O documento discute elementos para a elaboração de um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) com foco na ciclomobilidade. Ele destaca a importância da participação popular efetiva, da construção de soluções com foco na coletividade e da priorização dos modais ativos e transporte público. Também analisa a realidade da mobilidade em Salvador e aponta deficiências na integração modal e na consideração da ciclomobilidade no PDDU atual.

1. PDDU e ciclomobilidade
Pablo Vieira Florentino, Coletivo Mobicidade / IFBA

2. Elementos básicos para elaboração
de um PDDU
1ª parte: Diagnóstico + Estudos
2ª parte:
– estudos
– participação popular EFETIVA
– construção de soluções com foco na
coletividade e diversidade
– melhores práticas (com quebra de
paradigmas)
– diretrizes
– definição de metas e prazos

3. Mobilidade : legislação e
fundamentos
Transporte: um direito, tal como educação e saúde
Lei Nacional de Mobilidade:
1ª Prioridade: Pedestres e Bicicletas (Modais ativos
ou não-motorizados (skates, patins, patinetes))
2ª Prioridade: Transporte público e coletivo
Proteção à vida como direito e dever:
Redução de velocidade máxima dos
carros e Aumento da velocidade média
das pessoas;

4. Por quê saímos de casa?
Lazer: teatro, parques, cinema, praia, bares, restaurantes,
centros culturais, museus
Ex.: ônibus no Pelourinho aos fins de semana.
Atividades físicas: espaços para corrida e caminhada,
aparelhos e quadras públicas, parques, academias,
ginásios, piscinas públicas
Saúde: postos de saúde, hospitais, pronto-socorro, clínicas,
vacinação (POA). Ex.: Mapa dos postos de saúde
Educação: creches, escolas, faculdades, universidades

5. Por quê saímos de casa?
Trabalho
Serviços: Bancos, Admin. Municipal, Estadual e Federal
Compras: mercados, feiras, padarias, comércio de rua,
shoppings
Ex: Como chegar até a padaria para comprar o pão ?
Uso do solo
X
Modelo de Acessibilidade e Mobilidade
na cidade hipermotorizada
X
O direito à cidade

6. Realidade mundial
“Um carro passa 90% de sua vida útil parado”
Janette Sadik-Khan, ex-secretária de Transportes de NY

9. “uma família de 4 pessoas com 2 carros ocupa
12 vezes mais espaço público do que
uma família de mesmo tamanho sem carros”
Fonte: Fórum sobre Mobilidade em São Paulo,
Julho de 2011

10. Copenhagem: A cada km percorido
Por bicicleta: ganha + R$0.40
Por automóvel : perde -R$ 0.25
Fonte: Cidades para as Pessoas

11. Realidade Brasil
64% dos deslocamentos são a pé ou de bicicleta (IBGE)
7 km é a distância média das viagens em cidades a partir
de 60 mil habitantes (ANTP)
Taxa média de ocupação de um carro é de ~1,3 pessoas
4º País que mais MATA no trânsito
Epidemia: a cada 12 minutos, uma pessoa é MORTA pelo
trânsito brasileiro (ONSV)

12. América do Sul: somente Brasil e Colômbia acima de 60 km/h

15. Numbeo (http://www.numbeo.com)
IBGE, Pesquisa Mensal de Emprego Abril/2013
Banco Central (http://www4.bcb.gov.br/pec/conversao/conversao.asp)

16. ANTP - Relatório Geral 2008

17. 2 - Realidade Salvador-Bahia-Brasil
Brasil:
Aumento do uso das bicicletas nas classes de maior poder
aquisitivo (Observatório das Metrópoles + Transporte Ativo)

18. Realidade Salvador-Bahia
39,4% da população ocupada ganha até 1 salário mínimo
68,9% da população ocupada ganha até 2 salários mínimos
Censo 2010 (Profª. Inaiá Carvalho)
RMS – Pesquisa Origem/Destino
~ 22% das viagens são de automóvel
~ 41% das viagens são de ônibus (todos os tipos)
7ª cidade mais engarrafada do mundo
43% do tempo de deslocamento gasto em congestionamentos:
uma média de 42 minutos/dia ou 160 horas/ano

19. Distribuição Espacial de Renda

20. Pesquisa Origem / Destino em rede

21. Realidade Salvador-Bahia
Uma das maiores taxas de morte no trânsito no Brasil
Transporte público:
– horários e ofertas sem regularidade
– condutores sob um regime de muitas cobranças e
adversidades:
• alto nível de stress
• cumprimento de horários
• não param no ponto
• dirigem em alta velocidade
• mal treinados
• grande quantidade de aposentadoria por invalidez
Fuga para automóvel particular

23. Realidade Salvador-Bahia
Vias com velocidades acima do que recomenda a OMS para
perímetros urbanos: 50 km/h
Cultura e naturalização da velocidade
Garibaldi, Vale do Canela, Vasco da Gama, Bonocô, Ogunjá, Magalhães
Neto, Barros Reis, Luís Eduardo Magalhães, Caribé, Antônio Carlos
Magalhães, Dorival Caymmi, Orlando Gomes, Otávio Mangabeira,
Pinto de Aguiar, Centenário, Manoel Dias da Silva, Dendezeiros, São
Cristovão, São Rafael, Amaralina, Tancredo Neves ...
Recife, Aracaju e Porto Alegre: 60 km/h

26. Do Túnel ao Aeroporto – uma “linha do trem” :
via de alta velocidade como barreira urbana

28. 2 - Realidade Salvador-Bahia
5° estado em mortes geradas por motorizados (ONSV)
Impactos sociais e econômicos das ocorrências de trânsito
(IPEA, ANTP, DENATRAN, SUS)

29. Indução para que o desenho urbano favorecesse os
carros e suas altas velocidades.
Pedestres e ciclistas com poucas opções de travessia:
deslocamento com percursos aumentados, levando mais
tempo, enquanto motorizados gozam de mais espaço e
menor tempo nos deslocamentos.
Retirados de seu habitat natural, obrigados a usar
passarelas, que dificultam e aumentam ainda mais as
distâncias.
Ambientes artificiais e desérticos gerando insegurança.

31. Questões
De que forma as soluções de mobilidade e tecnologia vão ser
socialmente assimiladas e acessíveis, considerando cenários
como o de Salvador ?
“A quem deve servir a cidade ?” (ANTP) http://migre.me/u5SbB
Diversidade nas dinâmicas e dimensões da cidade:
- Crianças e idosos: mobilidade reduzida (temporary ability)
– Ex: Tempos semafóricos – Porto Alegre
- Mobilidade diurna e noturna.
– Ex: Amsterdã
- Questões de gênero X afrodescendentes x segurança.
– Ex: Projeto “Preta vem de bike”

32. Mobilidade Ativa e Transporte de Passageiros

34. Mobilidade e Segurança

35. Drops → desigualdade dos perfis
mapeados: quem usa o Strava Labs ?

36. Integração Modal
- Bicicleta + metrô / trem
- Bicicleta (dobrável) + carro / táxi / Uber
- Bicicleta (dobrável) + ônibus
- Bicicleta + barco
- Ascensores Urbanos em outras regiões:
Eng. Velho da Federação e de Brotas, Federação, Cosme de
Farias, Cabula, São Caetano, entre outras.

37. Cobertura Verde
Microclimas
confortáveis
para pedestres
e ciclistas
Redução natural
de velocidade

40. PDDU 2016: as práticas e a realidade de uma
nuvem jurídica (contradições e falácias ?)
CAPÍTULO III - DAS DIRETRIZES (pág. 5)
- Crianças ?
- Modais ativos (não motorizados)
Lei Nacional de Mobilidade ?
Seção V – Transporte Cicloviário (pág. 108)
VII - definição de normas de circulação segura e de
conduta do ciclista para o transporte cicloviário
cotidiano; (e o CTB ?)

41. PDDU 2016
VIII - promoção e regulamentação da implantação
de sistemas de compartilhamento de bicicletas para
uso da população em geral, em especial junto aos
equipamentos de conexão intermodal; (Análise em
rede)

42. PDDU 2016
IX - priorizar a implantação de ciclovias e bicicletários
em toda a borda marítima e áreas de atração turística.
(SALTUR define?)
Parágrafo único. As vias que compõem a estrutura
básica para elaboração de uma Rede Cicloviária em
Salvador estão indicadas no Mapa 05 do Anexo 03
desta Lei e deverão ser complementadas pelo PlaMob,
com a indicação de uma rede de ciclofaixas/ciclorrotas
de penetração no interior dos bairros.

43. PDDU 2016 – Visões segregadas entre sistemas
Mapa 04 –
Sistema Viário;
Mapa 05 –
Sistema de
Transporte Coletivo
de Passageiros e
Cicloviário;

44. Contexto de Salvador - Malha cicloviária atual

45. Contexto de Salvador - Malha cicloviária atual

46. PDDU de São Paulo: 30% do FUNDURB para
transporte e mobilidade ativa
PDDU 2016 - Previsão Orçamentária para
ciclomobilidade

47. Seção XII - Dos Equipamentos de Conexão Intra e Intermodal
Seções I, V, XII – Bicicletários e só
PDDU 2016 – Integração Modal ?

48. PDDU 2016 – Integração Modal ?

49. PDDU 2016 – Integração Modal ?

50. Seção X – Pág. 116
nada sobre
bicicletas
PDDU 2016 - Transporte de Cargas

51. Seção X – Pág. 116 – nada sobre bicicletas
PDDU 2016 - Transporte de Cargas

52. Cargueiras / Elétricas

54. Participação popular teatral, servindo para legitimar um
pretenso modelo participativo:
●
Oficinas e Audiências públicas (esvaziadas)
●
Plataforma digital (propostas “selecionadas”)
Conselho de Transporte sem representantes de modais
ativos
Desalinhado com o PlanMOB: licitação cancelada,
previsão de somente duas audiências públicas
PDDU 2016 – Considerações finais

55. Diretrizes sem metas nem prazos
Relatório Participa Salvador
PDDU 2016 – Considerações finais

56. Produzir novos cenários urbanos
para pessoas ...

63. Referências
ANTP - Relatório
http://migre.me/u6JnA
Observatório Nacional de Segurança Viária
http://www.onsv.org.br/
Future & Smart Cities: Urban Pamphleteer - University College
London
https://www.ucl.ac.uk/urbanlab/research/urban-
pamphleteer/UrbanPamphleteer_1.pdf
ITDP – Instituto de Políticas para Transporte e Desenvolvimento
http://itdpbrasil.org.br/

64. Referências
Chis da Questão
https://chis.pop-ba.rnp.br/referencias
Síntese da Pesquisa Origem/Destino RMS 2012 – Gov. da Bahia
http://migre.me/u6JlH
Observatório das Metrópoles + Transporte Ativo
http://migre.me/u5NNI
The Fix City Brasil - WRI - Janette Sadik-Khan
https://vimeo.com/169850399
http://migre.me/u6Jku
’Smart’ in smart cities should be about smart ways of involving
citizens
Liesbeth Huybrechts - Amsterdan University of Applied Sciences
http://migre.me/u6f5l

65. Tecnologia e Mobilidade
‘Connected streets’ and the next
generation of urban mobility.
A Sidewalk Talk with James Corless
and Russell Brooks of
Transportation for America
http://migre.me/u72qy
Equipes Multidisciplinares para compreender
problemas urbanos e desenvolver soluções:
Urbanistas, Designers,
Arquitetos, Engenheiros, Sociólogos,
Psicólogos (Jan Gehl – Copenhague)
http://migre.me/u6f91

66. Contatos
pablovf@ifba.edu.br
Coletivo Mobicidade SSA
mobicidade@gmail.com
https://mobicidadessa.wordpress.com/
@mobicidadeSSA