1. Registo de Apresentação de livros
Ana Júlia Mota Tomé, 12ºA, nº2
Autor: Marguerite Duras
O
Editora: DIFEL
Ano da edição:
S A
URA
E D Período de leitura: Dois dias M
RIT Apresentação geral do livro: A escritora do livro
A
conta a sua infância e a sua adolescência. Esta
GUE apaixona-se por um homem chinês aquando uma
viagem de Sadec para Saigão. Este viera-lhe a ensinar
MAR o significado do prazer, sendo doze anos mais velho
que ela, que se torna seu amante.
O livro tem como história central a relação com o
amante, mas porém, relata-nos também descrições
da vida colonial, da pobreza e da relação com a
N
família, não sendo uma vida estável principalmente a
figura da mãe com o seu irmão mais velho. Esta vida
instável é devido à sua situação financeira não ser a
mais acessível uma vez que vivem apenas das
T
aparências, mantendo o estatuto até ai usufruído, e
E
também devido à situação do irmão mais velho que
entra por caminhos de ópio e chega a uma ponto que
se vê sem dinheiro para o seu “investimento”, é
quando este vai para França, supostamente para tirar
um curso e acaba por enganar a mãe.
Com o seu namoro com o homem mais velho,
extremamente rico, sendo filho de um empresário
2. chinês e sendo dependente e de constituição física delicada. Todas estas
características fazem com que a família da jovem lhe proporcione desprezo aquando
um jantar num restaurante chiquíssimo, tendo sido um jantar de apresentação à
família da jovem, mas esta dizia à família que eram apenas amigos, um amigo que a
levou a casa.
As mulheres são, em geral, vistas como seres solitários, dependentes e
emocionalmente frágeis. E é essa fragilidade, essa solidão, que conduz a jovem até à
relação intensa mas passageira com o amante. Neste livro há uma fragilidade vindo do
homem rico, que não possui nome, que este não consegue assumir qualquer
compromisso uma vez que há uma cultura diferente e classes sociais diferentes.
Devido a estas razões, ela não se entrega por amor nem sequer por atracção,
mas sim por revolta e solidão. Pelo contrário, é a sua paixão pela amiga do colégio,
Hélène, que a realiza mesmo não passando de uma paixão platónica.
O seu envolvimento com o homem rico acaba por acabar uma vez que este é obrigado
a casar e esta parte novamente para Sadec. Não havendo uma despedida como teria
ficado combinado que após o seu casamento, ele voltaria a casa para terem o último
momento juntos, isso não aconteceu, a jovem esperou e acabou por partir, vendo no
regresso a Sadec, a limusina preta escondida para que esta não o visse.
Relação título-livro: Amante é um título que se adequa muito bem ao livro. É a
palavra-chave de todo o desenlace deste romance, uma vez que o homem rico passa
por amante, porque paixão sente ela pela sua amiga do colégio.
Frases relevantes:
• “Aos dezoito anos envelheci. (…) Em vez de me assustar, vi operar-se este
envelhecimento do meu rosto com o interesse que teria, por exemplo, pelo
desenrolar de uma leitura. (… ) Conservei esse novo rosto. Foi o meu rosto.”
• “A pele é duma sumptuosa suavidade. (…) Não o olha. Toca-o. Toca a doçura do
sexo, da pele, acaricia a cor dourada, a desconhecida novidade (…). Está num
estado de amor abominável.”
• “(...)E depois dissera-lho. Dissera-lhe que era como dantes, que ainda a amava,
que nunca poderia deixar de a amar, que a amaria até à morte.”
3. Relação pessoal ao livro: Escolhi este livro porque a capa e o título despertaram a
minha atenção. Além disso, a sinopse do livro suscitou-me alguma curiosidade, uma
vez que desperto algum interesse por temáticas que retratem ambientes e sociedades
diferentes. O livro retrata o que o título o diz “O Amante”, nota-se que foi o que a
escritora viveu naquela altura e isso desperta algum sentimento principalmente para
quem é mais sensível.
Marguerite Donnadieu, nasceu em 1914 em Vietnam (antiga Indochina), onde passou a sua infância
e adolescência.
Durante a adolescência, teve um caso com um homem chinês rico e retorna mais tarde a este
período nos seus livros (nomeadamente O Amante, obra que foi referida, e O Amante da China do
Norte).
Aos 17 anos, estudou Direito e Ciência Política no Sorbonne, em França, onde se formou, em 1935.
Nessa altura, decide mudar o seu apelido Donnadieu por Duras, nome de uma vila francesa, terra
natal do seu pai. Em 1939, casa-se com o poeta Robert Antelme. Durante a década de 1980,
Marguerite Duras apaixona-se por Yann Andréa Steinner (um homem 38 anos mais novo). Duras
viverá com Yann até à sua morte, mas não sem antes atravessar um duro período em que
permaneceu junto do seu marido Robert Antelme . Este período serviu de base para uma colecção de
histórias curtas, um grito literário sobre a pressão em que viveu.
Marguerite Duras morreu no dia 3 de Março de 1996, em Paris devido a um cancro na garganta. Um
dia após a sua morte o académico-jornalista Bertrand Poirot-Delpech escreveu no jornal Le
Monde:"Quando esse pequeno pedaço de gente com grandes óculos e voz de final de comício
participa da resistência ou faz política, quando acredita no comunismo e depois o execra, ela o faz
com as suas entranhas, sem moderação nem prudência."