Empresa calcula que atualmente existam 54,7 milhões de devedores negativados. Varejistas já notam queda na demanda por produtos de maior valor agregado e dependentes de financiamento
Regularização de dívidas em atraso cai 5,74% em setembro
Inadimplência cresce 3,76% em março
1. Número de consumidores com contas atrasadas
cresce 3,76% em março, aponta SPC Brasil
Empresa calcula que atualmente existam 54,7 milhões de devedores negativados. Varejistas já
notam queda na demanda por produtos de maior valor agregado e dependentes de financiamento
O número de consumidores com contas atrasadas no mês de março aumentou
3,76% ― em relação a março do ano passado―, de acordo com o banco de dados
ao qual o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas) têm acesso. Este resultado representa uma
aceleração, quando comparado com a sondagem de fevereiro deste ano (2,33%),
mas fica muito próximo da alta registrada em março de 2014, quando o aumento
fora de 3,46%. Também foi verificado o mesmo movimento com a quantidade de
dívidas não pagas: a elevação em março foi de 3,46%, acima dos 1,81%
registrados em fevereiro e semelhante ao crescimento de 3,50% em março do ano
passado.
Quantidade de Devedores Quantidade de Dívidas
Variação anual Variação anual
Existem dois fatores que atuam de forma contrária sobre os números de
inadimplência, que mantêm as variações positivas em relação aos dados do ano
passado, mas sem fazer com que haja uma tendência declarada de aceleração. O
primeiro deles diz respeito aos efeitos da atual conjuntura macroeconômica
desfavorável, que têm dificultado o pagamento das contas de um modo geral ― por
conta da inflação elevada, do alto custo das taxas de juros e da piora dos dados de
emprego e de renda. Por outro lado, houve a partir de 2013 e com mais
intensidade em 2014, um recuo na demanda e na oferta de crédito na economia
brasileira, o que tende a frear a inadimplência do consumidor.
“Os varejistas brasileiros já notam uma queda na demanda dos consumidores por
produtos de maior valor agregado e dependentes de financiamento como
eletrodomésticos da linha branca, automóveis, móveis e materiais de construção”,
afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Já pelo lado dos bancos, a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti,
explica que as instituições financeiras passaram a ser bem mais rigorosas e
2. criteriosas na hora de conceder financiamentos, fato que colaborou a reduzir a
oferta de crédito na economia.
Negativados representam 37,5% da população entre 18 e 95 anos
Em números absolutos, o SPC Brasil estima que em março deste ano havia 54,7
milhões de consumidores negativados, número equivalente 37,50% da população
entre 18 e 95 anos.
Bancos lideram as dívidas em atraso
Bancos é o setor credor que concentra a maior fatia do total de dívidas em atraso
no banco de dados do SPC Brasil, com 47,71% ― representando quase a metade
das pendências da base. O comércio vem em segundo lugar, com 20,42% do total.
A maior contribuição para a alta anual de 3,46% veio justamente do setor de
bancos, que além de concentrar boa parte das dívidas, apresentou variação acima
da média, de 4,55%, em relação a março do ano passado. “Isso significa uma
contribuição de 2,15 pontos percentuais”, afirma Kawauti.
Quantidade de Dívidas por setor credor
Participação emmarço/2015 Impactos sobrea variação anual (mar/15)
(em pontos percentuais)
Total 3,46%
Água e Luz 0,59
Comércio -0,17
Comunicação 1,46
Bancos 2,15
Outros -0,57
Fonte: SPC Brasil
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