O documento discute as condições climáticas adversas no Brasil em dezembro de 2014 e janeiro de 2015 e seus impactos na safra de café de 2015. Chuvas abaixo da média histórica e altas temperaturas prejudicaram o desenvolvimento das plantas e reduziram a estimativa da safra em estados como Minas Gerais e Espírito Santo. As perdas podem chegar a 50% da produção em algumas regiões.
Café, CNC, Funcafé, Minas Gerais, colheita, Cooxupé, Coopama, Brasil, Cepea, Araguari, café arábica, exportação, Porto de Santos, Vietnã, América Central
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CNC, café, Brasil, chuvas fracas, cafezais, Minas Gerais, Espírito Santo, irrigação, Monte Carmelo (MG), outorga suspensa para uso de água, CeCafé, exportações, agronegócio, Secex
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2º Estimativa da CONAB para Safra de café do Brasil maio_2013Revista Cafeicultura
Produção de 48,59 milhões de sacas de café é a maior da baixa bienalidade
A produção nacional de café (arábica e conilon ou robusta), safra 2013/14 é de 48,59 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado. É a maior safra de ciclo de baixa bienalidade já produzida no país. É o que aponta o 2º levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado hoje (14) em Brasília.
O resultado apresenta uma redução de 4,4% ou 2,23 milhões de sacas a menos, quando comparado à produção obtida na temporada anterior de 50,83 milhões de sacas. A queda se deve ao ciclo de baixa bienalidade na maioria das áreas do café arábica, que teve menos 5,1% ou 1,94 milhão de sacas, e menos 2,4% ou 298 mil sacas do conilon. Com isto, a produção do arábica chega a 36.407,6 mil sacas, 74,9% do volume produzido no país, enquanto que a do conilon vai a 12.184,4 mil sacas ou 25,1% do total nacional.
O estado de Minas Gerais, com 25,21 milhões de sacas de café arábica beneficiado é o maior produtor nacional. Já o robusta tem no estado do Espírito Santo o maior produtor dessa espécie, com 9,25 milhões de sacas.
Área - A área plantada com as espécies arábica e conilon totaliza 2.341,73 mil hectares. O resultado mostra um crescimento de 0,54% sobre a área de 2.329,36 mil hectares da safra anterior, com um aumento de 12.370 hectares. Minas Gerais concentra a maior área com 1.221,04 mil hectares, com predominância da espécie arábica de 98,8%. A área total estadual representa 52,66% da área cultivada nacional. A segunda maior participação é do conilon, no Espírito Santo, com 498.952 hectares. Desses, 311.067 hectares são do conilon e 187.885 hectares do arábica. (Raimundo Estevam / Conab)
Como a busca por um mundo mais saudável e sustentável se tornou um compromisso
importante na agenda de todos os governos, as empresas reconheceram que é mandatório
ser legal e bonzinho com a natureza para que possam disputar sua fatia do bolso do
consumidor. E como o setor agropecuário fica com essa história?
1. Comunicado TécnicoC A F É
As cotações do café arábica no mercado
internacional registraram grandes osci-
lações em janeiro, influenciadas pelas
condições climáticas adversas e incerte-
zas quanto ao tamanho e à qualidade da
safra cafeeira de 2015 no Brasil.
Notícias sobre a chegada de frente fria e
chuvas acabaram pressionando as cota-
ções no último mês. Contudo, as chuvas
têm sido pontuais, em pequenos volu-
mes e consideradas insuficientes para
recuperação das lavouras ou reversão
dos prejuízos já observados.
Em dezembro e janeiro, foram regis-
tradas precipitações abaixo da média
histórica e temperaturas elevadas em
importantes regiões produtoras, assim
como ocorreu na safra anterior. Estes
meses são determinantes tanto para o
desenvolvimento dos internódios das
plantas e quanto para o enchimento dos
grãos.
Edição 2 - Janeiro de 2015
Impactos das adversidades climáticas à safra cafeeira
Minas Gerais
Segundo a Fundação Procafé, em Vargi-
nha, município do sul de Minas Gerais, a
precipitação em dezembro foi 37% abai-
xo da média histórica (de 1974 a 2013).
Em relação ao acumulado de chuvas em
2014, foi registrado volume de 698,4
mm, muito inferior à média histórica, que
é de 1.472,3 mm, volume de chuvas que
representou apenas 47% da média.
Como resultado do déficit hídrico em
2014, a disponibilidade de água no solo
tem se mantido significativamente abaixo
Escaldadura das follhas - Janeiro 2015 - Cruzeiro da
Fortaleza/MG (Cerrado Mineiro) - Fonte: CaféPoint
da média histórica em regiões como Var-
ginha (MG), Carmo de Minas (MG) e Boa
Esperança (MG), também no Sul de Minas
(ver figura abaixo).
Estas condições atípicas geraram também
infestações de bicho-mineiro (Leucoptera
coffeella) acima da média de janeiro de
2014. O problema voltou a aparecer após
o veranico observado no mês passado, no
sul de Minas Gerais. O alerta é do pesqui-
sador da Epamig, Júlio César Souza, que
sugere aos cafeicultores que façam o mo-
nitoramento dos talhões e, se necessário,
o controle químico via pulverização, com
um inseticida eficiente.
No Cerrado mineiro, mesmo em lavouras
irrigadas, as plantas estão sentindo os
efeitos da falta de chuva. As altas tempe-
raturas estão ocasionando escaldaduras
nos cafezais, causando lesões nas folhas e
favorecendo a entrada de fungos e bacté-
rias, segundo a Associação dos Cafeiculto-
res da Região de Patrocínio (Acarpa).
Fonte: Boletim Fundação Procafé
Disponibilidade de água no solo (mm)
Método Thorthwaite & Mather - Varginha/MG
Balanço hídrico típico para a região 2013 2014
2. COMUNICADO TÉCNICO - CAFÉ é um boletim
elaborado pela Superintendência Técnica e
Assessoria de Comunicação da CNA
CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL
SGAN - 601 - CEP: 70.830-021 - Brasília/DF
(61) 2109 1419 - cna.comunicacao@cna.org.br
Espírito Santo
Paraná
Considerações Finais
Para o Espírito Santo, segundo maior
estado produtor de café, o Instituto Ca-
pixaba de Pesquisa, Assistência Técnica
e Extensão Rural (Incaper) estima, para
este ano, uma produção de conilon de
apenas 8,5 milhões. Em 2014, a produ-
ção bateu recorde, com 9,9 milhões de
sacas colhidas.
A recuperação dos preços do café no
mercado físico durante o ano de 2014
não foi suficiente para evitar a erradica-
ção de mais 4,7% da área plantada após
a colheita da última safra no estado do
Paraná. Os dados são do Departamento
de Economia Rural (DERAL).
Levantamento realizado pelo Departa-
mento em dezembro de 2014 projeta
uma produção, para 2015, de até 1,1 mi-
O tempo seco impediu que os cafeicul-
tores seguissem o calendário de aduba-
ções recomendado, assim como na safra
anterior. A maior parte deles realizou
apenas a adubação de novembro, alguns
poucos a de dezembro, e pouquíssimos
deles a de janeiro. A má nutrição das
plantas poderá agravar os problemas de
granação mencionados.
Mesmo sem considerar as condições ad-
versas de janeiro passado, a Fundação
De acordo com Incaper, mais da metade
do conilon plantado no Espírito Santo é
irrigado, mas os reservatórios baixaram
muito e o produtor não consegue dis-
ponibilizar a quantidade de água exigida
pela planta.
Depoimentos ainda mais assustado-
lhão de sacas, sem considerar as adversi-
dades climáticas que também atingiram
as regiões produtoras do estado em ja-
neiro de 2015.
Além disso, o relatório informa que a
prolongada estiagem e as altas tempe-
raturas registradas nos primeiros nove
meses de 2014 prejudicaram o cresci-
mento dos ramos produtivos. Houve,
ainda, os danos causados pelas geadas
Procafé reduziu a estimativa de 2015
para um volume entre 38,7 milhões e
43,6 milhões de sacas (arábica e coni-
lon), ante a projeção inicial de 43 mi-
lhões a 44 milhões de sacas.
Em 13 de janeiro, a Companhia Nacio-
nal de Abastecimento (Conab) divulgou
a primeira estimativa para a safra deste
ano, projetando colheita de 44,11 mi-
lhões a 46,61 milhões de sacas. Essas in-
formações referem-se aos trabalhos rea-
res foram feitos por presidentes de
sindicatos rurais do estado, que relata-
ram a possibilidade de perdas de 50%
da produção, com grandes prejuízos à
qualidade em virtude da má formação
de grãos “chumbinhos”.
de 2013, onde um índice de 15% da área
precisou ser recepada (poda baixa). As-
sim, todos estes fatores contribuíram
para que a próxima safra ainda não atinja
o potencial normal de produção.
Segundo a Federação de Agricultura e
Pecuária do Paraná (FAEP), o levanta-
mento a ser feito pelo DERAL em abril de
2015 poderá confirmar melhor os prejuí-
zos à safra paranaense de café.
lizados pela Companhia no período de 1 a
12 de dezembro, também sem considerar
as ocorrências de janeiro último.
Os preços da commodity devem se man-
ter firmes em 2015, à medida que as per-
das sejam confirmadas.Frente à perspec-
tiva de redução na produção e na renda
do beneficiamento do café, os custos de
produção devem ser elevados, já que a
maioria dos tratos culturais deve ser re-
alizada normalmente, inclusive a colheita.
Natália Fernandes
Assessora Técnica - CNA