2. Teoria de Jean Piaget
De acordo com Piaget, o indivíduo (a criança)
aprende construindo e reconstruindo o seu
pensamento, assimilando e acomodando
suas estruturas. Esta construção do
pensamento, chamou de estágios: Estágio
sensório – motor, Estágio Simbólico e
Estágio Conceptual.
Segundo Piaget no estágio sensório-motor,
que vai do zero até os 2 anos de idade, inicia
o desenvolvimento das coordenações
motoras, a criança aprende a diferenciar os
objetos do próprio corpo , os pensamentos
das crianças está vinculado ao concreto.
3.
4. Teoria de Erik Erikson
Teoria do Desenvolvimento Psicossocial prediz que
o crescimento psicológico ocorre através de estágios e
fases.Depende da interação da pessoa com o meio que
a rodeia,atravessado por uma crise psicossocial entre
uma vertente positiva e uma vertente negativa. As duas
vertentes são necessárias, sendo essencial que se
sobreponha a positiva. A forma como cada crise é
enfrentada influenciará a capacidade para se
resolverem conflitos durante à vida. Esta teoria define 8
estágios:
Entre 0 a 2 anos de idade a criança passa por dois
estágios:
5. 1. Confiança X Desconfiança (até um ano de idade)
Durante o primeiro ano de vida a criança é dependente das pessoas que
cuidam dela, requer cuidado quanto à alimentação, higiene, locomoção,
aprendizado de palavras e seus significados, bem como estimulação
para perceber que existe um mundo em movimento ao seu redor. O
amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir que
tem segurança e afeto, adquirindo confiança nas pessoas e no mundo.
2. Autonomia X Vergonha e Dúvida (segundo e terceiro ano)
Neste período a criança passa a ter controle de suas necessidades
fisiológicas e responder por sua higiene pessoal, o que dá a ela grande
autonomia, confiança e liberdade para tentar novas coisas sem medo de
errar. Se, no entanto, for criticada ou ridicularizada desenvolverá
vergonha e dúvida quanto a sua capacidade de ser autônoma,
provocando uma volta ao estágio anterior, ou seja, a dependência.
6.
7. Teoria de Sigmund Freud
Considerado o pai da Psicanálise. Suas teorias polêmicas a respeito
de fenômenos como interpretação dos sonhos, sexualidade e
inconsciente ainda são alguns dos temas mais estudados e criticados
nesse campo de saber. Uma das mais conhecidas - as cinco fases do
desenvolvimento psicossexual da criança ,de acordo com Freud, as
crianças passam por cinco fases de desenvolvimento:
I – A fase oral (0 – 1 ano)
Desde o nascimento, Freud afirma que a primeira fase de
desenvolvimento de uma criança se concentra na região oral. Tendo
como principal foco a amamentação . A criança obtém prazer no
momento da sucção e sente satisfação com a nutrição proporcionada
pelo ato. Caso a amamentação fosse interrompida precocemente, o
autor afirmava que a criança teria atitudes não confiáveis ou
sarcásticas, enquanto aquela que for amamentada terá uma
personalidade confiante e ingênua. Com duração de um ano a um ano
e meio, a fase oral termina com na época do desmame.
II – A fase anal (1 – 3 anos)
Após receber orientações sobre higiene íntima, a criança desenvolve
uma obsessão para com a região anal e o ato de brincar com as
próprias fezes. Freud afirmava que a criança vê esta fase como uma
forma de se orgulhar das suas "criações", o que levaria à personalidade
"anal expulsiva". A criança poderia também propositadamente reter seu
sistema digestivo como forma de confrontar os pais, o que levaria à
personalidade "anal retentiva". Esta fase tem duração de um a dois
anos.
8.
9. O crescimento e o desenvolvimento são referencias para
todas as atividades de atenção à criança sob os aspectos
biológico, afetivo, psíquico e social. Uma das estratégias
adotadas pelo Ministério da Saúde, a partir de1984, foi a
de priorizar cinco ações básicas de saúde que possuem
comprovada eficácia (promoção do aleitamento materno,
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento,
imunizações, prevenção e controle das doenças diarreicas
e das infecções respiratórias agudas). Ações prestadas em
toda a rede básica de serviços de saúde da criança, com
destaque para a disseminação do uso do Cartão da
Criança. Favorecendo não só a cura e a prevenção de
doenças, mas também a valorização do papel das
pessoas, das famílias e da comunidade na melhoria das
condições de saúde e de vida. Nesse contexto, as normas
para o acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento foram gradativamente incorporadas às
atividades do PACS( Programa agentes comunitários de
saúde) e do PSF( Programa Saúde da Família).
10. O crescimento sofre influências de fatores
intrínsecos (genéticos, metabólicos e
malformações, muitas vezes
correlacionados, ou seja, podem ser
geneticamente determinadas) e de fatores
extrínsecos, dentre os quais destacam-se
a alimentação, a saúde, a higiene, a
habitação e os cuidados gerais com a
criança.
O planejamento familiar, a realização de
uma adequada assistência pré-natal, ao
parto e ao puerpério, as medidas de
promoção, proteção e recuperação da
saúde nos primeiros anos de vida são
condições cruciais para que o crescimento
infantil se processe de forma adequada.
11. Para crescimento linear é usado o termo
comprimento para crianças menores de 2 anos
de idade (criança deitada) e altura a partir dos 2
anos de idade (criança/adulto em pé). Fase em
que o organismo está mais exposto ás
agressões externas, onde as lesões são mais
extensas e mais graves. Exemplo típico são as
lesões do tubo neural que ocorrem nas quatro
primeiras semanas de vida e que dão origem às
malformações do sistema nervoso, das quais a
mais grave é a chamada espinha bífida. Na
velocidade do crescimento as diversas partes
do corpo apresentam diferentes ritmos de
crescimento. Assim, é que a cabeça no feto aos
2 meses de vida intrauterina representa,
proporcionalmente, 50% do corpo; no recém-
nascido representa 25% e na idade adulta 10%.
12. O crescimento é um bom exemplo da influência do meio
ambiente, por ex: sobre o crescimento de gêmeos
homozigóticos (portanto com a mesma herança e
potencial genético de crescimento):
Quando criados separadamente em meios diferentes, o
que cresceu em meio favorável tende a atingir sua meta
de crescimento determinada pelo seu potencial genético
enquanto o que foi criado em meio desfavorável, cresce
de forma inferior ao seu potencial genético.
Recursos materiais e institucionais com que a criança
pode contar (alimentação, moradia, saneamento, serviços
de saúde, creches e pré-escolas), cuidados gerais, como
o tempo, a atenção,o afeto que a mãe, a família e a
sociedade como um todo lhe ,definem a qualidade do
cuidado infantil .
13. O peso ao nascer o indicador que melhor retrata o
que ocorre durante a fase fetal é o peso de
nascimento da criança. Pesos ao nascer menor que
2.500 g podem ser decorrentes de prematuridade
e/ou déficit de crescimento intrauterino.
Recém-nascidos com menos de 2.500 g são
classificados,genericamente, como de baixo peso ao
nascer.Vários fatores podem influir negativamente
no crescimento intrauterino,sendo que, no nosso
meio, os mais importantes são: o fumo,o álcool e
outras drogas, a hipertensão arterial, as doenças
infecciosas crônicas, as doenças sexualmente
transmissíveis, o estado nutricional da gestante, o
curto intervalo interpartal (menor do que dois anos),
a elevada paridade, a idade materna (<19 anos e
>35 anos), a gestação múltipla e as anomalias
congênitas. Por essa razão, são chamados fatores
de risco para baixo peso ao nascer (<2.500g).
14. Outros bebês podem ser grandes para a sua idade
gestacional (GIG), como ocorre com bebês filhos de
mães diabéticas. A velocidade de crescimento pós-
natal é particularmente elevada até os dois primeiros
anos de vida com declínio gradativo e pronunciado
até os cinco anos de idade.
Durante os dois primeiros anos de vida, o déficit de
crescimento ocasionado pela desnutrição é
reversível. Após essa idade, nota se que o fenômeno
do crescimento compensatório, apesar de ativado,é
bem menos intenso. Essa grande vulnerabilidade
biológica faz com que seja extremamente importante
o acompanhamento sistemático do crescimento da
criança nessa fase da vida. Atividades de
recuperação nutricional devem priorizar crianças
menores de 24 meses,para permitir uma total
recuperação e prevenção de problemas futuros. Pois
as causas que afetam o crescimento também podem
afetar o desenvolvimento.
15. Importância da Amamentação
Envolve a ligação da criança com a mãe, benefícios na saúde
física ,no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança,
como repercussões para a saúde física e psíquica da mãe.
Até os seis meses de vida a mãe deve dar o peito sempre que a
criança quiser, não é necessário dar outra comida ou líquido.O
leite materno já contém tudo que o bebê precisa nessa idade, na
quantidade, temperatura e condições de higiene ideais.
• 6 a 7 meses
A Organização Mundial da Saúde recomenda aleitamento
materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros
seis meses. A mãe pode continuar amamentando , dando o peito
até 3 vezes ao dia. Assim como nenhuma criança começa a
andar antes de estar pronta, nenhuma criança deveria ser
desmamada antes de atingir a maturidade para tal. Quando uma
criança é forçada a entrar em um estágio antes de estar pronta,
corre o risco de afetar o seu desenvolvimento emocional
futuramente. Á partir dos seis meses a criança já esta
preparada para começar a receber outros alimentos, aos
poucos a mãe pode oferecer o peito antes de cada comida até
substituí-lo totalmente. Á partir daí é tempo de começar a dar
outros alimentos,sendo introduzida aos poucos, purês e papas
de frutas e legumes. A criança deve ser estimulada a sua
independência como tocar os talheres, manipular a comida,
leva-los a boca.Sopas e mingaus ralos não sustentam a criança.
16. Aspectos neurológicos
Do ponto de vista biológico, o desenvolvimento neurológico
inicia-se desde a concepção. Do ponto de vista da
maturação, acontece através de etapas previsíveis e pré-
determinadas, no sentido céfalo caudal e do centro para a
periferia.
As interações do indivíduo com o seu meio ambiente
modelam, ao longo de sua vida (incluindo a
intrauterina),tanto a estrutura como o funcionamento do
seu sistema nervoso central (SNC) o qual, por sua vez,
cresce e se desenvolve com grande velocidade, nos
primeiros anos de vida. No caso do SNC, a maioria das
suas células é adquirida até os seis meses de vida
extrauterina. Como consequência, o SNC é muito
vulnerável durante a gestação, o parto, o período pré-natal
e os primeiros anos de vida. Aos 2 anos, o tamanho da
cabeça da criança é praticamente o mesmo que terá na
idade adulta .
17. Desenvolvimento
Período sensório-motor (0 a 2 anos): o
desenvolvimento ocorre a partir da atividade reflexa
para a representação e soluções sensório-motoras dos
problemas. Transformação complexa, contínua,
dinâmica e progressiva, Inclui,além do crescimento, a
maturação, a aprendizagem e os aspectos psíquicos e
sociais.
Desenvolvimento Psicossocial
É o processo de humanização que inter-relaciona
aspectos biológicos, psíquicos, cognitivos,
ambientais,socioeconômicos e culturais, mediante o
qual a criança vai adquirindo maior capacidade para
mover-se, coordenar, sentir, pensar e interagir com os
outros e o meio que a rodeia; em síntese, é o que lhe
permitirá incorporar-se, de forma ativa e
transformadora, à sociedade em que vive .
18. Desenvolvimento Neuropsicomotor
Sofre a influência contínua de fatores intrínsecos e
extrínsecos que provocam variações de um indivíduo
para outro e que tornam único o curso do
desenvolvimento de cada criança.
Os fatores intrínsecos determinam as características
físicas da criança, a cor dos seus olhos e outros
atributos geneticamente determinados. O bem-estar
emocional da mãe também influencia de forma
significativa o bem-estar do feto, embora esse tipo de
influência nãofuncione, necessariamente, como causa
direta de problemas de desenvolvimento ulteriores.
Os fatores extrínsecos começam a atuar desde a
concepção, estando diretamente relacionados com o
ambiente mãe e criança ,após o nascimento, os
cuidados que lhe são dispensados pelos pais, o
carinho, estímulos e alimentação passam a fazer
parte significativa no processo de maturação.
19. Indicadores de Risco
Dos 29 dias aos 2 anos de idade:
Preocupação/suspeita dos pais com relação ao
desenvolvimento da fala, linguagem ou audição
Meningite bacteriana e outras infecções
associadas com perda auditiva neurossensorial
Traumatismo crânio-encefálico acompanhado de
perda de consciência ou fratura de crânio
Estigmas ou sinais de síndromes associadas a
perdas auditivas condutivas e/ou neurossensoriais
Medicamentos ototóxicos
Otite média de repetição/persistente, com efusão
por pelo menos 3 meses.
20. A criança não nasce sabendo enxergar, ela vai aprender assim como
aprenderá a sorrir, falar, engatinhar e andar. Para isso, as estruturas do
olho precisam estar normais, principalmente as que são transparentes.
O “Teste do Olhinho” pode detectar qualquer alteração que cause
obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma congênito e outros
problemas – cuja identificação precoce pode possibilitar o tratamento no
tempo certo e o desenvolvimento normal da visão.
É um exame simples, rápido e indolor, que consiste na
identificação de um reflexo vermelho, que aparece
quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. O
fenômeno é semelhante ao observado nas
fotografias. Para que este reflexo possa ser visto, é
necessário que o eixo óptico esteja livre, isto é,
sem nenhum obstáculo à entrada e à saída de luz
pela pupila. Isso significa que a criança não tem
nenhum obstáculo ao desenvolvimento da sua
visão.
21. Teste da Orelhinha
Exame realizado por uma fonoaudióloga, na
maternidade, aproximadamente 48 horas após o
nascimento. Duração de 3 a 5 minutos, realizado
preferencialmente com o bebê dormindo.
Não tem nenhuma contraindicação e não exige
nenhuma intervenção invasiva. Detecta perdas
auditivas em recém-nascidos através de um
pequeno fone de ouvido, são emitidos sons de
fraca intensidade no canal auditivo. As células
ciliadas externas da cóclea ("caracol" do ouvido)
captam estes estímulos auditivos e mandam uma
resposta de volta para o canal auditivo. Esta
resposta é amplificada e registrada. Se o bebê
passar no teste significa que há integridade das
células ciliadas externas da cóclea e,
consequentemente o bebê está escutando bem. Se
o bebê falhar no teste deverá ser reavaliado após
15 dias. Se falhar novamente no reteste, será
encaminhado ao médico otorrinolaringologista para
exames complementares que diagnosticarão a
deficiência auditiva.
22. A palavra infante vem do latim infans, que
significa incapaz de falar.Geralmente, define o
período que vai do nascimento até
aproximadamente dos 2 aos 3 anos de idade,
quando a fala já se transformou em instrumento
de comunicação. Nessa fase, muitos eventos
ocorrem pela primeira vez: o primeiro sorriso, a
primeira palavra, os primeiros passos, o primeiro
alcançar de um objeto. A criança é um ser
dinâmico,complexo, em constante transformação,
que vem se apresentando pelo crescimento e
desenvolvimento. A capacidade de se comunicar
através da fala . envolve a competência auditiva e
a escuta, e o uso da fala e da linguagem. O
surgimento da fala é um dos aspectos importantes
no acompanhamento do bebê. A avaliação da fala
e linguagem sempre consta de qualquer escala ou
roteiro de avaliação do desenvolvimento da
criança;Neste momento é de extrema importância
desenvolver a evolução social . o homem vive em
uma estrutura social complexa e desde cedo o
bebê tem de se adaptar à mãe e aos outros.
23. Aspectos psíquicos
Diferentemente das estruturas biológicas, em que os
fatores congênitos são determinantes, o psiquismo do
ser humano se constitui no decorrer das
relações/trocas realizadas entre a criança e os
outros,desde os primórdios de sua vida. Em
decorrência dessa afirmação, ganha relevo a
participação daqueles que dela cuidam e fazem parte
do mundo da criança, especialmente os pais.
Devemos sempre considerar que uma família é
composta de crianças individuais cujas diferenças não
são apenas genéticas, mas também determinadas
pela maneira como cada uma delas se relaciona com
seus pais e com aqueles que a cuidam e como é
inserida no contexto das fantasias e crenças de sua
família e dos acontecimentos inesperados. Esse
contexto nunca é duas vezes o mesmo, e orienta o
desenvolvimento emocional único de cada criança .
24. Período Neonatal (0 a 28 dias de vida)
O filhote humano é um dos seres mais prematuros do reino
animal.Depende absolutamente de um outro para
sobreviver. Entretanto,isso não o torna um ser passivo e
sem vontade. Do ponto de vista da maturação, demonstra
capacidades surpreendentes, geralmente denominadas
competências do recém-nascido. A maturidade neurológica
do neonato são muito importantes, as respostas a estímulos
evoluem de reflexos generalizados, envolvendo todo o
corpo para ações voluntárias, definidas pelo córtex. São os
chamados reflexos corticais. Essa especialização permite à
criança passar de reações simétricas, involuntárias em
respostas ao meio ambiente(gritar, agitar os braços, dar
pontapés) para movimentos assimétricos voluntários, em
função de determinado estímulo. Essas funções nervosas,
ou reflexos conforme sua evolução, são divididas:
25. O Desenvolvimento do Bebê mês a mês
Em nenhum outro período da vida o ser humano faz tantas
conquistas motoras, mentais e sociais quanto nos primeiros anos.
Os pais ficam loucos por novidades, mas não adianta apressar os
passos dos bebês. Cada nova habilidade é o aperfeiçoamento de
uma anterior ou a combinação de outras já aprendidas. Segue
uma sequencia predeterminada porque quem comanda esse
espetáculo é o cérebro, e seu amadurecimento se dá em etapas.
Leva a criança a firmar a musculatura dos olhos, depois a
sustentar o pescoço, o tórax, até lá na frente ficar em pé. Esse
percurso tem a ver com a formação dos circuitos neurológicos,
que é induzida pela mielina, uma substância branca e gordurosa
que aos poucos recobre as células nervosas. Sua função é agilizar
o tráfego de impulsos nervosos entre as células para ativar as
sinapses, as conexões que permitem a comunicação entre os
neurônios. Quando isso acontece, os estímulos fazem diferença.
Um neurônio pode fazer sinapses com outros dois se a criança
não for estimulada. Se for, é capaz de se conectar com outros dez.
O interesse, o afeto, os cuidados com o bebê são estímulos
naturais sempre renovados pelos avanços da criança, que
provocam novas respostas. Acompanhe a seguir como tudo isso
acontece:
26. Primeiro mês
Nesse início de vida, o bebê não controla nem a musculatura dos olhos.
De todos os seus sentidos, a visão é a menos desenvolvida, por não ter
sido exigida durante a gestação. No recém-nascido, seu alcance é de 20
a 30 centímetros, mais ou menos a distância entre o rosto do bebê e o da
mãe na hora da amamentação. A criança não consegue focalizar objetos
além dessa medida. As imagens são embaçadas e duplas porque as duas
retinas ainda não estão unidas. O bebê é míope, o olhar do bebê é
atraído por objetos em movimento e de cores contrastantes, como preto e
branco. Aos 6 meses, a visão estará quase igual à de um adulto. A
audição do recém-nascido, ao contrário, é tão boa quanto a dos pais,
porque começa a se desenvolver a partir do quinto mês de gestação. O
feto escuta os movimentos dos órgãos maternos. A batida do coração da
mãe gera ruídos que podem alcançar 95 decibéis. Tanto barulho quanto o
de um helicóptero em pleno voo. Por isso, com apenas 3 dias, o bebê
reconhece a voz da mãe e, em 20, emite sons em resposta ou vira a
cabeça em direção ao barulho. Com 1 mês, ele registra a sequencia de
palavras e, com 8 semanas, será capaz de demonstrar preferência pelo
idioma materno. O paladar do recém-nascido também é aguçado. "Ele
tem capacidade de distinguir o salgado, azedo, amargo e doce. Gosta
mais do último", diz a pediatra Rosa Resegue. Segundo ela, logo nos
primeiros dias o bebê reconhece o leite materno entre o de outros seios.
Nesse início, pode mamar cerca de dez vezes ao dia e dormir de 20 a 22
horas. A alimentação e o sono entram aos poucos na rotina. Acordado, o
bebê parece estabanado e assustado em seus movimentos. Ele não os
controla, são reflexos involuntários.
27. Segundo mês
Um dos grandes marcos desse período é o sorriso social.
Indica que o desenvolvimento psíquico e afetivo da criança
está indo bem. É um fenômeno curioso, porque independe do
olhar e da receptividade dos pais. Crianças cegas e surdas
também têm esse sorriso. Além do sorriso, o bebê de 2
meses já consegue levantar o queixo, sinalizando que o
controle da musculatura do pescoço está avançando. Tem
também o reflexo de virar o rosto de lado se colocado de
bruços quando acordado. Outros reflexos, como o de
estender o corpo para trás se for subitamente levantado e o
da marcha, começam a ser inibidos, porque o domínio sobre
os movimentos aumenta. A visão – as duas retinas se fundem
– permite ao bebê fixar e acompanhar objetos e pessoas. Ele
enxerga a mãe de outro modo. Não apenas o contorno do
rosto, como era antes. Vê detalhes, o nariz, a boca, os lábios.
É capaz de reconhecer o pai, os avós, a babá. Nessa fase, é
importante dar continuidade ao calendário de vacinas,
orientado pelo pediatra. É que elas também dependem do
desenvolvimento do bebê. Têm datas para ser ministradas
porque o tecido que produz a imunidade do bebê, o linfoide,
possui uma determinada velocidade de crescimento.
28. 3º terceiro mês
A boca é o principal instrumento do bebê para conhecer o mundo. Ela
discrimina consistência, volume, texturas dos objetos, das pessoas e
até das partes do corpo do bebê. Ele ainda não leva o pé à boca, mas
as mãos são saboreadas junto com brinquedos moles que já consegue
pegar. Os movimentos reflexos continuam a diminuir. O da marcha, por
exemplo, é trocado pela tentativa voluntária de ficar apoiado nas duas
pernas quando colocado em pé. A coluna está mais ereta. No final do
terceiro mês, o bebê consegue erguer bem a cabeça, o tronco, esticar
os braços e movimentar a cabeça à procura de objetos e sons. O
padrão de sono muda. A criança dorme 16 horas por dia. Ainda é
bastante e existe uma razão. O bebê precisa disso tudo de sono para
não consumir calorias a mais do que as necessárias, já que o seu
metabolismo trabalha loucamente e, ao dormir, o bebê controla seu
desenvolvimento. A atividade cerebral do bebê nesses momentos é
intensa pela quantidade de informações que são registradas. Em
atividade, os movimentos do bebê avançam. Ele começa a virar o
corpinho para o lado. Já tem noção de profundidade desde que nasce,
mas não de perigo, que é algo a ser aprendido. Por isso, cuidado com
as quedas. Do terceiro para o quarto mês aparecem os
balbucios,quando os pais conversam com os filhos, eles respondem
com sons e entonação como se estivessem mantendo um diálogo.
29. Quarto mês
O bebê passa a dormir praticamente a noite inteira. Durante o dia está
mais ativo. Sorri bastante. A boca continua sendo o centro do
conhecimento. Ele segue objetos visualmente até 180 graus. Tenta
pegar brinquedos suspensos e pode passá-los de uma mão para outra.
De bruços, fica cada vez mais com a cabeça firme e equilibrada.
Começa a erguer o tórax. As mãos devem se abrir, o que é um bom
sinal de desenvolvimento. Crianças com problemas cerebrais não
abrem o polegar, o quarto mês traz muitas novidades: o bebê chora
quando é deixado sozinho, gosta de brincar de esconde-esconde com
a mãe que tapa o rosto com as mãos, explora o corpo, pegando o pé
ou os genitais. Tocar os calcanhares indica que ele começa a usar a
musculatura da perna. Um treino que mais adiante será exigido no
engatinhar e no andar .A linguagem avança com a percepção de
sílabas e palavras. O bebê nota que os sons são acompanhados pelos
movimentos da boca de quem fala.
Quinto mês
O principal ganho desse período é girar a cintura. Deitada, a criança
primeiro joga a bacia para o lado, depois as pernas e então o corpo. "É
um girar desconectado do tórax. Significa que o fortalecimento da
musculatura atingiu a cintura", diz o pediatra Lembo. O bebê está perto
de sentar. Seus braços e pernas adquirem agilidade, não sossegam
durante o banho como os pais podem notar. Os bebês parecem
aproveitar esse momento para praticar movimentos rítmicos,
voluntários. Essa agitação ajuda a organizar o cérebro, formando
conexões entre as células e estabelecendo um padrão para quando
ele tiver força para engatinhar. Já fica em pé quando é seguro pela
cintura.
30. Sexto mês
O bebê começa a sentar com apoio de travesseiros e almofadas, porque tem o controle
total da parte torácica e da bacia. Os brinquedos precisam estar por perto. As tentativas
para pegá-los estimulam o aprendizado do equilíbrio. A criança interage mais com o
ambiente. Não gosta de ficar sozinha e sorri quando alguém conhecido vem em seu
socorro. Estica os braços pedindo colo. Deixa as pernas estendidas quando deitada de
bruços. A preensão palmar, antes reflexa, torna-se totalmente voluntária. O bebê pega os
objetos que deseja. Também chuta, se balança, se debate e bate, esfrega, arranha, se
inclina de modo rítmico e repetitivo. Com isso, manda estímulos para o cérebro, que se
organizam em informações para o futuro: engatinhar, ficar em pé e andar. O bebê rola
sobre si, indicando que o amadurecimento da musculatura está chegando nas coxas.
Cuidado com os tombos. O sono já virou rotina previsível. Ele dorme cerca de 14 horas,
incluindo as sonecas durante o dia. A qualquer momento, a partir de agora, pode soltar
um "mmmmmmmm", que, em geral, é interpretado como: "Ele disse mamãe".
Sétimo mês
Quando sentada, a criança coloca as duas mãos à frente do corpo, apoiadas no chão,
para ter uma base de sustentação maior. O equilíbrio ainda é vacilante. Se você mostrar
um objeto atraente, ela esquece das mãos, pega o brinquedo e tomba. "A queda manda
uma mensagem ao cérebro: as duas mãos não podem sair do chão ao mesmo tempo,
pelo menos por enquanto", diz o neuropediatra Vilanova. A coordenação motora se refina.
O bebê começa a usar o dedo indicador e o polegar para pinçar os objetos. Parece que
está escolhendo as coisas ou com nojo. O movimento se estenderá para o restante dos
dedos entre o oitavo e o nono mês. A melhora na pega indica que os ossos do bebê estão
endurecendo. Quando nasce, eles são flexíveis por terem mais água do que os dos
adultos. Entre o sétimo e o nono mês, a criança pode bater palma, mesmo que de forma
desengonçada. "Unir as mãos significa ter o controle do ombro e também ausência de
problemas cerebrais", diz Vilanova.
31. Oitavo mês
O poder de compreensão ganha contornos mais concretos. O bebê
pára uma atividade quando lhe dizem "não". Entende o significado dos
gestos e dos atos. Percebe, principalmente, que é um ser separado da
mãe, mas ainda precisa se assegurar de que quando ela some não
deixou de existir. As brincadeiras de esconder o ajudam nessa fase,
em que demonstrações de estranhamentos com outras pessoas são
comuns. Assim como quando estão no cadeirão e jogam um objeto no
chão. É outro reforço no entendimento de que as coisas vão e voltam,
além de experiências em que a criança aprende sobre distância, som e
força. Sua musculatura está mais dura e o equilíbrio, melhor. Ela senta
sem apoio e pega objetos próximos sem cair.
Nono mês
Engatinhar exige planejamento e logística. Qual perna levantar com
qual braço? Resolver aonde ir. Ampliam-se a capacidade e a
freqüência de tomar decisões por conta própria. Essa conquista
acelera o desenvolvimento intelectual dos bebês. No princípio é
engraçado. A criança poderá se arrastar com a barriga porque o
controle das pernas ainda não é total. Elas não são tão firmes quanto
os braços. Ou engatinhar de marcha a ré, por causa do peso da
cabeça, que representa 30% do tamanho do corpo. "Cuidado com
degraus", avisa a pediatra Tânia Shimoda. O dispositivo do medo,
inato, é acionado duas semanas depois de ela começar a engatinhar,
pela experiência ou pelos alertas dos pais.
32. Dez a Onze meses
O desejo de ficar em pé é incontrolável. Para
isso, o bebê precisa de três pontos de apoio –
duas pernas e um braço, dois braços e uma
perna ou dois pés e o apoio do tórax em algum
lugar. Ao ficar em pé, a dimensão de mundo da
criança se amplia. Os olhos de um bebê que
engatinha ficam a 22 centímetros do chão. Em
pé, a distância aumenta para, no mínimo, 50
centímetros, ou a altura dele. Muitos pais
colocam o filho no andador. Está errado. A
criança poderá ter quedas mais frequentes ao
andar porque não fortaleceu como deveria a
musculatura da perna.
33. Os reflexos
Para que se desenvolva completamente, é preciso
que todas as células nervosas estejam cobertas por
mielina (responsável pela transmissão de impulsos
nervosos do cérebro para o corpo). Sem a mielina a
conversa entre a cabeça e as mãos, por ex., fica na
base do impulso.
Mielinização: começa no 2°trim. de gestação,
atinge seu período mais intenso quando a criança
tem 8 meses e continua até o 2° ano de vida. Com
o cérebro em formação → as reações são
instintivas. Indicam que o cérebro está se
desenvolvendo e trabalhando de forma correta. Têm
função de ajudar a criança a perceber as fronteiras
entre o seu corpo e o mundo; Desaparecem quando
a maior parte das células está coberta de mielina.
Pelo 6° ou 7° mês , a conexão entre o corpo e o
cérebro melhora: bebê perde aquele “jeitão
estabanado”.
34. Avaliações reflexas – ficar atento no vigor
muscular:
Ex. : se o braço dele volta rapidamente quando
alguém estica.
Tão importante quanto ter reflexos é perdê-los.
O crescimento do perímetro cefálico e o
desaparecimento dos reflexos indicam que a
criança está cumprindo as etapas: vai primeiro
sentar, depois engatinhar – mesmo que seja um
pouquinho. Que ficará em pé, apoiado em algo,
para depois andar. E que falará feito uma matraca
aos 2 anos. A falta dessa resposta indica uma
possível lesão neurológica que, dependendo do
tipo, pode ou não ter comprometimento no futuro,
como desenvolvimento motor e neurológico mais
lento.
35. Recém-nascido
Postura
Reflexo tônico-cervical
Com o RN deitado , girar a cabeça
para o lado, a criança tende a
estender este braço e dobrar o outro.
É chamado de posição de
esgrimista.
Costuma desaparecer no 3° mês.
36. Reflexo Motor
O bebê joga a cabeça para
trás, estica as pernas, abre
os braços e os fecha
depois.
Surge quando o RN se
sente desequilibrado ou
assustado por um ruído
forte
Some por volta do 2° ou 3°
mês.
Preensão palmar e plantar: o RN
agarra o dedo da mãe com força.
Esse reflexo ocorre nas mãos e nos
pés.O da mão costuma
desaparecer por volta do 3° mês. O
do pé continua até o 7° ou 8° mês.
Preensão plantar
Preensão palmar
37. Cutâneo plantar – sinal de Babinski
Caracteriza-se por uma extensão dos pododáctilos
em forma de leque, quando um firme estímulo táctil
(que não deve ser chegar a ser doloroso, nem
causar desconforto ou lesão na pele) é aplicado à
sola lateral do pé. Junto com a extensão do hálux,
os outros dedos do pé afastam-se entre si. A
presença do reflexo (extensão do hálux) é uma
reação normal em crianças até 2 anos de idade. Em
adultos indica lesão neurológica.
38. Sucção e busca pelo seio:
O RN abre a boca e suga o que aparece à sua
frente. Ao tocar qualquer região da boca, ele vira
o rosto para o lado estimulado. A busca pelo seio
desaparece por volta do 2° mês, quando o reflexo
de sucção passa a ser voluntário.
39. Pontos cardeais
Toca-se os cantos da boca ou lábios inferior e superior e a
criança vira a cabeça em direção ao toque como se
quisesse mamar.
40. Colocado de pé, com apoio nas axilas, ele
ergue uma perna dando impressão de estar
andando. É o primeiro a desaparecer. Some até
o fim do 1° mês.
Marcha
41. Teste chamado CLONOS: os pés são
empurrados para trás repetidas vezes.
A reação esperada é a de que os
pezinhos batam como se estivessem
acelerando um carro.
REFLEXO DE PROPULSÃO OU
REPTAÇÃO-
Consiste no deslocamento para adiante
de um RN em decúbito ventral quando
se faz apoio sobre a planta dos pés.
•Engatinhar
De bruços, o Rn
estica as pernas,
como se tentasse
rastejar, quando lhe
dá apoio nos pés.
Some por volta do 5°
mês.
42. Infância (segunda infância ou pré-escolar 02
anos)
Período caracterizado pelo aprimoramento das
habilidades até então adquiridas, em especial a
capacidade de comunicação, locomoção(andar e
correr com segurança, subir escadas, etc.),
manuseio de objetos e jogos simbólicos. É a idade
do explorar e do brincar. Embora essas funções
tenham certa autonomia neuromotora, elas não se
organizam, dependendo da atividade
centralizadora do psiquismo que possibilita suas
articulações numa direção determinada por cada
sujeito.Nessa perspectiva, se essa organização
psíquica falhar, uma criança pode adquirir, por
exemplo, a função da marcha , ou seja, começar a
andar mas não saberá para onde se dirigir, pode
começar a falar,mas não saberá fazer escolhas,
falar de si, fazer planos.A capacidade de
elaboração simbólica (falar de si, ser criativo na
linguagem, pensar sobre si mesmo) vai
gradativamente aumentando.
43.
44. Época dos jogos
simbólicos, ou seja, das
brincadeiras do faz de
conta., onde a criança é
capaz de fazer-se passar
por um outro, encenando
um personagem.
Ao brincar, a criança
transforma, de forma
criativa, aquilo que lhe é
estranho e inesperado
em experiências que
podem ser utilizadas por
ela para construir de
modo singular o seu
mundo e suas relações.
45. REFERÊNCIAS
FADIMAN, James & FRAGER, Robert .Teorias da Personalidade,
São Paulo, HARBRA, 1986.
FLEHMIG, I. Texto e Atlas do Desenvolvimento Normal e seus
Desvios no Lactente – Diagnóstico e Tratamento Precoce do
Nascimento até o 18o. Mês. São Paulo: Editora Atheneu,
2000.
FREUD, Sigmund. Resumo das Obras Completas. Rio de
Janeiro. São Paulo. Livraria Atheneu, 1984 t. Rio de Janeiro: Forense
Universitária.
PIAGET, Jean. A Vida e o Pensamento do Ponto de Vista da
Psicologia Experimental e da Epistemologia Genética. In.: Piaget
Fontes:Disponível em:
<http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer>.Acesso em 19
març.2017.