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Convergncia Rev. das Fac. redes Ing. de - comunicaUniv. Tarapac‹o: aspectos ‡, vol. 13 tŽNcnicos ¼ 2, 2005, e econpp. ™13-micos 
19 
CONVERGæNCIA DAS REDES DE COMUNICA‚ÌO: 
ASPECTOS TƒCNICOS E ECONïMICOS 
Ant™nio Te—filo Nassif 1 Antonio JosŽ Martins Soares 2 
Recibido el 24 de septiembre de 2004, aceptado el 9 enero de 2005 
RESUMO 
A tendência nos sistemas de comunicações mundiais é a convergência das redes tradicionais de telefonia, Internet, hoje providas separadamente, para uma única infra-estrutura de transmissão em pacotes. Da converg êwnicreiale psas rea tuemcnao ilnofgraia-es,s tarpultiucraaç iõnetse leig seenrvtei çeo asl.t Aams einnfteo remfiacçieõnetse ,a dpererisveanrtãaod aasc ensessote u tnriavbearlshaol ed eummoan gsatmraam d qeu neo, veams ofuptourrtou npirdóaxdiems op,a aras oaupmereandtoarraesm t raa sduicai orennatiasb dileidvaedrãeo. Paagrrae igsasro ,v daelovre raãoos i msepulsa nstearrv uiçmoas rpeadrea cmonavnetergreemnt eo, smejeas gmraod natíivvealm deen tree,c aepitrao vaetuitaaln doou os equipamentos existentes, ou radicalmente, substituindo totalmente a sua planta. 
Palavras chave: Redes de comunicação, convergência de redes, arquitetura de rede convergente. 
ABSTRACT 
Tnehtew toernkd aenndcy d ainta w noertlwdo crok)m, mcuurnriecnattliyo pnrso ivsi dtehde sceopnavreartgeelyn,c ien toof ath ceo mthmreoen tpraadckiteiot nbaals ende tiwnforraksstr (uvcotuicree .n Uetnwivoerrks,a wl aircecleessss ahingdh lay heoffsict ioefn tn ienwfr atesctrhuncotluorgei. eTsh, iasp wpolircka ptiroensesn atsn din sfoerrmviacteiso nw dilel mboen dsetrraivtiendg ftrhoamt, tinh eth ceo nnevaerr gfuetnucree ,i enstota abnli sihnetedl olipgeernatt oarnsd, isnh oourldde rd etpol okeye tph eu cpo cnuvrerregnetn rceev ienn au egsr aadnuda tlo m ianncrneear,s eta pkrinogfi taadbvialintyt,a gsheo oufl edx aisdtdin gva alsusee ttso, saesr wvieclel sa.s F froorm th tihse p sucrrpaotcshe,, ftuhlelyy replacing their entire TDM infrastructure. 
Keywords: Communications networks, convergence network. 
Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 13 
INTRODU‚ÌO 
A indústria de telecomunicações procura, há alguns anos, 
orientar sua tecnologia de maneira a tornar os operadores 
competitivos em um ambiente caracterizado pela 
concorrência e aumento da desregulamentação. As redes 
de comunicação convergentes, com interfaces abertas e 
capacidade para transmitir voz, dados, imagens, som e 
vídeo, exploram plenamente as tecnologias de ponta para 
oferecer serviços sofisticados e aumentar as receitas dos 
operadores, reduzindo despesas de investimentos e 
custos de operação [1]. 
A principal diferença entre as redes convergentes e as 
redes tradicionais de comutação por circuitos está na 
estrutura de transmissão por pacotes utilizada no 
protocolo Internet (IP) e adotada nessas novas redes. Os 
terminais encaminham pacotes de dados, em formato IP, 
para um ponto concentrador, de onde passam a circular 
pela rede até encontrar o endereço IP de destino. 
Basicamente, é o mesmo procedimento hoje em uso na 
Internet. A principal mudança a ser feita na estrutura das 
operadoras para oferecer serviços convergentes, referese 
à transmissão de voz. Para que possam trafegar nas novas 
redes, os sinais de voz precisam ser transformados em 
pacotes, que se misturam aos pacotes de dados e imagens 
durante o transporte. Essa função é realizada por 
gateways de voz, que são instalados na camada de 
transporte da rede, onde também estão os roteadores e 
toda a infra-estrutura física da operadora. O uso de 
interfaces e protocolos abertos e padronizados é uma 
das grandes vantagens das redes convergentes. Além 
disso, a sua arquitetura dispensa algumas estruturas 
convencionais, como as centrais de trânsito. 
De modo geral, os provedores dividem a arquitetura das 
redes convergentes em pelo menos três camadas básicas: 
infra-estrutura de transporte e acesso, controle de 
1 Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Brasília … DF … Brasil, ANTONIO@correios.com.br 2 Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília (UnB), Brasília … DF … Brasil, martins@ene.unb.br 
01-Te—filo y Martins 13 05/10/2005, 21:48
Ant™nio Te—filo Nassif, Antonio JosŽ Martins Soares 
chamadas e serviços. Na primeira, estão as unidades de 
acesso de assinantes, como telefones IP e access gateways 
(uma espécie de armário multiprotocolo que 
faz a interface entre a rede IP e os diferentes tipos de 
conexão do usuário, como circuito de voz, linha ADSL 
etc.), além de comutadores, roteadores e media gateways, 
que transformam sinais de voz da rede convencional em 
pacotes. A camada de controle de chamadas é a 
responsável pelo encaminhamento, supervisão e liberação 
das ligações que trafegam pela rede IP (ou ATM). É uma 
parte estratégica, onde fica o elemento responsável pela 
inteligência das redes: o softswitch, ou media gateway 
controller. Considerada o grande diferencial e o atrativo 
das redes convergentes, a camada de serviços é formada 
pelos softwares que vão permitir às operadoras oferecer 
novos e múltiplos serviços aos usuários. 
As redes convergentes têm introduzido uma nova 
organização no tocante, principalmente, aos planos de 
transporte e de controle. Para explorar esse conceito, é 
preciso desenvolver diferentes aplicações ou enriquecer 
as existentes. Elas vão trazer a coerência necessária entre 
as aplicações tradicionais, do mundo da telefonia, e as 
do mundo de dados, graças à utilização de um plano de 
transporte fundamentado sobre o IP e à separação das 
camadas de transporte, controle e aplicação. De outra 
forma, a cooperação entre estes dois mundos vai sem 
dúvida harmonizar as funcionalidades de ligação de um 
ao outro mundo, como as mensagens textuais, as 
mensagens vocais, a localização geográfica ou a 
presença. Enfim, essa harmonização permite às 
aplicações existentes ou às novas aplicações tirar partido 
das funcionalidades desses dois mundos. 
A evolução de uma rede existente em direção a essa nova 
estrutura necessitará de uma estratégia de migração 
progressiva, visando uma redução ao mínimo das 
despesas de investimentos durante a fase de transição e 
se beneficiando das vantagens que ela apresenta. Toda 
iniciativa empreendida, quando dessa etapa de transição, 
deverá simplificar a evolução da rede em direção à 
arquitetura convergente e à comutação de pacotes. 
Durante vários anos ainda, os serviços de comutação 
tradicional vão coexistir com os elementos de rede da 
nova tecnologia. 
Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 
14 
CONVERGæNCIA DE VOZ E DADOS 
A convergência apresenta uma nova visão sobre o futuro 
das redes de comunicação e de aplicações multimídia. 
Será concretizado o velho sonho de uma plataforma de 
transporte comum para vídeo, voz e dados. A 
convergência de redes permitirá aplicações do tipo 
telefonia via IP, acesso a Web através de telefones móveis 
e o streaming de vídeo se tornará uma realidade. 
Os protocolos da Internet suportam o transporte de dados 
de praticamente qualquer tipo de rede, desde redes locais 
(LAN) até redes globais com vários provedores de redes, 
embora as tradicionais redes de dados, como o SNA da 
IBM e as redes legadas de alguns provedores de 
telecomunicações (X.25, frame relay), estejam fazendo 
um grande esforço para se acomodarem nas redes IP. 
Um dos desafios da convergência é a complexidade de 
testes para a determinação de problemas e garantia de 
disponibilidade e performance [2]. Isso é importante para 
reduzir os custos de operação e o número de reparos e 
melhorar o tempo de re-estabelecimento dos serviços, 
possibilitando antecipar e evitar a ruptura do serviço por 
meio de um eficiente processo de coleta de eventos e 
uma constante monitoração da rede. 
A integração de recursos e a convergência do tráfego 
reduzem os custos totais da rede, permitindo o 
compartilhamento da operação, a administração, a 
manutenção de equipamentos e facilidades para o 
desenvolvimento de aplicações multimídia. As 
tecnologias da Internet oferecem oportunidades para 
combinar os serviços de voz, dados e vídeo, criando 
sinergia entre eles. 
Na Fig.1 mostrase os elementos de uma rede projetada 
para suportar comunicação de voz e transporte de dados. 
De fato, as características de implementação dessa rede 
podem variar como resultado de diferentes tecnologias, 
padrões conflitantes e definições de serviços com 
diferentes QoS (Quality of Service). Redes de melhor 
esforço são inadequadas para os serviços da próxima 
geração, como multimídia e comércio eletrônico, que 
demandam uma alta QoS. Contudo, tais redes são 
suficientes para outros serviços como e-mail e aqueles 
embasados em protocolo de transferência de arquivos 
como FTP. 
Cada serviço pode ser diferenciado por um acordo de 
nível de serviço (SLA) que define parâmetros como QoS 
e largura de banda. Os SLAs por si só não surtem 
qualquer efeito, pois seu valor reside na maneira que 
são gerenciados na rede. É essencial melhorar a 
habilidade do provedor de serviço para fazer cumprir o 
contrato com o cliente, como definido no SLA, de sorte 
a se fazer uso otimizado da rede, minimizando a 
aplicação de penalidades por não aderência. 
01-Te—filo y Martins 14 05/10/2005, 21:48
Convergncia das redes de comunica‹o: aspectos tŽcnicos e econ™micos 
A diferenciação do provedor de serviço dependerá 
fortemente de seu gerenciamento e monitoração do SLA 
e a crescente confiança depositada pelo cliente. 
Conseqüentemente, o gerenciamento do SLA é um 
diferencial na oferta de serviços pelo provedor. 
Como o modelo de negócios está evoluindo do 
provimento de infra-estrutura de rede para o 
fornecimento de serviços, necessita-se definir QoS e 
suporte ao gerenciamento do SLA, tirando proveito das 
informações intrínsecas à rede. A introdução de redes 
convergentes deve ser postergada se nenhum suporte ao 
gerenciamento for provido, deixando os clientes 
inseguros quanto à confiabilidade do serviço ofertado. 
Os principais desafios do gerenciamento são: prover um 
serviço confiável e aderente ao SLA; monitorar 
completamente o SLA enquanto o serviço está sendo 
provido; reagir rapidamente caso o desempenho esteja 
insatisfatório; antecipar, tanto quanto possível, qualquer 
queda no desempenho, focando na previsão de 
desempenho do serviço; e assegurar faturamento acurado 
com base no conteúdo e QoS [3]. 
A rede convergente pode ser considerada como uma 
associação de redes autônomas operadas por autoridades 
diferentes, cada qual com sua própria forma de 
disponibilizar o serviço (fixo, acesso móvel, óptica etc.). 
Os componentes da rede que contribuem para 
disponibilizar um serviço não são tratados 
necessariamente pelo mesmo provedor de serviço. De 
uma abordagem fim-a-fim, isso implica que SLAs têm 
que ser estabelecidos entre provedores, assim como 
entre clientes e provedores. Então, SLAs devem ser 
gerenciados em níveis diferentes, desde a camada 7 
(provedor de serviços de aplicação) até a camada 2 
(transporte óptico) e em diferentes domínios 
(acesso/usuários finais, núcleo/acesso, núcleo/núcleo 
etc.). 
Um desafio maior é o gerenciamento de SLA em 
domínios cruzados, o que é executado com a propagação 
de SLA de uma extremidade à outra. Para reduzir o tempo 
de desenvolvimento, é necessário definir um SLA padrão 
e protocolo de negociação entre provedores que 
simplificarão a propagação de SLA na rede. 
Fig.1 Rede de voz e dados convergente. 
Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 15 
01-Te—filo y Martins 15 05/10/2005, 21:48
Ant™nio Te—filo Nassif, Antonio JosŽ Martins Soares 
ARQUITETURA DA REDE CONVERGENTE 
Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 
16 
A interface aberta para essa nova arquitetura permite 
introduzir rapidamente novos serviços. Ao mesmo 
tempo, elas facilitam a introdução de modelos de novos 
negócios quebrando a cadeia de valores tradicionais de 
hoje em vários serviços os quais podem ser fornecidos 
por diferentes provedores. 
Na Fig. 3 mostrase os componentes e sua relação um 
com o outro para formar a arquitetura da rede 
convergente [4]. Tecnologias como DWDM (Dense 
Wavelength Division Multiplexing) e MPLS (Multi- 
Protocol Label Switching) formarão a infra-estrutura 
básica que interconectará todos os nós. MPLS será usado 
para segregar os diferentes tipos de dados que serão 
transportados pela infra-estrutura. Os dados serão de dois 
tipos: media streams (voz, vídeo e outras formas de 
conteúdo) e dados de controle (sinalização). 
Acima da camada de transporte estará a camada de 
transporte de sinalização, carregando todas as mensagens 
de controle para/e do gateway media e os seus gateway 
controller media, encapsulado a sinalização número 7 
do sistema de sinalização (SS7), mensagens carregadas 
dos gateways de sinalização para os media gateway 
controllers e mensagens do protocolo de iniciação de 
sessão (SIP) entre clientes SIP e proxy e servidores de 
aplicação SIP. 
A arquitetura da rede convergente representada na 
Fig. 2 repousa sobre o transporte de voz e de dados em 
forma de pacotes. Ela decompõe os blocos monolíticos 
dos comutadores atuais em diferentes camadas de rede 
que interfuncionam por intermédio de interfaces abertas. 
A inteligência de tratamento de chamada via comutador 
da rede telefônica pública comutada (RTPC) é dissociada 
do hardware da matriz de comutação. Esta inteligência 
agora reside em um equipamento distinto: o softswitch 
ou servidor de chamada (media gateway controller ou 
agente de chamada), que dentro da nova arquitetura é o 
elemento de controle. As interfaces abertas em direção 
às aplicações de rede inteligentes e dos novos servidores 
de aplicação facilitam o fornecimento rápido de serviços 
e a diminuição dos atrasos de comercialização. 
Na camada media, são introduzidos media gateways para 
adaptar a telefonia e outras mídias à rede de transporte 
de pacotes. Os media gateways são usados para 
interfacear seja com os equipamentos dos usuários 
(gateway residencial) com acesso à rede (gateway de 
acesso), ou com a RTPC (gateway tronco). Servidores 
de media especiais implementam uma variedade de 
funções, como fornecimento de tom de discagem ou de 
anúncio. Funções mais avançadas de servidores de media 
incluem resposta interativa de voz e conversão de voz 
para texto e texto para voz. 
Fig. 2 Arquitetura da rede convergente em camadas. 
01-Te—filo y Martins 16 05/10/2005, 21:48
Convergncia das redes de comunica‹o: aspectos tŽcnicos e econ™micos 
A camada superior (mais alta) é onde todos os servidores 
residem para permitir uma comunicação rápida entre 
aplicações distribuídas e entre diferentes plataformas de 
serviços. Esta camada carregará todas as informações 
para os sistemas de suporte operacional e de negócios 
para manutenção e taxação, e conterá todos os diretórios 
e base de dados que armazenará as informações de 
locação e configuração de assinantes/usuários e os 
serviços. Esta camada também poderia fixar o ponto de 
controle do serviço de uma rede inteligente convencional 
comutada por circuito. Nesse caso, o ponto de controle 
teria implementado uma interface do IP e estaria 
comunicando (protocolo de controle da transmissão via 
stream) com o media gateway controller ou softswitch 
mascarado como um ponto de comutação do serviço. 
Isto proveria uma integração do serviço da rede antiga e 
da nova rede convergente. 
As partes finais e mais importantes da rede serão os 
firewalls e os roteadores, que interconectarão as redes 
de diferentes operadoras e provedoras de serviços. A 
Fig.3 mostra como os firewalls e os roteadores de filtro 
de pacotes estão conectados. 
MIGRA‚ÌO PARA A REDE CONVERGENTE 
A Internet atual se esforça a dar vazão à totalidade de 
tráfego o mais rapidamente possível dentro do limite 
de sua capacidade, mas sem nenhuma garantia quanto 
à vazão, ao atraso de transmissão, às variações deste 
atraso (jitter) e à taxa de perda de pacotes. Até o 
presente, o paradigma do encaminhamento de melhor 
esforço tem funcionado bem porque a maior parte das 
aplicações de dados IP são pouco prioritárias, ocupam 
pouca largura de banda e são tolerantes a atraso de 
transmissão e ao jitter. Isso está mudando rapidamente. 
As aplicações Internet multimídias interativas em 
tempo real (telefonia e vídeo) e as redes privadas 
virtuais requerem uma largura de banda garantida e/ou 
atrasos restritos. Ainda mais, o número de usuários da 
Internet aumenta de uma maneira exponencial, o que 
faz crescer o risco de congestionamento, de retardo e 
de perda de pacotes. A principal dificuldade é dotar as 
redes IP existentes de capacidade de multisserviços 
escaláveis, conservando as vantagens da rede IP, que 
tornou possível a Internet. Nestas redes multisserviços, 
as operadoras devem honrar os contratos de nível de 
serviço complexos, que definem as bandas passantes e 
outros parâmetros de qualidade para diferentes tipos 
de tráfego. É a qualidade de serviço IP. 
A arquitetura da rede convergente oferece a oportunidade 
de não somente atender esses requisitos tecnológicos, 
mas também aumentar o lucro e reduzir os custos de 
investimentos e operacionais. 
As novas operadoras não necessitam elaborar uma 
estratégia de migração, porque desde o início elas 
podem optar por uma solução de convergência de voz 
e dados para propiciar serviços avançados de voz e 
dados. Em contraste, as fornecedoras de serviços já 
estabelecidas devem considerar o seu parque de 
equipamentos TDM e são colocadas em uma situação 
delicada: fazer evoluir os seus comutadores de circuitos 
existentes (se isto tem sido previsto pelo fornecedor), 
parar com os investimentos em equipamentos de 
comutação de circuitos e construir uma rede 
convergente superposta, ou ainda substituir 
gradativamente os comutadores de circuitos existentes. 
Deve ser igualmente considerado o impacto do tráfego 
Internet, com as suas longas durações de ocupação, o 
que congestiona a rede de comutação de circuito, 
concebida em sua origem para vender tráfego telefônico 
com tempo de ocupação muito curto. 
Para tornarem-se competitivas, as operadoras devem 
encontrar maneiras de fornecer novos serviços à sua 
clientela durante a fase de transição até atingir a evolução 
para a convergência. Se houver erro na estratégia de 
migração, a operadora terá que assumir as conseqüências 
em longo prazo de seu mau investimento. Mas, se 
escolher uma boa estratégia, ela poderá bem antes de 
seus concorrentes propor a nova geração de serviços a 
seus clientes. Infelizmente, não há fórmula mágica sobre 
quando e como operar essa migração. Tudo depende do 
estado da rede existente, das exigências da clientela e, 
de modo geral, dos planos de desenvolvimento da 
operadora da rede. 
A implementação de uma infra-estrutura de rede 
convergente para o provimento de serviços de voz e 
dados integrados, em contraste com as atuais plataformas 
independentes, representa um enorme potencial de 
redução de custos de operação e manutenção de rede. 
Verifica-se que, na atual topologia de rede, quanto maior 
a diversidade de serviços associados, maior será a 
quantidade de elementos e a complexidade da rede. Mas 
as redes convergentes, ao contrário, possibilitam uma 
redução de até 80% dos elementos de rede de 
comutação, resultando em até 40% de redução nos custos 
operacionais e de manutenção da rede [5]. 
Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 17 
01-Te—filo y Martins 17 05/10/2005, 21:48
Ant™nio Te—filo Nassif, Antonio JosŽ Martins Soares 
Desse modo, as soluções associadas a redes convergentes 
possibilitam a minimização de investimentos em infra-estrutura, 
Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 
18 
a redução de custos de operação e manutenção 
e a ampliação de fontes de receitas, por meio do 
provimento de novos serviços como aplicações 
multimídia, VoIP e portais de voz, além de um novo leque 
de acordos de níveis de serviço com base na facilidade 
de alocação dinâmica de banda. 
Fig. 3 Arquitetura da rede convergente. 
01-Te—filo y Martins 18 05/10/2005, 21:48
Convergncia das redes de comunica‹o: aspectos tŽcnicos e econ™micos 
Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 19 
CONCLUSÍES 
A indústria de telecomunicações está mudando 
rapidamente. Se os serviços telefônicos constituem a 
principal fonte de receita dos provedores de serviços 
estabelecidos, este mercado não se desenvolve tão 
rapidamente para absorver sem prejuízo os novos 
operadores. Os provedores de serviços estabelecidos 
devem então encontrar novas maneiras de conservar uma 
clientela que os operadores emergentes tentam tirar. A única 
maneira de manter os clientes e ganhar novos será a de 
lhes propor serviços correspondentes às suas necessidades, 
isto é, combinar voz e dados de uma maneira flexível e 
econômica. Os provedores de serviços e os operadores de 
rede vão necessitar de sistemas abertos para sobreviver. 
Fabricantes de equipamentos e sistemas já oferecem uma 
estratégia de produtos convergente, que são 
fundamentados na evolução de produtos existentes e 
focados nos novos serviços. Essa estratégia, atualizada 
constantemente para seguir a evolução do mercado, 
permite fornecer a qualquer operador a solução mais 
apropriada para realizar a migração suave dos serviços 
telefônicos para a rede convergente. 
As redes convergentes, com o ambiente IP, simplicidade, 
flexibilidade e abertura, permitirão às operadoras 
oferecer novos serviços, aplicações e comodidade aos 
seus usuários de uma maneira mais eficiente e de custo 
mais otimizado do que se adotasse uma rede de serviços 
por comutação de circuitos. 
Enfim, a rede convergente com QoS definida terá um 
impacto decisivo nos modelos de negócios das 
operadoras de serviços de telecomunicações, gerando 
soluções mais competitivas, com maior eficiência de 
utilização de rede e com a sua infra-estrutura orientada 
à demanda de tráfego e a conjuntos completos e amplos 
de novos serviços de multimídia e de banda larga. 
A migração para a arquitetura convergente ocorre, 
basicamente, em três etapas. A primeira é a adequação 
das centrais de trânsito, responsáveis pela conexão das 
centrais de comutação locais ao sistema de voz sobre IP. 
Isso se faz por meio de gateways, cuja função é 
empacotar a voz e jogá-la na rede de dados, etapa do 
processo que algumas operadoras já superaram. A 
segunda compreende o transporte dos sinais de voz em 
pacotes até a casa do assinante por meio dos gateways 
de acesso, substituindo as centrais locais. A terceira, 
ainda distante, compreende a instalação de telefones IP 
na mesa de cada usuário. 
REFERæNCIAS 
[1] A.T. Nassif. Redes da próxima geração: aspectos 
técnicos, econômicos e cenários de migraçãoŽ. 
Dissertação de Mestrado. Departamento de 
Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília, 
Brasília, DF, 2004: 164. 
[2] J. Ryan. Testing and analysing next generation 
networksŽ. http://www.acme-ids.org, 2002. 
[3] G. Désoblin e H. Papini. SLA management: a key 
differentiator for service providersŽ. Alcatel 
Telecommunications Review, 3rd Quarter, 2001. 
[4] N. Wilkison. Next generation network service, 
technologies and strategiesŽ. John Wiley & Sons 
Ltd., 2002. 
[5] Siemens Comunicação Corporativa. NGN: em 
busca do retorno desejadoŽ. http://siemens.com.br. 
Acesso em 15/10/02. 
01-Te—filo y Martins 19 05/10/2005, 21:48

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  • 1. Convergncia Rev. das Fac. redes Ing. de - comunicaUniv. Tarapac‹o: aspectos ‡, vol. 13 tŽNcnicos ¼ 2, 2005, e econpp. ™13-micos 19 CONVERGæNCIA DAS REDES DE COMUNICA‚ÌO: ASPECTOS TƒCNICOS E ECONïMICOS Ant™nio Te—filo Nassif 1 Antonio JosŽ Martins Soares 2 Recibido el 24 de septiembre de 2004, aceptado el 9 enero de 2005 RESUMO A tendência nos sistemas de comunicações mundiais é a convergência das redes tradicionais de telefonia, Internet, hoje providas separadamente, para uma única infra-estrutura de transmissão em pacotes. Da converg êwnicreiale psas rea tuemcnao ilnofgraia-es,s tarpultiucraaç iõnetse leig seenrvtei çeo asl.t Aams einnfteo remfiacçieõnetse ,a dpererisveanrtãaod aasc ensessote u tnriavbearlshaol ed eummoan gsatmraam d qeu neo, veams ofuptourrtou npirdóaxdiems op,a aras oaupmereandtoarraesm t raa sduicai orennatiasb dileidvaedrãeo. Paagrrae igsasro ,v daelovre raãoos i msepulsa nstearrv uiçmoas rpeadrea cmonavnetergreemnt eo, smejeas gmraod natíivvealm deen tree,c aepitrao vaetuitaaln doou os equipamentos existentes, ou radicalmente, substituindo totalmente a sua planta. Palavras chave: Redes de comunicação, convergência de redes, arquitetura de rede convergente. ABSTRACT Tnehtew toernkd aenndcy d ainta w noertlwdo crok)m, mcuurnriecnattliyo pnrso ivsi dtehde sceopnavreartgeelyn,c ien toof ath ceo mthmreoen tpraadckiteiot nbaals ende tiwnforraksstr (uvcotuicree .n Uetnwivoerrks,a wl aircecleessss ahingdh lay heoffsict ioefn tn ienwfr atesctrhuncotluorgei. eTsh, iasp wpolircka ptiroensesn atsn din sfoerrmviacteiso nw dilel mboen dsetrraivtiendg ftrhoamt, tinh eth ceo nnevaerr gfuetnucree ,i enstota abnli sihnetedl olipgeernatt oarnsd, isnh oourldde rd etpol okeye tph eu cpo cnuvrerregnetn rceev ienn au egsr aadnuda tlo m ianncrneear,s eta pkrinogfi taadbvialintyt,a gsheo oufl edx aisdtdin gva alsusee ttso, saesr wvieclel sa.s F froorm th tihse p sucrrpaotcshe,, ftuhlelyy replacing their entire TDM infrastructure. Keywords: Communications networks, convergence network. Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 13 INTRODU‚ÌO A indústria de telecomunicações procura, há alguns anos, orientar sua tecnologia de maneira a tornar os operadores competitivos em um ambiente caracterizado pela concorrência e aumento da desregulamentação. As redes de comunicação convergentes, com interfaces abertas e capacidade para transmitir voz, dados, imagens, som e vídeo, exploram plenamente as tecnologias de ponta para oferecer serviços sofisticados e aumentar as receitas dos operadores, reduzindo despesas de investimentos e custos de operação [1]. A principal diferença entre as redes convergentes e as redes tradicionais de comutação por circuitos está na estrutura de transmissão por pacotes utilizada no protocolo Internet (IP) e adotada nessas novas redes. Os terminais encaminham pacotes de dados, em formato IP, para um ponto concentrador, de onde passam a circular pela rede até encontrar o endereço IP de destino. Basicamente, é o mesmo procedimento hoje em uso na Internet. A principal mudança a ser feita na estrutura das operadoras para oferecer serviços convergentes, referese à transmissão de voz. Para que possam trafegar nas novas redes, os sinais de voz precisam ser transformados em pacotes, que se misturam aos pacotes de dados e imagens durante o transporte. Essa função é realizada por gateways de voz, que são instalados na camada de transporte da rede, onde também estão os roteadores e toda a infra-estrutura física da operadora. O uso de interfaces e protocolos abertos e padronizados é uma das grandes vantagens das redes convergentes. Além disso, a sua arquitetura dispensa algumas estruturas convencionais, como as centrais de trânsito. De modo geral, os provedores dividem a arquitetura das redes convergentes em pelo menos três camadas básicas: infra-estrutura de transporte e acesso, controle de 1 Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Brasília … DF … Brasil, ANTONIO@correios.com.br 2 Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília (UnB), Brasília … DF … Brasil, martins@ene.unb.br 01-Te—filo y Martins 13 05/10/2005, 21:48
  • 2. Ant™nio Te—filo Nassif, Antonio JosŽ Martins Soares chamadas e serviços. Na primeira, estão as unidades de acesso de assinantes, como telefones IP e access gateways (uma espécie de armário multiprotocolo que faz a interface entre a rede IP e os diferentes tipos de conexão do usuário, como circuito de voz, linha ADSL etc.), além de comutadores, roteadores e media gateways, que transformam sinais de voz da rede convencional em pacotes. A camada de controle de chamadas é a responsável pelo encaminhamento, supervisão e liberação das ligações que trafegam pela rede IP (ou ATM). É uma parte estratégica, onde fica o elemento responsável pela inteligência das redes: o softswitch, ou media gateway controller. Considerada o grande diferencial e o atrativo das redes convergentes, a camada de serviços é formada pelos softwares que vão permitir às operadoras oferecer novos e múltiplos serviços aos usuários. As redes convergentes têm introduzido uma nova organização no tocante, principalmente, aos planos de transporte e de controle. Para explorar esse conceito, é preciso desenvolver diferentes aplicações ou enriquecer as existentes. Elas vão trazer a coerência necessária entre as aplicações tradicionais, do mundo da telefonia, e as do mundo de dados, graças à utilização de um plano de transporte fundamentado sobre o IP e à separação das camadas de transporte, controle e aplicação. De outra forma, a cooperação entre estes dois mundos vai sem dúvida harmonizar as funcionalidades de ligação de um ao outro mundo, como as mensagens textuais, as mensagens vocais, a localização geográfica ou a presença. Enfim, essa harmonização permite às aplicações existentes ou às novas aplicações tirar partido das funcionalidades desses dois mundos. A evolução de uma rede existente em direção a essa nova estrutura necessitará de uma estratégia de migração progressiva, visando uma redução ao mínimo das despesas de investimentos durante a fase de transição e se beneficiando das vantagens que ela apresenta. Toda iniciativa empreendida, quando dessa etapa de transição, deverá simplificar a evolução da rede em direção à arquitetura convergente e à comutação de pacotes. Durante vários anos ainda, os serviços de comutação tradicional vão coexistir com os elementos de rede da nova tecnologia. Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 14 CONVERGæNCIA DE VOZ E DADOS A convergência apresenta uma nova visão sobre o futuro das redes de comunicação e de aplicações multimídia. Será concretizado o velho sonho de uma plataforma de transporte comum para vídeo, voz e dados. A convergência de redes permitirá aplicações do tipo telefonia via IP, acesso a Web através de telefones móveis e o streaming de vídeo se tornará uma realidade. Os protocolos da Internet suportam o transporte de dados de praticamente qualquer tipo de rede, desde redes locais (LAN) até redes globais com vários provedores de redes, embora as tradicionais redes de dados, como o SNA da IBM e as redes legadas de alguns provedores de telecomunicações (X.25, frame relay), estejam fazendo um grande esforço para se acomodarem nas redes IP. Um dos desafios da convergência é a complexidade de testes para a determinação de problemas e garantia de disponibilidade e performance [2]. Isso é importante para reduzir os custos de operação e o número de reparos e melhorar o tempo de re-estabelecimento dos serviços, possibilitando antecipar e evitar a ruptura do serviço por meio de um eficiente processo de coleta de eventos e uma constante monitoração da rede. A integração de recursos e a convergência do tráfego reduzem os custos totais da rede, permitindo o compartilhamento da operação, a administração, a manutenção de equipamentos e facilidades para o desenvolvimento de aplicações multimídia. As tecnologias da Internet oferecem oportunidades para combinar os serviços de voz, dados e vídeo, criando sinergia entre eles. Na Fig.1 mostrase os elementos de uma rede projetada para suportar comunicação de voz e transporte de dados. De fato, as características de implementação dessa rede podem variar como resultado de diferentes tecnologias, padrões conflitantes e definições de serviços com diferentes QoS (Quality of Service). Redes de melhor esforço são inadequadas para os serviços da próxima geração, como multimídia e comércio eletrônico, que demandam uma alta QoS. Contudo, tais redes são suficientes para outros serviços como e-mail e aqueles embasados em protocolo de transferência de arquivos como FTP. Cada serviço pode ser diferenciado por um acordo de nível de serviço (SLA) que define parâmetros como QoS e largura de banda. Os SLAs por si só não surtem qualquer efeito, pois seu valor reside na maneira que são gerenciados na rede. É essencial melhorar a habilidade do provedor de serviço para fazer cumprir o contrato com o cliente, como definido no SLA, de sorte a se fazer uso otimizado da rede, minimizando a aplicação de penalidades por não aderência. 01-Te—filo y Martins 14 05/10/2005, 21:48
  • 3. Convergncia das redes de comunica‹o: aspectos tŽcnicos e econ™micos A diferenciação do provedor de serviço dependerá fortemente de seu gerenciamento e monitoração do SLA e a crescente confiança depositada pelo cliente. Conseqüentemente, o gerenciamento do SLA é um diferencial na oferta de serviços pelo provedor. Como o modelo de negócios está evoluindo do provimento de infra-estrutura de rede para o fornecimento de serviços, necessita-se definir QoS e suporte ao gerenciamento do SLA, tirando proveito das informações intrínsecas à rede. A introdução de redes convergentes deve ser postergada se nenhum suporte ao gerenciamento for provido, deixando os clientes inseguros quanto à confiabilidade do serviço ofertado. Os principais desafios do gerenciamento são: prover um serviço confiável e aderente ao SLA; monitorar completamente o SLA enquanto o serviço está sendo provido; reagir rapidamente caso o desempenho esteja insatisfatório; antecipar, tanto quanto possível, qualquer queda no desempenho, focando na previsão de desempenho do serviço; e assegurar faturamento acurado com base no conteúdo e QoS [3]. A rede convergente pode ser considerada como uma associação de redes autônomas operadas por autoridades diferentes, cada qual com sua própria forma de disponibilizar o serviço (fixo, acesso móvel, óptica etc.). Os componentes da rede que contribuem para disponibilizar um serviço não são tratados necessariamente pelo mesmo provedor de serviço. De uma abordagem fim-a-fim, isso implica que SLAs têm que ser estabelecidos entre provedores, assim como entre clientes e provedores. Então, SLAs devem ser gerenciados em níveis diferentes, desde a camada 7 (provedor de serviços de aplicação) até a camada 2 (transporte óptico) e em diferentes domínios (acesso/usuários finais, núcleo/acesso, núcleo/núcleo etc.). Um desafio maior é o gerenciamento de SLA em domínios cruzados, o que é executado com a propagação de SLA de uma extremidade à outra. Para reduzir o tempo de desenvolvimento, é necessário definir um SLA padrão e protocolo de negociação entre provedores que simplificarão a propagação de SLA na rede. Fig.1 Rede de voz e dados convergente. Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 15 01-Te—filo y Martins 15 05/10/2005, 21:48
  • 4. Ant™nio Te—filo Nassif, Antonio JosŽ Martins Soares ARQUITETURA DA REDE CONVERGENTE Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 16 A interface aberta para essa nova arquitetura permite introduzir rapidamente novos serviços. Ao mesmo tempo, elas facilitam a introdução de modelos de novos negócios quebrando a cadeia de valores tradicionais de hoje em vários serviços os quais podem ser fornecidos por diferentes provedores. Na Fig. 3 mostrase os componentes e sua relação um com o outro para formar a arquitetura da rede convergente [4]. Tecnologias como DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing) e MPLS (Multi- Protocol Label Switching) formarão a infra-estrutura básica que interconectará todos os nós. MPLS será usado para segregar os diferentes tipos de dados que serão transportados pela infra-estrutura. Os dados serão de dois tipos: media streams (voz, vídeo e outras formas de conteúdo) e dados de controle (sinalização). Acima da camada de transporte estará a camada de transporte de sinalização, carregando todas as mensagens de controle para/e do gateway media e os seus gateway controller media, encapsulado a sinalização número 7 do sistema de sinalização (SS7), mensagens carregadas dos gateways de sinalização para os media gateway controllers e mensagens do protocolo de iniciação de sessão (SIP) entre clientes SIP e proxy e servidores de aplicação SIP. A arquitetura da rede convergente representada na Fig. 2 repousa sobre o transporte de voz e de dados em forma de pacotes. Ela decompõe os blocos monolíticos dos comutadores atuais em diferentes camadas de rede que interfuncionam por intermédio de interfaces abertas. A inteligência de tratamento de chamada via comutador da rede telefônica pública comutada (RTPC) é dissociada do hardware da matriz de comutação. Esta inteligência agora reside em um equipamento distinto: o softswitch ou servidor de chamada (media gateway controller ou agente de chamada), que dentro da nova arquitetura é o elemento de controle. As interfaces abertas em direção às aplicações de rede inteligentes e dos novos servidores de aplicação facilitam o fornecimento rápido de serviços e a diminuição dos atrasos de comercialização. Na camada media, são introduzidos media gateways para adaptar a telefonia e outras mídias à rede de transporte de pacotes. Os media gateways são usados para interfacear seja com os equipamentos dos usuários (gateway residencial) com acesso à rede (gateway de acesso), ou com a RTPC (gateway tronco). Servidores de media especiais implementam uma variedade de funções, como fornecimento de tom de discagem ou de anúncio. Funções mais avançadas de servidores de media incluem resposta interativa de voz e conversão de voz para texto e texto para voz. Fig. 2 Arquitetura da rede convergente em camadas. 01-Te—filo y Martins 16 05/10/2005, 21:48
  • 5. Convergncia das redes de comunica‹o: aspectos tŽcnicos e econ™micos A camada superior (mais alta) é onde todos os servidores residem para permitir uma comunicação rápida entre aplicações distribuídas e entre diferentes plataformas de serviços. Esta camada carregará todas as informações para os sistemas de suporte operacional e de negócios para manutenção e taxação, e conterá todos os diretórios e base de dados que armazenará as informações de locação e configuração de assinantes/usuários e os serviços. Esta camada também poderia fixar o ponto de controle do serviço de uma rede inteligente convencional comutada por circuito. Nesse caso, o ponto de controle teria implementado uma interface do IP e estaria comunicando (protocolo de controle da transmissão via stream) com o media gateway controller ou softswitch mascarado como um ponto de comutação do serviço. Isto proveria uma integração do serviço da rede antiga e da nova rede convergente. As partes finais e mais importantes da rede serão os firewalls e os roteadores, que interconectarão as redes de diferentes operadoras e provedoras de serviços. A Fig.3 mostra como os firewalls e os roteadores de filtro de pacotes estão conectados. MIGRA‚ÌO PARA A REDE CONVERGENTE A Internet atual se esforça a dar vazão à totalidade de tráfego o mais rapidamente possível dentro do limite de sua capacidade, mas sem nenhuma garantia quanto à vazão, ao atraso de transmissão, às variações deste atraso (jitter) e à taxa de perda de pacotes. Até o presente, o paradigma do encaminhamento de melhor esforço tem funcionado bem porque a maior parte das aplicações de dados IP são pouco prioritárias, ocupam pouca largura de banda e são tolerantes a atraso de transmissão e ao jitter. Isso está mudando rapidamente. As aplicações Internet multimídias interativas em tempo real (telefonia e vídeo) e as redes privadas virtuais requerem uma largura de banda garantida e/ou atrasos restritos. Ainda mais, o número de usuários da Internet aumenta de uma maneira exponencial, o que faz crescer o risco de congestionamento, de retardo e de perda de pacotes. A principal dificuldade é dotar as redes IP existentes de capacidade de multisserviços escaláveis, conservando as vantagens da rede IP, que tornou possível a Internet. Nestas redes multisserviços, as operadoras devem honrar os contratos de nível de serviço complexos, que definem as bandas passantes e outros parâmetros de qualidade para diferentes tipos de tráfego. É a qualidade de serviço IP. A arquitetura da rede convergente oferece a oportunidade de não somente atender esses requisitos tecnológicos, mas também aumentar o lucro e reduzir os custos de investimentos e operacionais. As novas operadoras não necessitam elaborar uma estratégia de migração, porque desde o início elas podem optar por uma solução de convergência de voz e dados para propiciar serviços avançados de voz e dados. Em contraste, as fornecedoras de serviços já estabelecidas devem considerar o seu parque de equipamentos TDM e são colocadas em uma situação delicada: fazer evoluir os seus comutadores de circuitos existentes (se isto tem sido previsto pelo fornecedor), parar com os investimentos em equipamentos de comutação de circuitos e construir uma rede convergente superposta, ou ainda substituir gradativamente os comutadores de circuitos existentes. Deve ser igualmente considerado o impacto do tráfego Internet, com as suas longas durações de ocupação, o que congestiona a rede de comutação de circuito, concebida em sua origem para vender tráfego telefônico com tempo de ocupação muito curto. Para tornarem-se competitivas, as operadoras devem encontrar maneiras de fornecer novos serviços à sua clientela durante a fase de transição até atingir a evolução para a convergência. Se houver erro na estratégia de migração, a operadora terá que assumir as conseqüências em longo prazo de seu mau investimento. Mas, se escolher uma boa estratégia, ela poderá bem antes de seus concorrentes propor a nova geração de serviços a seus clientes. Infelizmente, não há fórmula mágica sobre quando e como operar essa migração. Tudo depende do estado da rede existente, das exigências da clientela e, de modo geral, dos planos de desenvolvimento da operadora da rede. A implementação de uma infra-estrutura de rede convergente para o provimento de serviços de voz e dados integrados, em contraste com as atuais plataformas independentes, representa um enorme potencial de redução de custos de operação e manutenção de rede. Verifica-se que, na atual topologia de rede, quanto maior a diversidade de serviços associados, maior será a quantidade de elementos e a complexidade da rede. Mas as redes convergentes, ao contrário, possibilitam uma redução de até 80% dos elementos de rede de comutação, resultando em até 40% de redução nos custos operacionais e de manutenção da rede [5]. Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 17 01-Te—filo y Martins 17 05/10/2005, 21:48
  • 6. Ant™nio Te—filo Nassif, Antonio JosŽ Martins Soares Desse modo, as soluções associadas a redes convergentes possibilitam a minimização de investimentos em infra-estrutura, Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 18 a redução de custos de operação e manutenção e a ampliação de fontes de receitas, por meio do provimento de novos serviços como aplicações multimídia, VoIP e portais de voz, além de um novo leque de acordos de níveis de serviço com base na facilidade de alocação dinâmica de banda. Fig. 3 Arquitetura da rede convergente. 01-Te—filo y Martins 18 05/10/2005, 21:48
  • 7. Convergncia das redes de comunica‹o: aspectos tŽcnicos e econ™micos Rev. Fac. Ing. - Univ. Tarapac‡, vol. 13 N¼ 2, 2005 19 CONCLUSÍES A indústria de telecomunicações está mudando rapidamente. Se os serviços telefônicos constituem a principal fonte de receita dos provedores de serviços estabelecidos, este mercado não se desenvolve tão rapidamente para absorver sem prejuízo os novos operadores. Os provedores de serviços estabelecidos devem então encontrar novas maneiras de conservar uma clientela que os operadores emergentes tentam tirar. A única maneira de manter os clientes e ganhar novos será a de lhes propor serviços correspondentes às suas necessidades, isto é, combinar voz e dados de uma maneira flexível e econômica. Os provedores de serviços e os operadores de rede vão necessitar de sistemas abertos para sobreviver. Fabricantes de equipamentos e sistemas já oferecem uma estratégia de produtos convergente, que são fundamentados na evolução de produtos existentes e focados nos novos serviços. Essa estratégia, atualizada constantemente para seguir a evolução do mercado, permite fornecer a qualquer operador a solução mais apropriada para realizar a migração suave dos serviços telefônicos para a rede convergente. As redes convergentes, com o ambiente IP, simplicidade, flexibilidade e abertura, permitirão às operadoras oferecer novos serviços, aplicações e comodidade aos seus usuários de uma maneira mais eficiente e de custo mais otimizado do que se adotasse uma rede de serviços por comutação de circuitos. Enfim, a rede convergente com QoS definida terá um impacto decisivo nos modelos de negócios das operadoras de serviços de telecomunicações, gerando soluções mais competitivas, com maior eficiência de utilização de rede e com a sua infra-estrutura orientada à demanda de tráfego e a conjuntos completos e amplos de novos serviços de multimídia e de banda larga. A migração para a arquitetura convergente ocorre, basicamente, em três etapas. A primeira é a adequação das centrais de trânsito, responsáveis pela conexão das centrais de comutação locais ao sistema de voz sobre IP. Isso se faz por meio de gateways, cuja função é empacotar a voz e jogá-la na rede de dados, etapa do processo que algumas operadoras já superaram. A segunda compreende o transporte dos sinais de voz em pacotes até a casa do assinante por meio dos gateways de acesso, substituindo as centrais locais. A terceira, ainda distante, compreende a instalação de telefones IP na mesa de cada usuário. REFERæNCIAS [1] A.T. Nassif. Redes da próxima geração: aspectos técnicos, econômicos e cenários de migraçãoŽ. Dissertação de Mestrado. Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2004: 164. [2] J. Ryan. Testing and analysing next generation networksŽ. http://www.acme-ids.org, 2002. [3] G. Désoblin e H. Papini. SLA management: a key differentiator for service providersŽ. Alcatel Telecommunications Review, 3rd Quarter, 2001. [4] N. Wilkison. Next generation network service, technologies and strategiesŽ. John Wiley & Sons Ltd., 2002. [5] Siemens Comunicação Corporativa. NGN: em busca do retorno desejadoŽ. http://siemens.com.br. Acesso em 15/10/02. 01-Te—filo y Martins 19 05/10/2005, 21:48