O documento discute o aumento da inadimplência de empresas no Brasil em março de 2015. O número de empresas inadimplentes cresceu 7,04% em relação a março do ano passado e as dívidas em atraso aumentaram 6,36%, atingindo o maior nível desde 2013. O Nordeste teve o maior aumento (7,92%) e o setor de serviços contribuiu mais para o crescimento geral da inadimplência, apesar de ter tido um aumento menor. A economista mencionada no texto afirma que é cedo para determin
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Inadimplência das empresas volta a crescer em março e registra alta de 7,04%
1. Inadimplência das empresas volta a crescer em março
e registra alta de 7,04%, aponta o SPC Brasil
Piora do cenário macroeconômico também atinge os empresários brasileiros. Indicador
anual de dívidas em atraso sobe para 6,36% e está entre os maiores já registrados
O número pessoas jurídicas inadimplentes voltou a acelerar em março deste ano
e cresceu 7,04%, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O
levantamento é do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL
(Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Além do aumento no número de
empresas inadimplentes, a aceleração atingiu também a variação da quantidade
de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas (6,36% a mais em março
deste ano, em relação a março do ano passado).
“A atual situação da economia brasileira tem gerado um ciclo vicioso, difícil de
interromper. Como a inflação e as taxas de juros estão altas, as vendas caem e
as empresas empregam e investem menos. Os efeitos negativos são percebidos
nas quedas das vendas no varejo e na produção industrial. Dessa forma, temos
queda de confiança tanto do empresário, quanto do consumidor. Esse resultado
se traduz em inadimplência de ambas as partes, como os indicadores têm
apontado”, analisa o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Além da piora na conjuntura econômica brasileira, os dados refletem também a
menor base de crédito da economia que impede que a aceleração seja ainda
mais pronunciada. Os números apurados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) mostraram queda acumulada em 12 meses de 14% na
produção de bens de capital. Esses produtos, na avaliação dos economistas,
compõem boa parte dos investimentos das empresas e o forte recuo mostra que
os investimentos, a maioria dependente de financiamentos, também têm caído.
Alta anual de 6,36% nas dívidas em atraso
O total de dívidas em atraso de pessoas jurídicas registrou alta anual de 6,36%
em março de 2015, voltando ao nível que já havia sido verificado em dezembro
de 2014 (6,45%), quando foi registrado o maior crescimento anual desde
setembro de 2013.
Para a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, mesmo com essa piora
constante no indicador de dívidas em atraso, ainda é cedo para afirmar que se
trata de uma tendência explícita. “Os dados de dívidas ainda estão muito
voláteis. Desde meados de 2014, as variações estão bem parecidas e influências
2. opostas. Então, ainda é cedo para dizer em tendência anunciada de piora”,
completa Kawauti.
Alta de 7,92% no Nordeste supera a média nacional
A pesquisa apresentou também o número de dívidas por região em que reside o
devedor. O principal destaque veio do Nordeste, que apresentou uma forte alta
anual de 7,92% em março de 2015 e foi a única região com crescimento acima
da média nacional. Em seguida, vem a região Sudeste que registrou crescimento
de 5,47% no número de dívidas não pagas. Por outro lado, a região com
crescimento anual mais modesto foi o Centro-Oeste, com alta de 3,00%.
“Por ser uma região que cresceu muito e de forma acelerada na última década, o
Nordeste ainda está aprendendo a lidar com os novos instrumentos de
financiamento”, justifica a economista sobre a alta variação anual da região.
Número de dívidas Número de dívidas
Variação Anual – por região(mar/15) Variação Anual - por segmento (mar/15)
Fonte: SPC Brasil.
Na variação por segmento, Serviços (que inclui Bancos, Transporte, Alimentação
e Hotelaria, Educação e Serviços domésticos), apesar de não ter sido a categoria
com maior alta, ganha destaque por ter sido o setor que mais contribuiu com a
alta do número de dívidas em atraso de empresas: 3,19%. Este segmento
apresentou alta de 4,43% no número de pendências e teve participação de
70,67% junto ao total de compromissos não pagos em todo o país. Mas a análise
mostra que, no caso das empresas devedoras, todos os segmentos
apresentaram alta anual da inadimplência, com exceção à divisão outros.
Segundo Kawauti, a variação anual do segmento Serviços é baixa por ser um
setor com grande participação. “Esta categoria desenvolve atividades maduras,
como os bancos, que já têm um alto índice de inadimplência. Então, não é
3. qualquer variação que reflete nos gráficos do levantamento, as dívidas deveriam
crescer significativamente para mudar os dados do estudo”, completa a
economista.
Metodologia
Os indicadores de inadimplência sumarizam todas as informações disponíveis nas
bases de dados do SPC Brasil. A abrangência é nacional, com informações de
capitais e interior de todos os 26 estados da federação, além do Distrito Federal.
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