O poema explora temas de solidão, saudade e ausência através da descrição da paisagem cinzenta e do vento uivante. O eu lírico sente a primavera longe e deixa que a tempestade invada e desfaça seus sonhos de felicidade, assim como a ausência da voz alegre amada.

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Versos agrupados em estrofes
Não é necessário que rimem, embora soe melhor
Explorar a musicalidade ( sonoridade) e o significado das palavras
Usar a conotação, evitar a denotação
Usar expressões com sensações ( gosto, cheiro, cor, tacto, audição )
Usar figuras de estilo ( comparações, exageros, animismos)
Brincar com sentidos paralelos
Deixar-nos surpreender pelas emoções
Saborear as palavras como se fossem doces

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O uivo do vento
A dança macabra dos ramos desgrenhados
Da oliveira, dão um aspecto quase irreal
De bolas de cristal
Aos pingos que se colam à vidraça, e,
Correndo, se vão reunindo até
Desaparecerem.
Como tu!
A luz cinzenta e fria
Coada pela vidraça,
É uma massa nos meus olhos,
Cansados de olhar e não ver
A primavera que não chega,
E a ausência que relega para longe
Memórias da tua doce voz, alegre
Como tu!
E eu, frio e desalentado,
Afundo-me nesta tormenta
E deixo que o vento
E a tempestade
Me invadam, e desfaçam
Lentamente, os sonhos
De ser feliz
Como tu!

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Que prazer levantar-me de manhãQue prazer levantar-me de manhã
Correr a reunir o balde, a bóia e a a páCorrer a reunir o balde, a bóia e a a pá
Comer cereais e vestir os calçõesComer cereais e vestir os calções
Correr para a praia, beber sensaçõesCorrer para a praia, beber sensações
O sentir da areia, o calor do solO sentir da areia, o calor do sol
A maré vazia, a bola de futebolA maré vazia, a bola de futebol
Os mergulhos, as ondas por cima de mimOs mergulhos, as ondas por cima de mim
E de volta à areia, as bolas de berlimE de volta à areia, as bolas de berlim
E quando chegam as marés vivasE quando chegam as marés vivas
Quando Agosto já tem poucos diasQuando Agosto já tem poucos dias
Então é a melancolia, o desenganoEntão é a melancolia, o desengano
Mais praia só para o próximo anoMais praia só para o próximo ano

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Que bom vai serQue bom vai ser
Fazer anos na próxima semanaFazer anos na próxima semana
Poder convidar amigosPoder convidar amigos
No fim da aula de MatemáticaNo fim da aula de Matemática
A correr, inseguro, lá encontreiA correr, inseguro, lá encontrei
a flor dos meus sonhosa flor dos meus sonhos
A semana passou, o dia chegouA semana passou, o dia chegou
Lá em casa, eu corria, arrumava,Lá em casa, eu corria, arrumava,
Limpava e obedecia…Limpava e obedecia…
Era o meu dia!Era o meu dia!
A sorrir, aproximei-meA sorrir, aproximei-me
Entreguei-lhe o conviteEntreguei-lhe o convite
E corri para longe, gritandoE corri para longe, gritando
Aparece! Aparece!Aparece! Aparece!
Durante a semanaDurante a semana
Parecia que não tinha pesoParecia que não tinha peso
Que andava no ar,Que andava no ar,
FlutuavaFlutuava
A hora chegou, os amigos vieram
Cumprimentos, abraços, prendas
Mas a principal, essa tardava…
As horas passaram, os pais chegaram
A festa terminou, e ela faltou
O meu coração, triste e desfeito.
De tal forma aquilo marcou
Que naquele momento jurei
Não voltar a esperar por alguém.
Se por acaso alguém quisesse
Estar presente, vir à minha festa,
Aparecesse e trouxesse um presente.
Tal facto bastaria, para mim,
Para ficar a saber, com quem
Se eu precisasse, contaria.

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