Gestão de projeto

1. TUDO QUE VOCÊ PRECISA
SABER SOBRE A NORMA
DE EXECUÇÃO DE
ESTRUTURAS DE CONCRETO,
A ABNT NBR 14.931:2023
Produção

2. ÍNDICE
Apresentação
Sobre a norma de execução de estruturas de concreto
O que muda com a nova versão?
Conclusão
03
04
12
18

3. 3
Uma das normas técnicas mais consultadas na construção civil
brasileira, a ABNT NBR 14.931 funciona como uma espécie de guia
que orienta como devem ser executadas as estruturas de concreto
armado, protendido e com fibras.
Publicado em abril de 2023, o texto recém-revisado, traz uma série
de novidades, a começar pela maior abrangência quanto aos tipos
de estrutura.
A versão anterior desta norma, de 2004, tratava apenas de
estruturas de concreto armado. Com a revisão, o escopo foi
ampliado para incorporar, também, as estruturas de concreto
protendido e de concreto reforçado com fibras.
Essas e outras alterações serão abordadas neste e-book. O objetivo
é levar a você, de forma objetiva, uma radiografia desta norma tão
importante, que versa sobre temas diversos, como montagem de
formas, armação e controle tecnológico.
Aproveite e tenha uma excelente leitura!
APRESENTAÇÃO

4. 4
SOBRE A NORMA DE
EXECUÇÃO DE ESTRUTURAS
DE CONCRETO
No passado, os requisitos de projeto e de execução de
estruturas de concreto eram contemplados de forma unificada
em uma única norma brasileira, a NB-1, substituída pela NBR
6118 a partir de 1980.
Em 2003, o processo de revisão da NBR 6118 restringiu
o escopo desta norma, limitando-a aos requisitos e
procedimentos de projeto estrutural. Isso levou à criação
de outras normas para tratar da execução e do controle
tecnológico. Assim surgiram a NBR 12.655: Concreto de
Cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação
– Procedimento e a NBR 14.931, publicada pela primeira vez
em 2003, com uma emenda em 2004.

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Atualmente, as normas técnicas que versam sobre as estruturas
de concreto se dividem em três grandes grupos:
Normas de projeto — A exemplo da NBR 6118 (Projeto de
estruturas de concreto), da NBR 16.935 (Projeto de estruturas de
concreto reforçado com fibras) e da NBR 15.200 (Projeto de estruturas
de concreto em situação de incêndio).
Normas de materiais — É o caso da NBR 15.823
(Concreto autoadensável) e da NBR 7480 (Aço destinado
a armaduras para estruturas de concreto armado —
Especificação), entre outras.
Normas de execução — Grupo onde estão a NBR 14.931
(Execução de estruturas de concreto armado, protendido e com fibras
– Requisitos) e a NBR 7212 (Concreto dosado em central – Preparo,
fornecimento e controle).

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A NBR 14.931: 2023 passa a ser exigida
de modo obrigatório para os projetos de
construção protocolados para licenciamento
em órgão competente a partir de 07 de
outubro de 2023, ou 180 dias após à data de
sua publicação (10 de abril de 2023).
Escopo e abrangência

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A norma é aplicável para todas as estruturas executadas em
concreto armado e concreto reforçado com fibras, bem como
para:
■ Concretos protendidos pós-tensionados aderentes
ou pós-tensionados não aderentes (cordoalhas
engraxadas);
■ Fundações superficiais, conforme a ABNT NBR 6122:
sapatas, radiers, sapatas associadas e vigas de
fundações;
■ Estruturas pré-moldadas de concreto, conforme os
requisitos da ABNT NBR 9062: Projeto e execução de
estruturas de concreto pré-moldado.

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O novo texto, contudo, não é aplicável em algumas situações.
São elas:
■ Concretos protendidos pré-tensionados;
■ Execução de fundações profundas;
■ Execução de tirantes ancorados nos terrenos;
■ Execução de paredes-diafragma;
■ Execução de paredes de contenção com o uso de
chumbadores ou concreto projetado;
■ Solo grampeado.

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A revisão da norma de execução de estruturas de
concreto foi elaborada no Comitê Brasileiro da
Construção Civil (ABNT/CB-02) pela Comissão de Estudo
de Execução de Estruturas de Concreto (CE-002:124.016).
“A atualização manteve a maioria das exigências já
indicadas na versão anterior de 2004, mas aprimora os
requisitos e acrescenta alterações relevantes”, resume
o engenheiro Marco Antonio Cárnio, coordenador do
Comitê Técnico CT 303 Ibracon/Abece.
Processo de revisão

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“Com relação ao concreto armado e protendido, por
exemplo, a norma trouxe um aperfeiçoamento das práticas,
levando em consideração o olhar de quem constrói. Com
isso, a norma corrige uma defasagem tecnológica criada
desde 2004, quando foi publicada a versão anterior desta
norma”, continua Cárnio.
Bastante ampla, a nova NBR 14.931 aborda desde aspectos
como recomendações para o armazenamento do aço para
as armaduras aos requisitos básicos dos sistemas de formas
e de escoramentos. Ela também define como deve ser
executada a armadura passiva das estruturas de concreto
armado e protendido, bem como as melhores práticas para
o uso do concreto reforçado com fibras.

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Segundo o engenheiro da Abece, o trabalho se destaca por dois fatos
importantes:
■ Permitir o alinhamento das normas e práticas recomendadas
sobre o concreto reforçado com fibras.
■ Abordar temas essenciais para garantir a qualidade, a segurança
e a estabilidade na execução das construções. Entre eles, sistemas
de formas e escoramentos, armaduras, cuidados na concretagem,
processo de cura do concreto e protensão.
Um ponto importante é que durante o processo de revisão,
houve a preocupação em assegurar uma interface harmoniosa
entre a norma de execução de estruturas de concreto com
outras normas existentes, a exemplo da NBR 15.696, que trata
de formas e escoramentos.

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A NBR 14.931:2023 reforça a importância da elaboração de um projeto de
canteiro, considerando questões de logística e produção.
A norma traz orientações para o armazenamento de materiais, além de cuidados
para movimentação de veículos e equipamentos sobre estruturas já executadas.
Ela especifica os prazos máximos de armazenamento do aço para que ele não
precise de cuidados adicionais contra corrosão. Em locais de agressividade
CAA-IV (muito forte), a norma define o prazo de 30 dias a partir do qual são
obrigatórios cuidados adicionais para o armazenamento do material.
Em um anexo, a norma apresenta recomendações relativas ao recebimento,
armazenamento e utilização de materiais para os quais não existam normas
brasileiras específicas. Destaque para as fibras poliméricas (Fibre Reinforced
Polymers).
O QUE MUDA COM A NOVA VERSÃO?
Sobre o armazenamento de materiais:

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A norma detalha propriedades e cuidados na execução de
emendas mecânicas. Ela também traz recomendações sobre
a elaboração de um plano de amostragem para controle das
emendas mecânicas ou por solda.
O texto inclui tabela de tolerâncias para posicionamento de
armaduras ativas (bainhas ou cordoalhas) em estruturas
de concreto protendido. Ele define as tolerâncias para
posicionamento das armaduras passivas de elementos estruturais,
lineares e de superfície, em concreto armado e protendido.
A NBR 14.931 estabelece, ainda, critérios e tempos de proteção
das barras de esperas, em sincronia com as classes de
agressividade ambiental indicadas na ABNT NBR 6118.
Sobre a execução das armaduras:

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O texto revisado da ABNT NBR 14.931 dá orientações sobre a
contratação de serviço de concretagem, em alinhamento com
as prescrições da ABNT NBR 7212;
A norma detalha recomendações sobre concretagens em
períodos chuvosos. As orientações variam conforme a
intensidade das precipitações. Em caso de chuvas fortes (acima
de 10 mm/h) a norma orienta a suspensão da concretagem;
O texto cita procedimentos a serem adotados para uso de
concretos bombeados e autoadensáveis;
Há, ainda, a definição da taxa de evaporação da água de
amassamento do concreto (1 kg/m²/h) acima da qual devem
ser adotadas medidas para evitar a perda de consistência e
reduzir a temperatura da massa.
Sobre a concretagem:

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A NBR 14.931 traz uma seção específica sobre uma atividade
que costuma ser crítica: a retirada dos moldes e dos
escoramentos.
Ela especifica que os sistemas de formas devem ser
projetados e construídos segundo a NBR 15.696. O projeto
de formas precisa conter informações mínimas, como a
descrição dos sistemas especificados e os procedimentos
para remoção dos escoramentos.
Sobre formas e escoramentos:

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Uma grande novidade introduzida pela NBR 14.931 diz respeito
ao concreto reforçado com fibras. Essa tecnologia já contava com
norma de projeto e de materiais, mas havia uma lacuna com
relação à execução.
O texto aborda aspectos como os cuidados necessários durante o
adensamento e a cura do concreto reforçado com fibras.
Ele define que as fibras utilizadas nas estruturas de concreto
reforçado devem atender às NBR 15.530 (fibras de aço),
16.941 (fibras de vidro álcali-resistentes) ou 16.942 (fibras
poliméricas), conforme o tipo de fibra especificado.
Sobre o concreto reforçado com fibras:

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Em um anexo, a NBR 14.931 indica três níveis de inspeção da
execução das estruturas de concreto. Eles se diferenciam em
função dos possíveis impactos de falhas na estrutura.
Ela também recomenda a realização da Análise Preliminar de
Riscos (APR) associada à execução das estruturas de concreto.
O objetivo é identificar riscos e avaliar a necessidade de ações
para eliminar problemas potenciais (ações preventivas) ou
evitar a recorrência de problemas já observados em outras
obras (ações corretivas).
Sobre a gestão e o controle da execução:

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A ABNT NBR 14.931:2023 é uma das referências técnicas mais
relevantes para quem constrói. Ao abordar a execução das estruturas
de concreto, ela se relaciona, direta ou indiretamente, com vários
outros subsistemas.
Além disso, o pleno atendimento aos requisitos desta norma ajuda
a garantir que as melhores práticas de execução sejam adotadas
visando o desempenho e a vida útil da edificação, bem como a
segurança dos usuários.
Uma novidade interessante da norma revisada é trazer um anexo
destacando as mudanças da revisão em comparação com a versão
anterior.
Se você ficou com dúvidas, não deixe de consultar entidades
técnicas, como a Abece (Associação Brasileira de Engenharia e
Consultoria Estrutural).
O texto da norma na íntegra pode ser adquirido diretamente na
página da ABNT.
CONCLUSÃO

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