GRANDES BANCOS PRIVADOS DEVEM TER AVANÇO LENTO DO CRÉDITO, MAS ATIVOS MELHORA...
Bancos públicos respondem por quase metade do crédito no Brasil
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Bancos públicos já respondem por quase metade do crédito no Brasil
Avanço. Dados do BC mostram que a participação da Caixa, BB e BNDES subiu de 44,4% para
49,2% em um ano, com a estratégia de reduzir juros e dar mais empréstimos, enquanto os bancos
privados adotaram uma postura cautelosa, com receio da inadimplência
25 de maio de 2013 | 2h 04
EDUARDO CUCOLO, RENATA VERÍSSIMO / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Os bancos controlados pelo governo já respondem por quase metade do crédito no País. A
participação de mercado de bancos públicos no crédito para consumidores e empresas
chegou a 49,2% em abril, depois que essas instituições lançaram no ano passado a política
agressiva de redução de juros.
A pesquisa mensal de crédito do Banco Central mostrou que os bancos estatais
registraram aumento de 29,1% na sua carteira de empréstimos nos 12 meses encerrados
em abril. Nos bancos privados, essa expansão foi de 6,3%.
Desde abril do ano passado, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal promoveram uma
série de cortes de juros, principalmente para o consumo, como parte da política do governo
para tentar acelerar o crescimento do País. O BNDES também manteve o ritmo acelerado
de liberação de dinheiro com juros subsidiados para empresas. Em abril de 2012, os
bancos públicos detinham 44,4% do mercado.
Os dados do BC mostram que, nesse período, a inadimplência nas instituições estatais ficou
estável, em 2% do total emprestado. Nas instituições privadas, esses atrasos caíram de
5,4% para 5,0% nos bancos de controle nacional, como Bradesco e Itaú Unibanco. Nos
bancos de controle estrangeiro, como o Santander, a inadimplência subiu de 5,2% para
5,5%. O governo diz que os bancos públicos têm menor inadimplência porque concentram
empréstimos em modalidades mais seguras, como os empréstimos habitacionais da Caixa.
Alberto Ramos, analista do Goldman Sachs, diz que os bancos privados ainda estão na
defensiva no crédito. E Andre Riva Gargiulo, analista de bancos do Grupo Bursátil
Mexicano (GBM), diz que a oferta de crédito por meio de bancos públicos ainda está muito
forte. "Esperamos mais para a frente que se inicie uma redução desse ritmo, mas de uma
maneira ainda muito gradual."
Crédito fraco. A pesquisa do BC mostrou ainda que as operações de crédito desaceleraram
pelo sexto mês consecutivo. O volume de empréstimos do chamado crédito livre (sem
subsídios do governo) cresceu 11% nos 12 meses encerrados em abril, a menor taxa em
três anos. A carteira de empréstimos para as famílias avançou 9%. Foi o quarto mês
seguido de expansão abaixo de dois dígitos. Para as empresas, o aumento de 13%
representou o sexto mês de desaceleração.
Segundo o BC, os dados mais fracos em abril, mês em que a liberação de novos
empréstimos caiu 4,2% em relação ao mesmo período de 2013, estão em linha com o
observado ao longo do primeiro quadrimestre, marcado pela moderação da atividade
/Economia
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econômica e contenção de expectativas de empresários e consumidores.
A inadimplência da pessoa física recuou de 8% em dezembro de 2012 para 7,5% em abril.
Já as taxas de juros ao consumidor subiram de 33,9% ao ano, em média, para 34,4%,
acompanhando a elevação da taxa básica (Selic) pelo Banco Central. Para as empresas, a
inadimplência se manteve em 3,7% e os juros médios subiram de 18% para 19,2% ao ano.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que o quadro é de
expansão moderada do crédito e que os bancos têm adotado uma posição mais cautelosa
desde meados do ano passado, depois de um período de inadimplência mais alta. "Essa
moderação no crédito livre é evidência disso." / COLABORARAM ALINE BRONZATI E
CYNTHIA DECLOEDT