O documento discute as novas infraestruturas de telecomunicações (ITUR) e seu impacto. O ITUR visa normalizar estas infraestruturas para acomodar as constantes mudanças tecnológicas e garantir o acesso universal. As ITUR incluem redes de cabos subterrâneas e equipamentos para diferentes tecnologias. Sua implementação requer considerar fatores ambientais, técnicos e de custo.
1. mobile Tecnologia
Os novos desafios da normalização das infra-estruturas
de telecomunicações e o seu impacto
O novo regime do ITUR
A evolução constante na área das telecomunicações traz novas
exigências e novos desafios. O ITED, em conjunto com a ITUR,
procura ir de encontro aos actuais e futuros desafios.
Por: Justino Lourenço* e Sérgio Santos** Fotos: Ojo Fotos
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2. E
ste artigo vem na sequência das recen- cobre, coaxial e fibra óptica). às suas características, que permitem uma
tes mudanças que ocorreram ao nível Estas podem ser segmentadas em duas tipo- inferior atenuação e uma maior imunidade
do ITED e ITUR. Tendo o ITED já logias distintas: as ITUR públicas (localiza- a ruídos e interferências, transformam esta
sido tratado num artigo prévio, este procura das no domínio publico) e as ITUR privadas solução num canal de superior qualidade
salientar a evolução que foi o aparecimen- (localizadas no domínio privado). O propósi- aos das restantes soluções. É expectável
to da ITUR e os seus impactos ao nível da to de ambas é o alojamento de espaços e redes o aparecimento e o crescimento de novos
oferta de serviços de banda larga. de tubagem adequadas à instalação das redes serviços, servindo como um suporte ade-
de cabos e outros dispositivos afectos às res- quado para a implantação das Redes de
A evolução esperada pectivas redes de comunicações electrónicas. Nova Geração (RNG).
As redes de telecomunicações introduzem Organizadas fisicamente recorrendo a uma Um dos focus na concepção das ITUR é a
novas funcionalidades, permitem o apare- procura do desempenho com elevada efi-
cimento de novos desafios e a descoberta Um dos focus do ITUR é a ciência, permitindo o acesso universal dos
de serviços inovadores. O perfil do actual vários clientes a serviços tecnologicamente
procura do desempenho
cliente de serviços de telecomunicações foi- inovadores, não descurando as condições de
se alterando, havendo actualmente mais exi- com eficiência, permitindo segurança exigíveis. Com o cuidado presente
gências em termos de critérios de qualidade, o acesso universal a em futuras necessidades de upgrade e dada a
facilidade de acesso e parâmetros da comu- serviços inovadores sua relativa facilidade de instalação, apresen-
nicação. A necessidade de uma constante ta vantagens, pois não só evita a necessida-
normalização é uma questão cada vez mais de de intervenções intensivas (obras subse-
importante, estando o acesso com qualidade tubagem de acesso, redes de tubagem prin- quentes), como também privilegia a estética
e a universalidade de acesso fortemente de- cipal e redes de tubagem de distribuição, na instalação. Permite e facilita o acesso dos
pendentes de uma adequada normalização. constituídas por tubos e acessórios, câmaras diversos operadores à mesma rede de comu-
A preocupação com a ITUR (Infra-estru- de visita, salas técnicas, galerias, armários nicações, o que proporciona uma real e efec-
turas de telecomunicações em Loteamen- e bastidores, foram pensadas para permitir tiva universalidade dos acessos por parte dos
tos, Urbanizações e Conjunto de Edifícios) uma exploração adequada e organizada da operadores e clientes finais. Permite um fácil
resulta dessa necessidade de uma forma tecnologia emergente sobre a fibra óptica. A acesso para manutenção dos equipamentos
recorrente de normalização, permitindo massificação da instalação da fibra óptica irá activos existentes e intervenções necessárias
assim uma maior fiabilidade/serventia es- permitir a difusão de serviços de qualidade. na rede, diminuindo a necessidade de visitas
trutural das redes de comunicação (par de O potencial da largura de banda associado técnicas aos edifícios da urbanização.
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3. mobile Tecnologia
As questões a ter em conta para a implementação num tituída unicamente por um ponto de entrada/
saída),“L”(utilizada onde se identificam dois
dado local estão relacionadas com a tecnologia pontos),“Y”(aplicam-se a urbanizações onde
disponibilizada, protecção e facilidade de execução se identificam 3 pontos) ,“X”(dedicada a ur-
banizações onde se identificam 4 pontos) e
As condicionantes presentes na avaliação dos da urbanização e possíveis zonas de expansão, “Q”(colocada apenas em urbanizações de di-
requisitos funcionais das ITUR estão rela- planta com arruamentos e acessibilidades, é mensão superior às anteriormente descritas).
cionados com: a classe ambiental associada possível prêver/antecipar alguns contratempos Após a conclusão das ITUR estas deverão ser
à utilização dos materiais e equipamentos, e reduzir custos na execução das ITUR. georeferenciadas (de acordo com o Decreto
viabilidade técnica, custos dos materiais e da É necessário, ainda, efectuar uma análise de Lei nº123/2009), com o intuito claro de serem
execução. As questões a ter em conta para a fundo que permita definir estrategicamen- agregadas ao Sistema de Informação Centra-
implementação num dado local estão rela- te os melhores pontos de acesso às redes de lizado (SIC), onde é permitida a consulta do
cionadas com a tecnologia disponibilizada, telecomunicações, assim como recorrer aos traçado das redes às entidades que pretendam
protecção (Segurança), durabilidade, rastrea- critérios de avaliação, estabelecer os pontos utilizar essas mesmas para alojar os seus equi-
bilidade, existência de obstáculos no subsolo, de saída com um acordo protocolar com os pamentos de telecomunicações. De igual for-
tempo e facilidade de execução, posiciona- operadores, no sentido de ajustar o dimen- ma, as entidades da área pública e as empre-
mento (rede principal e rede de distribuição) sionamento dos tubos e cabos de entrada para sas de serviços de comunicações, ficam com o
e restantes restrições regulamentares. os diversos tipos de edifícios constituintes da dever de elaborar registos das infra-estruturas
Na componente ambiental existe uma par- urbanização. que possuam, com o propósito de alojar as re-
ticular preocupação nos cenários de solos Através de linhas orientadoras cria-se uma des de comunicações electrónicas.
sulfurosos, especializando-se na aplicação de disciplina da Rede de Tubagem Principal,
materiais específicos que apresentem resistân- comunicando esta com pontos cuidadosa- Equipamentos
cia a este tipo de ambientes. A rede de tuba- mente estudados, criando elos de ligação As diversas constituintes das ITUR (rede
gem deve ser subterrânea, procurando sempre entre as redes de distribuição, conforme a coaxial; rede pares de cobre; rede de fibra
evitar a construção de tubagens em zonas de topologia mais apropriada para cada caso óptica; e rede de tubagem) são dotadas dos
nível freático elevado. Com alguns cuidados (em função do número de entradas/saídas mais variados equipamentos concebidos para
presentes ainda na fase de projecto, tais como necessárias à utilidade da dimensão do lo- cada tecnologia e com o claro objectivo de
o levantamento topográfico e características teamento), existindo para o efeito os se- obter o maior rendimento, fiabilidade, dura-
do terreno, tipos de edifícios e respectivas uti- guintes tipos de estruturas: “I“(empregada bilidade e segurança.
lizações, necessidades e carências, localização quando a rede de tubagem principal é cons- Na rede de CATV torna-se indispensável a
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4. utilização de equipamentos como: centrais
de amplificação, amplificadores/regenerado-
res de linha (apropriado para quando existe
a necessidade de regenerar os sinais devido a
perdas provocadas pelos elementos passivos
da rede de distribuição), derivadores (utiliza-
dos na derivação do sinal em redes coaxiais),
repartidores (concebidos para repartir o sinal
nas redes coaxiais de banda larga), acopla-
dores e cabo coaxial (Condutor CU+Malha
CU). Os blocos cravação tipo Krone ou
equivalente, cabo do tipo T1EG1HE, jun-
tas termo retráctil para cabo T1EG1HE e
identificadores (material utilizado para iden-
tificação dos cabos), são constituintes da rede
de Pares e Cobre. No cenário da utilização
da fibra óptica temos: cabos de fibras ópticas
monomodo (de exterior), repartidores de fi-
bra óptica (RG-FO), juntas de fusão óptica,
conectores e alinhadores de fibra.
Relativamente às redes de tubagem, temos
os seguintes elementos constituintes: as câ-
maras de visita de variadas dimensões con-
forme a carência/utilização (CVC0, CVC1,
CVR1a, CVR1b, CVR2, CVR3, CVI0,
CVI1, CVL1 e CVT1), sendo pré-fabrica-
das de betão armado com tampa, ou consti-
tuídas por outros materiais salvaguardando
as características técnicas, nomeadamente as
cargas de tráfego previstas no ponto 2.1.2.1
do Manual ITUR. Por último, temos o tu-
bo corrugado com interior Liso PEAD cujo
diâmetro é definido consoante a necessidade
da passagem de cabos no respectivo tubo e
tritubo.
No mercado português existem variadíssi-
mas marcas de equipamentos homologados
e normalizados de forma a dar satisfação à
opiop i op iopi pio poi opipo i
legislação vigente. Cabelte, Cavan, Televés op i opi po iopi op i opi
e Teka são algumas das marcas fornecedoras
dos diversos equipamentos nos mais varia-
dos campos utilizados nas ITUR.
Conclusões
O ITUR procura ir de encontro aos novos
desafios nas telecomunicações cabladas. Este
esforço de normalização irá permitir dotar o
país de uma infra-estrutura adequada e ino-
vadora que permitirá, no curto-prazo, a con-
solidação da oferta de serviços inovadores no
domínio privado e público.
A preocupação numa normalização que não
sirva como constrangimento na evolução
das redes de telecomunicações, mas sim que
procure, de uma forma ordenada, potenciar
as suas vantagens foi uma das preocupações,
sendo igualmente de referir que o cuidado
na universalidade do acesso e o registo ge-
orreferenciado das infra-estruturas permite
uma evolução harmoniosa da instalação.
*Professor e investigador do Instituto Superior
Politécnico Gaya. Consultor na área das
Telecomunicações. jml@ispgaya.pt
**Consultor na área do projecto e
instalação de redes de Telecomunicações.
sergiomartinsdossantos@gmail.com
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