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Português 11.º Ano
Caderno de
Apoio ao Estudo
· Funcionamento da língua
Língua, comunidade linguística,
variação e mudança
Morfologia
Classes de palavras
Sintaxe
Relações entre palavras
· Leitura de imagens
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Funcionamento da língua
Língua, comunidade linguística, variação e mudança
Comunidade e falante .................................................................................................................................. 3
Variação e normalização linguística ............................................................................................ 3
Morfologia
Processos morfológicos de formação de palavras...................................................... 4
Derivação .................................................................................................................................................................... 4
Composição ............................................................................................................................................................. 4
Classes de palavras
Nome ............................................................................................................................................................................... 5
Adjetivo ......................................................................................................................................................................... 6
Verbo ................................................................................................................................................................................ 6
Interjeição .................................................................................................................................................................. 7
Advérbio ....................................................................................................................................................................... 8
Pronome ...................................................................................................................................................................... 9
Determinante ......................................................................................................................................................... 9
Quantificador ......................................................................................................................................................... 10
Conjunção .................................................................................................................................................................. 10
Preposição ................................................................................................................................................................. 11
Sintaxe
Constituintes da frase .................................................................................................................................. 12
Relações entre palavras
Relações de semelhança-oposição ............................................................................................... 13
Relações entre palavras escritas e entre grafia e fonia .......................................... 13
Leitura de imagens
Perceção ....................................................................................................................................................................... 14
Identificação ............................................................................................................................................................ 14
Interpretação .......................................................................................................................................................... 15
Função ........................................................................................................................................................................... 15
Índice
I S B N 9 7 8 - 9 7 2 - 0 - 9 4 5 1 3 - 6
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Caderno de Apoio ao Estudo 3
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A. Comunidade e falante
B. Variação e normalização linguística
1. VARIAÇÃO
Propriedade que as línguas têm de se tornarem diferentes em função da geografia, da sociedade
e do tempo, dando origem a variantes e a variedades linguísticas.
Comunidade
linguística
Conjunto de falantes que utilizam uma mesma língua (que não é obrigatoria-
mente a língua materna de todos) ou um mesmo dialeto para comunicarem
entre si.
Falante Sujeito enquanto utilizador de uma língua, possuidor de um conhecimento lin-
guístico, ou elemento de uma comunidade linguística. O termo é sinónimo de
falante-ouvinte.
Competência
linguística
Capacidade intuitiva que o falante tem de usar a língua materna, decorrente do
processo de aquisição da linguagem.
Competência
metalinguística
Capacidade que um falante tem de manipular e refletir sobre unidades, proces-
sos e regras da gramática da sua língua.
1.1. Variedades
geográficas
Diferentes formas que uma mesma língua assume no território em que é utili-
zada. A estas variedades chama-se também “dialetos regionais” ou “dialetos”.
1.1.1. Variedades do português
Ao longo da história, a população de língua materna portuguesa entrou em con-
tacto com falantes de outras línguas e daí resultaram diferentes variedades do
português: variedade europeia, variedades africanas e variedade brasileira.
1.2. Variedades
sociais
Também chamadas “socioletos” ou “dialetos sociais”, são variedades de uma
língua usadas por falantes que pertencem à mesma classe social, que partilham
o mesmo ambiente socioeconómico ou educacional. Consideram-se fatores
sociais de variação a classe social, o nível de instrução, o tipo de educação, a
idade, o sexo, a origem étnica, etc.
1.3. Variedades
situacionais
São o resultado da capacidade dos falantes para adaptarem o estilo de lingua-
gem à situação de comunicação que enfrentam. Essa capacidade chama-se com-
petência comunicativa.
1.4. Variação
histórica
Esta variação resulta de mudanças linguísticas e consiste no contraste entre a
gramática antiga de uma língua e uma gramática posterior dessa mesma língua.
Não é necessário esperar séculos para que se possa observar uma variação his-
tórica ou diacrónica. Numa mesma língua e numa mesma época, podem coexis-
tir duas gramáticas com regras diferentes, sendo uma delas mais arcaizante e a
outra o resultado de uma mudança linguística.
Língua, comunidade linguística, variação e mudança
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A. Processos morfológicos de formação de palavras
1. DERIVAÇÃO
Processo morfológico de formação de palavras que consiste, tipicamente, na adição de um afixo
derivacional (prefixo e/ou sufixo) a uma forma de base (radical ou palavra) – afixação. Porém, a deri-
vação pode não implicar a adição de constituintes morfológicos – conversão e derivação não afixal.
Processos que envolvem adição de constituintes morfológicos
1.1. Afixação (1) Prefixação Consiste na adição de um prefixo derivacional a uma forma de
base.
Exs.: antirrugas; desfazer
Sufixação Consiste na adição de um sufixo derivacional a uma forma de
base.
Exs.: florista; felizmente
Parassíntese Consiste na adição simultânea de um prefixo e de um sufixo deri-
vacionais a uma forma de base. A palavra resultante não permite
a adição de apenas um dos afixos.
Exs.: Amanhecer; engordar; apodrecer
1.2. Conversão Processo de formação de palavras, também denominado por derivação imprópria,
que integra uma unidade lexical numa nova classe de palavras, sem qualquer alte-
ração formal.
Ex.: olhar (verbo) > olhar (nome)
1.3. Derivação
não afixal
Processo de formação de palavras que forma nomes a partir de verbos.
Exs.: troc- > troca, troco; abraç- > abraço
Processos que não envolvem adição de constituintes morfológicos
2. COMPOSIÇÃO
Processo morfológico de formação de palavras que recorre à associação de duas ou mais formas
de base.
(1) A derivação (através de afixos derivacionais) e a flexão (através de afixos flexionais) são processos morfológicos realizados por afixação.
2.1. Composição
morfológica
Processo de composição que associa um radical a outro(s) radical(is) ou a
uma ou mais palavras. De um modo geral, entre os radicais e a palavra
surge uma vogal de ligação.
Exs.: [agr]+[cultura] > agricultura; [luso]+[descendente] > lusodescendente
(compostos morfológicos)
2.2. Composição
morfossintática
Processo de composição que associa duas ou mais palavras. A estrutura
destes compostos depende da relação sintática entre os seus elementos, o
que tem consequências na forma como são flexionados em número.
Exs.: guarda-chuva; palavra-chave
(compostos morfossintáticos)
Morfologia
4 Expressões 11.º ano
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Caderno de Apoio ao Estudo 5
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Classes de palavras
A. Classe aberta de palavras
Classe de palavras que é constituída por um número potencialmente ilimitado de palavras e à
qual a evolução da língua acrescenta constantemente novos membros.
NOME
Palavra que permite variação em género, em número e, em alguns casos, em grau aumentativo e
diminutivo. O nome é o núcleo do grupo nominal, podendo coocorrer com determinantes ou quanti-
ficadores, que o antecedem.
Classes de nomes
Nome próprio Designa um referente fixo e único num dado contexto discursivo, pelo que é
completamente determinado, não admitindo complementos ou modificadores
restritivos ou variação em número.
Exs.: João; Serra da Estrela; Cávado
Nome comum Não designa necessariamente um referente único, pelo que não é completa-
mente determinado, admitindo complementos ou modificadores restritivos e
variação em número.
Exs.: cão; casa; alegria; homem; vento
O nome comum pode ser:
Contável Aplica-se a objetos ou referentes que podem ser diferenciados
como partes singulares ou partes plurais de um conjunto. Assim,
podem ocorrer em enumerações e a forma de plural marca uma
oposição quantitativa.
Exs.: a árvore/as árvores; uma árvore/três árvores
Não
contável
Aplica-se a conjuntos de objetos ou entidades em que não é pos-
sível distinguir partes singulares de partes plurais.
Exs.: farinha; açúcar
Coletivo No singular, designam um conjunto de objetos ou entidades do
mesmo tipo. Os nomes coletivos podem também ser contáveis
ou não contáveis.
Exs.: rebanho; fauna
(Em termos de classificação, rebanho é um nome comum contá-
vel coletivo e fauna é um nome comum não contável coletivo.)
Nome epiceno Não sofre contraste em género independentemente do sexo da entidade a que se
refere. O género poderá ser estabelecido recorrendo à palavras macho/fêmea.
Exs.: águia-macho/águia-fêmea; rouxinol; baleia
Nome sobrecomum Tem uma única forma para designar o masculino e o feminino.
Exs.: a vítima; o indivíduo; a pessoa; a criança
Nome comum de dois Possui uma forma comum aos dois géneros, sendo o determinante a indicar
o género.
Exs.: o jovem/a jovem; o pianista/a pianista
A maioria dos nomes tem dois valores de género: masculino e feminino. No entanto, alguns são
invariáveis ou uniformes quanto ao género:
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6 Expressões 11.º ano
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Adjetivo
qualificativo
Exprime qualidades, atributos do nome. Tipicamente, a posição do adjetivo qua-
lificativo é pós-nominal. Alguns destes adjetivos ocorrem à direita e à esquerda
do nome, correspondendo esta ordem a interpretações diferentes.
Exs.: Tens um belo chapéu.
É sem dúvida um rapaz grande. / … um grande rapaz.
Adjetivo
numeral
Expressa ordem ou sucessão numa sequência. Ocorre geralmente em posição
pré-nominal.
Exs.: Este foi o meu primeiro livro de histórias.
Chegámos rapidamente ao terceiro andar.
Adjetivo
relacional
Deriva de um nome e, tipicamente, revela uma relação de agente ou posse rela-
tivamente ao nome. Este adjetivo ocorre em posição pós-nominal e não varia
em grau.
Exs.: Foi a crítica musical que fez disparar as vendas.
Deixei o meu irmão no parque infantil.
Verbo intransitivo Não exige a ocorrência de complementos.
Exs.: O autocarro chegou. / O meu irmão já acordou.
Verbo transitivo
direto
Seleciona um sujeito e um complemento direto.
Exs.: A Maria comprou um belo livro. / Todos dizem que é verdade.
Verbo transitivo
indireto
Seleciona um sujeito e um complemento indireto ou um complemento oblíquo.
Exs.: O filme agradou à Carla. O filme agradou-lhe. / O Pedro vai à serra da Estrela.
Verbo transitivo
direto e
indireto
Seleciona um sujeito e dois complementos: um complemento direto e um com-
plemento indireto ou oblíquo.
Exs.: O Francisco ofereceu um disco ao irmão. / O Francisco ofereceu-o ao irmão.
O Francisco ofereceu-lhe um disco. / O Francisco ofereceu-lho.
A Cristina levou um gatinho para casa. / A Cristina levou-o para casa.
Verbo transitivo-
-predicativo
Seleciona um sujeito, um complemento direto e um predicativo do comple-
mento direto.
Exs.: Considero este livro belíssimo. / A Inês achou o teste muito fácil.
ADJETIVO
Palavra que, tipicamente, permite variação em género, em número e em grau. O adjetivo é o
núcleo do grupo adjetival.
Classes de adjetivos
VERBO
Palavra que se flexiona em tempo, modo, pessoa e número, e que constitui o elemento principal
do grupo verbal.
1. VERBO PRINCIPAL
Verbo que, numa frase ou oração, determina a ocorrência de um sujeito e de um ou vários com-
plementos, a categoria e interpretação do sujeito e dos complementos.
Os verbos principais dividem-se em várias subclasses, organizadas de acordo com a possibili-
dade de selecionarem sujeito ou predicativos e com a natureza dos seus complementos. Um mesmo
verbo pode pertencer a diferentes subclasses em função do contexto em que ocorre.
Classes de verbos em função da presença e tipo de complementos
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Caderno de Apoio ao Estudo 7
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2. VERBO AUXILIAR
Precede um verbo principal ou copulativo, formando um complexo verbal. O verbo auxiliar não
determina o sujeito ou os complementos.
Verbo auxiliar
dos tempos
compostos
Exige que o verbo principal se encontre no particípio passado. Os auxiliares dos
tempos compostos são ter e haver.
Exs.: Ele tem andado muito ocupado. Já sabiam que o carro havia passado ali.
Verbo auxiliar
da passiva
Ocorre em frases passivas e exige que o verbo principal se encontre no particí-
pio passado. O verbo auxiliar da passiva é o verbo ser.
Exs.: Esta situação foi provocada por ti.
Nem todos os acontecimentos são determinados pelo acaso.
Verbo auxiliar
temporal
Os auxiliares temporais são haver de e ir. Constroem um complexo verbal com
o verbo principal no infinitivo que tem um valor de futuro.
Exs.: Este ano escolar vai ser ótimo. / Tu hás de conhecer realidades incríveis.
Verbo auxiliar
aspetual
Com o verbo principal no infinitivo, dá origem a um complexo verbal com valor
aspetual de tipo durativo (estar a; continuar a; ficar a; andar a; ir a; vir a), incep-
tivo (começar a) ou pontual (acabar de).
Exs.: A Sara está a ler. / Esta tarde comecei a ler um livro ótimo. /
Eles acabaram de chegar.
Verbo auxiliar
modal
Com o verbo principal no infinitivo, origina um complexo verbal com valor modal
de possibilidade (poder), probabilidade (dever) ou obrigatoriedade (ter de).
Exs.: Ele pode chegar um pouco atrasado. / Ele deve estar a chegar. /
Tenho de ir para casa.
3. VERBO COPULATIVO
Verbo que ocorre numa frase em que existe um sujeito e um predicativo do sujeito. Os principais
verbos copulativos – ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-se, revelar-se – podem, nou-
tros contextos, ser principais ou auxiliares.
Exs.: A Joana é alta. / O meu avô está muito contente. / Todos permanecem em silêncio.
INTERJEIÇÃO
Palavra invariável que não estabelece relações sintáticas com outras palavras e tem uma função
exclusivamente emotiva. O valor de cada interjeição depende do contexto de enunciação e corres-
ponde a uma atitude do falante.
Algumas
interjeições
Sentidos possíveis
Algumas
interjeições
Sentidos possíveis
ah!, oh! espanto, admiração, alegria, dor ó!, psiu!, psch! chamamento, invocação
ai!, ui! dor, surpresa apre!, irra!, hem! indignação, impaciência
ah!, hi! espanto ou surpresa uh! ui! medo, terror
oh!, oxalá! desejo alto!, basta! suspensão, interrupção
eia!, vamos! encorajamento, entusiasmo, ânimo bravo!, viva! aplauso
olá!, eh! cumprimento, chamamento eia!, sus!, força! encorajamento, incitamento
Locuções
interjetivas
ai de mim!, Deus queira!, valha-me Deus!, palavra de honra!, alto lá!, quem me dera!...
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8 Expressões 11.º ano
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ADVÉRBIO
Palavra invariável em género e número. Na maior parte dos casos, os advérbios desempenham a
função sintática de modificadores de frase, modificadores do grupo verbal, complemento oblíquo ou
predicativo do sujeito. Alguns advérbios podem, ainda, modificar grupos preposicionais, grupos
adjetivais ou grupos nominais.
Classes de advérbios
Advérbio de
predicado
Ocorre no grupo
verbal, com função
de complemento
oblíquo, modifica-
dor e, mais rara-
mente, como
predicativo do
sujeito.
Valor locativo aqui, aí, ali, acolá, cá, lá, além, aquém, abaixo, acima, fora,
dentro, perto, longe, atrás, detrás, diante, adiante, defronte,
algures, antes, onde…
Valor temporal agora, ainda, amanhã, antes, breve, cedo, depois, então, hoje,
já, jamais, logo, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde…
Valor de modo bem, debalde, depressa, devagar, mal, melhor, pior, amavelmente,
lentamente (e muitos advérbios terminados em -mente)…
Advérbio
de frase
Modifica
a frase.
Valor modal certamente, possivelmente, provavelmente, talvez, porventura,
necessariamente, forçosamente, efetivamente, essencialmente…
Valor de
orientação
para o falante
afortunadamente, felizmente, infelizmente…
Valor de
orientação
para o domínio
matematicamente, economicamente, politicamente, social-
mente, historicamente, oficialmente, tecnicamente…
Advérbio conectivo
Tem função primária de conexão entre
frases ou constituintes da frase.
(1) Distinguem-se de conjunções com
valor idêntico por poderem, por exemplo,
ocorrer entre o sujeito e o predicado.
assim, contrariamente, consequentemente, depois, especifica-
mente, finalmente, melhor, nomeadamente, primeiramente,
primeiro, seguidamente, segundo, designadamente…
(1) porém, todavia, contudo
Advérbio de negação não
Advérbio de afirmação sim
Advérbio de quantidade e grau assaz, bastante, muito, pouco, mais, menos, quanto, tão, tanto,
quase, apenas, demais, demasiado, excessivamente…
Advérbio de inclusão e exclusão apenas, senão, só, exceto, salvo, somente, exclusivamente, até,
mesmo, inclusivamente…
Advérbio interrogativo onde?, quando?, porquê?
Advérbio relativo onde
Locução adverbial ■ Sequência de duas ou mais palavras com comportamento, sintático e semân-
tico, de um advérbio. Forma-se pela associação de uma preposição com um nome, de uma preposi-
ção com um adjetivo ou de uma preposição com um advérbio.
Valor de lugar de cima, até aqui, por onde quer que…
Valor de tempo em breve, de manhã, de vez em quando, para sempre, de repente…
Valor de modo às cegas, às avessas, de propósito, a sós…
Valor de negação de maneira nenhuma, de modo nenhum, de forma alguma…
Valor de afirmação de verdade, de facto, com efeito, sem dúvida, com certeza…
Valor de quantidade tão pouco, pelo menos…
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Caderno de Apoio ao Estudo 9
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B. Classe fechada de palavras
Classe de palavras que é constituída por um número limitado (normalmente pequeno) de pala-
vras e à qual a evolução da língua só muito raramente acrescenta novos elementos.
PRONOME
Palavra que pode substituir o grupo nominal.
Classes de pronomes
Número Pessoa
Funções sintáticas
Sujeito
Complemento
direto
Complemento
indireto
Complemento
oblíquo
Singular
1.ª eu me me, mim mim, comigo
2.ª tu, você te te, ti ti, contigo
3.ª ele, ela se, o, a lhe, si, ele, ela si, consigo, ele, ela
Plural
1.ª nós nos nos nós, connosco
2.ª vós, vocês vos vos vós, convosco
3.ª eles, elas se, os, as lhes si, consigo, eles, elas
Pessoal
Demonstrativo
Variáveis em
género e número
Invariáveis
este, esse, aquele,
o mesmo, o outro, tal, o
isto, isso, aquilo
Indefinido*
Variáveis em
género e número
Invariáveis
algum, nenhum, todo,
muito, pouco, tanto,
outro, qualquer, vário
alguém, algo, ninguém,
tudo, outrem, cada,
nada
Possessivo
Variáveis em
género e número
Invariáveis
meu, teu, seu,
nosso, vosso, seu
————
Relativo
Variáveis em
género e número
Invariáveis
o qual, quanto que, quem, onde
Interrogativo
Variáveis em
género e número
Invariáveis
quanto?, qual?
quê?/o quê?, quem?,
porque?, porquê?,
como?, onde?
*
Locuções pronominais indefinidas
Expressões que equivalem a um pronome indefinido.
cada um, cada uma, cada qual, seja quem for,
fosse quem fosse, quem quer que seja,
o que quer que seja, qualquer que seja…
DETERMINANTE
Palavra que especifica um nome e precede-o num grupo nominal, concordando com ele em
género e número.
Classes de determinantes
Definido Indefinido
Género
Número Número
Singular Plural Singular Plural
Masculino o os um uns
Feminino a as uma umas
Artigo
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10 Expressões 11.º ano
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Demonstrativo
Variáveis em
género e número
este, esse, aquele,
o mesmo, o outro, tal
Possessivo
Variáveis em
género e número
meu, teu, seu,
nosso, vosso, seu
Relativo
Variável em
género e número
cujo
Indefinido
Variáveis em
género e número
certo, outro
Interrogativo
Variável em
género e número
Invariável
qual? que?
Existencial
Não remete para a totalidade de
um conjunto nem expressa uma
quantidade precisa/exata.
Variáveis em
género e número
algum, bastante, muito,
pouco, tanto, vário
Interrogativo
Identifica o constituinte interro-
gado, sendo substituído na res-
posta por um quantificador.
Variável em
género e número
quanto?
Relativo
Numa oração relativa, identifica o cons-
tituinte relativizado e tem como antece-
dente um grupo nominal.
Variável em
género e número
quanto
Universal
Relativo a todos os elementos de
um conjunto.
Variáveis em
género e número
Invariáveis
todo, qualquer,
nenhum, (ambos)
tudo, cada
Numeral
Cardinal
Expressa uma quanti-
dade numérica inteira
precisa.
Multiplicativo
Expressa um múltiplo de
uma quantidade.
Fracionário
Expressa uma fração pre-
cisa de uma quantidade.
um/uma, dois/duas,
três, quatro, cinco…
dobro (de), triplo (de),
quádruplo (de),
quíntuplo (de)
meio/metade (de),
terço (de), quarto (de),
quinto (de)
QUANTIFICADOR
Palavra que expressa informação relacionada com número, quantidade ou parte do seu referente.
CONJUNÇÃO
Introduz orações e constituintes coordenados e orações subordinadas completivas e adverbiais.
Conjunções coordenativas e locuções conjuncionais de coordenação
Conjunções Locuções conjuncionais de coordenação
Copulativas e, nem não só… mas também
Adversativas mas*
no entanto, não obstante, ainda assim, apesar disso,
de outra sorte
Disjuntivas ou ou… ou, ora… ora, quer… quer, seja… seja, nem… nem**
Conclusivas logo por conseguinte, por consequência
Explicativas pois, que, porquanto ———
* Apesar do seu valor adversativo, porém, todavia e contudo são formalmente advérbios conectivos.
** Poderão considerar-se conjunções correlativas.
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Caderno de Apoio ao Estudo 11
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Conjunções subordinativas e locuções conjuncionais de subordinação
Conjunções Locuções conjuncionais de subordinação
Causal
porque, pois, porquanto, como
(= porque), que (= porque)
pois que, visto que, já que, por isso que, por isso mesmo
que, pelo muito que, tanto mais que, uma vez que
Comparativa
como, conforme, segundo, que,
qual, quanto (depois de
tanto)
mais… (do) que, menos… (do) que, bem como, assim
como… assim, assim como… também, como… assim,
ao passo que, segundo (consoante, conforme)… assim,
tão (tanto)… como, tal… qual
Completiva que (= como se), se, para ———
Concessiva embora, conquanto, que
ainda que, apesar de que, mesmo que, posto que,
ainda quando, se bem que, sem que, por menos que,
por mais que
Condicional se
a não ser que, contanto que, salvo se, desde que,
a menos que, caso que, sem que, exceto se
Consecutiva
que (antecedida de tal, tanto,
de tal maneira, de tal modo)
de maneira que, de modo que, de forma que,
de sorte que
Final que (= para que), para para que, a fim de que, por que
Temporal
quando, enquanto, mal,
apenas, que, como
antes que, depois que, logo que, assim que, desde que,
até que, primeiro que, sempre que, todas as vezes que,
tanto que, à medida que, ao passo que, senão quando
PREPOSIÇÃO
Palavra que permite estabelecer relações de sentido entre partes ou elementos da frase. Pode ter
como complemento quer orações, quer grupos nominais, quer advérbios.
Preposições simples Preposições contraídas com
determinantes, pronomes e advérbios Locuções prepositivas
a
ante
após
até
com
contra
de
desde
em
entre
para
perante
por
sem
sob
sobre
trás
à (a + a)
ao (a + o)
àquele (a + aquele)
daí (de + aí)
daqui (de + aqui)
deste (de + este)
do (de + o)
no (em + o)
neste (em + este)
nesse (em + esse)
dele (de + ele)
pelo (por + o)
abaixo de
acerca de
a fim de
além de
antes de
ao lado de
ao pé de
ao redor de
apesar de
a respeito de
atrás de
defronte de
depois de
em cima de
em direção a
em torno de
em vez de
graças a
junto de
para com
perto de
por causa de
Nota: Palavras como conforme, consoante, durante, exceto, mediante, salvo, segundo são muitas vezes usadas como pre-
posições.
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12 Expressões 11.º ano
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Constituintes da frase
Grupo nominal Unidade linguística cujo constituinte principal é um nome ou pronome.
Pode ser constituído apenas por um nome ou pronome; pelo nome ou pro-
nome especificado por determinantes e/ou quantificadores; pelo nome ou
pronome com os seus complementos e/ou modificadores.
Exs.: Coimbra é uma cidade portuguesa.
Todos os homens procuram a felicidade.
Vinho do Porto é uma marca nacional.
O carro do meu pai é azul.
Grupo adjetival Unidade linguística cujo constituinte principal é um adjetivo. Pode ser cons-
tituído apenas pelo adjetivo; pelo adjetivo com os seus modificadores e
complementos (grupos preposicionais, orações subordinadas substantivas
completivas, adverbiais comparativas ou consecutivas); pelo adjetivo e por
advérbios.
Exs.: Gosto de música suave.
Estamos felizes com os últimos acontecimentos.
Tudo isto é difícil de engolir.
Não conheço nenhum livro tão interessante como este.
O dia foi tão agitado que preciso de algum silêncio.
Esta obra está a tornar-se muito empolgante.
Grupo verbal Unidade linguística que tem como constituinte principal um verbo (ou com-
plexo verbal – sequência de dois ou mais verbos em que apenas um é o prin-
cipal). Pode ser constituído apenas pelo verbo ou complexo verbal; pelo
verbo ou complexo verbal e os seus complementos, modificadores ou predi-
cativo do sujeito.
Exs.: Neva na serra da Estrela.
Já tudo tinha acabado.
O Francisco comeu uma maçã.
Na dúvida, ofereceu-lhe um disco.
O elenco da peça é muito bom.
Grupo preposicional Grupo de palavras cujo constituinte principal é uma preposição ou uma
locução prepositiva. Pode ser constituído pela preposição/locução preposi-
tiva com um grupo nominal, com um advérbio ou com uma oração.
Exs.: Não gosto de música barulhenta.
Estou à espera de novas tuas desde ontem.
Até terminar o trabalho não saio de casa.
Grupo adverbial Grupo de palavras cujo constituinte principal é um advérbio ou uma locução
adverbial. Pode ser constituído exclusivamente por um advérbio, por um
advérbio e pelo seu complemento e/ou por um advérbio e outro(s) advér-
bio(s).
Exs.: O autocarro chegou cedo.
Independentemente da tua decisão, vou amanhã para Lisboa.
O autocarro chegou muito cedo.
Sintaxe
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Caderno de Apoio ao Estudo 13
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Relações entre palavras
1. RELAÇÕES DE SEMELHANÇA-OPOSIÇÃO
1.1. Sinonímia Relação semântica entre duas ou mais palavras que podem ser usadas no
mesmo contexto, sem que se produza alteração de significado do enunciado
em que ocorrem (sinónimos).
Ex.: A minha mulher está doente. / A minha esposa está doente.
(Nestas frases, as palavras mulher e esposa são sinónimas. Porém, na
frase A mulher é o sexo forte., a palavra esposa não pode ser considerada
um sinónimo.)
1.2. Antonímia Relação semântica entre duas ou mais palavras que, embora partilhando
algumas propriedades semânticas que as relacionam, têm significados opos-
tos (antónimos).
Exs.: bonito/feio; novo/velho; entrar/sair (pares de antónimos)
2. RELAÇÕES ENTRE PALAVRAS ESCRITAS E ENTRE GRAFIA E FONIA
Nota: Esta temática é do domínio Representação Gráfica. Foi aqui colocada por poder ser trabalhada em conexão com as
relações semânticas entre palavras.
2.1. Homonímia Relação entre palavras que partilham a mesma grafia e são pronunciadas da
mesma forma, mas que têm significados diferentes (palavras homónimas).
Exs.: são (verbo ser)/são (adjetivo qualificativo)
2.2. Homofonia Relação entre palavras que são pronunciadas de forma idêntica, apesar de
terem, normalmente, grafias distintas (palavras homófonas).
Exs.: conselho/concelho; concerto/conserto
2.3. Homografia Relação entre palavras que têm a mesma grafia, apesar de serem, normal-
mente, pronunciadas de forma diferente (palavras homógrafas).
Ex.: molho (verbo molhar)/molho (nome comum contável)
2.4. Paronímia Relação entre palavras com grafias e pronúncias próximas (palavras paróni-
mas).
Exs.: emigração/imigração; cumprimento/comprimento
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14 Expressões 11.º ano
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1. à perceção do que a imagem representa, tendo em conta o seu assunto e projeção da
forma de ser e de pensar do leitor;
2. à identificação dos elementos que a compõem (vivos, móveis e estáveis);
3. à interpretação do que significa, atendendo ao seu poder evocativo e simbólico.
As cores, as formas e os movimentos ajudam-nos a compreender o mundo. Provocam em nós
um constante despertar de imagens, que dão sentido à vida e a tornam mais ou menos agradável.
Também a literatura, em especial a poesia, associa imagens àquilo que cria. Graças a elas, possi-
bilita a experiência perturbadora e emocionante que consiste no despertar para o sentir da beleza.
Para ler o mundo, precisamos de saber decifrar signos, letras, sinais convencionados e imagens. Se
ler um texto pode ser, como diz Sebastião da Gama, despir “cada palavra, cada frase, auscultando cada
entoação de voz para perceber até ao fundo a beleza ou tamanho do que se lê”, ler uma imagem será tam-
bém um ato que desnuda o quadro, a pintura, a fotografia, aquilo que o ecrã ou a nossa mente nos per-
mite “ver”, tendo como preocupação o descobrir, o decifrar ou o interpretar a sua linguagem.
Há dois níveis de leitura da imagem: o da denotação e o da conotação. O primeiro atende à sim-
ples descrição ou enumeração dos seus elementos; o segundo é de cariz subjetivo, e depende do
contexto, da intencionalidade ou intencionalidades com que é utilizada e das possíveis sugestões
que a interpretação da mensagem veicula.
Na leitura da imagem são mobilizadas não apenas capacidades cognitivas e culturais, mas tam-
bém as afetivas e de sensibilidade, ou mesmo psicomotoras. Para a concretização dessa leitura é
necessário atender:
Tudo isso contribui para a definição das funções da imagem.
1. PERCEÇÃO
2. IDENTIFICAÇÃO
1.1. Assunto – A realidade imediata representada (personagens, cenários, objetos, formas,
linhas…).
– O tema, o motivo e as aparências.
– O que o primeiro contacto sensorial revela do que está representado.
– O tipo de imagem.
2.1. A composição – O suporte (tela, papel, tapeçaria, cerâmica, meio digital, paredes…) ou a téc-
nica (óleo, aguarela, guache, carvão, digitalização…).
– A representação do espaço e da luz através:
– da compartimentação (usada na Idade Média);
– de linhas e de pontos de fuga (que criam um efeito de perspetiva e de
profundidade);
– da cor e dos seus diversos matizes ou reflexos.
– A representação do movimento através das reações entre a luz e as formas.
– Os elementos morfológicos: pontos, textura, linhas horizontais, verticais, cur-
vas e oblíquas, as formas geométricas.
* A ficha “Leitura de Imagens“ foi elaborada com base em MOREIRA, Vasco e
PIMENTA, Hilário, 2009. Preparação para o Exame Nacional 2010. Porto: Porto Editora.
Leitura de imagens*
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Caderno de Apoio ao Estudo 15
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3. INTERPRETAÇÃO
Função
Na sociedade atual, a palavra não só aparece muito ligada à imagem, como, em certos momentos,
parece servir-se daquela. Os meios de comunicação social têm vindo a criar uma civilização da imagem.
As imagens possuem um enorme potencial graças à sua linguagem, que pode ser entendida em
qualquer parte do mundo. Com a globalização, que a tecnologia tem favorecido e incentivado, há um
sistema de produção industrial de informação e publicidade centrado na imagem, que procura, por um
lado, apresentar os acontecimentos e informar, mas, por outro lado, seduzir, argumentar e convencer.
Por ser polissémica, a imagem pode ter várias funções, de acordo com as diversas interpretações:
2.2. As cores – Cores primárias (indecomponíveis): vermelho, amarelo, azul.
– Cores secundárias (formadas por duas cores primárias em partes iguais):
verde, laranja e violeta.
– Cores terciárias ou mistas (intermediárias entre uma secundária e uma primária):
as restantes.
– Cores quentes: vermelho, laranja, amarelo.
– Cores frias: azul, verde, violeta.
– Cores neutras: preto, branco e cinzento.
3.1. Polissemia
(vários sentidos)
– Os diversos temas e mundos sugeridos pelas mensagens.
– Relações com o cultural e o civilizacional; a formação do leitor.
– Valores que afirmam (do passado, do presente ou de projeção do futuro) e esta-
dos de alma que representam (beleza, tristeza, depressão, angústia, euforia…).
– Valor utilitário – interesse comercial, didático, documental, narrativo de uma
realidade atual, publicitário.
– O sentido das cores: a representação do real; a tradução dos estados de alma.
Função
informativa
(ou referencial)
A imagem fornece informações concretas sobre acontecimentos e elementos da
realidade. É testemunha dessa realidade, como sucede com os retratos e as
fotografias das reportagens, na comunicação social; ou pode apresentar um uni-
verso imaginário, como acontece com as pinturas ou as imagens de ficção.
Há quem prefira falar de função representativa, uma vez que a imagem imita
uma realidade, tentando mostrá-la o mais objetivamente possível, como na arte
figurativa.
Função
explicativa
A imagem tem por objetivo explicar a realidade através da sobreposição de dados.
É o que acontece nas ilustrações que ajudam a compreender os textos ou em dia-
gramas que explicam graficamente um processo ou uma relação.
Pode ser designada por função descritiva quando a imagem contribui para apresen-
tar em detalhe a realidade (pessoa, paisagem…). Enquanto as funções informativa e
representativa são sintéticas, as funções explicativa e descritiva são analíticas.
Função
argumentativa
A imagem procura influenciar comportamentos, persuadir, convencer, tor-
nando-se um importante instrumento na publicidade e na propaganda.
Ao centrar-se no recetor com o intuito de o influenciar, esta função alia-se à fun-
ção apelativa da linguagem, que tenta exortar, suscitar ou provocar estímulos,
promover, mudar comportamentos.
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16 Expressões 11.º ano
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Função crítica A imagem não apenas informa, mas procura desvendar e denunciar situações.
Tanto pode ser apenas desveladora de uma realidade ou processo, apontando
caminhos, como acusadora para alertar consciências. As caricaturas e os dese-
nhos humorísticos privilegiam esta função crítica.
Função estética A imagem visa a satisfação e o prazer do belo, valorizando as repetições, as
alternâncias ou os contrastes dos elementos que a configuram como as linhas,
as formas, a cor, a luz…
Função simbólica A imagem orienta-se para significados sobrepostos à própria realidade (como acon-
tece com bandeiras, imagens convencionais como o coração com uma flecha...).
Função
narrativa
A imagem conta ou sugere histórias, cenas, ações (como sucede em frescos,
bandas desenhadas, filmes...).
Função
expressiva
A imagem revela sentimentos, emoções e valores do próprio autor ou daquilo
que representa (expressões faciais, posturas do corpo, perspetivas de enquadra-
mento, jogos de luz, relação com o cenário...).
Função
lúdica
A imagem orienta-se para o jogo, o entretenimento, incluindo o humor, a carica-
tura…
Função
metalinguística
A imagem interessa-se pelo código visual, como sucede com a utilização de
modelos para representar algo ou os autorretratos a pintar.
De outras funções, que normalmente se combinam entre si, podemos ainda destacar:
Um exemplo de leitura de imagem…
Este quadro, pintado a óleo sobre tela, representa
um ambiente noturno, onde é visível uma esplanada de
um café (Esplanada do Café na Place du Forum, Arles).
A luz a gás brilha na escuridão desde a parede exterior
do café até à praça. A associação de amarelos e azuis
apresenta uma enorme vitalidade. Estas cores, além do
contraste, parecem encarnar valores luminosos. O ama-
relo berrante e o azul a ele subjugado representam áreas
de um brilho impressionante e de uma delicada semi-
escuridão. Os transeuntes, anónimos pela pouca ilumi-
nação, estabelecem a ligação entre as duas zonas. Van
Gogh parece mais preocupado com a forma como as
coisas estão iluminadas do que com as cores. À época,
a iluminação artificial a gás apoderara-se das atmosfe-
ras, mas faltava-lhe o brilho romântico e trémulo que
fazia com que as estrelas no céu e as velas nas janelas
parecessem envoltas em mistério. O contraste entre o
brilho uniforme da esplanada e os pontos de luz que
resplandecem na escuridão denotam alguma desolação.
Além da função estética da obra, poderemos também
interpretar nela funções narrativa e crítica. Van Gogh, A Esplanada do Café na Place du Forum, Arles, à Noite, 1888
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  • 1. Expressões Oo Pedro Silva Elsa Cardoso Maria Céu Moreira Português 11.º Ano Caderno de Apoio ao Estudo · Funcionamento da língua Língua, comunidade linguística, variação e mudança Morfologia Classes de palavras Sintaxe Relações entre palavras · Leitura de imagens EXP11CAE_F01_20110949_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/18 10:41 Page 1
  • 2. EXP11CAE © Porto Editora Funcionamento da língua Língua, comunidade linguística, variação e mudança Comunidade e falante .................................................................................................................................. 3 Variação e normalização linguística ............................................................................................ 3 Morfologia Processos morfológicos de formação de palavras...................................................... 4 Derivação .................................................................................................................................................................... 4 Composição ............................................................................................................................................................. 4 Classes de palavras Nome ............................................................................................................................................................................... 5 Adjetivo ......................................................................................................................................................................... 6 Verbo ................................................................................................................................................................................ 6 Interjeição .................................................................................................................................................................. 7 Advérbio ....................................................................................................................................................................... 8 Pronome ...................................................................................................................................................................... 9 Determinante ......................................................................................................................................................... 9 Quantificador ......................................................................................................................................................... 10 Conjunção .................................................................................................................................................................. 10 Preposição ................................................................................................................................................................. 11 Sintaxe Constituintes da frase .................................................................................................................................. 12 Relações entre palavras Relações de semelhança-oposição ............................................................................................... 13 Relações entre palavras escritas e entre grafia e fonia .......................................... 13 Leitura de imagens Perceção ....................................................................................................................................................................... 14 Identificação ............................................................................................................................................................ 14 Interpretação .......................................................................................................................................................... 15 Função ........................................................................................................................................................................... 15 Índice I S B N 9 7 8 - 9 7 2 - 0 - 9 4 5 1 3 - 6 EXP11CAE_F01_20110949_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/18 14:19 Page 2
  • 3. Caderno de Apoio ao Estudo 3 EXP11CAE © Porto Editora A. Comunidade e falante B. Variação e normalização linguística 1. VARIAÇÃO Propriedade que as línguas têm de se tornarem diferentes em função da geografia, da sociedade e do tempo, dando origem a variantes e a variedades linguísticas. Comunidade linguística Conjunto de falantes que utilizam uma mesma língua (que não é obrigatoria- mente a língua materna de todos) ou um mesmo dialeto para comunicarem entre si. Falante Sujeito enquanto utilizador de uma língua, possuidor de um conhecimento lin- guístico, ou elemento de uma comunidade linguística. O termo é sinónimo de falante-ouvinte. Competência linguística Capacidade intuitiva que o falante tem de usar a língua materna, decorrente do processo de aquisição da linguagem. Competência metalinguística Capacidade que um falante tem de manipular e refletir sobre unidades, proces- sos e regras da gramática da sua língua. 1.1. Variedades geográficas Diferentes formas que uma mesma língua assume no território em que é utili- zada. A estas variedades chama-se também “dialetos regionais” ou “dialetos”. 1.1.1. Variedades do português Ao longo da história, a população de língua materna portuguesa entrou em con- tacto com falantes de outras línguas e daí resultaram diferentes variedades do português: variedade europeia, variedades africanas e variedade brasileira. 1.2. Variedades sociais Também chamadas “socioletos” ou “dialetos sociais”, são variedades de uma língua usadas por falantes que pertencem à mesma classe social, que partilham o mesmo ambiente socioeconómico ou educacional. Consideram-se fatores sociais de variação a classe social, o nível de instrução, o tipo de educação, a idade, o sexo, a origem étnica, etc. 1.3. Variedades situacionais São o resultado da capacidade dos falantes para adaptarem o estilo de lingua- gem à situação de comunicação que enfrentam. Essa capacidade chama-se com- petência comunicativa. 1.4. Variação histórica Esta variação resulta de mudanças linguísticas e consiste no contraste entre a gramática antiga de uma língua e uma gramática posterior dessa mesma língua. Não é necessário esperar séculos para que se possa observar uma variação his- tórica ou diacrónica. Numa mesma língua e numa mesma época, podem coexis- tir duas gramáticas com regras diferentes, sendo uma delas mais arcaizante e a outra o resultado de uma mudança linguística. Língua, comunidade linguística, variação e mudança EXP11CAE_F01_20110949_2P_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/14 17:59 Page 3
  • 4. A. Processos morfológicos de formação de palavras 1. DERIVAÇÃO Processo morfológico de formação de palavras que consiste, tipicamente, na adição de um afixo derivacional (prefixo e/ou sufixo) a uma forma de base (radical ou palavra) – afixação. Porém, a deri- vação pode não implicar a adição de constituintes morfológicos – conversão e derivação não afixal. Processos que envolvem adição de constituintes morfológicos 1.1. Afixação (1) Prefixação Consiste na adição de um prefixo derivacional a uma forma de base. Exs.: antirrugas; desfazer Sufixação Consiste na adição de um sufixo derivacional a uma forma de base. Exs.: florista; felizmente Parassíntese Consiste na adição simultânea de um prefixo e de um sufixo deri- vacionais a uma forma de base. A palavra resultante não permite a adição de apenas um dos afixos. Exs.: Amanhecer; engordar; apodrecer 1.2. Conversão Processo de formação de palavras, também denominado por derivação imprópria, que integra uma unidade lexical numa nova classe de palavras, sem qualquer alte- ração formal. Ex.: olhar (verbo) > olhar (nome) 1.3. Derivação não afixal Processo de formação de palavras que forma nomes a partir de verbos. Exs.: troc- > troca, troco; abraç- > abraço Processos que não envolvem adição de constituintes morfológicos 2. COMPOSIÇÃO Processo morfológico de formação de palavras que recorre à associação de duas ou mais formas de base. (1) A derivação (através de afixos derivacionais) e a flexão (através de afixos flexionais) são processos morfológicos realizados por afixação. 2.1. Composição morfológica Processo de composição que associa um radical a outro(s) radical(is) ou a uma ou mais palavras. De um modo geral, entre os radicais e a palavra surge uma vogal de ligação. Exs.: [agr]+[cultura] > agricultura; [luso]+[descendente] > lusodescendente (compostos morfológicos) 2.2. Composição morfossintática Processo de composição que associa duas ou mais palavras. A estrutura destes compostos depende da relação sintática entre os seus elementos, o que tem consequências na forma como são flexionados em número. Exs.: guarda-chuva; palavra-chave (compostos morfossintáticos) Morfologia 4 Expressões 11.º ano EXP11CAE © Porto Editora EXP11CAE_F01_20110949_2P_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/14 17:59 Page 4
  • 5. Caderno de Apoio ao Estudo 5 EXP11CAE © Porto Editora Classes de palavras A. Classe aberta de palavras Classe de palavras que é constituída por um número potencialmente ilimitado de palavras e à qual a evolução da língua acrescenta constantemente novos membros. NOME Palavra que permite variação em género, em número e, em alguns casos, em grau aumentativo e diminutivo. O nome é o núcleo do grupo nominal, podendo coocorrer com determinantes ou quanti- ficadores, que o antecedem. Classes de nomes Nome próprio Designa um referente fixo e único num dado contexto discursivo, pelo que é completamente determinado, não admitindo complementos ou modificadores restritivos ou variação em número. Exs.: João; Serra da Estrela; Cávado Nome comum Não designa necessariamente um referente único, pelo que não é completa- mente determinado, admitindo complementos ou modificadores restritivos e variação em número. Exs.: cão; casa; alegria; homem; vento O nome comum pode ser: Contável Aplica-se a objetos ou referentes que podem ser diferenciados como partes singulares ou partes plurais de um conjunto. Assim, podem ocorrer em enumerações e a forma de plural marca uma oposição quantitativa. Exs.: a árvore/as árvores; uma árvore/três árvores Não contável Aplica-se a conjuntos de objetos ou entidades em que não é pos- sível distinguir partes singulares de partes plurais. Exs.: farinha; açúcar Coletivo No singular, designam um conjunto de objetos ou entidades do mesmo tipo. Os nomes coletivos podem também ser contáveis ou não contáveis. Exs.: rebanho; fauna (Em termos de classificação, rebanho é um nome comum contá- vel coletivo e fauna é um nome comum não contável coletivo.) Nome epiceno Não sofre contraste em género independentemente do sexo da entidade a que se refere. O género poderá ser estabelecido recorrendo à palavras macho/fêmea. Exs.: águia-macho/águia-fêmea; rouxinol; baleia Nome sobrecomum Tem uma única forma para designar o masculino e o feminino. Exs.: a vítima; o indivíduo; a pessoa; a criança Nome comum de dois Possui uma forma comum aos dois géneros, sendo o determinante a indicar o género. Exs.: o jovem/a jovem; o pianista/a pianista A maioria dos nomes tem dois valores de género: masculino e feminino. No entanto, alguns são invariáveis ou uniformes quanto ao género: EXP11CAE_F01_20110949_2P_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/14 17:59 Page 5
  • 6. 6 Expressões 11.º ano EXP11CAE © Porto Editora Adjetivo qualificativo Exprime qualidades, atributos do nome. Tipicamente, a posição do adjetivo qua- lificativo é pós-nominal. Alguns destes adjetivos ocorrem à direita e à esquerda do nome, correspondendo esta ordem a interpretações diferentes. Exs.: Tens um belo chapéu. É sem dúvida um rapaz grande. / … um grande rapaz. Adjetivo numeral Expressa ordem ou sucessão numa sequência. Ocorre geralmente em posição pré-nominal. Exs.: Este foi o meu primeiro livro de histórias. Chegámos rapidamente ao terceiro andar. Adjetivo relacional Deriva de um nome e, tipicamente, revela uma relação de agente ou posse rela- tivamente ao nome. Este adjetivo ocorre em posição pós-nominal e não varia em grau. Exs.: Foi a crítica musical que fez disparar as vendas. Deixei o meu irmão no parque infantil. Verbo intransitivo Não exige a ocorrência de complementos. Exs.: O autocarro chegou. / O meu irmão já acordou. Verbo transitivo direto Seleciona um sujeito e um complemento direto. Exs.: A Maria comprou um belo livro. / Todos dizem que é verdade. Verbo transitivo indireto Seleciona um sujeito e um complemento indireto ou um complemento oblíquo. Exs.: O filme agradou à Carla. O filme agradou-lhe. / O Pedro vai à serra da Estrela. Verbo transitivo direto e indireto Seleciona um sujeito e dois complementos: um complemento direto e um com- plemento indireto ou oblíquo. Exs.: O Francisco ofereceu um disco ao irmão. / O Francisco ofereceu-o ao irmão. O Francisco ofereceu-lhe um disco. / O Francisco ofereceu-lho. A Cristina levou um gatinho para casa. / A Cristina levou-o para casa. Verbo transitivo- -predicativo Seleciona um sujeito, um complemento direto e um predicativo do comple- mento direto. Exs.: Considero este livro belíssimo. / A Inês achou o teste muito fácil. ADJETIVO Palavra que, tipicamente, permite variação em género, em número e em grau. O adjetivo é o núcleo do grupo adjetival. Classes de adjetivos VERBO Palavra que se flexiona em tempo, modo, pessoa e número, e que constitui o elemento principal do grupo verbal. 1. VERBO PRINCIPAL Verbo que, numa frase ou oração, determina a ocorrência de um sujeito e de um ou vários com- plementos, a categoria e interpretação do sujeito e dos complementos. Os verbos principais dividem-se em várias subclasses, organizadas de acordo com a possibili- dade de selecionarem sujeito ou predicativos e com a natureza dos seus complementos. Um mesmo verbo pode pertencer a diferentes subclasses em função do contexto em que ocorre. Classes de verbos em função da presença e tipo de complementos EXP11CAE_F01_20110949_2P_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/14 17:59 Page 6
  • 7. Caderno de Apoio ao Estudo 7 EXP11CAE © Porto Editora 2. VERBO AUXILIAR Precede um verbo principal ou copulativo, formando um complexo verbal. O verbo auxiliar não determina o sujeito ou os complementos. Verbo auxiliar dos tempos compostos Exige que o verbo principal se encontre no particípio passado. Os auxiliares dos tempos compostos são ter e haver. Exs.: Ele tem andado muito ocupado. Já sabiam que o carro havia passado ali. Verbo auxiliar da passiva Ocorre em frases passivas e exige que o verbo principal se encontre no particí- pio passado. O verbo auxiliar da passiva é o verbo ser. Exs.: Esta situação foi provocada por ti. Nem todos os acontecimentos são determinados pelo acaso. Verbo auxiliar temporal Os auxiliares temporais são haver de e ir. Constroem um complexo verbal com o verbo principal no infinitivo que tem um valor de futuro. Exs.: Este ano escolar vai ser ótimo. / Tu hás de conhecer realidades incríveis. Verbo auxiliar aspetual Com o verbo principal no infinitivo, dá origem a um complexo verbal com valor aspetual de tipo durativo (estar a; continuar a; ficar a; andar a; ir a; vir a), incep- tivo (começar a) ou pontual (acabar de). Exs.: A Sara está a ler. / Esta tarde comecei a ler um livro ótimo. / Eles acabaram de chegar. Verbo auxiliar modal Com o verbo principal no infinitivo, origina um complexo verbal com valor modal de possibilidade (poder), probabilidade (dever) ou obrigatoriedade (ter de). Exs.: Ele pode chegar um pouco atrasado. / Ele deve estar a chegar. / Tenho de ir para casa. 3. VERBO COPULATIVO Verbo que ocorre numa frase em que existe um sujeito e um predicativo do sujeito. Os principais verbos copulativos – ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-se, revelar-se – podem, nou- tros contextos, ser principais ou auxiliares. Exs.: A Joana é alta. / O meu avô está muito contente. / Todos permanecem em silêncio. INTERJEIÇÃO Palavra invariável que não estabelece relações sintáticas com outras palavras e tem uma função exclusivamente emotiva. O valor de cada interjeição depende do contexto de enunciação e corres- ponde a uma atitude do falante. Algumas interjeições Sentidos possíveis Algumas interjeições Sentidos possíveis ah!, oh! espanto, admiração, alegria, dor ó!, psiu!, psch! chamamento, invocação ai!, ui! dor, surpresa apre!, irra!, hem! indignação, impaciência ah!, hi! espanto ou surpresa uh! ui! medo, terror oh!, oxalá! desejo alto!, basta! suspensão, interrupção eia!, vamos! encorajamento, entusiasmo, ânimo bravo!, viva! aplauso olá!, eh! cumprimento, chamamento eia!, sus!, força! encorajamento, incitamento Locuções interjetivas ai de mim!, Deus queira!, valha-me Deus!, palavra de honra!, alto lá!, quem me dera!... EXP11CAE_F01_20110949_2P_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/14 17:59 Page 7
  • 8. 8 Expressões 11.º ano EXP11CAE © Porto Editora ADVÉRBIO Palavra invariável em género e número. Na maior parte dos casos, os advérbios desempenham a função sintática de modificadores de frase, modificadores do grupo verbal, complemento oblíquo ou predicativo do sujeito. Alguns advérbios podem, ainda, modificar grupos preposicionais, grupos adjetivais ou grupos nominais. Classes de advérbios Advérbio de predicado Ocorre no grupo verbal, com função de complemento oblíquo, modifica- dor e, mais rara- mente, como predicativo do sujeito. Valor locativo aqui, aí, ali, acolá, cá, lá, além, aquém, abaixo, acima, fora, dentro, perto, longe, atrás, detrás, diante, adiante, defronte, algures, antes, onde… Valor temporal agora, ainda, amanhã, antes, breve, cedo, depois, então, hoje, já, jamais, logo, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde… Valor de modo bem, debalde, depressa, devagar, mal, melhor, pior, amavelmente, lentamente (e muitos advérbios terminados em -mente)… Advérbio de frase Modifica a frase. Valor modal certamente, possivelmente, provavelmente, talvez, porventura, necessariamente, forçosamente, efetivamente, essencialmente… Valor de orientação para o falante afortunadamente, felizmente, infelizmente… Valor de orientação para o domínio matematicamente, economicamente, politicamente, social- mente, historicamente, oficialmente, tecnicamente… Advérbio conectivo Tem função primária de conexão entre frases ou constituintes da frase. (1) Distinguem-se de conjunções com valor idêntico por poderem, por exemplo, ocorrer entre o sujeito e o predicado. assim, contrariamente, consequentemente, depois, especifica- mente, finalmente, melhor, nomeadamente, primeiramente, primeiro, seguidamente, segundo, designadamente… (1) porém, todavia, contudo Advérbio de negação não Advérbio de afirmação sim Advérbio de quantidade e grau assaz, bastante, muito, pouco, mais, menos, quanto, tão, tanto, quase, apenas, demais, demasiado, excessivamente… Advérbio de inclusão e exclusão apenas, senão, só, exceto, salvo, somente, exclusivamente, até, mesmo, inclusivamente… Advérbio interrogativo onde?, quando?, porquê? Advérbio relativo onde Locução adverbial ■ Sequência de duas ou mais palavras com comportamento, sintático e semân- tico, de um advérbio. Forma-se pela associação de uma preposição com um nome, de uma preposi- ção com um adjetivo ou de uma preposição com um advérbio. Valor de lugar de cima, até aqui, por onde quer que… Valor de tempo em breve, de manhã, de vez em quando, para sempre, de repente… Valor de modo às cegas, às avessas, de propósito, a sós… Valor de negação de maneira nenhuma, de modo nenhum, de forma alguma… Valor de afirmação de verdade, de facto, com efeito, sem dúvida, com certeza… Valor de quantidade tão pouco, pelo menos… EXP11CAE_F01_20110949_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/18 10:41 Page 8
  • 9. Caderno de Apoio ao Estudo 9 EXP11CAE © Porto Editora B. Classe fechada de palavras Classe de palavras que é constituída por um número limitado (normalmente pequeno) de pala- vras e à qual a evolução da língua só muito raramente acrescenta novos elementos. PRONOME Palavra que pode substituir o grupo nominal. Classes de pronomes Número Pessoa Funções sintáticas Sujeito Complemento direto Complemento indireto Complemento oblíquo Singular 1.ª eu me me, mim mim, comigo 2.ª tu, você te te, ti ti, contigo 3.ª ele, ela se, o, a lhe, si, ele, ela si, consigo, ele, ela Plural 1.ª nós nos nos nós, connosco 2.ª vós, vocês vos vos vós, convosco 3.ª eles, elas se, os, as lhes si, consigo, eles, elas Pessoal Demonstrativo Variáveis em género e número Invariáveis este, esse, aquele, o mesmo, o outro, tal, o isto, isso, aquilo Indefinido* Variáveis em género e número Invariáveis algum, nenhum, todo, muito, pouco, tanto, outro, qualquer, vário alguém, algo, ninguém, tudo, outrem, cada, nada Possessivo Variáveis em género e número Invariáveis meu, teu, seu, nosso, vosso, seu ———— Relativo Variáveis em género e número Invariáveis o qual, quanto que, quem, onde Interrogativo Variáveis em género e número Invariáveis quanto?, qual? quê?/o quê?, quem?, porque?, porquê?, como?, onde? * Locuções pronominais indefinidas Expressões que equivalem a um pronome indefinido. cada um, cada uma, cada qual, seja quem for, fosse quem fosse, quem quer que seja, o que quer que seja, qualquer que seja… DETERMINANTE Palavra que especifica um nome e precede-o num grupo nominal, concordando com ele em género e número. Classes de determinantes Definido Indefinido Género Número Número Singular Plural Singular Plural Masculino o os um uns Feminino a as uma umas Artigo EXP11CAE_F01_20110949_2P_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/14 17:59 Page 9
  • 10. 10 Expressões 11.º ano EXP11CAE © Porto Editora Demonstrativo Variáveis em género e número este, esse, aquele, o mesmo, o outro, tal Possessivo Variáveis em género e número meu, teu, seu, nosso, vosso, seu Relativo Variável em género e número cujo Indefinido Variáveis em género e número certo, outro Interrogativo Variável em género e número Invariável qual? que? Existencial Não remete para a totalidade de um conjunto nem expressa uma quantidade precisa/exata. Variáveis em género e número algum, bastante, muito, pouco, tanto, vário Interrogativo Identifica o constituinte interro- gado, sendo substituído na res- posta por um quantificador. Variável em género e número quanto? Relativo Numa oração relativa, identifica o cons- tituinte relativizado e tem como antece- dente um grupo nominal. Variável em género e número quanto Universal Relativo a todos os elementos de um conjunto. Variáveis em género e número Invariáveis todo, qualquer, nenhum, (ambos) tudo, cada Numeral Cardinal Expressa uma quanti- dade numérica inteira precisa. Multiplicativo Expressa um múltiplo de uma quantidade. Fracionário Expressa uma fração pre- cisa de uma quantidade. um/uma, dois/duas, três, quatro, cinco… dobro (de), triplo (de), quádruplo (de), quíntuplo (de) meio/metade (de), terço (de), quarto (de), quinto (de) QUANTIFICADOR Palavra que expressa informação relacionada com número, quantidade ou parte do seu referente. CONJUNÇÃO Introduz orações e constituintes coordenados e orações subordinadas completivas e adverbiais. Conjunções coordenativas e locuções conjuncionais de coordenação Conjunções Locuções conjuncionais de coordenação Copulativas e, nem não só… mas também Adversativas mas* no entanto, não obstante, ainda assim, apesar disso, de outra sorte Disjuntivas ou ou… ou, ora… ora, quer… quer, seja… seja, nem… nem** Conclusivas logo por conseguinte, por consequência Explicativas pois, que, porquanto ——— * Apesar do seu valor adversativo, porém, todavia e contudo são formalmente advérbios conectivos. ** Poderão considerar-se conjunções correlativas. EXP11CAE_F01_20110949_2P_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/14 17:59 Page 10
  • 11. Caderno de Apoio ao Estudo 11 EXP11CAE © Porto Editora Conjunções subordinativas e locuções conjuncionais de subordinação Conjunções Locuções conjuncionais de subordinação Causal porque, pois, porquanto, como (= porque), que (= porque) pois que, visto que, já que, por isso que, por isso mesmo que, pelo muito que, tanto mais que, uma vez que Comparativa como, conforme, segundo, que, qual, quanto (depois de tanto) mais… (do) que, menos… (do) que, bem como, assim como… assim, assim como… também, como… assim, ao passo que, segundo (consoante, conforme)… assim, tão (tanto)… como, tal… qual Completiva que (= como se), se, para ——— Concessiva embora, conquanto, que ainda que, apesar de que, mesmo que, posto que, ainda quando, se bem que, sem que, por menos que, por mais que Condicional se a não ser que, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, caso que, sem que, exceto se Consecutiva que (antecedida de tal, tanto, de tal maneira, de tal modo) de maneira que, de modo que, de forma que, de sorte que Final que (= para que), para para que, a fim de que, por que Temporal quando, enquanto, mal, apenas, que, como antes que, depois que, logo que, assim que, desde que, até que, primeiro que, sempre que, todas as vezes que, tanto que, à medida que, ao passo que, senão quando PREPOSIÇÃO Palavra que permite estabelecer relações de sentido entre partes ou elementos da frase. Pode ter como complemento quer orações, quer grupos nominais, quer advérbios. Preposições simples Preposições contraídas com determinantes, pronomes e advérbios Locuções prepositivas a ante após até com contra de desde em entre para perante por sem sob sobre trás à (a + a) ao (a + o) àquele (a + aquele) daí (de + aí) daqui (de + aqui) deste (de + este) do (de + o) no (em + o) neste (em + este) nesse (em + esse) dele (de + ele) pelo (por + o) abaixo de acerca de a fim de além de antes de ao lado de ao pé de ao redor de apesar de a respeito de atrás de defronte de depois de em cima de em direção a em torno de em vez de graças a junto de para com perto de por causa de Nota: Palavras como conforme, consoante, durante, exceto, mediante, salvo, segundo são muitas vezes usadas como pre- posições. EXP11CAE_F01_20110949_2P_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/14 17:59 Page 11
  • 12. 12 Expressões 11.º ano EXP11CAE © Porto Editora Constituintes da frase Grupo nominal Unidade linguística cujo constituinte principal é um nome ou pronome. Pode ser constituído apenas por um nome ou pronome; pelo nome ou pro- nome especificado por determinantes e/ou quantificadores; pelo nome ou pronome com os seus complementos e/ou modificadores. Exs.: Coimbra é uma cidade portuguesa. Todos os homens procuram a felicidade. Vinho do Porto é uma marca nacional. O carro do meu pai é azul. Grupo adjetival Unidade linguística cujo constituinte principal é um adjetivo. Pode ser cons- tituído apenas pelo adjetivo; pelo adjetivo com os seus modificadores e complementos (grupos preposicionais, orações subordinadas substantivas completivas, adverbiais comparativas ou consecutivas); pelo adjetivo e por advérbios. Exs.: Gosto de música suave. Estamos felizes com os últimos acontecimentos. Tudo isto é difícil de engolir. Não conheço nenhum livro tão interessante como este. O dia foi tão agitado que preciso de algum silêncio. Esta obra está a tornar-se muito empolgante. Grupo verbal Unidade linguística que tem como constituinte principal um verbo (ou com- plexo verbal – sequência de dois ou mais verbos em que apenas um é o prin- cipal). Pode ser constituído apenas pelo verbo ou complexo verbal; pelo verbo ou complexo verbal e os seus complementos, modificadores ou predi- cativo do sujeito. Exs.: Neva na serra da Estrela. Já tudo tinha acabado. O Francisco comeu uma maçã. Na dúvida, ofereceu-lhe um disco. O elenco da peça é muito bom. Grupo preposicional Grupo de palavras cujo constituinte principal é uma preposição ou uma locução prepositiva. Pode ser constituído pela preposição/locução preposi- tiva com um grupo nominal, com um advérbio ou com uma oração. Exs.: Não gosto de música barulhenta. Estou à espera de novas tuas desde ontem. Até terminar o trabalho não saio de casa. Grupo adverbial Grupo de palavras cujo constituinte principal é um advérbio ou uma locução adverbial. Pode ser constituído exclusivamente por um advérbio, por um advérbio e pelo seu complemento e/ou por um advérbio e outro(s) advér- bio(s). Exs.: O autocarro chegou cedo. Independentemente da tua decisão, vou amanhã para Lisboa. O autocarro chegou muito cedo. Sintaxe EXP11CAE_F01_20110949_2P_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/14 17:59 Page 12
  • 13. Caderno de Apoio ao Estudo 13 EXP11CAE © Porto Editora Relações entre palavras 1. RELAÇÕES DE SEMELHANÇA-OPOSIÇÃO 1.1. Sinonímia Relação semântica entre duas ou mais palavras que podem ser usadas no mesmo contexto, sem que se produza alteração de significado do enunciado em que ocorrem (sinónimos). Ex.: A minha mulher está doente. / A minha esposa está doente. (Nestas frases, as palavras mulher e esposa são sinónimas. Porém, na frase A mulher é o sexo forte., a palavra esposa não pode ser considerada um sinónimo.) 1.2. Antonímia Relação semântica entre duas ou mais palavras que, embora partilhando algumas propriedades semânticas que as relacionam, têm significados opos- tos (antónimos). Exs.: bonito/feio; novo/velho; entrar/sair (pares de antónimos) 2. RELAÇÕES ENTRE PALAVRAS ESCRITAS E ENTRE GRAFIA E FONIA Nota: Esta temática é do domínio Representação Gráfica. Foi aqui colocada por poder ser trabalhada em conexão com as relações semânticas entre palavras. 2.1. Homonímia Relação entre palavras que partilham a mesma grafia e são pronunciadas da mesma forma, mas que têm significados diferentes (palavras homónimas). Exs.: são (verbo ser)/são (adjetivo qualificativo) 2.2. Homofonia Relação entre palavras que são pronunciadas de forma idêntica, apesar de terem, normalmente, grafias distintas (palavras homófonas). Exs.: conselho/concelho; concerto/conserto 2.3. Homografia Relação entre palavras que têm a mesma grafia, apesar de serem, normal- mente, pronunciadas de forma diferente (palavras homógrafas). Ex.: molho (verbo molhar)/molho (nome comum contável) 2.4. Paronímia Relação entre palavras com grafias e pronúncias próximas (palavras paróni- mas). Exs.: emigração/imigração; cumprimento/comprimento EXP11CAE_F01_20110949_2P_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/14 17:59 Page 13
  • 14. 14 Expressões 11.º ano EXP11CAE © Porto Editora 1. à perceção do que a imagem representa, tendo em conta o seu assunto e projeção da forma de ser e de pensar do leitor; 2. à identificação dos elementos que a compõem (vivos, móveis e estáveis); 3. à interpretação do que significa, atendendo ao seu poder evocativo e simbólico. As cores, as formas e os movimentos ajudam-nos a compreender o mundo. Provocam em nós um constante despertar de imagens, que dão sentido à vida e a tornam mais ou menos agradável. Também a literatura, em especial a poesia, associa imagens àquilo que cria. Graças a elas, possi- bilita a experiência perturbadora e emocionante que consiste no despertar para o sentir da beleza. Para ler o mundo, precisamos de saber decifrar signos, letras, sinais convencionados e imagens. Se ler um texto pode ser, como diz Sebastião da Gama, despir “cada palavra, cada frase, auscultando cada entoação de voz para perceber até ao fundo a beleza ou tamanho do que se lê”, ler uma imagem será tam- bém um ato que desnuda o quadro, a pintura, a fotografia, aquilo que o ecrã ou a nossa mente nos per- mite “ver”, tendo como preocupação o descobrir, o decifrar ou o interpretar a sua linguagem. Há dois níveis de leitura da imagem: o da denotação e o da conotação. O primeiro atende à sim- ples descrição ou enumeração dos seus elementos; o segundo é de cariz subjetivo, e depende do contexto, da intencionalidade ou intencionalidades com que é utilizada e das possíveis sugestões que a interpretação da mensagem veicula. Na leitura da imagem são mobilizadas não apenas capacidades cognitivas e culturais, mas tam- bém as afetivas e de sensibilidade, ou mesmo psicomotoras. Para a concretização dessa leitura é necessário atender: Tudo isso contribui para a definição das funções da imagem. 1. PERCEÇÃO 2. IDENTIFICAÇÃO 1.1. Assunto – A realidade imediata representada (personagens, cenários, objetos, formas, linhas…). – O tema, o motivo e as aparências. – O que o primeiro contacto sensorial revela do que está representado. – O tipo de imagem. 2.1. A composição – O suporte (tela, papel, tapeçaria, cerâmica, meio digital, paredes…) ou a téc- nica (óleo, aguarela, guache, carvão, digitalização…). – A representação do espaço e da luz através: – da compartimentação (usada na Idade Média); – de linhas e de pontos de fuga (que criam um efeito de perspetiva e de profundidade); – da cor e dos seus diversos matizes ou reflexos. – A representação do movimento através das reações entre a luz e as formas. – Os elementos morfológicos: pontos, textura, linhas horizontais, verticais, cur- vas e oblíquas, as formas geométricas. * A ficha “Leitura de Imagens“ foi elaborada com base em MOREIRA, Vasco e PIMENTA, Hilário, 2009. Preparação para o Exame Nacional 2010. Porto: Porto Editora. Leitura de imagens* EXP11CAE_F01_20110949_2P_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/14 17:59 Page 14
  • 15. Caderno de Apoio ao Estudo 15 EXP11CAE © Porto Editora 3. INTERPRETAÇÃO Função Na sociedade atual, a palavra não só aparece muito ligada à imagem, como, em certos momentos, parece servir-se daquela. Os meios de comunicação social têm vindo a criar uma civilização da imagem. As imagens possuem um enorme potencial graças à sua linguagem, que pode ser entendida em qualquer parte do mundo. Com a globalização, que a tecnologia tem favorecido e incentivado, há um sistema de produção industrial de informação e publicidade centrado na imagem, que procura, por um lado, apresentar os acontecimentos e informar, mas, por outro lado, seduzir, argumentar e convencer. Por ser polissémica, a imagem pode ter várias funções, de acordo com as diversas interpretações: 2.2. As cores – Cores primárias (indecomponíveis): vermelho, amarelo, azul. – Cores secundárias (formadas por duas cores primárias em partes iguais): verde, laranja e violeta. – Cores terciárias ou mistas (intermediárias entre uma secundária e uma primária): as restantes. – Cores quentes: vermelho, laranja, amarelo. – Cores frias: azul, verde, violeta. – Cores neutras: preto, branco e cinzento. 3.1. Polissemia (vários sentidos) – Os diversos temas e mundos sugeridos pelas mensagens. – Relações com o cultural e o civilizacional; a formação do leitor. – Valores que afirmam (do passado, do presente ou de projeção do futuro) e esta- dos de alma que representam (beleza, tristeza, depressão, angústia, euforia…). – Valor utilitário – interesse comercial, didático, documental, narrativo de uma realidade atual, publicitário. – O sentido das cores: a representação do real; a tradução dos estados de alma. Função informativa (ou referencial) A imagem fornece informações concretas sobre acontecimentos e elementos da realidade. É testemunha dessa realidade, como sucede com os retratos e as fotografias das reportagens, na comunicação social; ou pode apresentar um uni- verso imaginário, como acontece com as pinturas ou as imagens de ficção. Há quem prefira falar de função representativa, uma vez que a imagem imita uma realidade, tentando mostrá-la o mais objetivamente possível, como na arte figurativa. Função explicativa A imagem tem por objetivo explicar a realidade através da sobreposição de dados. É o que acontece nas ilustrações que ajudam a compreender os textos ou em dia- gramas que explicam graficamente um processo ou uma relação. Pode ser designada por função descritiva quando a imagem contribui para apresen- tar em detalhe a realidade (pessoa, paisagem…). Enquanto as funções informativa e representativa são sintéticas, as funções explicativa e descritiva são analíticas. Função argumentativa A imagem procura influenciar comportamentos, persuadir, convencer, tor- nando-se um importante instrumento na publicidade e na propaganda. Ao centrar-se no recetor com o intuito de o influenciar, esta função alia-se à fun- ção apelativa da linguagem, que tenta exortar, suscitar ou provocar estímulos, promover, mudar comportamentos. EXP11CAE_F01_20110949_2P_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/14 17:59 Page 15
  • 16. 16 Expressões 11.º ano EXP11CAE © Porto Editora Função crítica A imagem não apenas informa, mas procura desvendar e denunciar situações. Tanto pode ser apenas desveladora de uma realidade ou processo, apontando caminhos, como acusadora para alertar consciências. As caricaturas e os dese- nhos humorísticos privilegiam esta função crítica. Função estética A imagem visa a satisfação e o prazer do belo, valorizando as repetições, as alternâncias ou os contrastes dos elementos que a configuram como as linhas, as formas, a cor, a luz… Função simbólica A imagem orienta-se para significados sobrepostos à própria realidade (como acon- tece com bandeiras, imagens convencionais como o coração com uma flecha...). Função narrativa A imagem conta ou sugere histórias, cenas, ações (como sucede em frescos, bandas desenhadas, filmes...). Função expressiva A imagem revela sentimentos, emoções e valores do próprio autor ou daquilo que representa (expressões faciais, posturas do corpo, perspetivas de enquadra- mento, jogos de luz, relação com o cenário...). Função lúdica A imagem orienta-se para o jogo, o entretenimento, incluindo o humor, a carica- tura… Função metalinguística A imagem interessa-se pelo código visual, como sucede com a utilização de modelos para representar algo ou os autorretratos a pintar. De outras funções, que normalmente se combinam entre si, podemos ainda destacar: Um exemplo de leitura de imagem… Este quadro, pintado a óleo sobre tela, representa um ambiente noturno, onde é visível uma esplanada de um café (Esplanada do Café na Place du Forum, Arles). A luz a gás brilha na escuridão desde a parede exterior do café até à praça. A associação de amarelos e azuis apresenta uma enorme vitalidade. Estas cores, além do contraste, parecem encarnar valores luminosos. O ama- relo berrante e o azul a ele subjugado representam áreas de um brilho impressionante e de uma delicada semi- escuridão. Os transeuntes, anónimos pela pouca ilumi- nação, estabelecem a ligação entre as duas zonas. Van Gogh parece mais preocupado com a forma como as coisas estão iluminadas do que com as cores. À época, a iluminação artificial a gás apoderara-se das atmosfe- ras, mas faltava-lhe o brilho romântico e trémulo que fazia com que as estrelas no céu e as velas nas janelas parecessem envoltas em mistério. O contraste entre o brilho uniforme da esplanada e os pontos de luz que resplandecem na escuridão denotam alguma desolação. Além da função estética da obra, poderemos também interpretar nela funções narrativa e crítica. Van Gogh, A Esplanada do Café na Place du Forum, Arles, à Noite, 1888 EXP11CAE_F01_20110949_AO3_20110949_TXT_P001_016 11/03/18 10:42 Page 16