Para avaliar o ano que passou vamos ver os resultados que tivemos, certo? NÃO.
Neste Hangout vamos falar sobre o ano que passou, sobre avaliação, sobre planeamento, sobre planos de trabalho, planos de acção, objectivos, e como tudo o que tens ouvido sobre estas coisas está ERRADO.
Vais ouvir coisas que provavelmente não são muito comuns, mesmo dentro da área do marketing e do empreendedorismo, sobre como avaliar o ano que passou e seguir em frente no ano que vem.
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2. Para avaliar o ano que passou vamos
ver os resultados que tivemos,
certo? NÃO.
Neste Hangout da Tribo, falamos sobre o ano que passou, sobre avaliação, sobre
planeamento, sobre planos de trabalho, planos de acção, objectivos, como tudo o que
tens ouvido sobre estas coisas está ERRADO, explico porque é que está errado, e como
o fazer da forma MAIS PRODUTIVA possível.
Vais ouvir coisas que provavelmente não são muito comuns, mesmo dentro da área do
marketing e do empreendedorismo, sobre como avaliar o ano que passou e seguir em
frente no ano que vem para que ele seja O ANO DE REVELAÇÃO para todos:
• Revelação de entender o seu papel no mundo, o seu propósito, o que estão a fazer
nesta vida;
• Revelação sobre o que é preciso ser feito para ter sucesso sem ter de definir
objetivos datáveis e mensuráveis, mas sim definindo o seu propósito de vida e
vivendo o processo para que ele se realize.
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3. Transcrição do Hangout:
Hoje é um dia especialíssimo porque não vamos ter mais nenhum
Hangout até o final do ano. Vamos fazer o Hangout espectacular
hoje. Presta bem atenção, recomendo muito que tenham um caderno
de capa dura para tomar notas.
Estes dias tem sido muito bons. Temos tido o Natal, hoje é dia 26 de
Dezembro, e então espero que já estejam todos recuperados das festas, e
estamos prontos para começar um nova fase.
Daqui até ao ano novo anda tudo mais ou menos ainda em modo alfa.
Acabar de preparar uma festa e a começar a próxima, o que eu acho que
é fantástico. Aqui em minha casa anda toda a gente por aí a brincar, a rir e
a fazer jogos uns com os outros que é uma coisa espectacular.
Nós podermos estar com a família sempre que quisermos, não só aos
Sábados e aos Domingos, não só aos feriados, mas sempre que nós
quisermos…
4. Essa é uma das coisas que para muitas pessoas,
e para mim pessoalmente, é importante: poder
estar junto das pessoas de quem nós gostamos.
5. Então hoje vamos falar sobre o ano que passou, vamos falar
sobre avaliação, vamos falar também sobre planeamento, vamos
falar sobre planos de trabalho, planos de acção, objectivos, essas
coisas todas.
E tenho aqui uma sensação de que provavelmente vais ouvir
dizer coisas que não são muito comuns, mesmo dentro do
campo do empreendedorismo e do marketing.
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Diferentes
6. É possível que não seja muito comum, é possível que não as tenhas
ouvido muito mas aquilo que eu vou dizer não é a verdade absoluta, é
a minha opinião baseada na minha vivência, okay? Eu leio muitos livros,
ouço muitos áudios, falo com muitas pessoas e sou um observador
muito atento sobre o que se passa lá fora, mas também da minha
própria vivência, e a maior parte dos ensinamentos que eu dou são
baseados na minha própria experiência.
E quando não é da minha própria experiência é porque eu não tive
oportunidade ainda de passar por esse tipo de coisas, e algumas dessas
coisas é melhor mesmo nós nem passarmos, não é? Costuma-se dizer
que o inteligente aprende com as suas próprias experiências, mas o
sábio aprende com as experiências dos outros. Há coisas que eu não
quero passar. Mas não deixo de aprender com elas à mesma.
Então hoje vamos falar sobre atingir objectivos, colocar objectivos,
metas, direcção, avaliar resultados, avaliar planos de acção, essas
coisas todas.
Então presta bem atenção.
7. Eu vou começar este Hangout hoje com esta frase:
“Não se pode avaliar aquilo que se faz pelos
resultados que se tem.”
Vamos começar a elaborar um bocadinho em cima disto. Isto não é só
uma teoria, vou explicar porque é que não podemos avaliar a nossa
acção baseado nos nossos resultados. Ou seja, se eu estou a fazer
alguma coisa e não tenho os resultados que eu esperava ter então eu
vou deixar de fazer essa coisa, ou vou mudá-la, não é?
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e Realidade
Isto é o que dizem muito as pessoas. Então estás a fazer alguma coisa e
depois vais ver o teu resultado não é nenhum ou não é aquilo que tu
querias, então vais deixar de fazer isso e vais fazer outra coisa
qualquer, não é?
8. Isto é um modo de pensamento comum. É comum mas, como muitas
coisas que são comuns, não ajudam ninguém a ter sucesso.
Normalmente as coisas que são comuns não ajudam ninguém a ser
fora do comum.
Portanto uma pessoa que quer ter algum resultado acima da média,
não pode pensar de forma comum, okay?
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Isto é um pensamento comum, avaliar a acção a partir dos resultados,
e eu vou te dizer porque é que isso não é uma coisa boa. Porque
quando nós avaliamos a nossa acção baseado nos resultados, nós
estamos a cometer um erro, que é este: isso só seria possível, só seria
válido se os nossos resultados fossem imediatos.
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Sucedido
9. Então se eu tenho aqui uma garrafa com água, e eu deixar
cair esta garrafa com água, ela cai no chão e eu posso avaliar
o efeito que ela teve ao cair no chão a partir da acção que eu
tive.
Porquê? Porque o resultado é imediato, não é?
Se eu tiver a fazer alguma coisa que seja suposto ter um
resultado imediato, então sim eu posso avaliar a minha acção
a partir do meu resultado. Mas a grande maioria das coisas
que nós fazemos não produzem resultados imediatos, pelo
menos não aqueles que nós gostariamos que produzissem.
Isso significa que não podemos fazer essa
avaliação.
10. Eu gosto muito daquela história, que está também num artigo no meu blog, que diz
que é a história do homem, a mulher e as batatas.
Então o homem saiu para plantar batatas e ao final do dia de trabalho, teve o dia
inteiro a cavar a terra, plantar as batatas e ao final do dia de trabalho voltou a casa e
a mulher perguntou- lhe: “Então trazes batatas?” e ele não trazia batata nenhuma.
Claro, tinha acabado de as por na terra, não é?
Passado uns dias foi de novo, saiu de casa de manhã para ir ver o seu batatal,
começaram a nascer umas ervas e ele andou lá o dia inteiro a arrancar as ervas e a
tomar conta do batatal. E quando chegou a casa à noite a esposa perguntou-lhe:
“Então trazes batatas?” e ele não trazia batatas.
Ele estava a ficar um bocadinho aborrecido, porque afinal já tinha trabalhado tanto e
não trazia resultado nenhum para casa, não é? A mulher não via nada, mas ele via as
plantas a crescer. Ele via que alguma coisa estava a acontecer.
Passadas umas semanas, voltava lá de novo e era preciso tomar conta de novo das
batatas. Já tinham plantas grandes, vinha o sol e entretanto era preciso cobri-las para
não se queimarem com o sol, regá-las, sei lá, as coisas que é preciso fazer com as
batatas. E ele chega a casa, e a esposa pergunta-lhe “Então, trazes batatas?” e ele não
trazia batatas.
Então a mulher dele estava sempre a tentar avaliar a sua acção, se era boa ou se não
era boa, a partir do resultado. E o agricultor estava a avaliar a sua acção a partir do
processo.
11. Estão a ver estas duas diferenças? Isto
é muito importante.
• Se nós avaliamos a acção que nós fazemos – se é boa, ou se é má, ou se
temos de modificá-la – a partir do resultado, nós podemos estar a
cometer alguns erros graves se a nossa acção não estiver desenhada
para produzir um determinado resultado imediatamente.
• Se a nossa acção estiver desenhada para promover um resultado a médio
prazo ou a longo prazo, ou mesmo que seja só daí a uma semana, mas que
não seja imediatamente, então nós não podemos avaliar de acordo com
o resultado, temos que avaliar de acordo com o processo.
É aquilo que nós dizemos muitas vezes: tu estás a fazer a coisa certa ou estás
a fazer a coisa errada conforme ela te aproxima ou te afasta do teu objectivo.
Quando vais avaliar a tua acção, tu precisas de saber se ela te aproxima ou se
te afasta do teu objectivo, e eu gosto de chamar esse objectivo a minha
missão, ou o meu propósito.
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12. Não é só uma meta, é uma coisa
grande, é uma missão para a vida.
Então se me aproxima do meu objectivo, do meu propósito, da minha
missão, então eu avalio a minha acção como uma acção positiva. Se ela
me afasta desse objectivo ou dessa missão ou desse propósito, eu
avalio a minha acção como uma acção negativa. Não tem nada a haver
com os objectivos.
13. Vamos falar um bocadinho sobre isso, isso é importante.
Estes modos de avaliação tem a haver com duas filosofias que não são
opostas, mas são bastante diferentes – Filosofias de trabalho. Quando
nós temos um trabalho que é repetitivo, então está muito bem
estabelecer objectivos, prazos e metas específicas, datadas,
quantificáveis, essas coisas todas.
Então imagina que eu tenho que mover 10 pregos daqui para ali, okay?
Caixas e caixas de pregos, 10 de cada vez. Imagina que eu ponho um
objectivo de mover 10 mil pregos daqui para ali numa semana. Então
posso dividir esse objectivo em metas diárias, e todos os dias eu tenho
que cumprir aquelas metas diárias, porquê? Porque só dependem de
mim.
Depende de um trabalho mecânico que depende só de mim, mais
nada, não há circunstancias que vão alterar aquilo. Então sim, eu posso
estabelecer metas e trabalhar com esse tipo de objectivos datados,
mensuráveis, essas coisas todas, como ensinam a fazer sempre que se
fala de estabelecer objectivos.
14. Porém quando os objectivos não são
tão mecânicos, são objectivos que
envolvem criatividade, envolvem níveis
de desempenho, já não é bem a mesma
coisa.
Fizeram um estudo muito interessante há um
tempo atrás, muito interessante mesmo, para
perceber se as pessoas reagiam melhor quando
tinham prazos e prémios, se produziam mais ou
se produziam menos quando não tinham prazos
e prémios:
15. Então fizeram dois grupos. Puseram o mesmo prémio e o mesmo prazo: uma hora
para concluir uma tarefa e ao final daquela hora, quem conseguisse concluir a tarefa
tinha um determinado prémio.
Num dos grupos de trabalho, foram postos a fazer uma tarefa muito repetitiva, era só
transferir coisas de um lado para o outro, e quanto mais depressa eles transferissem
melhor. Com o outro grupo fizeram a experiência com trabalho criativo: resolver um
problema. Puseram os dois grupos a trabalhar, e ambos fizeram o seu desempenho.
Primeiro tiraram as medidas do desempenho de um e de outro, sem qualquer espécie
de objectivo ou pressão, a não ser cada grupo fazer o que quiser da melhor forma,
para servir de medida. A seguir colocaram um prémio. ”Se conseguirem acabar numa
hora, recebem um X” ou ”O primeiro que conseguir terminar dentro deste prazo ganha
um Y.”
Foi muito interessante: do lado dos que estavam a realizar tarefas repetitivas o prémio
veio trazer muito mais performance, mais pessoas realizaram as suas tarefas mais
depressa. Então foi uma óptima forma de aumentar a produtividade junto do grupo
que tem uma tarefa repetitiva.
Mas junto do grupo que tem uma tarefa criativa, como seja resolver um problema em
que é preciso a pessoa estar em modo criativo, relaxada, perceber o que está a
acontecer, dar aso a ter soluções diversas e criativas, em comparação com o grupo
com trabalho mecânico, a performance foi muito pior depois de ter sido colocado
um prazo e um prémio.
16. É muito interessante observar isto.
Prazos, objectivos e prémios funcionam quando temos tarefas repetitivas;
quando temos tarefas que envolvem criatividade, capacidade de resolver
problemas, então para praticamente para todas as tarefas de gestão que
temos neste negócio, estabelecer prazos e esse tipo de objectivos não é
produtivo. Não funciona tão bem. Eu vou explicar.
Isto são dados, informações, mas têm as suas consequências, e há pessoas
que quando colocam um objectivo, como ‘‘eu quero ganhar X daqui a 6
meses”, não têm noção nenhuma do que têm de fazer para atingir esse
objectivo. E mesmo quando têm noção, mesmo quando pensam ‘vou fazer
isto, e se fizer isto vou atingir aquele objectivo‘ na verdade nunca atingem,
porque não é assim.
Ganhar dinheiro, por exemplo, tem muitas variáveis. Não é só tarefas
repetitivas, é muitas coisas. O processo todo de venda pela Internet, ou o
processo de geração de influência numa associação ou numa empresa ou na
gestão de pessoas, isso não são tarefas repetitivas, mas são tarefas criativas.
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17. Então essa componente faz com que todos os dados
sejam falseados no final, e quando uma pessoa tem uma
meta específica deste estilo é mais difícil a pessoa
consegui-la porque o cérebro e a nossa emoção em stress
e sob pressão é menos criativa, ou começa a funcionar a
partir do receio, do medo, da falta, dessas coisas todas.
Há muitas pessoas que funcionam bem impulsionados
pelo medo ou por coisas assim, mas eu falo da minha
experiência: não é o meu caso.
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Mandamento de Cristiano Ronaldo CR7 Para o Sucesso)
18. E se nós, em vez de estabelecermos objectivos
específicos, nós estabelecermos uma direcção?
Eu gosto muito da ideia da direcção. Menos objectivos, e mais direcção, embora as
duas sejam realmente integradas e vou falar sobre isso um bocadinho, para
estabelecer o inicio do nosso tema de hoje, que não é este. O nosso tema não é
‘estabelecer objectivos’, é ‘fazer a avaliação’.
Então se nós estabelecermos uma direcção, a direcção vem de uma visão.
Nós temos uma visão, como ‘eu quero transformar-me nesta pessoa, eu quero realizar
este grande projecto’, isso é uma direcção, não é um objectivo. Posso dizer ”eu quero
construir um lar de terceira idade… eu agora não tenho condições nenhumas, não sei
nem bem nem mal por onde começar, mas eu quero fazer isso.’‘ Essa é uma direcção,
não posso estabelecer um objectivo ao dizer ”daqui a 1 ano, ou 2 ou 3, vou ter o lar
construído.”
Posso dizer isso tudo, mas vou falhar de certeza, porque não é
assim.
Há muitas variáveis que estão em jogo, que não dependem de mim, e há muitas coisas
que estão ali a funcionar que não dependem de mim.
19. Então isso não é muito útil, mas o que é
muito útil são duas coisas:
1. Estabelecer uma direcção,
2. Dar o melhor todos os dias a trabalhar a ir nessa direcção.
Dar o melhor todos os dias.
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Para O Conseguires (O Segundo Mandamento do Cristiano
Ronaldo CR7 Para O Sucesso
E aqui vamos começar no tema desta noite: a avaliação.
20. Então quando avaliamos alguma coisa, como é que o
fazemos e porque é que isso é tão importante?
Há um coisa que eu li há uns tempos atrás e me chamou a atenção:
Fiquei a saber que normalmente os planos que nós realizamos não nos levam aos
nossos objectivos 99,9% das vezes, ou praticamente nunca.
O que nos diz, de novo, da ineficácia que é o modelo dos objectivos e dos planos:
normalmente não nos levam lá. Cumprem um papel, uma função, e a função do plano
e do objectivo é despertar em nós a vontade de ir naquela direcção. Além disso, é
uma coisa que está mais próxima: uma visão pode estar muito longe, mas um
objectivo pode estar próximo.
Por exemplo, imagina que eu tenho o objectivo de realizar 50 missões humanitárias em
simultâneo daqui a 5 anos, é a minha visão e acho que isto é capaz de funcionar.
Então, se eu posso fazer uma missão humanitária hoje, como fizemos no outro dia na
Casa do Mimo na Batalha, então eu vou fazer isso.
Tenho de dizer ‘sim’ a isso, porquê? Porque é uma ação que vai na direcção do meu
objectivo, vai ajudar a começar a realizar esse sonho.
21. Então, quando nós temos uma visão, aquilo que nós temos de
fazer a seguir é colocar ação máxima, dar o nosso melhor
todos os dias, com muita atenção a todas as oportunidades
que nos aparecem para nós irmos nessa direção. É muito
fluido, é muito pouco racional, mas é muito eficaz.
Não quer dizer que andamos aí ao sabor do vento, não. Nós
damos o nosso melhor: agora vou fazer aquilo, agora vou
fazer acoloutro, agora vou-me organizar de outra forma, vou
organizar-me naquela, e vou avaliar o quê?
Vou avaliar o objetivo?
Vou avaliar o resultado?
22. Não. Vou avaliar o compromisso. Quando nós trabalhamos para ir todos os
dias numa determinada direção, nós avaliamos o nosso compromisso, não é
os resultados.
É o compromisso, porque o compromisso mostra-nos o processo.
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23. Quando eu estou a avaliar o meu compromisso diário com o meu
sonho, com a minha visão, eu vejo todos os dias esse processo, eu vejo
as batatas a crescerem um bocadinho mais todos os dias porque eu
estou ali todos os dias a acompanhar esse processo. E no final do dia,
eu olho para mim próprio, para o meu dia que passou, e posso ver e
avaliar se eu dei, de facto, o meu melhor.
E se eu não dei o meu melhor eu fiquei mais longe do meu objetivo.
Não é que fiquei parado, não, fiquei mais longe. Posso mesmo ter-
me desviado: se calhar distraí-me com outras coisas, se calhar comecei
a ponderar outras coisas porque não estava focado em dar o meu
melhor, com os olhos abertos e os radares ligados, a perceber tudo o
que está a acontecer e se é útil na direcção que eu quero ir.
Isto é o que nós fazemos quando fazemos a avaliação e,
de vez em quando – uma vez por mês, uma vez por
trimestre e uma vez por ano – então olhamos para trás
e vemos todo o caminho que nós percorremos e vamos
verificar se está a ir na direção certa ou não.
24. E sabes uma coisa? Tu vais chegar lá,
sim.
Isto é que é o importante: se estamos a ir na direção certa ou
não. E se reparares, quando olhas para trás começas a ver
que, sem querer, superaste muitas metas, atingiste muitos
objetivos, conseguiste muitas coisas, realizaste muitas coisas
pelo caminho.
Artigo Relacionado: O Estilo da Tribo Para o Desnvolvimento
de Pessoas (Excerto de um Hangout Nível 1)
Foste subindo os degraus, um a seguir ao outro, a seguir ao
outro, e agora no final do ano olhas para trás e dizes ‘‘eu estou
a fazer um bom caminho porque ele está a levar-me na
direçao que eu quero ir.”
25. Vais chegar onde tu queres chegar, e não precisas de estar a
traçar objetivos, e não precisas de estar a por datas nesses
objetivos, mas precisas de dar o teu melhor todos os dias com
muita, muita consciência e muita atenção ao que tu estás a
fazer.
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Traçar Objetivos
Este é o segredo, esta é a forma como nós
acabamos por atingir objetivos sem saber como.
26. Acontece-me constantemente:
Olho para trás e ”olha, consegui isto” e ”olha, consegui aquilo”
e não sei como é que isso aconteceu.
Foi assim que eu passei dos $100.000 ganhos online, foi assim
que eu passei dos $300.000 ganhos online, foi assim que eu
passei dos $500.000 ganhos online. Estes resultados não são
típicos (declaração de rendimentos médios aqui), mas foi
assim, sem saber como.
”Então como é que fizeste isso?” Eu não sei! Eu limitei-me a
viver o meu processo com o máximo de intensidade, e todos
os dias a avaliar se eu fiz ou não fiz o meu melhor.
E digo-vos uma coisa: a grande maioria das vezes eu
não fiz.
27. É comum, infelizmente para mim, chegar ao final do
dia, olhar para trás e pensar ”eu não dei o meu
melhor’‘. Eu tenho consciência que são muitos raros
os dias em que eu possa olhar para trás e dizer ”eu
dei o meu melhor”. São raros, imagina se eu desse o
meu melhor mesmo todos os dias.
Eu não dou o meu melhor. Todos os dias eu
identifico locais e situações e oportunidades que eu
desperdicei, em que eu podia ter feito um
pouquinho melhor, sempre. Esse é o meu caminho
pessoal, e é o nosso caminho de todos, não há aqui
diferenças, somos todos iguais e todos nós estamos
a seguir o nosso caminho.
28. Então quando olhamos para trás,
vamos avaliar o quê?
• Resultados? Claro, podes avaliar resultados. Ao final de um ano tu
tens uma quantidade de resultados que obtiveste ao longo do
tempo.
• Processo? Sim, podes avaliar o processo. Se estás a viver o processo
que te leva a esses resultados, que te levam na direção que tu
queres ir e não noutra qualquer.
Por isso é muito importante teres uma visão clara de para onde queres
ir, o que é que queres realizar, em que pessoa tu te queres
transformar. É muito importante, mesmo!
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Se tu não souberes isto, ou se não fores descobrindo –
porque esta descoberta também é um processo – tu
não podes avaliar nada.
29. Hoje vais numa direção, amanhã vais na outra, depois ouves
alguma coisa que te chama a atenção e vais a correr nessa
direção, e acabas por andar em múltiplas direções, e a voltar
para trás, e a começar do principio, e a andar em círculos, e
nunca sais do mesmo lugar.
A grande maioria das pessoas não sai do mesmo lugar, não é
porque não são pessoas boas, não é porque não gostam de
trabalhar, não é porque não tenham talento, não é porque
não façam o seu melhor, é porque não têm um visão, não têm
uma direção.
Então eu posso correr muito, posso correr até me cansar, mas
se eu andar em círculos eu não saio do mesmo sítio, fico
sempre no mesmo lugar. Eu posso correr 1000 Km no mesmo
espaço de 50 metros, e no final de uma vida inteira eu corri os
1000 Km e, vou a ver, e não saí do mesmo sítio porque não
tinha uma direção.
30. Sabes?
Isto é das coisas mais importantes que nós
podemos ter: uma direção.
- Em quem é que tu te queres transformar?
- Em que tipo de pessoa?
- Que tipo de pessoa é que tu queres ser?
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31. É daqui, do Ser, da transformação, que
vêm depois todas as decisões e todos os
resultados.
32. • Primeiro: Ser.
• Depois: Fazer.
• Depois: Ter.
Primeiro: Ser. Depois: tomar ação, Fazer. E depois Ter os resultados.
Os resultados vêm no final do processo, não vêm no princípio.
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E quando nós colocamos objetivos que são concretos, datáveis,
quantificáveis, essas coisas todas, nós estamos, na maioria dos casos, a
tentar correr para o Ter sem primeiro passar pelo Ser.
Então esquecemos muito esta parte do Ser, e pensamos que
Fazer e Ter, e Fazer e Ter, produz alguma coisa de jeito. Não.
O Ser é onde está a visão, onde está a tua diferença em relação a outra
pessoa qualquer. E não consegues deixá-lo de lado, está sempre lá.
33. Já pensaste bem porque é que duas pessoas a fazerem as
mesmas coisas têm resultados completamente diferentes? Já
pensaste nisso? Já pensaste que, quando te dizem ‘‘Se tu
fizeres o que eu faço, vais ter os resultados que eu tenho’‘, isto
é mentira?
Porque não é possível!
É impossível tu fazeres exatamente o mesmo que faz a outra
pessoa porque tu és uma pessoa diferente. As ações derivam
da pessoa que tu és, as coisas que tu fazes não são feitas da
mesma forma e, portanto, produzem resultados diferentes.
E há pessoas que se focam muito no Fazer: no Fazer coisas
para Ter coisas, produzir trabalho para ter dinheiro ou para ter
resultados, e esquecem-se do Ser de onde vem todo o resto.
Aqui é a nossa principal fonte de trabalho, é no Ser.
34. Interessante, eu não estou a dizer para agora não fazeres nada, começares a
meditar, e a ler livros, e a ouvir audios e não fazeres nada. Não é isso, é o
contrário. A melhor forma de robustecer o teu Ser é a Fazer coisas. As coisas
que tu fazes interferem e são influenciadas pela pessoa que tu és, mas
também influenciam a pessoa que tu és.
Uma pessoa honesta que rouba uma vez não é um ladrão, mas esse roubo que fez uma
vez aproximou aquela pessoa de ser, mais tarde, um ladrão. Não é?
Deu um passo nessa direção. Não se transformou instantaneamente num ladrão, mas
deu um passo nessa direção e se continuar a dar muitos passos nessa direção, um belo
dia, acorda e toma consciência, e vai ver que afinal é um ladrão.
Transformou-se num ladrão por ter feito aqueles atos muitas vezes, por ter roubado
muitas vezes, passou a determinar a forma de ser da pessoa.
Da mesma forma, uma pessoa até pode não ser generosa, até pode ter tanta falta que
sempre que dá 10 euros para um fundo social qualquer sente que lhe está a faltar
qualquer coisa.
Mas não faz mal, porque a repetição desses atos de generosidade também vão
influenciando o seu Ser, e a pessoa daí a um tempo acorda, e quando reparar afinal é
uma pessoa generosa. Transformou-se pelos atos que foi fazendo.
35. Naturalmente, vais ter de dizer ”não,
eu não dei o meu melhor”.
Então, da mesma forma que a nossa própria forma
de Ser, a nossa visão, interfere nas nossas decisões,
nas nossas ações e nos nossos resultados, também
elas interferem na nossa visão e no nosso Ser.
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É uma dinâmica muito interessante. E quando nós
avaliamos seja o que for no que diz respeito à
nossa vida, temos de ponderar isto. Eu hoje dei o
meu melhor? Este ano dei o meu melhor?
36. E isto é o que nós precisamos de
avaliar.
Sabes porquê? Porque ninguém dá o seu melhor todas as horas do dia,
todos os segundos do dia. Se nós dessemos o nosso melhor a todas as
horas do dia, a todos os segundos, eramos como mágicos. Fazíamos
um pedaço de magia e transformávamos pedras em ouro, ou pedras
em pão e em peixe como Jesus Cristo fez, ou transformávamos
qualquer coisa em qualquer coisa. Porque estávamos tão sintonizados
com a nossa missão, a nossa visão, que tudo fluía com tanta
naturalidade que fazíamos verdadeiros milagres constantemente.
Mas nós não fazemos isso sempre, todos nós fazemos milagres de
vez em quando, mas há medida que nós vamos estamos mais
sintonizados reparamos que, sem fazer esforço, damos realmente
cada vez mais e cada vez melhor ao longo do nosso dia, ao longo da
nossa semana, ao longo do nosso mês, ao longo do nosso ano.
37. Então presta atenção: Precisas de ter uma visão. Em que tipo de pessoa eu
me quero transformar? Esta é a visão. Como é que eu quero ser? E podes
descrever a tua vida em termos financeiros, em termos físicos de saúde e
bem-estar, em termos de relacionamentos, em termos de influência no
mundo, em termos de realização pessoal e profissional… podes descrever a
tua vida assim, esta é a tua visão, tu queres-te transformar nessa pessoa.
38. Artigo Relacionado: Sair do Labirinto e Encontrar o Teu Propósito
Isso é uma visão, e agora as tuas ações que forem nessa direção, que
derivam dessa tua visão, são sempre positivas, e aquelas que te afastarem
dessa visão são sempre negativas.
E é interessante, tu sabes bem quais são.
Se tu tiveres uma visão bem afinada e trabalhares bem certinho na direção
dessa tua visão, tu ganhas uma sensibilidade, a tua ética fica refinada, o bem
e o mal ficam bem afinados e bem distintos, as coisas boas e as coisas más
ficam bem claras na tua cabeça, não há confusão, as pessoas que te ajudam e
as pessoas que te prejudicam também tu sabes bem quais são, as ideias que
te melhoram e as ideias que te pioram também sabes bem quais são.
E se mantiveres essa disciplina de abraçar tudo o que for positivo e deixar de
lado tudo o que for negativo, começas a ficar com uma consciência tão
apurada e tão afinada que detetas problemas à distância. Antes dos
problemas acontecerem tu já sabes que eles estão lá, tu detetas pequenos
sinais – por exemplo nas pessoas, começas a perceber que aquela pessoa não
é boa para ti. Não quer dizer que não seja uma pessoa boa, não é uma pessoa
boa para ti, e antes de ela causar problemas podes deixá-la ir, podes-te
afastar dela e fazer outras coisas.
39. Isto é um poder espetacular que nós ganhamos
fazendo isto, ficamos muito afinados.
Também conseguimos identificar muito facilmente nas outras pessoas
os padrões de pensamento que elas têm, aquilo que elas decidem
fazer, e perceber se aquilo que elas estão a fazer e as decisões que
estão a tomar, as vão ajudar a ir na direção que elas querem. Significa
que passas a poder também ajudar outras pessoas a terem mais
clareza, a perceberem melhor o que é que estão aqui a fazer, como é
que podem tomar decisões, e quais é que são as melhores. Podes
ajudá-las a ver isso se tu próprio vires, se não vires não consegues
ajudar outras pessoas a ver.
Este padrão de dizer sempre ‘sim’ a tudo aquilo que nos aproxima da
nossa visão de uma forma habitual, é um treino que nos possibilita
atingir qualquer objetivo, realizar qualquer missão. É preciso dizer
sempre ”sim” a tudo o que nos aproxima da nossa visão.
Artigo Relacionado: Método Infalível Para Realizar Qualquer Objetivo
40. Não estou a dizer que sejam coisas fáceis, ou que sejam coisas difíceis, ou que sejam
coisas complicadas, não importa.
O fácil e o difícil não são variáveis nesta
equação, não importa.
Importa é que tu saibas que te aproxima da tua visão, e tens de dizer ‘sim’.
• Se for difícil paciência, é uma ótima oportunidade de superação.
• Se for fácil, enfim, faz-se à mesma, é pena porque não é uma oportunidade tão
boa de superação.
Mas o fácil e o difícil não é para aqui chamado, não tem nada haver com isto.
Ás vezes vejo pessoas assim: ‘‘Ah, eu gostava de atingir aquele objetivo, eu gostava de
ser aquela pessoa, mas não faço isso porque é difícil”. O que é que uma coisa tem
haver com outra?
Não tem nada haver, o que tem haver é o tu ires Fazer ou não. Isso é uma decisão,
não tem nada haver com as circunstâncias, tem haver com a decisão. Se for mais fácil
se calhar fazes mais depressa, se for mais difícil demoras mais tempo, é só isso. O fácil
e o difícil não é assunto.
41. Já viste? É muito profundo. Não é só avaliar se
eu estou a trabalhar diáriamente ou não, claro
que sim, todos nós trabalhamos.
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Ação
Então presta atenção, quando nós começamos a avaliar alguma coisa
precisamos de avaliar principalmente o nosso compromisso. Isso é
aquilo que precisamos de avaliar, e esse compromisso avaliamos de
acordo com a visão que nós temos.
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Compromisso
E essa visão é o quê? É a pessoa em quem tu te queres transformar.
Então já reparaste que não é possível avaliar sem saberes em que
pessoa te queres transformar?
42. Imagina uma empresa fazer uma avaliação e não ter uma visão. Vai
avaliar o quê? Vai avaliar coisas que não interessam.
Por exemplo, vai avaliar o quanto dinheiro ganhou no trimestre, e se
calhar a sua missão não é ganhar o dinheiro, mas sim providenciar um
determinado produto de um determinado nível de qualidade. Mas
quando vai avaliar é ”okay ganhamos muito dinheiro, a nossa empresa
está correta, está bem, não precisamos de mudar nada.”
Mas se falhou a visão, se calhar vendeu um produto defeituoso, ou de
baixo custo, ou fraca qualidade, então a sua visão ficou comprometida
apesar da sua avaliação ter sido positiva.
Estão a ver?
Então nós erramos constantemente quando avaliamos a nossa vida
baseado em resultados se a nossa visão não estiver bem afinada, não
estiver bem alinhada. Esta é a nossa primeira missão, a nossa
primeira função.
43. Eu estive muitos anos no seminário. Estudei bastante, e uma coisa que estudei numa
Universidade em Madrid e que gostei muito de estudar foi um professor que disse lá.
Ele era um padre da igreja e tinha uma visão muito interessante no que diz respeito à
ética, e ele dizia uma coisa e eu fiquei tão impressionado que nunca mais me esqueci:
”Quando nós morrermos vamos ser julgados. Deus vai-nos julgar, certo? Vai julgar o
que nós fizemos, a pessoa em que nós nos transformamos. E vai nos julgar de acordo
com 3 critérios.
O primeiro critério é este: se tu formaste a tua consciência. A primeira obrigação de
um cristão é formar a sua consciência.
O segundo é agir de acordo com essa consciência.
E o terceiro é se seguiste as regras da igreja.”
Então quando formos julgados:
1. Vamos ser julgados se formamos ou não a nossa consciência. Para mim isso
significa se tens uma consciência clara da tua missão e do teu propósito no
mundo;
2. Depois, o segundo julgamento é se seguiste essa consciência, que é uma
consciência positiva.
3. E o terceiro é se cometeste pecados e essas coisas todas, de acordo com as
regras da igreja.
44. E eu fiquei muito impressionado
porque eu não sabia que era assim!
Esta instituição milenar chamada Igreja Católica diz oficialmente que,
se colocares em cima de uma balança tu agires de acordo com a tua
consciência, ou agires de acordo com as regras da igreja, deves seguir
a tua consciência. Isto é muito interessante. Uma instituição que diz
”se aquilo que eu te disser for contra a tua consciência, não te importes
com aquilo que eu digo, segue a tua consciência”.
É muito interessante. Mas o primeiro dever é formar a própria
consciência, ou seja, ter este sentido de missão, de propósito, bem
claro. E daqui deriva o resto, daqui derivam as nossas ações, daqui
derivam os nossos ‘julgamentos’ sobre nós próprios. Digo
”julgamentos” entre aspas, eu gosto mais de lhe chamar avaliação
porque nós não julgamos ninguém ,nem a nós próprios, mas
avaliamos.
45. A tua identidade diária é a que tu quiseres. Não existe nenhum artigo
na Constituição da República que diga que tu tens de ser sempre igual,
todos os dias, e que não possas reinventar-te diariamente a teu bel-
prazer.
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46. Depois há pessoas que, quando fazem uma avaliação,
focam-se nas coisas negativas. Elas dizem assim: ”vou-
me focar nas coisas que preciso de melhorar”, isso não
está correto.
É muito melhor e muito mais eficaz esqueceres as coisas que precisas
de melhorar e focares-te completamente nas coisas em que já és bom.
As coisas que tu já sabes fazer, as coisas em que tu és bom são sinais
do teu propósito, e é aí que tu tens de focar a tua atenção.
Sabes o que é que acontece às outras coisas das quais tu não és tão
bom? Se for uma coisa mesmo necessária que tem de ser feita,
arranjas alguém para fazer.
Mas não é aí em que tu tens de focar a tua atenção, a tua atenção
tem de ser focada nas coisas que para ti fazem sentido, naquelas que
te fazem vibrar, naquelas em que tu realmente colocas o teu coração,
quando tu estás a fazê-las a tua mente desaparece, o mundo
desaparece e ficas sozinho e nem te dás conta do tempo passar.
47. Esses são sinais de que tu estás em
sintonia com o teu propósito e com a
tua visão.
Segue esses sinais, segue-os e não ofereças muita resistência, oferece pouca ou
nenhuma.
Então, quando avaliamos as coisas, temos de nos focar nas coisas que para nós fazem
mais sentido, para nós são melhores, para nós são mais fáceis, que nos dão mais
prazer, que nós gostamos mais de fazer. Focamo-nos principalmente nessas.
Sendo nós profissionais, há muitas coisas que nós não gostamos tanto de fazer, em
que não somos tão bons. Se tu quiseres aprender, aprendes com certeza. Eu sou da
opinião que devemos aprender de tudo. Eu gosto muito de aprender, e gosto de
aprender de tudo, mas há coisas que eu não quero aprender, não me dizem nada, não
quero fazer isso, e então arranjo alguém para fazer por mim para eu poder dedicar a
minha vida a fazer as coisas que realmente fazem sentido para mim, e eu poder dar o
meu melhor.
Ninguém consegue dar o seu melhor se tiverem a luta a fazer as coisas das quais não
é bom.Como é que eu dou o meu melhor a fazer uma coisa em luta e que me
desagrada?
48. Atenção: não é fazer só aquilo que nos apetece. Há
uma diferença entre fazer aquilo que se gosta e fazer
aquilo que apetece, são coisas diferentes.
Um futebolista gosta de jogar futebol, mas se calhar não lhe apetece ir ao treino
agora. Está quentinho em casa e agora tem de ir para a chuva, e então não lhe
apetece ir para o treino.
Deve ir ao treino, ou não? Claro que deve ir ao treino.
Não é o facto de não lhe apetecer que ele pode ficar em casa. Não pode, tem de ir
porque a sua visão impele-o a ir, ele tem de ir e se ele não for está mais longe da sua
visão, está a dizer ‘não’ a uma oportunidade, está a dizer ‘não’ a um passo.
Tem de dizer ‘sim’.
O fácil e o difícil não são assunto. Lembras-te do que disse à bocado? Não é por ser
fácil ou ser difícil, isso não interessa. Nós dizemos sempre ‘sim’ a tudo aquilo que nos
leva na direção que nós queremos ir.
É assim que tem de ser.
49. E quando nós nos avaliamos, é este o critério de avaliação: eu disse
‘sim’ e dei o meu melhor independentemente de ser fácil ou ser difícil,
dei o meu melhor. Hoje dei o meu melhor, estes 3 meses que
passaram dei o meu melhor, este ano que passou dei o meu melhor. E
depois observa o caminho que tu percorreste, a pessoa em que tu te
transformaste.
É muito interessante. Se tu poderes fazer isso vai ver coisas que tu
tenhas escrito, ou vídeos que tenhas feito, ou fotos que tenhas tirado
do ano passado, e projeta-te naquele momento em que estavas…
• Qual é a tua posição agora em relação a essa altura?
Melhorou?
• Estás mais próximo do teu objetivo de vida, da tua visão?
• Sentes que progrediste?
Isto é o importante.
50. Sabes, há pessoas que passam a vida inteira a fazer muitas coisas, muito
ocupados, a produzir muitos resultados, e depois ao final da vida reparam
que produziram resultados que não eram aqueles que eles queriam para
eles próprios.
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para Realizar Sonhos
Produziram resultados para outras pessoas, atingiram determinados
objetivos, mas andaram a escalar a montanha errada. No final, olham à volta
e não era aqui que queriam estar. ”Eu não me queria ter transformado nesta
pessoa.’‘
E esta é a avaliação que precisamos de fazer no final do ano:
• Em que pessoa é que eu me transformei?
• Sinto-me melhor comigo próprio?
• Dei o meu máximo?
• Esclareci, clarifiquei a minha visão, o meu futuro?
51. Isto é que é importante. Muito mais do
que estabelecer objetivos, ou metas, ou
fazer planos de ação.
Tudo isso são coisas importantes, mas são coisas muito superficiais, não funcionam
nunca se não tivermos esta visão de fundo.
Vais estabelecer um objetivo para quê? Se esse objetivo não te leva na direção que
tu queres ir, então para que é que é o objetivo?
Eu jogo xadrez, a minha vida é jogar xadrez, então vou estabelecer o objetivo de correr
100 metros em 5 segundos, e vou andar a treinar para correr esses 100 metros em 5
segundos.
Até posso conseguir, e ganho uma medalha, e tenho um estádio inteiro a dizer-me
”Parabéns, és o máximo”, mas sento-me diante de um tabuleiro de xadrez e o meu
jogo não melhorou em nada.
Eu posso me transformar em alguma coisa que pode
não ser aquilo que eu quero, e isto é uma avaliação
muito profunda que todos precisamos de fazer. Okay?
52. É tudo difícil. Repara.
Olha para trás e vê se a tua vida é difícil, se os resultados que tu tens são tirados a
ferros, se tens de trabalhar muito para conseguir qualquer resultado.
São tudo sinais de que não estás em sintonia com o teu propósito de vida.
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Quando estás em sintonia, e vais dizendo sempre que sim às coisas, (como eu disse à
bocado, lembras-te?) vais afinando a tua percepção, vais afinando e compreendes
bem onde é que estás a cometer erros, onde estás a tomar decisões erradas, e
quando fazes coisas que te levam numa direção diferente daquela que tu queres ir.
É preciso ter clareza de ideias para compreender
isto.
Eu falo muitas vezes com algumas pessoas e às vezes tenho de fazer um desenho para
perceberem aquilo que estou a dizer. Não é porque sejam idiotas, não, é porque não
fizeram este trabalho ainda. É preciso afinar a ética, o bem e o mal têm de estar muito
claros, e o bem é tudo o que é positivo, e o mal é tudo o que é negativo.
53. Ponto final. Não é muito
complicado.
Não há aqui grandes dúvidas:
• O que te leva na direção em que tu queres ir e em
que te queres transformar é uma coisa positiva, e
quando isso é útil para as pessoas à tua volta é
uma coisa positiva.
• Se for negativa para ti ou para as pessoas à tua
volta, é negativa.
54. Então pessoal, hoje esta é a minha mensagem, o último Hangout do
ano. Quero-vos agradecer muitíssimo terem estado aqui durante este
ano todo.
Temos muitas pessoas que estão aqui novas hoje. Esta semana
juntaram-se à nossa Tribo talvez perto de 100 pessoas. É um número
muito grande, mas estou muito feliz por podermos estar a ter
influência positiva em tantas pessoas e podermos ajudá-las a realizar
os seus sonhos.
No principio do ano que vem vamos fazer outras avaliações
importantes, vamos traçar direções, e metas e objetivos que nos
levam nessa direção, e vamos ter uma influência social ainda mais
forte do que aquela que tivemos este ano.
Temos muitos projetos e muitas ideias para desenrolar no próximo
ano, são tantos e são todos tão bons que é tão difícil dizer ‘sim’ a
todos. É uma coisa incrível. Mas eu esforço-me muito para não resistir
a nada e dizer sempre que sim a tudo.
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55. Ás vezes são coisas difíceis que temos de fazer, mas as coisas começam a
bater certo:
• atraímos as pessoas certas,
• atraímos as circunstâncias certas,
• atraímos os recursos certos,
• parece que numa orquestra as coisas começam-se a conjugar para nós
podermos passar ao próximo nível.
É uma experiência inacreditável, e tu se não estás a ter essa
experiência neste momento, garanto-te que vais tê-la.
Desejo-vos a todos um bom ano, uma boa passagem de ano, muita diversão,
aproveitem muito bem esta semana. É uma semana mesmo para desfrutar e
para estar com os amigos e com a familia, trabalhar o mínimo possível sim,
entrar em modo manutenção.
Mas é tempo para fazer profundas reflexões. Para refletir acerca das coisas,
para pensar na vida, para pensar naquilo que nos satifaz, naquilo a que somos
bons, qual é a nossa missão no mundo, essas coisas todas são super
importantes, e é daí que derivam todas as nossas decisões, todas as nossas
ações e todos os nosso resultados. Vem daí.
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Ano Novo
Que este ano 2016 seja o ano da revelação para todos:
Da revelação de entender o seu papel no mundo, o seu propósito, o
que é que estão aqui a fazer no mundo, nesta vida, e o que é que é
preciso ser feito para atingir esses objetivos e esses propósitos de vida.
Nós estamos aqui para isso, na Tribo, para nos apoiarmos todos uns
aos outros, cada um a seguir a sua visão.
Não é uma coisa incrível? É uma coisa
espetacular.
Obrigado, fiquem bem. Um grande beijinho e um grande abraço para
todos, e vamos iniciar o próximo ano com uma perspetiva e uma visão
inacreditável. Eu garanto.