2. DEFINIÇÕES
Anatomia
A Anatomia é a ciência que estuda a constituição e o desenvolvimento dos seres
organizados. Neste contexto nos deteremos aos achados anatômicos considerados
fundamentais para o reconhecimento dos sistemas orgânicos humanos e seus órgãos
constituintes, entretanto, para facilitar o estudo dos variados e complexos sistemas, faz-
se necessário uma introdução sobre alguns conceitos de extrema importância para a
aplicação prática da Anatomia tais como: planos de delimitação e secção do corpo
humano, termos de posição e direção, eixos do corpo humano e conceitos de variação e
normalidade em Anatomia. A anatomia humana é um ramo da Biologia que estuda os
sistemas do corpo humano e o funcionamento dos mesmos. Para isso, é necessário
entender o que é homeostase e a sua importância. No nosso corpo, existem órgãos e
complexos sistemas que inter-reagem uns com os outros, de forma a garantir que as
funções vitais do organismo estejam em funcionamento.
3. Em geral, se algum fator se torna excessivo ou deficiente,
um sistema de controle inicia um feedback negativo, que
consiste em uma série de alterações que recuperam o
valor médio do fator, mantendo assim a homeostasia.
A manutenção da homeostasia mantêm a vida das
células e consequentemente, a do organismo;
Homeostasia é a manutenção constante do
equilíbrio entre o meio interno e externo.
4. Fisiologia
A fisiologia é uma ciência que pesquisa as funções dos seres
vivos. A fisiologia humana estuda a função de cada parte do
corpo e tem uma grande ligação com a anatomia humana.
A microbiologia é o ramo da Biologia que estuda os
microrganismos.
Os microrganismos são seres vivos de tamanho pequeno,
cujas dimensões não permitem que sejam observados a olho
nu pelo homem. Assim, eles só podem ser visualizados ao
microscópio.
5. Célula
É a menor porção estrutural e funcional que constitui o ser vivo, só podendo
ser observada, na maioria dos casos, em microscópio.
As células no organismo humano apresentam dimensões variadas,
dependendo de sua localização.
Constitui-se, entre outros
elementos, de:
• Membrana citoplasmática
• Citoplasma
• Núcleo.
6. Pela forma da célula
podemos identificar
sua localização.
7. Membrana Citoplasmática
É a camada mais externa, envolvendo a célula.
Tem, entre outras funções, as de sustentação e
proteção da célula. Regula a entrada e saída de
substâncias da célula.
Citoplasma
É o conteúdo celular compreendido entre o
núcleo e a membrana celular.
É uma substância viscosa onde existem várias
ORGANELAS (órgãos celulares), responsáveis
por diversas funções da célula.
Núcleo
É um corpúsculo que existe imerso no
citoplasma, geralmente no centro da célula.
As principais funções do núcleo são o
crescimento e a reprodução celular.
8. Variação Anatômica
Como o objeto de estudo da Anatomia Humana é o
corpo humano, fazem-se necessárias algumas
considerações sobre ele. Nos agrupamentos humanos
há evidentes diferenças morfológicas, denominadas
variações anatômicas, que aparecem em qualquer um
dos sistemas do organismo, sem prejuízo funcional.
9. A posição anatômica é uma posição de referência e
padronizada.
Na figura ao lado, externamente os indivíduos A e B
são diferentes, mas nenhum apresenta prejuízo do
equilíbrio na posição bípede. Este é um exemplo de
variação anatômica sem prejuízo funcional, embora
diferentes, ambos conseguem fazer a mesma
função.
10. Um exemplo pode ser visto na figura
abaixo, onde em dois organismos
humanos, uma artéria pode se dividir em
duas ao nível da fossa do cotovelo
(indivíduo A), em outro ao nível da axila
(indivíduo B). Onde a artéria se bifurca
varia, mas a função da artéria de irrigar o
membro superior continua preservada.
11. A idade é responsável por alterações
anatômicas evidentes.
Desde a fase intrauterina até a velhice nosso corpo
passa por inúmeras transformações.
Pelo fator sexo (masculino ou feminino) é possível
diferenciar indivíduos, devido às características
especiais, muito além da simples diferença de
órgãos genitais. Pela raça, um grupo humano se
distingue de outro devido a características físicas,
como por exemplo, pela cor da pele. Na grande
variabilidade morfológica humana há possibilidade
de reconhecer várias formas constitucionais, do tipo
médio aos tipos extremos e mistos. Os tipos são
chamados de brevilíneo, mediolíneo e longilíneo.
12. Brevilíneos
São indivíduos atarracados, em geral
baixos, com pescoço curto, tórax de grande
diâmetro ântero-posterior, membros curtos
em relação à altura do tronco.
Mediolíneos
Apresentam caracteres
intermediários aos tipos
extremos.
Longilíneos
São indivíduos magros, em geral altos,
com pescoço longo, tórax muito
achatado ântero-posteriormente, com
membros longos em relação à altura do
tronco.
13. Divisão do Corpo Humano
O corpo humano se divide em: Cabeça, Pescoço, Tronco
e Membros.
• A cabeça está na extremidade superior do corpo, unida
ao tronco pelo pescoço.
• O tronco se subdivide em tórax e abdome.
• Os membros são órgãos pares e se subdividem em
superiores (torácicos) e inferiores (pélvicos).
• Os membros possuem uma raiz (cintura), que se une ao
tronco, e uma parte livre.
• Nos membros superiores a raiz (cintura escapular) é o
ombro e a parte livre se subdivide em braço, antebraço e
mão.
• Entre o braço e o antebraço tem-se o cotovelo e entre o
antebraço e a mão, o punho.
• Nos membros inferiores a raiz (cintura pélvica) é o
quadril e a parte livre se subdivide em coxa, perna e pé.
• Entre a coxa e a perna tem-se o joelho, e entre a perna
e o pé, o tornozelo.
• Na versão posterior da posição anatômica, temos na
parte posterior do corpo, o pescoço que recebe o nome
de nuca, o tronco de dorso e as nádegas correspondem à
região glútea.
14. Planos e Delimitações do Corpo Humano
Como sabemos existem dois planos verticais, um tangente ao ventre (plano ventral ou anterior) e outro ao dorso (plano dorsal ou posterior).
Estes e outros planos a eles paralelos são designados como planos frontais. O plano ventral e dorsal são atribuídos ao tronco. O plano
anterior e posterior se referem aos membros. São dois os planos verticais tangentes ao lado do corpo, chamados de planos laterais direito e
esquerdo. Os dois planos horizontais tangenciam a cabeça (plano superior ou cranial) e à planta dos pés (plano inferior ou podálico).
15. Os termos, proximal e distal são empregados para designar posição nos
membros, conforme a distância entre a estrutura e a raiz do membro.
A estrutura que se situa entre uma proximal e distal será considerada média.
16. Planos e Eixos Anatômicos
As descrições anatômicas, tanto do corpo humano quanto
dos órgãos, são baseadas em 3 principais planos de
secção que passam através do corpo na posição
anatômica.
Plano Sagital ou plano sagital mediano ou plano mediano.
Plano Frontal ou coronal.
Plano Transversal.
17. Os eixos são linhas imaginárias que atravessam os planos do corpo
perpendicularmente para possibilitar movimentos. Lembrando que estes planos e
eixos serão sempre aplicados nas partes do corpo humano que permitem graus de
movimentos amplos (articulações diartrose).
18. Eixo Látero-Lateral: estende-se de um lado ao
outro, tanto da direita para esquerda quanto o
inverso, perpendicular ao plano sagital. Esse eixo
também é conhecido como Transversal ou
Horizontal. Esse eixo possibilita os movimentos
de flexão e extensão. Ex.: Articulação do ombro,
do cotovelo, etc.
19. Eixo Ântero-Posterior: estende-se em
sentido anterior para posterior,
perpendicular ao plano frontal. Esse eixo
também é chamado de sagital.
Esse eixo possibilita os movimentos de
abdução e adução. Ex.: Articulação do
ombro, do quadril, etc.
20. Eixo Longitudinal: estende-se de cima para
baixo (ou vice e versa), perpendicular ao
plano transversal.
Esse eixo possibilita os movimentos de
rotação lateral e rotação medial. Ex.:
Articulação do ombro, do cotovelo, etc.
21. SISTEMA ESQUELÉTICO
O Sistema esquelético pode ser dividido em duas partes
funcionais. A primeira é o esqueleto axial, que representa o eixo
mediano do corpo, sendo formado por ossos da cabeça
(crânio), pescoço (hioide e vértebras cervicais) e tronco
(costelas, esterno, vértebras e sacro). A segunda parte é o
esqueleto apendicular, que representa os ossos dos membros
inferiores e superiores, junto com os ossos que formam a
cintura escapular e pélvica.
22. No indivíduo adulto, quando em completo desenvolvimento
orgânico, o número de ossos é de 206. No entanto estes
números podem variar levando em consideração fatores etários,
individuais e critérios de contagem. Para os fatores etários do
nascimento a senilidade ocorre uma redução no número de
ossos. No recém-nascido certos ossos são constituídos de
partes ósseas que se soldam (unem) durante o
desenvolvimento para formar um único osso no adulto. No
entanto, nos idosos há tendência para soldadura de dois ou
mais ossos levando a uma diminuição do número total. Este fato
é chamado de sinosteose e ocorre principalmente entre os
ossos do crânio. Para os fatores individuais em algumas
pessoas pode haver persistência da divisão do osso frontal no
adulto, também ossos supranumerários ou extranumerários, em
ossos sesamóide (inclusos em tendões musculares) e suturais.
Para os critérios de contagem os anatomistas utilizam critérios
pessoais para a contagem e isto explica a divergência de
resultados quando comparados. Então os sesamóides, são às
vezes contados ou não. Os ossículos do ouvido médio também
são ora contados ora não.
23. Resumo
Em primeiro lugar temos que ter em mente do ponto de
vista da sobrevivência, o movimento, e como
consequência a locomoção, que é a principal função do
ser vivo e os sistemas Esquelético, Muscular e Articular
que formam em conjunto o Aparelho Locomotor.
Nos vertebrados o Sistema Esquelético é considerado
o elemento passivo do movimento, enquanto que,
como veremos mais adiante, o Sistema Muscular é
considerado o elemento ativo do movimento e as
junturas ou articulações, que se interpõem entre os
ossos, denominadas de Sistema Articular, que irão
permitir este movimento.
24. O esqueleto é um conjunto de ossos e
cartilagens ligados entre si para formar o
arcabouço do corpo e desempenhar
várias funções. Os ossos são rijos com
variação de forma, coloração e número,
geralmente unidos por articulações e
ligamentos (formando o esqueleto
articulado) ou isolados, dos quais os
únicos exemplos são o osso hioideo e
os sesamóides.
26. Esqueleto Axial
EsqueletoApendicular
constituído pelos ossos do crânio e
face, coluna vertebral, costelas e
esterno.
compreende a cintura escapular, formada pelas
escápulas e clavículas; cintura pélvica, formada
pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos
membros (superiores e inferiores).
27. Ossos do Esqueleto Axial
Agora vamos estudar o esqueleto que compõe o eixo
do corpo iniciando o nosso estudo pela cabeça óssea
que está didaticamente dividida em crânio e face ou
neurocrânio e viscerocrânio. O crânio está dividido
em calota craniana, também chamada de calvária e
base do crânio. A calota craniana está na parte
superior e é atravessada por três suturas.
28. Sutura Coronal: entre os ossos
frontais e parietais.
Sutura Sagital: entre os ossos
parietais (linha sagital mediana).
Sutura Lambdoide: entre os ossos
parietais e o occipital.
29. Ossos do Crânio e Face ou Neurocrânio e Viscerocrânio
Fonte: http://nutridiversidade.com.br/
30. A Coluna Vertebral Tórax e Costelas
Fonte: http://nutridiversidade.com.br/
31. Ossos do Esqueleto Apendicular Superior
Este esqueleto é constituído por uma parte fixa ao esqueleto
axial, na altura da cintura escapular (ou cíngulo) e uma parte
livre. Didaticamente está dividida em: cintura escapular e
parte livre do membro superior.
32. A cintura escapular é formada por dois tipos de ossos:
Clavícula: osso par, longo em formato de “S”, de
fácil localização e palpação por se encontrar próxima
à tela subcutânea. Estão localizadas na parte
superior e anterior do tórax, na base do pescoço e
se articularam anteriormente com o osso externo e
posteriormente com o as escápulas. É o único meio
de ligação direta entre o esqueleto apendicular
superior e o esqueleto axial.
33. A cintura escapular é formada por dois tipos de ossos:
Escápula: osso par, laminar, podendo ser translúcido em
algumas partes, assim como a clavícula e de fácil
localização e palpação por encontrar-se também próxima
a tela subcutânea. Estes ossos se articulam diretamente
com as clavículas e com os úmeros. A cavidade que se
articula com a cabeça de cada úmero é denominada
“cavidade glenóide”.
34. A parte livre do membro superior está formada pelo úmero, rádio, ulna, ossos
do carpo, ossos do metacarpo e as falanges.
Úmero: osso par, sendo o mais longo e maior osso do
membro superior. Apresenta na sua extremidade proximal
a epífise proximal que é dilatada e arredondada,
conhecida como cabeça do úmero, articula-se com a
cavidade glenoidea da escápula, na sua extremidade
distal encontramos a epífise distal que forma o cotovelo,
nesta epífise distal encontramos o côndilo umeral,
formado pela tróclea medial que se articula com a ulna e
o capítulo lateral, articulado com a cabeça do rádio. A
diáfise ou corpo do úmero é recoberto por músculos do
braço.
35. Rádio: osso par, longo, localizado lateralmente no
antebraço e paralelo a ulna. Proximalmente
articula-se com o úmero e a ulna (articulação do
cotovelo) e distalmente com os ossos carpo
(articulação do punho), mas precisamente com o
escafóide e o semilunar.
Ulna: osso par, longo, localizado medialmente no
antebraço, articula-se com o úmero e o rádio onde
forma a articulação do cotovelo. Na parte proximal e
posterior do cotovelo apresenta-se de forma saliente
que é formada pelo olécrano e na par te distal e
medial do antebraço destaca-se o processo estiloide
da ulna.
36. O esqueleto da mão constitui-se de
ossos curtos articulados entre si
chamados Carpais, por ossos longos que
são os Metacarpais e Falanges, também
classificadas como ossos longos, apesar
de seu tamanho reduzido.
Ossos Carpais: formado por oito ossos curtos,
encontramos dispostos em duas fileiras em cada
mão. Na fileira proximal (de lateral para medial)
temos o escafóide, o semilunar, o piramidal e o
pisiforme, já na fileira distal (de lateral para medial)
fazem parte o trapézio, o trapezóide, o capitato e o
hamato.
Ossos Metacarpais: classificados como ossos
longos e convencionalmente numerados de I, II,
III, IV e V de lateral para medial, articulam-se
proximamente com os ossos carpais e
distalmente com as falanges. Observamos
ainda que os quatro metacarpais se articulam
proximal-mente entre si por meio de suas
bases.
Falanges: também classificadas como ossos longos, cada dedo é
composto por três falanges. Estão divididas em falanges proximais,
falanges médias e falanges distais. Existe uma particularidade entre as
falanges, o primeiro dedo (polegar) da mão não possui falange média,
possui somente a proximal e a distal e o quinto dedo é denominado dedo
mínimo.