1. LETRAMENTO ACADÊMICO NA FORMAÇÃO DOCENTE
DO CURSO DE LETRAS-INGLÊS DA UEVA
Acadêmica: Biatriz Gomes Parente
Orientador: Prof. Dr. José Raymundo F. Lins Jr.
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
CENTRO DE FILOSOFIA, LETRAS E EDUCAÇÃO
CURSO DE LETRAS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Sobral - 2023
2. PONTO DE PARTIDA
Como o gênero Diário de Leitura (DL), enquanto
projeto de intervenção, pode ser utilizado como
atividade de letramento para desenvolver a criticidade e
a reflexividade sobre o ensino de línguas em alunos
cursando os Estágios Supervisionados do curso de
Letras-Inglês na Universidade Estadual Vale do Acaraú
(UEVA).
3. OBJETIVOS
Analisar como os saberes adquiridos nos componentes
curriculares são incorporados à prática docente, e como as
experiências e vivências desta prática são refletidas nos
enunciados produzidos pelos estagiários.
4. 2. A Formação Inicial De Professores De Línguas: Desidério e Realidade(s)
Desafios na Educação Básica: Déficits em
Leitura, Compreensão e Produção Textual
(RAVITH, 2011)
Tendência em Ignorar Déficits na Formação
de Letras (BAGNO, 2017; LINS JR., 2019)
O Diário de Leitura como ferramenta de
superação de Déficits Linguísticos e
Desenvolvimento Crítico-Reflexivo
5. 3. Letramento Docente e Saberes Docentes Na Formação De
Professores De Línguas
Letramento Docente e saberes necessários para a formação de professores de
línguas (TARDIF, [2002]2014; SOARES, 2009);
Saberes Docentes Específicos para Professores de Inglês: Questões Teóricas
Básicas (OLIVEIRA, 2014);
Categoria 1: relação entre os conhecimentos sobre o processo de
ensino-aprendizagem de língua inglesa e os saberes profissionais
Categoria 2: relação entre os conhecimentos sobre língua e
linguagem e os saberes disciplinares e curriculares
6. Uso de Diários de
Leitura e
abordagem de
multiletramento
(SOARES, 2009)
Pesquisa de
natureza
qualitativa e
interpretativista.
Analisar a
formação docente
em Letras -
Língua Inglesa
usando a ADD
(BAKNTIN,
2011; 2015)
Três
colaboradores
(A1, A2, A3)
acompanharam
estágios e
produziram 27
DLs.
Os dados foram
orientados a partir
das questões teóricas
de Oliveira (2014) e
Tardif ([2002],
2014).
4. Metodologia
7. Conexões e Intertextualidade
A autora dá prosseguimento expondo uma das
principais características que identificam o
ensino atual. Basicamente, houve a necessidade
de adequar — ou adestrar, termo mais utilizado
no texto — as novas gerações de alunos de
maneira a atender a demanda de uma sociedade
industrial e capitalista, de forma ainda mais
acentuada tendo em vista a situação do ‘pós-
guerra’ (E1DL#1-A1).
Desenvolvimento de Habilidades
Críticas
Podemos agregar à esse raciocínio a 'tirania da
urgência', onde Zaki Laï di (1999) fala: 'É por
isso que, na ausência de um pensamento sobre o
futuro, a urgência contribui para o destruir', e
isso fala para mim sobre a má construção e a
atuação desleixada de um plano, impulsionada
pela pressa em apresentar uma solução com
resultados para esse tal futuro (E1DL#3-A2).
5. O DIÁRIO DE LEITURA COMO PRÁTICA E EVENTO DE LETRAMENTO
ACADÊMICO
5.1 Conhecimento sobre língua e linguagem
8. 5.2 Conhecimento sobre a Língua Inglesa e o ensino
Precariedade do Ensino
A professora era formada em pedagogia
com habilitação em biologia. Lecionava
em nossa turma a maior parte das
disciplinas, inclusive língua inglesa
(E2DL#1-A3).
[...] às vezes não haviam professores
qualificados, ou os professores não davam
qualquer motivação, e até mesmo a
demora para se ter algo relativo ao ensino
de inglês - fosse bom ou não (E2DL#2-
A2).
Impacto na Motivação
dos Alunos
A decepção veio novamente quando
entendi que a professora não podia
avançar com os conteúdos porque o
nível de conhecimento em inglês dos
demais alunos era muito baixo ou nulo
(E2DL#1-A3).
Desafios na Formação
de Professores
As dificuldades encontradas na prática
docente e os métodos de ensino
fossilizados sob décadas de atuação
preservam a ideia de senso comum de
que o ensino de LE não é eficaz em
escolas públicas, e abordagens
‘inovadoras’ como a Abordagem
Comunicativa devem ser consideradas
e analisadas à luz desse contexto.
Entretanto, cabe aqui registrar
algumas reflexões que tive enquanto
pensava sobre o assunto, [...] esse
método é legal, mas não funciona [...]
o que me fez pensar que talvez seja
injusto julgar o exercício docente
contemporâneo com a régua de
teóricos alheios à nossa realidade
(E3DL#1-A1).
9. 1. Início com
perspectivas pouco
elaboradas,
evoluindo para
análises mais
maduras e
intertextualidade
evidente.
2. Apropriação de
teorias linguísticas
e educacionais,
correlacionando-se
com conceitos de
Oliveira (2014) e
Ghedin (2006).
3. Avaliação
Crítica das
Abordagens
Educacionais
4. Postura crítico-
reflexiva,
enfatizando a
importância de
"observação,
reflexão e ação" na
prática docente.
5.3 Resultados de uma pesquisa longitudinal
10. a nossa atitude deve ser regida pela “observação, reflexão e ação”,
independentemente de estarmos utilizando o pós-método ou qualquer outra
prática considerada tradicional e ultrapassada. A prática dessas três atitudes
conjuntas resulta, cedo ou tarde, em grande escala ou em menor escala, no
progresso da prática docente (E3DL#1-A1).
“Decidir é romper e, para isso, é preciso
correr o risco.’’ (FREIRE, 1996, p. 93).
11. REFERÊNCIAS
ABRAHÃO, Maria H.V. Algumas reflexões sobre a abordagem comunicativa, o pós-método e a prática docente.
EntreLínguas, Araraquara, v.1, n.1, p.25-41, jan./jun. 2015.
BAGNO, Marcos. Curso de Letras? Pra que? Blog da Parábola Editorial. São Paulo, 19 jun. 2017. Disponível em:
<https://www.parabolablog.com.br/index.php/blogs/curso-de-letras-pra-que-1>. Acesso em: 13. jan. 2023.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. (Trad. Paulo Bezerra.). São Paulo: Martins Fontes, 2011.
BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski. (Trad. Paulo Bezerra.). Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2015.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GHEDIN, Evandro. Professor reflexivo: da alienação da técnica à autonomia da crítica. In: PIMENTA; GHEDIN,
Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito, 4ª ed. Cortez Editora, 2006, p. 129-150.
LINS JR., José Raymundo F. Educação linguística e formação de professores de línguas crítico-reflexivos: uma análise dos
discursos de licenciandos do curso de Letras da UEVA. (Tese). Programa de Pós-Graduação em Linguística.
CCHLA/UFBA, João Pessoa, 2019.
12. LINS JR., José Raymundo F.; MORAES, Rozania. Produção escrita e letramentos acadêmicos: o diário de leitura e a
profissionalização de professores de língua inglesa. Revista Linguagem em Foco, Fortaleza, v. 15, n. 1, p. 52-74, 2023.
OLIVEIRA, Luciano Amaral. A logística da aula. In:_____. Aula de inglês: do planejamento à avaliação. São Paulo:
Parábola Editorial, 2015. p. 17 – 43.
OLIVEIRA, Luciano Amaral. Oito questões teóricas básicas. In: OLIVEIRA, L. A. Métodos de ensino de inglês: teorias,
práticas, ideologias. São Paulo: Parábola Editorial, 2014. p. 20-71.
PIMENTA, Selma Garrido. Formação de Professores: identidade e saberes da docência. In: Pimenta, S. G. (org) Saberes
Pedagógicos e Atividade Docente. São Paulo, SP: Cortez, 2002, 3 ed. 2002.
PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade teórica e prática. 3. ed. São Paulo: Editora
Cortez, 2005.
RAVITCH, D. Vida e morte do grande sistema escolar americano: como os testes padronizados e o modelo de mercado
ameaçam a educação. Trad. de Marcelo Duarte. Porto Alegre: Sulina, 2011.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 17ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, [2002]2014.