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IFMA – INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÕA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DMM – DEPARTAMENTO DE MECÃNICA E MATERIAIS

DISCIPLINA: CORROSÃO

PROFESSOR: ANTONIO MAIA




  CORROSÃO SOB TENSÃO
                               E
        CORROSÃO-FADIGA




                          SÃO LUÍS - 2010
CORROSÃO SOB TENSÃO

        A corrosão sob tensão acontece quando um material, submetido a tensões
de tração (aplicadas ou residuais), é colocado em contato com um meio corrosivo
específico. As condições metalúrgicas do material, como dureza, encruamento,
fases presentes, são fatores freqüentemente decisivos. A tensão de tração deve
necessariamente ser superior a certo valor limite. Neste tipo de corrosão formam-
se trincas no material, sendo a perda de espessura muitas vezes desprezível. As
trincas decorrentes da corrosão sob tensão podem ser intergranulares ou
transgranulares. A corrosão sob tensão intergranular ocorre quando a direção
preferencial para a corrosão é o contorno de grão, geralmente devido à precipitação
de segundas fases nos contornos ou à existência de segregações neste local. A
propagação de trinca por corrosão sob tensão é geralmente lenta, até atingir o
tamanho crítico para uma ruptura brusca. Não existe um mecanismo geral para
explicar o fenômeno da corrosão sob tensão, cada par material-meio específico
apresenta sua particularidade. De um modo geral as combinações resultam na
formação de filme ou película na superfície do material, que lhe confere grande
resistência a corrosão uniforme. Os mecanismos propostos para explicar os
diversos casos podem ser grupados em anódicos e catódicos, conforme a principal
causa da propagação seja a dissolução do material na ponta da trinca ou a fratura
associada à presença de hidrogênio atômico na estrutura cristalina (fragilização
pelo hidrogênio).

CORROSÃO-FADIGA

        A fadiga de um material é a progressão de uma trinca a partir da superfície
até a fratura, quando o material é submetido a solicitações mecânicas cíclicos. A
fadiga inicia-se em uma imperfeição superficial que é um ponto de concentração de
tensões e progride perpendicularmente a tensão. A progressão da trinca dá-se pela
deformação plástica verificada na base da trinca associada ao constante aumento
de concentração de tensões. Após atingir um tamanho crítico na trinca, este se
rompe bruscamente causando a falha por fadiga do equipamento. A resistência à
fadiga dos materiais é determinada através das curvas de fadiga, nestas curvas
relaciona-se a tensão aplicada como o número de ciclos para ocorrência de fadiga.
Observa-se que para os materiais ferrosos há um limite tensão abaixo do qual por
mais que se aumente o número de ciclos não haverá fadiga, a este valor de tensão
chama-se limite da fadiga. Os metais não ferrosos de modo geral não apresentam
limite de fadiga. Um processo corrosivo pode ser a causa do surgimento da trinca
superficial por onde se inicia a fadiga. A base da trinca é uma região tensionada e
encruada que age como área anódica em relação ao restante do material, logo a
presença de um eletrólito no interior da trinca provoca corrosão e acelera a
progressão da mesma. A associação dos dois efeitos causa a falha do material em
um número muito menor de ciclos do que se o fenômeno de fadiga ou corrosão
isoladamente. Com a ocorrência dos dois efeitos as curvas de fadiga ficam
profundamente modificadas e mesmo para os metais ferrosos desaparece o limite
de fadiga quando se tem corrosão fadiga.

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Corrosão sob tensão

  • 1. IFMA – INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÕA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DMM – DEPARTAMENTO DE MECÃNICA E MATERIAIS DISCIPLINA: CORROSÃO PROFESSOR: ANTONIO MAIA CORROSÃO SOB TENSÃO E CORROSÃO-FADIGA SÃO LUÍS - 2010
  • 2. CORROSÃO SOB TENSÃO A corrosão sob tensão acontece quando um material, submetido a tensões de tração (aplicadas ou residuais), é colocado em contato com um meio corrosivo específico. As condições metalúrgicas do material, como dureza, encruamento, fases presentes, são fatores freqüentemente decisivos. A tensão de tração deve necessariamente ser superior a certo valor limite. Neste tipo de corrosão formam- se trincas no material, sendo a perda de espessura muitas vezes desprezível. As trincas decorrentes da corrosão sob tensão podem ser intergranulares ou transgranulares. A corrosão sob tensão intergranular ocorre quando a direção preferencial para a corrosão é o contorno de grão, geralmente devido à precipitação de segundas fases nos contornos ou à existência de segregações neste local. A propagação de trinca por corrosão sob tensão é geralmente lenta, até atingir o tamanho crítico para uma ruptura brusca. Não existe um mecanismo geral para explicar o fenômeno da corrosão sob tensão, cada par material-meio específico apresenta sua particularidade. De um modo geral as combinações resultam na formação de filme ou película na superfície do material, que lhe confere grande resistência a corrosão uniforme. Os mecanismos propostos para explicar os diversos casos podem ser grupados em anódicos e catódicos, conforme a principal causa da propagação seja a dissolução do material na ponta da trinca ou a fratura associada à presença de hidrogênio atômico na estrutura cristalina (fragilização pelo hidrogênio). CORROSÃO-FADIGA A fadiga de um material é a progressão de uma trinca a partir da superfície até a fratura, quando o material é submetido a solicitações mecânicas cíclicos. A fadiga inicia-se em uma imperfeição superficial que é um ponto de concentração de tensões e progride perpendicularmente a tensão. A progressão da trinca dá-se pela deformação plástica verificada na base da trinca associada ao constante aumento de concentração de tensões. Após atingir um tamanho crítico na trinca, este se rompe bruscamente causando a falha por fadiga do equipamento. A resistência à fadiga dos materiais é determinada através das curvas de fadiga, nestas curvas relaciona-se a tensão aplicada como o número de ciclos para ocorrência de fadiga. Observa-se que para os materiais ferrosos há um limite tensão abaixo do qual por mais que se aumente o número de ciclos não haverá fadiga, a este valor de tensão chama-se limite da fadiga. Os metais não ferrosos de modo geral não apresentam limite de fadiga. Um processo corrosivo pode ser a causa do surgimento da trinca superficial por onde se inicia a fadiga. A base da trinca é uma região tensionada e encruada que age como área anódica em relação ao restante do material, logo a presença de um eletrólito no interior da trinca provoca corrosão e acelera a progressão da mesma. A associação dos dois efeitos causa a falha do material em um número muito menor de ciclos do que se o fenômeno de fadiga ou corrosão isoladamente. Com a ocorrência dos dois efeitos as curvas de fadiga ficam profundamente modificadas e mesmo para os metais ferrosos desaparece o limite de fadiga quando se tem corrosão fadiga.