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Os determinantes da inflação brasileira recente: 
estimações utilizando redes neurais 
Ricardo Figueiredo Summa* 
Leonardo Macrini** 
Abstract 
In this paper we assess the determinants of 
recent Brazilian inflation, specifically since 
1999 when the Inflation Targeting System 
was implemented. Using a Neural Network 
model, we evaluate: (1) if the demand 
pressures, measured by the output gap 
and unemployment gap, have a clear and 
systematic impact on inflation, 
(2) if “imported inflation”, including tradable 
goods inflation in dollars and the nominal 
exchange rate changes, exerts a significant 
influence on inflation, and (3) if the channel 
of interest rates cost is empirically verified 
in the Brazilian case. We conclude that 
recent Brazilian inflation depends mainly on 
inflation inertia, “imported inflation” and 
changes in the nominal interest rate. 
Resumo 
O presente artigo busca avaliar os determinan-tes 
da inflação brasileira recente, mais especifi-camente 
a partir de 1999, quando é instituído o 
Sistema de Metas de Inflação (SMI). Utilizando 
um modelo de Redes Neurais, avaliamos: (1) se 
as pressões de demanda, medidas pelo hiato do 
produto e do desemprego, têm impacto claro e 
sistemático sobre a inflação; (2) se a “inflação 
importada”, incluindo a inflação dos produtos 
transacionáveis em dólares e a variação da taxa 
de câmbio nominal, exerce influência significa-tiva 
sobre a inflação; e (3) se o canal de custo da 
taxa de juros se verifica empiricamente no caso 
brasileiro. Concluímos que os impactos mais re-levantes 
sobre a inflação brasileira, nesse perí-odo 
estudado, vêm da inércia inflacionária, da 
“inflação importada” e da variação da taxa bási-ca 
nominal de juros. 
Palavras-chave 
inflação, Sistema de Metas 
de Inflação, economia 
brasileira 
Classificação JEL 
C45, E30, E31 
Keywords 
inflation, inflation 
targeting system, 
Brazilian economy 
JEL Classification 
C45, E30, E31 
*IE/UFRJ 
**ITR/UFRRJ 
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0103-6351/1332 Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 279
1_Introdução 
O Plano Real, em 1994, terminou um longo processo de alta 
inflação no Brasil, principalmente durante as décadas de 80 
e início dos 90. Quatro anos após o início do plano, houve 
grande crise no balanço de pagamentos, e a taxa de câmbio, 
que funcionava de acordo com um sistema de bandas cam-biais, 
sofreu forte desvalorização em 1999. Nesse mesmo 
ano, é instituído o Sistema de Metas de inflação (SMI), que 
fixa uma meta anual de inflação a ser perseguida. Além da 
meta de inflação, outra mudança que ocorreu foi relativa 
ao câmbio, que antes era de certa forma fixo e passou a flu-tuar. 
Desde que o SMI foi implantado no Brasil, em poucos 
anos a meta inflacionária não foi alcançada, e nos últimos 
seis anos o governo conseguiu controlar a inflação dentro 
da meta estabelecida. 
Do ponto de vista teórico, o chamado modelo do Novo 
Consenso em política macroeconômica (Blinder, 1997; Ro-mer, 
2000) para economia aberta (Romer, 2005; Taylor, 2005) 
é a inspiração para a visão dos determinantes da inflação 
e de como ela deve ser controlada, tanto no Brasil quanto 
em diversos países. Segundo essa visão, a principal fonte 
de pressão inflacionária é pelo lado da demanda agregada, 
de tal maneira que pressões dessa natureza levam a uma 
aceleração da inflação. O instrumento da autoridade mo-netária 
para controlar a aceleração da inflação e colocá-la 
de volta na meta é a taxa básica de juros, que, ao ser altera-da, 
afeta a taxa real de juros e controla a demanda agregada. 
Um dos fundamentos do modelo do Novo Consenso é 
a curva de Phillips aceleracionista, que estabelece relação 
entre a aceleração da inflação e os choques de demanda. 
Para a economia aberta, postula ainda que os choques de 
custo advindos da economia internacional não têm efeito 
no longo prazo, uma vez que a taxa de câmbio real segue 
o teorema da paridade do poder de compra e é neutra no 
longo prazo. Políticas de juros altos sempre surgem com a 
justificativa de que a inflação está acima da meta, e a deman-da 
tem de ser controlada. 
Dessa maneira, o objetivo deste artigo é verificar se, para 
o caso brasileiro, existe realmente um efeito positivo e pre-ponderante 
das pressões de demanda sobre a inflação; ana-lisaremos 
também qual é o papel da inflação dos produtos 
importados e exportáveis, já convertidos em reais pela varia-ção 
da taxa de câmbio sobre a inflação brasileira. Portanto, o 
artigo visa a estimar os determinantes da inflação brasileira 
pelo método de redes neurais, que capta, além das relações li-neares, 
possíveis relações não lineares entre as variáveis. Com 
isso, espera-se obter mais elementos para entender alguns 
resultados empíricos controversos encontrados na literatura 
brasileira recente. 
Este artigo se articula em mais três seções, além desta 
introdução e da conclusão. Na seção 2, discutiremos breve-mente 
a teoria da curva de Phillips e dois modelos alter-nativos. 
Na seção 3, analisaremos alguns resultados empí-ricos 
encontrados em trabalhos que estimaram a relação 
de Phillips para o Brasil. Na quarta seção, explicaremos o 
método de estimação por redes neurais e as vantagens des-se 
método sobre o modelo linear. Na seção 5, discutiremos 
os resultados obtidos pela aplicação do método de estima-ção 
por redes neurais sobre a relação de Phillips no Brasil. 
2_Determinantes teóricos da inflação: 
discussão sobre a curva de Phillips 
A curva de Phillips tem origem com um estudo de Phillips 
(1958), que estima empiricamente a relação entre a inflação 
dos salários e a taxa de desemprego.1 Posteriormente, pas-sou- 
se a acreditar em uma relação entre a taxa de inflação 
– variação do nível de preços – e a taxa de desemprego, este 
último, indicador da demanda agregada da economia. Se- 
280 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
gundo essa relação, taxas de desemprego baixas estavam 
associadas a pressões salariais no mercado de trabalho e a 
taxas de inflação mais altas. 
No final da década de 1960, entretanto, começou a ga-nhar 
força uma visão aceleracionista da curva de Phillips, 
com a ideia de que, se a taxa de desemprego se mantivesse 
baixa, mais baixa que a taxa natural (Friedman, 1968), a ta-xa 
de inflação acelerar-se-ia.2 Tal visão aceleracionista da 
curva de Phillips perdura até os dias de hoje e está presente 
nos modelos do Novo Consenso em política econômica.3 
Dessa maneira, em termos gerais, a curva de Phillips 
convencional utilizada no modelo do Novo Consenso (Blin-der, 
1997; Romer, 2000) postula que há relação clara e sistemá-tica 
entre pressões positivas (negativas) de demanda agrega-da 
e aceleração (desaceleração) da inflação.4 
(2.1) 
=  + ( ) a −1 b D , com a = 1 
Na equação (2.1) acima,  é a taxa de inflação,−1 , a in-flação 
defasada, e D, um indicador de pressão de demanda, 
que pode ser o hiato do produto ou do desemprego. O hiato 
do produto é a diferença entre o produto efetivo e o produ-to 
potencial, e o hiato do desemprego é a diferença entre a 
taxa de desemprego efetiva e a NAIRU (taxa de desemprego 
que não acelera a inflação). 
O parâmetro “a” capta a inércia inflacionária. É impor-tante 
notar que, para a curva de Phillips ser aceleracionista, 
é necessário supor inércia completa, ou seja, a=1.5,6 O pa-râmetro 
“b” deve ser positivo no caso do hiato do produto 
(se o produto está acima do potencial, deve se acelerar, e 
abaixo, desacelerar) e negativo no caso do hiato do desem-prego 
(se a taxa de desemprego está abaixo da NAIRU, deve 
acelerar a inflação, e, se estiver acima, desacelerá-la). 
Em uma economia aberta, é preciso incorporar a va-riação 
dos preços dos bens transacionáveis com o exterior 
na curva de Phillips. Podemos dividir um índice de preços 
que capte a inflação entre bens tradables e non-tradables. 
Nesse caso, sendo o parâmetro Ѳ aquele que mede a parti-cipação 
dos bens tradables no índice de preços em questão, 
podemos apresentar a curva de Phillips para a economia 
aberta da seguinte maneira: 
(2.2) 
=( −)(  + ( ))+( + ) = 1 a −1 b D e com a 1  w , 
Assim, a curva de Phillips continua igual à da economia 
fechada para os bens non-tradables, enquanto a parcela 
dos tradables dependerá da variação da taxa nominal de 
câmbio, e, e da inflação dos produtos transacionáveis 
com o exterior (importados e exportáveis), w. Nesse caso, 
desvalorizações cambiais e inflação externa têm impactos 
positivos sobre a inflação doméstica, ao passo que defla-ção 
externa e valorização nominal do câmbio diminuem 
a inflação interna. 
No longo prazo, entretanto, tal como propõe Romer 
(2006), valeria a teoria da paridade do poder de compra (em 
inglês, PPP), que estabelece que a taxa de câmbio real é cons-tante 
no longo prazo, e a taxa nominal de câmbio deve variar 
de acordo com a relação entre o preço doméstico e o inter-nacional, 
para manter a taxa real constante (McCallum, 1996). 
A variação da taxa nominal de câmbio deve ser igual à dife-rença 
entre a inflação doméstica e a externa, mantendo-se 
a taxa de câmbio real estável. Com isso, a curva de Phillips 
de longo prazo volta a ser igual à de uma economia fechada, 
visto que há neutralidade de longo prazo das pressões de 
inflação externa:7 
(2.3) 
− = ( ) −1 b D 
Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 281
A curva de Phillips aceleracionista do Novo Consenso para 
a economia aberta, entretanto, muitas vezes não apresen-ta 
bons resultados empíricos.8 Do ponto de vista teórico, 
as principais objeções à formulação da curva de Phillips 
aceleracionista são: a) que a inércia não é completa (a  1) 
(Serrano, 2007; Setterfield, 2005); b) que a PPP não se verifi-ca 
empiricamente (Lavoie, 2000; Summa, 2010a); c) e que o 
conflito distributivo e outras variáveis que afetam os cus-tos 
são importantes (Serrano, 2007).9 
No modelo alternativo proposto, utilizaremos as hipó-teses 
de inércia parcial, da inflação importada relevante no 
longo prazo para a inflação doméstica e da presença de con-flito 
distributivo e pressões de custo. 
Com relação à inflação importada, essa depende tan-to 
da inflação dos produtos transacionados com o exterior 
quanto da variação da taxa de câmbio nominal. Com rela-ção 
ao conflito distributivo e a pressões de custo, podemos 
ainda testar mais uma hipótese, seguindo Pivetti (1991), Li-ma 
e Setterfield (2010) e Serrano (2010b), que argumentam 
que mudanças na taxa de juros nominal (i) têm efeitos 
inflacionários tanto pelo efeito do custo financeiro (para 
empresas endividadas) quanto para o efeito de custo de 
oportunidade do capital (uma vez que a margem nominal 
de lucros segue a taxa nominal de juros e, dessa maneira, 
também gera pressões inflacionárias). Desse modo, a cur-va 
de Phillips alternativa terá a seguinte forma: 
(2.4) 
=  + ( )+ +( + ) a − b D i e w 
1   , com a 1. 
Com e denotando a variação da taxa de câmbio nominal; 
w a inflação dos produtos transacionados com o exterior 
(medidos em moeda estrangeira); e Ѳ um parâmetro que 
reflete o peso dos bens tradables no índice de preços e (i) 
a variação na taxa de juros nominal. 
Sintetizando, temos, em termos gerais, duas maneiras 
diferentes de estimar – uma considerando a variação da 
inflação como variável dependente, e outra considerando 
a taxa de inflação como variável dependente: 
(2.5) 
(2.6) 
Aceleração da inflação: = f (D) 
Taxa de inflação: =  + g − D e i ( , , w , ) 1   
Como os modelos a serem testados e comparados serão es-timados 
pelo método de redes neurais, não linear, a hipóte-se 
do modelo aceleracionista é que há relação entre o hiato 
(do produto ou do desemprego) e a aceleração da inflação, 
conforme a equação (2.5); enquanto o modelo alternativo 
estabelece uma relação entre a taxa de inflação e a inflação 
defasada, hiato (do produto ou desemprego), inflação im-portada 
em R$ e variação da taxa básica de juros. 
3_Evidências empíricas para o Brasil 
Existem diversos trabalhos empíricos que empregam dife-rentes 
métodos de estimação para a relação de Phillips no 
caso brasileiro recente. 
Com relação à curva de Phillips brasileira ser acelera-cionista 
ou não, parece haver bastante evidência de que a 
inércia é parcial, e que a soma dos parâmetros da inflação 
defasada é menor que 1 (Summa, 2011).10 
No que diz respeito aos choques de demanda, após uma 
resenha sobre os diversos trabalhos empíricos sobre a cur-va 
de Phillips, Summa (2011) conclui que, na maioria desses 
trabalhos, não há consenso em relação aos resultados de 
pressões de demanda sobre a inflação. As principais variá-veis 
utilizadas para o cálculo de pressões de demanda são o 
hiato de desemprego e o hiato do produto (industrial e PIB). 
282 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
Em se tratando do hiato do desemprego, essa variável 
mostra em geral pouca relevância para explicar a inflação. 
Isso talvez ocorra porque a diminuição do desemprego 
não acarreta crescimento dos salários reais acima da pro-dutividade, 
como mostram Bastos e Braga (2010). Portanto, 
não é de se esperar impacto na inflação. 
O hiato do produto medido pela produção industrial 
aparece estatisticamente significativo em alguns trabalhos, e 
em outros, não. Ferreira e Jayme Jr. (2005) encontram resposta 
não significativa de choques no hiato da produção industrial 
sobre a inflação, medido por um modelo VAR; estimativas 
por MQO de Braga (2010) mostram também que o hiato do 
produto não é estatisticamente significativo com relação à 
inflação. Moreira et al. (2007) e mais recentemente Holland e 
Mori (2010) encontram relação positiva entre o hiato do pro-duto 
(com três meses de defasagem) e a inflação. 
No que tange à taxa de câmbio e à inflação importada, 
Braga (2010) estima uma curva de Phillips por MQO e obtém 
parâmetro significativo que explica a relação entre inflação 
importada em R$ e inflação doméstica.11 Araujo e Modenesi 
(2010) chamam a atenção que o impacto cambial é expres-sivamente 
maior do que o impacto da demanda agregada 
sobre o IPCA e que há evidências de que o setor externo de-sempenha 
papel crucial na evolução da inflação brasileira. 
Por fim, alguns trabalhos, como os de Ferreira e Jay-me 
Jr. (2004) e Silva Filho (2008) encontram a presença do 
“Price Puzzle”, para a economia brasileira, ou seja, de que 
variações na taxa básica de juros afetam em um primeiro 
momento a inflação de maneira positiva. 
Dessa maneira, utilizaremos o instrumental de esti-mação 
das redes neurais, que incorpora relações lineares 
e não lineares entre as variáveis e será explicado na seção 
seguinte, para tentar ver em que medida esses resultados 
estimados por modelos lineares se confirmam ou não. 
4_Redes Neurais 
Rede Neural é um modelo composto de unidades (chama-das 
na literatura de “neurônios”) constituídas de funções 
não lineares (tipicamente sigmoides e tangentes hiperbóli-cas). 
A combinação dessas unidades, mediante parâmetros 
estimados com base nos dados, é o que confere a capacida-de 
desse modelo de inferir relações não lineares de com-plexidade 
arbitrária. Na forma utilizada neste estudo, Rede 
Neural feedforward, tais unidades são arrumadas em ca-madas, 
sendo uma camada de entrada conectada a uma 
camada oculta, que está diretamente conectada à saída do 
modelo. Essas conexões entre as unidades, ou neurônios, 
são chamadas de “pesos” (originalmente a terminologia 
era “pesos sinápticos”). Esses pesos são os parâmetros do 
modelo, ajustados por um algoritmo iterativo através dos 
dados. Uma vez ajustados os pesos, a rede tem a capaci-dade 
de representar a relação dos dados de entrada com 
a variável de saída, que no nosso estudo é a inflação. A ca-pacidade 
de aprender por meio de “exemplos” ou de dados 
(na-amostra) e de generalizar (fora-da-amostra) informa-ção 
gerada em ambientes não lineares complexos é, sem 
dúvida, a grande vantagem das Redes Neurais. 
Seja xn o vetor que contém as variáveis de entrada, 
e wMo vetor com todos os pesos e bias12 de uma Rede 
Neural Artificial (RNA), sendo M = m n + 2 m + 1, com 
m correspondendo ao número de neurônios na camada 
oculta. O bias das funções das camadas ocultas da Rede 
são representados por bk, e o bias da camada de saída, por 
b. O modelo de uma RNA pode ser escrito como: 
m 
=  
k k = = + 
y f ( x ,) w ( w c ) 
b 
k 
1 
(4.1) 
Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 283
onde Ck representa uma função da forma: 
n 
 
  
=  
= + 
 
c wíkxi bk 
i 
 
  
1 
(4.2) 
Usualmente, dado um conjunto U que contém N pares 
de entrada/saída, U ={X,Y} para X x x xN ={ 1 , 2 ,......., } e 
Y yy yN ={ 1 , 2 ,......., } , onde y representa a saída dese-jada, 
o objetivo de RNAs reside na estimação do vetor de 
pesos w através da minimização do risco empírico (erro 
de treinamento da rede) dado por: 
N 
1 
2 1 
˘ min ( , ) ( ( )) 
 
=  
= { }= − 
E w U yj f xjw 
w s 
j 
ou 
˘ = arg min ( )= 
arg m 
  
 
Q 
2 
2 
(4.3) 
( −  
) 
N 
yt G x 
=  
1 in (, ) 
 
t 
1 
Essa minimização é realizada utilizando o algoritmo clás-sico 
de retropropagação do erro, ou até mesmo métodos de 
segunda ordem como Levenberg-Marquardt (Bishop, 1995). 
Esse tipo de modelo não linear tem sido utilizado com 
sucesso em uma gama extensiva de aplicações desde o final 
da década de 1980. Referências clássicas em Redes Neurais 
incluem Haykin (1998), Bishop (1995) e Principe et al. (2000). 
As variáveis consideradas relevantes para o modelo são 
utilizadas como entrada da Rede Neural, e, após o processo 
de treinamento, tem-se como saída da Rede a inflação para 
o período t. Utilizou-se a função de ativação tangente hi-perbólica 
na camada oculta, e a função de ativação linear, 
na unidade de saída, de forma que a saída da Rede se apro-xime 
da verdadeira inflação no tempo t. 
No processo de aprendizado, usou-se o algoritmo de 
Regularização Bayesiana (Mackay, 1992). Nesse algoritmo, 
assume-se que os parâmetros da Rede são variáveis alea-tórias 
com distribuições especificadas. Os parâmetros de 
regularização são variâncias desconhecidas associadas a 
essas distribuições, e podem-se calcular esses parâmetros 
utilizando, então, técnicas estatísticas. Portanto, o modelo 
não é especificado de forma arbitrária. 
O aprendizado ou o treinamento de uma Rede Neural tem 
tipicamente por objetivo reduzir a soma dos quadrados dos er-ros 
(Foresee  Hagan, 1997), conforme a seguinte equação: 
N 
˘ arg min  arg min ( ,) 
=  
2 (4.4) 
= ( )= ( − ) 
Q y G x 
1 t 
  
t 
1 
onde (x,)Xx , sendo x = [x1, x2, ..., xI] vetores 
de variáveis independentes e  o vetor de parâmetros  
= [α,γ], composto dos vetores de pesos da camada de saída 
e da camada oculta respectivamente; yt é a saída alvo da 
Rede, e G(x,) é a saída estimada pela Rede. Assim como 
outros modelos flexíveis não lineares, as Redes Neurais 
podem sofrer de overfitting. Tal problema ocorre quando 
é utilizado um número excessivo de neurônios na camada 
oculta, que levarão a uma perda da capacidade de genera-lização 
(fora-da-amostra). Em contrapartida, se o número 
de neurônios em excesso for reduzido, ocorrerá a perda 
da capacidade de aproximar o processo gerador aos dados 
(Medeiros  Pedreira, 2001). 
Atualmente, diversas metodologias são utilizadas para 
solucionar o problema de overfitting (Haykin, 1998). Neste 
estudo, será usado o procedimento desenvolvido por Ma-ckay 
(1992), chamado de “Regularização Bayesiana”, que con-siste 
em adicionar um termo de penalização (regularização) 
à função objetivo, de forma que o algoritmo de estimação 
faça com que os parâmetros irrelevantes convirjam para 
zero, reduzindo, assim, o número de parâmetros efetivos 
utilizados no processo. 
284 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
Seguindo a notação utilizada por Medeiros  Pedreira 
(2001), o problema de estimação passa a ser definido como: 
˘ N 
arg min  arg min  ()  
() 
2 = ( )= ( − ) 
QT Q Q 
  
=  
t 
1 
1 2 
(4.4) 
onde  e  são parâmetros de regularização, Q1() pode 
ser deduzido da equação 4.1, e Q2() é a função de pena-lização, 
dada pela soma do quadrado dos parâmetros α, γ, 
vetores de pesos da camada de saída e da camada oculta, 
respectivamente, conforme a seguinte equação: 
(4.5) 
Q 
    
() = 2 
+ 
2 
2 hi 
h 
H 
h 
= = = 
i 
I 
h 
H 
0 
0 0 
 
O problema de regularização é otimizar a função ob-jetivo 
de forma a encontrar valores para os parâmetros de 
regularização  e . Esse problema de otimização requer o 
cálculo da matriz Hessiana, como pode ser visto em Mackay 
(1992). O algoritmo desenvolvido por Foresee  Hagan (1997) 
propõe a aproximação da matriz Hessiana pelo algoritmo 
de Levenberg-Marquardt (Levenberg, 1944; Marquardt, 1963), 
reduzindo o custo computacional. 
Todos os modelos utilizados neste estudo tiveram como 
arquitetura da Rede Neural uma camada de entrada, uma 
camada escondida, com dez neurônios, e uma camada de 
saída, com um neurônio. A função de ativação tangente 
hiperbólica foi utilizada em todos os neurônios da camada 
oculta, e a função de ativação linear, na unidade de saída. Os 
pesos e o bias foram inicializados através do algoritmo de 
Nguyen-Widrow (1989). 
Assim, buscamos estimar os determinantes da inflação 
brasileira pelo método de Redes Neurais, que capta, além 
das relações lineares, possíveis relações não lineares entre 
as variáveis.13 
5_Dados e resultados 
Os dados utilizados para as estimações são de frequência 
mensal, e a amostra vai de 1999:07 a 2010:09, período que com-preende 
o funcionamento do sistema de metas de inflação.14 
Os dados utilizados para a inflação são da variação do IPCA, 
medido pelo IBGE. Para as pressões de demanda, calcula-mos 
dois hiatos, do produto e da taxa de desemprego. O 
hiato do produto industrial é a relação entre o produto in-dustrial 
observado, calculado pela PIM-IBGE, e o produto 
industrial potencial, calculado pelo filtro HP. O hiato de 
desemprego também é uma relação calculada entre a taxa 
de desemprego observada do SEADE-DIEESE e a sua média 
móvel, calculada também por um filtro HP. 
A inflação importada em R$ leva em conta a variação 
dos índices de preços dos produtos importados pelo Brasil, 
calculado pela FUNCEX, e a variação da taxa nominal de 
câmbio. A variação da taxa Selic mede a variação mensal 
da taxa Selic observada/over em termos anualizados. Para 
todas as séries, rejeitamos a presença de raiz unitária pelo 
teste ADF. 
Os dados são in sample, já que visam a obter os coeficien-tes 
da rede e se verificar a aderência do ajuste da inflação. A 
Tabela 1, resume os modelos testados e as variáveis de saída e 
os dados de entrada utilizados nos quatro modelos. 
Com a finalidade de escolher a variável dependente a 
ser utilizada nas estimações futuras – aceleração da inflação 
ou taxa de inflação –, começamos estimando o modelo com 
a variação da inflação como variável dependente. Longe de 
tentar ser um teste exaustivo sobre o assunto se a inflação é 
aceleracionista ou não, o que estamos tentando fazer aqui 
é decidir qual maneira de estimar parece fornecer resulta-dos 
mais interessantes e conclusivos. 
Assim, o primeiro modelo proposto (Modelo 1, ver Ta-bela 
1) assume que a variável dependente é a aceleração da 
inflação.15 Note que essa maneira de estimar, apesar de não 
Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 285
Tabela 1_Resumo dos modelos estimados por Redes Neurais 
Variável 
de Saída 
Dados de Entrada 
Modelo 1 
Aceleraçâo 
da inflaçâo 
- 
Hiato do 
produto 
(-1) 
Inflação 
importada 
em r$ (-1) 
- 
Modelo 2 
Taxa de 
inflação 
Taxa de 
inflação 
(-1) 
Hiato do 
produto 
(-1) 
Inflação 
importada 
em r$ (-1) 
- 
Modelo 3 
Taxa de 
inflação 
Taxa de 
inflação 
(-1) 
Hiato do 
produto 
(-3) 
Inflação 
importada 
em r$ (-1) 
- 
Modelo 4 
Taxa de 
inflação 
Taxa de 
inflação 
(-1) 
Hiato do 
produto 
(-1) 
Inflação 
importada 
em r$ (-1) 
Variação 
da taxa 
selic (-1) 
Fonte: Elaboração Própria 
ser a praxe, é seguida na literatura por Silva Filho (2008, 2012), 
e, portanto, consideramos, a priori, como uma possibilida-de. 
O resultado da estimação desse modelo (Modelo 1) por 
Redes Neurais é que ele não parece explicar bem o proces-so 
inflacionário brasileiro, como pode ser visto no Gráfico 1, 
abaixo, em que a variação da inflação prevista pelo modelo 
se diferencia bastante da ocorrida de fato. Outro indicador 
da relevância dos resultados é o R2, que é muito baixo, de 
0,09, o que nos leva a concluir não ser uma boa aproximação. 
Dessa maneira, passamos para a estimação da relação 
entre a inflação e o hiato do produto (Modelo 2). Inicial-mente, 
estimamos um modelo linear por MQO, como pri-meira 
aproximação, considerando a inflação defasada, o 
hiato do produto defasado e a inflação importada defasada 
como variáveis explicativas. 
Gráfico 1_Modelo 1: Relação entre variação da inflação estimada 
pelo modelo e variação efetiva da inflação 
Fonte: IPCA/IBGE, Elaboração própria 
O resultado pode ser visto na Tabela 2: 
Tabela 2_Resultados do modelo linear (Modelo 2) 
Variável dependente: Inflação 
Coeficientes 
Modelo 
Coeficientes não 
padronizados 
Coeficientes 
padronizados 
B Erro padrão Beta t Sig. 
(Constante) ,055 ,026 2,136 ,035 
INFLAÇÂO (-1) ,877 ,041 ,877 21,254 ,000 
HPROD(-1) ,000 ,004 ,000 ,011 ,991 
INFIMP_R$ (-1) 1,488 ,343 ,187 4,335 ,000 
Resumo do Modelo 
Modelo R R2 R2 ajustado Erro padrão da 
estimativa 
,882a ,778 ,773 ,17039 
Fonte: Elaboração própria 
286 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
Gráfico 2_Modelo 2: Relação entre a inflação estimada pelo modelo 
e a inflação efetiva 
Fonte: IPCA/IBGE, Elaboração própria 
Observamos, no modelo estimado acima, que as variáveis 
inflação defasada (em um período) e inflação importada 
em R$ são estatisticamente significativas a 5%, enquanto a 
variável hiato da produção industrial não apresenta parâ-metro 
estimado significativo.16 Em seguida, estimamos as 
mesmas relações entre as variáveis descritas no caso line-ar 
pelo método das Redes Neurais, para captar, além das 
relações lineares entre as variáveis, possíveis relações não 
lineares entre elas. 
O resultado entre o Modelo 2 estimado pelas redes neu-rais 
(“in sample”) e a inflação que de fato ocorreu (Inflação 
Real) mostra que as variáveis escolhidas parecem explicar 
bem a inflação, conforme pode ser observado na Gráfico 2. 
Podemos comparar os resultados obtidos entre o mo-delo 
estimado por Redes Neurais e o modelo linear simples. 
No modelo linear, o R2 da estimativa foi de 0,77, e o das Redes 
Neurais, de 0,90. Essa comparação nos mostra que, a prin-cípio, 
as estimações da inflação por redes neurais parecem 
indicar bons resultados, se comparados com um método 
simples linear, ainda que não seja o objetivo deste artigo fa-zer 
uma comparação exaustiva sobre os diferentes métodos 
lineares e não lineares. 
5.1_Avaliação das relações funcionais entre as variáveis 
Com o intuito de avaliar as relações funcionais entre as va-riáveis 
que utilizamos como explicativas e a variável depen-dente, 
a inflação, propomos um primeiro exercício. O mé-todo 
empregado é o seguinte: mantemos constantes as n-1 
variáveis explicativas e alteramos apenas a variável escolhida, 
obtendo assim o resultado em termos de inflação estimada 
pelo modelo. 
Utilizando o Modelo 2 para o exercício proposto acima, 
fizemos simulações com as formas funcionais estimadas, 
mantendo as demais variáveis constantes e alterando a va-riável 
escolhida, avaliando, assim, os resultados em termos 
de inflação estimada pelo modelo.17 
A primeira variável escolhida é a inflação defasada. Dei-xamos 
essa variável evoluir, começando em zero e aumen-tando) 
a uma taxa positiva constante. Obtivemos assim a 
relação funcional, que mostra que, à medida que a inflação 
defasada aumenta com o passar do tempo, a inflação esti-mada 
também aumenta. Isso pode ser visto no Gráfico 3, em 
que o eixo das ordenada representa a inflação estimada, e 
o eixo da abscissa, os períodos (considerando que a cada 
período o valor da inflação defasada aumenta). 
O mesmo exercício foi feito para a “inflação importada 
em R$” defasada. Deixamos essa variável evoluir, começando 
em zero e aumentando a uma taxa positiva constante. Obti-vemos, 
assim, a relação funcional, que mostra que, à medida 
que a “inflação importada em R$” defasada aumenta com o 
passar do tempo, a inflação estimada também aumenta. O 
resultado está dentro do esperado, uma vez que uma infla- 
Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 287
Gráfico 3_Relação funcional entre inflação defasada e inflação Gráfico 4_Relação funcional entre inflação importada 
Fonte: Elaboração própria 
ção importada em R$ mais alta significa aumento nos preços 
dos bens transacionáveis, que é repassada para os custos e 
preços domésticos. Isso pode ser visto no Gráfico 4. 
Com a finalidade de avaliar se há assimetria entre a in-flação 
importada medida em R$ quando essa recebe um cho-que 
negativo ou positivo com relação ao efeito sobre a taxa 
de inflação, refizemos o exercício para a “inflação importada 
em R$” defasada. Agora, deixamos essa variável evoluir, co-meçando 
em zero e diminuindo a uma taxa constante. Obti-vemos, 
assim, a relação funcional, que mostra que, à medida 
que a “inflação importada em R$” defasada diminui com 
o passar do tempo, gera um efeito bem menor em termos 
de redução da inflação, conforme pode ser visto no Grá-fico 
5, em que o eixo das ordenada representa a inflação 
estimada, e o eixo da abscissa, os períodos (considerando 
que a cada período o valor da “inflação importada em R$” 
defasada diminui). Isso pode indicar que, em períodos em 
que a inflação importada diminui, parte desse ganho não 
é repassado para os preços, o que faz com que as margens 
de lucro aumentem. 
em R$ (positiva) e inflação 
Fonte: Elaboração própria 
No Gráfico 6, mostramos o resultado em termos de infla-ção 
estimada quando o hiato do produto evolui positivamente, 
em que o eixo da ordenada representa a inflação estimada, e o 
eixo da abscissa, os períodos (considerando que a cada perío-do 
o valor do hiato do produto aumenta). Assim, o hiato do 
produto começa em zero e evolui a uma taxa positiva cons-tante. 
Os resultados obtidos não condizem com o esperado. 
A relação encontrada entre as variáveis é não linear, em que, 
às vezes, o aumento no hiato do produto aumenta a inflação, 
Gráfico 5_Relação funcional entre inflação importada (negativa) em 
R$ sobre a inflação 
Fonte: Elaboração própria 
288 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
às vezes, diminui. Dessa maneira, parece não haver relação 
sistemática de que hiatos positivos levem necessariamente 
a aumentos na inflação. 
Uma hipótese para tal resultado é que a própria ma-neira 
que o hiato é calculado, pelo Filtro HP, implica que 
esse tem necessariamente média zero e hiatos simétricos,18 
oscilando em torno dessa média, o que pode fazer com que 
hiatos maiores de produto estejam associados à inflação 
mais alta em alguns períodos e hiatos ainda maiores este-jam 
associados à inflação mais baixa em outros períodos. 
Ou seja, o método de cálculo do filtro HP e seus resultados 
simétricos em termos de hiato do produto parece ser in-compatível 
com a dinâmica recente da inflação brasileira. 
Isso também explica o fato de que alguns trabalhos 
encontram relação significante do hiato do produto sobre a 
inflação, ao passo que outros não encontram, conforme dis-cutido 
na seção 3 deste trabalho. Isso porque a aproximação 
linear de uma relação não linear como aparece acima, de-pendendo 
do recorte feito na amostra, pode levar a hiatos 
positivos, negativos ou não significantes. Essa sensibilida-de 
à amostra escolhida é ainda maior, visto que, segundo 
Barbosa-Filho (2009), a própria série do hiato do produto 
se modifica quando novas observações são introduzidas 
(quando calculado pelo Filtro HP). 
Uma possível hipótese levantada para o fato de o resul-tado 
do hiato do produto sobre a inflação ter se mostrado 
não linear é que consideramos no Modelo 2 o hiato do pro-duto 
com apenas uma defasagem. Em uma estimação mais 
recente, Holland (2010), utilizando amostra mensal de 1999 a 
2008, o hiato do produto com três defasagens aparece como 
estatisticamente significante e com sinal esperado. Dessa 
maneira, estimamos o Modelo 3, que é igual ao Modelo 2; 
porém, considera o hiato do produto com três defasagens, 
em vez de uma defasagem. O resultado em termos de R2 do 
modelo estimado por Redes Neurais é igual, também 0,90. 
Gráfico 6_Relação funcional entre hiato do produto (positivo) e inflação 
Fonte: Elaboração própria 
Gráfico 7_Relação funcional entre hiato do produto defasado 
(positivo) e inflação 
Fonte: Elaboração própria 
A relação funcional entre inflação estimada e inflação 
defasada, assim como para a inflação importada em R$, é 
igual à do Modelo 2. A relação entre inflação estimada e hia-to 
do produto, entretanto, difere da do Modelo 2. Agora, ao 
invés do caráter cíclico, a relação entre hiato e inflação é 
negativa. Conforme pode ser visto no Gráfico 7, aumentos 
no hiato do produto levam à diminuição da inflação, em 
que o eixo das ordenadas representa a inflação estimada, e 
o eixo da abscissa, os períodos (considerando que a cada 
período o valor do hiato do produto aumenta). O sinal da 
Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 289
Gráfico 8_Relação funcional entre hiato do produto (positivo) e inflação 
Fonte: Elaboração própria 
relação é, portanto, contrário ao que seria esperado, ou en-contrado 
em Holland (2010). 
Estimamos ainda o Modelo 4, que reproduz o Modelo 
2, porém acrescenta a variável “Variação da taxa Selic” (ta-xa 
básica nominal de juros) defasada, para captar o efeito 
do canal de custo dos juros sobre o preço, discutidos na 
seção 2. Os resultados do modelo melhoram um pouco ao 
introduzir variação da taxa Selic defasada pelo critério do 
R2, que aumenta para 0,91. 
Analisando as simulações para achar as relações fun-cionais 
entre as variáveis, notamos que a introdução da 
taxa de juros Selic não altera o comportamento da relação 
do hiato do produto com a inflação, que continua sendo 
não linear, conforme pode ser visto no Gráfico 8. 
Para a relação entre a inflação estimada e a variação 
da taxa Selic, podemos notar que esta é positiva, conforme 
pode ser visto no Gráfico 9. Note que, nos primeiros perí-odos 
(em que as variações da taxa de juros são pequenas), 
não há relação entre variação da taxa de juros e inflação 
estimada, e esta última começa a apresentar relação po-sitiva 
com a variação da Selic apenas quando as variações 
na taxa Selic passam de certa magnitude (no caso, o limite 
Gráfico 9_Relação funcional entre variação da Selic (positiva) e inflação 
Fonte: Elaboração própria 
parece ser variações da taxa Selic anualizada acima de 2,5 
p.p., que ocorre após o período 15). 
Esse resultado, que muitas vezes é referido como “pri-ce 
puzzle”, uma vez que a teoria convencional espera que 
aumentos na taxa básica de juros devam diminuir a infla-ção, 
pode ser explicado pela ideia de que os custos finan-ceiros 
e/ou as margens de lucro têm relação positiva com a 
taxa de juros, conforme discutido na seção 2 deste artigo.19 
Nesse caso, o que parece é que apenas variações mais fortes 
na Selic atingem os custos financeiros e a taxa de juros de 
longo prazo de maneira forte e com consequências para o 
repasse nos preços. 
Da mesma maneira, os resultados em termos de infla-ção 
estimada quando a variação da taxa de juros Selic evolui 
de maneira negativa (partindo de zero) mostram também 
que, apenas a partir de diminuições mais fortes da taxa de 
juros, a inflação começa a declinar, conforme observado no 
Gráfico 10. 
Por fim, dois pontos que precisam ser mais bem escla-recidos: 
um sobre a questão das expectativas inflacionárias 
e outro sobre o hiato do produto como medida das pres-sões 
de demanda. 
290 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
Gráfico 10_Relação funcional entre variação da 
Selic (negativa) e inflação 
Fonte: Elaboração própria 
Com relação às expectativas inflacionárias, cabe fazer 
uma pequena discussão sobre o motivo da não inclusão des-sa 
variável para explicar a inflação brasileira. Um questio-namento 
que pode surgir ao se colocar apenas a variável 
de inflação defasada é que as expectativas não estão sendo 
incorporadas no modelo para explicar a inflação brasileira. 
Fizemos, porém, o teste da inclusão no Modelo 4 de uma 
variável de expectativa inflacionária (medida pela pesqui-sa 
Focus, inflação esperada 12 meses à frente),20 e notamos 
que essa variável não melhora o modelo (O R2 sem expec-tativa 
era de 0.91 e ficou em 0.90). Além disso, as relações 
que tínhamos encontrado das outras variáveis no Modelo 
4 não mudaram. Uma possível explicação para esse resulta-do 
pode ser devido ao fato de que encontramos forte corre-lação 
(de 0.89) entre a expectativa inflacionária e a inflação 
defasada (t-1), o que está de acordo com outros resultados 
encontrados em trabalhos sobre essa questão (Silva Filho, 
2006; Guillén, 2008) e com as proposições teóricas discuti-das 
na seção 2 deste artigo (ver notas de rodapé 5 e 6). 
No que concerne ao Filtro HP como medida das pres-sões 
de demanda, é fato que tal dispositivo é usado em gran-de 
parte dos trabalhos empíricos sobre a inflação (e o pro-duto 
potencial) no Brasil. Por isso, usamos neste primeiro 
trabalho de estimação dos determinantes da inflação pelo 
método das Redes Neurais tal dispositivo, até para dialogar 
com outros trabalhos que usam métodos lineares. Todavia, 
existe uma versão na literatura novo-keynesiana mais re-cente 
que busca medir as pressões de demanda pela evolu-ção 
do custo marginal real. Segundo essa visão, o hiato do 
produto só seria uma boa medida de pressão de demanda 
se estiver relacionado com a evolução do custo marginal real. 
Cabe ressaltar que no Brasil existe um trabalho que 
analisa a relação entre inflação e custo marginal real (Nu-nes, 
2008). Nesse trabalho, os resultados não parecem ser 
muito favoráveis a esse indicador, uma vez que a série gera-da 
de custo unitário real cresce na maior parte do período 
a taxas muito menores que a taxa de inflação. Graças a esse 
fator e também a outros problemas teóricos relacionados 
à curva de Phillips Novo-Keynesiana (ver Gordon, 2011), 
consideramos que esse método requer atenção especial e 
deixaremos tal estimação para um trabalho posterior. 
6_Considerações finais 
Neste artigo, buscamos contribuir para o debate sobre a di-nâmica 
da inflação brasileira recente e suas causas, utilizan-do 
um método de estimação que capta, além das relações 
lineares entre as variáveis, possíveis não linearidades. Dessa 
forma, podemos avaliar alguns resultados controversos ob-tidos 
na literatura empírica que utilizam métodos lineares 
de estimação. 
O principal resultado deste artigo é mostrar que parece 
haver relações não lineares entre as variáveis selecionadas 
e a inflação, que apontam na direção de entender possíveis 
resultados controversos na literatura empírica. No que tan-ge 
ao hiato do produto medido pelo filtro HP, observou-se 
que a relação com a inflação é não linear e cíclica, ou seja, 
Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 291
às vezes hiatos do produto mais altos geram mais inflação 
e às vezes menos. Isso ajuda a explicar por que os métodos 
lineares encontram parâmetros com sinais diferentes e às 
vezes estatisticamente não significativos para a relação entre 
hiato do produto e inflação. Ou seja, dependendo do recorte 
amostral, uma aproximação linear para uma relação não li-near 
dessa maneira produzirá relações positivas, negativas 
ou nenhuma relação definida entre hiato do produto e in-flação 
(além de que a própria série do hiato muda à medida 
que novas observações são incorporadas). Esse resultado 
parece estar muito ligado à maneira como o hiato é esti-mada 
pelo filtro HP. 
No que diz respeito à inflação importada e à variação da 
taxa de juros, mostramos que essas variáveis mostram rela-ções 
mais definidas com a inflação e com justificativa teórica 
pela via da inflação dos custos. Os resultados mostram ain-da 
não linearidades entre essas relações. Por fim, a inércia 
inflacionária é importante, e o modelo não parece melho-rar 
com a incorporação da variável de expectativas junto 
com a inércia para explicar os determinantes da inflação. 
Notas 
sempre backward-looking, podem-se 
introduzir diversas defasagens 
da inflação na curva de Phillips; 
o importante é que a soma das 
defasagens seja igual a 1 (ver, por 
exemplo, Gordon, 1997). Outra 
maneira é conceber uma curva de 
Phillips híbrida, em que a inflação 
é em parte backward looking e em 
parte forward looking (introduz-se, 
assim, implicitamente 
uma variável de expectativas 
inflacionárias na curva de 
Phillips). Nesse caso, a soma dos 
parâmetros das defasagens com o 
parâmetro das expectativas deve 
ser igual a um. Contudo, em razão 
do fracasso empírico desta última 
forma (Fuhrer, 1997; Eller; 
Gordon, 2003) e por causa da 
simplicidade de apresentação 
da equação (2.1), optou-se pela 
apresentação backward looking 
da curva de Phillips. 
6 Um argumento comum 
contra a curva de Phillips 
backward looking é que essa 
não incorporaria as expectativas 
inflacionárias. Todavia, como as 
expectativas inflacionárias em 
geral são revistas pelo próprio 
andamento da inflação passada 
recente, e, logo, é difícil sustentar 
que as expectativas são exógenas, 
uma boa aproximação para as 
expectativas inflacionárias é a 
própria inflação ocorrida no 
passado. Portanto, parte da 
explicação da inflação passada 
incluída na curva de Phillips é a 
própria expectativa inflacionária 
do tipo adaptativa. Outra parte 
da explicação da inflação passada 
incluída na equação é a própria 
1 Nesse estudo original, segundo 
Palumbo (2008), já estava presente 
a ideia de que as instituições, 
o poder de barganha dos 
trabalhadores e a inflação dos 
produtos importados podem 
influenciar a relação entre 
desemprego e inflação salarial. 
2 Para uma diferença entre os 
efeitos sobre o nível de preços, 
taxa de inflação e aceleração da 
inflação, ver Serrano (2007). 
3 Lavoie (2006) diz que o Modelo 
do Novo Consenso é apenas uma 
variante do monetarismo 
de Friedman. 
4 Estamos aqui apresentando 
a versão mais simples, prática 
e voltada para a política 
econômica do modelo do Novo 
Consenso, e não a versão com 
microfundamentos. 
5 Na verdade, existem diversas 
maneiras de conceber o caráter 
aceleracionista, e supor que o 
parâmetro da defasagem a = 1 é a 
maneira mais simples e didática 
No caso em que a inflação seja 
estrutura de produção de uma 
economia capitalista com cadeias 
produtivas e estrutura do tipo 
insumo-produto, além da presença 
de contratos, que reajustam preços 
e salários, segundo um índice de 
inflação defasada. 
7 Ver Summa (2010a), cap.1. 
8 Fair (2000) mostra que a 
estimação da curva de Phillips 
aceleracionista, para os EUA, não 
é uma boa aproximação para 
a dinâmica atual do processo 
inflacionário e propõe um 
modelo com índice de preços e de 
salários, visto que a relação entre 
nível de preços e salários com 
o desemprego explica melhor a 
dinâmica inflacionária. 
9 Como mostram Serrano 
(1986), Ros (1989) e Lara (2008), o 
parâmetro “a” da curva de Phillips 
é maior ou menor, dependendo 
do estado do conflito distributivo. 
Braga (2006) argumenta que, com 
a diminuição do acirramento 
do conflito distributivo nos 
EUA, a partir da década de 
1980, o parâmetro “a” caiu 
consideravelmente e ficou menor 
que um. Setterfield e Lovejoy 
(2006) e Pollin (2002) mostram 
que, ao incluir explicitamente 
na equação da inflação variáveis 
que captem o grau do conflito 
distributivo, o parâmetro “a” 
tem seu valor diminuído. 
10 O trabalho também conclui 
o mesmo para o caso em que as 
expectativas são incorporadas 
na curva de Phillips, além de 
mostrar que a inflação defasada 
292 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
é correlacionada com as variáveis 
de expectativas utilizadas 
nas regressões. 
11 Mesmo argumento aparece em 
Serrano (2010), sem estimativas, 
mas utilizando um gráfico para 
mostrar a relação. 
12 O bias tem o efeito de aumentar 
ou diminuir a entrada líquida 
da função, dependendo se 
ele é positivo ou negativo, 
respectivamente. 
13 Note que não é objetivo deste 
artigo utilizar o método de Redes 
Neurais para fazer previsão, 
apesar de os autores acharem 
interessante que seja feito em um 
trabalho posterior. Nesse sentido, 
não usaremos, por exemplo, a 
metodologia de Stock e Watson 
(1998), que busca comparar qual o 
melhor método de estimação para 
os propósitos de previsão. 
14 Empregamos dados mensais, 
uma vez que, apesar do fato de 
que esses dados possuem mais 
ruídos, a amostra ficaria muito 
pequena com dados trimestrais 
para realizar boas estimativas de 
Redes Neurais. 
15 É importante notar que 
esse modelo inclui, além das 
pressões de demanda, a “inflação 
importada”. Incluímos a inflação 
importada, visto que ela melhorou 
os resultados, já que o modelo 
estimado segundo a equação (2.5), 
relacionando hiato do produto 
(ou desemprego) com apenas a 
variação da inflação, apresentava 
resultados ainda piores. 
taxa real de juros e amplificar a 
pressão inflacionária de demanda, 
e assim a inflação continua 
aumentando. Do ponto de vista 
empírico, Castelnuovo e Surico 
(2006) identificam a causa desse 
paradoxo o fato de ter havido 
mudança na condução da política 
monetária nos EUA pós-Volcker 
(ou pós-meta de inflação no 
Reino Unido), sendo esse um 
fenômeno em razão de respostas 
fracas do FED pré-Volcker (e do 
BC do Reino Unido antes da meta 
de inflação), que não conseguia 
operar uma política de aumentos 
da taxa real de juros na magnitude 
necessária. Segundo tal visão 
teórica, os resultados encontrados 
nos Gráficos 9 e 10 deste artigo 
poderiam refletir apenas o fato de 
que não sabemos se a variação da 
taxa nominal de juros tem como 
contrapartida uma variação real 
da taxa de juros no mesmo sentido. 
Sobre isso é importante notar que 
o nosso resultado mostra relação 
sempre positiva entre variação 
da taxa Selic e inflação. Do ponto 
de vista da crítica empírica, cabe 
notar que a amostra da inflação e a 
variação da taxa Selic neste artigo 
compreende o período pós-sistema 
de metas de inflação no Brasil, 
e, portanto, não parece haver 
motivos para crer que o Banco 
Central tenha se comportado de 
maneira diferente em reposta à 
inflação nesse período. 
20 Utilizamos a inflação anual 
prevista para 12 meses à frente por 
considerar que essa medida é a 
mais próxima e exógena possível. 
Isso porque infelizmente os dados 
16 Os mesmos resultados são 
obtidos utilizando o hiato 
do desemprego em vez do hiato 
do produto. 
17 Utilizamos para simulações 
valores compatíveis com os dados 
das séries. Na amostra, a inflação 
mensal tem valor mínimo de 
0,05 e máximo de 2,29; o hiato do 
produto tem valor mínimo de 
-18,12 e máximo de 9,26; a inflação 
importada mensal tem valor 
mínimo de -11,7 e máximo de 15,7; 
e a variação da taxa Selic mensal 
anualizada tem valor mínimo de 
-4,7 e máximo de 4,3. Iniciamos 
sempre com a variável exógena, 
começando com o valor zero em 
nossas simulações. A inflação 
defasada (Gráfico 3) inicia em zero 
e aumenta 0,01 a cada período. 
Nos Gráficos 4 e 5, a inflação 
importada inicia em 0 e aumenta 
(diminui) em 0,01 a cada período. 
Nos Gráficos 6,7 e 8, o hiato do 
produto inicia em zero e varia 
0,25 a cada período. Por fim, nos 
Gráficos 9 e 10, a taxa Selic inicia 
em zero e aumenta (diminui) 0,15 
a cada período. 
18 Ver Barbosa-Filho (2005) para 
uma análise dos problemas 
relacionados ao cálculo do 
produto potencial pelo filtro HP. 
19 Na literatura, o chamado “price 
puzzle” aparece como uma 
relação positiva entre a taxa de 
juros nominal e o nível de preços. 
A explicação teórica novo-keynesiana 
para esse fenômeno 
é que aumentos na taxa nominal 
de juros podem ser menores que 
a inflação e, portanto, diminuir a 
de expectativas inflacionárias 
dizem respeito à inflação anual, 
enquanto no nosso modelo a 
inflação é mensal. Assim, se 
utilizássemos expectativas de 
inflação anual para um mês à 
frente, por exemplo, esse dado 
levaria à inflação defasada que, 
de fato, ocorreu nos últimos 11 
meses e que já estão incorporados 
na inércia do modelo. Buscamos 
dessa maneira utilizar a 
expectativa mais exógena possível 
em relação à inflação passada. 
Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 293
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E-mail de contato dos autores: 
ricardo.summa@ie.ufrj.br 
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Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais

  • 1. Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Ricardo Figueiredo Summa* Leonardo Macrini** Abstract In this paper we assess the determinants of recent Brazilian inflation, specifically since 1999 when the Inflation Targeting System was implemented. Using a Neural Network model, we evaluate: (1) if the demand pressures, measured by the output gap and unemployment gap, have a clear and systematic impact on inflation, (2) if “imported inflation”, including tradable goods inflation in dollars and the nominal exchange rate changes, exerts a significant influence on inflation, and (3) if the channel of interest rates cost is empirically verified in the Brazilian case. We conclude that recent Brazilian inflation depends mainly on inflation inertia, “imported inflation” and changes in the nominal interest rate. Resumo O presente artigo busca avaliar os determinan-tes da inflação brasileira recente, mais especifi-camente a partir de 1999, quando é instituído o Sistema de Metas de Inflação (SMI). Utilizando um modelo de Redes Neurais, avaliamos: (1) se as pressões de demanda, medidas pelo hiato do produto e do desemprego, têm impacto claro e sistemático sobre a inflação; (2) se a “inflação importada”, incluindo a inflação dos produtos transacionáveis em dólares e a variação da taxa de câmbio nominal, exerce influência significa-tiva sobre a inflação; e (3) se o canal de custo da taxa de juros se verifica empiricamente no caso brasileiro. Concluímos que os impactos mais re-levantes sobre a inflação brasileira, nesse perí-odo estudado, vêm da inércia inflacionária, da “inflação importada” e da variação da taxa bási-ca nominal de juros. Palavras-chave inflação, Sistema de Metas de Inflação, economia brasileira Classificação JEL C45, E30, E31 Keywords inflation, inflation targeting system, Brazilian economy JEL Classification C45, E30, E31 *IE/UFRJ **ITR/UFRRJ DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0103-6351/1332 Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 279
  • 2. 1_Introdução O Plano Real, em 1994, terminou um longo processo de alta inflação no Brasil, principalmente durante as décadas de 80 e início dos 90. Quatro anos após o início do plano, houve grande crise no balanço de pagamentos, e a taxa de câmbio, que funcionava de acordo com um sistema de bandas cam-biais, sofreu forte desvalorização em 1999. Nesse mesmo ano, é instituído o Sistema de Metas de inflação (SMI), que fixa uma meta anual de inflação a ser perseguida. Além da meta de inflação, outra mudança que ocorreu foi relativa ao câmbio, que antes era de certa forma fixo e passou a flu-tuar. Desde que o SMI foi implantado no Brasil, em poucos anos a meta inflacionária não foi alcançada, e nos últimos seis anos o governo conseguiu controlar a inflação dentro da meta estabelecida. Do ponto de vista teórico, o chamado modelo do Novo Consenso em política macroeconômica (Blinder, 1997; Ro-mer, 2000) para economia aberta (Romer, 2005; Taylor, 2005) é a inspiração para a visão dos determinantes da inflação e de como ela deve ser controlada, tanto no Brasil quanto em diversos países. Segundo essa visão, a principal fonte de pressão inflacionária é pelo lado da demanda agregada, de tal maneira que pressões dessa natureza levam a uma aceleração da inflação. O instrumento da autoridade mo-netária para controlar a aceleração da inflação e colocá-la de volta na meta é a taxa básica de juros, que, ao ser altera-da, afeta a taxa real de juros e controla a demanda agregada. Um dos fundamentos do modelo do Novo Consenso é a curva de Phillips aceleracionista, que estabelece relação entre a aceleração da inflação e os choques de demanda. Para a economia aberta, postula ainda que os choques de custo advindos da economia internacional não têm efeito no longo prazo, uma vez que a taxa de câmbio real segue o teorema da paridade do poder de compra e é neutra no longo prazo. Políticas de juros altos sempre surgem com a justificativa de que a inflação está acima da meta, e a deman-da tem de ser controlada. Dessa maneira, o objetivo deste artigo é verificar se, para o caso brasileiro, existe realmente um efeito positivo e pre-ponderante das pressões de demanda sobre a inflação; ana-lisaremos também qual é o papel da inflação dos produtos importados e exportáveis, já convertidos em reais pela varia-ção da taxa de câmbio sobre a inflação brasileira. Portanto, o artigo visa a estimar os determinantes da inflação brasileira pelo método de redes neurais, que capta, além das relações li-neares, possíveis relações não lineares entre as variáveis. Com isso, espera-se obter mais elementos para entender alguns resultados empíricos controversos encontrados na literatura brasileira recente. Este artigo se articula em mais três seções, além desta introdução e da conclusão. Na seção 2, discutiremos breve-mente a teoria da curva de Phillips e dois modelos alter-nativos. Na seção 3, analisaremos alguns resultados empí-ricos encontrados em trabalhos que estimaram a relação de Phillips para o Brasil. Na quarta seção, explicaremos o método de estimação por redes neurais e as vantagens des-se método sobre o modelo linear. Na seção 5, discutiremos os resultados obtidos pela aplicação do método de estima-ção por redes neurais sobre a relação de Phillips no Brasil. 2_Determinantes teóricos da inflação: discussão sobre a curva de Phillips A curva de Phillips tem origem com um estudo de Phillips (1958), que estima empiricamente a relação entre a inflação dos salários e a taxa de desemprego.1 Posteriormente, pas-sou- se a acreditar em uma relação entre a taxa de inflação – variação do nível de preços – e a taxa de desemprego, este último, indicador da demanda agregada da economia. Se- 280 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
  • 3. gundo essa relação, taxas de desemprego baixas estavam associadas a pressões salariais no mercado de trabalho e a taxas de inflação mais altas. No final da década de 1960, entretanto, começou a ga-nhar força uma visão aceleracionista da curva de Phillips, com a ideia de que, se a taxa de desemprego se mantivesse baixa, mais baixa que a taxa natural (Friedman, 1968), a ta-xa de inflação acelerar-se-ia.2 Tal visão aceleracionista da curva de Phillips perdura até os dias de hoje e está presente nos modelos do Novo Consenso em política econômica.3 Dessa maneira, em termos gerais, a curva de Phillips convencional utilizada no modelo do Novo Consenso (Blin-der, 1997; Romer, 2000) postula que há relação clara e sistemá-tica entre pressões positivas (negativas) de demanda agrega-da e aceleração (desaceleração) da inflação.4 (2.1) = + ( ) a −1 b D , com a = 1 Na equação (2.1) acima, é a taxa de inflação,−1 , a in-flação defasada, e D, um indicador de pressão de demanda, que pode ser o hiato do produto ou do desemprego. O hiato do produto é a diferença entre o produto efetivo e o produ-to potencial, e o hiato do desemprego é a diferença entre a taxa de desemprego efetiva e a NAIRU (taxa de desemprego que não acelera a inflação). O parâmetro “a” capta a inércia inflacionária. É impor-tante notar que, para a curva de Phillips ser aceleracionista, é necessário supor inércia completa, ou seja, a=1.5,6 O pa-râmetro “b” deve ser positivo no caso do hiato do produto (se o produto está acima do potencial, deve se acelerar, e abaixo, desacelerar) e negativo no caso do hiato do desem-prego (se a taxa de desemprego está abaixo da NAIRU, deve acelerar a inflação, e, se estiver acima, desacelerá-la). Em uma economia aberta, é preciso incorporar a va-riação dos preços dos bens transacionáveis com o exterior na curva de Phillips. Podemos dividir um índice de preços que capte a inflação entre bens tradables e non-tradables. Nesse caso, sendo o parâmetro Ѳ aquele que mede a parti-cipação dos bens tradables no índice de preços em questão, podemos apresentar a curva de Phillips para a economia aberta da seguinte maneira: (2.2) =( −)( + ( ))+( + ) = 1 a −1 b D e com a 1 w , Assim, a curva de Phillips continua igual à da economia fechada para os bens non-tradables, enquanto a parcela dos tradables dependerá da variação da taxa nominal de câmbio, e, e da inflação dos produtos transacionáveis com o exterior (importados e exportáveis), w. Nesse caso, desvalorizações cambiais e inflação externa têm impactos positivos sobre a inflação doméstica, ao passo que defla-ção externa e valorização nominal do câmbio diminuem a inflação interna. No longo prazo, entretanto, tal como propõe Romer (2006), valeria a teoria da paridade do poder de compra (em inglês, PPP), que estabelece que a taxa de câmbio real é cons-tante no longo prazo, e a taxa nominal de câmbio deve variar de acordo com a relação entre o preço doméstico e o inter-nacional, para manter a taxa real constante (McCallum, 1996). A variação da taxa nominal de câmbio deve ser igual à dife-rença entre a inflação doméstica e a externa, mantendo-se a taxa de câmbio real estável. Com isso, a curva de Phillips de longo prazo volta a ser igual à de uma economia fechada, visto que há neutralidade de longo prazo das pressões de inflação externa:7 (2.3) − = ( ) −1 b D Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 281
  • 4. A curva de Phillips aceleracionista do Novo Consenso para a economia aberta, entretanto, muitas vezes não apresen-ta bons resultados empíricos.8 Do ponto de vista teórico, as principais objeções à formulação da curva de Phillips aceleracionista são: a) que a inércia não é completa (a 1) (Serrano, 2007; Setterfield, 2005); b) que a PPP não se verifi-ca empiricamente (Lavoie, 2000; Summa, 2010a); c) e que o conflito distributivo e outras variáveis que afetam os cus-tos são importantes (Serrano, 2007).9 No modelo alternativo proposto, utilizaremos as hipó-teses de inércia parcial, da inflação importada relevante no longo prazo para a inflação doméstica e da presença de con-flito distributivo e pressões de custo. Com relação à inflação importada, essa depende tan-to da inflação dos produtos transacionados com o exterior quanto da variação da taxa de câmbio nominal. Com rela-ção ao conflito distributivo e a pressões de custo, podemos ainda testar mais uma hipótese, seguindo Pivetti (1991), Li-ma e Setterfield (2010) e Serrano (2010b), que argumentam que mudanças na taxa de juros nominal (i) têm efeitos inflacionários tanto pelo efeito do custo financeiro (para empresas endividadas) quanto para o efeito de custo de oportunidade do capital (uma vez que a margem nominal de lucros segue a taxa nominal de juros e, dessa maneira, também gera pressões inflacionárias). Desse modo, a cur-va de Phillips alternativa terá a seguinte forma: (2.4) = + ( )+ +( + ) a − b D i e w 1 , com a 1. Com e denotando a variação da taxa de câmbio nominal; w a inflação dos produtos transacionados com o exterior (medidos em moeda estrangeira); e Ѳ um parâmetro que reflete o peso dos bens tradables no índice de preços e (i) a variação na taxa de juros nominal. Sintetizando, temos, em termos gerais, duas maneiras diferentes de estimar – uma considerando a variação da inflação como variável dependente, e outra considerando a taxa de inflação como variável dependente: (2.5) (2.6) Aceleração da inflação: = f (D) Taxa de inflação: = + g − D e i ( , , w , ) 1 Como os modelos a serem testados e comparados serão es-timados pelo método de redes neurais, não linear, a hipóte-se do modelo aceleracionista é que há relação entre o hiato (do produto ou do desemprego) e a aceleração da inflação, conforme a equação (2.5); enquanto o modelo alternativo estabelece uma relação entre a taxa de inflação e a inflação defasada, hiato (do produto ou desemprego), inflação im-portada em R$ e variação da taxa básica de juros. 3_Evidências empíricas para o Brasil Existem diversos trabalhos empíricos que empregam dife-rentes métodos de estimação para a relação de Phillips no caso brasileiro recente. Com relação à curva de Phillips brasileira ser acelera-cionista ou não, parece haver bastante evidência de que a inércia é parcial, e que a soma dos parâmetros da inflação defasada é menor que 1 (Summa, 2011).10 No que diz respeito aos choques de demanda, após uma resenha sobre os diversos trabalhos empíricos sobre a cur-va de Phillips, Summa (2011) conclui que, na maioria desses trabalhos, não há consenso em relação aos resultados de pressões de demanda sobre a inflação. As principais variá-veis utilizadas para o cálculo de pressões de demanda são o hiato de desemprego e o hiato do produto (industrial e PIB). 282 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
  • 5. Em se tratando do hiato do desemprego, essa variável mostra em geral pouca relevância para explicar a inflação. Isso talvez ocorra porque a diminuição do desemprego não acarreta crescimento dos salários reais acima da pro-dutividade, como mostram Bastos e Braga (2010). Portanto, não é de se esperar impacto na inflação. O hiato do produto medido pela produção industrial aparece estatisticamente significativo em alguns trabalhos, e em outros, não. Ferreira e Jayme Jr. (2005) encontram resposta não significativa de choques no hiato da produção industrial sobre a inflação, medido por um modelo VAR; estimativas por MQO de Braga (2010) mostram também que o hiato do produto não é estatisticamente significativo com relação à inflação. Moreira et al. (2007) e mais recentemente Holland e Mori (2010) encontram relação positiva entre o hiato do pro-duto (com três meses de defasagem) e a inflação. No que tange à taxa de câmbio e à inflação importada, Braga (2010) estima uma curva de Phillips por MQO e obtém parâmetro significativo que explica a relação entre inflação importada em R$ e inflação doméstica.11 Araujo e Modenesi (2010) chamam a atenção que o impacto cambial é expres-sivamente maior do que o impacto da demanda agregada sobre o IPCA e que há evidências de que o setor externo de-sempenha papel crucial na evolução da inflação brasileira. Por fim, alguns trabalhos, como os de Ferreira e Jay-me Jr. (2004) e Silva Filho (2008) encontram a presença do “Price Puzzle”, para a economia brasileira, ou seja, de que variações na taxa básica de juros afetam em um primeiro momento a inflação de maneira positiva. Dessa maneira, utilizaremos o instrumental de esti-mação das redes neurais, que incorpora relações lineares e não lineares entre as variáveis e será explicado na seção seguinte, para tentar ver em que medida esses resultados estimados por modelos lineares se confirmam ou não. 4_Redes Neurais Rede Neural é um modelo composto de unidades (chama-das na literatura de “neurônios”) constituídas de funções não lineares (tipicamente sigmoides e tangentes hiperbóli-cas). A combinação dessas unidades, mediante parâmetros estimados com base nos dados, é o que confere a capacida-de desse modelo de inferir relações não lineares de com-plexidade arbitrária. Na forma utilizada neste estudo, Rede Neural feedforward, tais unidades são arrumadas em ca-madas, sendo uma camada de entrada conectada a uma camada oculta, que está diretamente conectada à saída do modelo. Essas conexões entre as unidades, ou neurônios, são chamadas de “pesos” (originalmente a terminologia era “pesos sinápticos”). Esses pesos são os parâmetros do modelo, ajustados por um algoritmo iterativo através dos dados. Uma vez ajustados os pesos, a rede tem a capaci-dade de representar a relação dos dados de entrada com a variável de saída, que no nosso estudo é a inflação. A ca-pacidade de aprender por meio de “exemplos” ou de dados (na-amostra) e de generalizar (fora-da-amostra) informa-ção gerada em ambientes não lineares complexos é, sem dúvida, a grande vantagem das Redes Neurais. Seja xn o vetor que contém as variáveis de entrada, e wMo vetor com todos os pesos e bias12 de uma Rede Neural Artificial (RNA), sendo M = m n + 2 m + 1, com m correspondendo ao número de neurônios na camada oculta. O bias das funções das camadas ocultas da Rede são representados por bk, e o bias da camada de saída, por b. O modelo de uma RNA pode ser escrito como: m = k k = = + y f ( x ,) w ( w c ) b k 1 (4.1) Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 283
  • 6. onde Ck representa uma função da forma: n = = + c wíkxi bk i 1 (4.2) Usualmente, dado um conjunto U que contém N pares de entrada/saída, U ={X,Y} para X x x xN ={ 1 , 2 ,......., } e Y yy yN ={ 1 , 2 ,......., } , onde y representa a saída dese-jada, o objetivo de RNAs reside na estimação do vetor de pesos w através da minimização do risco empírico (erro de treinamento da rede) dado por: N 1 2 1 ˘ min ( , ) ( ( )) = = { }= − E w U yj f xjw w s j ou ˘ = arg min ( )= arg m Q 2 2 (4.3) ( − ) N yt G x = 1 in (, ) t 1 Essa minimização é realizada utilizando o algoritmo clás-sico de retropropagação do erro, ou até mesmo métodos de segunda ordem como Levenberg-Marquardt (Bishop, 1995). Esse tipo de modelo não linear tem sido utilizado com sucesso em uma gama extensiva de aplicações desde o final da década de 1980. Referências clássicas em Redes Neurais incluem Haykin (1998), Bishop (1995) e Principe et al. (2000). As variáveis consideradas relevantes para o modelo são utilizadas como entrada da Rede Neural, e, após o processo de treinamento, tem-se como saída da Rede a inflação para o período t. Utilizou-se a função de ativação tangente hi-perbólica na camada oculta, e a função de ativação linear, na unidade de saída, de forma que a saída da Rede se apro-xime da verdadeira inflação no tempo t. No processo de aprendizado, usou-se o algoritmo de Regularização Bayesiana (Mackay, 1992). Nesse algoritmo, assume-se que os parâmetros da Rede são variáveis alea-tórias com distribuições especificadas. Os parâmetros de regularização são variâncias desconhecidas associadas a essas distribuições, e podem-se calcular esses parâmetros utilizando, então, técnicas estatísticas. Portanto, o modelo não é especificado de forma arbitrária. O aprendizado ou o treinamento de uma Rede Neural tem tipicamente por objetivo reduzir a soma dos quadrados dos er-ros (Foresee Hagan, 1997), conforme a seguinte equação: N ˘ arg min arg min ( ,) = 2 (4.4) = ( )= ( − ) Q y G x 1 t t 1 onde (x,)Xx , sendo x = [x1, x2, ..., xI] vetores de variáveis independentes e o vetor de parâmetros = [α,γ], composto dos vetores de pesos da camada de saída e da camada oculta respectivamente; yt é a saída alvo da Rede, e G(x,) é a saída estimada pela Rede. Assim como outros modelos flexíveis não lineares, as Redes Neurais podem sofrer de overfitting. Tal problema ocorre quando é utilizado um número excessivo de neurônios na camada oculta, que levarão a uma perda da capacidade de genera-lização (fora-da-amostra). Em contrapartida, se o número de neurônios em excesso for reduzido, ocorrerá a perda da capacidade de aproximar o processo gerador aos dados (Medeiros Pedreira, 2001). Atualmente, diversas metodologias são utilizadas para solucionar o problema de overfitting (Haykin, 1998). Neste estudo, será usado o procedimento desenvolvido por Ma-ckay (1992), chamado de “Regularização Bayesiana”, que con-siste em adicionar um termo de penalização (regularização) à função objetivo, de forma que o algoritmo de estimação faça com que os parâmetros irrelevantes convirjam para zero, reduzindo, assim, o número de parâmetros efetivos utilizados no processo. 284 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
  • 7. Seguindo a notação utilizada por Medeiros Pedreira (2001), o problema de estimação passa a ser definido como: ˘ N arg min arg min () () 2 = ( )= ( − ) QT Q Q = t 1 1 2 (4.4) onde e são parâmetros de regularização, Q1() pode ser deduzido da equação 4.1, e Q2() é a função de pena-lização, dada pela soma do quadrado dos parâmetros α, γ, vetores de pesos da camada de saída e da camada oculta, respectivamente, conforme a seguinte equação: (4.5) Q () = 2 + 2 2 hi h H h = = = i I h H 0 0 0 O problema de regularização é otimizar a função ob-jetivo de forma a encontrar valores para os parâmetros de regularização e . Esse problema de otimização requer o cálculo da matriz Hessiana, como pode ser visto em Mackay (1992). O algoritmo desenvolvido por Foresee Hagan (1997) propõe a aproximação da matriz Hessiana pelo algoritmo de Levenberg-Marquardt (Levenberg, 1944; Marquardt, 1963), reduzindo o custo computacional. Todos os modelos utilizados neste estudo tiveram como arquitetura da Rede Neural uma camada de entrada, uma camada escondida, com dez neurônios, e uma camada de saída, com um neurônio. A função de ativação tangente hiperbólica foi utilizada em todos os neurônios da camada oculta, e a função de ativação linear, na unidade de saída. Os pesos e o bias foram inicializados através do algoritmo de Nguyen-Widrow (1989). Assim, buscamos estimar os determinantes da inflação brasileira pelo método de Redes Neurais, que capta, além das relações lineares, possíveis relações não lineares entre as variáveis.13 5_Dados e resultados Os dados utilizados para as estimações são de frequência mensal, e a amostra vai de 1999:07 a 2010:09, período que com-preende o funcionamento do sistema de metas de inflação.14 Os dados utilizados para a inflação são da variação do IPCA, medido pelo IBGE. Para as pressões de demanda, calcula-mos dois hiatos, do produto e da taxa de desemprego. O hiato do produto industrial é a relação entre o produto in-dustrial observado, calculado pela PIM-IBGE, e o produto industrial potencial, calculado pelo filtro HP. O hiato de desemprego também é uma relação calculada entre a taxa de desemprego observada do SEADE-DIEESE e a sua média móvel, calculada também por um filtro HP. A inflação importada em R$ leva em conta a variação dos índices de preços dos produtos importados pelo Brasil, calculado pela FUNCEX, e a variação da taxa nominal de câmbio. A variação da taxa Selic mede a variação mensal da taxa Selic observada/over em termos anualizados. Para todas as séries, rejeitamos a presença de raiz unitária pelo teste ADF. Os dados são in sample, já que visam a obter os coeficien-tes da rede e se verificar a aderência do ajuste da inflação. A Tabela 1, resume os modelos testados e as variáveis de saída e os dados de entrada utilizados nos quatro modelos. Com a finalidade de escolher a variável dependente a ser utilizada nas estimações futuras – aceleração da inflação ou taxa de inflação –, começamos estimando o modelo com a variação da inflação como variável dependente. Longe de tentar ser um teste exaustivo sobre o assunto se a inflação é aceleracionista ou não, o que estamos tentando fazer aqui é decidir qual maneira de estimar parece fornecer resulta-dos mais interessantes e conclusivos. Assim, o primeiro modelo proposto (Modelo 1, ver Ta-bela 1) assume que a variável dependente é a aceleração da inflação.15 Note que essa maneira de estimar, apesar de não Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 285
  • 8. Tabela 1_Resumo dos modelos estimados por Redes Neurais Variável de Saída Dados de Entrada Modelo 1 Aceleraçâo da inflaçâo - Hiato do produto (-1) Inflação importada em r$ (-1) - Modelo 2 Taxa de inflação Taxa de inflação (-1) Hiato do produto (-1) Inflação importada em r$ (-1) - Modelo 3 Taxa de inflação Taxa de inflação (-1) Hiato do produto (-3) Inflação importada em r$ (-1) - Modelo 4 Taxa de inflação Taxa de inflação (-1) Hiato do produto (-1) Inflação importada em r$ (-1) Variação da taxa selic (-1) Fonte: Elaboração Própria ser a praxe, é seguida na literatura por Silva Filho (2008, 2012), e, portanto, consideramos, a priori, como uma possibilida-de. O resultado da estimação desse modelo (Modelo 1) por Redes Neurais é que ele não parece explicar bem o proces-so inflacionário brasileiro, como pode ser visto no Gráfico 1, abaixo, em que a variação da inflação prevista pelo modelo se diferencia bastante da ocorrida de fato. Outro indicador da relevância dos resultados é o R2, que é muito baixo, de 0,09, o que nos leva a concluir não ser uma boa aproximação. Dessa maneira, passamos para a estimação da relação entre a inflação e o hiato do produto (Modelo 2). Inicial-mente, estimamos um modelo linear por MQO, como pri-meira aproximação, considerando a inflação defasada, o hiato do produto defasado e a inflação importada defasada como variáveis explicativas. Gráfico 1_Modelo 1: Relação entre variação da inflação estimada pelo modelo e variação efetiva da inflação Fonte: IPCA/IBGE, Elaboração própria O resultado pode ser visto na Tabela 2: Tabela 2_Resultados do modelo linear (Modelo 2) Variável dependente: Inflação Coeficientes Modelo Coeficientes não padronizados Coeficientes padronizados B Erro padrão Beta t Sig. (Constante) ,055 ,026 2,136 ,035 INFLAÇÂO (-1) ,877 ,041 ,877 21,254 ,000 HPROD(-1) ,000 ,004 ,000 ,011 ,991 INFIMP_R$ (-1) 1,488 ,343 ,187 4,335 ,000 Resumo do Modelo Modelo R R2 R2 ajustado Erro padrão da estimativa ,882a ,778 ,773 ,17039 Fonte: Elaboração própria 286 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
  • 9. Gráfico 2_Modelo 2: Relação entre a inflação estimada pelo modelo e a inflação efetiva Fonte: IPCA/IBGE, Elaboração própria Observamos, no modelo estimado acima, que as variáveis inflação defasada (em um período) e inflação importada em R$ são estatisticamente significativas a 5%, enquanto a variável hiato da produção industrial não apresenta parâ-metro estimado significativo.16 Em seguida, estimamos as mesmas relações entre as variáveis descritas no caso line-ar pelo método das Redes Neurais, para captar, além das relações lineares entre as variáveis, possíveis relações não lineares entre elas. O resultado entre o Modelo 2 estimado pelas redes neu-rais (“in sample”) e a inflação que de fato ocorreu (Inflação Real) mostra que as variáveis escolhidas parecem explicar bem a inflação, conforme pode ser observado na Gráfico 2. Podemos comparar os resultados obtidos entre o mo-delo estimado por Redes Neurais e o modelo linear simples. No modelo linear, o R2 da estimativa foi de 0,77, e o das Redes Neurais, de 0,90. Essa comparação nos mostra que, a prin-cípio, as estimações da inflação por redes neurais parecem indicar bons resultados, se comparados com um método simples linear, ainda que não seja o objetivo deste artigo fa-zer uma comparação exaustiva sobre os diferentes métodos lineares e não lineares. 5.1_Avaliação das relações funcionais entre as variáveis Com o intuito de avaliar as relações funcionais entre as va-riáveis que utilizamos como explicativas e a variável depen-dente, a inflação, propomos um primeiro exercício. O mé-todo empregado é o seguinte: mantemos constantes as n-1 variáveis explicativas e alteramos apenas a variável escolhida, obtendo assim o resultado em termos de inflação estimada pelo modelo. Utilizando o Modelo 2 para o exercício proposto acima, fizemos simulações com as formas funcionais estimadas, mantendo as demais variáveis constantes e alterando a va-riável escolhida, avaliando, assim, os resultados em termos de inflação estimada pelo modelo.17 A primeira variável escolhida é a inflação defasada. Dei-xamos essa variável evoluir, começando em zero e aumen-tando) a uma taxa positiva constante. Obtivemos assim a relação funcional, que mostra que, à medida que a inflação defasada aumenta com o passar do tempo, a inflação esti-mada também aumenta. Isso pode ser visto no Gráfico 3, em que o eixo das ordenada representa a inflação estimada, e o eixo da abscissa, os períodos (considerando que a cada período o valor da inflação defasada aumenta). O mesmo exercício foi feito para a “inflação importada em R$” defasada. Deixamos essa variável evoluir, começando em zero e aumentando a uma taxa positiva constante. Obti-vemos, assim, a relação funcional, que mostra que, à medida que a “inflação importada em R$” defasada aumenta com o passar do tempo, a inflação estimada também aumenta. O resultado está dentro do esperado, uma vez que uma infla- Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 287
  • 10. Gráfico 3_Relação funcional entre inflação defasada e inflação Gráfico 4_Relação funcional entre inflação importada Fonte: Elaboração própria ção importada em R$ mais alta significa aumento nos preços dos bens transacionáveis, que é repassada para os custos e preços domésticos. Isso pode ser visto no Gráfico 4. Com a finalidade de avaliar se há assimetria entre a in-flação importada medida em R$ quando essa recebe um cho-que negativo ou positivo com relação ao efeito sobre a taxa de inflação, refizemos o exercício para a “inflação importada em R$” defasada. Agora, deixamos essa variável evoluir, co-meçando em zero e diminuindo a uma taxa constante. Obti-vemos, assim, a relação funcional, que mostra que, à medida que a “inflação importada em R$” defasada diminui com o passar do tempo, gera um efeito bem menor em termos de redução da inflação, conforme pode ser visto no Grá-fico 5, em que o eixo das ordenada representa a inflação estimada, e o eixo da abscissa, os períodos (considerando que a cada período o valor da “inflação importada em R$” defasada diminui). Isso pode indicar que, em períodos em que a inflação importada diminui, parte desse ganho não é repassado para os preços, o que faz com que as margens de lucro aumentem. em R$ (positiva) e inflação Fonte: Elaboração própria No Gráfico 6, mostramos o resultado em termos de infla-ção estimada quando o hiato do produto evolui positivamente, em que o eixo da ordenada representa a inflação estimada, e o eixo da abscissa, os períodos (considerando que a cada perío-do o valor do hiato do produto aumenta). Assim, o hiato do produto começa em zero e evolui a uma taxa positiva cons-tante. Os resultados obtidos não condizem com o esperado. A relação encontrada entre as variáveis é não linear, em que, às vezes, o aumento no hiato do produto aumenta a inflação, Gráfico 5_Relação funcional entre inflação importada (negativa) em R$ sobre a inflação Fonte: Elaboração própria 288 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
  • 11. às vezes, diminui. Dessa maneira, parece não haver relação sistemática de que hiatos positivos levem necessariamente a aumentos na inflação. Uma hipótese para tal resultado é que a própria ma-neira que o hiato é calculado, pelo Filtro HP, implica que esse tem necessariamente média zero e hiatos simétricos,18 oscilando em torno dessa média, o que pode fazer com que hiatos maiores de produto estejam associados à inflação mais alta em alguns períodos e hiatos ainda maiores este-jam associados à inflação mais baixa em outros períodos. Ou seja, o método de cálculo do filtro HP e seus resultados simétricos em termos de hiato do produto parece ser in-compatível com a dinâmica recente da inflação brasileira. Isso também explica o fato de que alguns trabalhos encontram relação significante do hiato do produto sobre a inflação, ao passo que outros não encontram, conforme dis-cutido na seção 3 deste trabalho. Isso porque a aproximação linear de uma relação não linear como aparece acima, de-pendendo do recorte feito na amostra, pode levar a hiatos positivos, negativos ou não significantes. Essa sensibilida-de à amostra escolhida é ainda maior, visto que, segundo Barbosa-Filho (2009), a própria série do hiato do produto se modifica quando novas observações são introduzidas (quando calculado pelo Filtro HP). Uma possível hipótese levantada para o fato de o resul-tado do hiato do produto sobre a inflação ter se mostrado não linear é que consideramos no Modelo 2 o hiato do pro-duto com apenas uma defasagem. Em uma estimação mais recente, Holland (2010), utilizando amostra mensal de 1999 a 2008, o hiato do produto com três defasagens aparece como estatisticamente significante e com sinal esperado. Dessa maneira, estimamos o Modelo 3, que é igual ao Modelo 2; porém, considera o hiato do produto com três defasagens, em vez de uma defasagem. O resultado em termos de R2 do modelo estimado por Redes Neurais é igual, também 0,90. Gráfico 6_Relação funcional entre hiato do produto (positivo) e inflação Fonte: Elaboração própria Gráfico 7_Relação funcional entre hiato do produto defasado (positivo) e inflação Fonte: Elaboração própria A relação funcional entre inflação estimada e inflação defasada, assim como para a inflação importada em R$, é igual à do Modelo 2. A relação entre inflação estimada e hia-to do produto, entretanto, difere da do Modelo 2. Agora, ao invés do caráter cíclico, a relação entre hiato e inflação é negativa. Conforme pode ser visto no Gráfico 7, aumentos no hiato do produto levam à diminuição da inflação, em que o eixo das ordenadas representa a inflação estimada, e o eixo da abscissa, os períodos (considerando que a cada período o valor do hiato do produto aumenta). O sinal da Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 289
  • 12. Gráfico 8_Relação funcional entre hiato do produto (positivo) e inflação Fonte: Elaboração própria relação é, portanto, contrário ao que seria esperado, ou en-contrado em Holland (2010). Estimamos ainda o Modelo 4, que reproduz o Modelo 2, porém acrescenta a variável “Variação da taxa Selic” (ta-xa básica nominal de juros) defasada, para captar o efeito do canal de custo dos juros sobre o preço, discutidos na seção 2. Os resultados do modelo melhoram um pouco ao introduzir variação da taxa Selic defasada pelo critério do R2, que aumenta para 0,91. Analisando as simulações para achar as relações fun-cionais entre as variáveis, notamos que a introdução da taxa de juros Selic não altera o comportamento da relação do hiato do produto com a inflação, que continua sendo não linear, conforme pode ser visto no Gráfico 8. Para a relação entre a inflação estimada e a variação da taxa Selic, podemos notar que esta é positiva, conforme pode ser visto no Gráfico 9. Note que, nos primeiros perí-odos (em que as variações da taxa de juros são pequenas), não há relação entre variação da taxa de juros e inflação estimada, e esta última começa a apresentar relação po-sitiva com a variação da Selic apenas quando as variações na taxa Selic passam de certa magnitude (no caso, o limite Gráfico 9_Relação funcional entre variação da Selic (positiva) e inflação Fonte: Elaboração própria parece ser variações da taxa Selic anualizada acima de 2,5 p.p., que ocorre após o período 15). Esse resultado, que muitas vezes é referido como “pri-ce puzzle”, uma vez que a teoria convencional espera que aumentos na taxa básica de juros devam diminuir a infla-ção, pode ser explicado pela ideia de que os custos finan-ceiros e/ou as margens de lucro têm relação positiva com a taxa de juros, conforme discutido na seção 2 deste artigo.19 Nesse caso, o que parece é que apenas variações mais fortes na Selic atingem os custos financeiros e a taxa de juros de longo prazo de maneira forte e com consequências para o repasse nos preços. Da mesma maneira, os resultados em termos de infla-ção estimada quando a variação da taxa de juros Selic evolui de maneira negativa (partindo de zero) mostram também que, apenas a partir de diminuições mais fortes da taxa de juros, a inflação começa a declinar, conforme observado no Gráfico 10. Por fim, dois pontos que precisam ser mais bem escla-recidos: um sobre a questão das expectativas inflacionárias e outro sobre o hiato do produto como medida das pres-sões de demanda. 290 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
  • 13. Gráfico 10_Relação funcional entre variação da Selic (negativa) e inflação Fonte: Elaboração própria Com relação às expectativas inflacionárias, cabe fazer uma pequena discussão sobre o motivo da não inclusão des-sa variável para explicar a inflação brasileira. Um questio-namento que pode surgir ao se colocar apenas a variável de inflação defasada é que as expectativas não estão sendo incorporadas no modelo para explicar a inflação brasileira. Fizemos, porém, o teste da inclusão no Modelo 4 de uma variável de expectativa inflacionária (medida pela pesqui-sa Focus, inflação esperada 12 meses à frente),20 e notamos que essa variável não melhora o modelo (O R2 sem expec-tativa era de 0.91 e ficou em 0.90). Além disso, as relações que tínhamos encontrado das outras variáveis no Modelo 4 não mudaram. Uma possível explicação para esse resulta-do pode ser devido ao fato de que encontramos forte corre-lação (de 0.89) entre a expectativa inflacionária e a inflação defasada (t-1), o que está de acordo com outros resultados encontrados em trabalhos sobre essa questão (Silva Filho, 2006; Guillén, 2008) e com as proposições teóricas discuti-das na seção 2 deste artigo (ver notas de rodapé 5 e 6). No que concerne ao Filtro HP como medida das pres-sões de demanda, é fato que tal dispositivo é usado em gran-de parte dos trabalhos empíricos sobre a inflação (e o pro-duto potencial) no Brasil. Por isso, usamos neste primeiro trabalho de estimação dos determinantes da inflação pelo método das Redes Neurais tal dispositivo, até para dialogar com outros trabalhos que usam métodos lineares. Todavia, existe uma versão na literatura novo-keynesiana mais re-cente que busca medir as pressões de demanda pela evolu-ção do custo marginal real. Segundo essa visão, o hiato do produto só seria uma boa medida de pressão de demanda se estiver relacionado com a evolução do custo marginal real. Cabe ressaltar que no Brasil existe um trabalho que analisa a relação entre inflação e custo marginal real (Nu-nes, 2008). Nesse trabalho, os resultados não parecem ser muito favoráveis a esse indicador, uma vez que a série gera-da de custo unitário real cresce na maior parte do período a taxas muito menores que a taxa de inflação. Graças a esse fator e também a outros problemas teóricos relacionados à curva de Phillips Novo-Keynesiana (ver Gordon, 2011), consideramos que esse método requer atenção especial e deixaremos tal estimação para um trabalho posterior. 6_Considerações finais Neste artigo, buscamos contribuir para o debate sobre a di-nâmica da inflação brasileira recente e suas causas, utilizan-do um método de estimação que capta, além das relações lineares entre as variáveis, possíveis não linearidades. Dessa forma, podemos avaliar alguns resultados controversos ob-tidos na literatura empírica que utilizam métodos lineares de estimação. O principal resultado deste artigo é mostrar que parece haver relações não lineares entre as variáveis selecionadas e a inflação, que apontam na direção de entender possíveis resultados controversos na literatura empírica. No que tan-ge ao hiato do produto medido pelo filtro HP, observou-se que a relação com a inflação é não linear e cíclica, ou seja, Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 291
  • 14. às vezes hiatos do produto mais altos geram mais inflação e às vezes menos. Isso ajuda a explicar por que os métodos lineares encontram parâmetros com sinais diferentes e às vezes estatisticamente não significativos para a relação entre hiato do produto e inflação. Ou seja, dependendo do recorte amostral, uma aproximação linear para uma relação não li-near dessa maneira produzirá relações positivas, negativas ou nenhuma relação definida entre hiato do produto e in-flação (além de que a própria série do hiato muda à medida que novas observações são incorporadas). Esse resultado parece estar muito ligado à maneira como o hiato é esti-mada pelo filtro HP. No que diz respeito à inflação importada e à variação da taxa de juros, mostramos que essas variáveis mostram rela-ções mais definidas com a inflação e com justificativa teórica pela via da inflação dos custos. Os resultados mostram ain-da não linearidades entre essas relações. Por fim, a inércia inflacionária é importante, e o modelo não parece melho-rar com a incorporação da variável de expectativas junto com a inércia para explicar os determinantes da inflação. Notas sempre backward-looking, podem-se introduzir diversas defasagens da inflação na curva de Phillips; o importante é que a soma das defasagens seja igual a 1 (ver, por exemplo, Gordon, 1997). Outra maneira é conceber uma curva de Phillips híbrida, em que a inflação é em parte backward looking e em parte forward looking (introduz-se, assim, implicitamente uma variável de expectativas inflacionárias na curva de Phillips). Nesse caso, a soma dos parâmetros das defasagens com o parâmetro das expectativas deve ser igual a um. Contudo, em razão do fracasso empírico desta última forma (Fuhrer, 1997; Eller; Gordon, 2003) e por causa da simplicidade de apresentação da equação (2.1), optou-se pela apresentação backward looking da curva de Phillips. 6 Um argumento comum contra a curva de Phillips backward looking é que essa não incorporaria as expectativas inflacionárias. Todavia, como as expectativas inflacionárias em geral são revistas pelo próprio andamento da inflação passada recente, e, logo, é difícil sustentar que as expectativas são exógenas, uma boa aproximação para as expectativas inflacionárias é a própria inflação ocorrida no passado. Portanto, parte da explicação da inflação passada incluída na curva de Phillips é a própria expectativa inflacionária do tipo adaptativa. Outra parte da explicação da inflação passada incluída na equação é a própria 1 Nesse estudo original, segundo Palumbo (2008), já estava presente a ideia de que as instituições, o poder de barganha dos trabalhadores e a inflação dos produtos importados podem influenciar a relação entre desemprego e inflação salarial. 2 Para uma diferença entre os efeitos sobre o nível de preços, taxa de inflação e aceleração da inflação, ver Serrano (2007). 3 Lavoie (2006) diz que o Modelo do Novo Consenso é apenas uma variante do monetarismo de Friedman. 4 Estamos aqui apresentando a versão mais simples, prática e voltada para a política econômica do modelo do Novo Consenso, e não a versão com microfundamentos. 5 Na verdade, existem diversas maneiras de conceber o caráter aceleracionista, e supor que o parâmetro da defasagem a = 1 é a maneira mais simples e didática No caso em que a inflação seja estrutura de produção de uma economia capitalista com cadeias produtivas e estrutura do tipo insumo-produto, além da presença de contratos, que reajustam preços e salários, segundo um índice de inflação defasada. 7 Ver Summa (2010a), cap.1. 8 Fair (2000) mostra que a estimação da curva de Phillips aceleracionista, para os EUA, não é uma boa aproximação para a dinâmica atual do processo inflacionário e propõe um modelo com índice de preços e de salários, visto que a relação entre nível de preços e salários com o desemprego explica melhor a dinâmica inflacionária. 9 Como mostram Serrano (1986), Ros (1989) e Lara (2008), o parâmetro “a” da curva de Phillips é maior ou menor, dependendo do estado do conflito distributivo. Braga (2006) argumenta que, com a diminuição do acirramento do conflito distributivo nos EUA, a partir da década de 1980, o parâmetro “a” caiu consideravelmente e ficou menor que um. Setterfield e Lovejoy (2006) e Pollin (2002) mostram que, ao incluir explicitamente na equação da inflação variáveis que captem o grau do conflito distributivo, o parâmetro “a” tem seu valor diminuído. 10 O trabalho também conclui o mesmo para o caso em que as expectativas são incorporadas na curva de Phillips, além de mostrar que a inflação defasada 292 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
  • 15. é correlacionada com as variáveis de expectativas utilizadas nas regressões. 11 Mesmo argumento aparece em Serrano (2010), sem estimativas, mas utilizando um gráfico para mostrar a relação. 12 O bias tem o efeito de aumentar ou diminuir a entrada líquida da função, dependendo se ele é positivo ou negativo, respectivamente. 13 Note que não é objetivo deste artigo utilizar o método de Redes Neurais para fazer previsão, apesar de os autores acharem interessante que seja feito em um trabalho posterior. Nesse sentido, não usaremos, por exemplo, a metodologia de Stock e Watson (1998), que busca comparar qual o melhor método de estimação para os propósitos de previsão. 14 Empregamos dados mensais, uma vez que, apesar do fato de que esses dados possuem mais ruídos, a amostra ficaria muito pequena com dados trimestrais para realizar boas estimativas de Redes Neurais. 15 É importante notar que esse modelo inclui, além das pressões de demanda, a “inflação importada”. Incluímos a inflação importada, visto que ela melhorou os resultados, já que o modelo estimado segundo a equação (2.5), relacionando hiato do produto (ou desemprego) com apenas a variação da inflação, apresentava resultados ainda piores. taxa real de juros e amplificar a pressão inflacionária de demanda, e assim a inflação continua aumentando. Do ponto de vista empírico, Castelnuovo e Surico (2006) identificam a causa desse paradoxo o fato de ter havido mudança na condução da política monetária nos EUA pós-Volcker (ou pós-meta de inflação no Reino Unido), sendo esse um fenômeno em razão de respostas fracas do FED pré-Volcker (e do BC do Reino Unido antes da meta de inflação), que não conseguia operar uma política de aumentos da taxa real de juros na magnitude necessária. Segundo tal visão teórica, os resultados encontrados nos Gráficos 9 e 10 deste artigo poderiam refletir apenas o fato de que não sabemos se a variação da taxa nominal de juros tem como contrapartida uma variação real da taxa de juros no mesmo sentido. Sobre isso é importante notar que o nosso resultado mostra relação sempre positiva entre variação da taxa Selic e inflação. Do ponto de vista da crítica empírica, cabe notar que a amostra da inflação e a variação da taxa Selic neste artigo compreende o período pós-sistema de metas de inflação no Brasil, e, portanto, não parece haver motivos para crer que o Banco Central tenha se comportado de maneira diferente em reposta à inflação nesse período. 20 Utilizamos a inflação anual prevista para 12 meses à frente por considerar que essa medida é a mais próxima e exógena possível. Isso porque infelizmente os dados 16 Os mesmos resultados são obtidos utilizando o hiato do desemprego em vez do hiato do produto. 17 Utilizamos para simulações valores compatíveis com os dados das séries. Na amostra, a inflação mensal tem valor mínimo de 0,05 e máximo de 2,29; o hiato do produto tem valor mínimo de -18,12 e máximo de 9,26; a inflação importada mensal tem valor mínimo de -11,7 e máximo de 15,7; e a variação da taxa Selic mensal anualizada tem valor mínimo de -4,7 e máximo de 4,3. Iniciamos sempre com a variável exógena, começando com o valor zero em nossas simulações. A inflação defasada (Gráfico 3) inicia em zero e aumenta 0,01 a cada período. Nos Gráficos 4 e 5, a inflação importada inicia em 0 e aumenta (diminui) em 0,01 a cada período. Nos Gráficos 6,7 e 8, o hiato do produto inicia em zero e varia 0,25 a cada período. Por fim, nos Gráficos 9 e 10, a taxa Selic inicia em zero e aumenta (diminui) 0,15 a cada período. 18 Ver Barbosa-Filho (2005) para uma análise dos problemas relacionados ao cálculo do produto potencial pelo filtro HP. 19 Na literatura, o chamado “price puzzle” aparece como uma relação positiva entre a taxa de juros nominal e o nível de preços. A explicação teórica novo-keynesiana para esse fenômeno é que aumentos na taxa nominal de juros podem ser menores que a inflação e, portanto, diminuir a de expectativas inflacionárias dizem respeito à inflação anual, enquanto no nosso modelo a inflação é mensal. Assim, se utilizássemos expectativas de inflação anual para um mês à frente, por exemplo, esse dado levaria à inflação defasada que, de fato, ocorreu nos últimos 11 meses e que já estão incorporados na inércia do modelo. Buscamos dessa maneira utilizar a expectativa mais exógena possível em relação à inflação passada. Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014 Ricardo Figueiredo Summa_Leonardo Macrini 293
  • 16. Referências bibliográficas FERREIRA, A. B.; JAYME JR., F. G. Metas de inflação e vulnerabilidade externa no Brasil. ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA DA ANPEC, Anais do XXXIII Encontro Nacional de economia da ANPEC, 2005. FORESEE, F. D. HAGAN, M. T. Gauss-Newton approximation to Bayesian regularization. Proceedings of the 1997 International Joint Conference on Neural Networks, 1997. FRIEDMAN, Milton. The role of monetary policy. American Economic Review, 58, 1968. FUHRER, J. The (Un)Importance of forward-looking behavior in price specifications. Journal of Money Credit, and Banking, vol. 29, n. 3, 1997. GORDON, R. The time-varying NAIRU and its implications for economic policy. Journal of Economic Perspectives, Winter 1997. GORDON, R. The history of the Phillips curve: Consensus and bifurcation. Economica, 78, p. 10-50, 2011. GUILLÉN, D. Expectativas de inflação no Brasil: Racionais, adaptativas ou sticky information. Seminários IPEA, 2008. HAYKIN, S. Neural Networks: A comprehensive foundadtion. Prentice-Hall, 1998. ARAUJO, E. ; MODENESI, A. A importância do setor externo na evolução do IPCA (1999-2010): Uma análise com base em um modelo SVAR. ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 38., 2010, Salvador. Anais... Salvador, 2010. BARBOSA-FILHO, N. H. Estimating potential output: An analysis of the alternative methods and their applications to Brazil. Rio de Janeiro: IPEA, 2005 (Texto para discussão). BARBOSA-FILHO, N. H. Estimando e revisando o produto potencial do Brasil: Uma análise do filtro Hoddrick-Prescott com função de produção. In: GENTIL, D.; MESSENBERG, R. (Org.). Crescimento Econômico: Produto potencial e investimento. Rio de Janeiro: IPEA, 2009. BASTOS, C.; BRAGA, J. Conflito distributivo e inflação no Brasil: Uma aplicação ao período recente. ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, Anais do XV Encontro Nacional de Economia Política, São Luis do Maranhão, 2010 BISHOP, C. M. Neural Networks for pattern recognittion. Clarendon Press, Oxford, 1995. BLINDER, A. Is there a core of practical macroeconomics that we should all believe? American Economic Review, 1997. BRAGA, J. Raiz unitária, inércia e histerese: O debate sobre as mudanças da NAIRU na economia americana nos anos 1990. Tese (Doutorado em Economia da Indústria e da Tecnologia) – IE, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. BRAGA, J. O atual regime de política econômica favorece o desenvolvimento? Brasília, DF: CEPAL. Escritório no Brasil/IPEA, 2010. (Textos para Discussão CEPAL-IPEA, 16). CASTELNUOVO. E.; SURICO, P. The price puzzle: Fact or artefact? Bank of England. Working paper 288, 2006. ELLER, J. W.; GORDON, R. J. Nesting the New Keynesian Phillips curve within the mainstream model of U.S. inflation dynamics. Konferenzbeitrag, CEPR Conference “’The Phillips Curve revisited” in Berlin, 5.-7. June 2003. FAIR, R. Testing the NAIRU model for the United States. Review of Economics and Statistics, Feb. 2000. HOLLAND, M.; MORI, R. Dinâmica da Inflação no Brasil e os efeitos globais. Revista Economia, set./dez. 2010. LARA, F. Um estudo sobre moeda, juros e distribuição. 2008. 163 f. Tese (Doutorado em Economia da Industria e da Tecnologia) – IE, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. LAVOIE, M. A post-Keynesian view of parity theorems. Jornal of Post Keynesian Economics, Fall, 2000. LAVOIE, M. A post-Keynesian amendment to the New Consensus on monetary policy. Metroeconomica, vol. 57, n. 2, p. 165-192, May 2006. LEVENBERG, K. A method for the solution of certain problems in least squares. Quarterly of Applied Mathematics, 2, p. 164-168, 1944. LIMA, G.; SETTERFIELD, M. Pricing behavior and the cost-push channel of monetary policy. Review of Political Economy, 2010. MACKAY, D. J. C. Bayesian interpolation. Neural Computation, v. 4, n. 3, p. 415-447, 1992. MARQUARDT, D. An algorithm for least squares estimation of nonlinear parameters. SIAM J. Appl. Math., 11, p. 431-441, 1963. 294 Os determinantes da inflação brasileira recente: estimações utilizando redes neurais Nova Economia_Belo Horizonte_24 (2)_279-296_maio-agosto de 2014
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