1) O documento analisa a nova política industrial brasileira consubstanciada no Plano Brasil Maior lançado em 2011, discutindo seus avanços e limites.
2) O plano visa estimular a inovação, a produção nacional e a competitividade da indústria por meio de medidas para investimento, comércio exterior e defesa da indústria nacional.
3) O texto destaca os principais pilares e metas do plano, mas também aponta desafios como a necessidade de efetiva implementação das ações propostas.
O artigo discute os resultados fiscais do governo central brasileiro até novembro de 2011, destacando que o Tesouro Nacional teve um superávit de R$ 132 bilhões, enquanto a Previdência teve um déficit de R$ 40 bilhões. O autor aponta que a questão previdenciária é um dos principais desafios fiscais devido à existência de dois sistemas previdenciários distintos no país e ao envelhecimento da população. Além disso, questiona o que acontecerá com as contribuições cri
O documento discute o desempenho da economia brasileira no primeiro semestre de 2012. A atividade econômica foi influenciada negativamente pela crise internacional, mas já apresenta sinais claros de recuperação no segundo semestre, impulsionada por medidas de estímulo doméstico e queda na taxa de juros. Indicadores como produção industrial, varejo e IBC-Br apontam para retomada do crescimento.
O documento analisa a economia brasileira em perspectiva, destacando que o crescimento econômico continuou em 2011 mesmo com o agravamento da crise internacional. A atividade econômica começou a se recuperar no fim do ano, impulsionada por investimentos públicos e privados. Para 2012, espera-se que o Brasil continue crescendo acima da média mundial, com inflação sob controle e geração de empregos.
O documento apresenta um resumo da atividade econômica brasileira. A economia acelerou no início de 2012 impulsionada por medidas de estímulo e crescimento do comércio varejista e produção industrial. Estimativas apontam para forte crescimento em 2012. Nos próximos anos, a economia deve crescer a uma taxa média de 4,7% anual, puxada pela demanda interna e investimentos.
Governo Lula-Dilma: Uma análise Econômica do períodoManoel Romão
1. O documento analisa as políticas econômicas dos governos Lula e Dilma entre 2003-2012, incluindo os três modelos econômicos dos mandatos petistas.
2. No governo Lula, houve melhorias sociais e na distribuição de renda, mas a política econômica inicial manteve o modelo anterior com foco em âncoras monetária, cambial e fiscal.
3. No segundo mandato de Lula, o PAC investiu em infraestrutura e houve maior atuação estatal na economia liderada por Dilma Rousseff.
O documento discute a situação da economia brasileira em 2010. A economia brasileira se recuperou da crise de 2008, com o PIB crescendo 7,6% em 2010, impulsionado principalmente pelo consumo das famílias. Apesar do forte crescimento da demanda doméstica, a indústria enfrentou dificuldades para acompanhar esse ritmo, em parte devido à valorização cambial. Os setores industriais tiveram recuperações heterogêneas da crise, com alguns ainda não tendo retornado aos níveis pré
O documento analisa a desaceleração da economia brasileira no final de 2011 e as perspectivas para 2012. A desaceleração ocorreu após o governo elevar os juros no primeiro semestre para combater a inflação, afetando a demanda e os investimentos. Apesar disso, o mercado de trabalho se manteve aquecido. O governo lançou novas medidas para estimular a economia, como reduções de impostos, mas sem garantias de contrapartidas sociais. Persistem incertezas sobre o desempenho em 2012.
Documentação relativa às 2ªs Jornadas Consolidação, Crescimento e Coesão. Com o título Recuperar a Confiança, Democratizar a Economia, Reformar o Estado, Preparar o Futuro, o documento percorre os vinte primeiros meses do Governo PSD/CDS, evidenciando as principais reformas e medidas postas em prática.
O artigo discute os resultados fiscais do governo central brasileiro até novembro de 2011, destacando que o Tesouro Nacional teve um superávit de R$ 132 bilhões, enquanto a Previdência teve um déficit de R$ 40 bilhões. O autor aponta que a questão previdenciária é um dos principais desafios fiscais devido à existência de dois sistemas previdenciários distintos no país e ao envelhecimento da população. Além disso, questiona o que acontecerá com as contribuições cri
O documento discute o desempenho da economia brasileira no primeiro semestre de 2012. A atividade econômica foi influenciada negativamente pela crise internacional, mas já apresenta sinais claros de recuperação no segundo semestre, impulsionada por medidas de estímulo doméstico e queda na taxa de juros. Indicadores como produção industrial, varejo e IBC-Br apontam para retomada do crescimento.
O documento analisa a economia brasileira em perspectiva, destacando que o crescimento econômico continuou em 2011 mesmo com o agravamento da crise internacional. A atividade econômica começou a se recuperar no fim do ano, impulsionada por investimentos públicos e privados. Para 2012, espera-se que o Brasil continue crescendo acima da média mundial, com inflação sob controle e geração de empregos.
O documento apresenta um resumo da atividade econômica brasileira. A economia acelerou no início de 2012 impulsionada por medidas de estímulo e crescimento do comércio varejista e produção industrial. Estimativas apontam para forte crescimento em 2012. Nos próximos anos, a economia deve crescer a uma taxa média de 4,7% anual, puxada pela demanda interna e investimentos.
Governo Lula-Dilma: Uma análise Econômica do períodoManoel Romão
1. O documento analisa as políticas econômicas dos governos Lula e Dilma entre 2003-2012, incluindo os três modelos econômicos dos mandatos petistas.
2. No governo Lula, houve melhorias sociais e na distribuição de renda, mas a política econômica inicial manteve o modelo anterior com foco em âncoras monetária, cambial e fiscal.
3. No segundo mandato de Lula, o PAC investiu em infraestrutura e houve maior atuação estatal na economia liderada por Dilma Rousseff.
O documento discute a situação da economia brasileira em 2010. A economia brasileira se recuperou da crise de 2008, com o PIB crescendo 7,6% em 2010, impulsionado principalmente pelo consumo das famílias. Apesar do forte crescimento da demanda doméstica, a indústria enfrentou dificuldades para acompanhar esse ritmo, em parte devido à valorização cambial. Os setores industriais tiveram recuperações heterogêneas da crise, com alguns ainda não tendo retornado aos níveis pré
O documento analisa a desaceleração da economia brasileira no final de 2011 e as perspectivas para 2012. A desaceleração ocorreu após o governo elevar os juros no primeiro semestre para combater a inflação, afetando a demanda e os investimentos. Apesar disso, o mercado de trabalho se manteve aquecido. O governo lançou novas medidas para estimular a economia, como reduções de impostos, mas sem garantias de contrapartidas sociais. Persistem incertezas sobre o desempenho em 2012.
Documentação relativa às 2ªs Jornadas Consolidação, Crescimento e Coesão. Com o título Recuperar a Confiança, Democratizar a Economia, Reformar o Estado, Preparar o Futuro, o documento percorre os vinte primeiros meses do Governo PSD/CDS, evidenciando as principais reformas e medidas postas em prática.
1) O documento discute medidas para simplificar a escrituração contábil de micro e pequenas empresas segundo estudo da Fenacon e a importância da aprovação de projeto que altera limites de faturamento do Simples Nacional.
2) A entrevista apresenta o empresário Carlos Júlio falando sobre práticas de gestão e inovação para garantir o desenvolvimento das empresas.
3) As seções abordam diversos temas como economia, gestão, desburocratização, atuação política da Fenacon e legislação tributária.
Publicação trimestral da Confederação Nacional da Indústria - CNI | Unidade de Política Econômica - PEC | Gerente-executivo: Flávio Castelo Branco | Equipe técnica: Danilo César Cascaldi Garcia, Isabel Mendes de Faria Marques, Marcelo de Ávila, Marcelo Souza Azevedo e Mário Sérgio Carraro Telles
As exportações de Minas Gerais totalizaram US$ 2,32 bilhões em janeiro de 2012, valor 14,9% inferior ao mesmo mês de 2011. Os principais produtos exportados foram minério de ferro, café e ferro-ligas, responsáveis por mais de 50% do total. Apesar da queda nas exportações em relação a janeiro de 2011, Minas Gerais manteve a segunda posição no ranking de exportações dos estados brasileiros nesse mês.
Mercado de trabalho e relações de trabalho na cana de açúcar_alguns apontamentosGabriel Pereira
Este artigo discute a evolução recente do mercado de trabalho na indústria canavieira brasileira, apontando uma tendência de terceirização e informalidade apesar de ganhos formais. Analisa o impacto da mecanização da colheita e a emergência de novos atores, além da influência do patronato no enfraquecimento da regulação trabalhista.
Empreendedorismo - Estatísticas de Empreendedorismo 2008 - IBGEONGestão
Este documento apresenta estatísticas sobre empreendedorismo no Brasil em 2008. Fornece informações sobre o número, setores, regiões e características de empresas de alto crescimento no país. Analisa dados sobre emprego, salários, receita e produtividade destas empresas.
1) O documento discute vários tópicos relacionados a planejamento econômico e gestão pública no Brasil, incluindo PIB, arrecadação, balança comercial, transferências de recursos e evolução da mão de obra.
2) É apresentada análise estatística de indicadores econômicos de 2006 para unidades da federação, ministérios e regiões do país.
3) O documento fornece informações sobre planejamento versus controle, com ênfase em fluxo de caixa, estoques e desempenho
1) O mercado de trabalho em Santa Catarina registrou um crescimento de 3,1% no número de trabalhadores com carteira assinada no primeiro semestre de 2012, porém mostrando sinais de desaceleração.
2) Os setores que mais geraram empregos foram a indústria de transformação e serviços.
3) A economia brasileira abriu menos vagas no primeiro semestre de 2012 em comparação com o mesmo período do ano anterior, indicando uma redução na oferta de empregos.
O documento discute o Sistema Nacional de Inovação brasileiro, incluindo suas origens, componentes e incentivos. Ele explica que o SNI é composto por agências de fomento, universidades, empresas e agências governamentais e que o governo oferece incentivos fiscais e financiamentos para estimular a inovação, especialmente em estágios de alto risco.
O documento descreve o processo de implantação do Plano Real no Brasil, incluindo seus antecedentes e consequências. Antes do Plano Real, várias medidas fracassaram em controlar a alta inflação, como cortes de gastos e aumento de receitas. O Plano Real foi finalmente implementado sob o governo de Fernando Henrique Cardoso e conseguiu estabilizar a economia, reduzindo drasticamente a inflação.
Este documento resume diversas correntes de pensamento estratégico ao longo do tempo. A estratégia é vista ora como um processo formal e programado, ora como um processo emergente e adaptativo. Discute-se também os níveis de análise estratégica e as perspectivas de estratégia das organizações.
This document contains a list of terms related to business administration, management, strategy, and operations. Some of the key terms included are balanced scorecard, strategic planning, SWOT analysis, Porter's five forces, profit sharing programs, corporate governance, budgeting, operations, logistics, marketing, finance, accounting, and regulatory affairs. The document touches on concepts related to business strategy, management, operations, and compliance.
The document summarizes 10 tests that can be used to evaluate the strength and effectiveness of a company's strategy. It discusses each test individually and provides examples. The key tests are whether the strategy will beat the market, taps into a true competitive advantage, is granular about where to compete, and puts the company ahead of emerging trends. Passing fewer than 4 of the 10 tests indicates issues with a strategy according to a McKinsey survey. Regularly applying these tests can help improve strategic thinking and planning.
O documento discute a adoção do novo padrão contábil internacional IFRS pelas empresas brasileiras. Apesar das mudanças exigidas, os impactos nos resultados financeiros de 2010 parecem ter sido modestos. Novas normas sobre receitas e leasing podem gerar mudanças mais significativas nas demonstrações financeiras a partir de 2013.
Ifrs Insatisfeitos Podem Reclamar De Regra Contabil Sobre Receita17 6 11IBGC Chapter Parana
O Iasb e o Fasb decidiram dar mais uma chance para empresas e investidores comentarem sua proposta sobre reconhecimento de receita antes de publicar a nova norma em 2012. As incorporadoras e empresas de telecom esperam convencê-los a permitir o reconhecimento de receita ao longo das obras e da venda de aparelhos, respectivamente, enquanto os órgãos parecem dispostos a ouvir mas não a mudar os princípios básicos da proposta.
O documento discute vários aspectos relacionados à estratégia nas seguintes áreas: o papel do Conselho Fiscal em não interferir na estratégia da empresa; a responsabilidade do Conselho de Administração em traçar as diretrizes estratégicas da organização e assegurar que questões sociais e ambientais sejam consideradas nas escolhas estratégicas; e a importância de sistematizar as reuniões do Conselho para permitir uma análise aprofundada de temas estratégicos.
6 Artigo Como Estrategia Equivocada Destroi A Riqueza Do Acionista Sadiax P...IBGC Chapter Parana
1) O artigo analisa a destruição da riqueza dos acionistas da Sadia entre 2008-2009, quando seu valor de mercado caiu de R$7,1 bilhões para R$2,7 bilhões.
2) A estratégia financeira agressiva da Sadia, com altos níveis de alavancagem e investimentos no mercado financeiro equivalendo a 36% do capital empregado, acabou por criar uma armadilha financeira que destruiu valor.
3) Manter apenas 64% do capital nas atividades operacionais e
This document provides an overview and summary of strategies for leveraging LinkedIn effectively. It discusses completing your profile, building your network, marketing your business and yourself, and measuring results. Experts provide tips for optimizing your profile to be found by contacts, getting plugged in with LinkedIn applications, and checking your LinkedIn efforts. The overall document aims to help professionals make the most of LinkedIn's professional social network.
This document summarizes a research paper about economic value added (EVA). It discusses EVA as a measure of corporate financial performance that accounts for the opportunity cost of capital. The paper reviews the theoretical basis and conceptual underpinnings of EVA, how it is calculated, accounting adjustments involved in EVA calculations, and prior empirical research comparing EVA to other performance measures. The purpose is to evaluate claims about EVA's ability to measure shareholder wealth creation.
Alexander Company had $1.2 million in notes payable as of December 31, 2012. $900,000 of the notes were refinanced on their due date of February 2, 2013 through the issuance of common stock. The remaining $300,000 was paid using current assets. The $900,000 amount is presented as long-term debt since it was refinanced, while the $300,000 is shown as a current liability since it was paid shortly after the balance sheet date.
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive function. Exercise causes chemical changes in the brain that may help protect against developing mental illness and improve symptoms for those who already suffer from conditions like anxiety and depression.
The document discusses several hot topics in education including budget issues, the Performance Counts Act, Stand for Children initiatives, possible outcomes of changes to teacher tenure and evaluation systems, and strategies for improving school districts. It also advertises upcoming professional development opportunities from IASA including academies on teacher remediation and evaluation, finance, and technology uses for administrators.
1) O documento discute medidas para simplificar a escrituração contábil de micro e pequenas empresas segundo estudo da Fenacon e a importância da aprovação de projeto que altera limites de faturamento do Simples Nacional.
2) A entrevista apresenta o empresário Carlos Júlio falando sobre práticas de gestão e inovação para garantir o desenvolvimento das empresas.
3) As seções abordam diversos temas como economia, gestão, desburocratização, atuação política da Fenacon e legislação tributária.
Publicação trimestral da Confederação Nacional da Indústria - CNI | Unidade de Política Econômica - PEC | Gerente-executivo: Flávio Castelo Branco | Equipe técnica: Danilo César Cascaldi Garcia, Isabel Mendes de Faria Marques, Marcelo de Ávila, Marcelo Souza Azevedo e Mário Sérgio Carraro Telles
As exportações de Minas Gerais totalizaram US$ 2,32 bilhões em janeiro de 2012, valor 14,9% inferior ao mesmo mês de 2011. Os principais produtos exportados foram minério de ferro, café e ferro-ligas, responsáveis por mais de 50% do total. Apesar da queda nas exportações em relação a janeiro de 2011, Minas Gerais manteve a segunda posição no ranking de exportações dos estados brasileiros nesse mês.
Mercado de trabalho e relações de trabalho na cana de açúcar_alguns apontamentosGabriel Pereira
Este artigo discute a evolução recente do mercado de trabalho na indústria canavieira brasileira, apontando uma tendência de terceirização e informalidade apesar de ganhos formais. Analisa o impacto da mecanização da colheita e a emergência de novos atores, além da influência do patronato no enfraquecimento da regulação trabalhista.
Empreendedorismo - Estatísticas de Empreendedorismo 2008 - IBGEONGestão
Este documento apresenta estatísticas sobre empreendedorismo no Brasil em 2008. Fornece informações sobre o número, setores, regiões e características de empresas de alto crescimento no país. Analisa dados sobre emprego, salários, receita e produtividade destas empresas.
1) O documento discute vários tópicos relacionados a planejamento econômico e gestão pública no Brasil, incluindo PIB, arrecadação, balança comercial, transferências de recursos e evolução da mão de obra.
2) É apresentada análise estatística de indicadores econômicos de 2006 para unidades da federação, ministérios e regiões do país.
3) O documento fornece informações sobre planejamento versus controle, com ênfase em fluxo de caixa, estoques e desempenho
1) O mercado de trabalho em Santa Catarina registrou um crescimento de 3,1% no número de trabalhadores com carteira assinada no primeiro semestre de 2012, porém mostrando sinais de desaceleração.
2) Os setores que mais geraram empregos foram a indústria de transformação e serviços.
3) A economia brasileira abriu menos vagas no primeiro semestre de 2012 em comparação com o mesmo período do ano anterior, indicando uma redução na oferta de empregos.
O documento discute o Sistema Nacional de Inovação brasileiro, incluindo suas origens, componentes e incentivos. Ele explica que o SNI é composto por agências de fomento, universidades, empresas e agências governamentais e que o governo oferece incentivos fiscais e financiamentos para estimular a inovação, especialmente em estágios de alto risco.
O documento descreve o processo de implantação do Plano Real no Brasil, incluindo seus antecedentes e consequências. Antes do Plano Real, várias medidas fracassaram em controlar a alta inflação, como cortes de gastos e aumento de receitas. O Plano Real foi finalmente implementado sob o governo de Fernando Henrique Cardoso e conseguiu estabilizar a economia, reduzindo drasticamente a inflação.
Este documento resume diversas correntes de pensamento estratégico ao longo do tempo. A estratégia é vista ora como um processo formal e programado, ora como um processo emergente e adaptativo. Discute-se também os níveis de análise estratégica e as perspectivas de estratégia das organizações.
This document contains a list of terms related to business administration, management, strategy, and operations. Some of the key terms included are balanced scorecard, strategic planning, SWOT analysis, Porter's five forces, profit sharing programs, corporate governance, budgeting, operations, logistics, marketing, finance, accounting, and regulatory affairs. The document touches on concepts related to business strategy, management, operations, and compliance.
The document summarizes 10 tests that can be used to evaluate the strength and effectiveness of a company's strategy. It discusses each test individually and provides examples. The key tests are whether the strategy will beat the market, taps into a true competitive advantage, is granular about where to compete, and puts the company ahead of emerging trends. Passing fewer than 4 of the 10 tests indicates issues with a strategy according to a McKinsey survey. Regularly applying these tests can help improve strategic thinking and planning.
O documento discute a adoção do novo padrão contábil internacional IFRS pelas empresas brasileiras. Apesar das mudanças exigidas, os impactos nos resultados financeiros de 2010 parecem ter sido modestos. Novas normas sobre receitas e leasing podem gerar mudanças mais significativas nas demonstrações financeiras a partir de 2013.
Ifrs Insatisfeitos Podem Reclamar De Regra Contabil Sobre Receita17 6 11IBGC Chapter Parana
O Iasb e o Fasb decidiram dar mais uma chance para empresas e investidores comentarem sua proposta sobre reconhecimento de receita antes de publicar a nova norma em 2012. As incorporadoras e empresas de telecom esperam convencê-los a permitir o reconhecimento de receita ao longo das obras e da venda de aparelhos, respectivamente, enquanto os órgãos parecem dispostos a ouvir mas não a mudar os princípios básicos da proposta.
O documento discute vários aspectos relacionados à estratégia nas seguintes áreas: o papel do Conselho Fiscal em não interferir na estratégia da empresa; a responsabilidade do Conselho de Administração em traçar as diretrizes estratégicas da organização e assegurar que questões sociais e ambientais sejam consideradas nas escolhas estratégicas; e a importância de sistematizar as reuniões do Conselho para permitir uma análise aprofundada de temas estratégicos.
6 Artigo Como Estrategia Equivocada Destroi A Riqueza Do Acionista Sadiax P...IBGC Chapter Parana
1) O artigo analisa a destruição da riqueza dos acionistas da Sadia entre 2008-2009, quando seu valor de mercado caiu de R$7,1 bilhões para R$2,7 bilhões.
2) A estratégia financeira agressiva da Sadia, com altos níveis de alavancagem e investimentos no mercado financeiro equivalendo a 36% do capital empregado, acabou por criar uma armadilha financeira que destruiu valor.
3) Manter apenas 64% do capital nas atividades operacionais e
This document provides an overview and summary of strategies for leveraging LinkedIn effectively. It discusses completing your profile, building your network, marketing your business and yourself, and measuring results. Experts provide tips for optimizing your profile to be found by contacts, getting plugged in with LinkedIn applications, and checking your LinkedIn efforts. The overall document aims to help professionals make the most of LinkedIn's professional social network.
This document summarizes a research paper about economic value added (EVA). It discusses EVA as a measure of corporate financial performance that accounts for the opportunity cost of capital. The paper reviews the theoretical basis and conceptual underpinnings of EVA, how it is calculated, accounting adjustments involved in EVA calculations, and prior empirical research comparing EVA to other performance measures. The purpose is to evaluate claims about EVA's ability to measure shareholder wealth creation.
Alexander Company had $1.2 million in notes payable as of December 31, 2012. $900,000 of the notes were refinanced on their due date of February 2, 2013 through the issuance of common stock. The remaining $300,000 was paid using current assets. The $900,000 amount is presented as long-term debt since it was refinanced, while the $300,000 is shown as a current liability since it was paid shortly after the balance sheet date.
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive function. Exercise causes chemical changes in the brain that may help protect against developing mental illness and improve symptoms for those who already suffer from conditions like anxiety and depression.
The document discusses several hot topics in education including budget issues, the Performance Counts Act, Stand for Children initiatives, possible outcomes of changes to teacher tenure and evaluation systems, and strategies for improving school districts. It also advertises upcoming professional development opportunities from IASA including academies on teacher remediation and evaluation, finance, and technology uses for administrators.
1) O documento discute a análise de demonstrações financeiras através do cálculo de índices. 2) São apresentados vários índices agrupados em categorias como estrutura de capitais, liquidez e rentabilidade. 3) Cada índice é definido e exemplificado com fórmulas e interpretações.
I. O documento analisa o contexto econômico brasileiro entre 2011-2015 e a situação econômica de Santo André, discutindo o emprego, renda e setores econômicos.
II. No cenário nacional, houve desaceleração do crescimento econômico a partir de 2011 e aumento do desemprego, enquanto em Santo André a taxa de desemprego permaneceu estável, embora tenha havido fechamento de postos de trabalho entre 2013-2015.
III. A indústria vem perd
Empreendedorismo estatísticas de empreendedorismo 2008 - ibgeBruno Rabelo
Este documento apresenta os resultados da primeira edição do estudo Estatísticas de Empreendedorismo realizado pelo IBGE em 2008, utilizando dados do Cadastro Central de Empresas e pesquisas econômicas do IBGE. O estudo fornece informações sobre empresas formais no Brasil classificadas por atividade econômica, analisando variáveis como número de empresas, emprego, salários, valor adicionado e receita. Os resultados são apresentados de forma geral, setorial e regional, contribuindo para o debate sobre a dinâmica empreendedora no país.
Empreendedorismo estatísticas de empreendedorismo 2008 - ibgeBruno Rabelo
Este documento apresenta os resultados da primeira edição do estudo Estatísticas de Empreendedorismo realizado pelo IBGE em 2008, com informações sobre empresas formais no Brasil. O estudo analisa variáveis como número de empresas, empregos, salários, receita e produtividade considerando critérios como setor econômico, idade e taxa de crescimento das empresas. Os dados são provenientes da Demografia das Empresas e de pesquisas econômicas do IBGE sobre indústria, construção, comércio e serviços.
tratamento tributario micro e pequena empresainetep
1. O documento analisa o tratamento tributário dado às micro e pequenas empresas no Brasil, focando no modelo de tributação simplificada chamado SIMPLES.
2. É descrito o impacto da implementação do SIMPLES na administração tributária, arrecadação de impostos e mercado de trabalho.
3. Também são apontadas algumas limitações e deficiências do SIMPLES.
O boletim apresenta dados sobre o mercado de trabalho formal do Pará no mês de agosto de 2012. O documento traz informações sobre o desempenho do emprego por setor econômico, as ocupações com maiores saldos de emprego e salário médio de admissão, movimentações de admissões e desligamentos e evolução do emprego em comparação com agosto de 2011. A segunda parte apresenta um painel de indicadores sobre emprego e renda no Brasil e no Pará.
O documento discute as políticas industriais e de inovação do Brasil e seus efeitos negativos na economia. A participação da indústria no PIB caiu significativamente nos últimos anos, em parte devido a erros nas políticas macroeconômicas e microeconômicas. Além disso, os esforços de inovação estagnaram, com pouca difusão de novas tecnologias nas empresas, resultando em baixa produtividade e aumento dos custos. As políticas de financiamento para investimento e inovação não conseguiram
1. O boletim apresenta os dados do mercado de trabalho formal do Pará no mês de janeiro de 2012, com foco na análise do CAGED.
2. O estado gerou 630 novos postos de trabalho em janeiro, acima da Região Norte, puxado principalmente pelos setores de serviços, agropecuária e indústria de transformação.
3. Nos últimos 12 meses, o Pará teve um saldo de 50.640 novos empregos, liderando a geração de empregos na Região Norte
O documento analisa a evolução dos gastos públicos federais no Brasil de 2006 a 2015. Os gastos aumentaram de 16,7% para 19,6% do PIB no período, concentrados principalmente nas transferências de renda às famílias. Os gastos com pessoal diminuíram gradualmente de 4,4% para 4,0% do PIB. Reformas fiscais são necessárias para reduzir a rigidez orçamentária e permitir o crescimento sustentável dos investimentos.
1. A dissertação analisa os fatores determinantes da economia informal no Brasil no período de 2004 a 2008, utilizando dados em painel por Unidade da Federação.
2. O estudo busca verificar a eficácia do programa Bolsa Família em reduzir o trabalho informal no país, assim como avaliar a contribuição do crescimento do PIB estadual para diminuir a informalidade.
3. Os resultados empíricos sugerem que, embora o Bolsa Família tenha auxiliado na redução da pobreza e do trabalho informal, o programa não
O documento discute os desafios da indústria brasileira para retomar o crescimento econômico. Apesar de condições econômicas favoráveis internas, a indústria vem apresentando desempenho decepcionante, com queda da produtividade e aumento dos custos. Isso ocorre devido à perda de competitividade em relação às importações e estagnação dos investimentos, comprometendo a retomada do setor e do crescimento econômico como um todo.
1) A Tempo anuncia crescimento de 28% na receita líquida e 20% no EBITDA em 2008.
2) As receitas líquidas cresceram de R$572,8 milhões em 2007 para R$731,9 milhões em 2008, enquanto o EBITDA aumentou de R$55 milhões para R$65,9 milhões no mesmo período.
3) Os principais destaques foram o forte crescimento do segmento de planos odontológicos, a implementação do sistema SAP e os programas de recompra de a
O documento discute por que os trabalhadores gregos pagaram o preço da crise econômica na Grécia através de cortes nos direitos trabalhistas, ao contrário do Brasil que enfrentou a crise de forma diferente reforçando a demanda interna. Economistas recomendaram reformas estruturais e cortes salariais na Grécia, enquanto o governo brasileiro se recusou a reduzir direitos trabalhistas e adotou outras medidas.
O Banco Central reduziu a taxa básica de juros para o menor nível da história, abrindo espaço para mais investimentos e crescimento econômico. Empresas anunciaram bilhões em novos investimentos devido aos juros mais baixos, e o governo pode fornecer mais incentivos fiscais para estimular a economia. Entretanto, problemas como infraestrutura deficiente e marco regulatório complexo ainda precisam ser resolvidos para melhorar a competitividade do Brasil.
Este documento apresenta um plano de curso sobre a economia brasileira. Ele discute os objetivos do curso, o conteúdo programático, o calendário de aulas, os objetivos e instrumentos de política econômica, e os possíveis conflitos entre esses objetivos.
Estudo da Ceplan sobre a economia em PernambucoJamildo Melo
Este documento apresenta um estudo sobre os impactos da crise econômica brasileira na economia de Pernambuco com base em dados secundários. Analisa a trajetória recente da economia pernambucana, seu desempenho setorial, mercado de trabalho e finanças públicas estaduais no período de 2005-2015. O objetivo é produzir propostas para minimizar os efeitos da crise no estado.
1. O documento apresenta um guia prático de análise ex ante de políticas públicas com o objetivo de fortalecer a avaliação de políticas nos órgãos do governo federal.
2. O guia é dividido em nove seções que abordam diferentes aspectos da análise ex ante como o diagnóstico do problema, o desenho da política, impacto orçamentário, estratégia de implementação e monitoramento.
3. O documento foi elaborado em parceria entre a Casa Civil, Ministério da Fazenda, Ministério do Plane
1. O documento apresenta um guia prático de análise ex ante de políticas públicas com o objetivo de fortalecer a avaliação de políticas nos órgãos do governo federal.
2. O guia é dividido em nove seções que abordam diferentes aspectos da análise ex ante como o diagnóstico do problema, desenho da política, impacto orçamentário, estratégia de implementação e monitoramento.
3. O documento foi elaborado em parceria entre a Casa Civil, Ministério da Fazenda, Ministério do Planej
O documento descreve o sistema de ciência e tecnologia no Brasil. Ele destaca que o Brasil investe cerca de 1% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, com a maior parte vindo de instituições públicas. Apesar de alguns casos de inovação de classe mundial no setor privado, a maioria dos cientistas brasileiros trabalha em universidades. Recentemente, o governo vem incentivando mais a pesquisa aplicada no setor privado.
Semelhante a Boletim De Economia 8 Out2011 Completo (20)
A CVM cruza informações de formulários de referência com balanços auditados para verificar inconsistências. Se necessário, solicita esclarecimentos adicionais das empresas. As empresas devem apresentar as informações conforme requerido, mas podem divulgar dados adicionais para retratar com precisão sua situação.
O levantamento da CVM identificou "desvios" em 87% das propostas enviadas por empresas para as assembleias de acionistas. As informações sobre remuneração e os comentários dos diretores sobre o desempenho passado e futuro costumam apresentar mais erros. No entanto, as empresas precisam melhorar a qualidade das informações divulgadas para atrair mais investidores e valorizar seus papéis no mercado.
1) Um estudo analisou a composição e dinâmica de 215 conselhos de administração de empresas listadas no Brasil, criando índices de diversidade e
alinhamento às boas práticas.
2) As empresas mais bem posicionadas nos índices foram EDP, Cemig, BM&FBovespa, Celesc e CCR, enquanto as piores foram Hércules, Grazziotin,
Brasmotor e Schulz.
3) Conselhos homogêneos tendem a ter menos pontos de vista diversos, enquanto a dedic
1) Assessorias de acionistas estão ganhando mais destaque em assembleias de acionistas devido a novas regras nos EUA e na Europa que exigem mais transparência e responsabilização dessas empresas.
2) Existe preocupação de que essas assessorias possam ter conflitos de interesse ou falta de transparência em suas recomendações de voto.
3) Novas regras propostas incluem registro obrigatório dessas empresas e mais divulgação sobre como são tomadas decisões de voto.
O Conselho de Normas de Contabilidade Financeira dos EUA (FASB) recuou de sua proposta inicial de usar amplamente o valor justo para instrumentos financeiros. Agora, o FASB propõe um modelo híbrido, no qual empréstimos e recebíveis continuariam registrados pelo custo amortizado, enquanto ativos de negociação e disponíveis para venda usariam o valor justo. Essa mudança aproxima o padrão contábil americano do internacional IFRS e facilita a convergência global das normas contábeis
The document discusses various topics related to business management and strategy including strategic planning, corporate governance, marketing, finance, operations, and regulatory compliance. It mentions frameworks like the balanced scorecard and concepts such as mergers and acquisitions, budgeting, accounting, and cost analysis. The document also lists certifications, committees, and areas of government and public sector involvement related to business management.
A empresa anunciou um novo produto que combina hardware e software para fornecer uma solução completa para clientes. O produto oferece recursos avançados de inteligência artificial e aprendizado de máquina para ajudar os usuários a automatizar tarefas complexas. Analistas acreditam que o produto pode ser um sucesso comercial se for fácil de usar e tiver um preço acessível.
Este documento discute como integrar o SlideShare com o LinkedIn para compartilhar apresentações e links com sua rede de contatos. Ele explica como adicionar o SlideShare ao LinkedIn para que suas apresentações apareçam nos perfis dos conectados e dá instruções sobre como fazer upload de apresentações diretamente no SlideShare ou compartilhar links para apresentações em comentários.
O advogado-geral da União disse que só poderá assinar um acordo com a Nestlé sobre a aquisição da Garoto se a empresa obtiver antes o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que vetou a compra em 2004 e ainda analisa o caso na Justiça. A Nestlé procurou a AGU em 2010 para negociar um novo acordo, mas qualquer solução depende de discussão com os órgãos antitruste. O Cade aguarda um novo julgamento sobre o recurso da Nestlé contra sua decisão de vetar a compra da
A gestora Porto Forte deu crédito a uma fazenda pertencente aos pais do principal sócio, que está inadimplente em valores entre R$ 6-9 milhões. A Porto Forte atraiu cerca de 450 investidores oferecendo dividendos fixos obrigatórios, esquema semelhante a pirâmide. A CVM investigará se houve oferta pública irregular de valores mobiliários.
A CVM identificou "desvios recorrentes" nos balanços de 80% das empresas analisadas, principalmente na omissão de informações relevantes sobre transações com partes relacionadas e remuneração de executivos. A autarquia enviará um comunicado público às empresas e auditores e pode exigir a republicação dos balanços ou abrir processos caso encontre reincidência ou problemas relevantes.
O documento discute como alguns planos de saúde no Brasil estão investindo em programas de prevenção para pacientes crônicos, que representam a maior parte dos custos. A Intermédica acompanha 46 mil pacientes crônicos e economiza R$4 milhões por mês com esses programas. Embora esses programas possam ajudar a reduzir custos, poucos planos no Brasil têm ações efetivas de prevenção.
1) O governo de São Paulo prepara um projeto-piloto para cobrar diretamente dos planos de saúde o atendimento de seus segurados em hospitais públicos paulistas.
2) A cobrança será testada inicialmente em hospitais administrados por organizações sociais e o pagamento será feito via contrato entre o hospital e os planos.
3) O objetivo é que o modelo seja implementado em todo o estado para que os hospitais públicos possam ser ressarcidos pelos atendimentos de segurados de planos.
O documento discute como a adoção das normas contábeis internacionais IFRS trará mais lucro para as empresas brasileiras listadas em bolsa. Uma pesquisa da FGV mostrou que a segunda fase de adoção do IFRS elevou o lucro líquido em média 33% em 2007 e 20% em 2008, principalmente devido à norma que elimina a amortização do ágio em aquisições. No entanto, nem todas as empresas terão aumento de lucro, e as notas explicativas dos balanços também crescerão significativamente.
Na Hora De Decidir Jovens Preferem Dados A Intuicao BinderIBGC Chapter Parana
O estudo comparou as percepções de estudantes de administração e CEOs sobre prioridades para os negócios. Os estudantes valorizam mais a globalização e análise de dados para tomar decisões, enquanto os CEOs usam mais a intuição. Os estudantes também veem a interconectividade como essencial e terão expectativas maiores em relação aos consumidores.
Ibgc Estrutura Salarial E Melhor Nas Diretorias Do Que Nos Conselhos Binder1IBGC Chapter Parana
Uma pesquisa do IBGC sobre a remuneração de diretores e conselheiros de 171 empresas brasileiras listadas encontrou que: (1) A estrutura salarial é mais consolidada entre diretorias do que conselhos; (2) A remuneração média de diretores é maior que a mediana, indicando uniformidade, enquanto a média de conselheiros é quase o dobro da mediana; (3) A parcela fixa representa 63% do salário de diretores contra 87% de conselheiros.
O documento descreve como a Mahle isolou um passivo ambiental antes de incorporar a Mahle Participações. A Mahle Participações tinha um passivo de R$180 milhões relacionado a danos ambientais da Cofap. Antes da incorporação, a Mahle transferiu os direitos e obrigações sobre a Cofap para a Mahle Anéis e Participações, isolando o passivo. A incorporação permitirá ganhos de sinergia e redução de custos.
A Mahle Metal Leve prepara-se para migrar para o Novo Mercado da BM&FBovespa em abril de 2011 após reestruturação societária. Os acionistas minoritários negociaram com sucesso uma garantia de que a empresa aderirá ao Novo Mercado até dezembro de 2011 ou pagará indenização, e uma emissão maior de ações para aumentar a liquidez. A proposta de incorporação da Mahle Participações foi aprovada.
O levantamento de uma fundação mostrou que indústrias expostas à importação reduziram mais seu endividamento em relação ao capital próprio, enquanto indústrias de bens não comercializáveis tiveram aumento no endividamento. A desvalorização cambial melhorou margens de indústrias dependentes de insumos importados. Economista prevê retomada de investimentos com a redução do endividamento.
Vlr Econ Merc Cap Endivid Empr Bolsa Importac 12 2010
Boletim De Economia 8 Out2011 Completo
1. GRUPO DE ECONOMIA / FUNDAP
www.fundap.sp.gov.br
BOLETIM DE ECONOMIA 8
outubro de 2011
Conjuntura Econômica em Foco
A NOVA POLÍTiCA iNDuSTRiAL:
AVANÇOS E LimiTES
Temas Setoriais
DESEmPENhO DAS gRANDES EmPRESAS DE
CAPiTAL AbERTO NO PRimEiRO SEmESTRE
DE 2011: RENTAbiLiDADE Em quEDA E
CAixA REfORÇADO
Julio Sergio Gomes de Almeida
Luis Fernando Novais
Anexo Estatístico
2. GRUPO DE ECONOMIA / FUNDAP www.fundap.sp.gov.br
Governador do estado
Geraldo Alckmin
secretário de Gestão Pública
Julio Semeghini
Fundação do desenvolvimento administrativo (FundaP)
diretor executivo
Geraldo Biasoto Junior
GruPo de economia / FundaP
Luis Fernando Novais (coordenador)
Mario Roque Bonini
Rafael Fagundes Cagnin
Ivan Marangoni
Talita Miranda Ribeiro
Waldomiro Pecht
Maria Cristina Penido de Freitas (consultora)
técnico
José Roberto Rodrigues
estagiários
Cristiano Augusto Galdino
Erick Santos da Cunha
Rodrigo Hoefler Latrequia
Thiago Gonçalves Amaral
eQuiPe de edição
coordenação editorial
Laís C. C. M. Nabuco de Araújo
capa , Projeto Gráfico,
editoração eletrônica e revisão
Newton Sodré
Fundação do desenvolvimento administrativo, Fundap
rua cristiano viana, 428
05411-902 são Paulo sP
telefone (11) 3066 5500
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2 BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011
3. GRUPO DE ECONOMIA / FUNDAP www.fundap.sp.gov.br
APRESENTAÇÃO
O boletim de economia é uma publicação mensal do Grupo de Economia da Fundap. Com-
posto de três seções (conjuntura econômica, um estudo sobre temas setoriais e anexo estatístico), o
Boletim aborda temas de interesse do setor público.
Nesta oitava edição, o artigo da seção de conjuntura faz uma breve análise da nova política
industrial, consubstanciada no Plano Brasil Maior, lançado pelo governo Dilma em agosto de 2011,
enquanto o estudo setorial analisa o desempenho das grandes empresas de capital aberto no primei-
ro semestre de 2011.
SumáRiO
Conjuntura Econômica em Foco [p. 5]
A NOVA POLÍTiCA iNDuSTRiAL:
AVANÇOS E LimiTES
Temas Setoriais [p. 13]
DESEmPENhO DAS gRANDES EmPRESAS DE CAPiTAL AbERTO NO
PRimEiRO SEmESTRE DE 2011: RENTAbiLiDADE Em quEDA E CAixA
REfORÇADO
Julio Sergio Gomes de Almeida
Luis Fernando Novais
Anexo Estatístico [p. 25]
BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011 3
4.
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A NOVA POLÍTiCA iNDuSTRiAL:
AVANÇOS E LimiTES
Grupo de Economia / Fundap
Este artigo tem por objetivo fazer uma breve análise da nova política industrial, consubstan-
ciada no Plano Brasil Maior (doravante PBM), lançado pelo governo Dilma em 2 de agosto de 2011.
O lançamento do PBM foi sem dúvida oportuno, já que o setor industrial não vive um bom mo-
mento. O indicador mais sucinto − e também mais revelador − disto é que a produção no setor não
voltou a crescer desde o auge anterior à grande crise internacional em setembro de 2008 – uma crise
que causou forte declínio da indústria, seguido de uma recuperação ao longo de 2009 e em parte de
2010 que apenas recolocou o nível de produção no padrão anterior à crise. Assim, considerando esses
dois movimentos, na média dos últimos três anos a indústria brasileira virtualmente não saiu do lugar.
Um verdadeiro colapso de competitividade dos setores produtivos nacionais responde pela
estagnação industrial, resultante da valorização de nossa moeda, aliada a uma intensificação sem
precedentes da concorrência mundial por mercados dinâmicos, como é o mercado brasileiro. Essa
trajetória da indústria é fundamental para explicar a desaceleração do PIB brasileiro ao longo deste
ano. Ademais, os atuais sinais de agravamento do quadro financeiro e de crescimento econômico das
economias mais industrializadas carregam ainda mais um ambiente que, para a economia brasileira,
já se mostrava desfavorável pelo fraco desempenho industrial.
É nesse contexto que um aspecto fundamental do PBM é o fato de que, por meio dele, o novo
governo dá uma demonstração de que atribui ao setor industrial papel decisivo na promoção do
desenvolvimento brasileiro. Daí o seu empenho em transformar em ações relevantes os três pilares
sobre os quais se apoia a nova política industrial: (a) ampliação dos estímulos ao investimento e à ino-
vação; (b) adoção de medidas para a área do comércio exterior; e (c) ações para a defesa da indústria
e do mercado interno.
BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011 conjuntura econômica em foco 5
6. GRUPO DE ECONOMIA / FUNDAP www.fundap.sp.gov.br
Este texto se organiza da seguinte forma. Após esta breve introdução, expõe-se o diagnóstico
do governo acerca das perspectivas da indústria brasileira − nos termos do próprio texto do PBM − e
as suas principais metas. Em seguida, um quadro organiza as principais medidas do PMB, nas três
principais frentes supracitadas. Por fim, tecem-se reflexões acerca dos principais méritos e limitações
do plano.
A visão subjAcente Ao plAno e As metAs estAbelecidAs
O PBM estabelece a política industrial, tecnológica, de serviços e de comércio exterior a ser
adotada ao longo do período do novo governo (2011 a 2014). Seu foco parte da ideia de que, com “o
estímulo à inovação e à produção nacional para alavancar a competitividade da indústria nos merca-
dos interno e externo, o país se organiza para dar passos mais ousados em direção ao desenvolvimen-
to econômico e social”, como referido no próprio documento.
Com o lançamento do PBM, o atual governo dá continuidade aos dois planos anteriores do
mandato do presidente Lula: a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, PITCE (2003-
2007), e a Política de Desenvolvimento Produtivo, PDP (2008-2010).
A seguir, faz-se um resumo da visão subjacente ao PBM e de suas principais metas, tendo por
base documentos oficiais, especialmente o documento “Plano Brasil Maior 2011/2014 – Inovar para
Competir, Competir para Crescer”.
O PBM elenca seis aspectos vistos como oportunos para a indústria brasileira:
• um mercado interno grande e dinâmico, com capacidade de sustentar o crescimento mes-
mo no contexto de crise dos países desenvolvidos;
• condições favoráveis do mercado de commodities no curto e médio prazos que possibilitam
a manutenção do superávit da balança comercial;
• presença de um conjunto de empresas, com potencial inovador no Brasil, com capacidade
de liderar o processo de modernização produtiva;
• acúmulo de competências científicas com potencial para desenvolver produtos e serviços
com alto conteúdo tecnológico;
• abundância de recursos naturais, de domínio tecnológico e de capacidade empresarial em
energias renováveis e na cadeia de petróleo e gás; e
• utilização das compras públicas e dos grandes eventos esportivos para alavancar novos
negócios e tecnologias.
Por outro lado, aponta como desafios:
• intensificar o desenvolvimento tecnológico da indústria de transformação;
• combater os efeitos da “guerra cambial” e das incertezas do cenário internacional;
• enfrentar o acirramento da concorrência internacional nos mercados doméstico e ex-
terno;
• aprofundar o investimento em infraestrutura física; e
• impulsionar a qualificação profissional em níveis técnico e superior, com destaque para a
ampliação das engenharias.
Em consonância com esse diagnóstico, são quatro os objetivos estratégicos definidos pelo
Plano:
6 conjuntura econômica em foco BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011
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• desenvolvimento sustentável: por meio da inovação e do investimento como motor para
ampliar a competitividade, sustentar o crescimento e melhorar a qualidade de vida;
• ampliação de mercados: diversificando as exportações e promovendo a internacionaliza-
ção das empresas brasileiras; elevando a participação nacional nos mercados de tecno-
logias, bens e serviços para energias; e ampliando o acesso a bens e serviços para a
população;
• adensamento produtivo e tecnológico das cadeias de valor: ampliando o valor agregado
nacional; elevando a participação dos setores intensivos em conhecimento; fortalecendo as
micro, pequenas e médias empresas (MPME); e produzindo de forma mais limpa;
• criação e fortalecimento de competências críticas: ampliando o investimento fixo; elevando
o dispêndio empresarial em P&D; e aumentando a qualificação dos recursos humanos.
Os objetivos estratégicos desdobram-se em um conjunto de 10 metas quantitativas, a serem
alcançadas no período de vigência do Plano – isto é, até 2104. São elas:
• ampliar o investimento fixo, em percentual do PIB: de 18,4% (2010) para 22,4% em 2014;
• elevar o dispêndio empresarial em P&D, em percentual do PIB: de 0,59% (2010) para 0,90%
em 2014;
• aumentar a qualificação de RH, em percentual de trabalhadores da indústria com, pelo
menos, nível médio: de 53,7% (2010) para 65,0% em 2014;
• ampliar o valor agregado nacional, por meio do aumento da relação entre o Valor da Trans-
formação Industrial e o Valor Bruto da Produção (VTI/VBP): de 44,3% (2009) para 45,3%
em 2014;
• elevar o percentual da indústria intensiva em conhecimento; VTI da indústria de alta e mé-
dia-alta tecnologia/VTI total da indústria: de 30,1% (2009) para 31,5% em 2014;
• fortalecer as MPME, aumentando em 50% o número de MPME inovadoras: de 37,1 mil
(2008) para 58,0 mil em 2014;
• produzir de forma mais limpa, diminuindo o consumo de energia por unidade de PIB indus-
trial – consumo de energia em tonelada equivalente de petróleo (TEP) por unidade de PIB
industrial: de 150,7 TEP/R$ milhão (2010) para 137,0 TEP/R$ milhão em 2014;
• diversificar as exportações brasileiras, ampliando a participação do país no comércio inter-
nacional: de 1,36% (2010) para 1,60% em 2014;
• elevar a participação nacional nos mercados de tecnologias, bens e serviços para energias,
aumentando o Valor da Transformação Industrial/Valor Bruto da Produção (VTI/VBP) dos
setores ligados a energia: de 64,0% (2009) para 66,0% em 2014;
• ampliar o acesso a bens e serviços voltados à qualidade de vida, por meio da ampliação do
número de domicílios urbanos com acesso à banda larga (meta PNBL): de 13,8 milhões de
domicílios (2010) para 40,0 milhões de domicílios em 2014.
As principAis medidAs do pbm
As medidas propostas pelo Plano Brasil Maior podem ser classificadas em três frentes de ação:
(a) estímulo ao investimento e à inovação; (b) comércio exterior; e (c) defesa da indústria e do mercado
interno. O Quadro 1, a seguir, resume as principais medidas do PBM.
BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011 conjuntura econômica em foco 7
8. GRUPO DE ECONOMIA / FUNDAP www.fundap.sp.gov.br
Quadro 1. PrinciPais Medidas do Plano Brasil Maior
estímulos ao investimento e à inovação
(a) Desoneração tributária
• Extensão por mais 12 meses da redução do IPI sobre bens de investimento (bens de capital, materiais de construção,
caminhões e veículos comerciais leves).
• Redução gradual do prazo para devolução dos créditos do PIS/Cofins sobre bens de capital.
(b) Financiamento ao Investimento
• Extensão, até dezembro de 2012, do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES, com a inclusão de
outros setores e programas.
• Ampliação do programa de capital de giro (Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda -
BNDES Progeren).
• Relançamento do Programa BNDES Revitaliza, com novas condições de financiamento ao investimento.
• Criação do Programa BNDES Qualificação, com apoio à expansão da capacidade de instituições privadas de ensino
técnico e profissionalizante.
• Criação de Programa para Fundo do Clima do BNDES, com o objetivo de financiar projetos que reduzam a emissão de
gases de efeito estufa.
(c) Financiamento e Incentivo à Inovação
• Novos recursos para o Finep, com aumento de crédito do BNDES para inovação.
• Crédito pré-aprovado dos planos de inovação de empresas.
• Ampliação de programas setoriais de inovação do BNDES (exemplo: Profarma, Proplástico, Proaeronáutica).
(d) Marco Legal da Inovação
• Permissão de contratos com cláusulas de risco tecnológico previstas na Lei de Inovação.
• Inclusão de projetos de entidades de ciência e tecnologia privadas sem fins lucrativos.
• Ampliação do atendimento das fundações de apoio às ICT.
• Modernização do marco legal do Inmetro, o que significou a ampliação do controle e fiscalização de produtos
importados e do escopo de certificação.
comércio exterior
(a) Desoneração, Financiamento e Promoção das Exportações
• Instituição do Reintegra: devolução ao exportador de bens industrializados de até 3% do valor exportado.
• Ampliação e maior agilização do ressarcimento de créditos aos exportadores.
(b) Defesa Comercial
• Intensificação do antidumping, salvaguardas e medidas compensatórias.
• Combate à circunvenção, falsa declaração de origem e subfaturamento.
• Aperfeiçoamento da estrutura tarifária do Imposto de Importação.
• Aumento da exigência de certificação compulsória.
• Fortalecimento do combate a importações ilegais.
• Acordo de cooperação MJ-MDIC para combater a violação de propriedade industrial e de certificação compulsória.
• Suspensão de ex-tarifário para máquinas e equipamentos usados.
• Criação de Fundo de Financiamento à Exportação de MPME (Proex Financiamento).
• Entrada em vigor do Ata-Carnet: facilitação da circulação dos bens em regime de admissão temporária, sem a
incidência de tributos.
defesa da indústria e do mercado interno
• Desoneração, até 2012, da folha de pagamento para os setores de Confecções, Calçados, Móveis e Software (projeto-piloto).
• Regime especial para o setor automotivo.
• Lei n. 12.349/2010: instituição de margem de preferência de até 25% nos processos de licitação para produtos
manufaturados e serviços nacionais.
• Harmonização de políticas de financiamento dos bancos públicos com recursos da União (FAT, Fundos Constitucionais,
recursos do Tesouro).
principAis Acertos e limitAções do plAno
O PBM tem vários méritos. O primeiro e mais evidente deles é propor medidas para reduzir o
custo tributário da indústria em um momento de dificuldades para o setor industrial. O “plano piloto”
da desoneração da folha é uma contribuição pioneira, que pode ter impactos positivos para os seto-
8 conjuntura econômica em foco BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011
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res industriais intensivos em mão de obra1. Pioneira é também a instituição de um percentual de até (1) Embora certos segmentos
já sinalizam que permanecerão
3% das exportações para ressarcimento aos exportadores por tributos que não são recuperados quando voluntariamente fora da nova
regra; por exemplo, embora a
da venda de produtos para o exterior2. Além disso, com o PBM, o governo completou a remoção de tri- regra se estenda para os seto-
res de Têxtil e Móveis, tanto os
butos federais sobre o investimento. A retirada ou a suavização de custos tributários do emprego, do produtores de tecidos quanto os
de móveis metálicos preferiram
investimento e das exportações corresponde a um esforço importante do governo e constitui avanço continuar pagando contribuição
sobre a folha a passar a pagar
indubitável − embora deva ser sublinhado que correspondem mais propriamente a uma “remoção de 1,5% sobre o faturamento, argu-
mentando que os salários têm
desincentivos” do que à concessão de incentivos. peso pequeno no processo pro-
dutivo, fortemente mecanizado.
Outro importante avanço promovido no PBM refere-se aos programas de financiamento à ino-
(2) A regulamentação do Reinte-
vação e ao investimento. A esse respeito, deve-se ressaltar que as medidas no caso do financiamento gra ainda está em andamento,
mas já foi definido que setores
ao investimento pelo BNDES não parecem elevar significativamente o volume de recursos dessa ins- com poucas etapas no proces-
tituição para o financiamento da indústria e serviços. No caso do financiamento ao investimento pelo so produtivo não terão o bene-
fício – o que excluirá produtores
BNDES, a tônica foi o estabelecimento de focos específicos para direcionar o financiamento incentiva- de etanol, açúcar, suco de la-
ranja e outros industrializados.
do. Tal como recomenda a boa prática da política industrial para as atividades contempladas. Assim,
o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) – que já tinha focos em bens de capital, inovação,
exportação e no Pro-Caminhoneiro – passou a incluir: componentes e serviços técnicos especializa-
dos; equipamentos para a área de tecnologia de informação e telecomunicações; ônibus híbridos;
Proengenharia; e Linha Inovação Produção.
O PSI deve vigorar até dezembro de 2012, assim como o Revitaliza (programa anterior que be-
neficiava setores afetados pela concorrência externa, tais como: têxtil e confecção, couro e calçados,
bens de capital e, agora também, autopeças). Os demais programas incentivados são focados nas
micros, pequenas e médias empresas, no ensino técnico e profissionalizante e em sustentabilidade.
Assim, nesse campo, o PBM agiu inteiramente dentro da boa técnica de política de desenvolvimento:
definiu os segmentos para os quais se dirige o incentivo do financiamento ao investimento com recur-
sos do Tesouro Nacional e fixou a data para o término do incentivo.
Para o Plano, o foco da nova política industrial está no “estímulo à inovação e à produção na-
cional para alavancar a competitividade da indústria nos mercados interno e externo”. Daí seu slogan:
“inovar para competir, competir para crescer”.
No caso do financiamento à inovação, o PBM concebe expressivo aporte adicional de recursos
para o financiamento e investimento em inovação, com os recursos novos repassados pelo BNDES
à Finep no valor de R$ 2 bilhões, que se somam a montante equivalente anteriormente aportado na
Finep. O BNDES também criou programas relevantes nessa área, com destaque para o programa de
financiamento dos planos globais de inovação das empresas. Aqui, o aspecto importante a destacar
é que ocorreu uma mudança muitíssimo salutar de foco do apoio financeiro à inovação, que passou
da ótica de um determinado projeto de inovação empresarial para a do plano global de inovação da
empresa.
Talvez o maior mérito do PBM foi ter partido da visão de que (1) a indústria é um vetor funda-
mental do desenvolvimento brasileiro e (2) a política industrial deve ser concebida como um processo,
fruto de debates com diversos setores da sociedade.
No espírito de contribuir para a discussão, cabe apontar duas graves lacunas no Plano, que
requerem atenção urgente: o horizonte temporal do Plano e a questão da competitividade.
No tocante ao primeiro tema, chama a atenção o fato de que o PBM confere um horizonte muito
curto, defensivo e limitado à política industrial brasileira. Tal limitado alcance talvez decorra de o PBM
BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011 conjuntura econômica em foco 9
10. GRUPO DE ECONOMIA / FUNDAP www.fundap.sp.gov.br
ater-se ao período de governo que vai até 2014, confinando a política de desenvolvimento − que deve
ter uma necessária referência de longo prazo − a um horizonte curto.
São muitos os desafios que se colocam para a indústria brasileira. Seria fundamental definir
uma seleção de setores, cadeias ou atividades dentro da preocupação de desenvolver desde já as
bases da transformação industrial que sustentará o dinamismo da indústria brasileira no longo prazo.
Economia do petróleo, manufatura de base agroalimentar, indústria de bens, serviços e equipamen-
tos referenciados à sustentabilidade, à nanotecnologia, à habitação, à saúde, além de outros temas
que o debate com a sociedade venha a identificar, poderiam ser alvo de desafios mais ambiciosos, e
para eles poderiam ser direcionados os incentivos das políticas. O receio é que se percam os incen-
tivos e os instrumentos mobilizados pelo Plano, diante da não definição de diretrizes para guiar sua
destinação em prol da transformação da indústria.
Em segundo lugar, a questão da competitividade. Para o PBM, o foco da nova política industrial
está no estímulo à inovação para alavancar a competitividade da indústria. O Plano acerta em alçar
a condição tão elevada a questão da inovação, e também são corretas as medidas adotadas para o
reforço da inovação.
Mas, mesmo no caso de países líderes industriais, as empresas e os setores não são perma-
nentemente inovadores, o que significa dizer que a indústria de um país depende de outros fatores na
definição de sua capacidade de competir com o produto produzido no exterior. Para conquistar maior
competitividade, as economias que mais se destacam têm, além de grande atividade inovadora, pri-
morosa produtividade e não descuidam de uma “competitividade sistêmica” que, igualmente, deve
ser de primeira linha.
Aqui se encontram importantes lacunas do PBM. A palavra “produtividade” sequer é mencio-
nada no texto. Além disso, e até por escapar à sua alçada, não são abordadas no âmbito do PBM as
questões relativas à competitividade sistêmica − mas delas decorre um efeito devastador sobre a
competitividade do produto nacional. O mesmo vale para o câmbio: a intensidade da valorização da
moeda nos últimos anos sobrepujou largamente quaisquer ganhos obtidos com a inovação e com o
aumento da produtividade industrial.
Além disso, como bem lembra o professor David Kupfer, em artigo recente no jornal Valor Eco-
(3) Cf.: O Plano Brasil Maior. Va- nômico3, o desenho da política industrial deve levar em conta a evolução do cenário internacional
lor Econômico, em 29/8/2011.
Disponível em < http://www. bastante preocupante neste momento. Uma hipótese bastante plausível é que, embora a Europa seja
valor.com.br/5092/990720/o-
plano-brasil-maior> . Acesso em hoje o epicentro da crise, os EUA enfrentam um período prolongado de recessão. Esse quadro certa-
7/10/2011.
mente terá rebatimento sobre a China, o que poderia reforçar a tendência de o Brasil assumir papel
de destaque na produção de commodities ou outros bens não elaborados, ocupando um espaço
aberto pelo enfraquecimento da pujança chinesa.
Nada mais longe da rota desejável para a indústria nacional. Nas palavras de Kupfer:
“Evidentemente, uma transformação dessa natureza virá na contramão dos objetivos de
desenvolvimento nacional, razão pela qual é imprescindível a inclusão da dimensão da
mudança estrutural na reflexão sobre as diretrizes gerais da política industrial. Especial-
mente diante do aprofundamento das incertezas que rondam a economia mundial, o re-
posicionamento da indústria brasileira não poderá prescindir da manutenção ou mesmo
aceleração do processo de aumento das escalas técnicas e econômicas das empresas, da
10 conjuntura econômica em foco BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011
11. GRUPO DE ECONOMIA / FUNDAP www.fundap.sp.gov.br
maior convergência entre o esforço exportador e as estratégias de internacionalização das
bases produtivas dessas empresas e da retomada do processo de diversificação estrutural
das atividades produtivas, tanto na indústria quanto nos serviços, recuperando o padrão
que historicamente sempre caracterizou o desenvolvimento brasileiro.”
Aparece aqui, de novo, a questão fundamental do alcance que se espera de uma política in-
dustrial: ela deve visar a transformações estruturais, somente concebíveis no longo prazo. Ou seja,
houve avanços importantes com o PBM, mas o desenho de uma política industrial conducente ao
desenvolvimento nacional ainda necessita de muita reflexão.
BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011 conjuntura econômica em foco 11
12.
13. GRUPO DE ECONOMIA / FUNDAP www.fundap.sp.gov.br
DESEmPENhO DAS gRANDES EmPRESAS DE CAPiTAL AbERTO NO
PRimEiRO SEmESTRE DE 2011: RENTAbiLiDADE Em quEDA E CAixA
REfORÇADO
Julio Sergio Gomes de Almeida
Doutor em Economia. Professor da Unicamp
Luis Fernando Novais
Economista. Coordenador do Grupo de Economia da Fundap
O Grupo de Economia da Fundap faz, trimestralmente, um levantamento das informações con-
tábeis das grandes empresas de capital aberto. Essa atualização da pesquisa baseou-se em infor-
mações relativas ao período de janeiro a junho entre 2007 e 2011. No total, foram compiladas 220
grandes empresas que apresentaram dados contábeis para todos os semestres, das quais 136 são
do setor Indústria, 13 do Comércio e 71 de Serviços. As companhias também foram classificadas
em segmentos econômicos dentro de seus respectivos setores e foram agrupadas nas categorias
tradables e non tradables, isto é, se são produtoras de bens comercializáveis (107 empresas) ou não
comercializáveis (94 empresas). A importância desse conjunto de empresas pode ser avaliada pelo
peso da receita líquida das companhias no PIB do país: no primeiro semestre de 2007, a participação
atingiu 25,1%; ao longo dos anos seguintes, ela chegou a 28,5%, no primeiro semestre de 2011.
Tendo como referência os primeiros semestres dos últimos cinco anos, nota-se que as grandes
empresas ainda não restauraram as taxas e margens de lucro observadas antes dos efeitos negativos
da crise mundial de 2008, que afetou o Brasil sobretudo em 2009. Ao contrário, as piores condições
econômicas verificadas no primeiro semestre de 2011 fizeram com que a rentabilidade das grandes
empresas, que havia iniciado uma trajetória de recuperação em 2010, diminuísse no período mais
recente. A próxima seção do trabalho detalha a evolução da rentabilidade global e setorial; a última
seção, traça algumas perspectivas para esse conjunto de grandes empresas de capital aberto.
rentAbilidAde: globAl e setoriAl
A análise do desempenho das grandes empresas de capital aberto terá como referência o indi-
cador básico de medição da rentabilidade – a margem líquida de lucro, que relaciona o lucro líquido
BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011 temas setoriais 13
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com a receita e avalia a rentabilidade em relação ao fluxo de vendas. Para complementar a avaliação
dos resultados, são apresentados (1) os valores nominais da receita líquida, dos custos dos produtos
vendidos (CPV) e do lucro líquido, (2) o peso das despesas financeiras líquidas na receita líquida e (3)
a composição dos ativos das empresas.
Nos primeiros seis meses de 2010, as companhias conviveram com um cenário econômico
benigno herdado com a saída da crise global. As medidas anticíclicas adotadas pelo governo, de in-
centivo ao consumo de bens duráveis em 2009, a prorrogação do Programa de Sustentação do Inves-
timento com redução da taxa de juros e o suporte dos bancos públicos na oferta adicional de crédito,
inclusive de capital de giro via BNDES, proporcionaram um ambiente de otimismo que contagiou os
empresários.
Na comparação com o primeiro semestre de 2009, o PIB cresceu 9,2% e a indústria de trans-
formação avançou 15,6%, segundo as contas nacionais, puxados pela demanda interna (consumo
das famílias e investimento). No primeiro semestre de 2010, as importações de produtos industriais
e de matérias-primas aceleraram o ritmo de alta, complementando a oferta doméstica, e o quantum
de exportações de bens manufaturados se recuperou da queda sofrida em 2009 (o câmbio se valo-
rizou em relação a 2008, mas ainda permanecia, na média do período, na faixa de R$/U$ 1,8). Já a
produção física da indústria de transformação elevou-se consistentemente (+16,1%), e o patamar de
preços industriais retomou a trajetória de alta com o IPA–Indústria de Transformação crescendo na
faixa de 3,5% (ver Tabela 1).
TaBela 1. indicadores econôMicos: PiB, inflação, Juros e Balança coMercial
Produção meta meta taxa de exportações importações saldo comercial
iPa volume de
Física da iPca selic selic câmbio em u$ bilhões em u$ bilhões em u$ bilhões
Período Pib¹ iPca¹ indústria de crédito total
indústria de serviços¹ (dado de (média do (média do da indústria de da indústria de da indústria de
transformação¹ (% Pib)2
transformação junho) semestre) semestre) transformação transformação transformação
1º sem.
5,8 4,8 2,1 3,0 1,4 12,0 12,7 31,7 2,0 55,8 44,1 11,8
2007
1º sem.
6,4 6,3 3,6 3,5 7,7 12,3 11,6 37,8 1,7 65,2 65,9 -0,6
2008
1º sem.
-2,9 -13,4 2,6 4,3 -3,9 9,3 11,1 41,5 2,2 46,9 48,4 -1,5
2009
1º sem.
9,2 16,2 3,1 4,8 3,5 10,3 9,3 44,6 1,8 57,3 71,2 -13,9
2010
1º sem.
3,6 1,6 3,9 5,9 1,5 12,3 11,8 47,1 1,6 70,1 91,3 -21,2
2011
Fonte: IBGE, Ipeadata, Banco Central do Brasil, MDIC.
(1) Essas tendências manifesta- (1) Variação em relação ao mesmo semestre do ano anterior}
ram-se plenamente na Indústria;
porém, a intensidade de alta da (2) Final de período.
receita líquida diferenciou-se
quando são subtraídas, do agre-
gado Indústria, as empresas Demanda interna ascendente e preços favoráveis, confiança em alta e retomada das expor-
Petrobras e Vale do Rio Doce.
Por dependerem dos preços tações repercutiram na capacidade de crescer das grandes empresas de capital aberto, no primeiro
das commodities (petróleo e
ferro), que se haviam deprimido semestre de 2010. A receita líquida do conjunto pesquisado atingiu R$ 471,0 bilhões (+20,1%, em
no pós-crise de 2008, a receita
líquida do agregado “Indústria” relação ao mesmo período de 2009), variação superior à observada anualmente no período 2007-
havia crescido pouco, anual-
mente, no período 2007-2009 2009. Os custos dos produtos vendidos (CPV) também se elevaram, mas de modo menos intenso
(+8,6%), enquanto que no agre-
gado sem essas empresas (cha- (+18,9%)1. Neste contexto, o lucro líquido voltou a crescer de forma expressiva para o conjunto das
mado doravante de subconjunto
“Indústria de Transformação”) a
220 grandes empresas, com taxa de variação nominal de 36,0% em relação ao primeiro semestre
alta tinha foi bem maior (18,3%). de 2009 e valor absoluto de R$ 53,8 bilhões. Excluídas as informações da Petrobras e da Vale do Rio
14 temas setoriais BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011
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Doce, a taxa também foi relevante (32,2%) e o volume foi de R$ 28,3 bilhões (ver Tabelas A1, A2 e A3,
anexas ao final deste artigo).
Após dois anos de retrações, a rentabilidade se recuperou no primeiro semestre de 2010; a
margem líquida de lucro subiu para 11,4% para o total das empresas com ganhos de 1,3 pontos per-
centuais em relação ao primeiro semestre de 2009. Esse patamar permaneceu abaixo daquele do
período anterior à grande crise mundial ocorrida no último trimestre de 2008, qual seja, o primeiro
semestre de 2007, quando a lucratividade atingiu 13,4% de margem líquida. Convém observar adi-
cionalmente que mesmo antes da crise de 2008 a lucratividade das empresas brasileiras já mostrava
sinais de queda, uma vez que no primeiro semestre daquele ano a margem líquida havia recuado para
11,4%, em decorrência de aumentos dos custos de produção. A menor lucratividade do período aqui
considerado ocorreu no ano de crise, 2009, quando alcançou 10,1% (margem líquida, ver Tabela 2).
TaBela 2. MargeM líQuida de lucro soBre a receiTa líQuida
margem líquida sobre a receita líquida
setor
jun.07 jun.08 jun.09 jun.10 jun.11
COMÉRCIO 2,8% 2,5% 1,3% 3,2% 1,7%
INDÚSTRIA 14,2% 12,0% 11,1% 12,4% 15,3%
Indústria (menos Petrobras) 14,5% 10,2% 8,9% 10,9% 13,7%
Indústria (menos Petrobras e Vale) 9,1% 7,9% 7,2% 7,7% 6,8%
SERVIÇOS 13,7% 11,6% 9,5% 10,9% 9,6%
Serviços (sem empresas de energia elétrica) 10,8% 8,8% 6,2% 9,5% 7,8%
COMERCIALIZÁVEIS 14,2% 11,9% 11,0% 12,3% 15,5%
NÃO COMERCIALIZÁVEIS 11,8% 10,4% 8,4% 9,9% 8,1%
total (menos Petrobras ) 13,4% 10,1% 8,5% 10,3% 11,2%
total (menos Petrobras e vale) 10,3% 8,7% 7,6% 8,4% 7,2%
total 13,4% 11,4% 10,1% 11,4% 12,8%
Fonte: Demonstrações financeiras de 220 empresas de capital aberto.
Uma característica importante da trajetória ascendente da rentabilidade no primeiro semestre
de 2010 foi que ela ocorreu em todos os três grandes setores – Comércio, Indústria e Serviços – e
nos subconjuntos de Indústria de Transformação (sem a Petrobras e a Vale do Rio Doce); Indústria
(sem Petrobras); e na agregação de Serviços (sem as empresas de energia elétrica). Todavia, notam-
se diferenças de intensidade.
Do ponto de vista da margem líquida de lucro, o Comércio, por características intrínsecas, tem
o menor patamar de margem (1,3% em 2009), mas foi o setor que mais avançou, com ganho de 1,9
pontos percentuais no primeiro semestre de 2010. Na sequência, o agregado Serviços adicionou 1,4
(2) Excluída a Petrobras do
pontos percentuais na sua margem líquida em 2010, e na Indústria o acréscimo foi de 1,3 pontos agregado Indústria, a margem
líquida passou de 8,9% para
percentuais2. 10,9% (acréscimo de 2,1 pontos
É importante ainda destacar as diferenças entre o desempenho da Indústria de Transforma- percentuais), indicando que foi o
crescimento do lucro líquido da
ção e o subconjunto de Serviços (sem energia elétrica). Esses dois subconjuntos representam o core Vale do Rio Doce no primeiro se-
mestre de 2010 (R$ 9,4 bilhões)
das grandes empresas de capital aberto, excluídas as gigantes Petrobras e Vale do Rio Doce e as 21 – que dobrou em relação ao ob-
tido em 2009 – o fator determi-
empresas de Energia Elétrica. No primeiro caso, nota-se que a margem líquida atingiu 7,7% no pri- nante para o maior acréscimo na
margem líquida de lucro no agre-
meiro semestre de 2010 e que o acréscimo em relação ao resultado do mesmo período de 2009 foi gado Indústria sem Petrobras.
BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011 temas setoriais 15
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pequeno (+0,5 pontos percentuais); no segundo caso, a margem subiu para 9,5% com elevação de
3,3 pontos percentuais.
A maior lucratividade observada no segmento de Serviços (sem energia elétrica) deveu-se ao
menor crescimento dos custos dos produtos vendidos, que compensou a forte queda da taxa de
(3) Tanto o menor ritmo de alta da
receita líquida como a queda dos
variação da receita líquida em relação ao padrão de alta observado no período 2007 a 20093 (ver
custos dos produtos vendidos no
primeiro semestre de 2010m em
Tabela 3). Na Indústria de Transformação a evolução foi diferente; as empresas tiveram uma expansão
relação à média de variação dos mais expressiva da receita líquida no primeiro semestre de 2010, devido, em parte, aos setores cujos
primeiros semestres de 2007 a
2009 no segmento de Serviços preços são referenciados em commodities (Alimentos, Química e Siderurgia, que juntos explicaram
(sem energia elétrica) deveram-
se, em grande parte, ao resultado 69,0% do acréscimo da receita em relação ao mesmo período de 2009); porém, os custos dos produ-
do subsetor de Telefonia (cinco
empresas). No primeiro período, tos vendidos não caíram na mesma magnitude observada no setor de Serviços (sem energia elétrica).
os custos do produtos vendidos
e as receitas líquidas dessas
empresas cresceram, respectiva- TaBela 3. cusTo dos ProduTos Vendidos (cPV) e receiTa líQuida. 2007 a 2011 (PriMeiros seMesTres)
mente, 19,5% e 17,1% em média
ao ano, indicando um processo
variação Percentual (%)
de investimento das operadoras
de telefonia celular em busca média anual de
de novos mercados. A partir de
crescimento jun.10−jun.09 jun.11–jun.10
2010, esse movimento se estabi- setor
lizou e perdeu força, fazendo com (2007 e 2009) *
que a variação dos custos dos Receita Receita Receita
produtos vendidos e da receita CPV CPV CPV
líquida diminuísse para, respec- Líquida Líquida Líquida
tivamente, 1,9% e 0,7% nesse COMÉRCIO 16,2% 17,4% 29,2% 31,3% 57,1% 54,3%
conjuntos de empresas.
INDÚSTRIA 8,6% 14,5% 21,8% 19,8% 17,7% 18,6%
Indústria (menos Petrobras) 11,1% 20,4% 23,0% 16,1% 20,5% 19,7%
Indústria (menos Petrobras e Vale) 18,3% 24,5% 21,7% 17,3% 14,9% 18,5%
SERVIÇOS 14,9% 17,6% 13,7% 13,2% 12,1% 12,1%
Serviços (sem empresas de energia elétrica) 20,0% 21,9% 12,2% 10,2% 12,6% 13,1%
COMERCIALIZÁVEIS 7,5% 13,5% 20,1% 18,1% 17,6% 18,3%
NÃO COMERCIALIZÁVEIS 17,1% 19,7% 20,0% 20,5% 21,0% 22,0%
total (menos Petrobras ) 12,7% 19,3% 20,3% 16,4% 20,8% 20,5%
total (menos Petrobras e vale) 16,9% 21,5% 19,3% 17,1% 17,7% 19,8%
total 10,6% 15,4% 20,1% 18,9% 18,8% 19,5%
Fonte: Demonstrações financeiras de 220 empresas de capital aberto.
(*) Crescimento médio anual dos primeiros semestres entre 2007 e 2011.
Essa trajetória favorável da rentabilidade empresarial em 2010 ensejava um cenário de ele-
vação mais consistente do investimento produtivo, através da reaplicação dos lucros retidos; porém,
as mudanças no contexto econômico afetaram o desempenho das grandes empresas no primeiro
semestre de 2011. No caso da Indústria de Transformação, essa piora já se havia manifestado ao
longo do segundo semestre de 2010, período em que as empresas industriais diminuíram o ritmo de
produção e procuraram reduzir os estoques acumulados no período anterior.
A aceleração da inflação no começo do ano fez com que o Banco Central elevasse a taxa básica
de juros, fato que alterou a confiança do empresariado na sustentabilidade da expansão do mercado
interno no ritmo verificado até então. Ao final do semestre, o PIB reduziu a sua taxa real de cresci-
mento para a faixa de 3,6%, em relação ao mesmo período de 2010; a inflação havia se acelerado,
especialmente nos Serviços, e o processo de valorização do real também tinha se acentuado (a taxa
de câmbio R$/U$ caiu para 1,6 na média do primeiro semestre).
16 temas setoriais BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011
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No cenário internacional, a crise se transfigurou num problema de endividamento público exa-
cerbado de países que haviam usufruído da liquidez do mercado financeiro através do endividamento
fácil. Agora, a atual crise soberana produz dois efeitos: de um lado, reduz a perspectiva de crescimen-
to das economias avançadas em função do extremo esforço fiscal envolvido no resgate dos países
insolventes, especialmente aqueles que compõem os GIPPS (Portugal, Espanha, Itália e Grécia); de
outro, acirra sobremaneira a competição no mercado mundial.
Do ponto de vistas das empresas brasileiras, elas sofreram um duplo movimento de alta nos
custos dos produtos e serviços e menor capacidade de gerar receitas, o que afetou a rentabilidade no
primeiro semestre de 2011. O segundo ciclo de elevação dos preços das commodities ocorreu nesse
período – no caso do ferro, a cotação ultrapassou o pico anterior à crise global de 2008, e no petróleo
a alta foi um pouco inferior –; vale destacar que as cotações das matérias-primas industriais tam-
bém subiram de forma consistente. A valorização do real ajudou a compensar parte dessa alta dos
insumos, mas ao mesmo tempo estimulou a substituição de produção nacional por bens importados,
reduzindo o mercado das empresas nacionais, especialmente a de bens intermediários e a de bens
(4) Entre os primeiros semes-
duráveis, minando concomitantemente a capacidade de gerar receitas via exportação4. tres de 2009 e 2011, o valor
das importações da Indústria de
Outro fator que se manifestou mais claramente no primeiro semestre de 2011 foi a elevação Transformação cresceu 88,5%
atingindo a marca de U$ 91 bi-
do custo do trabalho. Nota-se que ao longo dos últimos anos e até os dias de hoje ocorre um proces- lhões em 2011, enquanto que
as suas exportações expandi-
so de formalização dos postos de trabalho e elevação dos salários médios5. O contínuo movimento ram-se 48,7% (U$ 70,0 bilhões);
isso significou a geração de um
de obtenção de ganhos reais nas datas-base, que também se manifestou em 2010 com reflexo em déficit de U$ 21,2 bilhões. No
2011, fez com que a folha de salário se ampliasse. Além disso, as despesas administrativas e outras primeiro semestre de 2007, a
Indústria de Transformação ha-
despesas operacionais, cuja oferta tem origem no setor de Serviços, sofreram pressão de alta com via obtido um superávit de U$
11,8 bilhões na sua balança
a tendência de elevação da inflação. As empresas poderiam garantir margens menos apertadas se comercial (ver Tabela 1).
conseguissem repassar aos preços industriais essas pressões de custos; ao que parece isso não foi (5) Para uma análise detalhada
do mercado de trabalho no Bra-
possível até agora. O baixo crescimento do IPA–Indústria de Transformação no primeiro semestre de sil, ver Boletim de Economia n.
7, disponível em: http://novo.
2011 (+1,5%, em relação ao mesmo período de 2010) reflete essa tendência. fundap.sp.gov.br/arquivos/
PDF/Boletim_de_Economia_7_
Esses fatores afetaram negativamente a rentabilidade de todos os segmentos, com exceção completo.pdf
dos agregados Indústria e indústria sem Petrobras. Nesses casos, o peso dos resultados da Petrobras (6) A margem líquida de lucro
subiu de 12,4% para 15,3%
e da Vale do Rio Doce fizeram com que houvesse elevação da lucratividade6. A capacidade dessas (agregado Indústria) e de 10,9%
para 13,7% (Indústria sem
empresas de gerar receita praticamente não caiu no primeiro semestre de 2011, e os custos dos pro- Petrobrás) entre os primeiros
semestres de 2010 e 2011. O
dutos vendidos subiram menos do que as receitas (agregado sem a Petrobras) ou quase na mesma volume de lucro líquido da Pe-
trobrás e da Vale do Rio Doce
proporção (agregado Indústria). Além disso, a menor despesa financeira líquida ou até a obtenção de somaram R$ 45,5 bilhões com
receitas financeiras líquidas no caso da Petrobras (R$ 6,0 bilhões) fizeram com que o lucro líquido alta de 73,8% em relação aos
resultados do primeiro semes-
crescesse no agregado Indústria. Esse resultado proporcionou uma receita líquida como proporção da tre de 2010.
receita de -0,8% no agregado Indústria (ver Tabela 4). O desempenho dessas duas empresas foi sufi-
ciente para fazer crescer a margem de lucro para o total das 220 empresas, cujo nível atingiu 12,8%
nos primeiros seis meses de 2011 (1,4 pontos percentuais acima do verificado em 2010).
Essas condições não se repetiram para a Indústria de Transformação como um todo e para o setor
de Serviços com e sem as empresas de energia elétrica. Ao contrário, como já ressaltamos, a deterioração
do ambiente econômico do primeiro semestre de 2011, que se caracterizou pela menor rentabilidade das
exportações de bens manufaturados, pela redução do dinamismo do mercado interno e pelas pressões
generalizadas de custos, acabou produzindo nas grandes empresas uma situação de estreitamento da
capacidade de gerar receita acompanhada por alta nos custos de produção e nos custos operacionais.
BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011 temas setoriais 17
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TaBela 4. desPesa financeira líQuida soBre a receiTa líQuida
despesa Financeira líquida sobre a receita líquida
setor
jun.07 jun.08 jun.09 jun.10 jun.11
COMÉRCIO 2,8% 2,7% 2,8% 2,9% 3,4%
INDÚSTRIA -0,1% 1,1% -2,1% 2,7% -0,8%
Indústria (menos Petrobras) -0,5% 1,3% -3,7% 4,0% 0,7%
Indústria (menos Petrobras e Vale) -0,9% -0,3% -2,9% 3,4% 1,2%
SERVIÇOS 2,7% 1,4% 0,4% 4,5% 4,0%
Serviços (sem empresas de energia elétrica) 2,4% 1,6% -0,4% 4,4% 3,7%
COMERCIALIZÁVEIS -0,1% 1,1% -2,2% 2,8% -0,9%
NÃO COMERCIALIZÁVEIS 2,5% 1,5% 0,8% 3,7% 3,5%
total (menos Petrobras ) 0,8% 1,5% -1,8% 4,0% 2,0%
total (menos Petrobras e vale) 0,8% 0,5% -1,2% 3,7% 2,4%
total 0,7% 1,2% -1,1% 3,1% 0,7%
Fonte: Demonstrações financeiras de 220 empresas de capital aberto.
O conjunto de companhias da Indústria de Transformação espelhou esse movimento de modo
mais nítido: o ritmo de crescimento da receita líquida, que havia atingido a taxa de 21,5% nos primeiros
seis meses de 2010, caiu para 14,9% no mesmo período de 2011, e os custos dos produtos e serviços,
ao contrário, cresceram num patamar superior de variação (de 17,3% para 18,5%). Isso fez com o volu-
me de lucro líquido permanecesse praticamente no mesmo nível (R$ 14,6 bilhões) nos dois períodos.
Nesse contexto, a margem líquida de lucro retraiu-se para 6,8% (0,9 pontos percentuais menor em
relação ao mesmo período de 2009, a menor margem desde 2007, ver Tabelas A1, A2 e A3, anexas ao
final deste artigo). Essa queda só não foi mais expressiva uma vez que houve diminuição da despesa
financeira líquida devido ao efeito positivo da apreciação cambial sobre a dívida externa das empresas.
Esse gasto representou 3,4% da receita líquida no primeiro semestre de 2010; no mesmo período de
2011, a participação na despesa financeira líquida na receita caiu para 1,2% (ver Tabela 4).
Do ponto de vista setorial, dentro da Indústria de Transformação, várias outras circunstâncias
condicionaram a lucratividade. Primeiramente, a observação geral de que o movimento de queda da
margem líquida de lucro não foi homogêneo: a maioria dos 25 setores apresentou tendência de baixa
na rentabilidade (15 setores) e apenas 10 – portanto, uma minoria – obtiveram aumento nas mar-
gens líquidas de lucro. A norma mais geral que, do nosso ponto de vista, explica o menor desempenho
cadente de lucros empresariais nesse setor é a concorrência com o produto importado favorecido pela
valorização cambial. São os casos de empresas dos setores de Madeira, Máquinas e Equipamentos,
Material de Transporte, Metalurgia, Química, Siderurgia e Têxtil, Couro e Vestuário. Exceções à regra,
nesse caso, seriam as empresas de Calçados e Brinquedos que lograram aumentar a rentabilidade
(caso de Calçados) ou reduzir perdas (Brinquedos). Predominância de custos (não só de mão de obra)
pode explicar, a nosso ver, a menor rentabilidade na Construção Civil (ver Tabela 5).
Por outro lado – vale dizer, do ângulo dos setores cujas empresas aumentaram a lucrativida-
de–, os destaques são os segmentos produtores de commodities, cujos preços aumentaram muito
nos meses finais do ano passado e prevaleceram em patamar alto no primeiro semestre deste ano.
São os casos de Alimentos, Mineração, Papel e Celulose. Aumentou também a rentabilidade de um
setor industrial “não commoditizado”, o de Material Aeronáutico. Nesse caso, trata-se de setor de
18 temas setoriais BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011
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TaBela 5. Margens de lucro (lucro líQuido / receiTa líQuida). PriMeiros seMesTres (2007 a 2011)
tendência no
setores subsetores 6m07 6m08 6m09 6m10 6m11 1º semestre
de 2011*
Comércio Comércio de Medicamentos 1,1% 1,7% 2,9% 2,8% 2,2% -
Comércio Comércio (Diversos) 0,8% 8,2% 2,6% 2,7% 2,7% -
Comércio Comércio Varejista 1,7% 1,4% 0,3% 2,4% 1,4% -
Comércio Comércio Varejista de Gás 14,0% 13,5% 8,9% 13,5% 8,3% -
Indústria Agronegócio -1,5% 17,6% 6,7% 6,5% 15,5% +
Indústria Alimentos 3,4% 0,6% 1,1% 0,8% 1,4% +
Indústria Armas e Munição 8,1% 9,2% 7,8% 11,0% 2,2% -
Indústria Bebidas e Fumo 14,6% 13,7% 27,8% 26,9% 31,3% +
Indústria Bioenergia -14,2% -45,7% -6,0% 9,2% 0,5% -
Indústria Brinquedos e Lazer -14,5% -26,7% -44,1% -23,8% -10,3% +
Indústria Calçados 10,6% 5,5% 9,1% 13,7% 14,9% +
Indústria Construção Civil e Incorporação 11,5% 18,6% 12,2% 14,9% 12,5% -
Indústria Editora 10,4% 6,5% 4,5% 2,9% 2,2% -
Indústria Embalagens 0,7% 7,2% 11,4% 8,1% 7,2% -
Indústria Indústria Diversa 4,0% -0,2% -9,7% 1,5% 1,4% -
Indústria Madeira 15,1% 16,1% 8,7% 12,0% 11,8% -
Indústria Máquinas e Equipamentos 9,1% 8,5% 5,2% 8,3% 1,2% -
Indústria Material Aeronáutico 3,5% 4,8% 8,9% 3,5% 8,4% +
Indústria Material de Construção -1,2% 10,3% 9,0% 10,3% 6,3% -
Indústria Material de Transporte 4,6% 6,3% 0,8% 9,8% 7,3% -
Indústria Metalurgia 1,2% 5,8% 3,4% 5,4% 3,4% -
Indústria Mineração 32,1% 20,9% 18,9% 30,0% 44,8% +
Indústria Papel e Celulose 23,0% 17,2% 25,5% 6,4% 15,3% +
Indústria Petróleo 13,5% 15,2% 15,5% 15,5% 18,7% +
Indústria Produtos de Higiene e Limpeza 16,9% 12,3% 17,1% 11,6% 12,4% +
Indústria Química 3,8% 4,3% 5,1% 6,0% 3,1% -
Indústria Siderurgia 14,8% 13,6% 3,5% 8,7% 7,0% -
Indústria Têxtil, Couro e Vestuário -5,4% -1,3% -5,1% 4,1% -0,7% -
Indústria Utilidades Domésticas 6,4% 4,5% 0,9% 4,0% 2,9% -
Serviços Comunicação 2,4% 3,5% 9,7% 4,0% 7,2% +
Serviços Concessão de Rodovias 21,0% 18,0% 20,0% 23,1% 14,4% -
Serviços Educação -0,3% 4,6% 10,1% 6,0% 7,7% +
Serviços Energia 17,5% 15,7% 15,2% 13,2% 12,7% -
Serviços Exploração de Imóveis 15,5% 17,8% 31,1% 38,7% 40,9% +
Serviços Hotelaria -33,9% -0,7% -12,9% -12,8% 4,3% +
Serviços Logística 7,1% 10,7% 13,4% 5,2% 9,3% +
Serviços Saneamento 20,0% 19,6% 20,5% 14,1% 14,2% +
Serviços Saúde 1,1% 5,2% 2,5% 4,1% 4,2% +
Serviços Serviços Diversos 3,9% 5,4% 2,7% 7,0% 6,0% -
Serviços Tecnologia da Informação 12,8% 7,3% 7,0% 7,3% 4,8% -
Serviços Telefonia 11,6% 10,6% 0,3% 10,9% 7,9% -
Serviços Transporte Aéreo 4,7% -3,0% 15,9% -2,8% -1,4% +
Fonte: Demostrações financeiras de 220 empresas de capital aberto.
(*) Tendência em relação ao 1º semestre de 2010
BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011 temas setoriais 19
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exportação, porém com grande coeficiente de importação que ameniza os efeitos de perda de compe-
titividade externa motivado pela valorização do real devido ao barateamento simultâneo dos produtos
intermediários usados na produção. Alguns outros setores muito vinculados ao mercado interno e
menos afetados por importações lograram também elevar a taxa de lucro líquido; são os casos de
Bebidas e Produtos de Higiene e Limpeza.
O setor de Serviços (sem energia elétrica) sentiu do mesmo modo a queda da rentabilidade,
porém a composição da perda foi diferente em relação às empresas industriais. A margem líquida de
lucro no subconjunto de Serviços (sem energia elétrica) perdeu 1,7 pontos percentuais em relação ao
patamar de 2009 e caiu para 7,8% no primeiro semestre de 2011. As empresas conseguiram manter
a taxa de crescimento da receita líquida na faixa de 12,6% – até se nota uma pequena alta no perí-
odo recente, mas os custos dos produtos vendidos retomaram a trajetória de alta com expansão de
13,1% e avanço de 2,1 pontos percentuais em relação à variação do ano anterior. Percebe-se alta nos
custos em todos os subsetores, mas três deles (Saúde, Telefonia e Transporte Aéreo) destacaram-se
concentrando 64,0% do aumento nos custos dos produtos vendidos. As margens líquidas não caíram
de forma mais intensa em virtude da menor despesa financeira líquida; no caso do setor de Serviços
(sem energia elétrica), a queda dessa despesa como proporção da receita líquida foi menor (de 4,4%
para 3,5%) na comparação com a Indústria de Transformação.
Dentre os 12 subsetores acompanhados no segmento de Serviços (sem energia elétrica), oito
obtiveram alta na margem líquida de lucro, com destaque para Exploração de Imóveis, Hotelaria, Lo-
gística e Comunicação. Em sentido contrário e com peso nesse conjunto, as empresas de Telefonia
e Concessionárias de Rodovias reduziram as suas margens com quedas no volume de lucro líquido.
Os dados do comércio foram influenciados pela incorporação das Casas Bahia ao grupo Pão
de Açúcar. A receita líquida e os custos dos produtos vendidos cresceram em nível elevado (acima de
50%) em virtude desse processo (ver Tabelas A1 e A2, anexas ao final deste artigo). No agregado, a
margem líquida de lucro diminuiu para 1,7% no primeiro semestre de 2011 (1,5 pontos percentuais
abaixo do observado em 2010). A queda da rentabilidade manifestou-se em três dos quatro subse-
tores acompanhados, especialmente no Comércio Varejista e na Distribuição de Gás. No primeiro
subsetor, a elevação em U$ 1,0 bilhão nas despesas financeiras, provavelmente em função da incor-
poração acima citada, fez com que a participação desse gasto na receita líquida crescesse para 3,4%
no primeiro semestre de 2011 reduzindo o lucro líquido e, consequentemente, a margem líquida de
lucro em relação ao primeiro semestre de 2010.
perspectivAs
A preocupação com a situação financeira das grandes empresas de capital aberto no Brasil
faz sentido, hajam vistas as dificuldades ocorridas no auge da crise de 2008, quando um conjunto de
empresas fez apostas no mercado de derivativos cambiais e, se não fossem socorridas pelo BNDES,
quase sucumbiram. Hoje praticamente essas operações estão extintas no mercado e as variações
cambiais relevantes, como a que estamos assistindo hoje em dia, impactam de forma distinta, via
dívida em moeda estrangeira. Assim, se a desvalorização do real for mantida até o final do ano em
um contexto de perda de rentabilidade da Indústria de transformação, a lucratividade das empresas
ficará ainda mais comprometida via elevação das despesas financeiras.
20 temas setoriais BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011
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Estudo recente da Economatica (setembro de 2011) compilou o estoque de dívida em moeda (7) Do universo acompanhado
pela Economatica, 76 empresas
estrangeira de um conjunto de 241 empresas de capital aberto7 e simulou o impacto da desvalo- ficaram de fora em função de
não terem publicado a dívida
rização do real sobre a lucratividade medida pelo Ebit. O estoque de dívida estrangeira (excluída a em moeda estrangeira nos seus
relatórios padrões (ITR) entre-
Petrobras), no final de junho de 2011, atingiu o montante de U$ 51,4 bilhões, que se transformaram gues à CVM, dentre elas a Vale
do Rio Doce, a CSN, a Gerdau e
em R$ 80,3 bilhões convertidos pelo dólar Ptax de venda em 30 de junho (R$ 1,56). Estimando esse a Usiminas, dentre outras. Es-
sas empresas podem ter dados
mesmo estoque de dívida pelo dólar Ptax de venda em 30 de setembro de 2011 (R$ 1,84), o montan- sobre as dívidas em moeda es-
trangeira, em notas explicativas,
te de dívida alcançaria a cifra de R$ 95,3 bilhões. Assim, no trimestre julho-setembro a expansão em que não foram processados no
reais da dívida denominada em moeda estrangeira seria de R$ 15, 1 bilhões. Para essa amostra de sistema da Economatica.
empresas o lucro Ebit no segundo trimestre de 2011 foi de R$ 25,4 bilhões. Na hipótese de o lucro
esperado no terceiro trimestre ser da mesma magnitude do observado no segundo trimestre, o custo
financeiro relacionado à desvalorização do real alcançaria 59,5% de todo o Ebit do conjunto de empre-
sas no terceiro trimestre de 2011. Na Tabela A4 anexa ao final do artigo (retirada do estudo citado),
estão arroladas setorialmente as dívidas, os lucros e as simulações entre o crescimento da dívida e a
variação do lucro Ebit.
Na pesquisa da Economatica não são consideradas as estratégias de hedge das empresas.
Nesse sentido, é provável que o impacto seja menor, uma vez que é grande a probabilidade de as
companhias terem feito hedge de suas dívidas em moeda estrangeira; porém, o custo de realizar
essa operação financeira também se ampliou recentemente no Brasil, com as medidas tomadas pelo
governo no sentido de conter o processo de especulação no mercado futuro de dólar.
Outra estratégia das grandes empresas para evitar transtornos patrimoniais mais graves, caso
a desvalorização do real avance, é manter elevada quantia de recursos disponíveis no ativo circulante
das companhias. No primeiro semestre de 2010, a conta disponível do ativo das 220 companhias
compiladas pelo Grupo de Economia da Fundap alcançou o montante de R$ 173,4 bilhões. Nos pri-
meiros seis meses de 2011 essa cifra caiu para R$ 167,7 bilhões, o que representou, em termos
comparativos, um valor superior ao desembolso do BNDES em 2010. Sem os recursos disponíveis da
Petrobras e da Vale do Rio Doce, o total das disponibilidades atingiu o valor de R$ 111,7 bilhões (ver
Tabela A5, anexa). No corrente ano, nota-se que as empresas optaram por diminuir o ritmo de opera-
ções de crédito, preferindo usar os recursos disponíveis no caixa e/ou nas aplicações financeiras para
honrar as suas despesas operacionais e investimentos.
Se o cenário internacional não for disruptivo, é grande a chance de o real permanecer desva-
lorizado em uma faixa de R$ 1,80, já que o patamar de reservas do país é elevado. Assim, caso esse
quadro se confirme, os impactos nos estoques privados de dívidas em moeda estrangeira seriam con-
tornáveis, embora alguns setores possam sofrer mais intensamente em função da maior exposição
do seu passivo ao dólar.
O fato novo relevante nos dados das grandes empresas no primeiro semestre de 2011 é
que, ao contrário de períodos anteriores, foi aberto um leque de possibilidades que se traduzi-
ram em queda da rentabilidade empresarial e alta localizada nas margens líquidas de lucro de
algumas empresas cuja receita é referenciada nas commodities. Ocorreram elevações significa-
tivas de custos domésticos em serviços e mão de obra, a concorrência externa aprofundou-se e
os preços de commodities mantiveram-se em nível elevado no plano internacional, o que afetou
de forma diferenciada a rentabilidade das empresas, segundo sua posição no mercado, sua
capacidade de suportar a concorrência externa ou de absorver, como lucro, os preços elevados
BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011 temas setoriais 21
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de produtos primários. O setor de Serviços, excluídas as empresas de energia elétrica, também
perdeu rentabilidade nesse contexto, mas a sua capacidade de gerar receitas foi preservada no
primeiro semestre de 2011, em relação ao padrão observado em 2010.
Anexos
TaBela a1. TaBela . eVolução da receiTa líQuida das grandes eMPresas
receita líquida (em r$ bilhões correntes)
setor Média Anual jun.11
jun.10 /
jun.07 jun.08 jun.09 jun.10 jun.11 de Crescimento /
jun.09
(2007 e 2009) jun.10
COMÉRCIO 17,0 20,9 23,0 29,7 46,6 16,2% 29,2% 57,1%
INDÚSTRIA 225,8 287,9 266,3 324,2 381,6 8,6% 21,8% 17,7%
Indústria (menos Petrobras) 145,1 186,4 179,1 220,2 265,3 11,1% 23,0% 20,5%
Indústria (menos Petrobras e Vale) 111,0 153,9 155,5 189,1 217,3 18,3% 21,7% 14,9%
SERVIÇOS 78,1 90,1 103,1 117,2 131,4 14,9% 13,7% 12,1%
Serviços (sem empresas de energia elétrica) 45,1 53,5 64,9 72,8 82,0 20,0% 12,2% 12,6%
COMERCIALIZÁVEIS 220,4 278,8 254,5 305,7 359,4 7,5% 20,1% 17,6%
NÃO COMERCIALIZÁVEIS 100,4 120,0 137,7 165,3 200,1 17,1% 20,0% 21,0%
total (menos Petrobras ) 240,2 297,4 305,1 367,0 443,3 12,7% 20,3% 20,8%
total (menos Petrobras e vale) 206,1 264,9 281,5 335,9 395,3 16,9% 19,3% 17,7%
total 320,9 398,8 392,3 471,0 559,6 10,6% 20,1% 18,8%
% do PIB 25,1 27,4 26,2 27,0 28,5 ─ ─ ─-
Fonte: Demonstrações financeiras de 220 empresas de capital aberto.
TaBelas a2. TaBela . eVolução do cusTo dos ProduTos Vendidos (cPV) das grandes eMPresas
cPv (em r$ bilhões correntes)
setor Média Anual jun.11
jun.10 /
jun.07 jun.08 jun.09 jun.10 jun.11 de Crescimento /
jun.09
(2007 e 2009) jun.10
COMÉRCIO 12,0 14,9 16,5 21,7 33,5 17,4% 31,3% 54,3%
INDÚSTRIA 140,3 190,8 184,0 220,5 261,5 14,5% 19,8% 18,6%
Indústria (menos Petrobras) 92,1 127,8 133,6 155,1 185,7 20,4% 16,1% 19,7%
Indústria (menos Petrobras e Vale) 77,4 112,4 120,0 140,8 166,8 24,5% 17,3% 18,5%
SERVIÇOS 47,3 56,6 65,5 74,2 83,2 17,6% 13,2% 12,1%
Serviços (sem empresas de energia elétrica) 26,7 32,4 39,6 43,7 49,4 21,9% 10,2% 13,1%
COMERCIALIZÁVEIS 137,4 185,9 177,0 209,0 247,2 13,5% 18,1% 18,3%
NÃO COMERCIALIZÁVEIS 62,2 76,3 89,1 107,4 131,0 19,7% 20,5% 22,0%
total (menos Petrobras ) 151,4 199,2 215,6 251,0 302,4 19,3% 16,4% 20,5%
total (menos Petrobras e vale) 136,8 183,8 202,1 236,7 283,5 21,5% 17,1% 19,8%
total 199,6 262,2 266,0 316,4 378,2 15,4% 18,9% 19,5%
Fonte: Demonstrações financeiras de 220 empresas de capital aberto.
22 temas setoriais BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011
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TaBela a3. TaBela . eVolução do lucro líQuido das grandes eMPresas
lucro líquido (em r$ bilhões correntes)
setor Média Anual jun.11
jun.10 /
jun.07 jun.08 jun.09 jun.10 jun.11 de Crescimento /
jun.09
(2007 e 2009) jun.10
COMÉRCIO 0,5 0,5 0,3 1,0 0,8 -19,5% 213,3% -16,7%
INDÚSTRIA 32,0 34,7 29,4 40,1 58,2 -4,0% 36,3% 45,1%
Indústria (menos Petrobras) 21,0 18,9 15,9 24,1 36,3 -13,1% 51,7% 50,6%
Indústria (menos Petrobras e Vale) 10,1 12,1 11,3 14,6 14,7 5,7% 29,4% 0,9%
SERVIÇOS 10,7 10,4 9,8 12,8 12,7 -4,0% 29,8% -0,6%
Serviços (sem empresas de energia elétrica) 4,9 4,7 4,0 6,9 6,4 -9,3% 72,5% -7,1%
COMERCIALIZÁVEIS 31,3 33,1 27,9 37,5 55,5 -5,5% 34,3% 48,0%
NÃO COMERCIALIZÁVEIS 11,8 12,5 11,6 16,3 16,2 -0,9% 40,2% -0,9%
total (menos Petrobras ) 32,2 29,9 26,0 37,8 49,8 -10,1% 45,3% 31,6%
total (menos Petrobras e vale) 21,2 23,1 21,4 28,3 28,2 0,4% 32,2% -0,3%
total 43,1 45,6 39,6 53,8 71,7 -4,2% 36,0% 33,2%
Fonte: Demonstrações financeiras de 220 empresas de capital aberto.
TaBela a4. díVida eM Moeda esTrangeira das grandes eMPresas de caPiTal aBerTo e iMPacTo da desValorização do real
dívida em moeda estrangeira (em milhares de r$) % do
dívida em moeda lucro ebit,
Quantidade crescimento
estrangeira 2o trim. 2011
de setor da dívida vs
(em milhares de (em milhares 30/jun./11 30/set./11 Variação
empresas lucro ebit,
us$, jun.11) de r$)
2o trim. 2011
34 Energia Elétrica 11.903.337 7.532.831 18.582.300 22.073.549 3.491.249 46,3
13 Alimentos e Bebidas 8.757.171 3.413.174 13.670.819 16.239.297 2.568.478 75,3
9 Telecomunicações 7.039.422 4.927.119 10.989.241 13.053.903 2.064.662 41,9
3 Papel e Celulose 6.987.240 147.322 10.907.780 12.957.137 2.049.357 1.391,1
58 Outros 5.193.681 3.035.260 8.107.856 9.631.163 1.523.307 50,2
5 Petróleo e Gás 2.747.556 65.326 4.289.209 5.095.067 805.858 1.233,6
14 Comércio 2.446.394 1.110.286 3.819.066 4.536.593 717.527 64,6
15 Veículos e Peças 2.226.054 685.274 3.475.093 4.127.995 652.902 95,3
8 Transporte e Serviços 2.046.093 232.165 3.194.155 3.794.274 600.119 258,5
18 Siderúrgica e Metalúrgica 746.176 167.625 1.164.855 1.383.708 218.853 130,6
4 Mineração 605.130 1.819.115 944.668 1.122.153 177.485 9,8
9 Química 417.249 40.738 651.367 773.746 122.379 300,4
18 Têxtil 251.794 238.288 393.076 466.927 73.851 31,0
21 Construção 53.984 1.159.822 84.274 100.107 15.833 1,4
3 Eletroeletrônicos 13.221 -152.647 20.640 24.518 3.878 -2,5
2 Máquinas Industriais 123 2.469 192 228 36 1,5
3 Software e Dados 0 885.875 0 0 0 0,0
2 Minerais Não Metálicos 0 6.984 0 0 0 0,0
1 Agro e Pesca 0 52.818 0 0 0 0,0
240 Total Brasil sem Petrobras 51.434.625 25.369.844 80.294.591 95.380.365 15.085.774 59,5
Petrobras Petróleo e Gás 46.880.516 12.213.526 73.185.174 86.935.229 13.750.055 112,6
241 Total Brasil com Petrobras 98.315.140 37.583.370 153.479.765 182.315.596 28.835.831 76,7
Dólar Ptax 1,5611 1,8544 18,79
Fonte: tabela retirada de estudo realizado pela Economatica, setembro de 2011
BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011 temas setoriais 23
24. GRUPO DE ECONOMIA / FUNDAP www.fundap.sp.gov.br
TaBela a5. eVolução do disPoníVel das grandes eMPresas
disponível (em r$ bilhões correntes)
setor Média Anual jun.11
jun.10 /
jun.07 jun.08 jun.09 jun.10 jun.11 de Crescimento /
jun.09
(2007 e 2009) jun.10
COMÉRCIO 3,9 4,1 4,5 4,9 6,0 7,4% 8,9% 21,5%
INDÚSTRIA 60,1 71,5 88,2 117,9 121,4 21,1% 23,5% 2,9%
Indústria (menos Petrobras) 42,3 60,4 78,2 93,7 86,7 36,0% 29,4% -7,5%
Indústria (menos Petrobras e Vale) 38,6 56,7 61,8 81,8 65,4 26,5% 9,1% -20,1%
SERVIÇOS 28,8 34,6 31,7 50,6 40,4 4,9% -8,6% -20,2%
Serviços (sem empresas de energia elétrica) 19,1 24,0 22,0 36,4 26,0 7,1% -8,6% -28,7%
COMERCIALIZÁVEIS 55,2 66,3 83,4 107,3 115,0 23,0% 25,8% 7,1%
NÃO COMERCIALIZÁVEIS 37,6 43,9 40,9 66,1 52,7 4,3% -6,7% -20,2%
total (menos Petrobras ) 75,0 99,2 114,3 149,2 133,0 23,5% 15,3% -10,8%
total (menos Petrobras e vale) 71,3 95,4 98,0 137,3 111,7 17,2% 2,7% -18,7%
total 92,8 110,2 124,4 173,4 167,7 15,8% 12,9% -3,3%
Fonte: Demonstrações financeiras de 220 empresas de capital aberto.
24 temas setoriais BOLETIM DE ECONOMIA [ 8 ] / outubro de 2011