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4.    A equação da                    Curva        de      Phillips        e     a    tese
       aceleracionista

       Vejamos o que, de fato, está por trás do argumento desses
críticos: Já sabemos que os preços se alteram em decorrência de
deslocamentos das curvas de demanda e de oferta agregadas. No
caso da curva de demanda agregada, seus deslocamentos são
fruto de medidas de política econômica – expansão dos gastos do
governo, redução de impostos e expansões da oferta monetária.
      Quanto à curva de oferta agregada, seus deslocamentos
geralmente decorrem dos chamados “choques de oferta”,
traduzindo estes em aumentos de custos de produção, tais como
os choques do petróleo dos anos 70, as quebras agrícolas,
aumentos de “margens de lucro” (mark-up), aumentos dos preços
das matérias-primas e, notadamente, aumentos de salários acima
da taxa de aumento da produtividade. Vamos tomar os aumentos
de salários como a principal causa do deslocamento da curva de
oferta agregada (OA) - no caso para a esquerda1.
      Esse deslocamento da curva (OA) para a esquerda significa
que, com um aumento de salários, os mesmos níveis de produção
só serão oferecidos a um preço mais alto, ou seja, a um preço
que compense o aumento do custo em que se incorre para cada
nível de produção. Este deslocamento da curva de oferta agregada
para cima e para a esquerda está ilustrado na Figura 3, a seguir:




1
 Atente-se que pode ocorrer, também, choques de oferta positivos, de redução de custos – o que
deslocaria a curva de oferta para a direita.
2



                P
                                        OA1


               P1                             OA0


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                              Y1   Y0             Y
                           Figura 3


     Vamos, agora, estabelecer um padrão de comportamento
para a evolução dos salários ao longo do tempo. Por hipótese,
podemos imaginar uma situação em que os salários do período t
são negociados no período t-1 e esta negociação está
condicionada a duas variáveis: o nível do desemprego e a taxa
esperada de inflação para o tempo t, já que os assalariados têm
duas preocupações básicas: a manutenção do emprego e a defesa
do poder de compra dos seus salários.
     Neste contexto, quanto maior for a taxa de desemprego no
período t-1, menor será o reajuste dos salários no período t; e
quanto maior a expectativa de aumento de preço entre t-1 e t,
maior deve ser o reajuste de salários em t. Matematicamente, esta
conclusão pode ser facilmente representada pela seguinte
equação:

          Л = Лe -ß(µ - µn)                           (2)
           e
    onde, Л é a taxa de inflação esperada.

    Pela equação (2), a taxa de inflação em dado período depende
de quanto os agentes econômicos esperam de inflação e do nível
da atividade econômica. Em outras palavras, pode ocorrer inflação
simplesmente porque os agentes acreditam que haverá inflação.
3


    Mas, como os indivíduos formam suas expectativas? Existem
duas correntes explicativas: as chamadas expectativas adaptadas
e as expectativas racionais.
     De acordo com a versão das expectativas adaptadas ou
adaptativas, a inflação esperada para o período t é o resultado
de uma média ponderada da inflação observada nos últimos anos.
      Já a corrente das expectativas racionais considera que os
agentes econômicos não olham o passado, mas as informações
disponíveis no presente. Para formar suas expectativas sobre a
inflação futura, o indivíduo não incorre em erros sistemáticos, e
aprende com os erros passados, incorporando essa informação às
suas expectativas.
    Feitas estas considerações,       voltemos    às   críticas   e
argumentos do Professor Friedman:


5. A Curva de Phillips de longo prazo

      Friedman argumenta que a curva de Phillips que nós
observamos é uma curva traçada historicamente quando os
indivíduos nunca sabiam que taxa de inflação esperar. A
possibilidade de escolha entre inflação e desemprego só existiria
no curto prazo e na medida em que exista um ajustamento
defasado dos salários em relação aos preços. Porém, quando os
trabalhadores começam a perceber e a esperar uma elevação de
preços, eles passam a lutar por reajustes salariais em montante
equivalente à taxa esperada de inflação.
      A visão de Friedman, como se pode deduzir facilmente, é
inteiramente dentro da análise da escola clássica que afirma que o
mercado de trabalho funciona em termos de salários reais – tanto
do lado da demanda por trabalho (da parte das empresas), como
da parte da oferta de trabalho (da parte dos trabalhadores).
     Seguindo esse raciocínio, qualquer tentativa governamental de
reduzir o nível de desemprego através de ativação da demanda
agregada que conduza a mais inflação resultará fatalmente numa
inflação em permanente aceleração, pois uma vez que se criam
expectativas inflacionárias no sistema econômico, os trabalhadores
exigirão novos reajustes salariais, retornando o salário real aos
4


níveis anteriores e, portanto, não propiciando o aumento do nível
de emprego.
    O desenvolvimento deste processo de ajustamento desloca a
Curva de Phillips para a direita anulando o trade-off supostamente
existente no curto prazo. A repetição deste processo por algum
período de tempo vai mostrar que a Curva de Phillips de longo
prazo é vertical.
     Negando a possibilidade (no longo prazo) do trade-off implícito
na Curva de Phillips tradicional, este modelo de expectativas
inflacionárias afirma que é impossível conduzir a atividade
econômica a níveis mais altos de emprego do que a assim
chamada taxa natural de desemprego sem gerar uma inflação
em aceleração. Esta taxa é determinada no ponto em que a curva
de Phillips é vertical.
     Analiticamente, a taxa natural de desemprego é aquela taxa
de desemprego que poderia ser chamada de nível de desemprego
de equilíbrio a longo prazo quando a economia se desenvolve
normalmente ao longo de seu curso de expansão de longo prazo.
Esta taxa – como já foi visto - é composta pelo desemprego
friccional - existente em qualquer momento na economia, - e pelo
desemprego estrutural, concorrendo para estes tipos de
desemprego as condições estruturais do mercado de trabalho e de
produtos.
   O desenvolvimento do processo que conduz, no longo prazo, a
uma curva de Phillips vertical pode ser assim descrito:
     Dada a “taxa natural” de desemprego, aparentemente só é
possível reduzir o desemprego de fato temporariamente, com
políticas expansionistas que elevam a demanda agregada – o que
provoca uma elevação dos preços e conseqüentemente redução
dos salários reais. Este aumento na demanda por produtos e a
queda do salário real levam as firmas a demandarem mais mão-
de-obra, reduzindo-se temporariamente o desemprego para um
nível menor que a “taxa natural”.
    Do lado dos trabalhadores, no entanto, sua oferta de trabalho
será afetada não só pela maior demanda das firmas, mas,
principalmente, pela elevação dos preços, levando-os a exigirem
aumentos salariais compensatórios.
5


                        %
                                                Curva de Phillips
                    P
                                                de longo prazo




                        P2


                        P1



                                µ1    µn                            µ%


                                     Figura 4


    O aumento obtido dos salários nominais faz com que os
salários reais retornem a seus níveis anteriores, provocando
conseqüentemente um retorno do desemprego ao nível da “taxa
natural”, porém, agora, com uma inflação mais alta. Novas
tentativas de redução do desemprego através do mesmo
mecanismo já descrito provocará contínuas elevações de preços,
deslocando a curva de Phillips de curto prazo para a direita,
sucessivamente, conforme ilustrado na Figura 4.


6. Conclusões

     De tudo o que foi dito, tira-se uma única conclusão: o preço
de se reduzir o nível de desemprego abaixo da “taxa natural” é
uma inflação em permanente aceleração, dado que, a cada
“rodada”, os trabalhadores, na expectativa de mais e mais
inflação, revisarão para cima suas exigências salariais,
prosseguindo-se o processo indefinidamente.
    A rigor, concluiriam os defensores da tese aceleracionista, a
escolha não é entre inflação e desemprego, mas entre desemprego
6


abaixo da “taxa natural” e uma inflação em permanente
aceleração. A conclusão que se tira da análise da Figura 4 é que a
curva de Phillips de longo prazo é vertical, não existindo o
suposto “trade-off” entre taxas de inflação e desemprego.
     A título de conclusão, no entanto, vale registrar que ainda há
os que defendem a tese espelhada na curva de Phillips. Para esses
economistas, políticas de demanda expansionistas, que elevam os
preços e reduzem o desemprego no curto prazo, acabam por ter
efeito positivo no longo prazo na medida em que os indivíduos que
obtêm emprego se tornam mais qualificados, provocando uma
redução do nível de desemprego estrutural e, portanto, deslocando
a curva de Phillips para a esquerda.
                                *   *   *
    Com isso, encerramos nossa Aula 2 de Economia II. Nesta Aula nós
abordamos a questão da inflação e do desemprego, cujo modelo mais
expressivo é a Curva de Phillips.
    Nossa próxima Aula – a de n° 3 – versará sobre a Economia
Intertemporal.Até lá, então!
    _____________________

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A Curva de Phillips de longo prazo e a tese aceleracionista

  • 1. 1 4. A equação da Curva de Phillips e a tese aceleracionista Vejamos o que, de fato, está por trás do argumento desses críticos: Já sabemos que os preços se alteram em decorrência de deslocamentos das curvas de demanda e de oferta agregadas. No caso da curva de demanda agregada, seus deslocamentos são fruto de medidas de política econômica – expansão dos gastos do governo, redução de impostos e expansões da oferta monetária. Quanto à curva de oferta agregada, seus deslocamentos geralmente decorrem dos chamados “choques de oferta”, traduzindo estes em aumentos de custos de produção, tais como os choques do petróleo dos anos 70, as quebras agrícolas, aumentos de “margens de lucro” (mark-up), aumentos dos preços das matérias-primas e, notadamente, aumentos de salários acima da taxa de aumento da produtividade. Vamos tomar os aumentos de salários como a principal causa do deslocamento da curva de oferta agregada (OA) - no caso para a esquerda1. Esse deslocamento da curva (OA) para a esquerda significa que, com um aumento de salários, os mesmos níveis de produção só serão oferecidos a um preço mais alto, ou seja, a um preço que compense o aumento do custo em que se incorre para cada nível de produção. Este deslocamento da curva de oferta agregada para cima e para a esquerda está ilustrado na Figura 3, a seguir: 1 Atente-se que pode ocorrer, também, choques de oferta positivos, de redução de custos – o que deslocaria a curva de oferta para a direita.
  • 2. 2 P OA1 P1 OA0 P0 DA Y1 Y0 Y Figura 3 Vamos, agora, estabelecer um padrão de comportamento para a evolução dos salários ao longo do tempo. Por hipótese, podemos imaginar uma situação em que os salários do período t são negociados no período t-1 e esta negociação está condicionada a duas variáveis: o nível do desemprego e a taxa esperada de inflação para o tempo t, já que os assalariados têm duas preocupações básicas: a manutenção do emprego e a defesa do poder de compra dos seus salários. Neste contexto, quanto maior for a taxa de desemprego no período t-1, menor será o reajuste dos salários no período t; e quanto maior a expectativa de aumento de preço entre t-1 e t, maior deve ser o reajuste de salários em t. Matematicamente, esta conclusão pode ser facilmente representada pela seguinte equação: Л = Лe -ß(µ - µn) (2) e onde, Л é a taxa de inflação esperada. Pela equação (2), a taxa de inflação em dado período depende de quanto os agentes econômicos esperam de inflação e do nível da atividade econômica. Em outras palavras, pode ocorrer inflação simplesmente porque os agentes acreditam que haverá inflação.
  • 3. 3 Mas, como os indivíduos formam suas expectativas? Existem duas correntes explicativas: as chamadas expectativas adaptadas e as expectativas racionais. De acordo com a versão das expectativas adaptadas ou adaptativas, a inflação esperada para o período t é o resultado de uma média ponderada da inflação observada nos últimos anos. Já a corrente das expectativas racionais considera que os agentes econômicos não olham o passado, mas as informações disponíveis no presente. Para formar suas expectativas sobre a inflação futura, o indivíduo não incorre em erros sistemáticos, e aprende com os erros passados, incorporando essa informação às suas expectativas. Feitas estas considerações, voltemos às críticas e argumentos do Professor Friedman: 5. A Curva de Phillips de longo prazo Friedman argumenta que a curva de Phillips que nós observamos é uma curva traçada historicamente quando os indivíduos nunca sabiam que taxa de inflação esperar. A possibilidade de escolha entre inflação e desemprego só existiria no curto prazo e na medida em que exista um ajustamento defasado dos salários em relação aos preços. Porém, quando os trabalhadores começam a perceber e a esperar uma elevação de preços, eles passam a lutar por reajustes salariais em montante equivalente à taxa esperada de inflação. A visão de Friedman, como se pode deduzir facilmente, é inteiramente dentro da análise da escola clássica que afirma que o mercado de trabalho funciona em termos de salários reais – tanto do lado da demanda por trabalho (da parte das empresas), como da parte da oferta de trabalho (da parte dos trabalhadores). Seguindo esse raciocínio, qualquer tentativa governamental de reduzir o nível de desemprego através de ativação da demanda agregada que conduza a mais inflação resultará fatalmente numa inflação em permanente aceleração, pois uma vez que se criam expectativas inflacionárias no sistema econômico, os trabalhadores exigirão novos reajustes salariais, retornando o salário real aos
  • 4. 4 níveis anteriores e, portanto, não propiciando o aumento do nível de emprego. O desenvolvimento deste processo de ajustamento desloca a Curva de Phillips para a direita anulando o trade-off supostamente existente no curto prazo. A repetição deste processo por algum período de tempo vai mostrar que a Curva de Phillips de longo prazo é vertical. Negando a possibilidade (no longo prazo) do trade-off implícito na Curva de Phillips tradicional, este modelo de expectativas inflacionárias afirma que é impossível conduzir a atividade econômica a níveis mais altos de emprego do que a assim chamada taxa natural de desemprego sem gerar uma inflação em aceleração. Esta taxa é determinada no ponto em que a curva de Phillips é vertical. Analiticamente, a taxa natural de desemprego é aquela taxa de desemprego que poderia ser chamada de nível de desemprego de equilíbrio a longo prazo quando a economia se desenvolve normalmente ao longo de seu curso de expansão de longo prazo. Esta taxa – como já foi visto - é composta pelo desemprego friccional - existente em qualquer momento na economia, - e pelo desemprego estrutural, concorrendo para estes tipos de desemprego as condições estruturais do mercado de trabalho e de produtos. O desenvolvimento do processo que conduz, no longo prazo, a uma curva de Phillips vertical pode ser assim descrito: Dada a “taxa natural” de desemprego, aparentemente só é possível reduzir o desemprego de fato temporariamente, com políticas expansionistas que elevam a demanda agregada – o que provoca uma elevação dos preços e conseqüentemente redução dos salários reais. Este aumento na demanda por produtos e a queda do salário real levam as firmas a demandarem mais mão- de-obra, reduzindo-se temporariamente o desemprego para um nível menor que a “taxa natural”. Do lado dos trabalhadores, no entanto, sua oferta de trabalho será afetada não só pela maior demanda das firmas, mas, principalmente, pela elevação dos preços, levando-os a exigirem aumentos salariais compensatórios.
  • 5. 5 % Curva de Phillips P de longo prazo P2 P1 µ1 µn µ% Figura 4 O aumento obtido dos salários nominais faz com que os salários reais retornem a seus níveis anteriores, provocando conseqüentemente um retorno do desemprego ao nível da “taxa natural”, porém, agora, com uma inflação mais alta. Novas tentativas de redução do desemprego através do mesmo mecanismo já descrito provocará contínuas elevações de preços, deslocando a curva de Phillips de curto prazo para a direita, sucessivamente, conforme ilustrado na Figura 4. 6. Conclusões De tudo o que foi dito, tira-se uma única conclusão: o preço de se reduzir o nível de desemprego abaixo da “taxa natural” é uma inflação em permanente aceleração, dado que, a cada “rodada”, os trabalhadores, na expectativa de mais e mais inflação, revisarão para cima suas exigências salariais, prosseguindo-se o processo indefinidamente. A rigor, concluiriam os defensores da tese aceleracionista, a escolha não é entre inflação e desemprego, mas entre desemprego
  • 6. 6 abaixo da “taxa natural” e uma inflação em permanente aceleração. A conclusão que se tira da análise da Figura 4 é que a curva de Phillips de longo prazo é vertical, não existindo o suposto “trade-off” entre taxas de inflação e desemprego. A título de conclusão, no entanto, vale registrar que ainda há os que defendem a tese espelhada na curva de Phillips. Para esses economistas, políticas de demanda expansionistas, que elevam os preços e reduzem o desemprego no curto prazo, acabam por ter efeito positivo no longo prazo na medida em que os indivíduos que obtêm emprego se tornam mais qualificados, provocando uma redução do nível de desemprego estrutural e, portanto, deslocando a curva de Phillips para a esquerda. * * * Com isso, encerramos nossa Aula 2 de Economia II. Nesta Aula nós abordamos a questão da inflação e do desemprego, cujo modelo mais expressivo é a Curva de Phillips. Nossa próxima Aula – a de n° 3 – versará sobre a Economia Intertemporal.Até lá, então! _____________________