1. E agora... Qual brinquedo comprar?
Carline Werlang Kraemer
Professora da Creche III
Dúvidas sobre qual brinquedo oferecer ao seu (sua) filho(a)? Leia o texto abaixo e
observe qual a intencionalidade dos diferentes brinquedos. Depois de decidido, é só
confeccionar ou comprar. Boa leitura!
O brinquedo se apresenta como um objeto de produção cultural colocado ao
alcance das crianças. Ele é seu parceiro na brincadeira. Um meio natural que possibilita
a exploração do mundo, através de objetos reais, que podem ser por ela manipulados. É
algo concreto, que se dispõe à ação.
Hoje os brinquedos reproduzem o mundo técno/científico, o modo de vida
atual e do futuro. Como exemplos desta afirmação, eles existem em grande quantidade
na sociedade. São brinquedos em modelo de aparelhos domésticos, naves espaciais,
bonecas, armamentos e robôs. A imagem representada ou embutida nestes brinquedos
não é apenas uma cópia idêntica da realidade existente, mas do que ela exige. Uma vez
que, numa observação rápida, notamos características como: tamanhos e formas
delicadas, simples, robustas, agressivas que incitam a violência ou bons, proporcionais
às diferentes idades e gênero do público ao qual é destinado. Desse modo, tanto o
fabricante quanto o consumidor produzem ou consomem com uma intencionalidade. E
nos questionamos antes de adquirir o produto sobre qual é a intenção do fabricante?
Será que é educativa? Ou compramos porque está na moda? Por que o colega do meu
filho também possui?
Para Almeida,
É preciso definir uma filosofia, uma prática diferente em relação aos
brinquedos [...] É preciso penetrar sua essência, é redefinir uma nova
prática, para que os pais, professores e educadores, de modo geral,
compreendam, recuperem o verdadeiro sentido desses “objetos” e eduquem
as crianças para isso (ALMEIDA, 1987, p. 39).
A necessidade de recuperar nos brinquedos o valor educativo é uma grande
preocupação de pessoas ligadas à Educação, como: escritores, pesquisadores, pais e
educadores.
2. O brinquedo educativo data dos tempos do Renascimento, mas ganha força
com a expansão da Educação Infantil, especialmente a partir deste século. É entendido
como recurso que ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa. O brinquedo
educativo materaliza-se:
Nos quebra-cabeças, destinados a ensinar formas, cores, e espaços;
Nos brinquedos de tabuleiro, que exigem a compreensão do número e das
operações matemáticas;
Nos brinquedos de encaixe, que trabalham noções de sequência, de
tamanho e de forma nos múltiplos brinquedos e brincadeiras, cuja concepção exigiu um
olhar para a educação infantil e a materialização da função psicopedagógica: móbiles,
destinados à percepção visual, sonora ou motora;
Nos carrinhos, munidos de pinos que se encaixam para desenvolver a
coordenação motora;
Na busca cultural da sua existência e a importância do mesmo para o
sujeito.
Na sua construção coletiva, com materiais recicláveis.
Nas parlendas, para a expressão da linguagem.
Nas brincadeiras envolvendo músicas, danças, expressão motora, gráfica
e simbólica.
A manipulação do brinquedo educativo leva a criança à ação e à
representação, a agir, imaginar, pensar, refletir e a conscientizar. O brinquedo não
possui regras explícitas, nem implícitas. É passível à ação do sujeito.
Além disso, não se pode esquecer que o brinquedo remete à linguagem da
infância e não dos adultos, que se identificam com este e aquele brinquedo; e, de
crianças que estão inseridas em um contexto social, econômico e cultural e, deve ser
objetivado para tal.
Bibliografia
ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação Lúdica. São Paulo: Loyola, 1987.