lembrando que “o PCP tem acompanhado de perto
esta situação”. A deputada considera que está em
causa a garantia da qualidade dos serviços prestados
à população, mas também a situação laboral dos co-
laboradores desta unidade de saúde. “A privatização
terá, seguramente, um impacto negativo no vínculo
laboral destes trabalhadores, podendo facilitar situa-
ções de precariedade, uma vez que o decreto-Lei que
sustenta esta privatização prevê uma redução de 25%
na verba para remuneração do pessoal”.
Para Rita Rato, o Serviço Nacional de Saúde tem que
continuar a ser universal e tendencialmente gratui-
to, e “não deve ser transformado num negócio”. A
propósito lembrou “o investimento público de mais
de 3,5 milhões de euros que foi feito no Hospital de
Cantanhede”, criticando que sejam os futuros gesto-
res privados a beneficiarem dessa mais-valia. A depu-
tada ficou, ainda, a par das iniciativas que estão a ser
promovidas pelo MUSP – Movimento de Utentes dos
Serviços Públicos, que se prepara para entregar na
Assembleia da República uma petição pública contra
a privatização do Hospital de Cantanhede, algo que
consideram ser um ataque ao Estado Social e aos
cuidados de saúde de proximidade, num “momento
particularmente delicado, em que as pessoas são con-
frontadas com problemas económicos e financeiros”,
reforçou Graça Pedrosa, dirigente do Movimento.
RitaRatopreocupada
comprivatizaçãodoHospital
deCantanhede
Sai à sexta-feira
PRÓXIMA EDIÇÃO: 8 AGOSTO 2014

Mais conteúdo relacionado

Destaque

32 final window detail lw5 lw6 ready plot a1 titleblock landscape updated
32 final window detail lw5 lw6 ready plot a1 titleblock landscape updated32 final window detail lw5 lw6 ready plot a1 titleblock landscape updated
32 final window detail lw5 lw6 ready plot a1 titleblock landscape updatedBaddy Peigun
 
Calendario evaluaciones 2015_version1.9-1(1)
Calendario evaluaciones 2015_version1.9-1(1)Calendario evaluaciones 2015_version1.9-1(1)
Calendario evaluaciones 2015_version1.9-1(1)yuuki_88
 
Keadaan dan sifat jin
Keadaan dan sifat jinKeadaan dan sifat jin
Keadaan dan sifat jinErman Hidayat
 
влияние социальных сетей на развитие личности панченко
влияние социальных сетей на развитие личности панченковлияние социальных сетей на развитие личности панченко
влияние социальных сетей на развитие личности панченкоsodrugestvo
 

Destaque (6)

32 final window detail lw5 lw6 ready plot a1 titleblock landscape updated
32 final window detail lw5 lw6 ready plot a1 titleblock landscape updated32 final window detail lw5 lw6 ready plot a1 titleblock landscape updated
32 final window detail lw5 lw6 ready plot a1 titleblock landscape updated
 
Naren.J
Naren.JNaren.J
Naren.J
 
Jumat
JumatJumat
Jumat
 
Calendario evaluaciones 2015_version1.9-1(1)
Calendario evaluaciones 2015_version1.9-1(1)Calendario evaluaciones 2015_version1.9-1(1)
Calendario evaluaciones 2015_version1.9-1(1)
 
Keadaan dan sifat jin
Keadaan dan sifat jinKeadaan dan sifat jin
Keadaan dan sifat jin
 
влияние социальных сетей на развитие личности панченко
влияние социальных сетей на развитие личности панченковлияние социальных сетей на развитие личности панченко
влияние социальных сетей на развитие личности панченко
 

Semelhante a hotel_tocha_leilao

Semelhante a hotel_tocha_leilao (18)

O Alterense 4
O Alterense 4O Alterense 4
O Alterense 4
 
O Centro - n.º 64 – 17.12.2008
O Centro - n.º 64 – 17.12.2008O Centro - n.º 64 – 17.12.2008
O Centro - n.º 64 – 17.12.2008
 
Dinheirinho
DinheirinhoDinheirinho
Dinheirinho
 
Dinheirinho
DinheirinhoDinheirinho
Dinheirinho
 
Dinheirinho
DinheirinhoDinheirinho
Dinheirinho
 
O Centro - n.º 55 – 16.07.2008
O Centro - n.º 55 – 16.07.2008O Centro - n.º 55 – 16.07.2008
O Centro - n.º 55 – 16.07.2008
 
O Alterense 36.pdf
O Alterense 36.pdfO Alterense 36.pdf
O Alterense 36.pdf
 
O alterense 31
O alterense 31O alterense 31
O alterense 31
 
Diz Jornal 178
Diz Jornal 178Diz Jornal 178
Diz Jornal 178
 
Edicao26 final
Edicao26 finalEdicao26 final
Edicao26 final
 
TEXTOS DE CIRCUNSTÂNCIA - 2
TEXTOS DE CIRCUNSTÂNCIA - 2TEXTOS DE CIRCUNSTÂNCIA - 2
TEXTOS DE CIRCUNSTÂNCIA - 2
 
Jornal MAPA
Jornal MAPAJornal MAPA
Jornal MAPA
 
O Alterense 40.pdf
O Alterense 40.pdfO Alterense 40.pdf
O Alterense 40.pdf
 
As-elites-do-Governo-e-do-Judiciario-que-ficaram-com-o-espaco-do-antigo-Merca...
As-elites-do-Governo-e-do-Judiciario-que-ficaram-com-o-espaco-do-antigo-Merca...As-elites-do-Governo-e-do-Judiciario-que-ficaram-com-o-espaco-do-antigo-Merca...
As-elites-do-Governo-e-do-Judiciario-que-ficaram-com-o-espaco-do-antigo-Merca...
 
Salvemos Ouro Preto
Salvemos Ouro PretoSalvemos Ouro Preto
Salvemos Ouro Preto
 
impasse_centro_congressos_coimbra
impasse_centro_congressos_coimbraimpasse_centro_congressos_coimbra
impasse_centro_congressos_coimbra
 
O Alterense 2
O Alterense 2O Alterense 2
O Alterense 2
 
CDU Alter do Chão: GOP (2014-2017)
CDU Alter do Chão: GOP (2014-2017)CDU Alter do Chão: GOP (2014-2017)
CDU Alter do Chão: GOP (2014-2017)
 

Mais de Maria_Papoila

perfil_pde_pedro_miranda
perfil_pde_pedro_mirandaperfil_pde_pedro_miranda
perfil_pde_pedro_mirandaMaria_Papoila
 
perfil_general_freire
perfil_general_freireperfil_general_freire
perfil_general_freireMaria_Papoila
 
perfil_carlos_migueis
perfil_carlos_migueisperfil_carlos_migueis
perfil_carlos_migueisMaria_Papoila
 
entrevista_picado_santos
entrevista_picado_santosentrevista_picado_santos
entrevista_picado_santosMaria_Papoila
 
entrevista_xavier_viegas
entrevista_xavier_viegasentrevista_xavier_viegas
entrevista_xavier_viegasMaria_Papoila
 
futebol_febres_trofense
futebol_febres_trofensefutebol_febres_trofense
futebol_febres_trofenseMaria_Papoila
 
futebol_febres_2elm_taca_pt
futebol_febres_2elm_taca_ptfutebol_febres_2elm_taca_pt
futebol_febres_2elm_taca_ptMaria_Papoila
 
futebol_balanco_1volta
futebol_balanco_1voltafutebol_balanco_1volta
futebol_balanco_1voltaMaria_Papoila
 
report_revivalismo_no_supermercado
report_revivalismo_no_supermercadoreport_revivalismo_no_supermercado
report_revivalismo_no_supermercadoMaria_Papoila
 
social_renato_seabra
social_renato_seabrasocial_renato_seabra
social_renato_seabraMaria_Papoila
 
lei_animais_companhia
lei_animais_companhialei_animais_companhia
lei_animais_companhiaMaria_Papoila
 
evento_manif_freguesias
evento_manif_freguesiasevento_manif_freguesias
evento_manif_freguesiasMaria_Papoila
 
report_casamento_crise
report_casamento_crisereport_casamento_crise
report_casamento_criseMaria_Papoila
 

Mais de Maria_Papoila (20)

perfil_pde_pedro_miranda
perfil_pde_pedro_mirandaperfil_pde_pedro_miranda
perfil_pde_pedro_miranda
 
perfil_general_freire
perfil_general_freireperfil_general_freire
perfil_general_freire
 
perfil_jose_cid
perfil_jose_cidperfil_jose_cid
perfil_jose_cid
 
perfil_carlos_migueis
perfil_carlos_migueisperfil_carlos_migueis
perfil_carlos_migueis
 
entrevista_picado_santos
entrevista_picado_santosentrevista_picado_santos
entrevista_picado_santos
 
entrevista_xavier_viegas
entrevista_xavier_viegasentrevista_xavier_viegas
entrevista_xavier_viegas
 
um_dia_com_florbela
um_dia_com_florbelaum_dia_com_florbela
um_dia_com_florbela
 
futebol_no_feminino
futebol_no_femininofutebol_no_feminino
futebol_no_feminino
 
futebol_febres_trofense
futebol_febres_trofensefutebol_febres_trofense
futebol_febres_trofense
 
futebol_febres_2elm_taca_pt
futebol_febres_2elm_taca_ptfutebol_febres_2elm_taca_pt
futebol_febres_2elm_taca_pt
 
futebol_balanco_1volta
futebol_balanco_1voltafutebol_balanco_1volta
futebol_balanco_1volta
 
report_revivalismo_no_supermercado
report_revivalismo_no_supermercadoreport_revivalismo_no_supermercado
report_revivalismo_no_supermercado
 
report_deficiencia
report_deficienciareport_deficiencia
report_deficiencia
 
social_renato_seabra
social_renato_seabrasocial_renato_seabra
social_renato_seabra
 
lei_animais_companhia
lei_animais_companhialei_animais_companhia
lei_animais_companhia
 
evento_religiao
evento_religiaoevento_religiao
evento_religiao
 
evento_manif_freguesias
evento_manif_freguesiasevento_manif_freguesias
evento_manif_freguesias
 
report_casamento_crise
report_casamento_crisereport_casamento_crise
report_casamento_crise
 
report_idosos_sos
report_idosos_sosreport_idosos_sos
report_idosos_sos
 
herois_do_mar
herois_do_marherois_do_mar
herois_do_mar
 

hotel_tocha_leilao

  • 1. 3 25 JULHO 2014 | “Exigimos a devolução dos terrenos do hotel ao povo”, era a mensagem que podia ler-se em panfletosdistribuídosnamanhã de 16 de Julho na Praia da To- cha.Aosaberemquenessemes- modia,pelas12h00,iriaaleilão o terreno destinado à constru- çãodaunidadehoteleiradeluxo prevista para a estância balnear cantanhedense – e que neste momento,anosvolvidosdesdea data de lançamento da primeira pedradaempreitada,nãoémais do que uma estrutura de betão e metal à mercê do desgaste do tempo – os moradores da Rua doNortedecidirammarcarpre- sençanolocal. Recorde-se que o descon- tentamento da população já motivou uma acção popular cí- velcontraaAutarquiadeCanta- nhedeeaWorldHotel,empresa gestoradoequipamentoqueen- tretantofoideclaradainsolvente. E foi precisamente por determi- nação do administrador desse processo de insolvência que foi agendado o leilão do terreno “considerado projecto PIN – Po- tencial Interesse Nacional e cujo lançamento da primeira pedra teve lugar a 23 de Setembro de 2011, na presença de membros do Governo”, conforme infor- maçãoconstantedoanúnciodo leilão. “A Leiloeira” especificava as características e tipologia do futuro hotel, descrevendo as várias comodidades previstas no projecto, mas a advogada que representa a Comissão da Rua do Norte da Praia da To- cha estranhou que tenha sido omitidaainformaçãodequehá processos judiciais a correrem os seus trâmites nos tribunais. “A Lei não impede que se venda este terreno, exige é que seja de- vidamente esclarecida qualquer acção judicial pendente relativa ao imóvel em apreço”, esclare- ceu Sílvia de Carvalho. A cau- sídica garantiu ao nosso Jornal que a leiloeira “tinha conheci- mento dos processos”, apontan- do“faltadetransparência”aos responsáveis, que anexaram às condições de venda do terre- no “uma certidão predial não actualizada, em que não consta registodaacçãopopular”. A referência a esta omissão durante o leilão fez com que os ânimosseexaltassem.Oimóvel foi apresentado como estando “livredeónuseencargos”,algo que a advogada Sílvia de Car- valho refuta liminarmente. “O registo de uma acção popular é um ónus, é um encargo”. Já o MunicípiodeCantanhede,que também se fez representar no local,adiantouemcomunicado quetemvindoaacompanharo processo “de perto, com parti- cularcuidado,dentrodascondi- ções legais estabelecidas. Como é do conhecimento geral, a Autar- quia é completamente alheia ao problema criado com a falência daempresapromotoradoinves- timento, mas está, como sempre esteve, empenhada em que seja encontrada a melhor solução possível para a situação cria- da”. O leilão terminou sem lici- tações, uma vez que, aparente- mente, não houve interessados em adquirir o terreno. O sinu- oso processo de construção de umaunidadehoteleiradecinco estrelas na Praia da Tocha con- tinua,assim,num impasse sem fimàvista.|FC Átrio Hoje deveria ocupar este espaço apenas com elogios à EXPOFACIC (a Exposição-Feira Agrí- cola, Comercial e Industrial de Cantanhede), que nesta24.ªediçãoapareceaindamaispujante.Qua- seumquartodeséculoaconseguirquecadanova edição supere a anterior, assumindo-se como o maisimportantecertamedogéneroemPortugal,é um trabalho muito meritório,que faz jus aos mais rasgadosencómios.Parabéns,pois,atodososque paratalêxitotêmcontribuído! Porém, ao contrário do regozijo que esta rea- lidade justifica,os últimos dias têm sido pródigos emacontecimentoslamentáveis,queimpõembre- vesalusões. A nível do País, os fogos florestais voltam a fazer vítimas. Foi no passado dia 16 que uma viatura dos Bombeiros de Miranda do Douro foi apanhada por um incêndio em Macedo de Cava- leiros, ficando completamente destruída e feridos os 4 voluntários que nela seguiam. Recordo que na anterior edição deste jornal alertei para a falta de material adequado (apesar dos milhões que o Estado investe todos os anos), mas também para a impreparação de muitos dos bombeiros e os erros de comando que terão estado na origem do terrível balanço dos incêndios do ano passado. Poucosdiasdepoisissoviriaaserconfirmado,em declarações à TVI, por Xavier Viegas, Professor daUniversidadedeCoimbraeumdosmaisrepu- tadosespecialistasemfogosflorestais.Destavez,o comandantedacorporaçãodeMirandadoDouro veio declarar que o acidente terá ficado a dever-se a grave erro do responsável pelas operações de combate. Oxalá não tenhamos de lamentar mais situaçõesdestanatureza,comresultadostrágicos. Trágicocontinuaaseroconflitoisraelo-árabe, que agora voltou a assumir proporções catastrófi- cas, que se cifram, no momento em que escrevo, emmaisde700mortosemilharesdeferidosentre oshabitantesdaFaixadeGaza;ecercade40mor- tosedezenasdeferidosentreosmilitaresisraelitas. A desproporção entre os números de cada um dos lados já é bem eloquente. Mas mais chocan- te se torna quando se sabe que entre as vítimas da Palestina estão centenas de crianças, mulheres e idosos – já que as forças judaicas têm atacado não só zonas residenciais,mas também hospitais e es- colas!BemqueaOrganizaçãodasNaçõesUnidas (ONU),tal como muitos outros países,apelam ao cessar-fogo,às tréguas que possibilitem conversa- ções para pôr termo à matança. Mas o ribombar dos disparos das armas e a explosão dos ódios recíprocos, continuam a abafar as vozes do bom senso… Ora bom senso foi o que também faltou na vergonhosa ampliação da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Foi na passa- da quarta-feira (dia 23), em Timor Leste, onde decorreu a X Conferência de Chefes de Estado e de Governo desta Comunidade, e onde deveria ser votada a insólita adesão da Guiné-Equatorial, onde não se fala português (é uma antiga colónia espanhola, que tem o francês como segunda lín- guaoficial). Para além disso, trata-se de um País gover- nado por um ditador que não respeita os direitos humanosequetemvindoaacumularumafortuna colossalàcustadaexploraçãodoseupovo. Pelos vistos, porém, isso pouco importa. Ou seja,oqueeraumaComunidademuitorespeitável ecomenormepotencialparaseimpornoMundo, ter-se-á transformado agora num clube despresti- giado,aberto a gente pouco recomendável,desde quedispostaapagarbempelaentrada… Odesplantefoital,queoingressonemsequer chegou a ser votado, com o Presidente daquele País (o ditador Teodoro Obiang, considerado o oitavo mais rico do Mundo) a ser chamado para a Mesa logo no início da Conferência,onde se sen- tavam o Presidente da República de Portugal e o Primeiro-Ministro. Perante o facto consumado, Cavaco Silva e Passos Coelho admitiram depois, em conferência de imprensa, que foram “surpreendidos” pelo anúncio da adesão, mas desvalorizaram essa “in- cidência protocolar”(sic) em nome do sucesso da CimeiradeDili. Esta situação trouxe-me à memória o que aconteceu em Moçambique em 1895, quando as tropas portuguesas comandadas por Mouzi- nho de Albuquerque derrotaram Gungunhana, o poderoso Imperador dos Vátuas, obrigando-o ao humilhante gesto de se pôr de cócoras, frente ao seu povo,submisso aos pés dos colonizadores. Pois agora, 119 anos volvidos, os papéis inverte- ram-se… A vingança de Gungunhana fichatécnica Terreno para construção de hotel de luxo na Praia da Tocha sem compradores Moradores que interpuseram acção contra o Município marcaram presença no leilão Não houve interessados em adquirir o terreno destinado à construção do hotel de cinco estrelas previsto para a Praia da Tocha, que foi a leilão no dia 16 de Julho. No local, marcaram presença os moradores da Rua do Norte, que interpuseram uma acção popular cível contra o Município de Cantanhede e a empresa gestora do equipamento – entretanto declarada insolvente. EditorialJorgeCastilho jorgecastilho@aurinegra.pt Largo Florindo José Frota, 17 3060-318 Febres Tels.: 231 469 090 Fax: 231 469 092 jornal@aurinegra.pt www.aurinegra.pt www.facebook.com/jornal.aurinegra DIRECTOR: Jorge Castilho DEP. COMERCIAL: 927 516 459 comercial@aurinegra.pt PROPRIEDADE: Gira Sol Associação de Desenvolvimento de Febres NIPC 506 023 281 IMPRESSÃO: FIG, Coimbra TIRAGEM: 2.500 exemplares REDACÇÃO: CarolinaLeitão [estagiária] carolinaleitao@aurinegra.pt FilipadoCarmo [CP 9.445] filipadocarmo@aurinegra.pt JorgeCastilho [CP 99] jorgecastilho@aurinegra.pt PAGINAÇÃO: Bruno Pires (brunopiresdesign@gmail.com) A deputada do Partido Comunista Português (PCP), Rita Rato, reuniu, na passada terça-feira (22 de Julho), com o Conselho de Administração do Hospital do Ar- cebispo João Crisóstomo. À saída da unidade hospi- talar de Cantanhede, a responsável manifestou a sua preocupação com a possível privatização do Hospital, lembrando que “o PCP tem acompanhado de perto esta situação”. A deputada considera que está em causa a garantia da qualidade dos serviços prestados à população, mas também a situação laboral dos co- laboradores desta unidade de saúde. “A privatização terá, seguramente, um impacto negativo no vínculo laboral destes trabalhadores, podendo facilitar situa- ções de precariedade, uma vez que o decreto-Lei que sustenta esta privatização prevê uma redução de 25% na verba para remuneração do pessoal”. Para Rita Rato, o Serviço Nacional de Saúde tem que continuar a ser universal e tendencialmente gratui- to, e “não deve ser transformado num negócio”. A propósito lembrou “o investimento público de mais de 3,5 milhões de euros que foi feito no Hospital de Cantanhede”, criticando que sejam os futuros gesto- res privados a beneficiarem dessa mais-valia. A depu- tada ficou, ainda, a par das iniciativas que estão a ser promovidas pelo MUSP – Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, que se prepara para entregar na Assembleia da República uma petição pública contra a privatização do Hospital de Cantanhede, algo que consideram ser um ataque ao Estado Social e aos cuidados de saúde de proximidade, num “momento particularmente delicado, em que as pessoas são con- frontadas com problemas económicos e financeiros”, reforçou Graça Pedrosa, dirigente do Movimento. RitaRatopreocupada comprivatizaçãodoHospital deCantanhede Sai à sexta-feira PRÓXIMA EDIÇÃO: 8 AGOSTO 2014