SlideShare uma empresa Scribd logo
4
| 24 Maio 2013
Nasceu em Cantanhede, na Rua
AntónioJosédeAlmeida,a2deFeve-
reirode1925.Écomnotórioorgulho
que fala das suas raízes na Gândara,
da sua família, dos exemplos que foi
bebendo de pais e avós. “O meu pai
era um gandarês da Camarneira e a
minha mãe nasceu no Brasil. Chegou
a Cantanhede no dia 5 de Outubro de
1910, com um ano de idade, nos bra-
çosdeminhaavó.Omeuavôtinhaido
para o Brasil com 17 anos, num gru-
poqueiatrabalharparaa‘estradade
ferro’ [caminho-de-ferro], e foi lá que
encontrou a minha avó”, recorda. A
família estabeleceu-se em Cantanhe-
de, uma vila que, ao tempo, oferecia
já algumas comodidades e qualidade
devida:“SempreviCantanhedecomo
uma vila desenvolvida, sobretudo no
aspecto comercial. Os armazéns de
merceariaseramoseupontoforte,om-
breando com os de Coimbra, Figueira
da Foz e Aveiro. Cantanhede foi sem-
pre um centro comercial apreciável”,
garante.
Completou a instrução primária
em Cantanhede, ingressando, de-
pois, no incontornável Colégio In-
fante de Sagres.“Guardo muito boas
memórias desse tempo. Era sobretudo
mariola e era conhecido entre os cole-
gas por algumas brincadeiras”. Mas
nem por isso prejudicou o seu per-
curso escolar, que acabaria por levá-
-lo até Coimbra, ao Liceu D. João
III, a fim de completar os estudos
liceais. “Foi aí que adoeci, que veio à
tona a doença… a tuberculose”. No
dia em que deveria ter feito o exame
jáestavadecamae,poucotempode-
pois,acabou por ter que dar entrada
num sanatório na Serra do Caramu-
lo,local onde passou dois anos – um
período difícil e que muito o mar-
cou. Começava, então, a “campa-
nha do Caramulo”, como foi por si
apelidada no seu livro “Jubilação”.
“Começou, então, a minha cruz. Vi
morrer muitos da minha idade, mais
novos e mais velhos também. Ainda
assim, nunca me convenci que mor-
ria, e por uma vez acertei”, diz.
Ainda em “Jubilação”, Carlos
Miguéis escreve sobre a doença e
a passagem pelo sanatório: “Para
além de ter ‘posto à prova’ – e refor-
çado – aquilo em que eu já acredita-
va, foi uma experiência que marcou,
indelevelmente, o resto da minha
vida. A fé e a esperança nunca me
abandonaram”. Regressou do Ca-
ramulo “com vida e saúde”, cheio de
uma fé renovada, mais forte, e con-
victo de que o mais importante “é
ser fiel a si mesmo”. Foi lá, também,
que escolheu a sua futura profissão.
Decidiu que haveria de ser médico,
e cumpriu.
A amizade do mestre
Cursou Medicina na Universi-
dade de Coimbra,ainda que olhasse
para os estudos “com um olhar um
pouco distante. Não era o que mais
me preocupava na altura… ain-
da pensava muito na tuberculose.
Depois, pouco a pouco, vai-se esque-
cendo”. Fez o curso com alguma fa-
cilidade e, concluída a licenciatura,
era hora de escolher a especialidade:
“Em conversa com o Doutor Carlos
Gonçalves, tisiologista, foi-me sugeri-
da a especialidade de ‘ouvidos, nariz
e garganta’. Depois, em Lisboa, en-
quanto frequentava um curso de Me-
GentedeOuro
Carlos Alberto dos Santos Miguéis nasceu em Cantanhede,
corria o ano de 1925. Foi lá que viveu até completar 17 anos, momento em que
rumou a Coimbra a fim de prosseguir os estudos. É então que acontece algo
que o mudaria para sempre, ajudando a definir o homem em que se tornou e a
forma como decidiu encarar a vida: acometido pela tuberculose, vive dois anos
em “exílio” forçado num sanatório na Serra do Caramulo. Regressa de uma via-
gem que para muitos teve apenas “bilhete de ida” com uma certeza – a de que
havia de ser médico. Otorrinolaringologista e professor catedrático da Faculda-
de de Medicina da Universidade de Coimbra durante décadas, jubilou-se em
1995. Hoje, tem nos livros e na família as suas principais ocupações.
BI
Homem simples, muito
ligado à terra, franco e de
boa-fé. É assim que Carlos
Miguéis se define num
dos livros que escreveu.
Gandarês de gema,
autêntico — tal como seu
pai —, mantém bem fortes
as raízes que o prendem
à terra onde nasceu e que
ainda hoje visita amiúde.
Com apenas 17 anos, com
toda uma vida pela frente
e a coragem para enfrentar
mil obstáculos, viu-se
subjugado pela tuberculose,
peste que tantas vidas
ceifou e que indelevelmente
o marcou. Venceu a
doença e fez-se médico
otorrinolaringologista,
especialidade em que teve
como mestre, em Bordéus,
Georges Portmann, um dos
mais proeminentes clínicos
dessa área.
Renascer
para a Medicina
Filipa do Carmo
filipadocarmo@aurinegra.pt
“Eu tinha um ‘cliente’ que era o Miguel Torga, e foi por ‘culpa’ dele que
comecei a escrever”, revela. Escritor e médico, procurou, um dia, os servi-
ços de Carlos Miguéis: “Consultei-o, operei-o e correu tudo muito bem.
Ficámos amigos, conversávamos muito”, lembra. Numa das muitas oca-
siões em que trocaram impressões e debateram pontos de vista, estava
Miguel Torga internado no IPO de Coimbra, Carlos Miguéis contou ao
amigo que estava a preparar uma palestra sobre vertigem. “’Não fale dis-
so, ninguém sabe nada sobre isso!’, disse-me ele. Expliquei-lhe que era
tema difícil mas que era possível compreender-se, quando se pesquisava
nas fontes certas”.
Depois de proferida a comunicação, Carlos Miguéis levou até Miguel Tor-
ga o seu texto: “Disse-me que finalmente tinha compreendido o assunto
e fez-me prometer que ia publicar o texto. Foi por sugestão do Miguel
Torga que publiquei o meu livro ‘Vertigem’”, partilha. O livro acabaria por
esgotar e a relação entre os dois médicos floresceu: “Ficámos amigos,
uma relação de confiança, sobretudo”.
O “cliente”,
amigo e poeta
Carlos Miguéis aos quatro anos
5
24 Maio 2013 |
dicina Sanitária, encontrei no banco do Hospi-
taldeS.Joséumcolegaotorrinolaringologista,o
Doutor Samuel Ruah, e foi ele que me fez decidir
em definitivo por essa área”.
A inexistência de Serviço de Otorrinola-
ringologia nos Hospitais da Universidade de
Coimbra–aotempohaviaapenasconsulta–fez
com que pensasse no estrangeiro como alter-
nativa. “Por essa altura havia livros da autoria
de Georges Portmann, considerado o ‘papa’ da
otorrino mundial. Era francês e estava em Bor-
déus. Apoiado pelo meu pai decidi escrever para
lá”, conta. Munido da resposta que recebera à
sua missiva e de muita determinação, rumou a
Bordéus.“EraumServiçodeponta,oServiçode
OtorrinolaringologiadaFaculdadedeMedicina
deBordéus…oServiçoPortmann.Eraformidá-
vel!”. Chegou em 1954 e acabaria por ficar seis
anos. Mais do que um mestre, que o “adoptou
como filho espiritual”, ganhou um amigo para a
vida. “Tive o privilégio de o ter como ‘padrinho’
na cerimónia solene de imposição de insígnias
doutorais, em 1967, em Coimbra. Visitava-o
pelomenostrêsvezesporanoeconsiderei-mesem-
preseudiscípulo.Aindahoje,paratodaavida”.
Era chegado o tempo de regressar a Portu-
gal e a Coimbra. Abraçou, então, novos desa-
fios: a tese de doutoramento e,posteriormente,
a docência na Faculdade de Medicina da Uni-
versidade de Coimbra. Foi director de Serviço
de Otorrinolaringologia e presidente da Direc-
ção da Sociedade Portuguesa de Otorrinola-
ringologia (1981-1985), tendo leccionado na
Universidade durante quase três décadas. Ju-
bilou-se em 1995, mantendo a actividade clí-
nica durante alguns anos no seu consultório
de sempre, na Avenida Sá da Bandeira. Leitor
ávido,foi-se dedicando,também,à escrita [ver
caixa]. É pai de sete filhos, quatro dos quais
são médicos otorrinos: “Tiveram pouca ima-
ginação”, brinca. “Não deve haver no mundo
outro caso assim. Não posso dizer que não tive
nada que ver com isso, mas foram eles que esco-
lheram”. Despretensioso e humilde, demons-
tra,aos 88 anos,uma admirável capacidade de
sorrir, um sentido de humor ágil e apurado.
Homem simples, muito ligado à terra (e à sua
terra,Cantanhede),franco e de boa-fé,como o
próprio se caracteriza, venceu a adversidade e
agarrou-se à vida – não como o náufrago que
se debate para não se afogar, mas com a sere-
nidade e tranquilidade de quem tem na fé e na
esperança a sua salvação.
GentedeOuro
Começou, então, a minha cruz. Vi morrer
muitos da minha idade, mais novos e mais
velhos também. Ainda assim, nunca me
convenci que morria, e por uma vez acertei”
“
PUB
Pedro Castelo-Branco, investigador no Hospital “Sick Children” de Toronto,
publicou recentemente na prestigiada revista de oncologia clínica “The Lancet
Oncology” um estudo onde descreve um novo biomarcador de cancro. Este tra-
balho envolveu um grupo de 350 pacientes com tumores cerebrais, oriundos de
múltiplos centros de Investigação Oncológica da Europa e América do Norte.
Pedro Castelo-Branco e seus colegas descrevem que uma determinada área do
genehTERTcontraialteraçõesepigenéticassomenteemtumoresmalignos.Este
biomarcador tem fortes implicações clínicas, tais como o diagnóstico do grau do
tumor separando pacientes de baixo e alto risco, o que permitirá desenhar tera-
pias ajustadas a cada indivíduo. “Por um lado, os pacientes de alto risco poderão
ter terapias mais agressivas, enquanto os de baixo risco poderão ver as suas tera-
pias diminuídas, reduzindo assim efeitos secundários” – confirma o investigador
natural de Covões, Cantanhede.
Estes estudos foram realizados maioritariamente em tumores pediátricos, mas os
autores acreditam ser generalizáveis a tumores de adultos. Já em andamento
está um consórcio internacional que envolve Instituições alemãs, austríacas, ca-
nadianas e portuguesas, e que pretende avaliar o potencial deste biomarcador
no cancro da próstata. Pedro Castelo-Branco licenciou-se em Biologia pela Uni-
versidade de Aveiro e iniciou investigação em França, em 1997. Doutorado pela
UniversidadedeOxford,emInglaterra,estádesde2008emToronto(Canadá),no
departamento de Oncologia do Hospital Pediátrico “Sick Children”.
Decorreu no passado fim-de-semana, nas Piscinas Municipais Rui Abreu (Coim-
bra), a edição de 2013 do Torneio Nadador Completo, competição organizada
pela Associação de Natação de Coimbra e replicada em todas as associações
regionais do País. Este torneio consistiu na realização de cinco provas de 100 m
(nas diversas disciplinas) e uma de 200 estilos, com posterior soma das marcas
obtidas nas referidas provas para elaboração de uma classificação individual. Es-
tiveram em competição 184 nadadores em representação de 13 Clubes, tendo
a Associação de Solidariedade Social Sociedade Columbófila Cantanhedense
marcado presença com 18 atletas. Os destaques individuais deste torneio vão
para os atletas Gabriel Gomes (Infantil A) e Mariana Guerra (Júnior e Absoluto),
que no final da competição venceram o torneio nos seus escalões.
Houve, ainda, outros nadadores da Sociedade Columbófila a atingir lugares de
pódio. No sector feminino, Sara Alves em 2.º lugar (Inf B) e Ana Reis em 3.º (Inf A);
no sector masculino, José Neto obteve o 3.º lugar (Inf A); Diogo Marques e Lean-
droMotaforam2.ºe3.ºrespectivamente(JuvB)eEduardoCarvalheiro3.º(JuvA).
Pedro Castelo-Branco
descobre biomarcador
de cancro
Mariana Guerra e Gabriel Gomes
em destaque no “Nadador Completo”

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a perfil_carlos_migueis

Almeida goncalves
Almeida goncalvesAlmeida goncalves
Almeida goncalves
Ccrs Santarem
 
Discurso de Posse Cadeira No. 21 ABRAMES Sérgio Pitaki
Discurso de Posse Cadeira No. 21 ABRAMES Sérgio PitakiDiscurso de Posse Cadeira No. 21 ABRAMES Sérgio Pitaki
Discurso de Posse Cadeira No. 21 ABRAMES Sérgio Pitaki
Sérgio Pitaki
 
Gralha Azul No. 3 - Sobrames Paraná - Setembro 2010
Gralha Azul No. 3 - Sobrames Paraná - Setembro 2010Gralha Azul No. 3 - Sobrames Paraná - Setembro 2010
Gralha Azul No. 3 - Sobrames Paraná - Setembro 2010
Sérgio Pitaki
 
perfil_duarte_vieira
perfil_duarte_vieiraperfil_duarte_vieira
perfil_duarte_vieira
Maria_Papoila
 
Da dor nasce o amor trecho
Da dor nasce o amor trechoDa dor nasce o amor trecho
Da dor nasce o amor trecho
Alice Santos Almeida Santos
 
Gralha Azul No. 7 - Sobrames Paraná - Janeiro 2011
Gralha Azul No. 7 - Sobrames Paraná - Janeiro 2011Gralha Azul No. 7 - Sobrames Paraná - Janeiro 2011
Gralha Azul No. 7 - Sobrames Paraná - Janeiro 2011
Sérgio Pitaki
 
DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA PARANAENSE DE MEDICINA - CADEIRA No. 27 - SÉRG...
DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA PARANAENSE DE MEDICINA - CADEIRA No. 27 -  SÉRG...DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA PARANAENSE DE MEDICINA - CADEIRA No. 27 -  SÉRG...
DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA PARANAENSE DE MEDICINA - CADEIRA No. 27 - SÉRG...
Sérgio Pitaki
 
A Morte É Um Dia que Vale a Pena Viver - Ana Claudia.pdf
A Morte É Um Dia que Vale a Pena Viver - Ana Claudia.pdfA Morte É Um Dia que Vale a Pena Viver - Ana Claudia.pdf
A Morte É Um Dia que Vale a Pena Viver - Ana Claudia.pdf
PauloCesarSilva45
 
A CURA DO CÂNCER - livro de Eric Campos Bastos Guedes
A CURA DO CÂNCER - livro de Eric Campos Bastos GuedesA CURA DO CÂNCER - livro de Eric Campos Bastos Guedes
A CURA DO CÂNCER - livro de Eric Campos Bastos Guedes
autônomo
 
LATEC - UFF. A COMUNICAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO.
LATEC - UFF. A COMUNICAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO.LATEC - UFF. A COMUNICAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO.
LATEC - UFF. A COMUNICAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO.
LATEC - UFF
 
perfil_odete_isabel
perfil_odete_isabelperfil_odete_isabel
perfil_odete_isabel
Maria_Papoila
 
GRALHA AZUL No. 7 - Janeiro - 2011
GRALHA AZUL No. 7 - Janeiro - 2011GRALHA AZUL No. 7 - Janeiro - 2011
GRALHA AZUL No. 7 - Janeiro - 2011
Sérgio Pitaki
 
Sobre a morte_e_o_morrer_elisabeth_kuble (2)
Sobre a morte_e_o_morrer_elisabeth_kuble (2)Sobre a morte_e_o_morrer_elisabeth_kuble (2)
Sobre a morte_e_o_morrer_elisabeth_kuble (2)
ciceroferreira23
 
Revista azt 2 jovens
Revista azt 2   jovensRevista azt 2   jovens
Materia revista proteçao
Materia revista proteçaoMateria revista proteçao
Materia revista proteçao
tonnypalestrante
 
Biografia luiz gonzaga
Biografia luiz gonzagaBiografia luiz gonzaga
Biografia luiz gonzaga
147741
 
Boletim esperança 08
Boletim esperança 08Boletim esperança 08
Boletim esperança 08
Robervaldu
 
A vida de carlos chagas
A vida de carlos chagasA vida de carlos chagas
A vida de carlos chagas
krirocha
 
Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...
Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...
Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...
MaurenMorrisson
 
Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...
Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...
Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...
vasconcelos11
 

Semelhante a perfil_carlos_migueis (20)

Almeida goncalves
Almeida goncalvesAlmeida goncalves
Almeida goncalves
 
Discurso de Posse Cadeira No. 21 ABRAMES Sérgio Pitaki
Discurso de Posse Cadeira No. 21 ABRAMES Sérgio PitakiDiscurso de Posse Cadeira No. 21 ABRAMES Sérgio Pitaki
Discurso de Posse Cadeira No. 21 ABRAMES Sérgio Pitaki
 
Gralha Azul No. 3 - Sobrames Paraná - Setembro 2010
Gralha Azul No. 3 - Sobrames Paraná - Setembro 2010Gralha Azul No. 3 - Sobrames Paraná - Setembro 2010
Gralha Azul No. 3 - Sobrames Paraná - Setembro 2010
 
perfil_duarte_vieira
perfil_duarte_vieiraperfil_duarte_vieira
perfil_duarte_vieira
 
Da dor nasce o amor trecho
Da dor nasce o amor trechoDa dor nasce o amor trecho
Da dor nasce o amor trecho
 
Gralha Azul No. 7 - Sobrames Paraná - Janeiro 2011
Gralha Azul No. 7 - Sobrames Paraná - Janeiro 2011Gralha Azul No. 7 - Sobrames Paraná - Janeiro 2011
Gralha Azul No. 7 - Sobrames Paraná - Janeiro 2011
 
DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA PARANAENSE DE MEDICINA - CADEIRA No. 27 - SÉRG...
DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA PARANAENSE DE MEDICINA - CADEIRA No. 27 -  SÉRG...DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA PARANAENSE DE MEDICINA - CADEIRA No. 27 -  SÉRG...
DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA PARANAENSE DE MEDICINA - CADEIRA No. 27 - SÉRG...
 
A Morte É Um Dia que Vale a Pena Viver - Ana Claudia.pdf
A Morte É Um Dia que Vale a Pena Viver - Ana Claudia.pdfA Morte É Um Dia que Vale a Pena Viver - Ana Claudia.pdf
A Morte É Um Dia que Vale a Pena Viver - Ana Claudia.pdf
 
A CURA DO CÂNCER - livro de Eric Campos Bastos Guedes
A CURA DO CÂNCER - livro de Eric Campos Bastos GuedesA CURA DO CÂNCER - livro de Eric Campos Bastos Guedes
A CURA DO CÂNCER - livro de Eric Campos Bastos Guedes
 
LATEC - UFF. A COMUNICAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO.
LATEC - UFF. A COMUNICAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO.LATEC - UFF. A COMUNICAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO.
LATEC - UFF. A COMUNICAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO.
 
perfil_odete_isabel
perfil_odete_isabelperfil_odete_isabel
perfil_odete_isabel
 
GRALHA AZUL No. 7 - Janeiro - 2011
GRALHA AZUL No. 7 - Janeiro - 2011GRALHA AZUL No. 7 - Janeiro - 2011
GRALHA AZUL No. 7 - Janeiro - 2011
 
Sobre a morte_e_o_morrer_elisabeth_kuble (2)
Sobre a morte_e_o_morrer_elisabeth_kuble (2)Sobre a morte_e_o_morrer_elisabeth_kuble (2)
Sobre a morte_e_o_morrer_elisabeth_kuble (2)
 
Revista azt 2 jovens
Revista azt 2   jovensRevista azt 2   jovens
Revista azt 2 jovens
 
Materia revista proteçao
Materia revista proteçaoMateria revista proteçao
Materia revista proteçao
 
Biografia luiz gonzaga
Biografia luiz gonzagaBiografia luiz gonzaga
Biografia luiz gonzaga
 
Boletim esperança 08
Boletim esperança 08Boletim esperança 08
Boletim esperança 08
 
A vida de carlos chagas
A vida de carlos chagasA vida de carlos chagas
A vida de carlos chagas
 
Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...
Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...
Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...
 
Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...
Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...
Avaliação dos hábitos de higiene bucal e da eficácia da utilização de escovas...
 

Mais de Maria_Papoila

perfil_pde_pedro_miranda
perfil_pde_pedro_mirandaperfil_pde_pedro_miranda
perfil_pde_pedro_miranda
Maria_Papoila
 
perfil_general_freire
perfil_general_freireperfil_general_freire
perfil_general_freireMaria_Papoila
 
perfil_jose_cid
perfil_jose_cidperfil_jose_cid
perfil_jose_cid
Maria_Papoila
 
entrevista_picado_santos
entrevista_picado_santosentrevista_picado_santos
entrevista_picado_santos
Maria_Papoila
 
entrevista_xavier_viegas
entrevista_xavier_viegasentrevista_xavier_viegas
entrevista_xavier_viegas
Maria_Papoila
 
um_dia_com_florbela
um_dia_com_florbelaum_dia_com_florbela
um_dia_com_florbela
Maria_Papoila
 
futebol_no_feminino
futebol_no_femininofutebol_no_feminino
futebol_no_feminino
Maria_Papoila
 
futebol_febres_trofense
futebol_febres_trofensefutebol_febres_trofense
futebol_febres_trofense
Maria_Papoila
 
futebol_febres_2elm_taca_pt
futebol_febres_2elm_taca_ptfutebol_febres_2elm_taca_pt
futebol_febres_2elm_taca_pt
Maria_Papoila
 
futebol_balanco_1volta
futebol_balanco_1voltafutebol_balanco_1volta
futebol_balanco_1volta
Maria_Papoila
 
report_revivalismo_no_supermercado
report_revivalismo_no_supermercadoreport_revivalismo_no_supermercado
report_revivalismo_no_supermercado
Maria_Papoila
 
report_deficiencia
report_deficienciareport_deficiencia
report_deficiencia
Maria_Papoila
 
social_renato_seabra
social_renato_seabrasocial_renato_seabra
social_renato_seabra
Maria_Papoila
 
lei_animais_companhia
lei_animais_companhialei_animais_companhia
lei_animais_companhia
Maria_Papoila
 
impasse_centro_congressos_coimbra
impasse_centro_congressos_coimbraimpasse_centro_congressos_coimbra
impasse_centro_congressos_coimbra
Maria_Papoila
 
hotel_tocha_leilao
hotel_tocha_leilaohotel_tocha_leilao
hotel_tocha_leilao
Maria_Papoila
 
evento_religiao
evento_religiaoevento_religiao
evento_religiao
Maria_Papoila
 
evento_manif_freguesias
evento_manif_freguesiasevento_manif_freguesias
evento_manif_freguesias
Maria_Papoila
 
report_casamento_crise
report_casamento_crisereport_casamento_crise
report_casamento_crise
Maria_Papoila
 
report_idosos_sos
report_idosos_sosreport_idosos_sos
report_idosos_sos
Maria_Papoila
 

Mais de Maria_Papoila (20)

perfil_pde_pedro_miranda
perfil_pde_pedro_mirandaperfil_pde_pedro_miranda
perfil_pde_pedro_miranda
 
perfil_general_freire
perfil_general_freireperfil_general_freire
perfil_general_freire
 
perfil_jose_cid
perfil_jose_cidperfil_jose_cid
perfil_jose_cid
 
entrevista_picado_santos
entrevista_picado_santosentrevista_picado_santos
entrevista_picado_santos
 
entrevista_xavier_viegas
entrevista_xavier_viegasentrevista_xavier_viegas
entrevista_xavier_viegas
 
um_dia_com_florbela
um_dia_com_florbelaum_dia_com_florbela
um_dia_com_florbela
 
futebol_no_feminino
futebol_no_femininofutebol_no_feminino
futebol_no_feminino
 
futebol_febres_trofense
futebol_febres_trofensefutebol_febres_trofense
futebol_febres_trofense
 
futebol_febres_2elm_taca_pt
futebol_febres_2elm_taca_ptfutebol_febres_2elm_taca_pt
futebol_febres_2elm_taca_pt
 
futebol_balanco_1volta
futebol_balanco_1voltafutebol_balanco_1volta
futebol_balanco_1volta
 
report_revivalismo_no_supermercado
report_revivalismo_no_supermercadoreport_revivalismo_no_supermercado
report_revivalismo_no_supermercado
 
report_deficiencia
report_deficienciareport_deficiencia
report_deficiencia
 
social_renato_seabra
social_renato_seabrasocial_renato_seabra
social_renato_seabra
 
lei_animais_companhia
lei_animais_companhialei_animais_companhia
lei_animais_companhia
 
impasse_centro_congressos_coimbra
impasse_centro_congressos_coimbraimpasse_centro_congressos_coimbra
impasse_centro_congressos_coimbra
 
hotel_tocha_leilao
hotel_tocha_leilaohotel_tocha_leilao
hotel_tocha_leilao
 
evento_religiao
evento_religiaoevento_religiao
evento_religiao
 
evento_manif_freguesias
evento_manif_freguesiasevento_manif_freguesias
evento_manif_freguesias
 
report_casamento_crise
report_casamento_crisereport_casamento_crise
report_casamento_crise
 
report_idosos_sos
report_idosos_sosreport_idosos_sos
report_idosos_sos
 

perfil_carlos_migueis

  • 1. 4 | 24 Maio 2013 Nasceu em Cantanhede, na Rua AntónioJosédeAlmeida,a2deFeve- reirode1925.Écomnotórioorgulho que fala das suas raízes na Gândara, da sua família, dos exemplos que foi bebendo de pais e avós. “O meu pai era um gandarês da Camarneira e a minha mãe nasceu no Brasil. Chegou a Cantanhede no dia 5 de Outubro de 1910, com um ano de idade, nos bra- çosdeminhaavó.Omeuavôtinhaido para o Brasil com 17 anos, num gru- poqueiatrabalharparaa‘estradade ferro’ [caminho-de-ferro], e foi lá que encontrou a minha avó”, recorda. A família estabeleceu-se em Cantanhe- de, uma vila que, ao tempo, oferecia já algumas comodidades e qualidade devida:“SempreviCantanhedecomo uma vila desenvolvida, sobretudo no aspecto comercial. Os armazéns de merceariaseramoseupontoforte,om- breando com os de Coimbra, Figueira da Foz e Aveiro. Cantanhede foi sem- pre um centro comercial apreciável”, garante. Completou a instrução primária em Cantanhede, ingressando, de- pois, no incontornável Colégio In- fante de Sagres.“Guardo muito boas memórias desse tempo. Era sobretudo mariola e era conhecido entre os cole- gas por algumas brincadeiras”. Mas nem por isso prejudicou o seu per- curso escolar, que acabaria por levá- -lo até Coimbra, ao Liceu D. João III, a fim de completar os estudos liceais. “Foi aí que adoeci, que veio à tona a doença… a tuberculose”. No dia em que deveria ter feito o exame jáestavadecamae,poucotempode- pois,acabou por ter que dar entrada num sanatório na Serra do Caramu- lo,local onde passou dois anos – um período difícil e que muito o mar- cou. Começava, então, a “campa- nha do Caramulo”, como foi por si apelidada no seu livro “Jubilação”. “Começou, então, a minha cruz. Vi morrer muitos da minha idade, mais novos e mais velhos também. Ainda assim, nunca me convenci que mor- ria, e por uma vez acertei”, diz. Ainda em “Jubilação”, Carlos Miguéis escreve sobre a doença e a passagem pelo sanatório: “Para além de ter ‘posto à prova’ – e refor- çado – aquilo em que eu já acredita- va, foi uma experiência que marcou, indelevelmente, o resto da minha vida. A fé e a esperança nunca me abandonaram”. Regressou do Ca- ramulo “com vida e saúde”, cheio de uma fé renovada, mais forte, e con- victo de que o mais importante “é ser fiel a si mesmo”. Foi lá, também, que escolheu a sua futura profissão. Decidiu que haveria de ser médico, e cumpriu. A amizade do mestre Cursou Medicina na Universi- dade de Coimbra,ainda que olhasse para os estudos “com um olhar um pouco distante. Não era o que mais me preocupava na altura… ain- da pensava muito na tuberculose. Depois, pouco a pouco, vai-se esque- cendo”. Fez o curso com alguma fa- cilidade e, concluída a licenciatura, era hora de escolher a especialidade: “Em conversa com o Doutor Carlos Gonçalves, tisiologista, foi-me sugeri- da a especialidade de ‘ouvidos, nariz e garganta’. Depois, em Lisboa, en- quanto frequentava um curso de Me- GentedeOuro Carlos Alberto dos Santos Miguéis nasceu em Cantanhede, corria o ano de 1925. Foi lá que viveu até completar 17 anos, momento em que rumou a Coimbra a fim de prosseguir os estudos. É então que acontece algo que o mudaria para sempre, ajudando a definir o homem em que se tornou e a forma como decidiu encarar a vida: acometido pela tuberculose, vive dois anos em “exílio” forçado num sanatório na Serra do Caramulo. Regressa de uma via- gem que para muitos teve apenas “bilhete de ida” com uma certeza – a de que havia de ser médico. Otorrinolaringologista e professor catedrático da Faculda- de de Medicina da Universidade de Coimbra durante décadas, jubilou-se em 1995. Hoje, tem nos livros e na família as suas principais ocupações. BI Homem simples, muito ligado à terra, franco e de boa-fé. É assim que Carlos Miguéis se define num dos livros que escreveu. Gandarês de gema, autêntico — tal como seu pai —, mantém bem fortes as raízes que o prendem à terra onde nasceu e que ainda hoje visita amiúde. Com apenas 17 anos, com toda uma vida pela frente e a coragem para enfrentar mil obstáculos, viu-se subjugado pela tuberculose, peste que tantas vidas ceifou e que indelevelmente o marcou. Venceu a doença e fez-se médico otorrinolaringologista, especialidade em que teve como mestre, em Bordéus, Georges Portmann, um dos mais proeminentes clínicos dessa área. Renascer para a Medicina Filipa do Carmo filipadocarmo@aurinegra.pt “Eu tinha um ‘cliente’ que era o Miguel Torga, e foi por ‘culpa’ dele que comecei a escrever”, revela. Escritor e médico, procurou, um dia, os servi- ços de Carlos Miguéis: “Consultei-o, operei-o e correu tudo muito bem. Ficámos amigos, conversávamos muito”, lembra. Numa das muitas oca- siões em que trocaram impressões e debateram pontos de vista, estava Miguel Torga internado no IPO de Coimbra, Carlos Miguéis contou ao amigo que estava a preparar uma palestra sobre vertigem. “’Não fale dis- so, ninguém sabe nada sobre isso!’, disse-me ele. Expliquei-lhe que era tema difícil mas que era possível compreender-se, quando se pesquisava nas fontes certas”. Depois de proferida a comunicação, Carlos Miguéis levou até Miguel Tor- ga o seu texto: “Disse-me que finalmente tinha compreendido o assunto e fez-me prometer que ia publicar o texto. Foi por sugestão do Miguel Torga que publiquei o meu livro ‘Vertigem’”, partilha. O livro acabaria por esgotar e a relação entre os dois médicos floresceu: “Ficámos amigos, uma relação de confiança, sobretudo”. O “cliente”, amigo e poeta Carlos Miguéis aos quatro anos
  • 2. 5 24 Maio 2013 | dicina Sanitária, encontrei no banco do Hospi- taldeS.Joséumcolegaotorrinolaringologista,o Doutor Samuel Ruah, e foi ele que me fez decidir em definitivo por essa área”. A inexistência de Serviço de Otorrinola- ringologia nos Hospitais da Universidade de Coimbra–aotempohaviaapenasconsulta–fez com que pensasse no estrangeiro como alter- nativa. “Por essa altura havia livros da autoria de Georges Portmann, considerado o ‘papa’ da otorrino mundial. Era francês e estava em Bor- déus. Apoiado pelo meu pai decidi escrever para lá”, conta. Munido da resposta que recebera à sua missiva e de muita determinação, rumou a Bordéus.“EraumServiçodeponta,oServiçode OtorrinolaringologiadaFaculdadedeMedicina deBordéus…oServiçoPortmann.Eraformidá- vel!”. Chegou em 1954 e acabaria por ficar seis anos. Mais do que um mestre, que o “adoptou como filho espiritual”, ganhou um amigo para a vida. “Tive o privilégio de o ter como ‘padrinho’ na cerimónia solene de imposição de insígnias doutorais, em 1967, em Coimbra. Visitava-o pelomenostrêsvezesporanoeconsiderei-mesem- preseudiscípulo.Aindahoje,paratodaavida”. Era chegado o tempo de regressar a Portu- gal e a Coimbra. Abraçou, então, novos desa- fios: a tese de doutoramento e,posteriormente, a docência na Faculdade de Medicina da Uni- versidade de Coimbra. Foi director de Serviço de Otorrinolaringologia e presidente da Direc- ção da Sociedade Portuguesa de Otorrinola- ringologia (1981-1985), tendo leccionado na Universidade durante quase três décadas. Ju- bilou-se em 1995, mantendo a actividade clí- nica durante alguns anos no seu consultório de sempre, na Avenida Sá da Bandeira. Leitor ávido,foi-se dedicando,também,à escrita [ver caixa]. É pai de sete filhos, quatro dos quais são médicos otorrinos: “Tiveram pouca ima- ginação”, brinca. “Não deve haver no mundo outro caso assim. Não posso dizer que não tive nada que ver com isso, mas foram eles que esco- lheram”. Despretensioso e humilde, demons- tra,aos 88 anos,uma admirável capacidade de sorrir, um sentido de humor ágil e apurado. Homem simples, muito ligado à terra (e à sua terra,Cantanhede),franco e de boa-fé,como o próprio se caracteriza, venceu a adversidade e agarrou-se à vida – não como o náufrago que se debate para não se afogar, mas com a sere- nidade e tranquilidade de quem tem na fé e na esperança a sua salvação. GentedeOuro Começou, então, a minha cruz. Vi morrer muitos da minha idade, mais novos e mais velhos também. Ainda assim, nunca me convenci que morria, e por uma vez acertei” “ PUB Pedro Castelo-Branco, investigador no Hospital “Sick Children” de Toronto, publicou recentemente na prestigiada revista de oncologia clínica “The Lancet Oncology” um estudo onde descreve um novo biomarcador de cancro. Este tra- balho envolveu um grupo de 350 pacientes com tumores cerebrais, oriundos de múltiplos centros de Investigação Oncológica da Europa e América do Norte. Pedro Castelo-Branco e seus colegas descrevem que uma determinada área do genehTERTcontraialteraçõesepigenéticassomenteemtumoresmalignos.Este biomarcador tem fortes implicações clínicas, tais como o diagnóstico do grau do tumor separando pacientes de baixo e alto risco, o que permitirá desenhar tera- pias ajustadas a cada indivíduo. “Por um lado, os pacientes de alto risco poderão ter terapias mais agressivas, enquanto os de baixo risco poderão ver as suas tera- pias diminuídas, reduzindo assim efeitos secundários” – confirma o investigador natural de Covões, Cantanhede. Estes estudos foram realizados maioritariamente em tumores pediátricos, mas os autores acreditam ser generalizáveis a tumores de adultos. Já em andamento está um consórcio internacional que envolve Instituições alemãs, austríacas, ca- nadianas e portuguesas, e que pretende avaliar o potencial deste biomarcador no cancro da próstata. Pedro Castelo-Branco licenciou-se em Biologia pela Uni- versidade de Aveiro e iniciou investigação em França, em 1997. Doutorado pela UniversidadedeOxford,emInglaterra,estádesde2008emToronto(Canadá),no departamento de Oncologia do Hospital Pediátrico “Sick Children”. Decorreu no passado fim-de-semana, nas Piscinas Municipais Rui Abreu (Coim- bra), a edição de 2013 do Torneio Nadador Completo, competição organizada pela Associação de Natação de Coimbra e replicada em todas as associações regionais do País. Este torneio consistiu na realização de cinco provas de 100 m (nas diversas disciplinas) e uma de 200 estilos, com posterior soma das marcas obtidas nas referidas provas para elaboração de uma classificação individual. Es- tiveram em competição 184 nadadores em representação de 13 Clubes, tendo a Associação de Solidariedade Social Sociedade Columbófila Cantanhedense marcado presença com 18 atletas. Os destaques individuais deste torneio vão para os atletas Gabriel Gomes (Infantil A) e Mariana Guerra (Júnior e Absoluto), que no final da competição venceram o torneio nos seus escalões. Houve, ainda, outros nadadores da Sociedade Columbófila a atingir lugares de pódio. No sector feminino, Sara Alves em 2.º lugar (Inf B) e Ana Reis em 3.º (Inf A); no sector masculino, José Neto obteve o 3.º lugar (Inf A); Diogo Marques e Lean- droMotaforam2.ºe3.ºrespectivamente(JuvB)eEduardoCarvalheiro3.º(JuvA). Pedro Castelo-Branco descobre biomarcador de cancro Mariana Guerra e Gabriel Gomes em destaque no “Nadador Completo”