2. “ Velho vento vagabundo!
No teu rosnar sonolento
Leva ao longe este lamento,
Além do escárnio do mundo. ”
Cruz e Sousa
Aliteração: repetição de sons consonantais.
3. Assonância: consiste
na repetição de sons
vocálicos.
A onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
onda ainda
onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda.
Manuel Bandeira
4. “Eu que passo, penso e peço.”
"Na vida tudo passa, até uva-passa."
"Na vida tudo passa, até
uva-passa"
Paronomásia: consiste na aproximação de palavras de
sons parecidos, mas de significados distintos.
5. Anáfora:
consiste na
repetição de
uma palavra no
início de versos
ou frases
“Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer .”
Camões
“Nem tudo que ronca é porco,
Nem tudo que berra é bode,
Nem tudo que reluz é ouro.”
6. Polissíndeto: consiste na
repetição de conectivos
ligando termos da oração
ou elementos do período.
“E sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob o
sarcasmo[...]”
Jungho Lee
7. Metáfora: consiste em empregar
um termo com significado
diferente do habitual. A metáfora
é uma comparação em que o
conectivo comparativo fica
subentendido.
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”
“Seus olhos são dois oceanos.”
“Minha vida é uma colcha de retalhos.”
Jimmy Liao
8. Comparação: a diferença entre a
comparação e a metáfora é que a
comparação precisa de elementos
comparativos.
(tal qual, como, assim como,
mais que, menos que... )
“Seus olhos são como estrelas
cadentes. ”
Ilustração de Jimmy Liao
9. Metonímia: é
um tipo de
metáfora, só
que mais
intensa.
“Não tinha teto
em que se
abrigasse.”
(teto em lugar
de casa – Parte
pelo todo)
“Sócrates
tomou a
morte.”
(O efeito é a
morte, a causa
é o veneno)
“O meu
irmãozinho
adora danone.”
(Marca pelo
produto)
Gosto de ouvir
Legião Urbana.
(Autor pela
obra)
Entre outros
10. Antítese: consiste
na aproximação de
termos contrários,
de palavras que se
opõem pelo
sentido.
“Não existiria som se não
houvesse o silêncio
Não haveria luz se não
fosse a escuridão
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim”.
11. Paradoxo:
Estruturalmente
parece uma antítese,
entretanto, as
palavras em
oposição anulam-se,
ferindo uma lógica
entre as
palavras(Oposição
simultânea).
• “Amor é ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente [...]”
• “E onde queres bandido sou herói.”
(Caetano Veloso)
• "Já estou cheio de me sentir vazio."
(Renato Russo)
12. Ironia: é a figura que
apresenta um termo em
sentido oposto ao usual,
obtendo-se, com isso, efeito
crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia
era mestra na arte de
judiar de crianças.”
Monteiro Lobato
“Marcela amou-me
durante quinze meses e
onze contos de réis.”
Machado de Assis
13. Eufemismo: consiste em substituir
uma expressão por outra menos
brusca; em síntese, procura-se
suavizar alguma afirmação
desagradável.
“Ele enriqueceu por meios ilícitos.”
(para não dizer que roubou)
“Adormeceu para sempre.”
14. Hipérbole: trata-se de exagerar
uma ideia com finalidade enfática.
Ex.: “Estou morrendo de sede.”
(em vez de estou com muita sede)
15. Pleonasmo: Consiste
na repetição de um termo ou ideia,
com as mesmas palavras ou não.
"E rir meu riso e derramar meu pranto”
(Vinícius de Moraes)
“Chove chuva, chove sem parar.”
"Vi claramente visto o lume vivo"
(Camões)
16. Prosopopeia, Humanização ou
Personificação: consiste em
atribuir a seres inanimados
predicativos que são próprios de
seres animados.
“O jardim olhava as crianças sem
dizer nada.”
Jimmy Liao
17. Gradação: é a apresentação
de ideias em progressão
ascendente ou descendente
“Que te direi, se me interrogas?
As nuvens falam?
Não. As nuvens tocam-se,
[ passam, desmancham-se.
Às vezes, pensa-se que demoram,
[ parece que estão paradas...
Confundiram-se [...]”
Cecília Meireles
"Surpreso, admira o
seu porte, sentindo-se
vivo, o maior, o
invencível".
18. Catacrese: era um tipo de metáfora, que devido ao uso
contínuo, perdeu o valor literário que tinha.
“O pé da mesa estava quebrado.”
Outros exemplos:
• folhas de livro
• dente de alho
• céu da boca
• cabeça de prego
• asa da xícara
19. Sinestesia: trata-se de mesclar,
numa expressão, sensações
percebidas por diferentes órgãos
do sentido.
“Preso à minha classe e a algumas
roupas, [vou de
branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa
[justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus
poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse. [...]”
A flor e a náusea, Carlos Drummond de
Andrade