O documento apresenta um conjunto de artigos de apreciação crítica sobre temas ambientais que um aluno deve analisar. São abordados três temas: 1) os riscos da engenharia genética na agricultura; 2) a responsabilidade dos mais ricos em defender o ambiente; 3) a importância da água. O aluno deve identificar o tema, argumentos, contra-argumentos, características do discurso e apresentar uma opinião fundamentada sobre cada artigo.
1. ESCOLA BÁSICA INTEGRADA QUINTA DO CONDE – 11/12
CURSO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS – NÍVEL SECUNDÁRIO
CULTURA, LÍNGUA E COMUNICAÇÃO
EFA – NS – 2º Ano
UNIDADE DE FORMAÇÃO DE CLC 2 - Culturas Ambientais
CURTA DURAÇÃO
CONTEÚDOS -A Lingua como fator de intervenção ambiental sustentável.
FORMADORA: Ana Carriço FORMANDO/A: Helena Cordeiro DATA:
ARTIGOS DE APRECIAÇÃO CRÍTICA
No âmbito do tema deste módulo, faça uma pesquisa sobre artigos de apreciação crítica e escolha 3
com temas diversificados entre si. Cole os artigos neste documento e, por baixo de cada um deles,
faça uma análise segundo os seguintes tópicos:
• Tema;
• Argumentos do autor;
• Contra-argumentos (se existirem);
• Características do discurso mais evidentes;
• A sua opinião devidamente fundamentada sobre o tema em questão;
• A sua opinião sobre a forma como o artigo foi elaborado (clareza, eficácia, organização, rigor
científico, …).
TEMA I
Eu diria que a engenharia genética na agricultura sofre de sete "pecados mortais."
- É insustentável, tal como a agricultura convencional (consome demasiada energia, água e químicos, produz
demasiada poluição, causa erosão do solo, etc).
- É irreversível. Tal como referido na própria directiva 2001/18 sobre OGM, "Os organismos vivos, quando
libertados no ambiente [...] são susceptíveis de se reproduzir [...] Os efeitos dessas libertações no ambiente
podem ser irreversíveis." Que direito temos nós de fazer coisas que, mesmo que dê errado, as gerações
futuras não vão poder desfazer?
- As plantas transgénicas são patenteadas. Quando o agricultor deixa de poder ser o guardião da semente
estamos a falar do fim da agricultura tal como nós a conhecemos.
- A contaminação é inevitável e, tal como disse o actual ministro francês do ambiente, "Quanto aos OGM,
estamos todos de acordo: não se consegue controlar a contaminação."
- A engenharia genética parte do princípio que o gene é uma estrutura linear, cartesiana, compartimentalizada,
que pode ser tratada como um programa informático: funciona da mesma forma seja qual for a célula em que
esteja instalado. Mas a genética não é como o software, e o funcionamento do gene depende do ambiente que
o envolve. Por isso, ao "instalar" um gene num novo ambiente molecular não podemos ter qualquer garantias
sobre como ele se vai portar. Isto é jogar à roleta com a nossa base alimentar!
- Qualquer tecnologia nova acarreta, potencialmente, riscos novos e, por definição, impossíveis de antecipar.
Tal como reconheceu Pedro Fevereiro, o mais visível de todos os defensores portugueses de transgénicos,
"Testar completamente o impacto ambiental e na saúde dos OGM pode demorar 50 a 60 anos..." E nenhum
transgénico agora em circulação foi testado sequer 60 meses. Por isso estamos a fazer do planeta cobaia. Se
alguma coisa correr mal, o erro vai sentir-se à escala mundial.
- A Comissária Europeia de Agricultura, Mariann Fischer Boel, fez uma promessa à esmagadora maioria dos
europeus que não queriam que os transgénicos fossem aprovados: "Os OGM são aprovados para cultivo [...]
mas ao mesmo tempo os agricultores têm o direito de cultivar não transgénicos e os consumidores de
continuar a comprar não transgénicos. Todos devem ter liberdade de escolha". A liberdade de escolha está tão
corrompida que na prática não existe: os transgénicos estão a ser encaminhados quase a 100% para rações
animais, e os consumidores não têm direito a rotulagem que permita distinguir entre a carne (e leite, ovos,
etc) dos animais que comeram e não comeram transgénicos.
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Tema:
O texto, acima reproduzido, é semelhante a um artigo de apreciação crítica e consiste num extrato
duma entrevista, conduzida por Xosé Veiras a Margarida Silva, professora na Escola Superior de
Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e porta-voz da Plataforma Transgénicos e versa
sobre os efeitos do cultivo de alimentos transgénicos em relação à proteção da saúde e do
ambiente.
Argumentos do autor:
Insustentabilidade deste tipo de agricultura, devido ao elevado consumo de energia, de água
e de químicos e à consequente poluição e erosão dos solos;
O facto de não ser possível corrigir no futuro os prejuízos da sua aplicação;
A extinção da agricultura tradicional, devido ao desaparecimento das sementes;
Incerteza na análise científica quanto aos efeitos do consumo de alimentos transgénicos na
saúde das pessoas;
Falta de regulamentação que garanta informação fiável, para que o consumidor possa
distinguir os alimentos transgénicos dos restantes.
Características do discurso mais evidentes:
O discurso é directo (Eu diria…), mas sem ter um cariz pessoal, procura atingir diferentes públicos
(consumidores, produtores, movimentos cívicos e decisores políticos). A adjetivação não é
predominante e quando usada está associada à fundamentação científica.
Opinião fundamentada sobre o tema:
Considero a problemática da produção de alimentos como um dos grandes desafios da humanidade
uma vez que, em pleno séc. XXI, ainda não resolvemos o desequilíbrio existente entre o consumo
excessivo e o desperdício de alimentos nos países desenvolvidos e a subnutrição levada ao extremo
nos países pobres. O artigo em apreciação, embora não o transmita diretamente, relembra-nos que
os argumentos políticos para o desenvolvimento do cultivo de alimentos transgénicos, foram
apresentados aos cidadãos como a solução para o défice alimentar de muitas populações.
Como podemos constatar, tal facto não aconteceu, pelo que, os supostos benefícios deste tipo de
agricultura, identificados no artigo, estão longe de suprimir os prejuízos para a sustentabilidade
ambiental e para a saúde dos consumidores. Na minha opinião, prevalecem os argumentos
económicos, associados à produção intensiva de alimentos, em detrimento da defesa do património
secular que representa a agricultura convencional, comprovadamente mais protetora do ambiente.
O artigo denota um elevado rigor científico, transversal a todo o texto, sendo a base que fundamenta
a opinião da entrevistada, o que poderia tornar complexa a compreensão da mensagem, por parte
do leitor. Contudo, apesar da abordagem predominantemente cientifica, a mensagem é transmitida
com clareza e eficácia, uma vez que a autora procura complementar a sua opinião, com exemplos
práticos e próximos do cidadão comum.
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TEMA II
“Quando vemos alguém jogando lixo na rua, pensamos: "Que falta de educação!". Até aí tudo certo. Mas será
que educação é privilégio dos ricos?
De fato, as pessoas de baixa renda têm menos acesso à educação básica. Contudo é preciso entender que
pessoas ricas causam um impacto maior no meio ambiente. Isto ocorre porque, de um modo geral, pessoas de
renda alta produzem mais lixo, consomem mais combustível e poluem as águas mais que os pobres.
É hora da elite repensar seus hábitos. Investir seu dinheiro em empresas sustentáveis, optar por uma vida mais
simples e com menos consumo. Os privilegiados que possuem mais dinheiro têm, portanto, uma
responsabilidade maior que aqueles com pouco. A de zelar por todos.
A população abastada não deve jamais esquecer que toda a sociedade merece ter acesso a uma educação de
qualidade. Sem ela, não haverá progresso no meio ambiente ou na economia. Pense nisso!”
Tema:
No presente texto, o autor aborda a relação existente entre o acesso à educação e o comportamento
dos indivíduos em relação ao ambiente e interpela as pessoas mais ricas, enquanto potenciais
consumidores de recursos e detentores de um melhor acesso à educação a assumir uma maior
responsabilidade sobre a defesa do ambiente.
Argumentos do autor:
Em relação aos mais pobres, as pessoas com mais recursos económicos têm uma maior
responsabilidade individual e social sobre a defesa do ambiente, considerando que:
Têm acesso a uma educação de qualidade, condição essencial para compreender a relação
existente entre desenvolvimento sustentável e respeito pelo ambiente, para melhorar os
hábitos de vida e os comportamentos e para defender princípios de igualdade de acesso à
educação;
Exercem um maior impacto sobre o ambiente, uma vez que ao terem maior capacidade de
consumo, produzem mais lixo e poluição.
Características do discurso mais evidentes:
O autor optou por um discurso direto, interrogativo e imperativo, através do qual procura cativar o
leitor colocando-o no local da acção (1º parágrafo) e transformando-o em possível agente da ação (É
hora da elite… / Pense nisso!)
Opinião fundamentada sobre o tema:
O autor aborda uma temática aparentemente fácil de compreender ou apreciar:
- Deitar lixo no chão é falta de educação e ponto final! Mas, à medida que avançamos na leitura,
deparamo-nos com uma temática mais complexa uma vez que é transversal a todos os
comportamentos humanos – A educação como instrumento para obter conhecimento, para o
desenvolvimento e para a transformação do indivíduo e da sociedade.
Concordo com o autor, quando este defende que o nível de responsabilidade sobre as questões
ambientais e de justiça social, aumenta, em razão do nível de educação das pessoas (tenho dúvidas
em relação ao poder económico, considerando que nem sempre o dinheiro compra educação). Aliás,
o conhecimento é um importante pilar, sobre o qual assentam a grande maioria dos “poderes” que
identificamos na sociedade. Na minha opinião, o conhecimento pode conferir aos seus detentores um
poder superior ao poder económico referido pelo autor. Através do conhecimento, adquirimos a
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capacidade de construir opinião crítica, de escolher entre a indiferença e a vontade de corrigir os
erros. Neste âmbito, é essencial que todos tenham acesso a bons níveis de educação ambiental.
O artigo transmite claramente a opinião do autor, foi elaborado com a intenção de criar um “fórum de
discussão” sobre o tema e desse ponto de vista é eficaz, uma vez que a ideia do autor pode não ser
consensual considerando que não tem por base qualquer estudo sociológico que o sustente.
TEMA III
A Água é Nossa
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