O documento discute a dança como forma de existência e compreensão do mundo. Argumenta que é necessário diálogo entre profissionais da dança e legisladores para fomentar a dança em sua multiplicidade e reconhecer aqueles dedicados a construir e ampliar a arte. Também reflete sobre a experiência da autora em um curso de dança, percebendo maturidade e questionamentos saudáveis apesar de dificuldades com a estrutura acadêmica.

1. DANÇO,LOGO EXISTO [?] [!] [X]
EU, CIDADÃ DANÇANTE
PROVOCO ACASOS
E INVETO MODOS
DE EXISTIR.
DIA DESSES TAVA PENSANDO...
ASSIM COMO QUEM NÃO QUER NADA, MAS JÁ
QUERENDO....
-É PRECISO ENTENDER MELHOR ALGUNS
SISTEMAS, MECANISMOS, MÍDIAS...
COMO POSSO EU NA MINHA IMCOPLETUDE,
SINCERIDADE E AMOR Á ARTE, ENCONTRAR
ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA EM MEIO A
ESTA SOCIEDADE ESTRANHA E PERVERSA EM
QUE VIVEMOS?
ACREDITA-SE EM LUTA
DIÁLOGO
INSISTÊNCIA
RE – EVOLUÇÃO
TRANSCENDÊNCIA DOS FATOS
AÇÕES DO TIPO: FAÇA VOCÊ MESMO
OU, COMO DIRIA MANOEL DE BARROS:
TRANSVER O MUNDO, COISIFICAR OS SERES E
DESENHAR PAISAGENS INVENTADAS
A dança pode ser entendida como um modo de existir e
compreender o mundo, potente ação comunicadora e de
extrema relevância na construção da identidade cultural
de uma sociedade. Construir diálogos consistentes entre
os profissionais desta área, e os agentes manipuladores
das leis que regem esta comunidade, se faz
extremamente necessário e urgente. Fomentar a dança
em sua multiplicidade de linguagens e fazeres, é
reconhecer a existência de pessoas que se dedicam a
construir dança e ampliar a possibilidade de que a arte
seja, provoque, comunique e sensibilize os seres.

2. Belo Horizonte 03/07/2015
Carta aberta ou pequena reflexão destinada ao curso de Licenciatura em Dança da UFMG
Ok, a instituição provoca coisas [boas ou ruins] no interior daqueles que se propõem a
desmistificar seus enrijecimentos e desbravar seus mares.
A cada dia que passo imersa dentro deste processo de estudos universitários, percebo
maturidade no meu ser. Vou recorrendo caminhos, ora suaves, ora intensos, dando o
tempo que as coisas precisam para serem o que são. Muito se aprende aqui, e
realmente percebo que para mim só é possível gozar este lugar, se eu puder
estabelecer relações diretas entre a chamada formação acadêmica e o tal do fazer
artístico (ainda bem que a cada instante estas fronteiras se dissolvem!) ... Bom, na
verdade escrevo essas palavras para registrar o fato de que, eu tenho dificuldades em
me adaptar aos modelos de grades curriculares, burocracias institucionais, e
desperdícios que a meu ver, existem dentro da UFMG.
No entanto, é de extrema relevância o fato de que, eu estou passando por essa
experiência e que tudo isso me desconstrói, me revira, e levanta questionamentos
saudáveis para a minha ação de estar no mundo.
Sendo assim, que bom! Gratidão aos que compartilham estes momentos comigo.
Um abraço a todos,
Flaviane Lopes (aluna de período indeterminado, foi sugada pelo devires tempo e se
desfez de amarras)