SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
CIÊNCIA POLÍTICA
Teoria Política Moderna
Sergio Almeida
Considerações iniciais:
 Por volta do século XVI com o surgimento do
Estado Moderno, surge também a ideia de
monarquia absoluta, compreendida como um
poder legislativo (Deus que fazia as leis ) em
que o monarca era o Estado ( representante de
Deus na terra que devia aplicar as suas leis ).
Maquiavel:
 Obra: O Príncipe
 observou, descreveu e racionalizou a estratégia
do príncipe César Borgia .
 Fundamental: era a obtenção e a conservação
do poder, independentemente dos meios , pois
para ele todos os meios eram legítimos e eram
justificados pelos fins.
 A Razão de Estado é a razão de obtenção e
conservação do poder, sendo legítimas todas
as estratégias e violações.
Jean Bodin (séc. XVI)
 elemento que diferenciava o estado de outra
comunidade era a soberania, como sendo a faculdade
de fazer leis, interpretá-las e executá-las.
 Soberania: entidade que não conhece superior na
ordem externa nem igual na ordem interna.
 Tese: Monarquia francesa é de origem hereditária; o
Rei não está sujeito a condições postas pelo povo; todo
o poder do Estado pertence ao Rei e não pode ser
partilhado com mais ninguém - Livro Os Seis Livros da
República
Contrato Social:
 Inicialmente os indivíduos encontram-se em
estado de natureza e possuem direitos, os
direitos naturais, os quais só podem ser
exercidos pela força.
 Os indivíduos estão num estado permanente de
guerra, onde os direitos dos mais fortes vão
prevalecer sobre os dos mais fracos. Para
passarem ao estado civil os indivíduos cedem o
exercício do poder através do contrato social.
 O indivíduo vem antes da comunidade que
aparece só através do contrato social.
Thomas Hobes (séc.XVII )
 partindo da noção de igualdade entre os homens, diz que
eles para poderem viver em comum necessitam, de
estabelecer um acordo social, conseguindo assim que
alguém exerça o poder, sendo o estado o defensor das
liberdades e direitos dos indivíduos.
 Num hipotético estado natural os homens são impelidos a
fazer a guerra, só através de um contrato, transferindo os
seus direitos para um poder centralizado, é que se
conseguirá a paz.
 contrato social uma vez celebrado, os indivíduos entregam
todos os seus direitos naturais na mão do monarca. O
monarca executa esses direitos e só está subordinado às leis
de Deus. Os direitos naturais dos indivíduos são
concentrados nas mãos do monarca, ficando os indivíduos
na sua dependência.
Locke:
 considera que os direitos naturais são inalienáveis e
irrenunciáveis.
 Para o monarca apenas é transferido o poder executivo dos
direitos naturais, sendo este a capacidade de usar a força no
sentido de impor o respeito pelos direitos naturais de cada
indivíduo.
 não é a “lei da força”, mas sim a “força da lei”.
 O monarca não tem os direitos dos cidadãos, mas tem o
direito de usar a força para fazer respeitar os direitos naturais
dos indivíduos, estando o próprio monarca subordinado a
esses direitos.
 O monarca, ou o Estado, estão limitados por direitos
fundamentais e existem para fazer respeitar esses mesmos
direitos. Locke vê o Estado como uma criação humana
através de um contrato voluntário, com o objetivo de proteger
os direitos naturais dos indivíduos.
Rosseau:
 os indivíduos celebram um contrato social e
entram no estado civil, mas não alienam
nada a ninguém.
 Defende a soberania indelegável de cada
indivíduo, a soberania popular que resulta do
contrato social, do referendo popular.
 Para Rousseau a maioria representava a
vontade geral revestida das vontades
particulares, as minorias não eram protegidas.
Hobbes x Locke x Rosseau:
 Hobes : os direitos naturais são transferidos
para o monarca.
 Locke : só os direitos executivos dos direitos
naturais são transferidos.
 Rousseau : nada é transferido, os indivíduos
retêm toda a parcela de Soberania
Montesquieu:
 Visão política e idéias
- Era contra o absolutismo (forma de governo que
concentrava todo poder do país nas mãos do rei).
- Fez várias críticas ao clero católico,
principalmente, sobre seu poder e interferência
política.
- Defendia aspectos democráticos de governo e o
respeito as leis.
- Defendia a divisão do poder em três: Executivo,
Legislativo e Judiciário. Obra: O Espírito das Leis
Montesquieu – formas de governo
e classificação
Formas Puras:
 Monarquia: Governo de um só
 Aristocracia: Governo de vários
 Democracia: Governo do povo
Formas Impuras:
 Tirania: Corrupção da Monarquia
 Oligarquia: Corrupção da Aristocracia
 Demagogia: Corrupção da Democracia
FIM

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a AULA DE CIENCIA POLITICA - TGE. O ESTADOppt

Os contratualistas: Hobbes e Locke
Os contratualistas: Hobbes e LockeOs contratualistas: Hobbes e Locke
Os contratualistas: Hobbes e LockeRogerio Terra
 
Estado liberal e contratualismo
Estado liberal e contratualismoEstado liberal e contratualismo
Estado liberal e contratualismoLucio Braga
 
Ciência política e teoria geral do estado
Ciência política e teoria geral do estadoCiência política e teoria geral do estado
Ciência política e teoria geral do estadoProerd Dare Nyno Justino
 
TEORIA CONTRATUALISTA SEGUNDO Rosseau,Hobbes, Locke.
TEORIA CONTRATUALISTA SEGUNDO Rosseau,Hobbes, Locke.TEORIA CONTRATUALISTA SEGUNDO Rosseau,Hobbes, Locke.
TEORIA CONTRATUALISTA SEGUNDO Rosseau,Hobbes, Locke.Nábila Quennet
 
Estado liberal e contratualismo
Estado liberal e contratualismo  Estado liberal e contratualismo
Estado liberal e contratualismo Lucio Braga
 
Constitucionalismo
ConstitucionalismoConstitucionalismo
ConstitucionalismoDebora Rocha
 
Estado sociedade e poder
Estado sociedade e poderEstado sociedade e poder
Estado sociedade e poderArlindo Picoli
 
A defesa do contrato social e da separação dos poderes
A defesa do contrato social e da separação dos poderesA defesa do contrato social e da separação dos poderes
A defesa do contrato social e da separação dos poderesAndreia Cirne
 
4 - Contratualistas (1).pptx
4 - Contratualistas (1).pptx4 - Contratualistas (1).pptx
4 - Contratualistas (1).pptxMarcilon De Souza
 
Teoria da Constituição. Unidade I. História das Constituições
Teoria da Constituição. Unidade I. História das ConstituiçõesTeoria da Constituição. Unidade I. História das Constituições
Teoria da Constituição. Unidade I. História das ConstituiçõesCláudio Colnago
 
Direitos e cidadania
Direitos e cidadaniaDireitos e cidadania
Direitos e cidadaniaMayara Sousa
 
Locke e o parlamentarismo constitucional
Locke e o parlamentarismo constitucionalLocke e o parlamentarismo constitucional
Locke e o parlamentarismo constitucionalAlbeiro Mejia Trujillo
 
Absolutismo Monárquico e a Crítica dos Contratualistas
Absolutismo Monárquico e a Crítica dos ContratualistasAbsolutismo Monárquico e a Crítica dos Contratualistas
Absolutismo Monárquico e a Crítica dos ContratualistasValéria Shoujofan
 
Aulla iv john locke 15042014
Aulla iv   john locke 15042014Aulla iv   john locke 15042014
Aulla iv john locke 15042014Bruno Uchôas
 

Semelhante a AULA DE CIENCIA POLITICA - TGE. O ESTADOppt (20)

Os contratualistas: Hobbes e Locke
Os contratualistas: Hobbes e LockeOs contratualistas: Hobbes e Locke
Os contratualistas: Hobbes e Locke
 
Estado liberal e contratualismo
Estado liberal e contratualismoEstado liberal e contratualismo
Estado liberal e contratualismo
 
Ciência política e teoria geral do estado
Ciência política e teoria geral do estadoCiência política e teoria geral do estado
Ciência política e teoria geral do estado
 
TEORIA CONTRATUALISTA SEGUNDO Rosseau,Hobbes, Locke.
TEORIA CONTRATUALISTA SEGUNDO Rosseau,Hobbes, Locke.TEORIA CONTRATUALISTA SEGUNDO Rosseau,Hobbes, Locke.
TEORIA CONTRATUALISTA SEGUNDO Rosseau,Hobbes, Locke.
 
Estado liberal e contratualismo
Estado liberal e contratualismo  Estado liberal e contratualismo
Estado liberal e contratualismo
 
Absolutismo Monárquico 2019
Absolutismo Monárquico 2019Absolutismo Monárquico 2019
Absolutismo Monárquico 2019
 
Constitucionalismo
ConstitucionalismoConstitucionalismo
Constitucionalismo
 
John locke
John lockeJohn locke
John locke
 
Contratualistas
ContratualistasContratualistas
Contratualistas
 
Estado sociedade e poder
Estado sociedade e poderEstado sociedade e poder
Estado sociedade e poder
 
A defesa do contrato social e da separação dos poderes
A defesa do contrato social e da separação dos poderesA defesa do contrato social e da separação dos poderes
A defesa do contrato social e da separação dos poderes
 
4 - Contratualistas (1).pptx
4 - Contratualistas (1).pptx4 - Contratualistas (1).pptx
4 - Contratualistas (1).pptx
 
Teoria da Constituição. Unidade I. História das Constituições
Teoria da Constituição. Unidade I. História das ConstituiçõesTeoria da Constituição. Unidade I. História das Constituições
Teoria da Constituição. Unidade I. História das Constituições
 
John Locke
John LockeJohn Locke
John Locke
 
O estado
O estadoO estado
O estado
 
Direitos e cidadania
Direitos e cidadaniaDireitos e cidadania
Direitos e cidadania
 
Locke e o parlamentarismo constitucional
Locke e o parlamentarismo constitucionalLocke e o parlamentarismo constitucional
Locke e o parlamentarismo constitucional
 
Absolutismo Monárquico e a Crítica dos Contratualistas
Absolutismo Monárquico e a Crítica dos ContratualistasAbsolutismo Monárquico e a Crítica dos Contratualistas
Absolutismo Monárquico e a Crítica dos Contratualistas
 
Maquiavel1
Maquiavel1Maquiavel1
Maquiavel1
 
Aulla iv john locke 15042014
Aulla iv   john locke 15042014Aulla iv   john locke 15042014
Aulla iv john locke 15042014
 

AULA DE CIENCIA POLITICA - TGE. O ESTADOppt

  • 1. CIÊNCIA POLÍTICA Teoria Política Moderna Sergio Almeida
  • 2. Considerações iniciais:  Por volta do século XVI com o surgimento do Estado Moderno, surge também a ideia de monarquia absoluta, compreendida como um poder legislativo (Deus que fazia as leis ) em que o monarca era o Estado ( representante de Deus na terra que devia aplicar as suas leis ).
  • 3. Maquiavel:  Obra: O Príncipe  observou, descreveu e racionalizou a estratégia do príncipe César Borgia .  Fundamental: era a obtenção e a conservação do poder, independentemente dos meios , pois para ele todos os meios eram legítimos e eram justificados pelos fins.  A Razão de Estado é a razão de obtenção e conservação do poder, sendo legítimas todas as estratégias e violações.
  • 4. Jean Bodin (séc. XVI)  elemento que diferenciava o estado de outra comunidade era a soberania, como sendo a faculdade de fazer leis, interpretá-las e executá-las.  Soberania: entidade que não conhece superior na ordem externa nem igual na ordem interna.  Tese: Monarquia francesa é de origem hereditária; o Rei não está sujeito a condições postas pelo povo; todo o poder do Estado pertence ao Rei e não pode ser partilhado com mais ninguém - Livro Os Seis Livros da República
  • 5. Contrato Social:  Inicialmente os indivíduos encontram-se em estado de natureza e possuem direitos, os direitos naturais, os quais só podem ser exercidos pela força.  Os indivíduos estão num estado permanente de guerra, onde os direitos dos mais fortes vão prevalecer sobre os dos mais fracos. Para passarem ao estado civil os indivíduos cedem o exercício do poder através do contrato social.  O indivíduo vem antes da comunidade que aparece só através do contrato social.
  • 6. Thomas Hobes (séc.XVII )  partindo da noção de igualdade entre os homens, diz que eles para poderem viver em comum necessitam, de estabelecer um acordo social, conseguindo assim que alguém exerça o poder, sendo o estado o defensor das liberdades e direitos dos indivíduos.  Num hipotético estado natural os homens são impelidos a fazer a guerra, só através de um contrato, transferindo os seus direitos para um poder centralizado, é que se conseguirá a paz.  contrato social uma vez celebrado, os indivíduos entregam todos os seus direitos naturais na mão do monarca. O monarca executa esses direitos e só está subordinado às leis de Deus. Os direitos naturais dos indivíduos são concentrados nas mãos do monarca, ficando os indivíduos na sua dependência.
  • 7. Locke:  considera que os direitos naturais são inalienáveis e irrenunciáveis.  Para o monarca apenas é transferido o poder executivo dos direitos naturais, sendo este a capacidade de usar a força no sentido de impor o respeito pelos direitos naturais de cada indivíduo.  não é a “lei da força”, mas sim a “força da lei”.  O monarca não tem os direitos dos cidadãos, mas tem o direito de usar a força para fazer respeitar os direitos naturais dos indivíduos, estando o próprio monarca subordinado a esses direitos.  O monarca, ou o Estado, estão limitados por direitos fundamentais e existem para fazer respeitar esses mesmos direitos. Locke vê o Estado como uma criação humana através de um contrato voluntário, com o objetivo de proteger os direitos naturais dos indivíduos.
  • 8. Rosseau:  os indivíduos celebram um contrato social e entram no estado civil, mas não alienam nada a ninguém.  Defende a soberania indelegável de cada indivíduo, a soberania popular que resulta do contrato social, do referendo popular.  Para Rousseau a maioria representava a vontade geral revestida das vontades particulares, as minorias não eram protegidas.
  • 9. Hobbes x Locke x Rosseau:  Hobes : os direitos naturais são transferidos para o monarca.  Locke : só os direitos executivos dos direitos naturais são transferidos.  Rousseau : nada é transferido, os indivíduos retêm toda a parcela de Soberania
  • 10. Montesquieu:  Visão política e idéias - Era contra o absolutismo (forma de governo que concentrava todo poder do país nas mãos do rei). - Fez várias críticas ao clero católico, principalmente, sobre seu poder e interferência política. - Defendia aspectos democráticos de governo e o respeito as leis. - Defendia a divisão do poder em três: Executivo, Legislativo e Judiciário. Obra: O Espírito das Leis
  • 11. Montesquieu – formas de governo e classificação Formas Puras:  Monarquia: Governo de um só  Aristocracia: Governo de vários  Democracia: Governo do povo Formas Impuras:  Tirania: Corrupção da Monarquia  Oligarquia: Corrupção da Aristocracia  Demagogia: Corrupção da Democracia
  • 12. FIM