O documento descreve a história da Escola Estadual Lândia dos Santos Batista, anteriormente chamada de Escola Estadual do Jardim São João. A escola foi construída em 1975 para atender a demanda de crianças da região e recebeu o nome da professora Lândia dos Santos Batista em 1991 após sua morte prematura em 1987. O texto fornece detalhes sobre a vida e carreira da professora Lândia.
2. “Cada um de nós constrói a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
De ser feliz.”
Almir Sater
3. O BAIRRO
Por volta de 1965, o Sr. Valdomiro Gallo, proprietário
do sítio São João faz um loteamento de suas terras. A
partir daí, a terra que antes produzia uvas e pêssegos,
passa a dar lugar as primeiras casas, iniciando desta
forma o bairro São João.
4. Conforme a população do pequeno bairro foi
crescendo, veio a necessidade de se construir uma
escola que atendesse a demanda de crianças dessa
região. Em 1975, atendendo a essa necessidade, foi
construída a ESCOLA ESTADUAL DE 1º GRAU
DO JARDIM SÃO JOÃO.
6. A escola foi construída à rua Engenheiro Abraão,
nº210. Na época de sua construção, em 1975, a escola
era pequena , formada por apenas um pavimento
térreo, com dez salas de aula que abrigariam crianças
da 1ª a 4ª série do antigo 1º grau. Em fevereiro de
1976 começa a funcionar recebendo as primeiras
turmas.
7. De forma tardia, em 1981 foi inaugurada.
Provavelmente para atender a demanda da própria
escola, em 1985 passa as funcionar como escola de 1º
e 2º graus.
8. De acordo com informações colhidas em depoimentos
de ex-alunos e registradas em um álbum de fotografias
que retratam atividades desenvolvidas durante o
período de 1980 a 1986, gestão da Diretora Hilda
Maschieto, constatamos que nessa época existiu um
grupo que idealizou transformar a rotina escolar em
uma educação que pudesse levar os envolvidos no
processo a sonharem com a possibilidade de
mudanças.
9. Há mais vinte anos foi escrito pela então diretora as
seguintes palavras que abrem o álbum:
Muitas fotos registram atividades desse período,
mas basta olharmos algumas para termos noção
de como era a escola.
10.
11. Como acontece com todo grupo, depois de um
determinado tempo junto, por circunstâncias da vida,
cada qual seguiu seu destino. No entanto, o ano de
1987 na escola foi marcado um triste fato, a morte de
uma jovem professora que fazia parte desse grupo. Por
isso, quatro anos após seu falecimento, em 1991, em
uma homenagem póstuma, a EE Jardim São João
passa a ser denominada EE LANDIA DOS SANTOS
BATISTA.
13. BIOGRAFIA
1958
Lândia Almeida Batista nasce em São Paulo, a dois de
setembro, filha de Benício Almeida dos Santos e
Maria do Carmo Santos, nordestinos de Pernambuco
migrados em l957 para o nosso município. Lândia
viveu grande parte de sua infância na Vila Corrêa –
Ferraz de Vasconcelos. Estudou da 1a. a 4a. série na
E.E. Edir do Couto Rosa, passando a E.E. Iijima onde
colou o Ensino Médio.
15. 1978
Forma-se em Estudos Sociais pela Universidade de
Mogi das Cruzes.Desde cedo era uma moça dedicada
e batalhadora. Trabalhou numa oficina de costura e
posteriormente como bancária, deixando sempre sua
marca registrada: a alegria.
Em 28 de Outubro, casa-se com Fernando Roberto
Batista.
Formatura Ensino Médio
16. 1980
Nasce sua primeira filha: Amanda.
1981
Volta à escola, não como aluna, mas como uma
eficiente, carismática e organizada professora de
História na escola Iijima, onde exerceu seu tempo de
serviço na educação.
Exerce a função de Orientadora de Educação Moral e
Cívica na Escola São João, escola esta que recebeu
seu nome em homenagem póstuma em 1991.
17. 1981
Nasce sua segunda filha: Janaína.
1987
Encerra-se sua trajetória, falece a seis de novembro
devido a um câncer de mama.
Como aluna na EE Iijima
19. • Profª Lândia não é apenas um nome em um prédio de
concreto. Ela foi uma pessoa que em sua breve
passagem pela vida, amou, lutou, sonhou e deixou
saudades: nos pais que até hoje choram sua ausência,
nas filhas que possivelmente pensam em como teria
sido a vida com a presença da mãe, nos irmãos que
perderam uma companheira, nos amigos e colegas que
perderam a convivência com sua alegria, dinamismo e
entusiasmo pela vida. Viveu pouco, para quem tinha
pressa em fazer muito.
Com o pai, na Formatura da Universidade
20. Ainda adolescente aprendeu a batalhar para não passar
os dias em vão. Construiu precocemente uma família
e uma carreira, ambas interrompidas muito cedo, mas
que deixaram frutos. Como mãe, deixou Amanda e
Janaína, duas jovens amáveis que têm o mesmo
carisma e demonstram ser batalhadoras como a mãe.
21. Como profissional, deixou um exemplo de dedicação
e honra ao título Professora. Mesmo para aqueles que
não a conheceram é possível essa constatação, seja
pesquisando um arquivo onde estão algumas
anotações e atividades desenvolvidas por ela, seja em
documentos que atestam sua participação em projetos
da Escola, seja em depoimentos de colegas que
testemunharam sua competência profissional, seja na
lembrança daqueles que a tiveram como educadora.
22. Por uma fatalidade, faleceu muito jovem, ainda tinha
muito para contribuir em um sonho idealizado junto a
outros professores de sua época em transformar este
espaço em uma escola ideal... Passados vinte e três
anos de sua morte, a jovem professora continua nos
ensinando. Ao relembrarmos sua história de vida,
aprendemos a lição de que estamos aqui de passagem
e, portanto, devemos fazer de nossos dias os melhores,
não passá-los em branco, ou lamentando o que
poderíamos ter feito.
23. Aprendemos que se quisermos lutar para mudar
alguma coisa, devemos lutar agora, não deixar para
amanhã, pois o futuro não nos pertence. Hoje se
olharmos uns nos olhos dos outros veremos que é
perceptível o desejo de mudança para uma realidade
diferente da que estamos vivendo, sentimos urgência
em construir uma sociedade mais digna, igualitária e
fraterna.
24. Para isso, é preciso repensar a Educação com
seriedade e o devido respeito, pois é no espaço escolar
o lugar onde devemos ter as primeiras lições de
humanidade, é aqui o lugar que devemos nos
descobrir como pessoas diferentes, que pensam
diferente, que agem diferente sim, mas que temos um
sonho em comum: sermos felizes.
25. Devemos aprender também que não construímos nada
sozinhos, é aqui que devemos despertar a consciência
de que dependemos uns dos outros e que é necessário
nos despirmos de todo orgulho e vaidade pessoal, que
é preciso darmos as mãos, humanizar nossas ações e
termos a compreensão de que este é o caminho para a
construção de um mundo melhor. Não podemos
mudar o mundo inteiro, mas podemos fazer desse
espaço um lugar onde possamos aprender mais sobre a
essência da vida e a sermos multiplicadores de sonhos
e esperanças. Esse era o desejo de um grupo de
professores de outrora e do qual a professora Lândia
fazia parte.
26. Utopia? – como se perguntaram há um tempo atrás –
continuaremos sem resposta. No entanto, estamos aqui
e há muito que ser feito, e isto é real. Então, que a
lembrança da juventude da Profª Lândia toque os
nossos corações e nos encoraje a ousar o sonho.
27. Sabemos que um dia todos partiremos, mas com a
certeza de que virão outros jovens com o desejo de
renovação e onde há juventude os sonhos não morrem
jamais. Que os nossos dias futuros nesse espaço sejam
de respeito, amor, entusiasmo, esperança e, sobretudo,
de luta. Assim como foi Lândia dos Santos Batista.