O libertismo é uma teoria sobre o problema do livre-arbítrio que defende que os seres humanos são livres. Ou seja, defende que podemos controlar nossas ações e que, em pelo menos algumas ocasiões, podemos escolher agir de uma forma diferente da forma que de fato agimos.
Para tornar essa ideia menos abstrata, considere um exemplo, um caso famoso de assassinato. Em 1924, Leopold e Loeb, estudantes da Universidade de Chicago, nos Estado Unidos, mataram um garoto de 14 anos com a única finalidade de cometer um crime perfeito. Foi, portanto, um assassinato planejado e cometido por motivo fútil. Além, disso, os responsáveis pelo assassinato eram pessoas normais, sem um histórico de problemas psiquiátricos ou qualquer doença mental que pudesse afetar sua mente.
Um libertista diria que, nesse caso, Leopold e Loeb tiveram total liberdade para fazer o que fizeram. Ou seja, eram eles que estavam no controle da situação, de modo que poderiam ter optado por não cometer tal crime. Dependia apenas deles escolher praticar tal ação.
Determinismo é um conceito filosófico que diz que todos os fatos são baseados em causas, ou seja, todo o acontecimento é regido pela determinação12. O termo determinismo surgiu a partir do verbo "determinar", que vem do latim determinare que, literalmente, significa "não-terminar" ou "não-limitar"1. O determinismo é uma corrente filosófica que diz que todos os fatores são dependentes de uma casualidade, ou seja, determinados2. Simplificando rudemente, significa que não há escolha ou livre-arbítrio, as situações são pré-determinadas e não há espaço ou chance de mudança2.
1. LIBERTISMO
F I L O S O F I A
Ana Fernandes n°2, Clara Nogueira n°3, Matilde Godinho n°19, Rita Rodrigues n°22, Lara Rosa n°30
2. Conceitos
Tese fundamental
Livre-arbítrio
No libertismo existe livre-arbitrio e
algumas ações humanas são livres.
É a capacidade de gerir a
liberdade de escolha e/ou decisão.
Consiste na ideia permanente de liberdade de escolha não
influênciada.
O libertismo considera que o determinismoe o livre-
arbítrio são incompatíveis.
Se uma ação humana tem causas anteriores
e está
submetida às leis da natureza, não é
uma ação livre.
Este é um ponto em comum entre as duas teses, mas
há divergênciaquanto à existência ou não de livre-
arbítrio.
O libertismo é incompatibilista?
Libertismo
Os libertistas completam o argumento da consequência do seguinte
modo:
(1) Se não tivéssemos livre-arbítrio, não seríamos moralmente
responsáveis por nada daquilo que fazemos (nem poderíamos
louvar ou censurar fosse quem fosse pelas suas ações).
(2) Somos claramente responsáveis por algumas das coisas que
fazemos.
(3) Logo, temos livre-arbítrio e nem tudo está determinado.
Defesa da permissa
Os libertistas argumentam que a sensação de livre-arbítrio é
inegável para nós, pois parece que fazemos escolhas e agimos
independentemente.
Mesmo que reconheçamos que as nossas decisões são
influenciadas por vários fatores, acreditamos que dependem da
nossa livre vontade.
Eles veem isso como um forte indício a favor da existência do livre-
arbítrio, sugerindo que é mais plausível assumir que essa sensação
decorre da realidade do livre-arbítrio do que de um erro persistente
de nossa parte.
4. Argumentos a favor do libertismo
Argumento da experiência Argumento da responsabilidade
O pressuposto de que temos livre-arbítrio está
profundamente enraizado nas nossas formas
habituais de pensar. Ao reagir a outras pessoas,
não conseguimos deixar de as ver como autoras
das suas acções. Consideramo-las responsáveis,
censurando-as caso se tenham comportado
mal e admirando-as caso se tenham
comportado bem. Para que estas reacções
estejam justificadas, parece necessário que as
pessoas tenham livre-arbítrio.
Podemos começar com a ideia de que sabemos
que somos livres porque cada um de nós apercebe-
se imediatamente de ser livre cada vez que faz uma
escolha consciente. Pense novamente no que está a
fazer neste momento: ler uma página que está
diante de si. Pode continuar a ler ou parar de ler. O
que irá fazer? Pense na sensação que tem agora,
enquanto pondera estas opções. Não sente
constrangimentos. Nada o impede de seguir numa
direcção nem o força a fazê-lo. A decisão é sua. A
experiência de liberdade, poder-se-á dizer, é a
melhor prova que podemos ter.
5. Objeções ao libertismo
Objeção da responsabilidade moral Objeção da aleatoriedade
Os libertistas sustentam que para que as nossas
escolhas sejam genuinamente livres, não
podem ser determinadas pelos acontecimentos
anteriores e pelas leis da natureza. Mas uma
escolha que não seja determinada por
acontecimentos anteriores é simplesmente
aleatória, fruto do acaso, pelo que também não é
livre, dado que o acaso é algo que não podemos
controlar. A única alternativa seria considerar
que uma escolha pode ser livre apesar de ser
determinada pelos acontecimentos anteriores,
mas isso daria razão ao compatibilista e não ao
libertista.
Um dos maiores desafios que se colocam perante o
determinismo é o problema da responsabilidade
moral. Dado que grande parte dos nossos
comportamentos quotidianos (como a admiração, a
censura, o louvor e a culpa) pressupõe que, de facto,
somos moralmente responsáveis pelo menos por
algumas das coisas que fazemos e que o
determinismo implica que nenhum de nós pode
realmente agir de modo diferente daquele como
age. Por conseguinte, se nenhum de nós é
moralmente responsável por nada do que faz,
temos de aceitar que muitos dos nossos
comportamentos são simplesmente absurdos, caso
contrário somos forçados racionalmente a rejeitar o
determinismo.