AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS COM TECNOLOGIAS DIGITAIS NO 3.º CICLO DO ENSINO BÁSICO: PERCEÇÕES E PRÁTICAS DOS PROFESSORES
1. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS COM
TECNOLOGIAS DIGITAIS NO 3.º CICLO
DO ENSINO BÁSICO: PERCEÇÕES E
PRÁTICAS DOS PROFESSORES
Teresa Fernandes
Orientação: Joana Viana
Nuno Dorotea
Doutoramento
TIC em Educação
Junho de 2023
3. Tecnologias Digitais na Educação
Motor de mudança que pode levar à melhoria dos resultados de
aprendizagem dos alunos, na medida em que oferecem oportunidades
para a personalização do ensino e adaptação às necessidades individuais
do aluno (OECD, 2018).
“constituem recursos estratégicos para desenhar e constituir espaços de
aprendizagem inovadores, criar condições para a adoção de pedagogias
ativas e melhorar as aprendizagens dos alunos” (Pedro & Matos, 2019, p.
302)
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4. Professores
Um professor além de dominar as tecnologias emergentes, precisa de ter a
capacidade de identificar as oportunidades do uso das tecnologias digitais no
ensino e na aprendizagem, e assim, de ser capaz de estabelecer um vínculo entre
os seus alunos e os avanços tecnológicos vividos na atualidade (Raposo-rivas e
Cebrián-de-la-serna, 2019)
Tipos de professores de acordo com o uso das TD (Lagarto & Marques, 2019):
• Usam como suporte ao discurso e mantêm as mesmas práticas;
• Usam como ferramenta de ilustração e motivação dos seus alunos;
• Usam para orientar os seus alunos para que utilizem as TD e para serem eles
próprios a produzir e construir as suas aprendizagens. 4
Tecnologias Digitais na Educação
5. (Balanskat et al., 2006; Lagarto & Marques, 2019; S. Castro et al., 2007; Tinoca et al, 2007)
• Aprendizagem mais centrada no aluno
• Apropriação de conhecimentos e desenvolvimento de competências por meio
da exploração, pesquisa e experimentação
• Aprimoramento de competências de expressão e criatividade
• Incentivar e manter o interesse, a motivação, a interação através do trabalho
colaborativo e de grupos de discussão
• Maior grau de interdisciplinaridade, aprendizagem cooperativa, alfabetização
digital e audiovisual
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Contributo das Tecnologias Digitais na Educação
6. Contributo das Tecnologias Digitais para a
Avaliação das Aprendizagens
• Diferentes formas de avaliar
• Avaliar competências e tarefas mais complexas
• Feedback: diferentes formas, rápido, oportuno, direcionado
• Maior flexibilidade
• Práticas colaborativas de aprendizagem e de avaliação
• Aumento da acessibilidade
(Christen & Ortiz, 2015; Looney, 2010; Pauli & Ferrell, 2020; Timmis et al., 2016)
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7. • Feedback imediato, detalhado e em diferentes formatos (texto, áudio, vídeo)
• Capacitar os alunos para se tornarem avaliadores
• Aumentar a colaboração dos alunos
• Correção, classificação e produção de forma imediata e automática
• Acessibilidade a resumos das respostas dos alunos
(Dalby & Sawn, 2019; Dorotea, 2014; Looney, 2010; Cosi et al., 2020)
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Contributos das Tecnologias Digitais para a
Avaliação formativa
8. Problema
Como é que os professores do 3.º CEB integram as tecnologias digitais
na avaliação das aprendizagens?
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9. Questões de investigação
Questão 1 – Quais são as perceções dos professores do 3.º CEB sobre a
avaliação das aprendizagens utilizando as tecnologias digitais?
Questão 2 – De que modo é que os professores do 3.º CEB usam as tecnologias
digitais nas suas práticas de avaliação das aprendizagens?
Questão 3 – Quais são os desafios e oportunidades que os professores do 3.º
CEB identificam na integração das tecnologias digitais nas suas práticas de
avaliação das aprendizagens?
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10. Relevância do estudo “the skills and competences needed for work and life
in the 21st century are continuously evolving”
(Redecker & Johannessen, 2013, p.2)
“(novos) desafios à escola, ao desenho e à
organização das situações formais de aprendizagem,
relativos a dimensões de natureza essencialmente
curricular” (Viana et al., 2017, p.193)
"Technologies have many functions and possibilities
to improve these processes of diagnostic assessment,
summative and formative, customize teaching,
communicating and reflecting on what has been
learned, making feedback more interactive and
instantaneous, more motivating activities, easier and
faster to manage evaluation data" (Raposo-rivas e
Cebrián-de-la-serna, 2019, p. 1)
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Tecnologias
Digitais
Avaliação das
Aprendizagens
Currículo
11. Opção Vocacional
Informática
Ensino Secundário
1978 1985
Projeto Minerva
1996
Programa Nónio
Século XXI
2001
TIC como formação
transdisciplinar
Ensino Básico e
Secundário
2005
Ensino obrigatório
das TIC
2008
ERTE/PTE
Metas curriculares de
TIC
7.º e 8.º anos de
escolaridade
2012 2018
Área de competências
Aprendizagens
essenciais
2020
Plano de Ação
para
a Transição Digital
Contexto
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Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de
julho, da Presidência do Conselho
de Ministros (2018):
“parte integrante do ensino e da aprendizagem, tendo por objetivo
central a sua melhoria baseada num processo contínuo de intervenção
pedagógica” (ponto 1 do art.º 22º da secção III)
“A avaliação formativa assume caráter contínuo e sistemático, ao serviço das aprendizagens, recorrendo a uma
variedade de procedimentos, técnicas e instrumentos de recolha de informação, adequados à diversidade das
aprendizagens, aos destinatários e às circunstâncias em que ocorrem.” (ponto 1 do art.º 24.º da secção III)
15. Para quê?
Questionário
Entrevista
Observação
de aulas
Descrever as perceções dos professores do 3.º ciclo do ensino
básico sobre a avaliação das aprendizagens utilizando as
tecnologias digitais
Caraterizar as práticas de avaliação das aprendizagens dos
professores do 3.º ciclo do ensino básico utilizando as
tecnologias digitais
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16. A quem?
Fase 1
Questionário
Fase 2
Entrevista
Observação de aulas
Professores do 3.º CEB de Portugal
Continental, das várias áreas disciplinares
Professores do 3.º CEB de Portugal
Continental, das várias áreas disciplinares,
a lecionar em 2 Agrupamentos de Escolas
do Alentejo Litoral.
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17. Resultados esperados
• Documentar a visão dos professores do 3.º CEB sobre a avaliação das
aprendizagens utilizando tecnologias digitais
• Caraterizar as práticas de avaliação das aprendizagens dos professores do
3.º CEB utilizando as tecnologias digitais
• Identificar as oportunidades e os desafios do uso das tecnologias digitais na
avaliação
• Contribuir para o aumento da investigação empírica relativamente à
integração das tecnologias digitais na avaliação das aprendizagens,
nomeadamente no 3º CEB
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18. GRATA PELA VOSSA ATENÇÃO!
Doutoramento
TIC em Educação
Junho de 2023
Notas do Editor
Bom dia
O meu nome é Teresa Fernandes, sou aluna ddo Doutoramento TIC em Educação, no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa
Começo por cumprimentar todos os presentes e agradecer desde já todos as sugestões e contributos para a melhoria deste trabalho.
O título deste trabalho é: AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS COM TECNOLOGIAS DIGITAIS NO 3.º CICLO DO ENSINO BÁSICO: PERCEÇÕES E PRÁTICAS DOS PROFESSORES
É orientado pela professora Joana Viana e co-orientado pelo professor Nuno Dorotea
O tema selecionado para este estudo foi “Avaliação das aprendizagens usando as tecnologias digitais”
É reconhecido que as tecnologias digitais constituem um motor de mudança que pode levar à melhoria dos resultados de aprendizagem.
Podem contribuir para a criação de ambientes de ensino e aprendizagem nos quais sejam realizadas atividades voltadas para a construção do conhecimento e nos quais a aprendizagem se torne significativa. São um veículo facilitador do processo de ensino e de aprendizagem, com o professor no lugar de mediador e com o aluno num papel mais ativo e participativo no seu processo de aprendizagem.
A quantidade e diversidade de tecnologias digitais é muito ampla, pelo que, para se selecionar o meio adequado, não é suficiente conhecer como se manuseia tecnicamente, mas também conhecer os pontos fortes e fracos ao nível pedagógico.
De acordo com a finalidade com que os professores usam as tecnologias ter-se-ão, segundo Lagarto e Marques, diferentes tipologias de professores.
São vários os contributos do uso das tecnologias digitais para a aprendizagem tal como defendem vários autores: permitem por exemplo uma aprendizagem mais centrada no aluno, incentivar o trabalho colaborativo, o desenvolvimento de diversas competências
A integração de tecnologias digitais na avaliação das aprendizagens permite diferentes formas de avaliar, assim como avaliar outras competências que não poderiam ser avaliadas em atividades analógicas.
Permitem diferentes formas de feedback, um feedback rápido e em mais momentos, mais oportuno e direcionado e, desta forma, o feedback torna-se mais alinhado com a tarefa desenvolvida pelo aluno e possibilita a autorregulação da sua aprendizagem.
Também em relação à avaliação formativa, são identificados diversos contributos, como por exemplo melhorar a qualidade do feedback na medida em que é imediato, mais detalhado e em diferentes formatos; capacitar os alunos para se tornarem avaliadores; Correção, classificação e produção de forma imediata e automática
Da revisão da literatura sobre o tema emergiu, assim, o seguinte problema
Como é que os professores do 3.º CEB integram as tecnologias digitais na avaliação das aprendizagens?
Decorrente do problema foram definidas as seguintes questões de investigação
Questão 1 – Quais são as perceções dos professores do 3.º CEB sobre a avaliação das aprendizagens utilizando as tecnologias digitais?
Questão 2 – De que modo é que os professores do 3.º CEB usam as tecnologias digitais nas suas práticas de avaliação das aprendizagens?
Questão 3 – Quais são os desafios e oportunidades que os professores do 3.º CEB identificam na integração das tecnologias digitais nas suas práticas de avaliação das aprendizagens?
Da revisão da literatura, poucos são os estudos sobre o tema que se tenham realizado em contextos de ensino não superior, o que reforça a relevância do desenvolvimento deste trabalho situado neste nível de ensino, 3.º ciclo do ensino básico.
A avaliação das aprendizagens é realizada no seio de um dado contexto curricular a nível nacional, que é orientado hoje por um referencial curricular, que poderá sofrer alterações, de acordo com as propostas de sociedade e de escola em que se constitui.
Com a introdução e constante evolução das tecnologias em todos os domínios da sociedade, a escola deve acompanhar e alinhar-se com o propósito de preparar cidadãos capazes de enfrentar os desafios resultantes dessa constante evolução. Este contexto coloca novos desafios à escola relativos a dimensões de natureza essencialmente curricular (desenho curricular e à organização das situações formais de aprendizagem). E a avaliação, sendo parte integrante do currículo, também se deverá adequar e alinhar neste sentido.
A integração de tecnologias digitais na avaliação das aprendizagens dos alunos permite novas e diferentes formas de avaliar, assim como avaliar outras competências que não poderiam ser avaliadas. As tecnologias digitais têm também um papel importante ao nível do feedback transmitido aos alunos sobre o seu desempenho escolar.
Portugal tem vindo a apostar não só na capacitação digital dos alunos através essencialmente da integração da disciplina TIC no currículo, como também no desenvolvimento de competências digitais dos professores, apostando-se na formação contínua – através dos Centros de Formação de Associação de Escolas, do Plano Tecnológico da Educação e mais recentemente, o Plano de Ação para a Transição Digital que além de apostar na melhoria da literacia digital dos alunos, apresenta-se como uma oportunidade de reforço de competências e conhecimentos dos docentes, visando torná-los capazes de integrar as tecnologias de informação e comunicação no seu desempenho quotidiano, na vida dos alunos, nas práticas de aprendizagem.
A avaliação é considerada como elemento sistémico do processo de ensino e de aprendizagem. Sinal desta importância é o estabelecimento dos princípios orientadores da avaliação das aprendizagens ao longo das diversas alterações curriculares.
No Decreto-Lei no 55/2018, de 6 de julho, define-se que a avaliação é parte integrante do ensino e da aprendizagem. Neste documento a avaliação assume funções de regulação do ensino e da aprendizagem, de orientação do percurso escolar dos alunos e de certificação das aprendizagens realizadas,
em que a avaliação formativa assume um caráter contínuo e sistemático, ao serviço das aprendizagens, apelando-se ao recurso de uma variedade de procedimentos, técnicas e instrumentos de recolha de informação.
Este é um estudo descritivo que se complementa com dados quantitativos, de modo a ampliar a possibilidade de compreensão do fenómeno e dos significados que os sujeitos lhe atribuem.
Se, por um lado, o conhecimento das perceções sobre a avaliação das aprendizagens utilizando as TD de um grupo alargado de docentes, com eventual possibilidade de generalização, é interessante, apelando assim ao uso de metodologias quantitativas que facilitam o acesso a grandes números, oferecendo assim uma visão global da realidade em estudo, por outro lado, o acesso particular à realidade vivida por esses docentes, a compreensão mais próxima da realidade do seu trabalho pode ser conseguida através de metodologias qualitativas.
Assim, optou-se por um design sequencial explanatório, uma vez que em função dos resultados do questionário serão definidos os objetivos para criar os guiões de entrevistas e de observação de aulas, no sentido de aprofundar, entender melhor os dados recolhidos no questionário
A Fase 1 inclui a construção do questionário (consubstanciado pela revisão da literatura), a validação (por especialistas), a aplicação a uma amostra piloto, a validação interna e a aplicação da versão final do questionário, com distribuição online a nível nacional, e a Análise dos dados.
A Fase 2 inclui a construção de guiões para as entrevistas a professores e para a observação de aulas, em função dos dados obtidos no questionário e da revisão da literatura, a validação dos instrumentos e a recolha e análise dos dados.
Para a consecução desta fase, pretende-se primeiro entrevistar os sujeitos, no sentido de aprofundar os dados recolhidos no questionário, além de que se considera que será uma excelente oportunidade para criar uma certa empatia entre o investigador e o sujeito para depois então observar as aulas.
Na fase das conclusões ou interpretação – Resultados – comenta-se sobre como as descobertas qualitativas ajudaram a explicar os resultados quantitativos.
Pretende-se utilizar o questionário e a entrevista com propósitos comuns embora em diferentes graus de profundidade e orientação.
Questionário, para obter, de forma sistemática, informação da população em estudo sobre as perceções relativamente à avaliação das aprendizagens utilizando as tecnologias digitais
Entrevista, para aprofundar a visão do fenómeno pelos sujeitos
Mas o que se obtém, quer no questionário quer nas entrevistas, é o discurso dos professores, pelo que se pretende complementar o estudo com a Observação de aulas, de modo a ter uma visão sistémica, integrada e profunda das práticas de avaliação das aprendizagens dos professores do 3.º ciclo do ensino básico utilizando as tecnologias digitais
O questionário será distribuído online a nível nacional a professores do 3.º ciclo do ensino básico, das várias áreas disciplinares, do ensino público, de Portugal Continental.
(Considerando as disciplinas que constituem a matriz curricular do 3.º ciclo do ensino básico, definem-se as seguintes áreas disciplinares: Português e Línguas Estrangeiras, Matemática e Ciências Experimentais, Ciências Humanas e Sociais, e Expressões e Tecnologias)
(O questionário será distribuído a nível nacional através dos endereços de email dos agrupamentos, solicitando que reencaminhem para todos os professores do Agrupamento de Escolas ou Escola Não Agrupada. Adicionalmente será enviado um pedido de divulgação junto dos 91 Centros de Formação de Associação de Escolas, para mais facilmente chegar a todos os professores)
Para a segunda fase do estudo pretende-se contactar pessoalmente um professor do 3º ciclo do ensino básico, de cada uma das áreas disciplinares, de 2 Agrupamentos de Escolas do Alentejo Litoral.
Espera-se com esta investigação
documentar a visão dos professores do 3.º ciclo do ensino básico sobre a avaliação das aprendizagens utilizando as tecnologias digitais;
caraterizar as práticas de avaliação das aprendizagens dos professores do 3.º ciclo do ensino básico utilizando as tecnologias digitais
identificar as oportunidades e os desafios do uso das tecnologias digitais na avaliação
e desta forma contribuir para o aumento da investigação empírica relativamente à integração das tecnologias digitais na avaliação das aprendizagens, nomeadamente no 3.º CEB.
Grata pela vossa atenção
Terminei a minha apresentação