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Cultura de Segurança do
Paciente: por onde começar?
Cultura de Segurança do Paciente:
por onde começar?
1. A complexidade do sistema de saúde e a
Segurança do Paciente.
2. O contexto brasileiro, o Programa
Nacional de Segurança do Paciente e a
cultura de segurança.
3. Por onde começar? A avaliação da cultura
de segurança em organizações de saúde.
1. A segurança do paciente e a complexidade
do sistema de saúde
“ Medicine was used to be simple, ineffective and
relatively safe. Now, it is complex, effective, but
potentially dangerous” (Sir Cyrril Chantler).
“ Medicine was used to be simple, ineffective and
relatively safe. Now, it is complex, effective, but
potentially dangerous” (Sir Cyrril Chantler).
1. A segurança do paciente e a complexidade do
sistema de saúde
Um a cada dez pacientes que recebem cuidados assistenciais
hospitalares sofre danos ou lesões decorrentes dos mesmos.
 EVENTOS ADVERSOS (Jha et al., 2010)
O risco
Andar de avião em vias aéreas comerciais é considerado
uma atividade segura.
 Risco de morte = 1 a cada 10.000.000 de decolagens
(Nível de segurança designado industrialmente → sigma 7)
 Tráfico rodoviário = sigma 4
 Alpinismo = risco de morte: 1 por mil
O risco
Nos hospitais, o risco de
morte por erro, em escala
global, é de 1 óbito a cada
300 internações (Nível de
segurança → sigma 3).
 Exceção para
anestesiologia → sigma 5
 Risco de sofrer um evento
adverso de qualquer tipo:
10% (1 a cada 10).
Fragata, 2014.
Andar de avião em vias aéreas
comerciais é considerado
uma atividade segura.
 Risco de morte = 1 a cada
10.000.000 de decolagens
(Nível de segurança designado
industrialmente → sigma 7)
 Tráfico rodoviário = sigma 4
 Alpinismo = risco de morte:
1 por mil
2. O contexto brasileiro,
o Programa
Nacional de
Segurança do Paciente
e a cultura de segurança
Principais eventos adversos evitáveis:
→ Infecções associadas aos
cuidados de saúde
→ Complicações cirúrgicas
e/ou anestésicas
→ Falha ou atraso
no diagnóstico/tratamento
→ Úlcera por pressão
→ Complicações decorrentes de
punção venosa
→ Quedas
→ Falhas no uso de
medicamentos
Mendes et al., 2013
MINISTÉRIO DA SAÚDE
↓
Programa Nacional de Segurança
do Paciente
 Portaria Ministerial no 529 de
1o de abril de 2013
RDC no 36 de 25 de julho de 2013
RDC nº 36 Artigo 6º
Dentre os princípios e diretrizes que os
Núcleos de Segurança do Paciente devem
adotar está:
→A DISSEMINAÇÃO SISTEMÁTICA DA
CULTURA DE SEGURANÇA
Comitê Internacional de Segurança Nuclear – INSAG, 1988.
Cultura de Segurança
Produto de valores, atitudes, percepções e competências
individuais e grupais que determinam o compromisso e o
estilo da instituição.
Organizações com uma cultura de segurança positiva são
caracterizadas por boa comunicação entre os profissionais,
confiança mútua e percepções comuns sobre a importância
de segurança e a eficiência de ações preventivas.
Cultura de Segurança
A cultura de segurança é uma característica comum
das organizações de alta confiabilidade, em que
uma preocupação constante acerca da segurança é
desenvolvida dentro da estrutura organizacional.
Os hospitais podem ser pensados como
organizações complexas?
Fatores presentes nas organizações de saúde que afetam
a segurança da prática clínica
 Tendência à responsabilização dos profissionais da linha de
frente, negligenciando as deficiências presentes nos sistemas de
saúde.
 Incidentes, quando reconhecidos, são considerados
“inevitáveis” [normalization of deviance].
 Crença de que os profissionais de saúde foram perfeitamente
treinados (longa e árdua formação = fazer corretamente).
 O cuidado clínico é tipicamente organizado de forma
hierárquica, o que faz com que a comunicação sobre segurança
seja suprimida.
 Pouca ênfase no aprendizado organizacional.
Estágios de evolução da cultura de segurança (adaptado de Hudson, 2003)
Patológica
A segurança é um problema causado pelos
trabalhadores
Reativa
Ações corretivas são tomadas após a ocorrência
de incidentes
Calculada
A segurança é gerenciada administrativamente
coleta de dados; melhorias impostas
Proativa
Funcionários tomam iniciativa para melhorar a
segurança – melhoria dos processos
Participativa
Participação de funcionários de todos os níveis –
a segurança é inerente ao negócio
Sem gestão, a
segurança pode
evoluir de maneira
errada
Aumenta a
confiança e a
responsabilidade
Cultura de segurança prevalente nas OAC e a cultura
dominante nas organizações de saúde
ORGANIZAÇÕES DE ALTA
CONFIABILIDADE
ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE
Crença em que algo pode sair
errado
Crença em que tudo vai dar certo
Foco sobre a confiabilidade do
sistema
Foco sobre a eficiência do sistema
Humildade para buscar entender e
aprender o que não se conhece
Crença em que se sabe tudo o que
se precisa saber
Comportamento que valoriza o
trabalho em equipe
Presença de elevados gradientes
de hierarquia entre os profissionais
Chassin & Loeb, 2011.
3. Avaliação da Cultura de Segurança nas Organizações
de Saúde
FERRAMENTA DE GESTÃO
 Compreender como os funcionários percebem a segurança
do paciente na organização.
 Identificar áreas/unidades cujas características da cultura
necessitam de melhorias.
 Avaliar a efetividade de ações implementadas para a melhoria
da segurança ao longo do tempo.
 Comparar dados internos e externos à organização.
 Priorizar esforços de fortalecimento da cultura.
Reis CT, Laguardia J, Martins M. Adaptação
transcultural da versão brasileira do Hospital Survey on
Patient Safety Culture: etapa inicial. Cad. Saúde Pública
2012; (28)11:2199-2210.
3.Avaliação da Cultura de Segurança nas Organizações de Saúde
Dois questionários validados e disponíveis
para uso livre no Brasil:
1. Hospital Survey on Patient Safety Culture
(HSOPSC) (AHRQ – Sorra e Nieva, 2004)
2. Safety Attitude Questionnaire (SAQ) (Sexton et al., 2006)
Carvalho KEFL, Cassiani SHB. Cross-cultural adaptation of the Safety
Attitudes Questionnaire – Short Form for Brazil. Rev. Latino-Am.
Enfermagem 2012; 20(3):575-82.
Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC)
Dimensões da Cultura de Segurança (escalas
de múltiplos itens)
Nível da unidade – 7 dimensões
 Expectativas do supervisor/chefe e ações
promotoras da segurança (4 itens)
 Aprendizado organizacional – melhoria
contínua (3 itens)
 Trabalho em equipe dentro das unidades (4
itens)
 Abertura da comunicação (3 itens)
 Retorno da informação e comunicação sobre
os erros (3 itens)
 Respostas não punitivas aos erros (3 itens)
 Adequação de pessoal (4 itens)
Nível hospitalar – 3 dimensões
 Apoio da gestão hospitalar para a segurança do
paciente (3 itens)
 Trabalho em equipe entre as unidades
hospitalares (4 itens)
 Passagens de plantão/turno e transferências (4
itens)
Dimensões da Cultura de Segurança (escalas
de múltiplos itens)
Dimensões de resultado – 2 dimensões
 Percepção geral da segurança (4 itens)
 Frequência de notificação de eventos
(3 itens)
- Escores são obtidos para cada dimensão da cultura de segurança
Não se trata de uma medida de segurança; o instrumento avalia
as atitudes das pessoas com relação a isso.
Um baixo escore (ou percentual) sugere uma maior
probabilidade de a segurança estar comprometida.
O questionário fornece uma visão geral de grande valor para o
ambiente de segurança, bem como possibilita verificar onde
algo está errado. Isso permite uma investigação qualitativa
posterior complementar.
Uso de questionários para avaliar a cultura de segurança
Tipos de amostras
1. Amostra composta por uma única categoria profissional
 Coletar informações apenas de uma categoria profissional,
como, por exemplo, da enfermagem: você pode optar por
incluir todos os profissionais desta categoria profissional ou
um subconjunto de profissionais (por sorteio, dentro da
categoria profissional).
IMPORTANTE! Essa abordagem não é suficiente para
representar a visão de todo o staff do hospital.
Tipos de amostras
2. Amostra de setores específicos dentro do hospital, tais como:
Emergência, Farmácia, entre outros.
– A lista abaixo apresenta três exemplos de caminhos que podem ser
seguidos usando esta abordagem, listados na ordem da amostra mais
representativa para a menos representativa da população do
hospital.
 Um subconjunto dos funcionários de todos os setores do hospital
(amostra mais representativa)
 Todos os profissionais de alguns setores selecionados
 Um subconjunto de profissionais de alguns setores do hospital
(amostra menos representativa)
Tipos de amostras
3. Amostra mista
Inclui profissionais dos dois tipos de amostras abordados
anteriormente. Por exemplo, você pode estar interessado em
coletar informações de toda uma categoria profissional
(como a enfermagem) e somente um subconjunto dos
demais profissionais de cada setor do hospital.
• Usar uma combinação de tipos de amostra permite selecionar
uma amostra mais ampla ou selecionar diversos tipos de
staff na tentativa de representar melhor a diversidade da
população do hospital.
Quem deverá compor a sua amostra?
• Lembre-se de que o conjunto de profissionais do
hospital representa a sua população.
• O tamanho de sua amostra vai depender de quem você
quer investigar (quais profissionais, de quais áreas) e
dos recursos de que você dispõe.
• Enquanto os seus recursos disponíveis podem limitar o
número de funcionários a pesquisar, quanto mais
funcionários você investiga, maior a probabilidade de
representar adequadamente a sua população.
É IMPORTANTE DEFINIR O SEU OBJETIVO!
Quem deverá compor a sua amostra?
 Espere um retorno de 30 a 50% dos questionários
distribuídos. Por isso, o seu tamanho de amostra deve ser
em torno de 2 a 3 vezes o número de questionários que
você pretende receber de retorno.
Cultura de segurança do paciente
Comportamento clínico de relato de incidentes de segurança
(Braithwaite et al., 2010)
Redução de eventos adversos (Singer et al., 2009; Mardon et al., 2010)
Redução da mortalidade (Estabrooks et al., 2002; Sexton, 2002)
O National Quality Forum (Estados Unidos) recomenda a avaliação
sistemática da cultura de segurança, o feedback aos profissionais de saúde
e a aplicação de intervenções visando a melhoria desta cultura.
(Safe practices for better healthcare: a consensus report – 2010)
Fortalecimento da cultura de segurança em hospitais
 O compromisso das lideranças como componente fundamental
para difundir a ideia da necessidade de mudança de comportamento
e de cultura.
 Esse compromisso requer incorporar os princípios da alta
confiabilidade nas declarações da visão e missão da organização,
estabelecendo metas mensuráveis para monitorar a sua realização.
LIDERANÇA
Fortalecimento da cultura de segurança em hospitais
O trabalho em equipe efetivo é fundamental para a segurança do cuidado.
Os briefings e debriefings (reuniões pré e pós-realização de uma atividade)
e outras ferramentas de trabalho em equipe ajudam a estruturar a
comunicação e aumentam a previsibilidade.
A cultura de segurança deve envolver três imperativos que se sustentam
mutuamente: A CONFIANÇA, A NOTIFICAÇÃO E A BUSCA CONTÍNUA POR
MELHORIA.
TRABALHO EM EQUIPE
Fortalecimento da cultura de segurança em hospitais
A adoção de ferramentas robustas de processo, das quais são exemplo
a Lean seis sigma, a análise da causa raiz, FMEA e outras, permite uma
abordagem sistemática que envolve a forma confiável de medir a
magnitude do problema, identificar suas causas e mensurar a importância
de cada uma delas; encontrar soluções para as causas mais importantes;
comprovar a efetividade dessas soluções e implementar programas que
assegurem a melhoria contínua ao longo do tempo.
Adoção de ferramentas robustas
Fortalecimento da cultura de segurança em hospitais
O paciente/familiar deve estar ciente de sua terapêutica e motivado
a participar ativamente durante todo o processo de cuidado, o que
inclui conhecer os riscos que podem advir dele.
Centralidade no paciente
Promoção da cultura de segurança nas organizações de
saúde
 Promover consciência coletiva com o comprometimento com a
segurança em todos os níveis.
 Reconhecer a natureza de alto risco das atividades realizadas e a
determinação em atingir consistentemente operações seguras.
 Promover um ambiente livre de culpa e encorajar a cooperação entre
cargos e profissões com redução dos gradientes de hierarquia.
 Ter comprometimento com a utilização de recursos voltados à melhoria
da segurança.
Reis CT, Laguardia J, Martins M. Adaptação transcultural da versão brasileira do
Hospital Survey on Patient Safety Culture: etapa inicial. Cad. Saúde Pública 2012;
(28)11:2199-2210.
Reis CT. A cultura de segurança do paciente: validação de um instrumento de
mensuração para o contexto hospitalar brasileiro [Tese de Doutorado]. Rio de
Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo
Cruz; 2013.
Versão em português adaptada e validada da Pesquisa sobre Cultura de
Segurança do Paciente (HSOPSC).
Referências
Chassin MR, Loeb JM. The ongoing quality improvement journey: next stop,
high reliability. Health Aff 2011; 30(4):559-568.
Jha AK, Prasopa-Paizier N, Larizgoitia I, Bates DW. Patient safety research:
an overview of the global evidence. Qual Saf Health Care 2010; 19:42-7.
Kohn LT, Corrigan JM, Donaldson, MC eds. Committee on Quality in Health
Care; Institute of Medicine. To err is human. Building a safer health system.
Washington: National Academy Press, 1999.
Mendes W, Pavão ALB, Martins M, Moura MLO, Travassos C. Características
de eventos adversos evitáveis em hospitais do Rio de Janeiro. Rev Assoc
Med Bras, 2013 no prelo.
Reis CT. A cultura de segurança do paciente: validação de um instrumento de
mensuração para o contexto hospitalar brasileiro [Tese de Doutorado]. Rio
de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação
Oswaldo Cruz; 2013.
Reis CT, Laguardia J, Martins M. Adaptação transcultural da versão brasileira
do Hospital Survey on Patient Safety Culture: etapa inicial. Cad. Saúde
Pública 2012; (28)11:2199-2210.
Sorra JS, Nieva VF. Hospital Survey on Patient Safety Culture (Prepared by
Westat, under Contract No. 290-96-0004). AHRQ Publication No. 04-0041.
Rockville, MD. September 2004.
Weaver SJ, Lubomski LH, Wilson RF, Pfoh ER, Martinez KA, Dy SM.
Promoting a culture of safety as a patient safety strategy. Annals of Internal
Medicine 2013; 158(5):369-375.
WHO World Health Organization. World Alliance for Patient Safety. Summary
of the evidence on patient safety: implications for research. Sections III e IV
(PPS 49-90), 2008. Disponível em
http://whqlibdoc.who.int/publications/2008/9789241596541_eng.pdf.
Dra. Claudia Tartaglia Reis – Doutora em Saúde
Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública
Sérgio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz
Elaboração
Produção
PROQUALIS
proqualis@icict.fiocruz.br
Cultura Segurança Paciente Avaliação

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Cultura Segurança Paciente Avaliação

  • 1. Cultura de Segurança do Paciente: por onde começar?
  • 2. Cultura de Segurança do Paciente: por onde começar? 1. A complexidade do sistema de saúde e a Segurança do Paciente. 2. O contexto brasileiro, o Programa Nacional de Segurança do Paciente e a cultura de segurança. 3. Por onde começar? A avaliação da cultura de segurança em organizações de saúde.
  • 3. 1. A segurança do paciente e a complexidade do sistema de saúde “ Medicine was used to be simple, ineffective and relatively safe. Now, it is complex, effective, but potentially dangerous” (Sir Cyrril Chantler).
  • 4. “ Medicine was used to be simple, ineffective and relatively safe. Now, it is complex, effective, but potentially dangerous” (Sir Cyrril Chantler). 1. A segurança do paciente e a complexidade do sistema de saúde Um a cada dez pacientes que recebem cuidados assistenciais hospitalares sofre danos ou lesões decorrentes dos mesmos.  EVENTOS ADVERSOS (Jha et al., 2010)
  • 5. O risco Andar de avião em vias aéreas comerciais é considerado uma atividade segura.  Risco de morte = 1 a cada 10.000.000 de decolagens (Nível de segurança designado industrialmente → sigma 7)  Tráfico rodoviário = sigma 4  Alpinismo = risco de morte: 1 por mil
  • 6. O risco Nos hospitais, o risco de morte por erro, em escala global, é de 1 óbito a cada 300 internações (Nível de segurança → sigma 3).  Exceção para anestesiologia → sigma 5  Risco de sofrer um evento adverso de qualquer tipo: 10% (1 a cada 10). Fragata, 2014. Andar de avião em vias aéreas comerciais é considerado uma atividade segura.  Risco de morte = 1 a cada 10.000.000 de decolagens (Nível de segurança designado industrialmente → sigma 7)  Tráfico rodoviário = sigma 4  Alpinismo = risco de morte: 1 por mil
  • 7. 2. O contexto brasileiro, o Programa Nacional de Segurança do Paciente e a cultura de segurança
  • 8. Principais eventos adversos evitáveis: → Infecções associadas aos cuidados de saúde → Complicações cirúrgicas e/ou anestésicas → Falha ou atraso no diagnóstico/tratamento → Úlcera por pressão → Complicações decorrentes de punção venosa → Quedas → Falhas no uso de medicamentos Mendes et al., 2013
  • 9. MINISTÉRIO DA SAÚDE ↓ Programa Nacional de Segurança do Paciente  Portaria Ministerial no 529 de 1o de abril de 2013 RDC no 36 de 25 de julho de 2013
  • 10. RDC nº 36 Artigo 6º Dentre os princípios e diretrizes que os Núcleos de Segurança do Paciente devem adotar está: →A DISSEMINAÇÃO SISTEMÁTICA DA CULTURA DE SEGURANÇA
  • 11. Comitê Internacional de Segurança Nuclear – INSAG, 1988. Cultura de Segurança Produto de valores, atitudes, percepções e competências individuais e grupais que determinam o compromisso e o estilo da instituição. Organizações com uma cultura de segurança positiva são caracterizadas por boa comunicação entre os profissionais, confiança mútua e percepções comuns sobre a importância de segurança e a eficiência de ações preventivas.
  • 12. Cultura de Segurança A cultura de segurança é uma característica comum das organizações de alta confiabilidade, em que uma preocupação constante acerca da segurança é desenvolvida dentro da estrutura organizacional. Os hospitais podem ser pensados como organizações complexas?
  • 13. Fatores presentes nas organizações de saúde que afetam a segurança da prática clínica  Tendência à responsabilização dos profissionais da linha de frente, negligenciando as deficiências presentes nos sistemas de saúde.  Incidentes, quando reconhecidos, são considerados “inevitáveis” [normalization of deviance].  Crença de que os profissionais de saúde foram perfeitamente treinados (longa e árdua formação = fazer corretamente).  O cuidado clínico é tipicamente organizado de forma hierárquica, o que faz com que a comunicação sobre segurança seja suprimida.  Pouca ênfase no aprendizado organizacional.
  • 14. Estágios de evolução da cultura de segurança (adaptado de Hudson, 2003) Patológica A segurança é um problema causado pelos trabalhadores Reativa Ações corretivas são tomadas após a ocorrência de incidentes Calculada A segurança é gerenciada administrativamente coleta de dados; melhorias impostas Proativa Funcionários tomam iniciativa para melhorar a segurança – melhoria dos processos Participativa Participação de funcionários de todos os níveis – a segurança é inerente ao negócio Sem gestão, a segurança pode evoluir de maneira errada Aumenta a confiança e a responsabilidade
  • 15. Cultura de segurança prevalente nas OAC e a cultura dominante nas organizações de saúde ORGANIZAÇÕES DE ALTA CONFIABILIDADE ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE Crença em que algo pode sair errado Crença em que tudo vai dar certo Foco sobre a confiabilidade do sistema Foco sobre a eficiência do sistema Humildade para buscar entender e aprender o que não se conhece Crença em que se sabe tudo o que se precisa saber Comportamento que valoriza o trabalho em equipe Presença de elevados gradientes de hierarquia entre os profissionais Chassin & Loeb, 2011.
  • 16. 3. Avaliação da Cultura de Segurança nas Organizações de Saúde FERRAMENTA DE GESTÃO  Compreender como os funcionários percebem a segurança do paciente na organização.  Identificar áreas/unidades cujas características da cultura necessitam de melhorias.  Avaliar a efetividade de ações implementadas para a melhoria da segurança ao longo do tempo.  Comparar dados internos e externos à organização.  Priorizar esforços de fortalecimento da cultura.
  • 17. Reis CT, Laguardia J, Martins M. Adaptação transcultural da versão brasileira do Hospital Survey on Patient Safety Culture: etapa inicial. Cad. Saúde Pública 2012; (28)11:2199-2210. 3.Avaliação da Cultura de Segurança nas Organizações de Saúde Dois questionários validados e disponíveis para uso livre no Brasil: 1. Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC) (AHRQ – Sorra e Nieva, 2004) 2. Safety Attitude Questionnaire (SAQ) (Sexton et al., 2006) Carvalho KEFL, Cassiani SHB. Cross-cultural adaptation of the Safety Attitudes Questionnaire – Short Form for Brazil. Rev. Latino-Am. Enfermagem 2012; 20(3):575-82.
  • 18. Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC) Dimensões da Cultura de Segurança (escalas de múltiplos itens) Nível da unidade – 7 dimensões  Expectativas do supervisor/chefe e ações promotoras da segurança (4 itens)  Aprendizado organizacional – melhoria contínua (3 itens)  Trabalho em equipe dentro das unidades (4 itens)  Abertura da comunicação (3 itens)  Retorno da informação e comunicação sobre os erros (3 itens)  Respostas não punitivas aos erros (3 itens)  Adequação de pessoal (4 itens) Nível hospitalar – 3 dimensões  Apoio da gestão hospitalar para a segurança do paciente (3 itens)  Trabalho em equipe entre as unidades hospitalares (4 itens)  Passagens de plantão/turno e transferências (4 itens) Dimensões da Cultura de Segurança (escalas de múltiplos itens) Dimensões de resultado – 2 dimensões  Percepção geral da segurança (4 itens)  Frequência de notificação de eventos (3 itens)
  • 19. - Escores são obtidos para cada dimensão da cultura de segurança Não se trata de uma medida de segurança; o instrumento avalia as atitudes das pessoas com relação a isso. Um baixo escore (ou percentual) sugere uma maior probabilidade de a segurança estar comprometida. O questionário fornece uma visão geral de grande valor para o ambiente de segurança, bem como possibilita verificar onde algo está errado. Isso permite uma investigação qualitativa posterior complementar. Uso de questionários para avaliar a cultura de segurança
  • 20. Tipos de amostras 1. Amostra composta por uma única categoria profissional  Coletar informações apenas de uma categoria profissional, como, por exemplo, da enfermagem: você pode optar por incluir todos os profissionais desta categoria profissional ou um subconjunto de profissionais (por sorteio, dentro da categoria profissional). IMPORTANTE! Essa abordagem não é suficiente para representar a visão de todo o staff do hospital.
  • 21. Tipos de amostras 2. Amostra de setores específicos dentro do hospital, tais como: Emergência, Farmácia, entre outros. – A lista abaixo apresenta três exemplos de caminhos que podem ser seguidos usando esta abordagem, listados na ordem da amostra mais representativa para a menos representativa da população do hospital.  Um subconjunto dos funcionários de todos os setores do hospital (amostra mais representativa)  Todos os profissionais de alguns setores selecionados  Um subconjunto de profissionais de alguns setores do hospital (amostra menos representativa)
  • 22. Tipos de amostras 3. Amostra mista Inclui profissionais dos dois tipos de amostras abordados anteriormente. Por exemplo, você pode estar interessado em coletar informações de toda uma categoria profissional (como a enfermagem) e somente um subconjunto dos demais profissionais de cada setor do hospital. • Usar uma combinação de tipos de amostra permite selecionar uma amostra mais ampla ou selecionar diversos tipos de staff na tentativa de representar melhor a diversidade da população do hospital.
  • 23. Quem deverá compor a sua amostra? • Lembre-se de que o conjunto de profissionais do hospital representa a sua população. • O tamanho de sua amostra vai depender de quem você quer investigar (quais profissionais, de quais áreas) e dos recursos de que você dispõe. • Enquanto os seus recursos disponíveis podem limitar o número de funcionários a pesquisar, quanto mais funcionários você investiga, maior a probabilidade de representar adequadamente a sua população. É IMPORTANTE DEFINIR O SEU OBJETIVO!
  • 24. Quem deverá compor a sua amostra?  Espere um retorno de 30 a 50% dos questionários distribuídos. Por isso, o seu tamanho de amostra deve ser em torno de 2 a 3 vezes o número de questionários que você pretende receber de retorno.
  • 25. Cultura de segurança do paciente Comportamento clínico de relato de incidentes de segurança (Braithwaite et al., 2010) Redução de eventos adversos (Singer et al., 2009; Mardon et al., 2010) Redução da mortalidade (Estabrooks et al., 2002; Sexton, 2002) O National Quality Forum (Estados Unidos) recomenda a avaliação sistemática da cultura de segurança, o feedback aos profissionais de saúde e a aplicação de intervenções visando a melhoria desta cultura. (Safe practices for better healthcare: a consensus report – 2010)
  • 26. Fortalecimento da cultura de segurança em hospitais  O compromisso das lideranças como componente fundamental para difundir a ideia da necessidade de mudança de comportamento e de cultura.  Esse compromisso requer incorporar os princípios da alta confiabilidade nas declarações da visão e missão da organização, estabelecendo metas mensuráveis para monitorar a sua realização. LIDERANÇA
  • 27. Fortalecimento da cultura de segurança em hospitais O trabalho em equipe efetivo é fundamental para a segurança do cuidado. Os briefings e debriefings (reuniões pré e pós-realização de uma atividade) e outras ferramentas de trabalho em equipe ajudam a estruturar a comunicação e aumentam a previsibilidade. A cultura de segurança deve envolver três imperativos que se sustentam mutuamente: A CONFIANÇA, A NOTIFICAÇÃO E A BUSCA CONTÍNUA POR MELHORIA. TRABALHO EM EQUIPE
  • 28. Fortalecimento da cultura de segurança em hospitais A adoção de ferramentas robustas de processo, das quais são exemplo a Lean seis sigma, a análise da causa raiz, FMEA e outras, permite uma abordagem sistemática que envolve a forma confiável de medir a magnitude do problema, identificar suas causas e mensurar a importância de cada uma delas; encontrar soluções para as causas mais importantes; comprovar a efetividade dessas soluções e implementar programas que assegurem a melhoria contínua ao longo do tempo. Adoção de ferramentas robustas
  • 29. Fortalecimento da cultura de segurança em hospitais O paciente/familiar deve estar ciente de sua terapêutica e motivado a participar ativamente durante todo o processo de cuidado, o que inclui conhecer os riscos que podem advir dele. Centralidade no paciente
  • 30. Promoção da cultura de segurança nas organizações de saúde  Promover consciência coletiva com o comprometimento com a segurança em todos os níveis.  Reconhecer a natureza de alto risco das atividades realizadas e a determinação em atingir consistentemente operações seguras.  Promover um ambiente livre de culpa e encorajar a cooperação entre cargos e profissões com redução dos gradientes de hierarquia.  Ter comprometimento com a utilização de recursos voltados à melhoria da segurança.
  • 31. Reis CT, Laguardia J, Martins M. Adaptação transcultural da versão brasileira do Hospital Survey on Patient Safety Culture: etapa inicial. Cad. Saúde Pública 2012; (28)11:2199-2210. Reis CT. A cultura de segurança do paciente: validação de um instrumento de mensuração para o contexto hospitalar brasileiro [Tese de Doutorado]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz; 2013. Versão em português adaptada e validada da Pesquisa sobre Cultura de Segurança do Paciente (HSOPSC).
  • 32. Referências Chassin MR, Loeb JM. The ongoing quality improvement journey: next stop, high reliability. Health Aff 2011; 30(4):559-568. Jha AK, Prasopa-Paizier N, Larizgoitia I, Bates DW. Patient safety research: an overview of the global evidence. Qual Saf Health Care 2010; 19:42-7. Kohn LT, Corrigan JM, Donaldson, MC eds. Committee on Quality in Health Care; Institute of Medicine. To err is human. Building a safer health system. Washington: National Academy Press, 1999. Mendes W, Pavão ALB, Martins M, Moura MLO, Travassos C. Características de eventos adversos evitáveis em hospitais do Rio de Janeiro. Rev Assoc Med Bras, 2013 no prelo. Reis CT. A cultura de segurança do paciente: validação de um instrumento de mensuração para o contexto hospitalar brasileiro [Tese de Doutorado]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz; 2013. Reis CT, Laguardia J, Martins M. Adaptação transcultural da versão brasileira do Hospital Survey on Patient Safety Culture: etapa inicial. Cad. Saúde Pública 2012; (28)11:2199-2210.
  • 33. Sorra JS, Nieva VF. Hospital Survey on Patient Safety Culture (Prepared by Westat, under Contract No. 290-96-0004). AHRQ Publication No. 04-0041. Rockville, MD. September 2004. Weaver SJ, Lubomski LH, Wilson RF, Pfoh ER, Martinez KA, Dy SM. Promoting a culture of safety as a patient safety strategy. Annals of Internal Medicine 2013; 158(5):369-375. WHO World Health Organization. World Alliance for Patient Safety. Summary of the evidence on patient safety: implications for research. Sections III e IV (PPS 49-90), 2008. Disponível em http://whqlibdoc.who.int/publications/2008/9789241596541_eng.pdf.
  • 34. Dra. Claudia Tartaglia Reis – Doutora em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz Elaboração Produção PROQUALIS proqualis@icict.fiocruz.br