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EDITORIAL O jornalista Paiva Netto escreve
	
“O Milênio das Mulheres”

Villas-Bôas Corrêa
Memória
do Brasil
contemporâneo

Lições
de

jornalismo

HISTÓRIA Um século de imigração japonesa
	
no Brasil

Myltainho
Alma de editor
e gênese de
repórter

Altay Veloso
Valores e crenças
do compositor
brasileiro

Marcos Caruso
Paixão pela
arte de atuar
no teatro

Amit Goswami
O físico indiano
fala sobre Ciência
e Espiritualidade

Experiências de vida dos jornalistas Cristiana Lôbo
e Jorge Moreno a alunos de Comunicação Social
A Boa Vontade TV sela mais uma parceria, agora com a Sky, para oferecer
às famílias brasileiras uma programação de qualidade, marca que faz
desta a TV da Paz e da Fraternidade Real desde o ano 2000. Leva aos
telespectadores programas com enfoque na Educação, Cultura, Esporte,
Saúde, Informação, Solidariedade, Meio Ambiente e Cidadania Plena,
com Espiritualidade Ecumênica.
agora na SKY
Programação 24 horas no ar • Canal 27

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I n f o r m a ç õ e s : 0 8 0 0 7 7 0 7 9 4 0 • w w w. b o a v o n t a d e t v. c o m
Sumário

6

18

24

34

52

38

28
68

90

	6	 Editorial
O Milênio das Mulheres

	10	 Cartas, e-mails, livros e registros
1
	 7	 Opinião Esportiva
18	 Comunicação
Villas-Bôas Corrêa

24	 Samba & História
Altay Veloso

28	 Perfil
Mylton Severiano da Silva
EDITORIAL O jornalista Paiva Netto escreve
“O Milênio das Mulheres”

Villas-Bôas Corrêa
Memória
do Brasil
contemporâneo

Lições
de

jornalismo

HISTÓRIA Um século de imigração japonesa
no Brasil

Myltainho
Alma de editor
e gênese de
repórter

Altay Veloso
Valores e crenças
do compositor
brasileiro

Marcos Caruso
Paixão pela
arte de atuar
no teatro

Amit Goswami
O físico indiano
fala sobre Ciência
e Espiritualidade

Experiências de vida dos jornalistas Cristiana Lôbo
e Jorge Moreno a alunos de Comunicação Social

33	 Utilidade pública
34 	Teatro
Marcos Caruso

38	 Especial — Capa
Aula de Jornalismo

47	 Acontece
créditos das Fotos de Capa:
Altay Veloso: Rick Abreu; Amit
Goswami: João Preda; Marcos
Caruso/Villas-Bôas Corrêa: André
Fernandes; Myltainho: Rafael Rezende;
Imagem capa: João Preda



| BOA VONTADE

48	 Meio ambiente
52	 Destaque
LBV: Amor e Solidariedade

60	 Opinião — Mídia Alternativa
64	 Saúde
68	 História
Os cem anos da imigração japonesa no
Brasil

77	 Notícias do Sul	
78	 Ecumenismo Irrestrito
80	 Responsabilidade Social	
82	 Arte na Tela
84	 Melhor Idade
89	 Cidadania
90	 Fórum Mundial Espírito e Ciência, da LBV.
Amit Goswami

92	 Ação Jovem LBV
94	 Pedagogia do Cidadão 	
	 	 Ecumênico
96	 Soldadinhos de Deus
98	 Esporte
Ao leitor

Reflexão de BOA VONTADE
A Caridade não é um sentimento de
tolos. É uma estratégia de Deus, que
estabelece nos corações a condição
ideal para que se trabalhe, governe,
empresarie, administre, pregue,
faça Ciência, elabore a Filosofia e se
viva, com espírito de generosidade, a
Religião.
	

Extraído da nova edição do livro Cidadania do Espírito,
de autoria do escritor Paiva Netto, lançado pela Editora Elevação.

BOA VONTADE
Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica
ANO 52 • N

o

2 2 1 • j an / fev / M ar / 2 0 0 8

BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada
sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de
São Paulo.
Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ

19.916 JP

Coordenador Geral: Gerdeilson Botelho
Jornalistas Colaboradores Especiais: Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan,

José Carlos Araújo e Mario de Moraes.

Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Angélica Beck, Daiane Emerick, Daniel Trevisan,

Danielly Arruda, Débora Verdan, Felipe Tonin, Jaqueline Lemos, Jefferson Rodrigues,
João Miguel Neto, Joílson Nogueira, Jully Anne, Karina Sene, Larissa Tonin, Leila Marco,
Leilla Tonin, Maria Aparecida da Silva, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Neuza
Alves, Roberta Assis, Rodrigo de Oliveira, Simone Barreto, Walter Periotto, Wanderly
Albieri Baptista e William Luz.
Projeto Gráfico: Helen Winkler
Impressão: Editora Parma
Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050

• São Paulo/SP • Tel.: (11) 3358-6868 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970
Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com

A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus
artigos assinados.

Família: tema recorrente nesta revista. Está em entrevistas
e conteúdos distintos. Logo no Editorial, o escritor Paiva
Netto homenageia o gênero feminino no artigo “O Milênio das
Mulheres”, pois, segundo ele, pelas mãos delas se alcança a
estabilidade do lar e, por conseqüência, do próprio mundo.
Em evidência, neste número, entrevistas de cidadãos
bem-sucedidos — pessoas que alcançaram notoriedade por
seu trabalho e determinação — que destacam a convivência
familiar e a influência dela no crescimento pessoal. Foi por essa
perspectiva que anotamos frases como a do veterano jornalista
Mylton Severiano: “Como é importante ter pais legais”,
referindo-se ao primeiro texto seu, publicado por volta dos 9
anos, por incentivo do pai. Outro que ressalta a convivência
positiva no lar é o ator Marcos Caruso: “Eu ia muito ao teatro
infantil. Minha tia-avó me levava, e isso sempre foi um grande
estímulo para que eu descobrisse o meu talento”.
O centenário da imigração japonesa no Brasil é tema
de reportagem nesta edição. Nela, podem-se ver os motivos que influenciaram essa epopéia e o que representou
esse movimento para os cerca de 1,5 milhões de descendentes japoneses nascidos em nosso País.
Ainda destacamos a descontraída entrevista com os
jornalistas Jorge Bastos Moreno, Cristiana Lôbo e
Sílvia Faria que, entre outros temas, falaram da profissão,
da comunicação no dia-a-dia e das mudanças na mídia
desde o aparecimento da internet.
Boa leitura!

Leia na próxima BOA VONTADE!

Já estamos preparando para Você, amigo leitor, a edição no
222. Entre as reportagens, a cobertura completa do aniversário
de 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e
entrevistas com importantes nomes da área, a exemplo do
veterano jornalista Ricardo Kotscho. Além disso, personalidades como o ator Carlos Vereza e o cantor e compositor Juca
Chaves expõem seus pontos de vista. Em Abrindo o Coração,
o maestro João Carlos Martins conta como a superação de
momentos difíceis o elevou ao patamar de um dos maiores
pianistas na atualidade. Destaque, ainda, para a reportagem
especial enfocando a inclusão de pessoas com deficiência.
O próximo número mostrará também que há muita gente
preocupada com o Planeta. Exemplo disso é a mobilização que
se dá na América Latina com o II Fórum–Feira de Inovações
Rede Sociedade Solidária, promovido pela LBV, com suporte
da ONU, em que mais de 1.200 organizações da sociedade civil,
além de autoridades, trocam receitas de sucesso, para multiplicar práticas e fomentar o desenvolvimento sustentável.
BOA VONTADE |
Photos.com

Editorial

O Milênio
das

Mulheres
“A Mulher, o lado mais
formoso da Humanidade,
singulariza o alicerce de todas
as grandes realizações. Aquilo
que fisicamente nos constitui
é gerado em seu ventre (...).
Nossos primeiros passos no
desenvolvimento da cidadania
são por ela guiados, ao nos
conduzirem pelas mãos. A
estabilidade do mundo começa no
coração da criança. Por isso, na
LBV praticamos, há tantos anos, a
Pedagogia do Afeto.”


| BOA VONTADE
Divulgação

João Preda

que diz respeito à ascensão moral e crescente, ao contrário do que se
espiritual, convidei — nas diversas podia antes imaginar, que atinge,
oportunidades em que me dirigi ao de maneira muito dura e cruel, as
Povo, naqueles dois dias, no Templo mulheres, muito mais do que os
da Boa Vontade, na sede do
homens. Elas trabalham
ParlaMundi da LBV e na
em casa e fora de casa e
*1
Praça Alziro Zarur , em
têm de assistir, de vivafrente ao Conjunto Ecumêvoz, olho no olho, todas as
nico da Boa Vontade — os
carências de sua família
que me privilegiaram com
(...). Fica cuidando do
seu apreço, em 2000, a dar Heloneida Studart filho doente que não tem
boas-vindas ao Milênio das
remédio, preocupa-se por
Mulheres.
não poder dar vitamina às crianças
Com atenção assisti, àquela al- e não ter como comprar frutas, vê
tura, à entrevista concedida à Boa mais vezes a conta da luz que está
Vontade TV pela saudosa escritora atrasada...
Heloneida Studart (1932-2007),
“A ONU tem uma estatística
que dissertou sobre o relevante papel mostrando que a mulher pobre traque elas vêm assumindo no âmbito balha mais que o homem, porque
da melhoria da qualidade de vida:
atua em várias frentes: no lar, na
rua, na empresa, enfim, estão ativas
“O feminismo tem sido sempre em grande quantidade de tempo por
o mesmo, mas enriquecido de no- dia. Em geral, quando saem para o
vas reivindicações. Existe uma ala emprego, já têm duas ou três horas
dele, principalmente no Primeiro de serviço executadas no próprio
Mundo, que agora está engajada na lar e, ao voltarem para casa, ainda
luta contra a pobreza, um fenômeno têm tarefas a cumprir. O aumento

José de Paiva Netto, jornalista,
radialista e escritor. É diretorpresidente da LBV.

N

uma justa homenagem
ao ente humano, que
dentre tantas virtudes
possui o dom de trazernos à vida, separei trechos do meu
livro O Capital de Deus, Editora
Elevação. Antes de transcrevê-los,
quero destacar que há muitas formas
de ser mãe, como escrevi no Correio
Braziliense, em 1987: mesmo quando não seja pela feição carnal, porquanto há outras sublimes maneiras
de o ser, inclusive dar à luz grandes
realizações em prol da Humanidade.
Espero que apreciem:
É notável a sensibilidade feminina também para com os assuntos transcendentais. Mirando as
perspectivas dos próximos anos,
em que, por força do instinto de
subsistir, as consciências poderão
mostrar-se mais fecundas a tudo o

Vista parcial do histórico “Bem-Vindo, Ano 2000!”
Em frente ao Conjunto Ecumênico da LBV, em Brasília/DF,
ocorreu o grandioso Congresso que contou com a presença,
segundo informações oficiais, de cerca de 200 mil pessoas,
de todas as partes do Brasil e do Exterior, para saudar a
chegada do ano 2000. Sob a liderança de Paiva Netto, o
Povo presente reuniu-se pela Paz mundial.

*1 Praça Alziro Zarur — Iniciativa
de Paiva Netto que contou com a
colaboração do Casal Legionário
Noys e Haroldo Rocha, atualmente
em Portugal.
BOA VONTADE |
Editorial

dos espaços de lazer para elas, com
a diminuição da carga trabalhista,
é uma reivindicação do chamado
novo feminismo”.
Touché, cara Heloneida.

A Mulher e a estabilidade
do mundo

Não há como impedir — consoante ainda hoje alguns de forma
simulada gostariam — a destacada
e frutífera participação delas nos
vários setores da sociedade para
que o progresso alcance pleno êxito
em magnífica cruzada de resgate da
cidadania, conforme o exposto pela
dra. Heloneida. Adesão que naturalmente inclui os que gerenciam as
ações político-governamentais, em
que é essencial o alento renovador da
Espiritualidade Ecumênica, sem o
que a eficiência permanecerá aquém
dos anseios populares.
A Mulher, o lado mais formoso
da Humanidade, singulariza o ali-

cerce de todas as grandes
realizações. Aquilo que fisicamente nos constitui é gerado
em seu ventre (...). Componentes do gênero feminino se traduzem
em elemento preponderante para
a sobrevivência das boas causas.
Organizações estáveis contam com
mulheres estáveis. (...) O meu fito
aqui é ressaltar quanto é primacial
para a evolução humana e a segu­
rança do mundo a missão da Mulher
(...). Nossos primeiros passos no
desenvolvimento da cidadania são
por ela guiados, ao nos conduzirem
pelas mãos. A estabilidade do mundo
começa no coração da criança. Por
isso, na LBV praticamos, há tantos
anos, a Pedagogia do Afeto.

Há muito que aprender
com o próximo

Em Globalização do Amor Fraterno*2, mensagem endereçada à
ONU, em 2007, ponderei:

Nunca como
agora se fez tão
indispensável unir os
esforços de ambientalistas e seus
detratores, como também trabalhadores, empresários, o pessoal
da mídia, sindicalistas, políticos,
militares, advogados, cientistas,
religiosos, céticos, ateus, filósofos,
sociólogos, antropólogos, artistas,
esportistas, professores, médicos,
estudantes, donas de casa, chefes de
família, barbeiros, taxistas, varredores de rua e demais segmentos da
sociedade, na luta contra a fome e
pela conservação da vida no Planeta. O assunto tornou-se dramático,
e suas perspectivas, trágicas. Pelos
mesmos motivos, urge o fortalecimento de um ecumenismo que
supere barreiras, aplaque ódios,
promova a troca de experiências
que instiguem a criatividade global,
corroborando o valor da cooperação
sócio-humanitária das parcerias,
como, por exemplo, nas cooperativas populares em que as mulheres
têm grande desempenho, destaca­
do o fato de que são frontalmente
contra o desperdício. Há muito
que aprender uns com os outros.
Um roteiro diverso, comprovadamente, é o da violência, da
brutalidade, das guerras, que
invadiram os lares em todo o
orbe. Resumindo: cada vez
que suplantarmos arrogância
e preconceito, existirá sempre
o que absorver de justo e bom
com todos os componentes desta
ampla “Arca de Noé”, que é o
mundo globalizado de hoje.
A escritora e filósofa francesa Si­
mone de Beauvoir (1908-1986) foi
feliz ao inspiradamente concluir:
Arquivo BV

Simone de Beauvoir

“— Não há uma polegada no meu caminho
que não passe pelo caminho do outro”.
(...)

O milagre das
donas de casa

“— Nenhuma nação
poderá surgir à altura de
sua glória a menos que as
mulheres estejam lado a
lado com os governos”.

Arquivo BV

Arquivo BV

Não há melhor financista do que
a mãe de família, a dona de casa,
que tem de cuidar do seu muitas
vezes minúsculo orçamento, realizando verdadeiros milagres, dos
quais somos todos testemunha,
desde o mais influente ministro da
Fazenda ao cidadão mais simples.
Sobretudo, no campo da Economia,
que não pode ser pega no grave
crime de esquecer o espírito de
Solidariedade, a ação da Mulher
é basilar.
Mohammad Ali Jin­
nah (1876-1948), jurista
e político, fundador do
Paquistão, em discurso
que fez em 1944 na Muslim University Union,
Mohammad Ali Jinnah salientou:

da Mulher”, em 2007, na sede das
Nações Unidas, em Nova York. O
evento sempre tem a presença da
LBV, que leva a sua palavra de Paz
às delegações do mundo, como
ocorreu novamente este ano:
O papel da Mulher é tão importante, que, mesmo com todas
as obstruções da cultura machista,
nenhuma organização que queira
sobreviver — seja ela religiosa,
política, filosófica, científica, empresarial ou familiar — pode abrir
mão de seu apoio. Ora, a Mulher,
bafejada pelo Sopro Divino, é a
Alma de tudo, é a Alma da Humanidade, é a boa raiz, a base das
civilizações. Ai de nós, os homens,
se não fossem as mulheres esclarecidas, inspiradas, iluminadas!
Estas nossas afirmativas encontram ressonância nas do educador
norte-americano Charles McIver
(1860-1906), que dizia:
“— O caminho mais econômico, fácil e certo para a educação
universal é educar as mulheres,
aquelas que se tornarão
as mães e professoras de
gerações futuras”.

Verdade seja dita, homem al­gum pouco realiza de verdadeiramente
A Alma da
Charles McIver
proveitoso em favor da
Humanidade
Paz se não contar, de
Para finalizar, apresento-lhes um pequeno trecho de outra uma forma ou de outra, com a
página — “A Mulher no conSerto*3 inspiração feminina. Realmente,
das nações” — que igualmente pois, “se você educar um hoenviei à ONU, em nova oportuni- mem, educa um indivíduo; mas
dade, e que foi traduzida por ela se educar uma mulher, educa uma
em seus seis idiomas oficiais, por família”. Exato, McIver.
(...)
ocasião da “51a Sessão do Status

*2 Globalização do Amor Fraterno —
Publicada inicialmente em português,
francês, inglês e esperanto, a revista
foi especialmente enviada por Paiva
Netto à reunião do High-Level Segment 2007, do Conselho Econômico
e Social das Nações Unidas (Ecosoc)
— no qual a LBV possui status consultivo geral —, realizada no Palais des
Nations, escritório central da ONU em
Genebra (Suíça). Foi recebida com
muito entusiasmo pelo secretário-geral
das Nações Unidas, Ban Ki-moon,
quando de sua visita ao estande da
Legião da Boa Vontade no evento. O
secretário referendou seu apoio à LBV
ao assinar a capa da revista e ratificou
votos de muito sucesso para todas as
ações empreendidas pela Legião da
Boa Vontade.
*3 A Mulher no conSerto das Nações
— Na língua portuguesa, em linhas
gerais, conCerto (com cê) significa
espetáculo musical, acordo (inclusive
político), harmonia. Já conSerto (com
ésse) quer dizer reforma, reparo, restauro. Daí Paiva Netto, no início desse
seu documento, ter explicado: “Antes
de tudo, devo esclarecê-los sobre a
palavra ‘conSerto’ grafada com ‘S’
no título deste artigo. Não se trata
de erro ou distração no emprego do
vocábulo em português. É ‘conSerto’
mesmo, porquanto, da forma que se
encontra o mundo a pré-abrasar-se
com o aquecimento global, é melhor
que os sexos confraternizem, unam
forças e realizem o conSerto urgente
do que ameaça quebrar-se, porque,
do contrário, poderemos acabar
nuclear ou climaticamente cozidos
numa panela fenomenal: o Planeta
que habitamos. (...) Isto sem falar no
ameaçador bioterrorismo”.
BOA VONTADE |
Cartas, e-mails, livros e registros

Vivian Ribeiro

Daniel Trevisan
Trib uTo

a Vill

Quero agradecer o correto e
sensível tratamento dado pela
revista BOA VONTADE à entrevista feita comigo. Vocês foram
muito generosos, obrigado. Espero que o meu
testemunho possa ter
ajudado, em especial
aos jovens, para compreender a importância
das ações solidárias
como as praticadas pela
LBV. Em especial, num Brasil que
ainda tem uma grande dívida social
a ser resgatada. (Ricardo Viveiros,
jornalista, escritor e professor, de
São Paulo/SP)

A revista BOA VONTADE é
graficamente perfeita, muito bemfeita, bem diagramada.
O mais importante,
além dos assuntos variados, é a quantidade de formadores de
opinião que deixam
seus depoimentos sobre o trabalho da LBV.
(Walter Guedes, secretário de
Cultura de Maricá/RJ)
Fiquei contente em
ler a revista BOA VONTADE. A entrevista
com Lya Luft está
maravilhosa. Muito
obrigada, um abraço a todos. (Conceição Cavalcanti,
coordenadora do
Programa Leitor do
Futuro, do jornal Diário de Per­
nambuco)

eve
to escr
Paiv a Net
a-lo bos

de
Diversida
cultural
do Brasil

tagens,
vista, repor
Pontos de
histórias de
da
registros e
brasileiros
destacados social, meio
ão
comunicaç
co, política,
poder públi a.
ambiente,
ção e cultur
esporte, educa

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itor bra

| BOA VONTADE

Fotos: Viviane Propheta

Profundidade e correta
abordagem

O apresentador de TV Gugu Liberato prestigia o lançamento do livro da irmã,
Aparecida (D). Na ocasião confraternizaram com Isabel Paes, da LBV.

Guia mostra a influência do primeiro
nome na personalidade Isabel Paes
A numeróloga Aparecida Liberato e o escritor e
diretor de mar­keting Beto Junqueyra lançaram recentemente, na capital paulista, o livro Diga-me seu nome
e direi quem você é. O trabalho é um guia prático que
mostra, por meio da Numerologia, a influência que o
primeiro nome exerce sobre as atitudes dos indivíduos,
como revela também detalhes da personalidade e dos
talentos pessoais. Representantes da LBV prestigiaram
o evento e foram portadores de um exemplar da obra
dedicado ao dirigente da Instituição, José de Paiva
Beto Junqueyra
Netto. Eis a mensagem dos autores: “Querido Irmão
Paiva, com grande alegria lhe escrevo! Abraços e minha
admiração. Aparecida Liberato” e “Irmão Paiva, um abraço carinhoso do
Beto Junqueyra”.
Em entrevista à BOA VONTADE, Aparecida destacou: “Agradeço a presença da Legião da Boa Vontade, sempre nos prestigiando. É maravilhoso! Vocês
estão juntos, aqui em São Paulo, em Porto Alegre, não importa. Tenho muito de
agradecer às crianças queridas da LBV que, tão gentilmente, fizeram um quadro
com a minha foto da campanha [de Natal], à qual eu aderi e sempre vou aderir,
porque a LBV faz uma diferença enorme para nós, brasileiros, que precisamos
dela e do empenho do Irmão Paiva nessa luta para diminuir no mundo o egoísmo
e trazer Amor. Quando eu penso no Irmão Paiva, penso em Amor”.
Beto Junqueyra também deixou seu recado: “Paiva Netto, é sempre um privilégio ter o prestígio da LBV. Nós temos um carinho muito grande por vocês.
Um grande abraço”.
O evento reuniu amigos, artistas e familiares. Na oportunidade, o irmão da
numeróloga, o apresentador de TV Augusto Liberato, o Gugu, esteve no lançamento e cumprimentou com simpatia os representantes da LBV.
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Irrev
um
al revela
profission
leiro.
o veterano
lismo brasi
sa o jorna
ria e anali

de sua histó

O jornal Gazeta do Araripe
sente-se honrado em veicular, nas
versões on-line e impressa, os
valiosos artigos de Paiva Netto e
as campanhas da Legião da Boa
Vontade. Desde que colocamos no
jornal a participação da LBV, nós
nos sentimos mais maduros e com a
certeza de levar aos nossos leitores
e internautas uma melhor leitura e
padrão de qualidade. Apesar dos 32
anos militando no rádio e no jornal,
ainda tenho muito que aprender,
mas pelo menos já aprendi com o
dirigente da LBV quão importante é
ter no coração a presença do Cristo
Ecumênico. (Izaurino Paes Brasil,
jornalista, de Ouricuri/PE)

Cida Linares

MaU RICI

REGISTRO Moacir Japiassu, Chico Pinheiro (E) e Paiva Netto (C), durante a entrega
do Prêmio Cláudio Abramo, há alguns anos, promovido pelo veterano Japi.
Perfil
O bem-hu

Japiassu escreve à redação

morado

jornalis

ta Moacir

Japiass

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Japiass

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mais evoluíd aqui é
hoje não traumatizante
criancinha
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olita. Quando
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e disse: ‘Ai
Eu estou me recuperei
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Nossa
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nasci, desde da Paraíba
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todo branco estou
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voltar para estação de trem dia,
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rio no
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s de Athayd dr. Manuel que saí de um
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norte
— afinal,
meu pai
bar
tomado
e,
essa regiãode Minas velho, e que gostava amigo de
um refrige onde tinha
padece
rante,
muito do senhora agarrou
convido
também
muito com
uma
u-o
Claros/
as secas
MG, que a vir a Montes disse: “Ai Nossa a criancinha
e está
e
era sede
jeto. O
Senhor
velho
do pro- diabo”. E eu
era uma a, é o
do, porque ficou meio
assusta- fiquei revolta
é sertanej
díssimo criança,
dessas aventur
o, tem medo
.
tentou dizer as repentin
BV — Você
as.
versou com não, mas antes Ele ca cosmop destaca a caracte
cona
olita da
rístio dr. Athayde minha mãe: “Neusa
te, mas
Região
hoje reside
Sudesme fez esse
,
olhe só
em um
que
convite, Por que fazer
essa escolha sítio.
disse: “Não absurdo!” Aí
Japiass
a velha
tem esse
absurdo
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uma idéia.
jornalista
veterano
Já
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10

“Que maravilhosa surpresa!!! Este velho sertanejo
não merece tudo isso! Ficou excelente o papo com
U
Rodrigo de Oliveira nas páginas de uma revista
muito bonita e bem-editada. Meus cumprimentos
ao nosso amigo Paiva Netto e ao editor da BOA VONReprodução
TADE, Francisco Periotto, além de toda a equipe. A revista de parte da
está muito bem escrita (Janistraquis, lupa em punho, andou reportagem
publicada
a perscrutar...), com ótimas reportagens, e cobriu com grande
na edição
competência o Salão do Jornalista Escritor. Parabéns a todos!
no 220 da
Recebam o grande abraço do Japi. Marcia envia um jacá de revista BOA
beijos.” (Moacir Japiassu, jornalista, Cunha/SP)
VONTADE.
Janistra

e boas

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história

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elas. E não
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nesta entrevis foi nada di- apaixonou graças o pela qual se complementou se apresenta.
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VONTADE
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18

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a LBV prom
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Com aval
o do UNIC
e o apoi

O famoso compositor e humorista Juca Chaves, ao
visitar recentemente a sede da Boa Vontade TV,
em São Paulo/SP, ressaltou o prazer que tem de
colaborar com a LBV, tendo em vista a seriedade
do trabalho que ela realiza: “Não sou religioso,
mas penso que a vida, com Boa Vontade, abre
caminhos para o mundo. Não existe Paz
se não houver Boa Vontade. (...) Gosto
do Paiva Netto porque ele faz muito
para muitas crianças. Que ele continue
concedendo alegria a todas essas crianças
que cantaram para mim hoje. Que eu seja
sempre útil à LBV naquilo que puder”.

Rosevalte

Estou impressionado com a qualidade da revista. Gostei bastante da
entrevista com o jornalista Ricardo
Boechat. Muito interessante! Coisas
que eu não sabia a respeito desse
profissional passei a conhecer. A
BOA VONTADE,
quando busca uma
personagem ou personalidade, tem-se
aprofundado na
vida e nas ações
fui
dessa pessoa, e
“Sempre
muitos desses
entrevistados
são espelho para o leitor.
É o que falta para o jornalismo de
revista no Brasil. O conteúdo dela
é importantíssimo, não se restringe
a um só tema, abre um leque para
informar assuntos da LBV, como
os nacionais e internacionais. (Beto
Lago, jornalista da Federação
Pernambucana de Futebol, de
Recife/PE)

Elias Paulo

Padrão de qualidade

BOA VONTADE |

BOA VONTADE

|

11

19
Cartas, e-mails, livros e registros

A próxima edição da BOA VONTADE traz entrevista com Gervásio
Baptista (foto 1), considerado o decano do fotojornalismo brasileiro. Ao
longo de mais de meio século de trabalho, conseguiu capturar a imagem
de estadistas e personalidades como:
John F. Kennedy, Richard Nixon,
Juan Domingo Perón, Charles de
Gaulle, Che Guevara, Fidel Cas­
tro, além de ter fotografado todos os
presidentes brasileiros desde Getúlio
Vargas. Parte de seu trabalho está
na exposição “Gervásio Baptista:
50 anos de Fotografia”, que está no
Supremo Tribunal Federal (STF), até
o dia 18 de abril.
Nessa mostra do fotógrafo, há
também algumas manifestações
de figuras destacadas da sociedade
acerca de seu trabalho, como esta

Fotos: João Preda

Gervásio Baptista: Decano do fotojornalismo

1
do diretor-presidente da LBV (foto
2): “Num momento de descontração,
há mais de trinta anos, falei ao meu
velho amigo Gervásio Baptista:
Gervásio, Você é uma figura tão
influente neste País e faz tamanha
parte de nossa história, que, quando
Pedro Álvares Cabral desembarcou
por estas bandas, já se encontrava

2
na praia para fotografá-lo.
“Saudações, estimado companheiro, pelos seus mais de 50 anos
de fotojornalismo!”
Ao ler a frase, Gervásio simpaticamente afirmou: “Coloque o
texto do Paiva Netto aqui, bem na
entrada. Ele merece o melhor lugar
desta exposição”.

Artista plástico Angel Irrazabal enaltece trabalho da LBV
Lucas Alvares

Lucas Alvares

O renomado artista plástico uruguaio Angel Irrazabal e sua simpática
esposa, sra. Ana Gomes de Almeida,
receberam em sua casa, em Juiz de
Fora/MG, os representantes da LBV.
12

| BOA VONTADE

Na ocasião, relembraram a homenagem
que o artista fez ao líder da Instituição,
há alguns anos, no Templo da Boa Vontade (TBV), quando o presenteou com
uma belíssima pintura de seu retrato.
“Tive a oportunidade de conhecer o Templo da Boa Vontade, que
é maravilhoso, um lugar repleto de
Paz e importante para a promoção
da cultura de nosso País através da
grande e moderna Galeria de Arte.
Resolvi fazer um retrato de Paiva
Netto em quadro como forma de
agradecimento, não só por mim, mas
por toda a Humanidade, homenagean­
do-o com o que melhor sei fazer, de
maneira sincera e humilde. Desejo

“Retrato de
Paiva Netto”
(2000),
100x80 cm,
óleo sobre
tela, de Angel
Irrazabal.

que ele continue sempre adiante com
a LBV e em tudo que faz.”
Angel tem atualmente 76 anos e
muita disposição, recebendo encomendas de pinturas, vindas de todo
o Brasil. Entre as pessoas retratadas,
figuram grandes personalidades
mundiais.
Nilton Preda

Simone Barreto

Pepita Rodriguez há muitos
anos divide seu tempo entre o teatro, a pintura, a literatura e a criação
dos filhos. Recentemente, a atriz e
também apresentadora de TV ainda
encontrou espaço na agenda para se
dedicar à arte culinária, fruto de sua
experiência com os amigos, eternizada no livro A arte de cozinhar
entre amigos. O título foi lançado,
em noite de autógrafos da autora, na
capital fluminense, em 22 de janeiro,
reunindo amigos e fãs.
Na obra, Pepita nos convida a
conhecer sua cozinha e narra si­tua­
ções vividas por ela em família e
com personalidades, como Nelson
Freire, Zico, Luiza Brunet e Ri­
cardo Amaral.
Durante o lançamento, ela autografou um exemplar do livro ao
diretor-presidente da Legião da Boa
Vontade, com a seguinte dedicatória:
“Meu muito querido José de Paiva
Netto, olha aqui meus amores rechea­
dos de alquimias. Beijos do meu
coração. Pepita Rodriguez”.

Templo da Boa Vontade e ParlaMundi da LBV — SGAS 915, lotes 75/76.
Tel.: (61) 3245-1070 — Brasília/DF

Glória Pires e Orlando Morais
visitam o Templo da LBV

Simone Barros

A atriz Glória Pires e o marido,
o cantor e compositor Orlando
Morais, viveram momentos de
inte­riorização no Templo da Boa
Vontade (TBV), o Templo da Paz,
na capital federal. Por sugestão de
amigos, o casal decidiu visitar o
Templo no fim de 2007. “Tivemos
vontade de vir conhecer e foi ótimo,
bonito, uma energia muito boa!”,
comenta Glória.
Para a atriz, a proposta ecumê­
nica do TBV, a Pirâmide das
Almas Benditas, representa “o futuro: a convivência pacífica entre
as religiões, entre os povos; isso
é que a gente deve buscar”. Ela
ainda recomendou a quem puder
que vá visitar o monumento.
Por sua vez, Orlando não escondeu a forte impressão que lhe
causou o local, dizendo-se satisfeito
de saber que existe em Brasília
um lugar tão sublime como esse,

Rafaela Fernandes

Divulgação

Pepita Rodriguez
cozinhando entre amigos

Glória, ao lado do marido, na Nave do
Templo da Paz, com os exemplares das
revistas BOA VONTADE e Globalização
do Amor Fraterno.

vizinho de Goiânia, sua terra natal.
Segundo ele, foi uma ótima opção
para encerrar o ano, classificando a
experiência como “um momento de
interiorização total”.
BOA VONTADE |

13
Cartas, e-mails, livros e registros

Fotos: André Fernandes

Centenário da Associação Brasileira de Imprensa

1

2

3

Na próxima edição da BOA VONTADE, acompanhe a reportagem completa sobre os principais eventos que marcaram os festejos dos 100 anos da Casa do Jornalista (1908-2008), a exemplo do que
ocorreu no Theatro Municipal (1), onde se reuniu um seleto público, recebido, na oportunidade, pelo
presidente da ABI e anfitrião da festa, o jornalista Maurício Azêdo (2). Na ocasião, o vice-presidente
do Brasil, José Alencar, representou o presidente Lula. O evento contou com a apresentação da Orquestra Petrobras Sinfônica, sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky (3), e show do cantor 4
e compositor Paulinho da Viola (4).

P e d a g o g i a d o C i d a d ã o Ec u m ê n i c o

Comprometimento com o futuro

Rosângela Guedes

De Londrina/PR, a leitora da revista BOA VONTADE Denise Sales dos Santos, pós-graduada em
Língua Portuguesa pela Universidade Norte do
Paraná, escreve à redação, destacando trecho do
discurso do jornalista e escritor José de Paiva Netto
ao corpo docente do Instituto de Educação da Legião
da Boa Vontade, na capital paulista, em que
o autor pondera sobre a qualificação pela
qual crianças e jovens devem se preparar
para o ingresso no mercado de trabalho.
A respeito do texto publicado na página
4 da edição no 220 da revista (de discurso
proferido originalmente em 1999), comenta Denise: “Lendo a BOA VONTADE,
me surpreendi com a matéria que traz as
palavras do presidente das Instituições da Boa
Vontade, José de Paiva Netto, dirigidas ao corpo
docente do belíssimo Instituto de Educação da LBV.
Como educadora, não poderia deixar de expressar
quanto nossa formação seria melhor se tivéssemos
14

| BOA VONTADE

em nossas escolas, faculdades e secretarias de Educação um projeto pedagógico de tamanha força e
comprometimento.
“Paiva Netto, além de nos mostrar a importância de trabalhar com a alma e o coração, ou seja,
a Espiritualidade ligada à sabedoria, deixa claro o
papel que temos na vida da sociedade e que
depende de nós, professores, essa formação qualificada e eficaz. E mais: verifiquei
que esse discurso foi publicado em vários
idiomas, um deles o Esperanto, uma língua
universal, neutra e internacional, que surgiu não para substituir outra língua, mas
para somar.
“Conhecendo a Legião da Boa Vontade
em Londrina/PR, constatei que a LBV é assim, ou
seja, uma soma de valores, culturas, crenças, ideologias. Uma soma à Humanidade. Coincidência?
Acredito que não. Visão de um grande homem e uma
grande Obra presentes neste Planeta”.
Ao Coração de
Deus

F O R T A L E Z A / C E

Diretoria da Provider
encanta-se com a LBV
Leontina Maciel

O livro Ao Coração
de Deus —
Coletânea Ecumênica
de Orações (versão
pocket) está disponível
nas principais livrarias
do País ou pelo Clube
Cultura de Paz: 0800
77 07 940.

Leontina Maciel

Divulgação

O respeitado jornalista Moa­
cir Benvenutti destacou em sua
coluna do jornal A Notícia, de
Joinville/SC,
um dos mais
recentes lançamentos da
Editora Elevação. Escreve
Moacir: “O
diretor-presidente da Legião da Boa
Vontade (LBV), José de Paiva
Netto, está lançando Ao Coração
de Deus — Coletânea Ecumênica
de Orações, dirigida para quem
quer melhorar a auto-estima e
renovar energias por meio da
oração. Segundo os editores, é
‘essencial para todos aqueles que
acreditam que, por intermédio
da prece, pode-se alcançar uma
força poderosa, não só para atender às necessidades materiais de
nossas vidas, mas também para
acalentar o coração e a alma de
todos’. São 50 orações das mais
diversas tradições religiosas, que
expressam as diferentes maneiras
de vivenciar a fé”.

	

O presidente da Provider, sr. Arnaldo Haimenes (E), o sr. Vicente Ximenes,
supervisor, e o sr. Wilson Matias, gerente, entre as crianças da LBV.

Largos sorrisos e músicas,
na voz das crianças do Coral
Ecumênico Infantil LBV, atendidas pela Instituição, na capital
cearense, deram as boas-vindas
à diretoria da Provider Ltda.,
que visitou o Centro Comunitário e Educacional da Legião
da Boa Vontade, no dia 13 de
fevereiro. O presidente da empresa, sr. Arnaldo Haimenes,
encantou-se com as crianças.
“Assistimos a uma apresentação maravilhosa. Nós, da
Provider, estamos muito satisfeitos em ajudar uma Entidade
como a LBV, que preza por um
aspecto fundamental: a Cidadania. Formar o cidadão é um
trabalho fenomenal que a LBV

realiza. (...) Hoje vi e senti o
aprendizado de se formar um
Cidadão Ecumênico. Essa missão está presente nesta Casa”,
disse.
O sr. Wilson Matias, gerente da filial da Provider no
Ceará, também agradeceu,
afirmando seu apoio à Instituição: “Quando for possível,
a Provider estará presente participando em parceria
com a LBV”. Nesse sentido,
o supervisor de qualidade da
empresa, sr. Vicente Ximenes,
também destacou: “Estamos à
disposição em contribuir para
o crescimento do trabalho desenvolvido pela Legião da Boa
Vontade”.

BOA VONTADE |

15
Isabella Schultz Ekstein Mota Santana é ganhadora da promoção cadeira de rodas “Sua história vale um sonho”.

Escolha fazer a diferença na vida de uma pessoa com deficiência.
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aumentando as oportunidades.
Realidade só no

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Opinião Esportiva
Coluna do Garotinho

Campeonato Brasileiro
José Carlos Araújo

Arquivo pessoal

especial para a BOA VONTADE

José Carlos
Araújo,
comunicador
da Rádio
Globo do Rio
de Janeiro

O

s principais clubes do País
se reforçaram. Buscaram o
que podiam ter de melhor.
Na maioria das vezes, as
contratações não foram aquelas
sonhadas pelos torcedores, mas as
que as finanças permitiram. Por
isso mesmo, os times são vistos
com desconfiança.
Há exceções, como o Fluminense, que se reforçou com Dodô,
Leandro Amaral, Washington,
Dario Conca e outros. Ou mesmo o São Paulo, que fez a mais
importante contratação do futebol
brasileiro: Adriano.
No entanto, outros grandes
clubes só vão ter a força avaliada
de verdade no Campeonato Bra-

sileiro, quando terão pela frente
equipes tradicionalmente fortes
e competitivas. Que ninguém
chegue ao campeonato nacional
iludido, pois só os competentes
sobreviverão.
Os campeonatos estaduais
são importantes. Têm tradição e
muito charme. Todos os clubes
querem conquistar o campeonato
de seu Estado, porque há rivalidade até secular em jogo. O título
estadual é uma ambição de todos
e uma cobrança dos torcedores.
No entanto, a qualidade dos
participantes, na maioria dos
estaduais, é discutível. E, quando os adversários são fracos, os
grandes acabam iludidos. Podem
não ter formado equipes tão fortes
quanto pensam para o restante
do ano.
Com certeza, isso não acontece
em São Paulo. Mas fica evidente
em Minas, no Rio Grande do Sul
e em outras grandes praças, especialmente no Rio de Janeiro, onde
o Estadual tem um regulamento
inteiramente a favor dos grandes
clubes.

No Campeonato Estadual do
Rio de Janeiro, houve um acordo:
os clubes menores abriram mão do
direito de jogar contra os grandes
clubes em seus estádios. Mediante
uma compensação financeira, aceitaram enfrentar os grandes clubes
cariocas somente no Maracanã, em
São Januário ou no Engenhão.
Com isso, praticamente desistiram de lutar por vagas nas fases
decisivas do campeonato, porque
se tornaram presas fáceis no campo dos adversários. Uma fórmula
em que todos são enganados: os
pequenos, que trocam suas chances por dinheiro; os grandes, que
não conseguem medir o tamanho
de sua força; e os torcedores, que
acabam iludidos.
As conseqüências surgem
quando disputam a Taça Libertadores da América e o Campeonato Brasileiro. Aí, sim, é a
hora da verdade, quando quem
tem competência vai em frente e
quem não tem sucumbe. É eliminado, no caso da Libertadores, ou
corre o risco de rebaixamento no
Brasileiro.
BOA VONTADE |

17
Comunicação
Villas-Bôas Corrêa

“(...) Nunca fui boêmio, não
tive tempo. (...) Trabalhava
demais. Como é que seria
boêmio se saía de casa às
sete da manhã, voltava para
almoçar e emendava até as
duas, três da manhã?”
18

| BOA VONTADE
Memória do Brasil
contemporâneo
Villas-Bôas Corrêa e os felizes 60 anos de jornalismo
Rodrigo de Oliveira e Simone Barreto

ca: completa seis décadas de trabalho no próximo 27 de outubro.
No trato diário com o noticiário
político, diz que sempre procura
a isenção no que escreve, a ponto
de jamais ter declarado voto, ou
ter-se filiado a qualquer partido.
A fim de garantir o requisito,
para ele, fundamental em sua
atividade: a credibilidade como
Marco Rodrigues

A

oportunidade de conversar com um dos ícones
do jornalismo político
em atividade no Brasil
é uma experiência única. Afinal,
como o próprio Luiz Antonio
Villas-Bôas Corrêa gosta de lembrar, “talvez seja o último sobrevivente da geração que cunhou o
modelo de reportagem política que
ainda hoje se pratica”. Villas-Bôas
Corrêa, como ficou conhecido esse
carioca nascido no bairro da Tijuca,
ingressou no jornalismo dois anos
após a promulgação da Constituinte de 1946, logo depois do fim
do Estado Novo, em meio ao processo de restauração democrática.
Partidos eram fundados, surgiam
os primeiros candidatos a cargos
públicos. Para o jornalista, aquele
momento era como uma contínua
“embriaguez de liberdade”. A
sociedade tinha fome por esse tipo
de notícia. Ao mesmo tempo, os
jornais ainda não dispunham de
quadros para cobrir política, que
se transformara em uma área importante do noticiário.
Com 84 anos de vida, VillasBôas está para atingir outra mar-

Reportagem fotográfica: André Fernandes

EM FAMÍLIA O jornalista com a esposa,
Regina Maria de Sá Corrêa, e o filho
mais velho, Marcos, que segue a
carreira do pai.

analista. Cultivando boas fontes
de informação e qualidade na
escrita, passou por diversas mídias, como o Diário de Notícias,
a Rádio Nacional, O Estado de
S.Paulo (durante 23 anos); foi
comentarista político da extinta
TV Manchete e um dos fundadores do jornal O Dia, no qual
trabalhou até aposentar-se, em
1998. No ano seguinte, voltou ao
Jornal do Brasil e atualmente assina três artigos semanais. Além
disso, publicou os livros Casos
da Fazenda do Retiro (2001), em
que relata as reminiscências da
juventude, e Conversa com a memória (2002), com as lembranças
de meio século como repórter.
Nesta entrevista exclusiva,
Villas-Bôas Corrêa conta, de forma
descontraída, as realizações na imprensa e fala da vida em família.
BOA VONTADE — Foi no curso de
Direito que surgiu o interesse pela
política?
Villas-Bôas — Sou filho de um
juiz de Direito, o desembargador
Merolino Raimundo de Lima
Corrêa. Meu pai foi juiz em Carmo
BOA VONTADE |

19
Fotos: Arquivo pessoal

Comunicação

1

2

BOAS RECORDAÇÕES DO RIO ANTIGO Sempre abordando temas sociais, em um de
seus “Comandos Parlamentares”, o jornalista vai a campo, na favela da Mangueira, na
companhia de dois deputados e um religioso. No percurso, encontram um grupo de pescadores que se alimenta em volta de um cesto de caranguejos. “Não vão nos convidar para
comer?”, questionou o deputado Heitor Beltrão, que aparece sentado (foto 1) ao lado do
também parlamentar Breno da Silveira (paletó branco). À esquerda, estão o padre Medeiros Neto e Villas-Bôas. “Esse era o Rio de Janeiro daquele tempo”, recorda o jornalista.

recomeçou
agem política
“A report
Estado Novo.
m a queda do
co
ro, aquela
i aquele estou
Fo
liberdade, que
mbriaguez da
e
revenidos.
s jornais desp
pegou o
ra cobrir
ia quadros pa
Não hav
ram sendo
política, eles fo
a
a antiga,
idos com a turm
preench
ca Velha.”
ha da Repúbli
que vin
do Rio Claro/MG (perto de Furnas),
município que fui rever 40 anos
depois. E lá minha mãe, Maria
Safira Corrêa, teve uma doença
terrível, que a obrigou a vir para a
casa do pai dela no Rio de Janeiro,
onde morreu dois anos depois. Fiquei órfão de mãe aos 8 anos, e o
restante da minha mocidade passei
na casa do meu avô, Luís de Cas­
20

| BOA VONTADE

tro Villas-Bôas, fiscal do posto de
consumo, aposentado, um sujeito
maravilhoso. Ele me deu várias
coisas, inclusive, o gosto pelo
teatro. Na casa dele me formei;
saí de lá casado, com 22 anos.
Antes disso, fui convocado na
guerra, servi mais de um ano na
Fortaleza de São João, na Urca,
quando passei a cabo. Uma coisa
curiosa: o meu avô foi jornalista
de província, de Angra dos
Reis; meu pai, que visitava a
gente — ia ver o filho de vez
em quando, era difícil para ele
viajar como juiz de interior
—, tinha um tio muito inteligente,
chamado José Pedro Saragossa
Santos (juiz no Estado do Rio de
Janeiro). Era uma casa de pessoas
que liam muito jornal, mas eu não
tenho lembrança de uma conversa
política, a não ser as reminiscências
sobre a velha política fluminense,
porque simplesmente não havia política no Estado Novo. Não existiam

nos jornais notícias sobre política,
partidos, Congresso. Quando entrei
na Faculdade Nacional de Direito,
estava praticamente em branco em
matéria de política. Se ela não me
deu um diploma que me servisse
na vida prática, porque nunca
advoguei, pelo menos ali eu caí
na fervura da política acadêmica,
na fase de resistência ao Estado
Novo. Fui presidente do Centro
Acadêmico Cândido Vieira (Caco)
e como presidente assinei e redigi
um manifesto saudando a queda da
ditadura.
BV — Como foi o início no jornalismo?
Villas-Bôas — Eu não posso
dizer que tinha vocação jornalística. Entrei para o Serviço de
Alimentação da Previdência Social
(SAPS), mas o vencimento do servidor público era muito escasso e
consegui um cartão do meu sogro,
Bittencourt de Sá, que tinha sido
3

4

VILLAS-BÔAS EM ALGUNS MOMENTOS (2) A fé do povo nordestino, uma das
pautas de uma série de reportagens sobre a seca no sertão, elaborada em 42 dias
e com passagens por diversas cidades, entre o Rio de Janeiro e o Ceará. (3) O
jornalista (em destaque), durante coletiva de imprensa com o presidente
Juscelino Kubitschek. (4) Cumprimenta o então governador do Estado de
São Paulo, Adhemar de Barros. (5) Encontro com o presidente da Argentina
Arturo Frondizi, que exerceu o cargo entre 1958 e 1962.

um grande jornalista na cidade do
Rio de Janeiro. Ele me deu uma
carta para entregar ao Cândido
de Campos, dono do A Notícia,
do Rio. Apresentei-me ao Silva
Ramos, que foi o meu grande
professor, mestre de jornalismo,
porque foi na base do trabalho;
era um sujeito exigente. Ele leu o
bilhete e disse: “O Bittencourt está
dizendo que você é bacharel, mas
não é necessariamente analfabeto.
Tire o paletó, sente ali e comece”.
Esse foi o meu curso de jornalismo
político. Demorou dois, cinco minutos, talvez. Tirei o paletó e, nesse
dia, voltei para casa lambendo a
notícia, a minha primeira matéria
publicada, uma matéria simples,
de uma coluna.
BV — E a carreira no jornalismo
político?
Villas-Bôas — Foi muito rápida. A Notícia não possuía repórter
político e começou a existir essa

5

redação
entra em uma
“Hoje, você
tar em uma
pressão de es
e tem a im
todo mundo
maternidade:
espécie de
endo aquilo,
da televisão v
em frente
mandar um
onversa. Para
ninguém c
om o colega
vez de falar c
recado, em
putador. O
assa pelo com
ao lado, p
mecanizado.”
gócio é muito
ne

necessidade. As manchetes
passaram a ser, em geral,
sobre a área. Um belo dia fui
buscar o “boneco” (usava-se à
época a fotografia do rosto da
pessoa) de um suicida, perto
do centro do Rio, e entrei num
hotel para informar à redação
que não havia “boneco” algum.
Enquanto esperava, ouvi um
cidadão com sotaque estrangeiro,
aos berros, ao telefone no fundo
do corredor, com a cabine aberta,
falando com alguém de Porto
Alegre. Comunicava o fato de ser
vítima de uma tentativa de chantagem por parte de um ministro
de Estado, e que ia ter naquele
dia uma entrevista com o então
ministro da Guerra, o general
Canrobert Pereira da Costa. Ele
se chamava Ivo Borcioni; apresentei-me, disse que era jornalista,
bacharel, e que ouvira a conversa.
Combinei que iria como advogado
dele à audiência com o Canrobert,
Comunicação

BV — Como era a rotina a essa
época?
Villas-Bôas — O começo em
A Notícia foi decisivo porque lá
não havia frescura, fazia-se tudo.
Fui me especializando dentro da
política, passava a tarde na Câmara,
ia ao Senado de vez em quando (a
capital do Brasil ainda era no Rio
de Janeiro/RJ), visitava a sede de
partidos e ministros, rodava o dia
inteiro e, de noite, ficava a correria
para escrever as matérias. Cheguei
a trabalhar em três jornais.

como capital
“O Rio de Janeiro,
ngresso
política, tinha um Co
e atuante,
extremamente vivo
s. Foi a
com grandes figura
atória.
época de ouro da or
ores
Convivi com os mai
Carlos
oradores do século:
rinos.”
Lacerda e Affonso A
e assim foi. Para minha surpresa,
o general aceitou aquela denúncia
contra o seu colega de ministério,
sem piscar um olho, e prometeu
levar a denúncia ao presidente Du­
tra. No dia seguinte, o assunto foi
manchete do A Notícia. O assunto
teve repercussão no Congresso
Nacional, e isso me consolidou
logo como repórter político.
22

| BOA VONTADE

BV — Alguma história curiosa
desse período?
Villas-Bôas — Criei os “Comandos Parlamentares” de O
Dia, o que era isso? Pegávamos
três deputados, um senador de
vez em quando. Encontrávamos
com eles às quartas-feiras no O
Dia — que ficava na avenida
Marechal Floriano; ali havia um
carro de reportagem e o Aquiles
Camacho, um grande fotógrafo,
que nos acompanhava. Só na
porta do jornal os deputados
eram informados aonde iriam.
Virávamos o Rio de cabeça
para baixo. Íamos a todo tipo
de lugar, mas procurávamos os
temas populares, as favelas. Os
“Comandos” ficaram popularíssimos, e eu recebia muitas denúncias.
Estava na redação quando alguém
me telefona com uma voz meio
abafada e diz: “Villas-Bôas, estou
aqui na penitenciária de Bangu;
hoje no jantar vamos fazer uma
revolta”. Então falei: “Agüenta aí,
estou indo para o local”. Corri até
a Câmara e chamei dois deputados,
o Breno da Silveira e o Tenório

Cavalcante. Chegamos lá e o jantar já estava sendo servido. Quando
entrei na sala, vi que a turma se coçou, entendeu? Daí um bocadinho
começou aquele negócio de prato
voando. Foi um furo absoluto. Tive
a sensação de que aquilo tinha sido
feito para mim (risos).
BV — De alguma forma os profissionais com quem conviveu
contribuíram para o êxito do seu
trabalho.
Villas-Bôas — Acho que sim,
porque, como eu era amigo do
Odylo Costa, filho, uma figura
maravilhosa, grande escritor e
poeta, para onde ele ia me levava.
Para o Diário de Notícias, para o
Estado de S.Paulo. (...) A reportagem política recomeçou com a
queda do Estado Novo. Foi aquele
estouro, aquela embriaguez da
liberdade, que pegou os jornais
desprevenidos. Não havia quadros
para cobrir a política, eles foram
sendo preenchidos com a turma
antiga, que vinha da República
Velha, Prudente de Morais, neto;
Osvaldo Costa e poucos mais; o
resto foi improvisando. O Rio de
Janeiro, como capital política, tinha
um Congresso extremamente vivo
e atuante, com grandes figuras. Foi
a época de ouro da oratória. Convivi com os maiores oradores do
século: Carlos Lacerda e Affonso
Arinos. O presidente da República
atuava politicamente dentro do
Congresso por meio de sua liderança. O jogo político, de fato, era
travado dentro do Congresso, da
Câmara.
BV — Este ano se comemoram os
100 anos da ABI e 200 da imprensa
no Brasil...
Villas-Bôas — Tenho absoluta
imparcialidade em avaliar isso. O
Maurício Azêdo trabalhou comigo
no Estado de S. Paulo, tivemos lá
nossas divergências, mas considero
absolutamente exemplar a administração dele. Ele não está só recuperando a Casa, o prédio, como
também está movimentando todos
os setores. Tem sabido respeitar o
contraditório. Na ABI, de vez em
quando, há palestras de pessoas que
levam um pensamento inteiramente diferente do que é predominante
na Casa; isso é perfeito. Acho uma
administração fantástica. Ele vai
dar o maior brilho possível a esse
centenário da Associação Brasileira de Imprensa.
BV — O senhor chega aos 84
anos com boa memória e saúde.
Qual o segredo para manter-se
bem?
Villas-Bôas — Reflete um
preço meio grande porque nunca
fui boêmio, não tive tempo. Casei
muito moço. O Marcos nasceu
nove meses depois e, Marcelo,
um ano depois. De repente estava
eu com mulher e dois filhos, morando na casa do sogro. Embora
tenha sido bem tratado lá, estava
louco para ter minha casa. Então,
trabalhava demais. Como é que
seria boêmio se saía de casa às sete
da manhã, voltava para almoçar
e emendava até as duas, três da
manhã? Quando Getúlio morreu,
passei 48 horas na redação sem
sair; só pude dar um pulo em casa
para tomar um banho, trocar a
roupa, fazer a barba.

BV — O senhor fala da família de
forma apaixonada. Esse convívio
foi importante para sua condição
intelectual, cultural e moral?
Villas-Bôas — Em geral, o jornalista da minha geração cultivava
muito a vida familiar. Quase sem
exceção, tiveram um casamento
só. Essa fase de Brasília eu não peguei, não quis ir para lá. Recebi um
convite absolutamente irresistível,
para dirigir a sucursal do Jornal
do Brasil em Brasília, mas não fui
porque era difícil deslocar a família, os meninos estavam estudando,
ia atrapalhar a vida deles. Trabalhei
sempre nesse ritmo; há pouco
tempo é que se deixou de ter essa
relação. Hoje, você entra em uma
redação e tem a impressão de estar
em uma espécie de maternidade:
todo mundo em frente da televisão
vendo aquilo, ninguém conversa.
Para mandar um recado, em vez
de falar com o colega ao lado,
passa pelo computador. O negócio
é muito mecanizado.

Ao término da entrevista, VillasBôas, que vem acompanhando o trabalho da LBV há décadas, registrou:
“Tenho uma relação muito longa
com a LBV, desde Zarur. Tinha
as referências mais elogiosas do
Osório Borba, um pernambucano
ranheta, grande jornalista e escritor, que tinha a informação de que o
Zarur era um homem absolutamente honrado, desprendido, que vivia
distribuindo a Sopa dos Pobres. O
presidente atual, o dr. Paiva Netto,
é sempre muito cordial comigo... eu
o encontrei pessoalmente algumas
vezes. Um dia, ele me convidou a
ir a Brasília (para uma visita ao
Templo da Boa Vontade), lá estive
e fui muito bem recebido. Se não
sou um crente de nenhuma religião, também não sou um desafeto.
Contribuo, modestamente, com a
Legião da Boa Vontade há muitos
e muitos anos, e é o único lugar
em que colaboro financeiramente.
Apenas ajudo a LBV porque merece
a minha confiança”.

BASTIDORES Equipe da Super Rede Boa Vontade de Comunicação prepara o
ambiente para gravar a entrevista, na sala da residência do jornalista, na zona
sul do Rio.
BOA VONTADE |

23
Samba  História
Altay Veloso

Cidadão do

mundo
Altay Veloso conta como a infância na LBV o ensinou a
respeitar as diferenças
Hilton Abi-Hihan
	
especial para a BOA VONTADE

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Ric

reportagem do programa Samba  História esteve no
bairro de Porto das Pedras, São Gonçalo, município do
Rio de Janeiro, para conversar com uma figura destacada da música brasileira: o cantor e compositor Altay
Veloso. O artista abriu as portas da casa e do coração para
contar um pouco da trajetória de vida. Destacou a infância
e juventude como épocas marcantes na formação do caráter
e de sua abrangente visão de mundo.
Autor de mais de 450 músicas, muitas delas de bastante sucesso, Altay mantém a forma simples de ser do início de carreira.
Mora no mesmo bairro onde nasceu e escolheu para constituir
família e criar os filhos, Saul, Saulo, Bárbara e Gibran. Durante a conversa, relembrou como a convivência com pessoas
especiais o influenciaram e quando surgiu a oportunidade de ser
compositor: “A primeira gravação na verdade foi com a Wanderléa, um disco produzido pelo Egberto Gismonti; ali
aconteceu o pontapé inicial”.
Depois, as canções de Altay ganharam realce
nas vozes de Roberto Carlos (Dito e Feito),
Elba Ramalho (Nascido em 22 de abril),
Emílio Santiago (40 anos), Vanusa, Ale­
xandre Pires, Leny Andrade, Alcione e
dos grupos de samba Só pra Contrariar,
Negritude Júnior, Soweto e Exaltasamba.
Como cantor, lançou cinco discos, a
exemplo de Avatar (1983) e Nascido
em 22 de abril (1995).
Enquanto toda a vida profissional ia desenrolando-se, um
24

| BOA VONTADE
Cristiane Moraes

sonho de mais de vinte anos era
acalentado por Altay: a montagem
de um superprojeto sobre Jesus, a
quem aprendeu a amar ainda bem
pequeno com a saudosa avó Rosa­
lina, Legionária da Boa Vontade. A
primeira música do futuro trabalho,
Jerusalém, foi composta ainda aos
21 anos de idade. Pouco tempo
depois, viriam O louco e Gólgota.
A idéia de escrever sobre a saga de
um africano de Daomé, que se encontra com o Cristo e se apaixona
pelos ensinamentos Dele, foi passo
a passo tomando corpo, entre uma
e outra interrupção forçada. Mas
apenas quando completou 40 anos
é que o artista conseguiu concretizar a história.
Com recursos próprios, viajou
em 2000 para Israel (por duas vezes), ao território de Ifé, na Nigéria,
além de Angola e Bahia, onde recolheu os últimos detalhes do livro
Ogundana, o Alabê de Jerusalém,

que mais tarde se transformaria em
CD e DVD. O trabalho foi gravado
por nomes importantes da nossa
música, como Elba Ramalho, Jor­
ge Vercilo, Jorge Aragão, Fafá
de Belém, Ivan Lins, Margareth
Menezes, Sandra de Sá, Lenine,
Lucinha Lins, Bibi Ferreira,
entre outros.
A obra conta a história de Ogun­
dana, um africano nascido há dois
milênios, em Ifé, que aos 12 anos
foge de sua aldeia e viaja por várias
nações do norte da África até que
encontra um centurião romano
e dele se torna amigo, seguindo
ambos para Roma. Graças aos
conhecimentos medicinais, herdados de sábios de sua tribo, e outros
aprendidos durante a viagem, passa
a cuidar do Exército romano e
segue com a tropa para Cesaréia.
Posteriormente chega à Galiléia,
onde conhece o Cristo.
O compositor explica que o

* Programa Samba  História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar
essas entrevistas aos domingos, às 14 e 20 horas. Pela Boa Vontade TV (canal 27 da SKY), o telespectador pode
conferi-las aos sábados, às 14 e 21 horas. Outra opção é aos domingos, às 5, 14 e 23 horas. Pela Rede Mundial de
Televisão, assista ao bate-papo aos sábados, às 18 horas; aos domingos, às 18 horas e segunda-feira, às 22 horas.

Fotos: Arquivo pessoal

Altay Veloso recebe em sua residência o radialista, jornalista e apresentador do programa Samba  História*, Hilton Abi-Rihan, da
Boa Vontade TV e da Super RBV.

DUAS ÉPOCAS
O pequeno Altay
entre os pais
Izolina e Aguilar;
ao lado o registro
dele em sua
primeira comunhão.

“Dona Rosalina (...) me
levou para a LBV ainda
molequinho, menininho,
e isso foi extremamente
importante para a minha
vida; ajudou a forjar o meu
espírito, a ser ecumênico,
a ter uma relação mais
fraterna com o próximo, com
as diferenças. Eu fui vendo
que Deus se manifesta de
formas diferentes.”
BOA VONTADE |

25
Ricardo Martins/Divulgação Rede Globo

Samba  História

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Arquivo pessoal

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Altay Veloso e sua esposa, Celinha, em
Jerusalém.
26

| BOA VONTADE

Altay Veloso é entrevistado por Jô Soares, em agosto de 2007. Na ocasião,
recordou-se de passagens marcantes de sua vida e da música Marcha dos
Soldadinhos de Deus (letra ao lado), que conheceu aos 7 anos de idade, ao
freqüentar a LBV, incentivado pela avó Rosalina.

título — inspirado em várias heranças culturais (cristã, judaica e
muçulmana)­ — é fruto da experiên­
cia familiar: a mãe, Izolina, sacerdotisa de cultos africanos, o pai,
Aguilar, um jongueiro do Espírito
Santo, e uma avó muito querida.
“Dona Rosalina deve estar muito
feliz de eu participar de um programa da Legião da Boa Vontade,
foi ela quem me levou para a LBV
ainda molequinho, menininho, e
isso foi extremamente importante
para a minha vida; ajudou a forjar
o meu espírito, a ser ecumênico, a
ter uma relação mais fraterna com
o próximo, com as diferenças. Eu
fui vendo que Deus se manifesta de
formas diferentes.”
Em maio de 2007, Altay conseguiu concretizar finalmente o
projeto, levando a ópera Alabê de
Jerusalém aos palcos do Canecão
e do Theatro Municipal do Rio de
Janeiro, reunindo 70 artistas em
uma megaprodução. O músico
disse que busca patrocinadores
para uma nova montagem da ópera.

Infância marcante como
Soldadinho de Deus

No bate-papo com Altay ficou
evidente também a preocupação
com as novas gerações. Para ele, a infância é um momento especial.“Foi
a fase mais importante da vida, a
que mais lembro, a que tenho mais
afeto”, recorda-se. A principal lembrança dele é a partir dos 7 anos de
idade, em que ao lado de dona Rosalina começou a freqüentar a LBV
e tornou-se um Soldadinho de Deus,
como são carinhosamente chamadas
as crianças na Instituição:“Eu tenho
um afeto especial por Alziro Zarur,
pela proposta ecumênica da LBV.
Até hoje a voz dele soa na minha
alma, realmente foi inspiradíssimo.
Que bom que o professor Paiva
Netto continua esse belo trabalho”.
Na oportunidade, ao receber de
presente um CD com a composição
Marcha dos Soldadinhos de Deus,
o cantor se emocionou muito e começou a cantarolar a música (leia
a letra da canção ao lado), para ele,
impossível de esquecer.
*¹ Dos primórdios da LBV — Referência à
famosa “Sopa dos Pobres”, também conhecida
como a “Sopa do Zarur”, iniciativa que resultou na
criação do Programa Ronda da Caridade, uma atividade permanente da LBV contra a fome.
 
*²O Programa Boa Vontade, com Paiva Netto, vai ao
ar pela TV Bandeirantes, no início da madrugada, de
segunda a sexta-feira, após o A Noite é uma Super
Criança, do apresentador e amigo da Legião da Boa
Vontade Otávio Mesquita. Você pode assistir também pelo canal 27 da SKY, pela Boa Vontade TV.

maravilhoso, marxista, ateu, daqueles que amam o próximo de tal
forma que, mesmo não acreditando
em Deus, como dizia, estava pronto
para ajudar o semelhante”.
O médico chamou o garoto
para lecionar na escolinha que a
avó montou. “O pessoal me chamava de professor, tínhamos 80
alunos e isso foi possível por conta
da LBV, que juntou todas essas
coisas na minha vida.” Foi mais
ou menos nessa época que descobriu a vocação musical e aprendeu
a tocar violão e acordeão.
Tantos anos depois, Altay Veloso guarda todos aqueles sublimes
sentimentos que conhecera quando criança. Diz que recentemente
sentiu-se muito feliz ao visitar o
conjunto educacional da LBV na
capital paulista, no qual são atendidos mais de 1.200 alunos. “Vi
meninos e meninas sendo tratados
com carinho. E a contribuição da
LBV nos dias atuais pode ser mais

relevante do que já foi, porque
hoje a gente precisa muito desse
sentimento ecumênico”, ressalta.
E acrescenta: “Se as crianças
tiverem acesso a essa diversidade
humana, serão muito melhores, terão mais chance de ser felizes”.
Para o artista, ali está o retrato
do Brasil futuro, que pode influenciar o restante do Planeta. “Aqui
árabes e judeus vivem próximos
uns dos outros. Há alguma coisa
de especial neste chão, neste território, nesta aura brasileira que
o mundo aos poucos saberá.”
Por fim, Altay não se esquece
de dizer que costuma assistir ao
Programa Boa Vontade, com
Paiva Netto*²: “O meu abraço
ao Paiva Netto, minha gratidão
por ter continuado, de forma tão
bonita, essa Inspiração Divina,
começada por Alziro Zarur. Que
Deus lhe dê muita força e luz,
para que possa levar à frente esse
trabalho”.
Fotos: Divulgação

É também na infância, como
Soldadinho de Deus, que ele descobre o valor de figuras notáveis
da Humanidade, Seres Humanos
que trabalharam para que o Planeta hoje pudesse ser um pouco
mais fraterno. Isso há quase 50
anos: “Nessa época não havia
uma literatura vasta, principalmente morando em São Gonçalo,
mas o que eu li sobre Gandhi na
antiga revista BOA VONTADE foi
o bastante para que eu o amasse
e tentasse me inspirar a partir
de um sentimento de um homem
como ele”.
Da avó, recorda-se que era
uma voluntária ativa nos programas socioeducacionais da LBV
— “daquelas que faziam sopa
aos sábados*¹” — e, apesar de
ser analfabeta, valorizava muito o
estudo.“Tanto é que, quando ela
pôde, fez dentro da casa dela uma
escola para alfabetizar os meninos
da vizinhança, que se chamava
Escola São Francisco de Assis, o
Patrono da LBV. Aprendi a gostar
de São Francisco, conheço todas
as orações dele.”
Nas reuniões da Instituição, o cantor fez um grande
amigo, o psiquiatra José Eu­
gênio: “Ele era da Legião
da Boa Vontade, um sujeito

HERANÇAS CULTURAIS Cenas do espetáculo Alabê de Jerusalém, assinado por
Altay e sucesso nos palcos do Canecão e do Theatro Municipal do Rio.
BOA VONTADE |

27
Perfil
Myltainho

Alma de editor
Izilda França

Caminhos que o jornalista
Mylton Severiano percorreu
para consolidar-se como um dos
grandes nomes da comunicação
brasileira

gênese de repórter
28

| BOA VONTADE
Arquivo pessoal

1
2

1- Myltainho entre os pais, Bernardo e Julieta, e a irmã Iracema, no colo da mãe.
2- Moisés Baumstein (E), Myltainho e Hamilton Almeida Filho (D), na redação da
revista Extra-Realidade Brasileira.
3- Revista Realidade, em 1969. Sentado,
em destaque, no centro da mesa, Paulo
Mendonça, então diretor da revista. No
sentido horário, os novos jornalistas da
Rea­lidade, Luís Fernando Mercadante,
José Carlos Marão, Mylton Severiano, Luís
Fontes, Jean Solari, David Zingg e Jaime
Figuerola.

3

Arquivo pessoal

Ao ceder esta imagem, o ilustre Woile
Guimarães mandou singela dedicatória
ao amigo em que relembra: “Em
Marília, encontrei com Monteiro
Lobato, na coleção do Myltainho.
Lá, seguramente, desenvolvi, com as
leituras, meu pendor pelas letras, pelo
português, que o Myltainho sabe de
trás pra frente e da frente pra trás. Não
só a ortografia, a gramática, mas pela
mágica que ele faz com as letras, com
sua cultura e sensibilidade política e
social”.

Arquivo pessoal

“Tive a sorte
de ter pais
maravilhosos.
Meu pai, Bernardo
Severiano da Silva,
é o meu herói.”

Arquivo pessoal

P

elas contas do veterano jornalista Mylton Severiano,
editor-executivo da revista
Caros Amigos, sua trajetória
na profissão começou, literalmente, a ser redigida em 10 de setembro de 1940, então data dedicada
à Imprensa. O próprio Myltainho
diz que desde o nascimento isso
“estava escrito”. Aliado a este
fator, o incentivo a boas leituras,
vindo do pai, o alagoano Bernar­
do Severiano da Silva, foi aos
poucos burilando na mente do
jovem Myltainho uma consciên­
cia crítica e intelectual. Tanto que
o faro pela reportagem é aguçado
desde tenra idade — seu primeiro
texto fora publicado antes mesmo
de completar uma década de vida.
Aos 12 anos, fez um poema sobre
o Dia das Mães para o Correio
de Marília. No colégio, tocava o
jornal do grêmio, ao lado do amigo
de infância Woile Guimarães,
também jornalista, dono da GW
Produções.
No entanto, apesar de esse
repertório conspirar a favor do
jornalismo, o contato com a profissão surgiu da necessidade de
auto-sustento. Logo quando chegou à capital paulista, vindo de
Marília/SP, em janeiro de 1960,
ingressou na faculdade de Direito,
mas largou o curso no terceiro
ano para trabalhar. Nesta entrevista, ele fala desses e de outros
assuntos, bem como dos planos.
Também destacou sua admi­ração
pela Legião da Boa Vontade e
pelo seu diretor-presidente, José
de Paiva Netto, com quem teve
oportunidade de realizar uma de
suas reportagens.

BOA VONTADE |

29
Homenagem ao saudoso
Sérgio de Souza
No fechamento deste número,
recebemos a notícia do falecimento
do jornalista Sérgio de Souza, editor
da revista Caros Amigos, publicação
lançada por ele há 11 anos. Serjão,
como era conhecido entre os colegas, morreu aos 73 anos, no dia 25
de março, na capital paulista. Em
sua carreira, trabalhou na redação
de grandes jornais brasileiros. Integrou a equipe que fundou e lançou
a histórica revista Realidade.
A Legião da Boa Vontade e seu
diretor-presidente, Paiva Netto,

BOA VONTADE — Como foi a
infância?
Myltainho — Eu sou filho de
um pai e de uma mãe semi-alfabetizados. Tive a sorte de ter pais
maravilhosos. Meu pai, Bernardo
Severiano da Silva, é o meu herói.
Minha mãe, Julieta Mazzola da
Silva, era cristã; meu pai entrou para
o Partido Comunista. Autodidata,
lia muito, e o maior bem que ele
me deu foi me colocar para estudar.
É a minha gênese. Quando tinha 5
anos, me lembro de um primeiro
presente que ele me deu, muito instigante. Era uma caixa, com cubos
de madeira, que deve existir até
hoje. Cada face do cubo tem uma
letra para você se alfabetizar. Logo
depois, começou a me dar livros.
Assim eu comecei a ler.
BV — Nessa época você já sonhava em fazer comunicação? O que
o despertou?
Myltainho — Estava escrito!
30

| BOA VONTADE

Amancio Chiodi

Perfil

dedicam as mais sinceras vibrações de Paz e respeito a esse grande comunicador, nosso caro amigo.
Esses sentimentos são extensivos
também a todos os colegas e familiares, especialmente à esposa,
Lana Nowikow, e filhos.

Como é importante ter pais legais.
Naquela época meu pai gostava
de caçar e, um dia, me levou junto.
Fiquei fascinado! Chegamos a uma
fazenda que tinha Mata Atlântica e
começou a chover muito forte, um
temporal com raios; a gente saiu
correndo. Encontramos uma cabana
onde morava um jovem casal de
camponeses, muito pobres, com
duas crianças, uma de colo, e outra
pequenina de 2 ou 3 anos. Meu pai já
era candidato a vereador, um sujeito
muito falante, simpático. Ele pediu
licença ao casal para olhar no fogão
de lenha o que tinham para comer.
No caldeirão só havia feijão e ele me
mostrou: “Filho, olha aqui o que
eles vão comer”. Virou-se para eles
e perguntou o que mais comeriam.
“Farinha, senhor”, responderam.
Quando parou de chover, e a gente ia
embora, meu pai entrevistou os dois,
perguntou quanto ganhavam, de
onde vieram, enfim... foi o jornalista.
No caminho de volta, eu falei que ia

escrever o que contaram e mostrar
para a professora. Ele disse: “Não.
Escreva, mas me dê, vou mandar
para o Terra Livre”. Esse era o nome
de um jornal agrícola, dos camponeses e pequenos agricultores. Desse
modo, publiquei com 8, 9 anos meu
primeiro texto, relatando o que tinha
visto, que eu achava aquilo muito
triste. Até então, não vira uma coisa
que tivesse me tocado assim, penso
que ali nasceu o jornalista; a vocação
baixou.
BV — E daí trabalhou em vários
jornais brasileiros, certo?
Myltainho — Trabalhei. Eu vim
a São Paulo fazer curso de Direito,
cheguei a entrar na São Francisco,
mas, ao mesmo tempo, procurei emprego; precisava trabalhar, meu pai
não tinha condições de me sustentar
aqui. Um amigo, Woile Guimarães,
já tinha vindo na frente; a gente
era de Marília/SP. Ele é jornalista,
empresário de comunicações, já
estava havia um ano na Folha de
S.Paulo e me arrumou um lugar lá.
Quando entrei e vi aquela coisa toda,
me desencantei do Direito e me
apaixonei na hora por uma redação.
Tinha começado a estudar Direito
pela inércia e também porque meu
pai queria. Em seguida, em 1964,
com o golpe militar, o meu pai foi
preso e aí tive o álibi para abandonar
a faculdade e mergulhar de sola no
jornalismo. Eu precisava segurar
as pontas da família e então fui embora. Trabalhei em vários canais de
TV e em muitos veículos, como o
Estado de S.Paulo, Jornal da Tarde,
uma porção deles.
BV — Quem você destaca como
Fotos: Arquivo BV

Ivan Souza

ENTREVISTA DE CAMPO
Fachada da unidade
educacional da LBV, na zona
norte do Rio, onde Myltainho
entrevistou o dirigente da
Instituição.

José Hamilton Ribeiro

nácio de Loyola
Brandão, José
Carlos Marão,
Hamilton Almei­
da Filho, enfim,
cada um ensinou
Hamilton Almeida Filho
alguma coisa, e
você também ensina para eles.

Arquivo pessoal

Roberta Assis

Rafael Rezende

O jornalista Myltainho com seu colega de
profissão Paiva Netto, durante visita ao Centro
Educacional, Cultural e Comunitário da LBV
em Del Castilho, Rio de Janeiro/RJ, em 2000.
Recordando-se carinhosamente da data,
mandou um recado: “Um grande abraço ao
Paiva Netto e a todos os colaboradores da
LBV. Eu os trago no coração”.

Ignácio de Loyola Brandão

Amancio Chiodi

fundamental na sua formação
dentro do jornalismo?
Myltainho — No começo, o BV — Quais reportagens mais o
meu pai. Depois que ele foi solto, marcaram?
Myltainho — Praticamente
ficou meio aperreado, como ele dizia,
chateado. Logo sentiu que aquilo era tudo o que fazia o José Hamilton
uma paixão para mim, então enten- sempre foi muito bom, desde a
deu e me deu todo o apoio. Depois revista Realidade. Na televisão,
dele, grandes amigos, verdadeiros me lembro de uma reportagem no
mestres, o Paulo Patarra, que foi programa Globo Rural, no qual ele
o diretor de redação da revista Rea­ está até hoje. Nela, mostrava, para
lidade, e o Sérgio de Souza, meu a gente da cidade, como na roça as
professor de texto. Ele me ensinou pessoas dão um jeito para as coisas
que para nós, urbanos, não trazem
praticamente tudo: a aperpreo­cupação como, por
feiçoar a ideologia, o jorexemplo, mandar uma
nalismo a serviço do Povo,
carta. A gente a põe no
do mais fraco, na defesa
correio e fim de papo. Só
das causas populares. Esses
que na reportagem ele
são os principais. Aí tem o
mostra um sujeito na roça
convívio com colegas como
Paulo Patarra
que vai com o caminhão de
José Hamilton Ribeiro, Ig­

“Nessa entrevista com o Paiva
Netto fui, mais uma vez, um
repórter bissexto, pois não era a
minha praia. Mas o que eu senti
naquele dia na LBV foi muita
emoção. Criança me emociona
muito. E eu vi aquelas crianças
se alimentando e sendo bem
tratadas. Aquilo me embargou
a voz em alguns momentos.
Foi uma das entrevistas de
campo que fiz que mais me
emocionaram, sem dúvida. Não
teve outro trabalho que me
emocionasse tanto.”
manhã buscar o leite e depois volta,
recolhendo aqueles latões na porta
da fazenda. Aí, ele aproveita para
levar cartas, bilhetes, encomendas,
o sapato que o pai manda para um
filho. É bonito isso, sabe? Na última
BOA VONTADE |

31
Arquivo pessoal

Daniel Trevisan

Perfil

CAROS AMIGOS Myltainho, ao centro, com sua equipe de redação, na Editora
Casa Amarela. Da esquerda para a direita, Mariana, Natália, Letícia, Wagner,
Camila, Léo, Thiago, Mariana, Michaella.

Divulgação

Amancio Chiodi

fazenda em que ele en- BV — Quais são os planos?
tra, para encerrar, há um
Myltainho — No momento, me
cara com um papagaio, preparo para escrever um livro sobre
em cima da árvore, que a revista Realidade. Já entrevistei o
canta um monte de mú- José Hamilton e mais umas 18, 19
sica, e o José Hamilton pessoas que estiveram lá. De uns
Carlos Azevedo
termina a reportagem anos para cá, o Hamilton e eu, da
com o pássaro cantando. Acho Caros Amigos, somos procurados
aquilo uma obra-prima. No jorna- anualmente por meia dúzia de estulismo escrito, na revista Realidade, dantes que farão seu TCC (trabalho
praticamente tudo era muito bom, de conclusão de curso) sobre a
porque havia grandes repórteres. Realidade. Mas que história é essa?
O Carlos Azevedo fez uma repor- Uma revista que há quase 50 anos
tagem que considero uma pequena continua sendo motivo de trabalhos!
obra-prima: “Os maridos assassinos Os guris vêm entusiasmados quande Minas Gerais”, em 1980. Houve do o professor tem um exemplar
uma epidemia de maridos matan- ou fala da revista. Eles vão lá no
do mulheres em Minas, desde os arquivo e descobrem. Falei que ia
pobres até a classe alta. Um desses escrever a história da revista de um
casos o Azevedo foi fazer em Belo jeito emocional, como tudo que
Horizonte. Essa reportagem, como gosto de fazer, com emoção. Estou
texto jornalístico-literário, cito como entrevistando ex-colegas meus, não
uma obra-prima. Eu não fui muito só querendo saber o ponto de vista
repórter, mas fiz algo que me agra- profissional, mas também a história
dou na revista: um trabalho sobre de cada um, como é que chegaram
os 50 anos da Revolução
lá; e tenho descoberto coiRussa; eu me abeberei em
sas gostosas. Alguns ponalguns livros lá e escrevi
tos comuns dessa turma é
um pequeno ensaio sobre
que eram autodidatas, goso assunto, e até hoje tem
tavam muito de ler; desde
gente que se lembra daquea infância quase todos cole trabalho.
Monteiro Lobato
meçaram lendo Monteiro
32

| BOA VONTADE

DOM MUSICAL Longe das redações,
Myltainho revela o perfil de músico,
como se vê na foto tocando piano.
Incentivado pelo pai, estudou acordeão
durante seis anos, no Conservatório
Musical Santa Cecília, de Marília/SP.

Lobato. Não é curioso isso? E era
tudo gente de classe média, média
mesmo, de pobre para remediado,
como se diz. É uma história interessante de contar. Esse é um projeto
que estou tocando ali na paralela,
vou começar a pôr no papel.
BV — Por falar em emoção, você
a considera importante no jornalismo?
Myltainho — Acho que o
jornalismo existe para informar, divertir e emocionar também, por que
não? Uma boa história com uma
boa carga de emoção, só de colocá-la no ar, na televisão, no rádio
ou no papel, se você transmiti-la
fielmente, transmitirá emoção. Não
que você vá se derramar e cometer
pieguice. A Humanidade precisa
disso, a gente precisa de emoção,
de poesia. [N. L. e R. O.]
Utilidade pública
Na época das chuvas, fique atento a essa doença

Dengue

vilã da saúde pública

Jully Anne

S

egundo balanço do Ministério da Saúde, em 2007,
foram registrados 559,9
mil casos de dengue no
Brasil, 1,5 mil casos confirmados de febre hemorrágica e 158
mortes por dengue hemorrágica.
O que elevou o número de notificações, no ano passado, em
cerca de 200 mil casos da doença
em relação a 2006. Dados da
Organização Mundial de Saúde
(OMS), envolvendo 100 países,
dão conta de que dezenas de
milhares de pessoas são afetadas
anualmente pela dengue: em
média, 550 mil necessitam de
hospitalização e 20 mil morrem.
O Aedes aegypti, nome científico do mosquito que se tornou o
grande vilão da saúde pública,
por ser o agente transmissor da
doença, tem sido o alvo principal
do Programa Nacional de Controle da Dengue, por meio de
campanhas efetivas de combate
à proliferação do inseto.
É fundamental eliminar os
criadouros do mosquito que
ataca, geralmente, pela manhã
e ao entardecer. Por voarem

baixo, os pés e tornozelos são os
principais alvos. Como a picada
é anestésica, a dor torna-se imperceptível; casas e terrenos são
os principais abrigos do inseto
(95% deles).
Para combater a dengue, é necessário manter quintais sempre
limpos, não acumular entulho,
verificar se não há água parada,
separar e enviar para a reciclagem
garrafas PET que não serão utilizadas, manter baldes de boca para
baixo. Além disso, deve-se retirar
a água da bandeja da geladeira; as
caixas d’água precisam estar bem
fechadas, assim como as lixeiras;
e lavar diariamente as vasilhas
com água destinadas aos animais
domésticos.
Sintomas — Em casos de
suspeita de dengue é aconselhável procurar imediatamente o
serviço de saúde. Após a picada,
os sintomas começam a manifestar-se no terceiro dia. Depois do
período denominado incubação,
começam a surgir os seguintes
sintomas: forte dor de cabeça;
dor atrás dos olhos, que piora
com o movimento deles; perda

do paladar e do apetite; manchas
e erupções na pele, semelhantes
ao sarampo; náuseas, vômitos e
tonturas; extremo cansaço, dores
nos ossos e articulações, que
causam moleza no corpo.

Repercussão
O diretor de Saúde Ambiental da
Secretaria de Saúde de Londrina/PR,
Maurício Barros, em recente palestra sobre o combate à dengue,
agradeceu à LBV e à BOA VONTADE o apoio à conscientização da
doença. O diretor destacou a página
de Walter Periotto, publicada na
edição no 220 da revista: “O controle
e o combate à dengue se dão pela
participação efetiva das pessoas, e
a LBV tem sido fundamental nesse
trabalho em Londrina. É parceira
essencial. Deixo o convite a outras
instituições para que sigam este
exemplo. Para combater a dengue,
você e a água não podem ficar parados. Vejam todos esta belíssima
matéria da BOA VONTADE: ‘Todos
contra a dengue’”.
BOA VONTADE |

33
Teatro
Marcos Caruso

a paixão
Em cena

pelo teatro

1

2

On-line

Elenco da comédia Operação
Abafa, com direção de Caruso e da atriz Jandira Martini
(centro) (1). O ator com Marília Pêra (2) e Vera Holtz
(3), que o ajudaram a
construir sólida carreira
também na televisão.

ouve-se isso. (...) Todas as mídias
foram interferindo nos espetáculos
teatrais, mas nada disso atrapalha,
porque esta é a arte mais pura, a
arte do imponderável.”
Em 21 de março, volta em
cartaz a peça que Caruso escreveu
com Jandira Martini, em 1986,
Sua Excelência, o Candidato, em
São Paulo/SP.
Entre outras coisas, Caruso lembrou seus ídolos e contou o que
aprendeu na carreira, além de deixar
registrado seu carinho pela Legião
da Boa Vontade. “Parabéns, LBV, pelo que faz. Eu
3
acompanho esse trabalho
há muito tempo e assino
embaixo tudo o que vocês
têm realizado na LBV.”
o/Teatro

fevereiro de 1952, completa em
maio 35 anos de carreira e não
esconde que continua apaixonado
pelo teatro.
A primeira experiência no palco
veio na infância. Desde criança, o
autor de comédias de grande sucesso de público e crítica ouve falar do
destino de infortúnio que teria o tea­
tro. Ele garante, com propriedade,
que essa milenar expressão artística
não vai acabar. “Há dois mil anos

Fotos: D
ivulgaçã

H

á três décadas e meia a dramaturgia brasileira desfruta
o talento do ator e roteirista
paulistano Marcos Caruso.
Nesta entrevista à BOA VONTADE, ele fala de sua trajetória em
diferentes palcos (teatro, cinema,
TV) e dos desafios na profissão.
Um dos maiores talentos de sua
geração, ele também compartilha
com o leitor sua visão sobre a arte
de representar. Nascido em 22 de

BOA VONTADE — Quando
nasceu o interesse pela
profissão de ator?
Marcos Caruso — Eu ia
BV — Certa vez, você disse: “O
mais importante é fazer com que
o sucesso não alimente a vaidade,
mas a responsabilidade”. Por
quê?
Caruso — Quando você
faz sucesso, é aplaudido, bem
criticado, elogiado, ou seja, é
acarinhado pelo público, pela
crítica e pelos colegas. Tudo isso
faz bem à nossa vaidade, somos
Seres Humanos. Só que, quanto
mais alimentamos isso, ficamos
menos responsáveis. (...) Fico muito
feliz com os aplausos, mas quanto
mais elogios recebo, mais responsável eu tenho de me tornar, pois
isso significa que o público gosta
do que eu faço. O teatro é mais
do que uma profissão para
mim, é uma opção. Se optei
por fazer com que o meu
semelhante se divirta, se
emocione e reflita na sua
realidade com o meu trabalho, então ele tem de
ser mais do que uma
profissão.

tral, um papel na TV e um roteiro
que acaba de virar filme. Como é
lidar com tudo isso?
Caruso — Sempre trabalho com
muitas coisas ao mesmo tempo.
Sempre assim, nunca tive menos
de dois ou três trabalhos concomitantemente. A peça Trair e Coçar
é só Começar está há 21 anos em
cartaz (recorde registrado pelo
Guiness Book) e continua sendo

Fe
rn

an

de

s

BV — Atualmente você está
envolvido em
muitos projetos: uma
peça tea­
dré

BV — Você se formou em Direito.
Tinha a intenção de seguir carreira?
Caruso — Não. Desde os 12 ou
13 anos eu já sabia o que queria:
ser ator. Meu pai, com toda a razão,
achou que a profissão de artista era
muito dura e cheia de percalços.
Então ele me disse: “Você pode
seguir o que quiser, mas se tiver
uma faculdade, um diploma ou um
curso em que possa se apegar nos
momentos mais difíceis da inconstância da profissão, será bom”.
E optei pela advocacia. Achei
que, em última análise, poderia
ser um advogado de tribunal, de
júri. Graças a Deus, não precisei
exercer a profissão, que considero
lindíssima, mas não tenho talento
algum para ela. Já no ginásio fundei grupos de teatro com colegas.

Em 1972, na faculdade, entrei
para o Centro Acadêmico 11 de
Agosto, um teatro muito importante na época. Em plena ditadura
militar se fazia um teatro político
da maior importância. A partir daí
fui chamado para participar de um
espetáculo profissional e, em 1973,
me profissionalizei como ator.

An

muito ao teatro infantil. Minha tiaavó me levava, e isso sempre foi um
grande estímulo para que eu descobrisse o meu talento. Aos 7 anos,
enquanto os fregueses esperavam
para provar as roupas que a minha
avó fazia, eu usava os retalhos da
costura para fantoches e apresentava algumas peças que inventava
à mesa da sala de jantar. Ajoelhava
no chão, punha uma toalha e fingia
que aquilo era um palco. Começou
ali a minha carreira, digamos assim,
amadora. Mas o talento espontâneo
de ator, autor e diretor já aparecia:
eu inventava, dirigia e interpretava
ao mesmo tempo. (...) Ganhei a primeira marionete aos 7 anos, que era
da minha mãe. Ela faleceu quando
nasci. Isso instigou em mim a vontade de me tornar um manipulador
de ilusões, assim dizendo.

BOA VONTADE |

35
Teatro

BV — Sua experiência no teatro
é bem maior do que na televisão.
Você sentiu alguma diferença em
atuar na frente das câmeras?
Caruso — Bastante. Até hoje.
O teatro é uma repetição diária,
onde você pode errar hoje e acertar amanhã. Na televisão, não! Se
você erra hoje, errou para sempre
e não tem volta. Podem até dizer:
“Ah, mas grava-se várias vezes a
mesma cena!” Isso profissionalmente não é o ideal. O ideal é que
o ator entre em cena, faça uma vez
e passe adiante. Tempo é dinheiro,
36

| BOA VONTADE

também
“A função do teatro
s duas
está bem descrita na
esentam,
máscaras que o repr
ia. São
a comédia e a tragéd
a de fazer
funções importantes:
r. Mas existe
rir e a de emociona
provocar
uma terceira, que é
você junta
a reflexão. Quando
cumprir
essas três, consegue
teatro.”
todas as funções do

exagerado, falava alto demais, o
tipo de interpretação não servia
ao veículo, mas eu fui aprendendo
com o passar dos anos e hoje eu
ainda vou para a televisão cheio
de preocupações.
BV — Quem contribuiu para o seu
aprendizado na televisão?
Caruso — Ainda estou aprendendo e tenho muito a aprender
com as pessoas com quem eu
contraceno. Aprendi muito com
Lília Cabral, Regina Duarte,
Tônia Carrero, Jandira Marti­
ni, Osmar Prado, Marília Pêra
e tantos outros colegas da maior
credibilidade e importância. Atualmente com jovens também, como
a Fernanda Vasconcelos e um
menino que fez a novela comigo, o
Max Fercondini. Já aprendi muito
com o Gabriel Kaufman. Ele
fez meu neto. É uma criança sem
nenhum tipo de censura, mas tem
uma espontaneidade muito forte e
sinceridade. Não vi nenhum tipo
de vício de ator, muleta, nada! Eu
fiquei muito interessado no tipo de
interpretação daquele menininho
de 5 anos.
BV — Quais são seus ídolos?
Caruso — Bom, no teatro eu
tenho um. Para mim,
o Marco Nanini é um
ator completo; canta,
dança, representa drama, comédia, farsa,
musical, tem posicionamento político Marco Nanini
diante da vida, é um cidadão
consciente; tem personalidade
e, ao mesmo tempo, uma cara
branca e limpa para receber

Divulgação

BV — Com que tipo de ator você
não gostou de trabalhar enquanto
dirigia, atuava ou roteirizava?
Caruso — Eu acho que com
o tipo que vê o trabalho como
trampolim para o sucesso pessoal,
como deve acontecer em qualquer
profissão. Aquela pessoa, em qualquer área, que vê o trabalho com
individualidade. Se é um trabalho
coletivo, seja numa sala de aula,
escritório, hospital ou palco, é
preciso saber que você faz parte
de uma engrenagem, de um todo,
e tem de contribuir para o coletivo.
O pior ator é aquele que não trabalha para o coletivo.

e a televisão é uma indústria. Por
isso, não há a chance de errar
muito. No teatro é mais prazeroso
o trabalho do ator, dá para repetir
durante 30 meses ou 30 anos, você
exercita, em um mesmo personagem, todas as possibilidades que
ele é capaz de lhe dar. Existe essa
liberdade. A televisão se fecha às
possibilidades de espaço, quer dizer, você tem de representar para
uma câmera, os seus gestos são
menores, você tem de ter um volume de voz menor. Obviamente
são duas coisas completamente
distintas. Quando comecei, era
André Fernandes

apresentada; temos obtido grande
sucesso, principalmente porque se
trata de comédia. Os meus espetáculos sempre divertem muito, o
público gosta de rir. Por outro lado,
acho que fazemos uma comédia que
tem a intenção de colocar o dedo na
ferida de problemas políticos, sociais
e econômicos do País, isso faz com
que a platéia também se identifique
muito com os nossos temas.
BV — Na sua opinião, qual seria a
função da dramaturgia?
Caruso — Acredito que uma
das funções mais importantes da
televisão é formar pessoas e cabeças, além de informar e divertir.
(...) A dramaturgia tem uma responsabilidade social muito grande. Qualquer obra de arte precisa
ser responsável, principalmente
quando trata de assuntos como a
síndrome de Down, o idoso ou a
bulimia, ou quando fala a respeito
de uma situação presente como a
que eu estou fazendo na peça teatral Operação Abafa, por exemplo,
e em tantos outros espetáculos.
A função do teatro também está
bem descrita nas duas máscaras
que o representam, a comédia e a
tragédia. São funções importantes:
a de fazer rir e a de emocionar. Mas
existe uma terceira, que é provocar a reflexão. Quando você junta
essas três, consegue cumprir todas
as funções do teatro.
BV — O que é mais difícil: comédia
ou drama?
Caruso — A arte de representar,
como um todo, é desafiadora. Obviamente, não dá para fazer comédia se não tiver humor. É impossível
transformar um ator dramático em
um comediante. Já o contrário é

Em seu atual trabalho na TV, Caruso
interpreta o padre Inácio, que
contava com a ajuda do atrapalhado
Nezinho, papel do saudoso ator
Luiz Carlos Tourinho (em segundo
plano). Ao seu Espírito eterno as
nossas homenagens extensivas a seus
familiares e amigos.

mais fácil. O mais difícil para mim
é tudo! (risos) Interpretar, encontrar
a medida certa, introjetar, trazer de
dentro de você o humor ou o drama,
a farsa ou a tragédia. Nada é fácil.
O dia que eu achar que é fácil interpretar, puser os dois pés nas costas
e fizer isso com facilidade, aí deixa
de existir o prazer em atuar.
BV — Em todos esses anos, qual a
sua maior emoção no palco?
Caruso — Foi com Intimidade
Indecente, tanto ao lado da Irene
Ravache quanto da Vera Holtz.
É uma peça da Leila Assunção
na qual pude, sem sair de cena, em
uma hora e 45 minutos de espetáculo, ir dos 50 aos 90 anos de idade
sem mudar a maquiagem, figurino,
nada. Pude, através do corpo e da
voz, emocionar as pessoas e fazêlas rir. Foi um momento muito bonito da minha carreira, um divisor
de águas.
BV — O teatro vai acabar sumindo
em meio a tantas opções novas de
lazer e entretenimento?
Caruso — Não. Há dois mil
anos ouve-se isso... O teatro ia
acabar por outras circunstâncias,
pela chegada do cinema, depois
com a televisão, o vídeo, em seguida o DVD, a TV a cabo e uma
série de coisas. Todas as mídias

Divulgação TV Globo

qualquer tipo de personagem.
Como autor, tenho alguns ídolos.
Sigo sempre os passos do italiano Eduardo de Filippo. Ele foi
ator, autor, cenógrafo, figurinista,
diretor, músico, palhaço, artista
circense de cinema, de rádio, enfim, é uma pessoa pela qual tenho
profunda admiração.

m os aplausos,
“Fico muito feliz co
ogios recebo,
mas quanto mais el
tenho de me
mais responsável eu
ifica que o
tornar, pois isso sign
e eu faço. O
público gosta do qu
a profissão
ro é mais do que um
teat
ção.”
para mim, é uma op
foram interferindo nos espetáculos
teatrais, mas nada disso atrapalha,
porque esta é a arte mais pura, a
arte do imponderável. Você sentase na platéia e pode subir ao palco a
qualquer momento, ou saber que o
ator poderá descer também. Só não
fazem isso porque existe um acordo entre palco e platéia: ninguém
passa daquela linha de luz. Isso é
lindo, você acredita que o que está
sendo feito em cena é uma verdade, sabendo que é uma mentira. O
ator sabe que está encenando para
a platéia, mas para ele tem de ser
verdade. Esse acordo entre palco
e platéia só acontece no teatro, na
arte ao vivo; cria-se a ilusão de que
aquilo é a mais real das realidades.
[L. T. e N. L.]
BOA VONTADE |

37
Especial — Capa
Olhares de Brasília

PROFESSORES E ALUNOS Cristiana Lôbo e Jorge Bastos Moreno, em primeiro plano. Em pé, os estudantes de jornalismo
que assistiram à entrevista: Kátia Oliveira Silva, Alaíde Ruth Popov, Neylon Jacob de Barros, Camila Fecury, Yza Morgana
Lima Ortegal e Hemilly Helen Araújo, do curso de Comunicação Social da Universidade Paulista (Unip) de Brasília, do Centro
Universitário Unieuro e do Instituto de Educação de Brasília (IESB).

Aula de

Jornalismo
Belkis Faria e Enaildo Viana
Fotos: João Preda

S

e é uma arte receber bem
os amigos, Jorge Bas­
tos Moreno, um dos mais
importantes e respeitados
jornalistas políticos do País, é
expert no assunto. Talvez porque
faça isso não por uma obriga38

| BOA VONTADE

ção, mas apenas por gostar da
companhia de pessoas e querer
demonstrar-lhes quanto são queridas. Por isso, um encontro para
o almoço em sua casa é sempre
um acontecimento, seja pela forma cordial de reunir pessoas, seja

pelos saborosos pratos à mesa,
sem esquecer, é claro, os ilustres
convidados que ali se juntam ao
anfitrião para prosear. E foi dessa
maneira, simpática, que Moreno
recepcionou outros dois amigos
de profissão: Sílvia Faria (direto-
“Na televisão o que é mais
difícil é noticiar tudo em
pouquíssimo tempo. É preciso
ter critério de seleção altamente
cuidadoso e batalhar todos os
dias para tudo que vai ao ar ser
100% verdadeiro e certo.”

ra de Jornalismo da TV Globo em
Brasília/DF) e Cristiana Lôbo
(que possui um blog no portal G1
e é comentarista e apresentadora
da Globo News).
Para o encontro também foram
convidados o jornalista Oswaldo
Buarim; o assessor parlamentar
Naaman do Valle; alunos do
curso de Comunicação Social da
Universidade Paulista (Unip) de

Brasília, do Centro Universitário
Unieuro e do Instituto de Educação de Brasília (IESB), em que
Jorge Moreno leciona Técnicas
e Gêneros Jornalísticos.
A ocasião ofereceu àqueles estudantes e também agora a você,
amigo leitor, a oportunidade de
conhecer mais sobre os bastidores
da política, bem como debater a
questão da obrigatoriedade do

Sílvia Faria
A diretora de jornalismo da
TV Globo, em Brasília/DF, já
trabalhou na Folha de S.Paulo,
foi coordenadora de economia da
sucursal de O Globo e diretora do
Estadão e da revista Época, sempre na capital federal. Trabalhou
por um tempo no Banco Central,
atuando depois como porta-voz
da ex-ministra da Fazenda Zélia
Cardoso de Mello.

diploma de jornalismo, discutir
a comunicação no dia-a-dia e
as mudanças na mídia desde o
aparecimento da internet. Fique
à vontade nesta sala de visitas e
acompanhe nosso bate-papo.
BV — Como é essa experiência
do blog, da rádio do Moreno?

Moreno oferece um saboroso feijãotropeiro com costela de boi assada
aos convidados

BOA VONTADE |

39
Revista Boa Vontade, edição 221
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  • 1. EDITORIAL O jornalista Paiva Netto escreve “O Milênio das Mulheres” Villas-Bôas Corrêa Memória do Brasil contemporâneo Lições de jornalismo HISTÓRIA Um século de imigração japonesa no Brasil Myltainho Alma de editor e gênese de repórter Altay Veloso Valores e crenças do compositor brasileiro Marcos Caruso Paixão pela arte de atuar no teatro Amit Goswami O físico indiano fala sobre Ciência e Espiritualidade Experiências de vida dos jornalistas Cristiana Lôbo e Jorge Moreno a alunos de Comunicação Social
  • 2. A Boa Vontade TV sela mais uma parceria, agora com a Sky, para oferecer às famílias brasileiras uma programação de qualidade, marca que faz desta a TV da Paz e da Fraternidade Real desde o ano 2000. Leva aos telespectadores programas com enfoque na Educação, Cultura, Esporte, Saúde, Informação, Solidariedade, Meio Ambiente e Cidadania Plena, com Espiritualidade Ecumênica.
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  • 4. Sumário 6 18 24 34 52 38 28 68 90 6 Editorial O Milênio das Mulheres 10 Cartas, e-mails, livros e registros 1 7 Opinião Esportiva 18 Comunicação Villas-Bôas Corrêa 24 Samba & História Altay Veloso 28 Perfil Mylton Severiano da Silva EDITORIAL O jornalista Paiva Netto escreve “O Milênio das Mulheres” Villas-Bôas Corrêa Memória do Brasil contemporâneo Lições de jornalismo HISTÓRIA Um século de imigração japonesa no Brasil Myltainho Alma de editor e gênese de repórter Altay Veloso Valores e crenças do compositor brasileiro Marcos Caruso Paixão pela arte de atuar no teatro Amit Goswami O físico indiano fala sobre Ciência e Espiritualidade Experiências de vida dos jornalistas Cristiana Lôbo e Jorge Moreno a alunos de Comunicação Social 33 Utilidade pública 34 Teatro Marcos Caruso 38 Especial — Capa Aula de Jornalismo 47 Acontece créditos das Fotos de Capa: Altay Veloso: Rick Abreu; Amit Goswami: João Preda; Marcos Caruso/Villas-Bôas Corrêa: André Fernandes; Myltainho: Rafael Rezende; Imagem capa: João Preda | BOA VONTADE 48 Meio ambiente 52 Destaque LBV: Amor e Solidariedade 60 Opinião — Mídia Alternativa 64 Saúde 68 História Os cem anos da imigração japonesa no Brasil 77 Notícias do Sul 78 Ecumenismo Irrestrito 80 Responsabilidade Social 82 Arte na Tela 84 Melhor Idade 89 Cidadania 90 Fórum Mundial Espírito e Ciência, da LBV. Amit Goswami 92 Ação Jovem LBV 94 Pedagogia do Cidadão Ecumênico 96 Soldadinhos de Deus 98 Esporte
  • 5. Ao leitor Reflexão de BOA VONTADE A Caridade não é um sentimento de tolos. É uma estratégia de Deus, que estabelece nos corações a condição ideal para que se trabalhe, governe, empresarie, administre, pregue, faça Ciência, elabore a Filosofia e se viva, com espírito de generosidade, a Religião. Extraído da nova edição do livro Cidadania do Espírito, de autoria do escritor Paiva Netto, lançado pela Editora Elevação. BOA VONTADE Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica ANO 52 • N o 2 2 1 • j an / fev / M ar / 2 0 0 8 BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo. Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ 19.916 JP Coordenador Geral: Gerdeilson Botelho Jornalistas Colaboradores Especiais: Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Mario de Moraes. Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Angélica Beck, Daiane Emerick, Daniel Trevisan, Danielly Arruda, Débora Verdan, Felipe Tonin, Jaqueline Lemos, Jefferson Rodrigues, João Miguel Neto, Joílson Nogueira, Jully Anne, Karina Sene, Larissa Tonin, Leila Marco, Leilla Tonin, Maria Aparecida da Silva, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Neuza Alves, Roberta Assis, Rodrigo de Oliveira, Simone Barreto, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz. Projeto Gráfico: Helen Winkler Impressão: Editora Parma Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3358-6868 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados. Família: tema recorrente nesta revista. Está em entrevistas e conteúdos distintos. Logo no Editorial, o escritor Paiva Netto homenageia o gênero feminino no artigo “O Milênio das Mulheres”, pois, segundo ele, pelas mãos delas se alcança a estabilidade do lar e, por conseqüência, do próprio mundo. Em evidência, neste número, entrevistas de cidadãos bem-sucedidos — pessoas que alcançaram notoriedade por seu trabalho e determinação — que destacam a convivência familiar e a influência dela no crescimento pessoal. Foi por essa perspectiva que anotamos frases como a do veterano jornalista Mylton Severiano: “Como é importante ter pais legais”, referindo-se ao primeiro texto seu, publicado por volta dos 9 anos, por incentivo do pai. Outro que ressalta a convivência positiva no lar é o ator Marcos Caruso: “Eu ia muito ao teatro infantil. Minha tia-avó me levava, e isso sempre foi um grande estímulo para que eu descobrisse o meu talento”. O centenário da imigração japonesa no Brasil é tema de reportagem nesta edição. Nela, podem-se ver os motivos que influenciaram essa epopéia e o que representou esse movimento para os cerca de 1,5 milhões de descendentes japoneses nascidos em nosso País. Ainda destacamos a descontraída entrevista com os jornalistas Jorge Bastos Moreno, Cristiana Lôbo e Sílvia Faria que, entre outros temas, falaram da profissão, da comunicação no dia-a-dia e das mudanças na mídia desde o aparecimento da internet. Boa leitura! Leia na próxima BOA VONTADE! Já estamos preparando para Você, amigo leitor, a edição no 222. Entre as reportagens, a cobertura completa do aniversário de 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e entrevistas com importantes nomes da área, a exemplo do veterano jornalista Ricardo Kotscho. Além disso, personalidades como o ator Carlos Vereza e o cantor e compositor Juca Chaves expõem seus pontos de vista. Em Abrindo o Coração, o maestro João Carlos Martins conta como a superação de momentos difíceis o elevou ao patamar de um dos maiores pianistas na atualidade. Destaque, ainda, para a reportagem especial enfocando a inclusão de pessoas com deficiência. O próximo número mostrará também que há muita gente preocupada com o Planeta. Exemplo disso é a mobilização que se dá na América Latina com o II Fórum–Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária, promovido pela LBV, com suporte da ONU, em que mais de 1.200 organizações da sociedade civil, além de autoridades, trocam receitas de sucesso, para multiplicar práticas e fomentar o desenvolvimento sustentável. BOA VONTADE |
  • 6. Photos.com Editorial O Milênio das Mulheres “A Mulher, o lado mais formoso da Humanidade, singulariza o alicerce de todas as grandes realizações. Aquilo que fisicamente nos constitui é gerado em seu ventre (...). Nossos primeiros passos no desenvolvimento da cidadania são por ela guiados, ao nos conduzirem pelas mãos. A estabilidade do mundo começa no coração da criança. Por isso, na LBV praticamos, há tantos anos, a Pedagogia do Afeto.” | BOA VONTADE
  • 7. Divulgação João Preda que diz respeito à ascensão moral e crescente, ao contrário do que se espiritual, convidei — nas diversas podia antes imaginar, que atinge, oportunidades em que me dirigi ao de maneira muito dura e cruel, as Povo, naqueles dois dias, no Templo mulheres, muito mais do que os da Boa Vontade, na sede do homens. Elas trabalham ParlaMundi da LBV e na em casa e fora de casa e *1 Praça Alziro Zarur , em têm de assistir, de vivafrente ao Conjunto Ecumêvoz, olho no olho, todas as nico da Boa Vontade — os carências de sua família que me privilegiaram com (...). Fica cuidando do seu apreço, em 2000, a dar Heloneida Studart filho doente que não tem boas-vindas ao Milênio das remédio, preocupa-se por Mulheres. não poder dar vitamina às crianças Com atenção assisti, àquela al- e não ter como comprar frutas, vê tura, à entrevista concedida à Boa mais vezes a conta da luz que está Vontade TV pela saudosa escritora atrasada... Heloneida Studart (1932-2007), “A ONU tem uma estatística que dissertou sobre o relevante papel mostrando que a mulher pobre traque elas vêm assumindo no âmbito balha mais que o homem, porque da melhoria da qualidade de vida: atua em várias frentes: no lar, na rua, na empresa, enfim, estão ativas “O feminismo tem sido sempre em grande quantidade de tempo por o mesmo, mas enriquecido de no- dia. Em geral, quando saem para o vas reivindicações. Existe uma ala emprego, já têm duas ou três horas dele, principalmente no Primeiro de serviço executadas no próprio Mundo, que agora está engajada na lar e, ao voltarem para casa, ainda luta contra a pobreza, um fenômeno têm tarefas a cumprir. O aumento José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. É diretorpresidente da LBV. N uma justa homenagem ao ente humano, que dentre tantas virtudes possui o dom de trazernos à vida, separei trechos do meu livro O Capital de Deus, Editora Elevação. Antes de transcrevê-los, quero destacar que há muitas formas de ser mãe, como escrevi no Correio Braziliense, em 1987: mesmo quando não seja pela feição carnal, porquanto há outras sublimes maneiras de o ser, inclusive dar à luz grandes realizações em prol da Humanidade. Espero que apreciem: É notável a sensibilidade feminina também para com os assuntos transcendentais. Mirando as perspectivas dos próximos anos, em que, por força do instinto de subsistir, as consciências poderão mostrar-se mais fecundas a tudo o Vista parcial do histórico “Bem-Vindo, Ano 2000!” Em frente ao Conjunto Ecumênico da LBV, em Brasília/DF, ocorreu o grandioso Congresso que contou com a presença, segundo informações oficiais, de cerca de 200 mil pessoas, de todas as partes do Brasil e do Exterior, para saudar a chegada do ano 2000. Sob a liderança de Paiva Netto, o Povo presente reuniu-se pela Paz mundial. *1 Praça Alziro Zarur — Iniciativa de Paiva Netto que contou com a colaboração do Casal Legionário Noys e Haroldo Rocha, atualmente em Portugal. BOA VONTADE |
  • 8. Editorial dos espaços de lazer para elas, com a diminuição da carga trabalhista, é uma reivindicação do chamado novo feminismo”. Touché, cara Heloneida. A Mulher e a estabilidade do mundo Não há como impedir — consoante ainda hoje alguns de forma simulada gostariam — a destacada e frutífera participação delas nos vários setores da sociedade para que o progresso alcance pleno êxito em magnífica cruzada de resgate da cidadania, conforme o exposto pela dra. Heloneida. Adesão que naturalmente inclui os que gerenciam as ações político-governamentais, em que é essencial o alento renovador da Espiritualidade Ecumênica, sem o que a eficiência permanecerá aquém dos anseios populares. A Mulher, o lado mais formoso da Humanidade, singulariza o ali- cerce de todas as grandes realizações. Aquilo que fisicamente nos constitui é gerado em seu ventre (...). Componentes do gênero feminino se traduzem em elemento preponderante para a sobrevivência das boas causas. Organizações estáveis contam com mulheres estáveis. (...) O meu fito aqui é ressaltar quanto é primacial para a evolução humana e a segu­ rança do mundo a missão da Mulher (...). Nossos primeiros passos no desenvolvimento da cidadania são por ela guiados, ao nos conduzirem pelas mãos. A estabilidade do mundo começa no coração da criança. Por isso, na LBV praticamos, há tantos anos, a Pedagogia do Afeto. Há muito que aprender com o próximo Em Globalização do Amor Fraterno*2, mensagem endereçada à ONU, em 2007, ponderei: Nunca como agora se fez tão indispensável unir os esforços de ambientalistas e seus detratores, como também trabalhadores, empresários, o pessoal da mídia, sindicalistas, políticos, militares, advogados, cientistas, religiosos, céticos, ateus, filósofos, sociólogos, antropólogos, artistas, esportistas, professores, médicos, estudantes, donas de casa, chefes de família, barbeiros, taxistas, varredores de rua e demais segmentos da sociedade, na luta contra a fome e pela conservação da vida no Planeta. O assunto tornou-se dramático, e suas perspectivas, trágicas. Pelos mesmos motivos, urge o fortalecimento de um ecumenismo que supere barreiras, aplaque ódios, promova a troca de experiências que instiguem a criatividade global, corroborando o valor da cooperação sócio-humanitária das parcerias, como, por exemplo, nas cooperativas populares em que as mulheres têm grande desempenho, destaca­ do o fato de que são frontalmente contra o desperdício. Há muito que aprender uns com os outros. Um roteiro diverso, comprovadamente, é o da violência, da brutalidade, das guerras, que invadiram os lares em todo o orbe. Resumindo: cada vez que suplantarmos arrogância e preconceito, existirá sempre o que absorver de justo e bom com todos os componentes desta ampla “Arca de Noé”, que é o mundo globalizado de hoje. A escritora e filósofa francesa Si­ mone de Beauvoir (1908-1986) foi feliz ao inspiradamente concluir:
  • 9. Arquivo BV Simone de Beauvoir “— Não há uma polegada no meu caminho que não passe pelo caminho do outro”. (...) O milagre das donas de casa “— Nenhuma nação poderá surgir à altura de sua glória a menos que as mulheres estejam lado a lado com os governos”. Arquivo BV Arquivo BV Não há melhor financista do que a mãe de família, a dona de casa, que tem de cuidar do seu muitas vezes minúsculo orçamento, realizando verdadeiros milagres, dos quais somos todos testemunha, desde o mais influente ministro da Fazenda ao cidadão mais simples. Sobretudo, no campo da Economia, que não pode ser pega no grave crime de esquecer o espírito de Solidariedade, a ação da Mulher é basilar. Mohammad Ali Jin­ nah (1876-1948), jurista e político, fundador do Paquistão, em discurso que fez em 1944 na Muslim University Union, Mohammad Ali Jinnah salientou: da Mulher”, em 2007, na sede das Nações Unidas, em Nova York. O evento sempre tem a presença da LBV, que leva a sua palavra de Paz às delegações do mundo, como ocorreu novamente este ano: O papel da Mulher é tão importante, que, mesmo com todas as obstruções da cultura machista, nenhuma organização que queira sobreviver — seja ela religiosa, política, filosófica, científica, empresarial ou familiar — pode abrir mão de seu apoio. Ora, a Mulher, bafejada pelo Sopro Divino, é a Alma de tudo, é a Alma da Humanidade, é a boa raiz, a base das civilizações. Ai de nós, os homens, se não fossem as mulheres esclarecidas, inspiradas, iluminadas! Estas nossas afirmativas encontram ressonância nas do educador norte-americano Charles McIver (1860-1906), que dizia: “— O caminho mais econômico, fácil e certo para a educação universal é educar as mulheres, aquelas que se tornarão as mães e professoras de gerações futuras”. Verdade seja dita, homem al­gum pouco realiza de verdadeiramente A Alma da Charles McIver proveitoso em favor da Humanidade Paz se não contar, de Para finalizar, apresento-lhes um pequeno trecho de outra uma forma ou de outra, com a página — “A Mulher no conSerto*3 inspiração feminina. Realmente, das nações” — que igualmente pois, “se você educar um hoenviei à ONU, em nova oportuni- mem, educa um indivíduo; mas dade, e que foi traduzida por ela se educar uma mulher, educa uma em seus seis idiomas oficiais, por família”. Exato, McIver. (...) ocasião da “51a Sessão do Status *2 Globalização do Amor Fraterno — Publicada inicialmente em português, francês, inglês e esperanto, a revista foi especialmente enviada por Paiva Netto à reunião do High-Level Segment 2007, do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc) — no qual a LBV possui status consultivo geral —, realizada no Palais des Nations, escritório central da ONU em Genebra (Suíça). Foi recebida com muito entusiasmo pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, quando de sua visita ao estande da Legião da Boa Vontade no evento. O secretário referendou seu apoio à LBV ao assinar a capa da revista e ratificou votos de muito sucesso para todas as ações empreendidas pela Legião da Boa Vontade. *3 A Mulher no conSerto das Nações — Na língua portuguesa, em linhas gerais, conCerto (com cê) significa espetáculo musical, acordo (inclusive político), harmonia. Já conSerto (com ésse) quer dizer reforma, reparo, restauro. Daí Paiva Netto, no início desse seu documento, ter explicado: “Antes de tudo, devo esclarecê-los sobre a palavra ‘conSerto’ grafada com ‘S’ no título deste artigo. Não se trata de erro ou distração no emprego do vocábulo em português. É ‘conSerto’ mesmo, porquanto, da forma que se encontra o mundo a pré-abrasar-se com o aquecimento global, é melhor que os sexos confraternizem, unam forças e realizem o conSerto urgente do que ameaça quebrar-se, porque, do contrário, poderemos acabar nuclear ou climaticamente cozidos numa panela fenomenal: o Planeta que habitamos. (...) Isto sem falar no ameaçador bioterrorismo”. BOA VONTADE |
  • 10. Cartas, e-mails, livros e registros Vivian Ribeiro Daniel Trevisan Trib uTo a Vill Quero agradecer o correto e sensível tratamento dado pela revista BOA VONTADE à entrevista feita comigo. Vocês foram muito generosos, obrigado. Espero que o meu testemunho possa ter ajudado, em especial aos jovens, para compreender a importância das ações solidárias como as praticadas pela LBV. Em especial, num Brasil que ainda tem uma grande dívida social a ser resgatada. (Ricardo Viveiros, jornalista, escritor e professor, de São Paulo/SP) A revista BOA VONTADE é graficamente perfeita, muito bemfeita, bem diagramada. O mais importante, além dos assuntos variados, é a quantidade de formadores de opinião que deixam seus depoimentos sobre o trabalho da LBV. (Walter Guedes, secretário de Cultura de Maricá/RJ) Fiquei contente em ler a revista BOA VONTADE. A entrevista com Lya Luft está maravilhosa. Muito obrigada, um abraço a todos. (Conceição Cavalcanti, coordenadora do Programa Leitor do Futuro, do jornal Diário de Per­ nambuco) eve to escr Paiv a Net a-lo bos de Diversida cultural do Brasil tagens, vista, repor Pontos de histórias de da registros e brasileiros destacados social, meio ão comunicaç co, política, poder públi a. ambiente, ção e cultur esporte, educa not áve sob re o 10 l com pos sile iro itor bra | BOA VONTADE Fotos: Viviane Propheta Profundidade e correta abordagem O apresentador de TV Gugu Liberato prestigia o lançamento do livro da irmã, Aparecida (D). Na ocasião confraternizaram com Isabel Paes, da LBV. Guia mostra a influência do primeiro nome na personalidade Isabel Paes A numeróloga Aparecida Liberato e o escritor e diretor de mar­keting Beto Junqueyra lançaram recentemente, na capital paulista, o livro Diga-me seu nome e direi quem você é. O trabalho é um guia prático que mostra, por meio da Numerologia, a influência que o primeiro nome exerce sobre as atitudes dos indivíduos, como revela também detalhes da personalidade e dos talentos pessoais. Representantes da LBV prestigiaram o evento e foram portadores de um exemplar da obra dedicado ao dirigente da Instituição, José de Paiva Beto Junqueyra Netto. Eis a mensagem dos autores: “Querido Irmão Paiva, com grande alegria lhe escrevo! Abraços e minha admiração. Aparecida Liberato” e “Irmão Paiva, um abraço carinhoso do Beto Junqueyra”. Em entrevista à BOA VONTADE, Aparecida destacou: “Agradeço a presença da Legião da Boa Vontade, sempre nos prestigiando. É maravilhoso! Vocês estão juntos, aqui em São Paulo, em Porto Alegre, não importa. Tenho muito de agradecer às crianças queridas da LBV que, tão gentilmente, fizeram um quadro com a minha foto da campanha [de Natal], à qual eu aderi e sempre vou aderir, porque a LBV faz uma diferença enorme para nós, brasileiros, que precisamos dela e do empenho do Irmão Paiva nessa luta para diminuir no mundo o egoísmo e trazer Amor. Quando eu penso no Irmão Paiva, penso em Amor”. Beto Junqueyra também deixou seu recado: “Paiva Netto, é sempre um privilégio ter o prestígio da LBV. Nós temos um carinho muito grande por vocês. Um grande abraço”. O evento reuniu amigos, artistas e familiares. Na oportunidade, o irmão da numeróloga, o apresentador de TV Augusto Liberato, o Gugu, esteve no lançamento e cumprimentou com simpatia os representantes da LBV.
  • 11. IaL eSpeC Sa O De SOU e C h at DO BO RICaR aÇÃO O COR aBRe jar o para fare competitiv r as jazidas e localizaerência, paixão e polêmica:o pouc “ Irrev um al revela profission leiro. o veterano lismo brasi sa o jorna ria e anali de sua histó O jornal Gazeta do Araripe sente-se honrado em veicular, nas versões on-line e impressa, os valiosos artigos de Paiva Netto e as campanhas da Legião da Boa Vontade. Desde que colocamos no jornal a participação da LBV, nós nos sentimos mais maduros e com a certeza de levar aos nossos leitores e internautas uma melhor leitura e padrão de qualidade. Apesar dos 32 anos militando no rádio e no jornal, ainda tenho muito que aprender, mas pelo menos já aprendi com o dirigente da LBV quão importante é ter no coração a presença do Cristo Ecumênico. (Izaurino Paes Brasil, jornalista, de Ouricuri/PE) Cida Linares MaU RICI REGISTRO Moacir Japiassu, Chico Pinheiro (E) e Paiva Netto (C), durante a entrega do Prêmio Cláudio Abramo, há alguns anos, promovido pelo veterano Japi. Perfil O bem-hu Japiassu escreve à redação morado jornalis ta Moacir Japiass u Japiass u, jornalis mo, aos quais e falou dos projetos a exemp se dedica atualme “Quando lo da famosa nte, “Jornal estava no da coluna Nordeste — é que www.co ImprenÇa” (no aí num instante hoje estou muniqu e-se.com portal eles se resolver que, com com vieram cabelo todo .br), em para cá branco e não os erros o uso da sátira, essa a aventur e eu vim junto. am; de gramáti critica dá para ver Foi a! textos jornalís ca e estilo —, dos ticos, se canal cabelo vermelh tinha um BV — Logo um meio fazendo deso. para os de aprendi foi a adaptaç que chegou ruivo mesmo. Eu era aspiran tes à profissã zado ão? Algum , como graçado (...) Um fato en? o. dia, estou BOA VONTA Japias numa su — DE começa nunca de trem para estação r falando — Podem os aconte Não, comigo voltar para Nordes gorosamente ceram fatos te, ainda de sua vida no o interior engraçados, rifoi a mudanç menino e, na hora sempre . Como tragicô que a do mas saí de um Região micos Na verdade Sudeste sertão para a bar onde (risos) ? . tinha fatos mais , aconteceram Moacir tomado um lá no Nordes esses refrigerante, ter uma Japiassu — Para que no idéia dessa Sudeste você uma senhora ela foi tão , porque te do mais aberto, aventu ra, agarrou a mais evoluíd aqui é hoje não traumatizante criancinha cosmop que até olita. Quando o, mais e disse: ‘Ai Eu estou me recuperei Nordes Nossa Senhora, (risos). estava no te — fora é o diabo’. nasci, desde da Paraíba com cabelo é que hoje , era uma criança, E eu todo branco estou Quer dizer, dezembro de onde dá para 1956. ver e não agora em estará vermelho. —, tinha um revoltadíssimo.” fiquei dezemb fazend cabelo ro Eu era o 51 anos. pai (Severi E você Meu já pensou ruivo mesmo. no Lins funcion Nordes ser ruivo ário público Falcão) era te? no mento Nacion incluíd tosa. Por É uma coisa do Departa a no chamad espanonde andava al de Obras - das as Secas uma o polígon secas — Contra (Dnocs o estou atenção danada , chamava ) e, em chefe dele, vários projetos para desenv . Um 1956, numa olver , novos foi convid em João Pessoa/ o ele, que voltar para estação de trem dia, açudes. ado a comand PB, Martin se chamav para E o interior escritó a rio no e, na hora s de Athayd dr. Manuel que saí de um ar um norte — afinal, meu pai bar tomado e, essa regiãode Minas velho, e que gostava amigo de um refrige onde tinha padece rante, muito do senhora agarrou convido também muito com uma u-o Claros/ as secas MG, que a vir a Montes disse: “Ai Nossa a criancinha e está e era sede jeto. O Senhor velho do pro- diabo”. E eu era uma a, é o do, porque ficou meio assusta- fiquei revolta é sertanej díssimo criança, dessas aventur o, tem medo . tentou dizer as repentin BV — Você as. versou com não, mas antes Ele ca cosmop destaca a caracte cona olita da rístio dr. Athayde minha mãe: “Neusa te, mas Região hoje reside Sudesme fez esse , olhe só em um que convite, Por que fazer essa escolha sítio. disse: “Não absurdo!” Aí Japiass a velha tem esse absurdo guinte: essau — O negócio ? negócio , não! é o semudanç velho tomou Vamos, sim!” de assim Japiassu e que cheguei a não foi feita aquele O durante sua esposa, Marcia minha . Eu me visita à mãe mandav susto. Como para lá há cinco Lobo, Escola da mudei anos. em casa LBV, em boa parte a realmen — 1995. da vida aqui Então, passei te na assim: quemcasa de cabra verdade macho , cheguei nesta Região; manda é a mulher é Paulo, para em —, era você ter 1970 a São uma idéia. jornalista veterano Já , com uns 10 “Que maravilhosa surpresa!!! Este velho sertanejo não merece tudo isso! Ficou excelente o papo com U Rodrigo de Oliveira nas páginas de uma revista muito bonita e bem-editada. Meus cumprimentos ao nosso amigo Paiva Netto e ao editor da BOA VONReprodução TADE, Francisco Periotto, além de toda a equipe. A revista de parte da está muito bem escrita (Janistraquis, lupa em punho, andou reportagem publicada a perscrutar...), com ótimas reportagens, e cobriu com grande na edição competência o Salão do Jornalista Escritor. Parabéns a todos! no 220 da Recebam o grande abraço do Japi. Marcia envia um jacá de revista BOA beijos.” (Moacir Japiassu, jornalista, Cunha/SP) VONTADE. Janistra e boas quis história m descon papo de traído bategem sobre 30 minuto Rodrigo com o o evento Oliveira s falou veteran na página Fotos: Daniel à nossa lista Moacir o jornaTrevisan equipe sobre 71), exclam signific que tirou Japiass a ouvir ou, referind aquilo boas história u 65 anos de melhor no garantia o-se auge dos cional objeto de de uma sem as ao tradivida sadas com aprender e dar s e a jornalis lentes com boas rimo, profissã dedicada ao o qual sempre elas. E não ferente nesta entrevis foi nada di- apaixonou graças o pela qual se complementou se apresenta. Antes de : “Os óculos E irmão. ao incentiv de mentira ta exclusiv o do esqueci , mas, são intelect levar sua colabor a. de fato, A entrevis ual . É que não os ta nem mesmo Jornalis ao I Salão Nacion ação começa para dar vista à ta Escritor do a Legião al do havia entreda Boa (veja reporta- nalista logo ser gravada e o jor- preciso usar óculos Vontade meus óculosdisparou: “Esque não de | BOA de verdadeé VONTADE mentira ci de entrevi , ”. Narrou sta!”, fatos de pessoa sua história l, como a incursã o no 18 s Caetano , ova York es Unidas/N das Naçõ Metas do Milênio. sentante s Oito doroff, repre setoriais pela ele Billant-Fe oficinas inter ove Dra. Mich stras da a LBV prom iação e pale , ONU/Brasil, -Rio Com aval o do UNIC e o apoi O famoso compositor e humorista Juca Chaves, ao visitar recentemente a sede da Boa Vontade TV, em São Paulo/SP, ressaltou o prazer que tem de colaborar com a LBV, tendo em vista a seriedade do trabalho que ela realiza: “Não sou religioso, mas penso que a vida, com Boa Vontade, abre caminhos para o mundo. Não existe Paz se não houver Boa Vontade. (...) Gosto do Paiva Netto porque ele faz muito para muitas crianças. Que ele continue concedendo alegria a todas essas crianças que cantaram para mim hoje. Que eu seja sempre útil à LBV naquilo que puder”. Rosevalte Estou impressionado com a qualidade da revista. Gostei bastante da entrevista com o jornalista Ricardo Boechat. Muito interessante! Coisas que eu não sabia a respeito desse profissional passei a conhecer. A BOA VONTADE, quando busca uma personagem ou personalidade, tem-se aprofundado na vida e nas ações fui dessa pessoa, e “Sempre muitos desses entrevistados são espelho para o leitor. É o que falta para o jornalismo de revista no Brasil. O conteúdo dela é importantíssimo, não se restringe a um só tema, abre um leque para informar assuntos da LBV, como os nacionais e internacionais. (Beto Lago, jornalista da Federação Pernambucana de Futebol, de Recife/PE) Elias Paulo Padrão de qualidade BOA VONTADE | BOA VONTADE | 11 19
  • 12. Cartas, e-mails, livros e registros A próxima edição da BOA VONTADE traz entrevista com Gervásio Baptista (foto 1), considerado o decano do fotojornalismo brasileiro. Ao longo de mais de meio século de trabalho, conseguiu capturar a imagem de estadistas e personalidades como: John F. Kennedy, Richard Nixon, Juan Domingo Perón, Charles de Gaulle, Che Guevara, Fidel Cas­ tro, além de ter fotografado todos os presidentes brasileiros desde Getúlio Vargas. Parte de seu trabalho está na exposição “Gervásio Baptista: 50 anos de Fotografia”, que está no Supremo Tribunal Federal (STF), até o dia 18 de abril. Nessa mostra do fotógrafo, há também algumas manifestações de figuras destacadas da sociedade acerca de seu trabalho, como esta Fotos: João Preda Gervásio Baptista: Decano do fotojornalismo 1 do diretor-presidente da LBV (foto 2): “Num momento de descontração, há mais de trinta anos, falei ao meu velho amigo Gervásio Baptista: Gervásio, Você é uma figura tão influente neste País e faz tamanha parte de nossa história, que, quando Pedro Álvares Cabral desembarcou por estas bandas, já se encontrava 2 na praia para fotografá-lo. “Saudações, estimado companheiro, pelos seus mais de 50 anos de fotojornalismo!” Ao ler a frase, Gervásio simpaticamente afirmou: “Coloque o texto do Paiva Netto aqui, bem na entrada. Ele merece o melhor lugar desta exposição”. Artista plástico Angel Irrazabal enaltece trabalho da LBV Lucas Alvares Lucas Alvares O renomado artista plástico uruguaio Angel Irrazabal e sua simpática esposa, sra. Ana Gomes de Almeida, receberam em sua casa, em Juiz de Fora/MG, os representantes da LBV. 12 | BOA VONTADE Na ocasião, relembraram a homenagem que o artista fez ao líder da Instituição, há alguns anos, no Templo da Boa Vontade (TBV), quando o presenteou com uma belíssima pintura de seu retrato. “Tive a oportunidade de conhecer o Templo da Boa Vontade, que é maravilhoso, um lugar repleto de Paz e importante para a promoção da cultura de nosso País através da grande e moderna Galeria de Arte. Resolvi fazer um retrato de Paiva Netto em quadro como forma de agradecimento, não só por mim, mas por toda a Humanidade, homenagean­ do-o com o que melhor sei fazer, de maneira sincera e humilde. Desejo “Retrato de Paiva Netto” (2000), 100x80 cm, óleo sobre tela, de Angel Irrazabal. que ele continue sempre adiante com a LBV e em tudo que faz.” Angel tem atualmente 76 anos e muita disposição, recebendo encomendas de pinturas, vindas de todo o Brasil. Entre as pessoas retratadas, figuram grandes personalidades mundiais.
  • 13. Nilton Preda Simone Barreto Pepita Rodriguez há muitos anos divide seu tempo entre o teatro, a pintura, a literatura e a criação dos filhos. Recentemente, a atriz e também apresentadora de TV ainda encontrou espaço na agenda para se dedicar à arte culinária, fruto de sua experiência com os amigos, eternizada no livro A arte de cozinhar entre amigos. O título foi lançado, em noite de autógrafos da autora, na capital fluminense, em 22 de janeiro, reunindo amigos e fãs. Na obra, Pepita nos convida a conhecer sua cozinha e narra si­tua­ ções vividas por ela em família e com personalidades, como Nelson Freire, Zico, Luiza Brunet e Ri­ cardo Amaral. Durante o lançamento, ela autografou um exemplar do livro ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, com a seguinte dedicatória: “Meu muito querido José de Paiva Netto, olha aqui meus amores rechea­ dos de alquimias. Beijos do meu coração. Pepita Rodriguez”. Templo da Boa Vontade e ParlaMundi da LBV — SGAS 915, lotes 75/76. Tel.: (61) 3245-1070 — Brasília/DF Glória Pires e Orlando Morais visitam o Templo da LBV Simone Barros A atriz Glória Pires e o marido, o cantor e compositor Orlando Morais, viveram momentos de inte­riorização no Templo da Boa Vontade (TBV), o Templo da Paz, na capital federal. Por sugestão de amigos, o casal decidiu visitar o Templo no fim de 2007. “Tivemos vontade de vir conhecer e foi ótimo, bonito, uma energia muito boa!”, comenta Glória. Para a atriz, a proposta ecumê­ nica do TBV, a Pirâmide das Almas Benditas, representa “o futuro: a convivência pacífica entre as religiões, entre os povos; isso é que a gente deve buscar”. Ela ainda recomendou a quem puder que vá visitar o monumento. Por sua vez, Orlando não escondeu a forte impressão que lhe causou o local, dizendo-se satisfeito de saber que existe em Brasília um lugar tão sublime como esse, Rafaela Fernandes Divulgação Pepita Rodriguez cozinhando entre amigos Glória, ao lado do marido, na Nave do Templo da Paz, com os exemplares das revistas BOA VONTADE e Globalização do Amor Fraterno. vizinho de Goiânia, sua terra natal. Segundo ele, foi uma ótima opção para encerrar o ano, classificando a experiência como “um momento de interiorização total”. BOA VONTADE | 13
  • 14. Cartas, e-mails, livros e registros Fotos: André Fernandes Centenário da Associação Brasileira de Imprensa 1 2 3 Na próxima edição da BOA VONTADE, acompanhe a reportagem completa sobre os principais eventos que marcaram os festejos dos 100 anos da Casa do Jornalista (1908-2008), a exemplo do que ocorreu no Theatro Municipal (1), onde se reuniu um seleto público, recebido, na oportunidade, pelo presidente da ABI e anfitrião da festa, o jornalista Maurício Azêdo (2). Na ocasião, o vice-presidente do Brasil, José Alencar, representou o presidente Lula. O evento contou com a apresentação da Orquestra Petrobras Sinfônica, sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky (3), e show do cantor 4 e compositor Paulinho da Viola (4). P e d a g o g i a d o C i d a d ã o Ec u m ê n i c o Comprometimento com o futuro Rosângela Guedes De Londrina/PR, a leitora da revista BOA VONTADE Denise Sales dos Santos, pós-graduada em Língua Portuguesa pela Universidade Norte do Paraná, escreve à redação, destacando trecho do discurso do jornalista e escritor José de Paiva Netto ao corpo docente do Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade, na capital paulista, em que o autor pondera sobre a qualificação pela qual crianças e jovens devem se preparar para o ingresso no mercado de trabalho. A respeito do texto publicado na página 4 da edição no 220 da revista (de discurso proferido originalmente em 1999), comenta Denise: “Lendo a BOA VONTADE, me surpreendi com a matéria que traz as palavras do presidente das Instituições da Boa Vontade, José de Paiva Netto, dirigidas ao corpo docente do belíssimo Instituto de Educação da LBV. Como educadora, não poderia deixar de expressar quanto nossa formação seria melhor se tivéssemos 14 | BOA VONTADE em nossas escolas, faculdades e secretarias de Educação um projeto pedagógico de tamanha força e comprometimento. “Paiva Netto, além de nos mostrar a importância de trabalhar com a alma e o coração, ou seja, a Espiritualidade ligada à sabedoria, deixa claro o papel que temos na vida da sociedade e que depende de nós, professores, essa formação qualificada e eficaz. E mais: verifiquei que esse discurso foi publicado em vários idiomas, um deles o Esperanto, uma língua universal, neutra e internacional, que surgiu não para substituir outra língua, mas para somar. “Conhecendo a Legião da Boa Vontade em Londrina/PR, constatei que a LBV é assim, ou seja, uma soma de valores, culturas, crenças, ideologias. Uma soma à Humanidade. Coincidência? Acredito que não. Visão de um grande homem e uma grande Obra presentes neste Planeta”.
  • 15. Ao Coração de Deus F O R T A L E Z A / C E Diretoria da Provider encanta-se com a LBV Leontina Maciel O livro Ao Coração de Deus — Coletânea Ecumênica de Orações (versão pocket) está disponível nas principais livrarias do País ou pelo Clube Cultura de Paz: 0800 77 07 940. Leontina Maciel Divulgação O respeitado jornalista Moa­ cir Benvenutti destacou em sua coluna do jornal A Notícia, de Joinville/SC, um dos mais recentes lançamentos da Editora Elevação. Escreve Moacir: “O diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV), José de Paiva Netto, está lançando Ao Coração de Deus — Coletânea Ecumênica de Orações, dirigida para quem quer melhorar a auto-estima e renovar energias por meio da oração. Segundo os editores, é ‘essencial para todos aqueles que acreditam que, por intermédio da prece, pode-se alcançar uma força poderosa, não só para atender às necessidades materiais de nossas vidas, mas também para acalentar o coração e a alma de todos’. São 50 orações das mais diversas tradições religiosas, que expressam as diferentes maneiras de vivenciar a fé”. O presidente da Provider, sr. Arnaldo Haimenes (E), o sr. Vicente Ximenes, supervisor, e o sr. Wilson Matias, gerente, entre as crianças da LBV. Largos sorrisos e músicas, na voz das crianças do Coral Ecumênico Infantil LBV, atendidas pela Instituição, na capital cearense, deram as boas-vindas à diretoria da Provider Ltda., que visitou o Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade, no dia 13 de fevereiro. O presidente da empresa, sr. Arnaldo Haimenes, encantou-se com as crianças. “Assistimos a uma apresentação maravilhosa. Nós, da Provider, estamos muito satisfeitos em ajudar uma Entidade como a LBV, que preza por um aspecto fundamental: a Cidadania. Formar o cidadão é um trabalho fenomenal que a LBV realiza. (...) Hoje vi e senti o aprendizado de se formar um Cidadão Ecumênico. Essa missão está presente nesta Casa”, disse. O sr. Wilson Matias, gerente da filial da Provider no Ceará, também agradeceu, afirmando seu apoio à Instituição: “Quando for possível, a Provider estará presente participando em parceria com a LBV”. Nesse sentido, o supervisor de qualidade da empresa, sr. Vicente Ximenes, também destacou: “Estamos à disposição em contribuir para o crescimento do trabalho desenvolvido pela Legião da Boa Vontade”. BOA VONTADE | 15
  • 16. Isabella Schultz Ekstein Mota Santana é ganhadora da promoção cadeira de rodas “Sua história vale um sonho”. Escolha fazer a diferença na vida de uma pessoa com deficiência. Há 25 anos a AVAPE desenvolve um trabalho de reabilitação clínica, profissional e de acompanhamento familiar às pessoas com deficiência. Além disso, capacita e encaminha estas pessoas ao mercado de trabalho. Só no último ano, foram mais de 4 milhões de atendimentos, mais de 90% deles gratuitos. Um importante trabalho de inclusão social que transformou a AVAPE em referência nacional no atendimento a pessoas com deficiência. E que precisa da ajuda de todos para continuar, inclusive da sua. Faça parte desta história repleta de força de vontade, dedicação e superação. Ligue (11) 4993-9200 ou acesse www.avape.org.br. AVAPE. Diminuindo as diferenças, aumentando as oportunidades.
  • 17. Realidade só no Photos.com Opinião Esportiva Coluna do Garotinho Campeonato Brasileiro José Carlos Araújo Arquivo pessoal especial para a BOA VONTADE José Carlos Araújo, comunicador da Rádio Globo do Rio de Janeiro O s principais clubes do País se reforçaram. Buscaram o que podiam ter de melhor. Na maioria das vezes, as contratações não foram aquelas sonhadas pelos torcedores, mas as que as finanças permitiram. Por isso mesmo, os times são vistos com desconfiança. Há exceções, como o Fluminense, que se reforçou com Dodô, Leandro Amaral, Washington, Dario Conca e outros. Ou mesmo o São Paulo, que fez a mais importante contratação do futebol brasileiro: Adriano. No entanto, outros grandes clubes só vão ter a força avaliada de verdade no Campeonato Bra- sileiro, quando terão pela frente equipes tradicionalmente fortes e competitivas. Que ninguém chegue ao campeonato nacional iludido, pois só os competentes sobreviverão. Os campeonatos estaduais são importantes. Têm tradição e muito charme. Todos os clubes querem conquistar o campeonato de seu Estado, porque há rivalidade até secular em jogo. O título estadual é uma ambição de todos e uma cobrança dos torcedores. No entanto, a qualidade dos participantes, na maioria dos estaduais, é discutível. E, quando os adversários são fracos, os grandes acabam iludidos. Podem não ter formado equipes tão fortes quanto pensam para o restante do ano. Com certeza, isso não acontece em São Paulo. Mas fica evidente em Minas, no Rio Grande do Sul e em outras grandes praças, especialmente no Rio de Janeiro, onde o Estadual tem um regulamento inteiramente a favor dos grandes clubes. No Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, houve um acordo: os clubes menores abriram mão do direito de jogar contra os grandes clubes em seus estádios. Mediante uma compensação financeira, aceitaram enfrentar os grandes clubes cariocas somente no Maracanã, em São Januário ou no Engenhão. Com isso, praticamente desistiram de lutar por vagas nas fases decisivas do campeonato, porque se tornaram presas fáceis no campo dos adversários. Uma fórmula em que todos são enganados: os pequenos, que trocam suas chances por dinheiro; os grandes, que não conseguem medir o tamanho de sua força; e os torcedores, que acabam iludidos. As conseqüências surgem quando disputam a Taça Libertadores da América e o Campeonato Brasileiro. Aí, sim, é a hora da verdade, quando quem tem competência vai em frente e quem não tem sucumbe. É eliminado, no caso da Libertadores, ou corre o risco de rebaixamento no Brasileiro. BOA VONTADE | 17
  • 18. Comunicação Villas-Bôas Corrêa “(...) Nunca fui boêmio, não tive tempo. (...) Trabalhava demais. Como é que seria boêmio se saía de casa às sete da manhã, voltava para almoçar e emendava até as duas, três da manhã?” 18 | BOA VONTADE
  • 19. Memória do Brasil contemporâneo Villas-Bôas Corrêa e os felizes 60 anos de jornalismo Rodrigo de Oliveira e Simone Barreto ca: completa seis décadas de trabalho no próximo 27 de outubro. No trato diário com o noticiário político, diz que sempre procura a isenção no que escreve, a ponto de jamais ter declarado voto, ou ter-se filiado a qualquer partido. A fim de garantir o requisito, para ele, fundamental em sua atividade: a credibilidade como Marco Rodrigues A oportunidade de conversar com um dos ícones do jornalismo político em atividade no Brasil é uma experiência única. Afinal, como o próprio Luiz Antonio Villas-Bôas Corrêa gosta de lembrar, “talvez seja o último sobrevivente da geração que cunhou o modelo de reportagem política que ainda hoje se pratica”. Villas-Bôas Corrêa, como ficou conhecido esse carioca nascido no bairro da Tijuca, ingressou no jornalismo dois anos após a promulgação da Constituinte de 1946, logo depois do fim do Estado Novo, em meio ao processo de restauração democrática. Partidos eram fundados, surgiam os primeiros candidatos a cargos públicos. Para o jornalista, aquele momento era como uma contínua “embriaguez de liberdade”. A sociedade tinha fome por esse tipo de notícia. Ao mesmo tempo, os jornais ainda não dispunham de quadros para cobrir política, que se transformara em uma área importante do noticiário. Com 84 anos de vida, VillasBôas está para atingir outra mar- Reportagem fotográfica: André Fernandes EM FAMÍLIA O jornalista com a esposa, Regina Maria de Sá Corrêa, e o filho mais velho, Marcos, que segue a carreira do pai. analista. Cultivando boas fontes de informação e qualidade na escrita, passou por diversas mídias, como o Diário de Notícias, a Rádio Nacional, O Estado de S.Paulo (durante 23 anos); foi comentarista político da extinta TV Manchete e um dos fundadores do jornal O Dia, no qual trabalhou até aposentar-se, em 1998. No ano seguinte, voltou ao Jornal do Brasil e atualmente assina três artigos semanais. Além disso, publicou os livros Casos da Fazenda do Retiro (2001), em que relata as reminiscências da juventude, e Conversa com a memória (2002), com as lembranças de meio século como repórter. Nesta entrevista exclusiva, Villas-Bôas Corrêa conta, de forma descontraída, as realizações na imprensa e fala da vida em família. BOA VONTADE — Foi no curso de Direito que surgiu o interesse pela política? Villas-Bôas — Sou filho de um juiz de Direito, o desembargador Merolino Raimundo de Lima Corrêa. Meu pai foi juiz em Carmo BOA VONTADE | 19
  • 20. Fotos: Arquivo pessoal Comunicação 1 2 BOAS RECORDAÇÕES DO RIO ANTIGO Sempre abordando temas sociais, em um de seus “Comandos Parlamentares”, o jornalista vai a campo, na favela da Mangueira, na companhia de dois deputados e um religioso. No percurso, encontram um grupo de pescadores que se alimenta em volta de um cesto de caranguejos. “Não vão nos convidar para comer?”, questionou o deputado Heitor Beltrão, que aparece sentado (foto 1) ao lado do também parlamentar Breno da Silveira (paletó branco). À esquerda, estão o padre Medeiros Neto e Villas-Bôas. “Esse era o Rio de Janeiro daquele tempo”, recorda o jornalista. recomeçou agem política “A report Estado Novo. m a queda do co ro, aquela i aquele estou Fo liberdade, que mbriaguez da e revenidos. s jornais desp pegou o ra cobrir ia quadros pa Não hav ram sendo política, eles fo a a antiga, idos com a turm preench ca Velha.” ha da Repúbli que vin do Rio Claro/MG (perto de Furnas), município que fui rever 40 anos depois. E lá minha mãe, Maria Safira Corrêa, teve uma doença terrível, que a obrigou a vir para a casa do pai dela no Rio de Janeiro, onde morreu dois anos depois. Fiquei órfão de mãe aos 8 anos, e o restante da minha mocidade passei na casa do meu avô, Luís de Cas­ 20 | BOA VONTADE tro Villas-Bôas, fiscal do posto de consumo, aposentado, um sujeito maravilhoso. Ele me deu várias coisas, inclusive, o gosto pelo teatro. Na casa dele me formei; saí de lá casado, com 22 anos. Antes disso, fui convocado na guerra, servi mais de um ano na Fortaleza de São João, na Urca, quando passei a cabo. Uma coisa curiosa: o meu avô foi jornalista de província, de Angra dos Reis; meu pai, que visitava a gente — ia ver o filho de vez em quando, era difícil para ele viajar como juiz de interior —, tinha um tio muito inteligente, chamado José Pedro Saragossa Santos (juiz no Estado do Rio de Janeiro). Era uma casa de pessoas que liam muito jornal, mas eu não tenho lembrança de uma conversa política, a não ser as reminiscências sobre a velha política fluminense, porque simplesmente não havia política no Estado Novo. Não existiam nos jornais notícias sobre política, partidos, Congresso. Quando entrei na Faculdade Nacional de Direito, estava praticamente em branco em matéria de política. Se ela não me deu um diploma que me servisse na vida prática, porque nunca advoguei, pelo menos ali eu caí na fervura da política acadêmica, na fase de resistência ao Estado Novo. Fui presidente do Centro Acadêmico Cândido Vieira (Caco) e como presidente assinei e redigi um manifesto saudando a queda da ditadura. BV — Como foi o início no jornalismo? Villas-Bôas — Eu não posso dizer que tinha vocação jornalística. Entrei para o Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS), mas o vencimento do servidor público era muito escasso e consegui um cartão do meu sogro, Bittencourt de Sá, que tinha sido
  • 21. 3 4 VILLAS-BÔAS EM ALGUNS MOMENTOS (2) A fé do povo nordestino, uma das pautas de uma série de reportagens sobre a seca no sertão, elaborada em 42 dias e com passagens por diversas cidades, entre o Rio de Janeiro e o Ceará. (3) O jornalista (em destaque), durante coletiva de imprensa com o presidente Juscelino Kubitschek. (4) Cumprimenta o então governador do Estado de São Paulo, Adhemar de Barros. (5) Encontro com o presidente da Argentina Arturo Frondizi, que exerceu o cargo entre 1958 e 1962. um grande jornalista na cidade do Rio de Janeiro. Ele me deu uma carta para entregar ao Cândido de Campos, dono do A Notícia, do Rio. Apresentei-me ao Silva Ramos, que foi o meu grande professor, mestre de jornalismo, porque foi na base do trabalho; era um sujeito exigente. Ele leu o bilhete e disse: “O Bittencourt está dizendo que você é bacharel, mas não é necessariamente analfabeto. Tire o paletó, sente ali e comece”. Esse foi o meu curso de jornalismo político. Demorou dois, cinco minutos, talvez. Tirei o paletó e, nesse dia, voltei para casa lambendo a notícia, a minha primeira matéria publicada, uma matéria simples, de uma coluna. BV — E a carreira no jornalismo político? Villas-Bôas — Foi muito rápida. A Notícia não possuía repórter político e começou a existir essa 5 redação entra em uma “Hoje, você tar em uma pressão de es e tem a im todo mundo maternidade: espécie de endo aquilo, da televisão v em frente mandar um onversa. Para ninguém c om o colega vez de falar c recado, em putador. O assa pelo com ao lado, p mecanizado.” gócio é muito ne necessidade. As manchetes passaram a ser, em geral, sobre a área. Um belo dia fui buscar o “boneco” (usava-se à época a fotografia do rosto da pessoa) de um suicida, perto do centro do Rio, e entrei num hotel para informar à redação que não havia “boneco” algum. Enquanto esperava, ouvi um cidadão com sotaque estrangeiro, aos berros, ao telefone no fundo do corredor, com a cabine aberta, falando com alguém de Porto Alegre. Comunicava o fato de ser vítima de uma tentativa de chantagem por parte de um ministro de Estado, e que ia ter naquele dia uma entrevista com o então ministro da Guerra, o general Canrobert Pereira da Costa. Ele se chamava Ivo Borcioni; apresentei-me, disse que era jornalista, bacharel, e que ouvira a conversa. Combinei que iria como advogado dele à audiência com o Canrobert,
  • 22. Comunicação BV — Como era a rotina a essa época? Villas-Bôas — O começo em A Notícia foi decisivo porque lá não havia frescura, fazia-se tudo. Fui me especializando dentro da política, passava a tarde na Câmara, ia ao Senado de vez em quando (a capital do Brasil ainda era no Rio de Janeiro/RJ), visitava a sede de partidos e ministros, rodava o dia inteiro e, de noite, ficava a correria para escrever as matérias. Cheguei a trabalhar em três jornais. como capital “O Rio de Janeiro, ngresso política, tinha um Co e atuante, extremamente vivo s. Foi a com grandes figura atória. época de ouro da or ores Convivi com os mai Carlos oradores do século: rinos.” Lacerda e Affonso A e assim foi. Para minha surpresa, o general aceitou aquela denúncia contra o seu colega de ministério, sem piscar um olho, e prometeu levar a denúncia ao presidente Du­ tra. No dia seguinte, o assunto foi manchete do A Notícia. O assunto teve repercussão no Congresso Nacional, e isso me consolidou logo como repórter político. 22 | BOA VONTADE BV — Alguma história curiosa desse período? Villas-Bôas — Criei os “Comandos Parlamentares” de O Dia, o que era isso? Pegávamos três deputados, um senador de vez em quando. Encontrávamos com eles às quartas-feiras no O Dia — que ficava na avenida Marechal Floriano; ali havia um carro de reportagem e o Aquiles Camacho, um grande fotógrafo, que nos acompanhava. Só na porta do jornal os deputados eram informados aonde iriam. Virávamos o Rio de cabeça para baixo. Íamos a todo tipo de lugar, mas procurávamos os temas populares, as favelas. Os “Comandos” ficaram popularíssimos, e eu recebia muitas denúncias. Estava na redação quando alguém me telefona com uma voz meio abafada e diz: “Villas-Bôas, estou aqui na penitenciária de Bangu; hoje no jantar vamos fazer uma revolta”. Então falei: “Agüenta aí, estou indo para o local”. Corri até a Câmara e chamei dois deputados, o Breno da Silveira e o Tenório Cavalcante. Chegamos lá e o jantar já estava sendo servido. Quando entrei na sala, vi que a turma se coçou, entendeu? Daí um bocadinho começou aquele negócio de prato voando. Foi um furo absoluto. Tive a sensação de que aquilo tinha sido feito para mim (risos). BV — De alguma forma os profissionais com quem conviveu contribuíram para o êxito do seu trabalho. Villas-Bôas — Acho que sim, porque, como eu era amigo do Odylo Costa, filho, uma figura maravilhosa, grande escritor e poeta, para onde ele ia me levava. Para o Diário de Notícias, para o Estado de S.Paulo. (...) A reportagem política recomeçou com a queda do Estado Novo. Foi aquele estouro, aquela embriaguez da liberdade, que pegou os jornais desprevenidos. Não havia quadros para cobrir a política, eles foram sendo preenchidos com a turma antiga, que vinha da República Velha, Prudente de Morais, neto; Osvaldo Costa e poucos mais; o resto foi improvisando. O Rio de Janeiro, como capital política, tinha um Congresso extremamente vivo e atuante, com grandes figuras. Foi a época de ouro da oratória. Convivi com os maiores oradores do século: Carlos Lacerda e Affonso Arinos. O presidente da República atuava politicamente dentro do Congresso por meio de sua liderança. O jogo político, de fato, era travado dentro do Congresso, da Câmara. BV — Este ano se comemoram os
  • 23. 100 anos da ABI e 200 da imprensa no Brasil... Villas-Bôas — Tenho absoluta imparcialidade em avaliar isso. O Maurício Azêdo trabalhou comigo no Estado de S. Paulo, tivemos lá nossas divergências, mas considero absolutamente exemplar a administração dele. Ele não está só recuperando a Casa, o prédio, como também está movimentando todos os setores. Tem sabido respeitar o contraditório. Na ABI, de vez em quando, há palestras de pessoas que levam um pensamento inteiramente diferente do que é predominante na Casa; isso é perfeito. Acho uma administração fantástica. Ele vai dar o maior brilho possível a esse centenário da Associação Brasileira de Imprensa. BV — O senhor chega aos 84 anos com boa memória e saúde. Qual o segredo para manter-se bem? Villas-Bôas — Reflete um preço meio grande porque nunca fui boêmio, não tive tempo. Casei muito moço. O Marcos nasceu nove meses depois e, Marcelo, um ano depois. De repente estava eu com mulher e dois filhos, morando na casa do sogro. Embora tenha sido bem tratado lá, estava louco para ter minha casa. Então, trabalhava demais. Como é que seria boêmio se saía de casa às sete da manhã, voltava para almoçar e emendava até as duas, três da manhã? Quando Getúlio morreu, passei 48 horas na redação sem sair; só pude dar um pulo em casa para tomar um banho, trocar a roupa, fazer a barba. BV — O senhor fala da família de forma apaixonada. Esse convívio foi importante para sua condição intelectual, cultural e moral? Villas-Bôas — Em geral, o jornalista da minha geração cultivava muito a vida familiar. Quase sem exceção, tiveram um casamento só. Essa fase de Brasília eu não peguei, não quis ir para lá. Recebi um convite absolutamente irresistível, para dirigir a sucursal do Jornal do Brasil em Brasília, mas não fui porque era difícil deslocar a família, os meninos estavam estudando, ia atrapalhar a vida deles. Trabalhei sempre nesse ritmo; há pouco tempo é que se deixou de ter essa relação. Hoje, você entra em uma redação e tem a impressão de estar em uma espécie de maternidade: todo mundo em frente da televisão vendo aquilo, ninguém conversa. Para mandar um recado, em vez de falar com o colega ao lado, passa pelo computador. O negócio é muito mecanizado. Ao término da entrevista, VillasBôas, que vem acompanhando o trabalho da LBV há décadas, registrou: “Tenho uma relação muito longa com a LBV, desde Zarur. Tinha as referências mais elogiosas do Osório Borba, um pernambucano ranheta, grande jornalista e escritor, que tinha a informação de que o Zarur era um homem absolutamente honrado, desprendido, que vivia distribuindo a Sopa dos Pobres. O presidente atual, o dr. Paiva Netto, é sempre muito cordial comigo... eu o encontrei pessoalmente algumas vezes. Um dia, ele me convidou a ir a Brasília (para uma visita ao Templo da Boa Vontade), lá estive e fui muito bem recebido. Se não sou um crente de nenhuma religião, também não sou um desafeto. Contribuo, modestamente, com a Legião da Boa Vontade há muitos e muitos anos, e é o único lugar em que colaboro financeiramente. Apenas ajudo a LBV porque merece a minha confiança”. BASTIDORES Equipe da Super Rede Boa Vontade de Comunicação prepara o ambiente para gravar a entrevista, na sala da residência do jornalista, na zona sul do Rio. BOA VONTADE | 23
  • 24. Samba História Altay Veloso Cidadão do mundo Altay Veloso conta como a infância na LBV o ensinou a respeitar as diferenças Hilton Abi-Hihan especial para a BOA VONTADE A u bre eA kd Ric reportagem do programa Samba História esteve no bairro de Porto das Pedras, São Gonçalo, município do Rio de Janeiro, para conversar com uma figura destacada da música brasileira: o cantor e compositor Altay Veloso. O artista abriu as portas da casa e do coração para contar um pouco da trajetória de vida. Destacou a infância e juventude como épocas marcantes na formação do caráter e de sua abrangente visão de mundo. Autor de mais de 450 músicas, muitas delas de bastante sucesso, Altay mantém a forma simples de ser do início de carreira. Mora no mesmo bairro onde nasceu e escolheu para constituir família e criar os filhos, Saul, Saulo, Bárbara e Gibran. Durante a conversa, relembrou como a convivência com pessoas especiais o influenciaram e quando surgiu a oportunidade de ser compositor: “A primeira gravação na verdade foi com a Wanderléa, um disco produzido pelo Egberto Gismonti; ali aconteceu o pontapé inicial”. Depois, as canções de Altay ganharam realce nas vozes de Roberto Carlos (Dito e Feito), Elba Ramalho (Nascido em 22 de abril), Emílio Santiago (40 anos), Vanusa, Ale­ xandre Pires, Leny Andrade, Alcione e dos grupos de samba Só pra Contrariar, Negritude Júnior, Soweto e Exaltasamba. Como cantor, lançou cinco discos, a exemplo de Avatar (1983) e Nascido em 22 de abril (1995). Enquanto toda a vida profissional ia desenrolando-se, um 24 | BOA VONTADE
  • 25. Cristiane Moraes sonho de mais de vinte anos era acalentado por Altay: a montagem de um superprojeto sobre Jesus, a quem aprendeu a amar ainda bem pequeno com a saudosa avó Rosa­ lina, Legionária da Boa Vontade. A primeira música do futuro trabalho, Jerusalém, foi composta ainda aos 21 anos de idade. Pouco tempo depois, viriam O louco e Gólgota. A idéia de escrever sobre a saga de um africano de Daomé, que se encontra com o Cristo e se apaixona pelos ensinamentos Dele, foi passo a passo tomando corpo, entre uma e outra interrupção forçada. Mas apenas quando completou 40 anos é que o artista conseguiu concretizar a história. Com recursos próprios, viajou em 2000 para Israel (por duas vezes), ao território de Ifé, na Nigéria, além de Angola e Bahia, onde recolheu os últimos detalhes do livro Ogundana, o Alabê de Jerusalém, que mais tarde se transformaria em CD e DVD. O trabalho foi gravado por nomes importantes da nossa música, como Elba Ramalho, Jor­ ge Vercilo, Jorge Aragão, Fafá de Belém, Ivan Lins, Margareth Menezes, Sandra de Sá, Lenine, Lucinha Lins, Bibi Ferreira, entre outros. A obra conta a história de Ogun­ dana, um africano nascido há dois milênios, em Ifé, que aos 12 anos foge de sua aldeia e viaja por várias nações do norte da África até que encontra um centurião romano e dele se torna amigo, seguindo ambos para Roma. Graças aos conhecimentos medicinais, herdados de sábios de sua tribo, e outros aprendidos durante a viagem, passa a cuidar do Exército romano e segue com a tropa para Cesaréia. Posteriormente chega à Galiléia, onde conhece o Cristo. O compositor explica que o * Programa Samba História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar essas entrevistas aos domingos, às 14 e 20 horas. Pela Boa Vontade TV (canal 27 da SKY), o telespectador pode conferi-las aos sábados, às 14 e 21 horas. Outra opção é aos domingos, às 5, 14 e 23 horas. Pela Rede Mundial de Televisão, assista ao bate-papo aos sábados, às 18 horas; aos domingos, às 18 horas e segunda-feira, às 22 horas. Fotos: Arquivo pessoal Altay Veloso recebe em sua residência o radialista, jornalista e apresentador do programa Samba História*, Hilton Abi-Rihan, da Boa Vontade TV e da Super RBV. DUAS ÉPOCAS O pequeno Altay entre os pais Izolina e Aguilar; ao lado o registro dele em sua primeira comunhão. “Dona Rosalina (...) me levou para a LBV ainda molequinho, menininho, e isso foi extremamente importante para a minha vida; ajudou a forjar o meu espírito, a ser ecumênico, a ter uma relação mais fraterna com o próximo, com as diferenças. Eu fui vendo que Deus se manifesta de formas diferentes.” BOA VONTADE | 25
  • 26. Ricardo Martins/Divulgação Rede Globo Samba História a dos March de Deus nhos oldadi S Mús omes ylvio G tra: S ica/Le ós, omos n Deus s e inhos d Soldad lo Bem! voz e , eis a p A lutar hos, em coro e já vem! jin qu Dos An ndo Jesus, nuncia Pre Arquivo pessoal sus! Meu Je hor! en Meu S ! uz Linda L or! eus ce Am ços para os T Do s bra ! Abre o hos de Deus in Soldad Altay Veloso e sua esposa, Celinha, em Jerusalém. 26 | BOA VONTADE Altay Veloso é entrevistado por Jô Soares, em agosto de 2007. Na ocasião, recordou-se de passagens marcantes de sua vida e da música Marcha dos Soldadinhos de Deus (letra ao lado), que conheceu aos 7 anos de idade, ao freqüentar a LBV, incentivado pela avó Rosalina. título — inspirado em várias heranças culturais (cristã, judaica e muçulmana)­ — é fruto da experiên­ cia familiar: a mãe, Izolina, sacerdotisa de cultos africanos, o pai, Aguilar, um jongueiro do Espírito Santo, e uma avó muito querida. “Dona Rosalina deve estar muito feliz de eu participar de um programa da Legião da Boa Vontade, foi ela quem me levou para a LBV ainda molequinho, menininho, e isso foi extremamente importante para a minha vida; ajudou a forjar o meu espírito, a ser ecumênico, a ter uma relação mais fraterna com o próximo, com as diferenças. Eu fui vendo que Deus se manifesta de formas diferentes.” Em maio de 2007, Altay conseguiu concretizar finalmente o projeto, levando a ópera Alabê de Jerusalém aos palcos do Canecão e do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, reunindo 70 artistas em uma megaprodução. O músico disse que busca patrocinadores para uma nova montagem da ópera. Infância marcante como Soldadinho de Deus No bate-papo com Altay ficou evidente também a preocupação com as novas gerações. Para ele, a infância é um momento especial.“Foi a fase mais importante da vida, a que mais lembro, a que tenho mais afeto”, recorda-se. A principal lembrança dele é a partir dos 7 anos de idade, em que ao lado de dona Rosalina começou a freqüentar a LBV e tornou-se um Soldadinho de Deus, como são carinhosamente chamadas as crianças na Instituição:“Eu tenho um afeto especial por Alziro Zarur, pela proposta ecumênica da LBV. Até hoje a voz dele soa na minha alma, realmente foi inspiradíssimo. Que bom que o professor Paiva Netto continua esse belo trabalho”. Na oportunidade, ao receber de presente um CD com a composição Marcha dos Soldadinhos de Deus, o cantor se emocionou muito e começou a cantarolar a música (leia a letra da canção ao lado), para ele, impossível de esquecer.
  • 27. *¹ Dos primórdios da LBV — Referência à famosa “Sopa dos Pobres”, também conhecida como a “Sopa do Zarur”, iniciativa que resultou na criação do Programa Ronda da Caridade, uma atividade permanente da LBV contra a fome.   *²O Programa Boa Vontade, com Paiva Netto, vai ao ar pela TV Bandeirantes, no início da madrugada, de segunda a sexta-feira, após o A Noite é uma Super Criança, do apresentador e amigo da Legião da Boa Vontade Otávio Mesquita. Você pode assistir também pelo canal 27 da SKY, pela Boa Vontade TV. maravilhoso, marxista, ateu, daqueles que amam o próximo de tal forma que, mesmo não acreditando em Deus, como dizia, estava pronto para ajudar o semelhante”. O médico chamou o garoto para lecionar na escolinha que a avó montou. “O pessoal me chamava de professor, tínhamos 80 alunos e isso foi possível por conta da LBV, que juntou todas essas coisas na minha vida.” Foi mais ou menos nessa época que descobriu a vocação musical e aprendeu a tocar violão e acordeão. Tantos anos depois, Altay Veloso guarda todos aqueles sublimes sentimentos que conhecera quando criança. Diz que recentemente sentiu-se muito feliz ao visitar o conjunto educacional da LBV na capital paulista, no qual são atendidos mais de 1.200 alunos. “Vi meninos e meninas sendo tratados com carinho. E a contribuição da LBV nos dias atuais pode ser mais relevante do que já foi, porque hoje a gente precisa muito desse sentimento ecumênico”, ressalta. E acrescenta: “Se as crianças tiverem acesso a essa diversidade humana, serão muito melhores, terão mais chance de ser felizes”. Para o artista, ali está o retrato do Brasil futuro, que pode influenciar o restante do Planeta. “Aqui árabes e judeus vivem próximos uns dos outros. Há alguma coisa de especial neste chão, neste território, nesta aura brasileira que o mundo aos poucos saberá.” Por fim, Altay não se esquece de dizer que costuma assistir ao Programa Boa Vontade, com Paiva Netto*²: “O meu abraço ao Paiva Netto, minha gratidão por ter continuado, de forma tão bonita, essa Inspiração Divina, começada por Alziro Zarur. Que Deus lhe dê muita força e luz, para que possa levar à frente esse trabalho”. Fotos: Divulgação É também na infância, como Soldadinho de Deus, que ele descobre o valor de figuras notáveis da Humanidade, Seres Humanos que trabalharam para que o Planeta hoje pudesse ser um pouco mais fraterno. Isso há quase 50 anos: “Nessa época não havia uma literatura vasta, principalmente morando em São Gonçalo, mas o que eu li sobre Gandhi na antiga revista BOA VONTADE foi o bastante para que eu o amasse e tentasse me inspirar a partir de um sentimento de um homem como ele”. Da avó, recorda-se que era uma voluntária ativa nos programas socioeducacionais da LBV — “daquelas que faziam sopa aos sábados*¹” — e, apesar de ser analfabeta, valorizava muito o estudo.“Tanto é que, quando ela pôde, fez dentro da casa dela uma escola para alfabetizar os meninos da vizinhança, que se chamava Escola São Francisco de Assis, o Patrono da LBV. Aprendi a gostar de São Francisco, conheço todas as orações dele.” Nas reuniões da Instituição, o cantor fez um grande amigo, o psiquiatra José Eu­ gênio: “Ele era da Legião da Boa Vontade, um sujeito HERANÇAS CULTURAIS Cenas do espetáculo Alabê de Jerusalém, assinado por Altay e sucesso nos palcos do Canecão e do Theatro Municipal do Rio. BOA VONTADE | 27
  • 28. Perfil Myltainho Alma de editor Izilda França Caminhos que o jornalista Mylton Severiano percorreu para consolidar-se como um dos grandes nomes da comunicação brasileira gênese de repórter 28 | BOA VONTADE
  • 29. Arquivo pessoal 1 2 1- Myltainho entre os pais, Bernardo e Julieta, e a irmã Iracema, no colo da mãe. 2- Moisés Baumstein (E), Myltainho e Hamilton Almeida Filho (D), na redação da revista Extra-Realidade Brasileira. 3- Revista Realidade, em 1969. Sentado, em destaque, no centro da mesa, Paulo Mendonça, então diretor da revista. No sentido horário, os novos jornalistas da Rea­lidade, Luís Fernando Mercadante, José Carlos Marão, Mylton Severiano, Luís Fontes, Jean Solari, David Zingg e Jaime Figuerola. 3 Arquivo pessoal Ao ceder esta imagem, o ilustre Woile Guimarães mandou singela dedicatória ao amigo em que relembra: “Em Marília, encontrei com Monteiro Lobato, na coleção do Myltainho. Lá, seguramente, desenvolvi, com as leituras, meu pendor pelas letras, pelo português, que o Myltainho sabe de trás pra frente e da frente pra trás. Não só a ortografia, a gramática, mas pela mágica que ele faz com as letras, com sua cultura e sensibilidade política e social”. Arquivo pessoal “Tive a sorte de ter pais maravilhosos. Meu pai, Bernardo Severiano da Silva, é o meu herói.” Arquivo pessoal P elas contas do veterano jornalista Mylton Severiano, editor-executivo da revista Caros Amigos, sua trajetória na profissão começou, literalmente, a ser redigida em 10 de setembro de 1940, então data dedicada à Imprensa. O próprio Myltainho diz que desde o nascimento isso “estava escrito”. Aliado a este fator, o incentivo a boas leituras, vindo do pai, o alagoano Bernar­ do Severiano da Silva, foi aos poucos burilando na mente do jovem Myltainho uma consciên­ cia crítica e intelectual. Tanto que o faro pela reportagem é aguçado desde tenra idade — seu primeiro texto fora publicado antes mesmo de completar uma década de vida. Aos 12 anos, fez um poema sobre o Dia das Mães para o Correio de Marília. No colégio, tocava o jornal do grêmio, ao lado do amigo de infância Woile Guimarães, também jornalista, dono da GW Produções. No entanto, apesar de esse repertório conspirar a favor do jornalismo, o contato com a profissão surgiu da necessidade de auto-sustento. Logo quando chegou à capital paulista, vindo de Marília/SP, em janeiro de 1960, ingressou na faculdade de Direito, mas largou o curso no terceiro ano para trabalhar. Nesta entrevista, ele fala desses e de outros assuntos, bem como dos planos. Também destacou sua admi­ração pela Legião da Boa Vontade e pelo seu diretor-presidente, José de Paiva Netto, com quem teve oportunidade de realizar uma de suas reportagens. BOA VONTADE | 29
  • 30. Homenagem ao saudoso Sérgio de Souza No fechamento deste número, recebemos a notícia do falecimento do jornalista Sérgio de Souza, editor da revista Caros Amigos, publicação lançada por ele há 11 anos. Serjão, como era conhecido entre os colegas, morreu aos 73 anos, no dia 25 de março, na capital paulista. Em sua carreira, trabalhou na redação de grandes jornais brasileiros. Integrou a equipe que fundou e lançou a histórica revista Realidade. A Legião da Boa Vontade e seu diretor-presidente, Paiva Netto, BOA VONTADE — Como foi a infância? Myltainho — Eu sou filho de um pai e de uma mãe semi-alfabetizados. Tive a sorte de ter pais maravilhosos. Meu pai, Bernardo Severiano da Silva, é o meu herói. Minha mãe, Julieta Mazzola da Silva, era cristã; meu pai entrou para o Partido Comunista. Autodidata, lia muito, e o maior bem que ele me deu foi me colocar para estudar. É a minha gênese. Quando tinha 5 anos, me lembro de um primeiro presente que ele me deu, muito instigante. Era uma caixa, com cubos de madeira, que deve existir até hoje. Cada face do cubo tem uma letra para você se alfabetizar. Logo depois, começou a me dar livros. Assim eu comecei a ler. BV — Nessa época você já sonhava em fazer comunicação? O que o despertou? Myltainho — Estava escrito! 30 | BOA VONTADE Amancio Chiodi Perfil dedicam as mais sinceras vibrações de Paz e respeito a esse grande comunicador, nosso caro amigo. Esses sentimentos são extensivos também a todos os colegas e familiares, especialmente à esposa, Lana Nowikow, e filhos. Como é importante ter pais legais. Naquela época meu pai gostava de caçar e, um dia, me levou junto. Fiquei fascinado! Chegamos a uma fazenda que tinha Mata Atlântica e começou a chover muito forte, um temporal com raios; a gente saiu correndo. Encontramos uma cabana onde morava um jovem casal de camponeses, muito pobres, com duas crianças, uma de colo, e outra pequenina de 2 ou 3 anos. Meu pai já era candidato a vereador, um sujeito muito falante, simpático. Ele pediu licença ao casal para olhar no fogão de lenha o que tinham para comer. No caldeirão só havia feijão e ele me mostrou: “Filho, olha aqui o que eles vão comer”. Virou-se para eles e perguntou o que mais comeriam. “Farinha, senhor”, responderam. Quando parou de chover, e a gente ia embora, meu pai entrevistou os dois, perguntou quanto ganhavam, de onde vieram, enfim... foi o jornalista. No caminho de volta, eu falei que ia escrever o que contaram e mostrar para a professora. Ele disse: “Não. Escreva, mas me dê, vou mandar para o Terra Livre”. Esse era o nome de um jornal agrícola, dos camponeses e pequenos agricultores. Desse modo, publiquei com 8, 9 anos meu primeiro texto, relatando o que tinha visto, que eu achava aquilo muito triste. Até então, não vira uma coisa que tivesse me tocado assim, penso que ali nasceu o jornalista; a vocação baixou. BV — E daí trabalhou em vários jornais brasileiros, certo? Myltainho — Trabalhei. Eu vim a São Paulo fazer curso de Direito, cheguei a entrar na São Francisco, mas, ao mesmo tempo, procurei emprego; precisava trabalhar, meu pai não tinha condições de me sustentar aqui. Um amigo, Woile Guimarães, já tinha vindo na frente; a gente era de Marília/SP. Ele é jornalista, empresário de comunicações, já estava havia um ano na Folha de S.Paulo e me arrumou um lugar lá. Quando entrei e vi aquela coisa toda, me desencantei do Direito e me apaixonei na hora por uma redação. Tinha começado a estudar Direito pela inércia e também porque meu pai queria. Em seguida, em 1964, com o golpe militar, o meu pai foi preso e aí tive o álibi para abandonar a faculdade e mergulhar de sola no jornalismo. Eu precisava segurar as pontas da família e então fui embora. Trabalhei em vários canais de TV e em muitos veículos, como o Estado de S.Paulo, Jornal da Tarde, uma porção deles. BV — Quem você destaca como
  • 31. Fotos: Arquivo BV Ivan Souza ENTREVISTA DE CAMPO Fachada da unidade educacional da LBV, na zona norte do Rio, onde Myltainho entrevistou o dirigente da Instituição. José Hamilton Ribeiro nácio de Loyola Brandão, José Carlos Marão, Hamilton Almei­ da Filho, enfim, cada um ensinou Hamilton Almeida Filho alguma coisa, e você também ensina para eles. Arquivo pessoal Roberta Assis Rafael Rezende O jornalista Myltainho com seu colega de profissão Paiva Netto, durante visita ao Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LBV em Del Castilho, Rio de Janeiro/RJ, em 2000. Recordando-se carinhosamente da data, mandou um recado: “Um grande abraço ao Paiva Netto e a todos os colaboradores da LBV. Eu os trago no coração”. Ignácio de Loyola Brandão Amancio Chiodi fundamental na sua formação dentro do jornalismo? Myltainho — No começo, o BV — Quais reportagens mais o meu pai. Depois que ele foi solto, marcaram? Myltainho — Praticamente ficou meio aperreado, como ele dizia, chateado. Logo sentiu que aquilo era tudo o que fazia o José Hamilton uma paixão para mim, então enten- sempre foi muito bom, desde a deu e me deu todo o apoio. Depois revista Realidade. Na televisão, dele, grandes amigos, verdadeiros me lembro de uma reportagem no mestres, o Paulo Patarra, que foi programa Globo Rural, no qual ele o diretor de redação da revista Rea­ está até hoje. Nela, mostrava, para lidade, e o Sérgio de Souza, meu a gente da cidade, como na roça as professor de texto. Ele me ensinou pessoas dão um jeito para as coisas que para nós, urbanos, não trazem praticamente tudo: a aperpreo­cupação como, por feiçoar a ideologia, o jorexemplo, mandar uma nalismo a serviço do Povo, carta. A gente a põe no do mais fraco, na defesa correio e fim de papo. Só das causas populares. Esses que na reportagem ele são os principais. Aí tem o mostra um sujeito na roça convívio com colegas como Paulo Patarra que vai com o caminhão de José Hamilton Ribeiro, Ig­ “Nessa entrevista com o Paiva Netto fui, mais uma vez, um repórter bissexto, pois não era a minha praia. Mas o que eu senti naquele dia na LBV foi muita emoção. Criança me emociona muito. E eu vi aquelas crianças se alimentando e sendo bem tratadas. Aquilo me embargou a voz em alguns momentos. Foi uma das entrevistas de campo que fiz que mais me emocionaram, sem dúvida. Não teve outro trabalho que me emocionasse tanto.” manhã buscar o leite e depois volta, recolhendo aqueles latões na porta da fazenda. Aí, ele aproveita para levar cartas, bilhetes, encomendas, o sapato que o pai manda para um filho. É bonito isso, sabe? Na última BOA VONTADE | 31
  • 32. Arquivo pessoal Daniel Trevisan Perfil CAROS AMIGOS Myltainho, ao centro, com sua equipe de redação, na Editora Casa Amarela. Da esquerda para a direita, Mariana, Natália, Letícia, Wagner, Camila, Léo, Thiago, Mariana, Michaella. Divulgação Amancio Chiodi fazenda em que ele en- BV — Quais são os planos? tra, para encerrar, há um Myltainho — No momento, me cara com um papagaio, preparo para escrever um livro sobre em cima da árvore, que a revista Realidade. Já entrevistei o canta um monte de mú- José Hamilton e mais umas 18, 19 sica, e o José Hamilton pessoas que estiveram lá. De uns Carlos Azevedo termina a reportagem anos para cá, o Hamilton e eu, da com o pássaro cantando. Acho Caros Amigos, somos procurados aquilo uma obra-prima. No jorna- anualmente por meia dúzia de estulismo escrito, na revista Realidade, dantes que farão seu TCC (trabalho praticamente tudo era muito bom, de conclusão de curso) sobre a porque havia grandes repórteres. Realidade. Mas que história é essa? O Carlos Azevedo fez uma repor- Uma revista que há quase 50 anos tagem que considero uma pequena continua sendo motivo de trabalhos! obra-prima: “Os maridos assassinos Os guris vêm entusiasmados quande Minas Gerais”, em 1980. Houve do o professor tem um exemplar uma epidemia de maridos matan- ou fala da revista. Eles vão lá no do mulheres em Minas, desde os arquivo e descobrem. Falei que ia pobres até a classe alta. Um desses escrever a história da revista de um casos o Azevedo foi fazer em Belo jeito emocional, como tudo que Horizonte. Essa reportagem, como gosto de fazer, com emoção. Estou texto jornalístico-literário, cito como entrevistando ex-colegas meus, não uma obra-prima. Eu não fui muito só querendo saber o ponto de vista repórter, mas fiz algo que me agra- profissional, mas também a história dou na revista: um trabalho sobre de cada um, como é que chegaram os 50 anos da Revolução lá; e tenho descoberto coiRussa; eu me abeberei em sas gostosas. Alguns ponalguns livros lá e escrevi tos comuns dessa turma é um pequeno ensaio sobre que eram autodidatas, goso assunto, e até hoje tem tavam muito de ler; desde gente que se lembra daquea infância quase todos cole trabalho. Monteiro Lobato meçaram lendo Monteiro 32 | BOA VONTADE DOM MUSICAL Longe das redações, Myltainho revela o perfil de músico, como se vê na foto tocando piano. Incentivado pelo pai, estudou acordeão durante seis anos, no Conservatório Musical Santa Cecília, de Marília/SP. Lobato. Não é curioso isso? E era tudo gente de classe média, média mesmo, de pobre para remediado, como se diz. É uma história interessante de contar. Esse é um projeto que estou tocando ali na paralela, vou começar a pôr no papel. BV — Por falar em emoção, você a considera importante no jornalismo? Myltainho — Acho que o jornalismo existe para informar, divertir e emocionar também, por que não? Uma boa história com uma boa carga de emoção, só de colocá-la no ar, na televisão, no rádio ou no papel, se você transmiti-la fielmente, transmitirá emoção. Não que você vá se derramar e cometer pieguice. A Humanidade precisa disso, a gente precisa de emoção, de poesia. [N. L. e R. O.]
  • 33. Utilidade pública Na época das chuvas, fique atento a essa doença Dengue vilã da saúde pública Jully Anne S egundo balanço do Ministério da Saúde, em 2007, foram registrados 559,9 mil casos de dengue no Brasil, 1,5 mil casos confirmados de febre hemorrágica e 158 mortes por dengue hemorrágica. O que elevou o número de notificações, no ano passado, em cerca de 200 mil casos da doença em relação a 2006. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), envolvendo 100 países, dão conta de que dezenas de milhares de pessoas são afetadas anualmente pela dengue: em média, 550 mil necessitam de hospitalização e 20 mil morrem. O Aedes aegypti, nome científico do mosquito que se tornou o grande vilão da saúde pública, por ser o agente transmissor da doença, tem sido o alvo principal do Programa Nacional de Controle da Dengue, por meio de campanhas efetivas de combate à proliferação do inseto. É fundamental eliminar os criadouros do mosquito que ataca, geralmente, pela manhã e ao entardecer. Por voarem baixo, os pés e tornozelos são os principais alvos. Como a picada é anestésica, a dor torna-se imperceptível; casas e terrenos são os principais abrigos do inseto (95% deles). Para combater a dengue, é necessário manter quintais sempre limpos, não acumular entulho, verificar se não há água parada, separar e enviar para a reciclagem garrafas PET que não serão utilizadas, manter baldes de boca para baixo. Além disso, deve-se retirar a água da bandeja da geladeira; as caixas d’água precisam estar bem fechadas, assim como as lixeiras; e lavar diariamente as vasilhas com água destinadas aos animais domésticos. Sintomas — Em casos de suspeita de dengue é aconselhável procurar imediatamente o serviço de saúde. Após a picada, os sintomas começam a manifestar-se no terceiro dia. Depois do período denominado incubação, começam a surgir os seguintes sintomas: forte dor de cabeça; dor atrás dos olhos, que piora com o movimento deles; perda do paladar e do apetite; manchas e erupções na pele, semelhantes ao sarampo; náuseas, vômitos e tonturas; extremo cansaço, dores nos ossos e articulações, que causam moleza no corpo. Repercussão O diretor de Saúde Ambiental da Secretaria de Saúde de Londrina/PR, Maurício Barros, em recente palestra sobre o combate à dengue, agradeceu à LBV e à BOA VONTADE o apoio à conscientização da doença. O diretor destacou a página de Walter Periotto, publicada na edição no 220 da revista: “O controle e o combate à dengue se dão pela participação efetiva das pessoas, e a LBV tem sido fundamental nesse trabalho em Londrina. É parceira essencial. Deixo o convite a outras instituições para que sigam este exemplo. Para combater a dengue, você e a água não podem ficar parados. Vejam todos esta belíssima matéria da BOA VONTADE: ‘Todos contra a dengue’”. BOA VONTADE | 33
  • 34. Teatro Marcos Caruso a paixão Em cena pelo teatro 1 2 On-line Elenco da comédia Operação Abafa, com direção de Caruso e da atriz Jandira Martini (centro) (1). O ator com Marília Pêra (2) e Vera Holtz (3), que o ajudaram a construir sólida carreira também na televisão. ouve-se isso. (...) Todas as mídias foram interferindo nos espetáculos teatrais, mas nada disso atrapalha, porque esta é a arte mais pura, a arte do imponderável.” Em 21 de março, volta em cartaz a peça que Caruso escreveu com Jandira Martini, em 1986, Sua Excelência, o Candidato, em São Paulo/SP. Entre outras coisas, Caruso lembrou seus ídolos e contou o que aprendeu na carreira, além de deixar registrado seu carinho pela Legião da Boa Vontade. “Parabéns, LBV, pelo que faz. Eu 3 acompanho esse trabalho há muito tempo e assino embaixo tudo o que vocês têm realizado na LBV.” o/Teatro fevereiro de 1952, completa em maio 35 anos de carreira e não esconde que continua apaixonado pelo teatro. A primeira experiência no palco veio na infância. Desde criança, o autor de comédias de grande sucesso de público e crítica ouve falar do destino de infortúnio que teria o tea­ tro. Ele garante, com propriedade, que essa milenar expressão artística não vai acabar. “Há dois mil anos Fotos: D ivulgaçã H á três décadas e meia a dramaturgia brasileira desfruta o talento do ator e roteirista paulistano Marcos Caruso. Nesta entrevista à BOA VONTADE, ele fala de sua trajetória em diferentes palcos (teatro, cinema, TV) e dos desafios na profissão. Um dos maiores talentos de sua geração, ele também compartilha com o leitor sua visão sobre a arte de representar. Nascido em 22 de BOA VONTADE — Quando nasceu o interesse pela profissão de ator? Marcos Caruso — Eu ia
  • 35. BV — Certa vez, você disse: “O mais importante é fazer com que o sucesso não alimente a vaidade, mas a responsabilidade”. Por quê? Caruso — Quando você faz sucesso, é aplaudido, bem criticado, elogiado, ou seja, é acarinhado pelo público, pela crítica e pelos colegas. Tudo isso faz bem à nossa vaidade, somos Seres Humanos. Só que, quanto mais alimentamos isso, ficamos menos responsáveis. (...) Fico muito feliz com os aplausos, mas quanto mais elogios recebo, mais responsável eu tenho de me tornar, pois isso significa que o público gosta do que eu faço. O teatro é mais do que uma profissão para mim, é uma opção. Se optei por fazer com que o meu semelhante se divirta, se emocione e reflita na sua realidade com o meu trabalho, então ele tem de ser mais do que uma profissão. tral, um papel na TV e um roteiro que acaba de virar filme. Como é lidar com tudo isso? Caruso — Sempre trabalho com muitas coisas ao mesmo tempo. Sempre assim, nunca tive menos de dois ou três trabalhos concomitantemente. A peça Trair e Coçar é só Começar está há 21 anos em cartaz (recorde registrado pelo Guiness Book) e continua sendo Fe rn an de s BV — Atualmente você está envolvido em muitos projetos: uma peça tea­ dré BV — Você se formou em Direito. Tinha a intenção de seguir carreira? Caruso — Não. Desde os 12 ou 13 anos eu já sabia o que queria: ser ator. Meu pai, com toda a razão, achou que a profissão de artista era muito dura e cheia de percalços. Então ele me disse: “Você pode seguir o que quiser, mas se tiver uma faculdade, um diploma ou um curso em que possa se apegar nos momentos mais difíceis da inconstância da profissão, será bom”. E optei pela advocacia. Achei que, em última análise, poderia ser um advogado de tribunal, de júri. Graças a Deus, não precisei exercer a profissão, que considero lindíssima, mas não tenho talento algum para ela. Já no ginásio fundei grupos de teatro com colegas. Em 1972, na faculdade, entrei para o Centro Acadêmico 11 de Agosto, um teatro muito importante na época. Em plena ditadura militar se fazia um teatro político da maior importância. A partir daí fui chamado para participar de um espetáculo profissional e, em 1973, me profissionalizei como ator. An muito ao teatro infantil. Minha tiaavó me levava, e isso sempre foi um grande estímulo para que eu descobrisse o meu talento. Aos 7 anos, enquanto os fregueses esperavam para provar as roupas que a minha avó fazia, eu usava os retalhos da costura para fantoches e apresentava algumas peças que inventava à mesa da sala de jantar. Ajoelhava no chão, punha uma toalha e fingia que aquilo era um palco. Começou ali a minha carreira, digamos assim, amadora. Mas o talento espontâneo de ator, autor e diretor já aparecia: eu inventava, dirigia e interpretava ao mesmo tempo. (...) Ganhei a primeira marionete aos 7 anos, que era da minha mãe. Ela faleceu quando nasci. Isso instigou em mim a vontade de me tornar um manipulador de ilusões, assim dizendo. BOA VONTADE | 35
  • 36. Teatro BV — Sua experiência no teatro é bem maior do que na televisão. Você sentiu alguma diferença em atuar na frente das câmeras? Caruso — Bastante. Até hoje. O teatro é uma repetição diária, onde você pode errar hoje e acertar amanhã. Na televisão, não! Se você erra hoje, errou para sempre e não tem volta. Podem até dizer: “Ah, mas grava-se várias vezes a mesma cena!” Isso profissionalmente não é o ideal. O ideal é que o ator entre em cena, faça uma vez e passe adiante. Tempo é dinheiro, 36 | BOA VONTADE também “A função do teatro s duas está bem descrita na esentam, máscaras que o repr ia. São a comédia e a tragéd a de fazer funções importantes: r. Mas existe rir e a de emociona provocar uma terceira, que é você junta a reflexão. Quando cumprir essas três, consegue teatro.” todas as funções do exagerado, falava alto demais, o tipo de interpretação não servia ao veículo, mas eu fui aprendendo com o passar dos anos e hoje eu ainda vou para a televisão cheio de preocupações. BV — Quem contribuiu para o seu aprendizado na televisão? Caruso — Ainda estou aprendendo e tenho muito a aprender com as pessoas com quem eu contraceno. Aprendi muito com Lília Cabral, Regina Duarte, Tônia Carrero, Jandira Marti­ ni, Osmar Prado, Marília Pêra e tantos outros colegas da maior credibilidade e importância. Atualmente com jovens também, como a Fernanda Vasconcelos e um menino que fez a novela comigo, o Max Fercondini. Já aprendi muito com o Gabriel Kaufman. Ele fez meu neto. É uma criança sem nenhum tipo de censura, mas tem uma espontaneidade muito forte e sinceridade. Não vi nenhum tipo de vício de ator, muleta, nada! Eu fiquei muito interessado no tipo de interpretação daquele menininho de 5 anos. BV — Quais são seus ídolos? Caruso — Bom, no teatro eu tenho um. Para mim, o Marco Nanini é um ator completo; canta, dança, representa drama, comédia, farsa, musical, tem posicionamento político Marco Nanini diante da vida, é um cidadão consciente; tem personalidade e, ao mesmo tempo, uma cara branca e limpa para receber Divulgação BV — Com que tipo de ator você não gostou de trabalhar enquanto dirigia, atuava ou roteirizava? Caruso — Eu acho que com o tipo que vê o trabalho como trampolim para o sucesso pessoal, como deve acontecer em qualquer profissão. Aquela pessoa, em qualquer área, que vê o trabalho com individualidade. Se é um trabalho coletivo, seja numa sala de aula, escritório, hospital ou palco, é preciso saber que você faz parte de uma engrenagem, de um todo, e tem de contribuir para o coletivo. O pior ator é aquele que não trabalha para o coletivo. e a televisão é uma indústria. Por isso, não há a chance de errar muito. No teatro é mais prazeroso o trabalho do ator, dá para repetir durante 30 meses ou 30 anos, você exercita, em um mesmo personagem, todas as possibilidades que ele é capaz de lhe dar. Existe essa liberdade. A televisão se fecha às possibilidades de espaço, quer dizer, você tem de representar para uma câmera, os seus gestos são menores, você tem de ter um volume de voz menor. Obviamente são duas coisas completamente distintas. Quando comecei, era André Fernandes apresentada; temos obtido grande sucesso, principalmente porque se trata de comédia. Os meus espetáculos sempre divertem muito, o público gosta de rir. Por outro lado, acho que fazemos uma comédia que tem a intenção de colocar o dedo na ferida de problemas políticos, sociais e econômicos do País, isso faz com que a platéia também se identifique muito com os nossos temas.
  • 37. BV — Na sua opinião, qual seria a função da dramaturgia? Caruso — Acredito que uma das funções mais importantes da televisão é formar pessoas e cabeças, além de informar e divertir. (...) A dramaturgia tem uma responsabilidade social muito grande. Qualquer obra de arte precisa ser responsável, principalmente quando trata de assuntos como a síndrome de Down, o idoso ou a bulimia, ou quando fala a respeito de uma situação presente como a que eu estou fazendo na peça teatral Operação Abafa, por exemplo, e em tantos outros espetáculos. A função do teatro também está bem descrita nas duas máscaras que o representam, a comédia e a tragédia. São funções importantes: a de fazer rir e a de emocionar. Mas existe uma terceira, que é provocar a reflexão. Quando você junta essas três, consegue cumprir todas as funções do teatro. BV — O que é mais difícil: comédia ou drama? Caruso — A arte de representar, como um todo, é desafiadora. Obviamente, não dá para fazer comédia se não tiver humor. É impossível transformar um ator dramático em um comediante. Já o contrário é Em seu atual trabalho na TV, Caruso interpreta o padre Inácio, que contava com a ajuda do atrapalhado Nezinho, papel do saudoso ator Luiz Carlos Tourinho (em segundo plano). Ao seu Espírito eterno as nossas homenagens extensivas a seus familiares e amigos. mais fácil. O mais difícil para mim é tudo! (risos) Interpretar, encontrar a medida certa, introjetar, trazer de dentro de você o humor ou o drama, a farsa ou a tragédia. Nada é fácil. O dia que eu achar que é fácil interpretar, puser os dois pés nas costas e fizer isso com facilidade, aí deixa de existir o prazer em atuar. BV — Em todos esses anos, qual a sua maior emoção no palco? Caruso — Foi com Intimidade Indecente, tanto ao lado da Irene Ravache quanto da Vera Holtz. É uma peça da Leila Assunção na qual pude, sem sair de cena, em uma hora e 45 minutos de espetáculo, ir dos 50 aos 90 anos de idade sem mudar a maquiagem, figurino, nada. Pude, através do corpo e da voz, emocionar as pessoas e fazêlas rir. Foi um momento muito bonito da minha carreira, um divisor de águas. BV — O teatro vai acabar sumindo em meio a tantas opções novas de lazer e entretenimento? Caruso — Não. Há dois mil anos ouve-se isso... O teatro ia acabar por outras circunstâncias, pela chegada do cinema, depois com a televisão, o vídeo, em seguida o DVD, a TV a cabo e uma série de coisas. Todas as mídias Divulgação TV Globo qualquer tipo de personagem. Como autor, tenho alguns ídolos. Sigo sempre os passos do italiano Eduardo de Filippo. Ele foi ator, autor, cenógrafo, figurinista, diretor, músico, palhaço, artista circense de cinema, de rádio, enfim, é uma pessoa pela qual tenho profunda admiração. m os aplausos, “Fico muito feliz co ogios recebo, mas quanto mais el tenho de me mais responsável eu ifica que o tornar, pois isso sign e eu faço. O público gosta do qu a profissão ro é mais do que um teat ção.” para mim, é uma op foram interferindo nos espetáculos teatrais, mas nada disso atrapalha, porque esta é a arte mais pura, a arte do imponderável. Você sentase na platéia e pode subir ao palco a qualquer momento, ou saber que o ator poderá descer também. Só não fazem isso porque existe um acordo entre palco e platéia: ninguém passa daquela linha de luz. Isso é lindo, você acredita que o que está sendo feito em cena é uma verdade, sabendo que é uma mentira. O ator sabe que está encenando para a platéia, mas para ele tem de ser verdade. Esse acordo entre palco e platéia só acontece no teatro, na arte ao vivo; cria-se a ilusão de que aquilo é a mais real das realidades. [L. T. e N. L.] BOA VONTADE | 37
  • 38. Especial — Capa Olhares de Brasília PROFESSORES E ALUNOS Cristiana Lôbo e Jorge Bastos Moreno, em primeiro plano. Em pé, os estudantes de jornalismo que assistiram à entrevista: Kátia Oliveira Silva, Alaíde Ruth Popov, Neylon Jacob de Barros, Camila Fecury, Yza Morgana Lima Ortegal e Hemilly Helen Araújo, do curso de Comunicação Social da Universidade Paulista (Unip) de Brasília, do Centro Universitário Unieuro e do Instituto de Educação de Brasília (IESB). Aula de Jornalismo Belkis Faria e Enaildo Viana Fotos: João Preda S e é uma arte receber bem os amigos, Jorge Bas­ tos Moreno, um dos mais importantes e respeitados jornalistas políticos do País, é expert no assunto. Talvez porque faça isso não por uma obriga38 | BOA VONTADE ção, mas apenas por gostar da companhia de pessoas e querer demonstrar-lhes quanto são queridas. Por isso, um encontro para o almoço em sua casa é sempre um acontecimento, seja pela forma cordial de reunir pessoas, seja pelos saborosos pratos à mesa, sem esquecer, é claro, os ilustres convidados que ali se juntam ao anfitrião para prosear. E foi dessa maneira, simpática, que Moreno recepcionou outros dois amigos de profissão: Sílvia Faria (direto-
  • 39. “Na televisão o que é mais difícil é noticiar tudo em pouquíssimo tempo. É preciso ter critério de seleção altamente cuidadoso e batalhar todos os dias para tudo que vai ao ar ser 100% verdadeiro e certo.” ra de Jornalismo da TV Globo em Brasília/DF) e Cristiana Lôbo (que possui um blog no portal G1 e é comentarista e apresentadora da Globo News). Para o encontro também foram convidados o jornalista Oswaldo Buarim; o assessor parlamentar Naaman do Valle; alunos do curso de Comunicação Social da Universidade Paulista (Unip) de Brasília, do Centro Universitário Unieuro e do Instituto de Educação de Brasília (IESB), em que Jorge Moreno leciona Técnicas e Gêneros Jornalísticos. A ocasião ofereceu àqueles estudantes e também agora a você, amigo leitor, a oportunidade de conhecer mais sobre os bastidores da política, bem como debater a questão da obrigatoriedade do Sílvia Faria A diretora de jornalismo da TV Globo, em Brasília/DF, já trabalhou na Folha de S.Paulo, foi coordenadora de economia da sucursal de O Globo e diretora do Estadão e da revista Época, sempre na capital federal. Trabalhou por um tempo no Banco Central, atuando depois como porta-voz da ex-ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello. diploma de jornalismo, discutir a comunicação no dia-a-dia e as mudanças na mídia desde o aparecimento da internet. Fique à vontade nesta sala de visitas e acompanhe nosso bate-papo. BV — Como é essa experiência do blog, da rádio do Moreno? Moreno oferece um saboroso feijãotropeiro com costela de boi assada aos convidados BOA VONTADE | 39