Formação de professores alfabetizadores da Rede Municipal do Rio de Janeiro. A importância dos Circulos de cultura para o desenvolvimento da aprendizagem.
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
Formacao de Alfabetizadores da EJA_Encontro 02.pptx
1. Secretaria Municipal de Educação
Formação Docente
Continuada para
Professores Regentes da
EJA I - Alfabetização
2° Encontro
2024
2. O pensamento de Paulo Freire enfatiza a importância de uma Educação libertadora e da conscientização
crítica, com a participação ativa dos educandos, visando uma transformação social.
A linguagem se constitui e adquire sentido nas relações sociais, como uma produção histórica e cultural.
Ler e escrever deve, portanto, ser entendido como um processo indissociável das relações sociais.
As rotinas
São processos praticados frequentemente em sala de aula, que ajudam a organizar a regularidade e o
tempo dessas atividades. Na alfabetização, visam principalmente criar e qualificar um hábito de leitura
e escrita diários.
As sequências didáticas
São formas de organizar a abordagem didática em etapas processuais estruturadas, orientadas e
encadeadas de modo coeso e coerente, favorecendo o percurso dos(as) estudantes.
Revisitando o último encontro
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Alfabetização.
3. O que veremos hoje?
Círculo de Cultura
O que é?
Origem Histórica, anos 60
Uma reflexão epistemológica
Como dinamizar?
Elementos estruturantes do Círculo de Cultura
Círculo de Cultura na prática
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Alfabetização.
4. O que é?
O projeto que em 1963 resultou nas conhecidas “40
horas de Angicos”, quando Freire aceitou a proposta
do Secretário de Educação do Rio Grande do Norte,
Calazans Fernandes, para desenvolve-lo. Um grupo de
estudantes, na maioria universitários, realizou uma
pesquisa prévia do universo vocabular da população
de Angicos e posteriormente atuou como
Coordenadores dos Círculos de Cultura. Durante 40
encontros de uma hora, alfabetizaram os adultos do
pequeno município, que aprenderam a ler, além da
palavra, o seu mundo.
Fonte: MARINHO, Andrea Rodrigues Barbosa. O círculo de cultura no contexto das novas tecnologias de
informação. Anuário Unesco/Metodista de Comunicação Regional, Ano 18 n.18, p. 77-88 jan/dez. 2014.
Círculo de Cultura – origem histórica
Fonte: Instituto Paulo Freire. Paulo Freire e as 40 horas de Angicos, 1963.
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Alfabetização.
5. Círculo de Cultura era uma ideia que substituía, naquele processo de alfabetização, a
sala de aula. Tinha a nomenclatura de Círculo porque todos seus participantes formavam
a figura geométrica do círculo, nessa disposição todos se olhavam e se viam. Cultura
porque havia uma interação das relações dos seres humanos com a realidade, recriando-
a e buscando-se a dinamização de seu espaço no mundo.
Fonte: MARINHO, Andrea Rodrigues Barbosa. O círculo de cultura no contexto das novas tecnologias de
informação. Anuário Unesco/Metodista de Comunicação Regional, Ano 18 n.18, p. 77-88 jan/dez. 2014.
Círculo de Cultura – origem histórica
No Círculo, “O ser humano vai dominando a realidade. Vai humanizando-a. Vai acrescentando a ela algo que ele
mesmo é fazedor. Vai temporalizando os espaços geográficos. Faz cultura” (FREIRE, 2003b, p.51).
Saiba mais!
Documentário: As 40 horas de Angicos. [assista aqui]
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6. Círculo de Cultura: uma reflexão
epistemológica
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Alfabetização.
Freire (2014ba) define o círculo de
cultura como uma possibilidade de
construir conhecimento e não,
simplesmente uma metodologia de
trabalho. O autor nos apresenta o
círculo de cultura como uma forma de
promover ações dialógicas sobre os
fenômenos sociais a partir de uma
perspectiva crítica e desestabilizadora.
Círculo de Cultura: Numa perspectiva educacional
emancipatória, Freire construiu uma reflexão e uma práxis
pedagógica - que possibilitou desestabilizar e criticar as bases
do conhecimento pedagógico hegemônico. Freire se
debruçou sobre propostas de alfabetização para educar,
especialmente trabalhadores e camponeses oprimidos. Além
disso, o educador efetivou uma proposta pedagógica firmada
por uma práxis humanista, na qual os oprimidos se
reconhecem como protagonistas da sua educação e da
construção dos seus saberes, conhecimentos e cultura. Nas
palavras de Arroyo (2014) Freire conseguiu captar a presença
e os movimentos populares desses sujeitos e, por isso, tornar
a educação um processo de humanização que não tinha a
pretensão de instituir um conjunto de métodos, mas
‘reeducar a sensibilidade pedagógica’. Essa reeducação da
sensibilidade pedagógica propõe outro caminho para a
educação que não se centra no como educar “mas como se
educam, nem como ensinar-lhes, mas como aprendem, nem
como socializá-los, mas como se socializam, como se afirmam
e se formam como sujeitos, culturais, cognitivos, éticos,
políticos que são” (ARROYO, 2014, p. 27).
7. Círculo de Cultura – elementos estruturantes
INVESTIGAÇÃO DO
UNIVERSO
VOCABULAR
TEMATIZAÇÃO
PROBLEMATIZAÇÃO
SISTEMATIZAÇÃO Círculo de Cultura
(ADAPTADO)
O que é? Mapear, a partir de dados reais,
elementos representativos da vida dos sujeitos nos
diversos aspectos da dimensão socio-histórico-
cultural, que podem ter uma conotação afetiva
relacionada a experiências de vida, professional etc.
Definir as palavras e temas geradores.
O que é? É um momento de sensibilização em
que se pode partir de uma série de elementos
(imagem, texto verbal, canção etc.), inicialmente
para provocar a observação, a contextualização,
como um convite à problematização do tema.
O que é? A descodificação (ou análise) da
situação. O tensionamento da realidade, o
debate sobre processos histórico sociais, a
compreensão sobre sua condição no mundo e as
possibilidades de transformação, a superação da
ingenuidade com criticidade, por meio da
elaboração de indagações, de reflexões.
O que é? Uma sistematização escrita, partindo da
análise da palavra geradora, entre outras oriundas
do Círculo, seguindo com o registro sobre o que os
estudantes sabem, sentem, pensam sobre o tema,
com mediação docente, em uma perspectiva de
investigação da língua.
8. Vamos experimentar essa dinâmica do Círculo de Cultura!
Círculo de Cultura na prática
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Alfabetização.
A palavra
ALFABETIZAR
remete você a pensar em...
(1ª palavra que vier em mente)
9. Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que
ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as
cebolas, os tomates, os pimentões _é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer
aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu
olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente
ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica.
De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o
mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes
Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a
acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou
assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os
poetas ensinam a ver".
Fonte: ALVES, Rubem: A complicada arte de ver. Folha online. 2004.
Círculo de Cultura na prática
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Alfabetização.
10. Círculo de Cultura na prática
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Alfabetização.
Quem é alfabetizado? (quem aprende)
Quem alfabetiza? (quem ensina)
O que é ensinado? Como se alfabetiza?
Quem define o que é relevante e como é feito? Quem produz os sentidos?
O formato da escola e das aulas ajudam estudantes a se emanciparem?
De quais direitos os estudantes foram alijados por serem analfabetizados?
Quais direitos, com o processo de alfabetização, foram restituídos?
ALFABETIZAR
11. Círculo de Cultura na prática
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Alfabetização.
ALFABETIZAR
Agora, depois desse diálogo, a palavra
remete você a pensar em...
12. 01/03: Rotinas e sequências didáticas;
05/04: Círculo de Cultura;
03/05: Estratégias de Avaliação;
07/06: Estratégias de Leitura;
16/08: Estratégias de Produção textual;
13/09: Estratégias para Revisão textual;
11/10: Estratégias de leitura e escrita com tecnologias digitais;
01/11: Tipos e suportes textuais diversos.
Próximos encontros
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Alfabetização.
13. Vamos preencher a
Avaliação da Formação!
Avaliação do Encontro
https://forms.office.com/r/Hhjj2YBzu6
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Alfabetização.
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Alfabetização.
14. Referências
FREIRE, Paulo. Consciência e Educação. São Paulo: Cortez, 1979.
______. A educação na cidade. 5ª. Ed. São Paulo: Cortez, 2001.
______. Pedagogia do oprimido. 13.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
______. Educação como práxis da liberdade. 27.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014a.
______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. 28.ed. São Paulo: Paz e
Terra, 2003a (Coleção Leitura).
GADOTTI, Moacir. Perspectivas Atuais da Educação. São Paulo: Artmed, 2000.
LUIZ Lobo. Uma experiencia em Angicos. Jornal do Comércio. Rio de Janeiro, 1963.
ARROYO, Miguel G. Outros sujeitos, outras pedagogias. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
________. Passageiros da noite: do trabalho para a EJA. Itinerários pelo direito a uma vida justa . Petrópolis, RJ: Vozes,
2017.
ALIKE. Direção: Daniel Martinez Lara e Rafa Cano Méndez. Produção: Daniel Martinez Lara. Produtora: Pepe School
Land. Local: Espanha. Duração: 8 minutos. Disponível em: https://youtu.be/PDHIyrfMl_U?si=eZwIpEf9nlbPpxDl Acesso
em: 13 mar de 2024.
16. EDUARDO PAES
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
RENAN FERREIRINHA
Secretaria Municipal de Educação
ADRIANO CARNEIRO GIGLIO
Subsecretaria de Ensino
GEISI NICOLAU
Gerência de Educação de Jovens e Adultos
ALINE DE MENEZES
ANDRÉA LIMA
CELINA CURSINO
CRISTIAN ELIAS DE OLIVEIRA
DANIEL DE OLIVEIRA
EVALDO LEMOS
ITÁLIA CLAUDIA ALVES
JAQUELINE PEIXOTO
MARIA HELENA NEVES
RACHEL NASCIMENTO
ROSA MARIA ALVES
Equipe da Gerência de Educação de Jovens e Adultos
Gerência de Educação de Jovens e Adultos (GEJA)
Rua Afonso Cavalcanti, n° 455/ Sala 435, Cidade Nova. CEP: 20.071-004 – Rio de Janeiro/ RJ
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