O título do filme se origina do nome do último álbum do rapper “AmarElo” – que se constitui pela junção do verbo no infinitivo “amar” e o substantivo “elo” que significa enlace, união. A ação de amar, portanto, seria o elo que nos liga enquanto humanidade.
2. O documentário “Emicida: AmarElo – É Tudo Pra Ontem” foi estreado
na Netflix em dezembro de 2020, dirigido por Fred Ouro Preto e
produzido por Evandro Fióti através da produtora Laboratório
Fantasma, em parceria com a Netflix. Narrado e protagonizado pelo
rapper Leandro Roque de Oliveira, o Emicida, a obra mostra os
bastidores do álbum AmarELo lançado pelo cantor em 2019 no
Theatro Municipal de São Paulo, revelando o processo criativo das
músicas, o critério de escolha dos convidados, entrevistas e todo o
sentido que sustenta a elaboração do álbum pautado na valorização
da história negra.
3. O título do filme se origina do nome do último álbum do rapper “AmarElo” – que se
constitui pela junção do verbo no infinitivo “amar” e o substantivo “elo” que significa
enlace, união. A ação de amar, portanto, seria o elo que nos liga enquanto
humanidade.
Emicida destaca a promoção do amor e da esperança como instrumento de
transformação e luta. A expressão “É Tudo Pra Ontem”, utilizada no título, refere-se à
urgência de uma reconstrução do modo como compreendemos e organizamos o
nosso passado para então, propor outras possibilidades de futuros e presentes. O
álbum AmarElo, assim como o documentário homônimo, são, portanto, arte política –
quando o artista assume com sua arte a busca por trazer indagações sobre o mundo
e a sociedade em que vivemos, bem como produzir efeitos na estrutura de poder
vigente.
4.
5. Sobre o documentário
● “O documentário joga luz numa parte da história do Brasil que foi
invisibilizada e a que nem os próprios brasileiros tiveram acesso”
● Ao falar da cultura hip hop, apresenta o rap como instrumento de
conexão entre as classes operárias e as ideias dos intelectuais
pretos brasileiros.
● Um “respiro”, um parêntese, diante de todas as mazelas que
estão em volta, uma reconquista à calma que foi roubada do povo
preto.
6. Sobre o documentário
Apresentar um quadro, uma composição sobre o Pensamento
Negro Brasileiro, refletindo a construção social do país, mais
especificamente sobre a cidade de São Paulo, enfatizando o lugar
da escravidão, das pessoas negras e da cultura hip hop nessa
narrativa: como protagonistas do processo.
7. Fragmentação do documentário em três diferentes atos:
I – Plantar = que significa semear, preparar a terra, organizar o terreno;
II – Regar = que significa cuidar, dedicar atenção, observar;
III – Colher = deixar crescer, ver florescer cada etapa em seu tempo.
8. O fim do sistema
escravocrata no Brasil
Lavoura de café no período
da escravidão
9. Imagem da pintura Redenção
de Cam do pintor Modesto
Brocos
Periferia paulista
15. Integrantes do MNU no show de lançamento do álbum AmarElo no
Theatro Municipal (SP) em 2019
16. Para que hoje a gente esteja neste lugar que foi negado aos nossos ancestrais,
muitas pessoas suaram e sangraram no caminho. Algumas pessoas, no auge da
ditadura militar, tiveram a coragem de se levantar contra o Estado brasileiro e seu
racismo assassino, e dizer que aquele país precisava reconhecer o protagonismo
das pessoas de pele escura na sociedade brasileira. Hoje, a gente tem algumas
pessoas aqui que estavam na escadaria do Theatro Municipal em 1978, lutando
contra o racismo. Pra mim, é mágico tá aqui, porque vocês estão aqui. Porque é
realmente uma conquista histórica a gente ocupar este lugar e gostaria de pedir que
se levantassem neste momento nossos irmãos e irmãs do MNU. [...] Muito obrigado.
Sem os sonhos de vocês, sem as lutas de vocês, nada disso seria possível
(EMICIDA, 2020, s. p.).
17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBADE, Joyce Barreto de Sá. “Pra que amanhã não seja só um ontem com um novo nome”–Documentário
“AmarElo È tudo pra Ontem”(2020): articulação entre Memória e Relações Étnicos-Raciais. 2022. Dissertação
de Mestrado.
PEREIRA, Suzane Macedo Souza. Tudo o que nois tem é nois: práticas de aquilombamento presentes no
documentário “Emicida: AmarElo–é tudo pra ontem” sob uma perpesctiva decolonial da psicologia. 2022.