Trabalho acadêmico sobre a política exterior e doméstica por parte dos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.
Academic work about the foreign and domestic policy by governments of Getulio Vargas and Juscelino Kubitschek.
5. "(...)a política externa de um país
não pode constituir atitude
escolástica, mas tem que ser a
resultante de um conjunto de
circunstâncias, realidades e
interesses nobres, sujeitos às
variações do panorama geral do
mundo. Mas ninguém deixará de
reconhecer que os assuntos
internacionais, depois da última
guerra, assumiram tal relevância
que todas as demais atividades
humanas a ela se ligam
diretamente".
6. "Hoje devemos estar presentes
onde quer que um problema
internacional esteja em exame.
E, mesmo quando não formos
parte direta, não terá por isso
diminuído, na mínima parcela,
a nossa corresponsabilidade".
7. "Nenhum país - nem mesmo os
geograficamente periféricos com
relação aos campos de força dos
maiores acontecimentos – pode dar-se
ao cômodo automatismo de
permanecer como espectador, apto
apenas a aceitar pequenos papéis
ocasionais, a oferecer-se para simples
mediações, ou a defender cenicamente
os nobres postulados teóricos
universais. Para as nações, passou a
ser perigoso o ideal de uma existência
introvertida".
8. Uma visão pan-americanista
"A fraternidade é o sistema inspirador da vida da América.
Temos origens comuns, crescemos das mesmas raízes
políticas, seguimos análogos estádios de evolução e
devemos, portanto, repartir equitativamente as parcelas de
responsabilidade histórica. Somos ramos de uma só família
e trabalhamos pelo advento de um mundo mais firme nos
seus fundamentos, sem discórdias, ambições, disputas ou
rivalidades".
9. A Guerra Fria como variável que influencia esta
visão pan-americanista
12. "Estreitando os nossos laços
políticos, econômicos e culturais
com a Europa, estaremos
prestando também um serviço
relevante a todo o hemisfério. Pois
hoje, não é possível ser um amigo
real da América, sem ter sempre
na devida conta os interesses da
Europa".
18. O PROJETO NACIONALISTA DE VARGAS
• No primeiro ano de mandato, Vargas enviou ao Congresso Nacional
um projeto de criação de uma empresa petrolífera estatal ( que viria
a ser a Petrobras). Além disso, liberou a organização sindical, com o
objetivo de estimular a sindicalização, flexibilizando as leis que
regiam relações entre organizações de trabalhadores e o Estado
• Plano Lafer (Plano Nacional de Reaparelhamento Econômico), que
tinha o objetivo de nortear as prioridades econômicas do governo;
• Em 1952, foi criado o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico (BNDS) para aumentar a produção, por meio de planos
técnicos com o apoio financeiro;
19. • 1953 – Criação da Petrobras, 100% estatizada. Também se
estatizou o Sistema Nacional de Geração de Energia Elétrica.
•
20. • Depois da entrada de Vargas à Presidência, sindicatos buscaram
recuperar perdas salariais acumuladas no governo Dutra, com isso
ocorreram mais duas Greves Gerais, uma no Rio de Janeiro e outra
em São Paulo;
• Reajuste de 100% dos salários.
• Jornais e emissoras de rádio passaram a servir de meios de difusão
de acusações e pensamentos da UDN (União Democrática
Nacional);
• Estado Nacional não conseguia se articular com a burguesia
industrial em prol da construção da sociedade industrial avançada.
21. • Em agosto de 1954, ocorreu então o atentado da rua Toneleros,
feito por um pistoleiro, em que Carlos Lacerda saiu levemente
ferido, e teve seu amigo, major Rubens Vaz, morto ( não se sabe se
foi armado por Vargas). Com isso, as forças de oposição passaram
a se organizar para exigir a renúncia ou a deposição do presidente;
• No mesmo mês, foi assinado um manifesto por 27 generais do
Exército que exigiam a renúncia imediata do presidente;
• No amanhecer do dia seguinte ao manifesto, dando um desfecho a
crise política, Vargas se suicidou, deixando uma carta testamento.
22.
23. A NOTÍCIA DO SUICÍDIO GEROU GRANDE COMOÇÃO E REVOLTA NA
GRANDE MASSA DA POPULAÇÃO, QUE PASSOU A ACUSAR A UDN E
OUTROS SETORES INTERNACIONAIS COMO CAUSADORES DA MORTE
DO ADORADO PRESIDENTE
27. • Foi eleito presidente pela coalizão do Partido Social Democrático
(PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
• Objetivando promover desenvolvimento no país, logo deu início ao
Plano de Metas, conjunto de 31 metas distribuídas em seis grupos:
transporte, energia, alimentação, indústria de base, educação e a
construção de Brasília.
• A difusão da Teoria Desenvolvimentista da Cepal (Comissão
Econômica para América Latina da ONU) foi essencial para mover a
ideia de que o desenvolvimento somente é possível com a
industrialização. JK executou-a com intensa intervenção do Estado.
28. • O principal investimento adquirido foi na indústria automobilística,
com a entrada de grandes montadoras como a Ford e a General
Motors, além do avanço de outros setores industriais.
• As desvantagens desse crescimento foram principalmente o
aumento da inflação pela maior emissão de papel moeda e aumento
da dependência externa uma vez que as multinacionais passaram a
controlar esses setores de acordo com seus interesses, remetendo
os lucros e usando da barganha política para manter-se.
29. • JK — Você agora tem automóvel
brasileiro, para correr em estradas
pavimentadas com asfalto
brasileiro, com gasolina brasileira.
Quer mais quer?
JECA — Um prato de feijão
brasileiro, seu doutô!
• A charge mostra um dos efeitos da
política de JK, Mais de 90% deste
plano - Plano de Metas - esteve
voltado para área de transporte,
energia e indústria, deixando de
lado outras áreas de interesse
social como saúde e educação,
aumentando os contrastes sociais
já existentes no Brasil.
30. • O projeto ousado e muito criticado de JK foi a transferência da
capital do Brasil para o interior, enfrentando oposição política por
conta dos custos e também de boa parte da população "apegada"
ao Rio de Janeiro.
• Brasília significou mudança para um novo desenvolvimento ao país,
e alteração do foco do litoral para chamar a atenção a outras
regiões do Brasil. JK proveu os recursos públicos para a construção,
acompanhando-a de perto.
• O jornalista mineiro Otto Lara Resende afirmou que "Brasília é
produto de uma conjunção rara de quatro loucuras: Juscelino, Israel,
Niemeyer e Lúcio Costa."
31. Lúcio Costa foi arquiteto e urbanista
modernista que ganhou o concurso
público para o projeto de Brasília (o
plano piloto)
33. • Oscar Niemeyer foi arquiteto modernista e diretor da Novacap.
Trabalhou com Lúcio Costa primeiramente em 1935 na projeção da
Obra do Berço no Rio de Janeiro e depois no Pavilhão do Brasil na
feira mundial em Nova Iorque.
• Reconhecido internacionalmente pelos seus traços curvilíneos e
funcionais, valorizando o design. Responsável por 83 construções
apenas em Brasília, incluindo Palácio da Alvorada, Congresso
Nacional, Catedral de Brasília e Palácio do Planalto.
34. • Congresso Nacional e a
representação do poder legislativo
(da esquerda para a direita): o
Senado Federal, mais fechado,
simbolizando a ponderação,
experiência e validação reflexiva de
regras e leis; e a Câmara dos
Deputados, mais aberta,
simbolizando a abertura a novas
ideias, aos anseios e opiniões da
população representados pelos
seus deputados.
35. Quadro de Oscar Niemeyer do
memorial JK. O símbolo nazista
representa a oposição ideológica
frente a suas próprias convicções (
Niemeyer era filiado ao Partido
Comunista do Brasil).
Com o golpe em 1964, impedido de
trabalhar no Brasil, teve de se exilar.
Mudou-se para a França onde ficou
até 1979.
36. "E contra a pressão do mais
reacionário, lá está a figura de JK
dominando a cidade que sonhou e
construiu.
15/12/1981"
37. • Israel Pinheiro da Silva foi presidente da Companhia Urbanizadora
da Nova Capital do Brasil (Novacp), responsável principalmente
pela execução das obras.
• Desde seu mandato como deputado, apoiou a ideia da transferência
da capital brasileira, acreditando que o "espírito de Brasília é tudo
que se antepõe ao derrotismo sistemático, à esterilidade do
negativismo".
38. • Da esquerda para a direita, Oscar
Niemeyer, Israel Pinheiro, Lúcio
Costa e Juscelino Kubitschek
analisam o projeto de Brasília.
39. PLANO DE METAS E CONSOLIDAÇÃO DO
CAPITALISMO INDUSTRIAL NO BRASIL
• Brasil recebia maior fluxo de investimento estrangeiro enviado à
América Latina.
• Investimento estrangeiro se dirigiu de forma crescente à Indústria.
• Desenvolvimento da indústria de bens de capital (equipamentos e
máquinas), de bens intermediários (cimento, aço, etc.)e de bens de
consumo (populares e de luxo).
• Desenvolvimento industrial aumentava poder de consumo e
mercado interno. Aumento do PIB.
40. • Crescimento da desigualdade de renda.
• Crescimento do setor de produtos de luxo.
• Indústria automobilística como símbolo de progresso e riqueza.
• Criação de hidrelétricas para fornecimento de energia.
• Desenvolvimento concentrado no Sudeste.
• Criação da Sudene para resolver problemas econômicos e sociais
no Nordeste.
41. • Em suma, o governo JK teve muitas conquistas ainda que não
tenha conseguido recuperar totalmente o desgastado quadro
econômico e social remanescentes no país.
• Em meio as críticas e oposições, ainda podemos afirmar que os
governos de JK e Vargas deixaram suas marcas na História do
Brasil e na memória dos brasileiros.
• "Naquela época, arquitetura e arte, utopia e arte, política e arte eram
dimensões inseparáveis."
42. POLÍTICA EXTERNA DO GOVERNO JK
• A política externa de Juscelino Kubitschek pode ser dividida em 2
partes, de 56-58 onde ocorre um alinhamento direto aos EUA, e de
58-61 onde ocorre uma revisão de tal alinhamento com o
lançamento da OPA.
• Reafirmação de solidariedade política aos americanos e à “causa
ocidental”.
• Cessão da ilha de Fernando de Noronha, para a instalação de uma
base americana.
• A OPA como principal iniciativa diplomática do governo JK,
representou o aprofundamento do multilateralismo.
43. • Ofensiva no plano econômico em busca de garantir investimentos
externos tanto público como privado.
• Foco na negociação de acordos regionais que estabilizassem as
cotações internacionais do café, e ampliação de flexibilidade dos
empréstimos fornecidos por entidades internacionais.
• Criação da Operação Pan-Americana
• Crise no Ministério das Relações Exteriores
• Reação dos EUA à OPA
44. • Proposta de criação para o que mais tarde seria conhecido como o “
Comitê dos 21”.
• O difícil diálogo com os EUA.
• A atuação brasileira dentro do “ Comitê dos 21”.
• A tensão entre Brasil e EUA no período entre 58-59 que acaba
resultando na ruptura do Brasil com o FMI.
• O desafio cubano, e como este afetou as relações entre EUA e
América Latina.
45. • Em 1959 o comando do Itamaraty passas por novas mudanças ,
mas não há alteração na maneira como a politica externa brasileira
era conduzida, mantendo a OPA como prioridade.
• A visita do presidente Eisenhower ao Brasil em 1960,e como está
visita representou uma transição no cenário latino americano.
• Conferência da Costa Rica em 1960, onde foi discutida a crise entre
EUA e Cuba.
• A Ata de Bogotá
46. SINFONIA DA ALVORADA – TOM JOBIM E
VINICIUS DE MORAES
No príncipio era o ermo
Eram antigas solidões sem mágoa.
O altiplano, o infinito descampado
No princípio era o agreste:
O céu azul, a terra vermelho-pungente
E o verde triste do cerrado.
Eram antigas solidões banhadas
De mansos rios inocentes
Por entre as matas recortadas.
Não havia ninguém. A solidão
Mais parecia um povo inexistente
Dizendo coisas sobre nada.
Sim, os campos sem alma (...)
Sim, era o Homem,
Era finalmente, e definitivamente, o Homem.
Viera para ficar. Tinha nos olhos
A força de um propósito: permanecer, vencer as solidões
E os horizontes, desbravar e criar, fundar
E erguer. Suas mãos
Já não traziam outras armas
Que as do trabalho em paz. Sim,
Era finalmente o Homem: o Fundador. Trazia no rosto
A antiga determinação dos bandeirantes,
Mas já não eram o ouro e os diamantes o objeto
De sua cobiça. Olhou tranqüilo o sol
Crepuscular, a iluminar em sua fuga para a noite
Os soturnos monstros e feras do poente. (...)
Sim, ele plantaria
No deserto uma cidade muita branca e muito pura...
47. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Arquivo Público do Distrito Federal. "Arquitetos".
• DALIO, Danilo José. A Barganha Nacionalista-Pragmática: a política externa do
segundo governo Vargas para os Estados Unidos. Unicamp, 2009.
• Instituto do Terceiro Setor. Catetinho: o Palácio de Tábuas.
• MARTINS, Sebastião; Kao. O Engenheiro da Utopia: Israel Pinheiro e seu tempo.
• RABELO, Ricardo. Plano de Metas e consolidação do capitalismo industrial no
Brasil.
• InfoEscola.
• Educação UOL.
• Educação Globo: Resolução da questão 39 do ENEM 2013.
48. SEMINÁRIO DE POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA
A Política Externa dos Governos Vargas e JK