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Condição humana e literatura
1. A Condição Humana na Literatura
• “Cada homem leva em si a forma inteira da
condição humana” (Montaigne).
• A condição humana em nenhum outro lugar é
tão completamente revelada como na
literatura.
2. • A condição humana na literatura
Ítaca, Sertão e Cidades é ontologia – lugar da
procura do Ser – é poesia – espaço da palavra
inaugural, sendo a morada do homem
humano. São lugares da busca, da errancia, da
procura do Ser e da criação artística.
3. Objetivo
• Compreender a condição humana baseada
nos fundamentos de Heidegger, quando o
mesmo diz que o homem está sempre a
caminho e não no caminho.
• “Caminhos – não obras!”
4. Heidegger
• A caminho, o homem não deve nem pode
abdicar da tarefa primeira que é vir a ser
quem ele propriamente é a cada nova
possibilidade, isto é, a todo novo instante que
se apresenta gratuitamente em sua existência.
5. O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que eu vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
• Fernando Pessoa
6. Texto
• Escritores que se ocuparam em des-velar os modos
de ser do homem e suas condições de possibilidades
nessa incessante tarefa de ser presença e desvelar-
se, a qual nem sempre é fácil, mas fundante da
condição de ser-no-mundo.
• São eles: Homero em sua Odisséia, Guimarães Rosa
em Grande Sertão: Veredas e Ítalo Calvino em
Cidades Invisíveis. Todos eles apresentam
vicissitudes da existência que levam o homem a se
colocar no tempo espaço pela condição de ser um
viator, aquele que experiência estar a caminho.
7. Metáfora da Viagem
• Viajante converte sua navegação numa
experiência filosófica enquanto a conquista é
muito mais do que a descoberta de uma
paisagem selvagem e se transforma na
ocasião para encontrar a própria espessura de
si próprio. A aventura, então, não termina na
abertura de um novo território, mas no
fechamento de um olhar sobre nosso próprio
ser.
8. Viagem
• Viajar é espacialidade e temporalidade de
uma busca ontológica, sendo o lugar e o
tempo das questões fundamentais sobre
quem é o Homem.
• Ítaca em Homero, o sertão em Guimarães
Rosa e as cidades em Ítalo Calvino são
metáforas do mundo e o mundo - o lugar de
aprendizagem, onde a viagem é possível
9. Locais
• Ítaca, Sertão e Cidades é ontologia – lugar da
procura do Ser – é poesia – espaço da palavra
inaugural, sendo a morada do homem
humano. São lugares da busca, da errancia, da
procura do Ser e da criação artística.