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6aurinegra #222 | 30SET2011
primeiro plano
Dulce Costa é a prova
de que o futebol também
se pode jogar, e bem, no
feminino. Há mais de
vinte anos que a sua vida é
dedicada ao “desporto rei”,
uma carreira sólida
e cuidada que a levou
à Selecção Nacional
de Futebol Feminino.
“Parecem meninas a jogar”.
A expressão é usada amiúde
quando o desempenho dos
jogadores, dentro das “quatro
linhas”, fica aquém do dese-
jado. Mas há meninas e me-
ninas, e se tivermos em conta,
por exemplo, Dulce Costa, a
expressão perde o tom depre-
ciativo e ganha contornos de
elogio. Começou como ponta
de lança mas cedo o seu trei-
nador viu nela potencial para
posições mais recuadas. Ex-
perimentou-a no centro da
defesa e gostou do resultado.
Dulce fez uma notável carreira
enquanto defesa central, uma
jogadora disciplinada técnica
e tacticamente, determina-
da e com raça, que viu o seu
empenho e a sua dedicação
ao desporto que ama recom-
pensados com a chamada à
Selecção Nacional de Futebol
Feminino.
Antes disso, já dava nas
vistas no Campeonato Nacio-
nal da 1.ª Divisão Feminina,
onde o “seu” Cadima chegou
há sensivelmente dez anos.
Mas para a agora treinadora
das “Escolinhas” do Febres
Sport Clube, a paixão que faz
mover milhões de pessoas em
todo o mundo nasceu muito
antes, bem cedo, quando deci-
diu trocar as bonecas e outras
brincadeiras de menina pela
bola de futebol. Foi em Outil,
Cantanhede, que Dulce Costa
despertou para a modalidade.
“Eu tenho um irmão com dois
anos de diferença e os nossos
colegas, quando éramos miú-
dos, costumavam ir lá a casa
chamar-me para ir jogar à
bola. Chamavam a Dulce e o
irmão ficava em casa”, brinca.
Também na escola, Dulce
conquistava a preferência dos
colegas e amigos quando era
hora de formar as equipas:
“Quando jogávamos na esco-
la escolhiam-me sempre. Não
era normal as raparigas serem
logo escolhidas, e eu era sempre
das primeiras”, recorda. O gos-
to pelo futebol esteve lá desde
que se lembra: “Sempre gostei
muito, desde miúda. O meu
pai jogou nas distritais e o meu
irmão também jogava, sobre-
tudo nas camadas jovens. Com
12 anos comecei a jogar numa
equipa que se criou lá em Ou-
til, por pura brincadeira, e daí
surgiu o convite para ir para o
Cadima, uma das equipas com
mais visibilidade no distrito de
Coimbra em termos de futebol
feminino”.
Actualmente com 34 anos,
Dulce jogou mais de 20 anos
na equipa do concelho de Can-
tanhede. Lá, cresceu enquanto
jogadora e enquanto mulher,
tendo acompanhado o Clube
num dos mais importantes
momentos da sua história: a
subida à 1.ª Divisão Nacional.
“Saí na época passada, depois
de duas épocas em que além de
jogar fui treinadora. Antes ti-
nha passado um ano pelo fut-
sal, na Prodeco [Covões], mas
acabei por regressar”. Come-
çou por ser a “Maria” entre os
rapazes, mas depressa encon-
trou nas suas colegas de equi-
pa algumas das qualidades
que fazem um bom futebolis-
ta. “É diferente jogar com rapa-
zes. No Cadima, quando come-
cei, havia outras raparigas com
bom nível de jogo, mas é como
eu costumo dizer, nem todas
as mulheres podem ou devem
jogar futebol. É uma coisa que
tem que nascer um bocadinho
connosco”, admite. “Por mui-
to trabalho que se vá fazendo,
quando não se tem jeito é difí-
cil ir mais longe ou ter alguma
visibilidade no futebol”.
VOLTAS QUE O ESFÉRICO DÁ
Dulce Costa acredita que é
possível ter equipas femininas
competitivas,disciplinadastacti-
camente e a apresentarem um
futebol de qualidade. Ainda as-
sim, confessa que, nos primei-
ros anos, preferiria jogar com
homens: “São mais evoluídos
tecnicamente e tacticamente,
mas não nego que tive várias
colegas jogadoras no Cadima
de grande qualidade”. Há cerca
de dez anos, quando o Cadima
subiu aos Nacionais, Dulce co-
meçou a ganhar outra visibili-
dade, ainda que em Portugal
todo o futebol feminino seja
amador: “Gosto de dizer que
fui amadora dentro do meu
profissionalismo, pois sempre
gostei de levar o futebol mui-
to a sério. Às vezes até demais,
acabando por deixar outras
coisas para trás”.
A visibilidade trouxe-lhe
uma agradável surpresa, a
chamada à Selecção Nacional
em Fevereiro de 2007. “A mi-
nha primeira convocatória foi
para um jogo de preparação,
contra a Itália. É uma sensação
única, espectacular. Acho que
todas temos o sonho de um dia
chegar lá. Na altura quase não
deu para acreditar, é algo de
que não estava propriamente
à espera apesar de andar a ser
observada”, assume. Duran-
te dois anos consecutivos foi
presença indiscutível na Se-
lecção. Deixou de ir quando
soube que estava grávida: “Foi
uma boa e uma má notícia”,
brinca.
As provas dadas em campo
nem sempre eram suficientes
para convencer os mais incré-
dulos, aqueles que ainda hoje
advogam que o futebol é coisa
para homens e que descon-
fiam quando é praticado no
feminino: “Acho que só há bem
pouco tempo é que as coisas se
têm vindo a modificar um pou-
co. Havia sempre quem torces-
se o nariz quando ouviam fa-
lar em futebol feminino. Hoje
acho que se vai aceitando me-
lhor o facto de que há mulheres
a jogar futebol, e a jogar muito
bem.A diferença está sobretudo
no físico, na capacidade física e
na resistência que são, natural-
mente, maiores nos homens”.
Casada com um futebolista
e treinador de futebol, assume
que na sua vida, dentro e fora
de casa, quase tudo gravita em
torno daquele desporto. Aos
treinos e jogos juntam-se as
partidas de futebol que acom-
panha na televisão: “Lá em
casa é Sport TV ou Canal Pan-
da o dia todo”, graceja. Não é
fanática mas apoia o Futebol
Clube do Porto, não tendo,
no entanto, ídolos futebolísti-
cos. “Não vou pelos jogadores
que jogam muito bem, admiro
mais a postura dentro de cam-
po, a personalidade e a dis-
crição. Talvez por isso sempre
gostei muito do Luís Figo, que
para mim conseguiu juntar es-
sas características e ainda ser
um jogador de referência”.
Na época que agora come-
ça aceitou o desafio para trei-
nar os escalões de formação
do Febres Sport Clube, um
desafio diferente que acolheu
de braços abertos. “É mui-
to diferente, eles têm muita
energia, mas acredito que vai
correr muito bem”. O bonito
sorriso volta a desenhar-se
no rosto, e a iluminar a noite
que já caiu sobre o novo Es-
tádio Juiz Conselheiro Costa
Soares. | FC
Futebolista de Outil já representou Selecção Nacional
Cultura táctica no feminino
“Gosto de dizer
que fui amadora
dentro do meu
profissionalismo,
pois sempre
gostei de levar o
futebol muito a
sério. Às vezes
até demais,
acabando por
deixar outras
coisas para trás”

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  • 1. 6aurinegra #222 | 30SET2011 primeiro plano Dulce Costa é a prova de que o futebol também se pode jogar, e bem, no feminino. Há mais de vinte anos que a sua vida é dedicada ao “desporto rei”, uma carreira sólida e cuidada que a levou à Selecção Nacional de Futebol Feminino. “Parecem meninas a jogar”. A expressão é usada amiúde quando o desempenho dos jogadores, dentro das “quatro linhas”, fica aquém do dese- jado. Mas há meninas e me- ninas, e se tivermos em conta, por exemplo, Dulce Costa, a expressão perde o tom depre- ciativo e ganha contornos de elogio. Começou como ponta de lança mas cedo o seu trei- nador viu nela potencial para posições mais recuadas. Ex- perimentou-a no centro da defesa e gostou do resultado. Dulce fez uma notável carreira enquanto defesa central, uma jogadora disciplinada técnica e tacticamente, determina- da e com raça, que viu o seu empenho e a sua dedicação ao desporto que ama recom- pensados com a chamada à Selecção Nacional de Futebol Feminino. Antes disso, já dava nas vistas no Campeonato Nacio- nal da 1.ª Divisão Feminina, onde o “seu” Cadima chegou há sensivelmente dez anos. Mas para a agora treinadora das “Escolinhas” do Febres Sport Clube, a paixão que faz mover milhões de pessoas em todo o mundo nasceu muito antes, bem cedo, quando deci- diu trocar as bonecas e outras brincadeiras de menina pela bola de futebol. Foi em Outil, Cantanhede, que Dulce Costa despertou para a modalidade. “Eu tenho um irmão com dois anos de diferença e os nossos colegas, quando éramos miú- dos, costumavam ir lá a casa chamar-me para ir jogar à bola. Chamavam a Dulce e o irmão ficava em casa”, brinca. Também na escola, Dulce conquistava a preferência dos colegas e amigos quando era hora de formar as equipas: “Quando jogávamos na esco- la escolhiam-me sempre. Não era normal as raparigas serem logo escolhidas, e eu era sempre das primeiras”, recorda. O gos- to pelo futebol esteve lá desde que se lembra: “Sempre gostei muito, desde miúda. O meu pai jogou nas distritais e o meu irmão também jogava, sobre- tudo nas camadas jovens. Com 12 anos comecei a jogar numa equipa que se criou lá em Ou- til, por pura brincadeira, e daí surgiu o convite para ir para o Cadima, uma das equipas com mais visibilidade no distrito de Coimbra em termos de futebol feminino”. Actualmente com 34 anos, Dulce jogou mais de 20 anos na equipa do concelho de Can- tanhede. Lá, cresceu enquanto jogadora e enquanto mulher, tendo acompanhado o Clube num dos mais importantes momentos da sua história: a subida à 1.ª Divisão Nacional. “Saí na época passada, depois de duas épocas em que além de jogar fui treinadora. Antes ti- nha passado um ano pelo fut- sal, na Prodeco [Covões], mas acabei por regressar”. Come- çou por ser a “Maria” entre os rapazes, mas depressa encon- trou nas suas colegas de equi- pa algumas das qualidades que fazem um bom futebolis- ta. “É diferente jogar com rapa- zes. No Cadima, quando come- cei, havia outras raparigas com bom nível de jogo, mas é como eu costumo dizer, nem todas as mulheres podem ou devem jogar futebol. É uma coisa que tem que nascer um bocadinho connosco”, admite. “Por mui- to trabalho que se vá fazendo, quando não se tem jeito é difí- cil ir mais longe ou ter alguma visibilidade no futebol”. VOLTAS QUE O ESFÉRICO DÁ Dulce Costa acredita que é possível ter equipas femininas competitivas,disciplinadastacti- camente e a apresentarem um futebol de qualidade. Ainda as- sim, confessa que, nos primei- ros anos, preferiria jogar com homens: “São mais evoluídos tecnicamente e tacticamente, mas não nego que tive várias colegas jogadoras no Cadima de grande qualidade”. Há cerca de dez anos, quando o Cadima subiu aos Nacionais, Dulce co- meçou a ganhar outra visibili- dade, ainda que em Portugal todo o futebol feminino seja amador: “Gosto de dizer que fui amadora dentro do meu profissionalismo, pois sempre gostei de levar o futebol mui- to a sério. Às vezes até demais, acabando por deixar outras coisas para trás”. A visibilidade trouxe-lhe uma agradável surpresa, a chamada à Selecção Nacional em Fevereiro de 2007. “A mi- nha primeira convocatória foi para um jogo de preparação, contra a Itália. É uma sensação única, espectacular. Acho que todas temos o sonho de um dia chegar lá. Na altura quase não deu para acreditar, é algo de que não estava propriamente à espera apesar de andar a ser observada”, assume. Duran- te dois anos consecutivos foi presença indiscutível na Se- lecção. Deixou de ir quando soube que estava grávida: “Foi uma boa e uma má notícia”, brinca. As provas dadas em campo nem sempre eram suficientes para convencer os mais incré- dulos, aqueles que ainda hoje advogam que o futebol é coisa para homens e que descon- fiam quando é praticado no feminino: “Acho que só há bem pouco tempo é que as coisas se têm vindo a modificar um pou- co. Havia sempre quem torces- se o nariz quando ouviam fa- lar em futebol feminino. Hoje acho que se vai aceitando me- lhor o facto de que há mulheres a jogar futebol, e a jogar muito bem.A diferença está sobretudo no físico, na capacidade física e na resistência que são, natural- mente, maiores nos homens”. Casada com um futebolista e treinador de futebol, assume que na sua vida, dentro e fora de casa, quase tudo gravita em torno daquele desporto. Aos treinos e jogos juntam-se as partidas de futebol que acom- panha na televisão: “Lá em casa é Sport TV ou Canal Pan- da o dia todo”, graceja. Não é fanática mas apoia o Futebol Clube do Porto, não tendo, no entanto, ídolos futebolísti- cos. “Não vou pelos jogadores que jogam muito bem, admiro mais a postura dentro de cam- po, a personalidade e a dis- crição. Talvez por isso sempre gostei muito do Luís Figo, que para mim conseguiu juntar es- sas características e ainda ser um jogador de referência”. Na época que agora come- ça aceitou o desafio para trei- nar os escalões de formação do Febres Sport Clube, um desafio diferente que acolheu de braços abertos. “É mui- to diferente, eles têm muita energia, mas acredito que vai correr muito bem”. O bonito sorriso volta a desenhar-se no rosto, e a iluminar a noite que já caiu sobre o novo Es- tádio Juiz Conselheiro Costa Soares. | FC Futebolista de Outil já representou Selecção Nacional Cultura táctica no feminino “Gosto de dizer que fui amadora dentro do meu profissionalismo, pois sempre gostei de levar o futebol muito a sério. Às vezes até demais, acabando por deixar outras coisas para trás”