Como o próprio nome sugere, hiperinflação é quando a inflação fica elevadíssima e fora de controle. Além de corroer o poder de compra do consumidor, a alta generalizada e contínua dos preços costuma provocar recessão e desvalorização acentuada da moeda.
Como o brasil chegou à hiperinflação não vamos deixar voltar
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Como o Brasil chegou à hiperinflação? Não vamos deixar voltar.
Como o próprio nome sugere, hiperinflação é quando a inflação fica
elevadíssima e fora de controle. Além de corroer o poder de compra do
consumidor, a alta generalizada e contínua dos preços costuma provocar
recessão e desvalorização acentuada da moeda.
No Brasil, a hiperinflação ocorreu nos anos 80 e início dos anos 90, quando a
inflação galopante chegou a superar os 80% ao mês – sim, ao mês. Ou seja, o
mesmo produto chegava a quase dobrar de preço de um mês para o outro.
Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que
entre 1980 e 1989, a inflação média no país foi de 233,5% ao ano. Na década
seguinte, entre os anos de 1990 e 1999, a variação anual subiu para 499,2%.
As causas da hiperinflação no país costumam ser relacionadas ao aumento
dos gastos públicos durante o governo militar e pela elevação do
endividamento externo, agravado pela crise mundial derivada do aumento dos
preços do petróleo e pela retração na taxa de expansão da economia.
A política de substituição das importações – que vinha desde o governo
Juscelino – fez crescer os gastos públicos, e o "milagre econômico" entre o
final dos anos 1960 e o início da década de 1970 (quando a economia
brasileira cresceu à média de 10% ao ano) foi financiado por empréstimos
internacionais.
A partir de 1973, quando a crise internacional do petróleo fez o custo do barril
subir 400% em três meses, de US$ 2,90 para US$ 11,65, a economia brasileira
passou a apresentar taxas de inflação crescentes. O PIB já não crescia tanto, e
o Brasil entrou na década de 1980 com o pé esquerdo: inflação, dívida externa
elevada e indústria defasada.
Na hiperinflação crônica, as causas se sucedem e se realimentam. O choque
do petróleo pode ter dado início à crise hiperinflacionária, mas ela foi
intensificada por desvalorizações da moeda, para manter o Brasil competitivo
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(com uma maxidesvalorização em 1979); e pelo aumento do dinheiro em
circulação para financiar a dívida externa.
Foram cerca de 15 anos de inflação acima de dois dígitos e de correção
monetária. Comerciante remarcavam diariamente os preços dos produtos, que
sumiam rapidamente das prateleiras, já que a população estocava alimentos
por temer as sucessivas altas. Preços e salários eram reajustados
automaticamente assim que era divulgada a inflação do mês anterior, criando o
efeito 'bola de neve', em que a inflação de um mês era imediatamente
repassada para o mês seguinte. Quem mais perdia com isso eram os mais
pobres, que não podiam se defender das perdas colocando o dinheiro em
aplicações que rendessem juros diários e acompanhassem a desvalorização
da moeda.