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Brasil: 1955 - 1964
O governo de Juscelino Kubitschek
            (1956-1960)
• Juscelino foi o último presidente da República
  a assumir o cargo no Palácio do Catete. Foi
  empossado em 31 de janeiro de 1956, e,
  governou por 5 anos, até 31 de janeiro de
  1961. Seu vice-presidente foi João Goulart.
  Com ele, o Brasil viveu anos de otimismo
  embalados pelo sonho da construção de
  Brasília, a nova capital do país.
• O mandato de Juscelino Kubitschek ficou
  conhecido como o mais expressivo
  crescimento da economia brasileira. O lema
  usado foi "Cinquenta anos de progresso em
  cinco anos de governo".
  Para cumprir as promessas, foi elaborado o
  Plano de Metas, que tinha como objetivo um
  acelerado crescimento econômico a partir da
  expansão do setor industrial,
• com investimentos na produção de aço,
  alumínio, metais não-ferrosos, cimento, papel
  e celulose, borracha, construção naval,
  maquinaria pesada e equipamento elétrico.
  Para isso dar certo, JK apoiou a entrada de
  multinacionais e transnacionais para o Brasil.
  Como consequência, houve um agravamento
  na inflação, fazendo com que a abertura da
  economia ao capital estrangeiro gerasse uma
• desnacionalização econômica, porque estas
  empresas passaram a controlar setores
  industriais da economia do Brasil.
• Sendo governador de Minas Gerais, Juscelino
  Kubitschek queria modificar as bases
  econômicas do estado, que eram agrícolas,
  transformando-as em urbanas e
  industrializadas.
• Investindo em energia e transportes. Por isso,
  desenvolveu construções de importantes
  usinas hidrelétricas. Também procedeu à
  organização das Centrais Elétricas de Minas
  Gerais, a Cemig, que se expandiu como
  empresa modelo do setor hidrelétrico
  nacional. Na área da siderurgia, apoiou a
  implantação da Manesmann.
• Ele construiu 20 mil km de estradas e
  pavimentou mais 5 mil para atrair
  multinacionais para o país. Mas, se por um
  lado o Plano de Metas alcançou os resultados
  esperados, por outro, foi responsável pela
  consolidação de um capitalismo
  extremamente dependente que sofreu muitas
  críticas e acirrou o debate em torno da
  política desenvolvimentista.
• O presidente tratou também de atender
  reivindicações específicas da corporação
  militar, no plano dos vencimentos e de
  equipamento. Tentou manter, tanto quanto
  possível, o movimento sindical sob controle.
  Além disso, acentuou-se a tendência de
  indicar militares para postos governamentais
  estratégicos.
• Fora criado também a Superintendência do
  Desenvolvimento do Nordeste (Sudene),
  destinado a promover o planejamento da
  expansão industrial do Nordeste.
   Portanto, no governo de Juscelino Kubitschek
  ocorreu uma definição nacional-
  desenvolvimentista de política econômica.
  Promoveu-se uma ampla atividade do Estado
  tanto no setor de infra-estrutura como no
• Fora criado também a Superintendência do
  Desenvolvimento do Nordeste (Sudene),
  destinado a promover o planejamento da
  expansão industrial do Nordeste.
   Portanto, no governo de Juscelino Kubitschek
  ocorreu uma definição nacional-
  desenvolvimentista de política econômica.
  Promoveu-se uma ampla atividade do Estado
  tanto no setor de infra-estrutura como no
• incentivo direto à industrialização, mas
  assumiu também abertamente a necessidade
  de atrair capitais estrangeiros, concedendo-
  lhes inclusive grandes facilidades. Esta
  expressão, nacional-desenvolvimentismo, em
  vez de nacionalismo, sintetiza uma política
  econômica que tratava de combinar o Estado,
  a empresa privada nacional e o capital
  estrangeiro para promover o
• desenvolvimento, com ênfase na
  industrialização. Contudo, o governo de JK
  estava mais voltado para o incentivo à
  indústria automobilística do que para as
  carências e necessidades da população.
   No Plano de Metas, o desenvolvimento
  industrial estava centrado na produção de
  veículos, principalmente automóveis.
• A indústria automobilística foi a grande
  alavanca que impulsionou a industrialização
  brasileira nos anos 50 e 60. JK não contou com
  o fato de os bens produzidos pelas indústrias
  eram acessíveis apenas a uma pequena parte
  do país, já que a maior parte era formada pro
  trabalhadores, uma classe marginalizada, já
  que a riqueza era concentrada nas mãos de
  poucos.
• Para tentar amenizar o problema, o
  presidente criou a SUDENE afim de promover
  o desenvolvimento do Nordeste, porém seu
  Partido,o PSD, que era apoiado por coronéis
  não aprovou a medida, e o órgão que seria a
  solução para acabar com a desigualdade social
  não obteve sucesso. O PIB brasileiro cresceu
  7% e a renda per capita aumentou, mas esse
  progresso gerou muitas dívidas e as
• exportações não estavam gerando lucros o
  suficiente para sanar o problema, e desse
  modo JK foi se enforcando com a própria
  corda, do modo que a inflação subia e a
  moeda brasileira se desvalorizava.
  A sorte de Juscelino foi que esses problemas
  só vieram à tona quando seu mandato estava
  bem perto do fim, e isto não abalou a sua
  imagem diante da população, que até hoje o
• considera como um político visionário e de
  grande responsabilidade pelo
  desenvolvimento do país. O governo de JK é
  lembrado até hoje como um governo de
  incentivo e desenvolvimento, já que este tinha
  como planos trazer a industrialização ao Brasil
  e realizar cinquenta anos de progresso em
  somente cinco anos de seu mandato.
• O governo de Juscelino foi marcado por
  grandes obras e mudanças.
O Governo Jânio Quadros:
• A estabilidade que marcou as eleições
  presidenciais de 1960 e o expressivo número
  de votos alcançados por Jânio Quadros deixou
  a impressão que o regime democrático
  brasileiro voltava ao normal. Apoiado por uma
  ampla parcela da população, o mandato de
  Jânio não parecia carregar alguma tensão
  nítida,
• salvo os desafios e problemas deixados pelo
  ex-presidente JK. Entretanto, as ações
  tomadas pelo conservador e polêmico Jânio
  Quadros deram outros destinos a essa
  história. Em seu primeiro discurso oficial como
  presidente, Jânio usou de poucas palavras e
  chegou a elogiar o seu tão combatido
  antecessor.
• Entretanto, horas depois realizou um discurso
  incisivo denunciando uma série de mazelas
  atribuídas à administração irresponsável de JK.
  A partir de então, a imprevisibilidade, o
  histrionismo (comportamento caracterizado
  por colorido dramático e com notável
  tendência em buscar contínua atenção) e o
  apelo às massas seriam as características
  marcantes daquele breve mandato.
• Inicialmente, ao invés de tomar ações diretas
  contra os mais graves problemas do país,
  tratou de moralizar os costumes da época
  com medidas de pouco impacto. Entre outras
  ações, Jânio proibiu a realização de rinhas de
  galo, aboliu o uso de biquíni em desfiles de
  beleza e restringiu as corridas de cavalo
  somente para os finais de semana.
• Somente depois, buscou sanear os gastos do
  poder público restringindo algumas regalias
  asseguradas a militares e funcionários
  públicos. Com relação às atribuições dos
  poderes, Jânio tinha interesse em dar maior
  liberdade ao presidente e limitar a intervenção
  política do Congresso. O tom autoritário e
  conservador adotado no plano
• interno era o inverso de sua política
  internacional, que privilegiava ampla
  autonomia diplomática e buscava aproximar-
  se do bloco socialista desejando maiores
  vantagens econômicas. Por isso, os Estados
  Unidos, que vivia o auge da Guerra Fria,
  observava o governo de Jânio com certa
  cautela.
• Dando sequência à sua postura
  completamente ambígua, Jânio anunciou uma
  reforma cambial que beneficiava os credores
  internacionais e, nos meses seguintes, se
  esforçou para estreitar relações com os
  socialistas. A incógnita de seu posicionamento
  político logo desembocou em uma grave crise
  política quando, em agosto de 1961,
• Jânio recebeu o líder revolucionário Ernesto
  Che Guevara e condecorou-o com a Grã-Cruz
  da ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. O gesto
  do presidente causou uma grande agitação
  política entre os conservadores, que temiam a
  aproximação com o socialismo.
• No dia 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros
  renunciou ao cargo de presidente em razão
  das pressões exercidas por “forças terríveis”.
  Segundo alguns estudiosos, a renúncia
  acobertaria um golpe de Estado onde a
  população não aceitaria a sua retirada do
  governo e os mais conservadores repudiariam
  a chegada de João Goulart à presidência.
• Entretanto, o plano de retornar à presidência
  com maiores poderes acabou sendo
  completamente frustrado. O Congresso
  Nacional aceitou prontamente o seu pedido
  de renúncia e a população não promoveu
  nenhum tipo de manifestação a favor do
  retorno de Jânio Quadros à presidência. Dessa
  forma, a polêmica figura do presidente
• moralista acabou varrendo a si mesmo do
  cenário político nacional.
João Goulart - Jango
• Com a renúncia de Jânio Quadros, a
  presidência caberia ao vice João Goulart
  popularmente conhecido como Jango. No
  momento da renúncia de Jânio Quadros, Jango
  se encontrava na Ásia, em visita a República
  Popular da China. O presidente da Câmara dos
  Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu o
  governo provisoriamente.
• Porém, os grupos de oposição mais
  conservadores representantes das elites
  dominantes e de setores das Forças Armadas
  não aceitaram que Jango tomasse posse, sob
  a alegação de que ele tinha tendências
  políticas esquerdistas. Não obstante, setores
  sociais e políticos que apoiavam Jango
  iniciaram um movimento de resistência.
• O governador do estado do Rio Grande do Sul,
  Leonel Brizola, destacou-se como principal
  líder da resistência ao promover a campanha
  legalista pela posse de Jango. O movimento
  de resistência, que se iniciou no Rio Grande
  do Sul e irradiou-se para outras regiões do
  país, dividiu as Forças Armadas impedindo
  uma ação militar
• conjunta contra os legalistas. No Congresso
  Nacional, os líderes políticos negociaram uma
  saída para a crise institucional. A solução
  encontrada foi o estabelecimento do regime
  parlamentarista de governo que vigorou por
  dois anos (1961-1962) reduzindo
  enormemente os poderes constitucionais de
  Jango. Com essa medida, os três ministros
  militares aceitaram,
• enfim, o retorno e posse de Jango. Em 5 de
  setembro Jango retorna ao Brasil, e é
  empossado em 7 de setembro.
• Em janeiro de 1963, Jango convocou um
  plebiscito para decidir sobre a manutenção ou
  não do sistema parlamentarista. Cerca de 80
  por cento dos eleitores votaram pelo
  restabelecimento do sistema presidencialista.
  A partir de então, Jango passou a governar o
  país como presidente, e com todos os poderes
  constitucionais a sua disposição. Porém, no
  breve período em que governou o país sob
• regime presidencialista, os conflitos políticos e
  as tensões sociais se tornaram tão graves que o
  mandato de Jango foi interrompido pelo Golpe
  Militar de março de 1964. Desde o início de seu
  mandato, Jango não dispunha de base de apoio
  parlamentar para aprovar com facilidade seus
  projetos políticos, econômicos e sociais, por
  esse motivo a estabilidade governamental foi
  comprometida.
• Como saída para resolver os frequentes
  impasses surgidos pela ausência de apoio
  político no Congresso Nacional, Jango adotou
  uma estratégia típica do período populista,
  recorreu a permanente mobilização das
  classes populares a fim de obter apoio social
  ao seu governo.
• Foi uma forma precária de assegurar a
  governabilidade, pois limitava ou impedia a
  adoção por parte do governo de medidas
  antipopulares, ao mesmo tempo em que seria
  necessário o atendimento das demandas dos
  grupos sociais que o apoiavam. Um episódio
  que ilustra de forma notável esse tipo de
  estratégia política ocorreu quando o governo
  criou uma lei implantando o 13º salário.
• O Congresso não a aprovou. Em seguida,
  líderes sindicais ligados ao governo
  mobilizaram os trabalhadores que entraram
  em greve e pressionaram os parlamentares a
  aprovarem a lei. As dificuldades de Jango na
  área da governabilidade se tornaram mais
  graves após o restabelecimento do regime
  presidencialista.
• A busca de apoio social junto às classes
  populares levou o governo a se aproximar do
  movimento sindical e dos setores que
  representavam as correntes e idéias nacional-
  reformistas. Por esta perspectiva é possível
  entender as contradições na condução da
  política econômica do governo. Durante a fase
  parlamentarista, o Ministério do Planejamento
  e da Coordenação Econômica
• foi ocupado por Celso Furtado, que elaborou o
  chamado Plano Trienal de Desenvolvimento
  Econômico e Social. O objetivo do Plano
  Trienal era combater a inflação a partir de
  uma política de estabilização que demandava,
  entre outras coisas, a contenção salarial e o
  controle do déficit público.
• Em 1963, o governo abandonou o programa
  de austeridade econômica, concedendo
  reajustes salariais para o funcionalismo
  público e aumentando o salário mínimo acima
  da taxa pré-fixada. Ao mesmo tempo, Jango
  tentava obter o apoio de setores da direita
  realizando sucessivas reformas ministeriais e
  oferecendo os cargos a pessoas com
  influência e respaldo junto ao empresariado
  nacional e
• os investidores estrangeiros. Ao longo do ano
  de 1963, o país foi palco de agitações sociais
  que polarizaram as correntes de pensamento
  de direita e esquerda em torno da condução
  da política governamental. Em 1964 a situação
  de instabilidade política agravou-se. O
  descontentamento do empresariado nacional
  e das classes dominantes como um todo se
  acentuou.
• Por outro lado, os movimentos sindicais e
  populares pressionavam para que o governo
  implementasse reformas sociais e econômicas
  que os beneficiassem.
• Atos públicos e manifestações de apoio e
  oposição ao governo eclodem por todo o país.
  Em 13 de março, ocorreu o comício da estação
  da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de
  Janeiro, que reuniu 300 mil trabalhadores
• em apoio a Jango. Uma semana depois, as
  elites rurais, a burguesia industrial e setores
  conservadores da Igreja realizaram a "Marcha
  da Família com Deus e pela Liberdade",
  considerado o ápice do movimento de
  oposição ao governo.
• As Forças Armadas também foram
  influenciadas pela polarização ideológica
  vivenciada pela sociedade brasileira naquela
  conjuntura política, ocasionando rompimento
  da hierarquia devido à sublevação de setores
  subalternos. Os estudiosos do tema assinalam
  que, a quebra de hierarquia dentro das Forças
  Armadas foi o principal fator que ocasionou o
  afastamento dos militares legalistas que
• deixaram de apoiar o governo de Jango,
  facilitando o movimento golpista.
• Em 31 de março de 1964, tropas militares
  lideradas pelos generais Luís Carlos Guedes e
  Olímpio Mourão Filho desencadeiam o
  movimento golpista. Em pouco tempo,
  comandantes militares de outras regiões
  aderiram ao movimento de deposição de
  Jango. Em 1 de abril, João Goulart
  praticamente abandonou a presidência, e no
  dia 2 se exilou no Uruguai.
• O movimento conspirador que depôs Jango da
  presidência da república reuniu os mais
  variados setores sociais, desde as elites
  industriais e agrárias (empresários e
  latifundiários), banqueiros, Igreja Católica e os
  próprios militares, todos temiam que o Brasil
  caminhasse para um regime socialista. O golpe
  militar não encontrou grande resistência
  popular, apenas algumas manifestações que
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Brasil 1955 1964 - até golpe m ilitar

  • 2.
  • 3.
  • 4. O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) • Juscelino foi o último presidente da República a assumir o cargo no Palácio do Catete. Foi empossado em 31 de janeiro de 1956, e, governou por 5 anos, até 31 de janeiro de 1961. Seu vice-presidente foi João Goulart. Com ele, o Brasil viveu anos de otimismo embalados pelo sonho da construção de Brasília, a nova capital do país.
  • 5.
  • 6. • O mandato de Juscelino Kubitschek ficou conhecido como o mais expressivo crescimento da economia brasileira. O lema usado foi "Cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo". Para cumprir as promessas, foi elaborado o Plano de Metas, que tinha como objetivo um acelerado crescimento econômico a partir da expansão do setor industrial,
  • 7.
  • 8. • com investimentos na produção de aço, alumínio, metais não-ferrosos, cimento, papel e celulose, borracha, construção naval, maquinaria pesada e equipamento elétrico. Para isso dar certo, JK apoiou a entrada de multinacionais e transnacionais para o Brasil. Como consequência, houve um agravamento na inflação, fazendo com que a abertura da economia ao capital estrangeiro gerasse uma
  • 9. • desnacionalização econômica, porque estas empresas passaram a controlar setores industriais da economia do Brasil. • Sendo governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek queria modificar as bases econômicas do estado, que eram agrícolas, transformando-as em urbanas e industrializadas.
  • 10.
  • 11.
  • 12. • Investindo em energia e transportes. Por isso, desenvolveu construções de importantes usinas hidrelétricas. Também procedeu à organização das Centrais Elétricas de Minas Gerais, a Cemig, que se expandiu como empresa modelo do setor hidrelétrico nacional. Na área da siderurgia, apoiou a implantação da Manesmann.
  • 13. • Ele construiu 20 mil km de estradas e pavimentou mais 5 mil para atrair multinacionais para o país. Mas, se por um lado o Plano de Metas alcançou os resultados esperados, por outro, foi responsável pela consolidação de um capitalismo extremamente dependente que sofreu muitas críticas e acirrou o debate em torno da política desenvolvimentista.
  • 14. • O presidente tratou também de atender reivindicações específicas da corporação militar, no plano dos vencimentos e de equipamento. Tentou manter, tanto quanto possível, o movimento sindical sob controle. Além disso, acentuou-se a tendência de indicar militares para postos governamentais estratégicos.
  • 15. • Fora criado também a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), destinado a promover o planejamento da expansão industrial do Nordeste. Portanto, no governo de Juscelino Kubitschek ocorreu uma definição nacional- desenvolvimentista de política econômica. Promoveu-se uma ampla atividade do Estado tanto no setor de infra-estrutura como no
  • 16. • Fora criado também a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), destinado a promover o planejamento da expansão industrial do Nordeste. Portanto, no governo de Juscelino Kubitschek ocorreu uma definição nacional- desenvolvimentista de política econômica. Promoveu-se uma ampla atividade do Estado tanto no setor de infra-estrutura como no
  • 17. • incentivo direto à industrialização, mas assumiu também abertamente a necessidade de atrair capitais estrangeiros, concedendo- lhes inclusive grandes facilidades. Esta expressão, nacional-desenvolvimentismo, em vez de nacionalismo, sintetiza uma política econômica que tratava de combinar o Estado, a empresa privada nacional e o capital estrangeiro para promover o
  • 18. • desenvolvimento, com ênfase na industrialização. Contudo, o governo de JK estava mais voltado para o incentivo à indústria automobilística do que para as carências e necessidades da população. No Plano de Metas, o desenvolvimento industrial estava centrado na produção de veículos, principalmente automóveis.
  • 19. • A indústria automobilística foi a grande alavanca que impulsionou a industrialização brasileira nos anos 50 e 60. JK não contou com o fato de os bens produzidos pelas indústrias eram acessíveis apenas a uma pequena parte do país, já que a maior parte era formada pro trabalhadores, uma classe marginalizada, já que a riqueza era concentrada nas mãos de poucos.
  • 20. • Para tentar amenizar o problema, o presidente criou a SUDENE afim de promover o desenvolvimento do Nordeste, porém seu Partido,o PSD, que era apoiado por coronéis não aprovou a medida, e o órgão que seria a solução para acabar com a desigualdade social não obteve sucesso. O PIB brasileiro cresceu 7% e a renda per capita aumentou, mas esse progresso gerou muitas dívidas e as
  • 21. • exportações não estavam gerando lucros o suficiente para sanar o problema, e desse modo JK foi se enforcando com a própria corda, do modo que a inflação subia e a moeda brasileira se desvalorizava. A sorte de Juscelino foi que esses problemas só vieram à tona quando seu mandato estava bem perto do fim, e isto não abalou a sua imagem diante da população, que até hoje o
  • 22.
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26.
  • 27.
  • 28. • considera como um político visionário e de grande responsabilidade pelo desenvolvimento do país. O governo de JK é lembrado até hoje como um governo de incentivo e desenvolvimento, já que este tinha como planos trazer a industrialização ao Brasil e realizar cinquenta anos de progresso em somente cinco anos de seu mandato.
  • 29. • O governo de Juscelino foi marcado por grandes obras e mudanças.
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  • 32.
  • 33.
  • 34. O Governo Jânio Quadros: • A estabilidade que marcou as eleições presidenciais de 1960 e o expressivo número de votos alcançados por Jânio Quadros deixou a impressão que o regime democrático brasileiro voltava ao normal. Apoiado por uma ampla parcela da população, o mandato de Jânio não parecia carregar alguma tensão nítida,
  • 35.
  • 36. • salvo os desafios e problemas deixados pelo ex-presidente JK. Entretanto, as ações tomadas pelo conservador e polêmico Jânio Quadros deram outros destinos a essa história. Em seu primeiro discurso oficial como presidente, Jânio usou de poucas palavras e chegou a elogiar o seu tão combatido antecessor.
  • 37. • Entretanto, horas depois realizou um discurso incisivo denunciando uma série de mazelas atribuídas à administração irresponsável de JK. A partir de então, a imprevisibilidade, o histrionismo (comportamento caracterizado por colorido dramático e com notável tendência em buscar contínua atenção) e o apelo às massas seriam as características marcantes daquele breve mandato.
  • 38.
  • 39. • Inicialmente, ao invés de tomar ações diretas contra os mais graves problemas do país, tratou de moralizar os costumes da época com medidas de pouco impacto. Entre outras ações, Jânio proibiu a realização de rinhas de galo, aboliu o uso de biquíni em desfiles de beleza e restringiu as corridas de cavalo somente para os finais de semana.
  • 40. • Somente depois, buscou sanear os gastos do poder público restringindo algumas regalias asseguradas a militares e funcionários públicos. Com relação às atribuições dos poderes, Jânio tinha interesse em dar maior liberdade ao presidente e limitar a intervenção política do Congresso. O tom autoritário e conservador adotado no plano
  • 41. • interno era o inverso de sua política internacional, que privilegiava ampla autonomia diplomática e buscava aproximar- se do bloco socialista desejando maiores vantagens econômicas. Por isso, os Estados Unidos, que vivia o auge da Guerra Fria, observava o governo de Jânio com certa cautela.
  • 42. • Dando sequência à sua postura completamente ambígua, Jânio anunciou uma reforma cambial que beneficiava os credores internacionais e, nos meses seguintes, se esforçou para estreitar relações com os socialistas. A incógnita de seu posicionamento político logo desembocou em uma grave crise política quando, em agosto de 1961,
  • 43. • Jânio recebeu o líder revolucionário Ernesto Che Guevara e condecorou-o com a Grã-Cruz da ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. O gesto do presidente causou uma grande agitação política entre os conservadores, que temiam a aproximação com o socialismo.
  • 44.
  • 45. • No dia 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros renunciou ao cargo de presidente em razão das pressões exercidas por “forças terríveis”. Segundo alguns estudiosos, a renúncia acobertaria um golpe de Estado onde a população não aceitaria a sua retirada do governo e os mais conservadores repudiariam a chegada de João Goulart à presidência.
  • 46. • Entretanto, o plano de retornar à presidência com maiores poderes acabou sendo completamente frustrado. O Congresso Nacional aceitou prontamente o seu pedido de renúncia e a população não promoveu nenhum tipo de manifestação a favor do retorno de Jânio Quadros à presidência. Dessa forma, a polêmica figura do presidente
  • 47. • moralista acabou varrendo a si mesmo do cenário político nacional.
  • 49. • Com a renúncia de Jânio Quadros, a presidência caberia ao vice João Goulart popularmente conhecido como Jango. No momento da renúncia de Jânio Quadros, Jango se encontrava na Ásia, em visita a República Popular da China. O presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu o governo provisoriamente.
  • 50.
  • 51. • Porém, os grupos de oposição mais conservadores representantes das elites dominantes e de setores das Forças Armadas não aceitaram que Jango tomasse posse, sob a alegação de que ele tinha tendências políticas esquerdistas. Não obstante, setores sociais e políticos que apoiavam Jango iniciaram um movimento de resistência.
  • 52. • O governador do estado do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, destacou-se como principal líder da resistência ao promover a campanha legalista pela posse de Jango. O movimento de resistência, que se iniciou no Rio Grande do Sul e irradiou-se para outras regiões do país, dividiu as Forças Armadas impedindo uma ação militar
  • 53.
  • 54. • conjunta contra os legalistas. No Congresso Nacional, os líderes políticos negociaram uma saída para a crise institucional. A solução encontrada foi o estabelecimento do regime parlamentarista de governo que vigorou por dois anos (1961-1962) reduzindo enormemente os poderes constitucionais de Jango. Com essa medida, os três ministros militares aceitaram,
  • 55. • enfim, o retorno e posse de Jango. Em 5 de setembro Jango retorna ao Brasil, e é empossado em 7 de setembro.
  • 56.
  • 57. • Em janeiro de 1963, Jango convocou um plebiscito para decidir sobre a manutenção ou não do sistema parlamentarista. Cerca de 80 por cento dos eleitores votaram pelo restabelecimento do sistema presidencialista. A partir de então, Jango passou a governar o país como presidente, e com todos os poderes constitucionais a sua disposição. Porém, no breve período em que governou o país sob
  • 58.
  • 59. • regime presidencialista, os conflitos políticos e as tensões sociais se tornaram tão graves que o mandato de Jango foi interrompido pelo Golpe Militar de março de 1964. Desde o início de seu mandato, Jango não dispunha de base de apoio parlamentar para aprovar com facilidade seus projetos políticos, econômicos e sociais, por esse motivo a estabilidade governamental foi comprometida.
  • 60. • Como saída para resolver os frequentes impasses surgidos pela ausência de apoio político no Congresso Nacional, Jango adotou uma estratégia típica do período populista, recorreu a permanente mobilização das classes populares a fim de obter apoio social ao seu governo.
  • 61.
  • 62. • Foi uma forma precária de assegurar a governabilidade, pois limitava ou impedia a adoção por parte do governo de medidas antipopulares, ao mesmo tempo em que seria necessário o atendimento das demandas dos grupos sociais que o apoiavam. Um episódio que ilustra de forma notável esse tipo de estratégia política ocorreu quando o governo criou uma lei implantando o 13º salário.
  • 63. • O Congresso não a aprovou. Em seguida, líderes sindicais ligados ao governo mobilizaram os trabalhadores que entraram em greve e pressionaram os parlamentares a aprovarem a lei. As dificuldades de Jango na área da governabilidade se tornaram mais graves após o restabelecimento do regime presidencialista.
  • 64. • A busca de apoio social junto às classes populares levou o governo a se aproximar do movimento sindical e dos setores que representavam as correntes e idéias nacional- reformistas. Por esta perspectiva é possível entender as contradições na condução da política econômica do governo. Durante a fase parlamentarista, o Ministério do Planejamento e da Coordenação Econômica
  • 65. • foi ocupado por Celso Furtado, que elaborou o chamado Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social. O objetivo do Plano Trienal era combater a inflação a partir de uma política de estabilização que demandava, entre outras coisas, a contenção salarial e o controle do déficit público.
  • 66. • Em 1963, o governo abandonou o programa de austeridade econômica, concedendo reajustes salariais para o funcionalismo público e aumentando o salário mínimo acima da taxa pré-fixada. Ao mesmo tempo, Jango tentava obter o apoio de setores da direita realizando sucessivas reformas ministeriais e oferecendo os cargos a pessoas com influência e respaldo junto ao empresariado nacional e
  • 67. • os investidores estrangeiros. Ao longo do ano de 1963, o país foi palco de agitações sociais que polarizaram as correntes de pensamento de direita e esquerda em torno da condução da política governamental. Em 1964 a situação de instabilidade política agravou-se. O descontentamento do empresariado nacional e das classes dominantes como um todo se acentuou.
  • 68. • Por outro lado, os movimentos sindicais e populares pressionavam para que o governo implementasse reformas sociais e econômicas que os beneficiassem. • Atos públicos e manifestações de apoio e oposição ao governo eclodem por todo o país. Em 13 de março, ocorreu o comício da estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro, que reuniu 300 mil trabalhadores
  • 69.
  • 70. • em apoio a Jango. Uma semana depois, as elites rurais, a burguesia industrial e setores conservadores da Igreja realizaram a "Marcha da Família com Deus e pela Liberdade", considerado o ápice do movimento de oposição ao governo.
  • 71.
  • 72.
  • 73. • As Forças Armadas também foram influenciadas pela polarização ideológica vivenciada pela sociedade brasileira naquela conjuntura política, ocasionando rompimento da hierarquia devido à sublevação de setores subalternos. Os estudiosos do tema assinalam que, a quebra de hierarquia dentro das Forças Armadas foi o principal fator que ocasionou o afastamento dos militares legalistas que
  • 74. • deixaram de apoiar o governo de Jango, facilitando o movimento golpista.
  • 75. • Em 31 de março de 1964, tropas militares lideradas pelos generais Luís Carlos Guedes e Olímpio Mourão Filho desencadeiam o movimento golpista. Em pouco tempo, comandantes militares de outras regiões aderiram ao movimento de deposição de Jango. Em 1 de abril, João Goulart praticamente abandonou a presidência, e no dia 2 se exilou no Uruguai.
  • 76. • O movimento conspirador que depôs Jango da presidência da república reuniu os mais variados setores sociais, desde as elites industriais e agrárias (empresários e latifundiários), banqueiros, Igreja Católica e os próprios militares, todos temiam que o Brasil caminhasse para um regime socialista. O golpe militar não encontrou grande resistência popular, apenas algumas manifestações que
  • 77.
  • 78. • foram facilmente reprimidas.