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TEORIA DA CONTINGÊNCIA
A teoria da contingência vai bem mais longe do que a teoria
de sistemas quando aborda a problemática do ambiente.
Na teoria da contingência as condições de ambiente é que
causam transformações no interior das organizações.
Ou seja, o ambiente explica o fenômeno organizacional.
1
Prof. Simone Sampaio
Social
Político
Conhecimento
Ecologia
Valorização do
homem
Gerencial
Tecnológico
Organizacional
ORGANIZAÇÃO
2
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
A palavra contingência significa algo incerto ou eventual, que
pode suceder ou não.
A teoria enfatiza que não há nada de absoluto nas
organizações ou na teoria administrativa.
Tudo é relativo. Tudo depende. A abordagem contigencial
explica que existe uma relação funcional entre as condições
do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o
alcance eficaz dos objetivos da organização.
3
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
O argumento é que a influência sobre a organização é ditada
não pelo ambiente, mas apenas pelo que interessa
diretamente a organização, isto é, a tecnologia existente no
ambiente.
Poderíamos dizer que uma corrente considera o ambiente
total vital para a organização, e outra corrente que considera
o ambiente de forma parcial. De qualquer maneira é o
ambiente que conduz a vida da organização.
4
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
Uma característica relevante da teoria da contingência é a de
que não se consegue um alto nível de sofisticação
organizacional com a aplicação de um só modelo, ou seja,
não há uma só forma de tornar uma organização eficaz e
eficiente.
Haverá sempre diferentes alternativas (equifinalidade) para o
encaminhamento de estudos, problemas e carências
organizacionais.
5
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
A teoria da contingência apresenta os seguintes aspectos
básicos:
a) A organização é de natureza sistêmica, isto é, ela é um sistema
aberto;
b) As características organizacionais apresentam uma interação
entre si e com o ambiente;
c) As características ambientais são as variáveis independentes,
enquanto as características organizacionais são variáveis
dependentes daquelas;
6
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
ORIGENS
A origem da Teoria da Contingência se deu pela pesquisa de
Lawrence e Lorsch sobre a confrontação da organização
versus ambiente.
Os dois pesquisadores, preocupados com as características
que devem ter as empresas para enfrentar com eficiência as
diferentes condições externas e tecnológicas, fizeram a
pesquisa com dez empresas em diferentes meios industriais.
7
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
As pesquisas, cada qual isoladamente, pretendiam confirmar
se as organizações mais eficazes seguiam os pressupostos da
Teoria Clássica.
Os seus resultados conduziram a uma nova concepção de
organização: a estrutura da organização e o seu
funcionamento são dependentes das características do
ambiente externo. Não há um único e melhor jeito (the best
way) de organizar.
8
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
PESQUISA DE LAWRENCE E LORSCH SOBRE AMBIENTES
A pesquisa foi inicialmente imaginada com o sentido de
aplicação da teoria de sistemas abertos a problemas de
estruturas organizacionais e de prática administrativa.
O resultado final do estudo encaminhou a problemática
organizacional para dois aspectos básicos: diferenciação e
integração.
9
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
As condições sob as quais as empresas trabalham são ditadas
“de fora” delas, isto é, do seu ambiente.
As contingências externas oferecem oportunidades e
imperativos ou restrições e ameaças que influenciam a
estrutura organizacional e os processos internos das
empresas.
10
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
A diferenciação parte da relação que cada subsistema da
organização tem unicamente o que lhe é relevante.
Do ambiente geral emergem ambientes específicos, cada um
correspondendo a um ou mais subsistemas ou unidades da
organização.
11
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
O conceito de integração é justamente o oposto do conceito
anterior.
Integração refere-se ao processo gerado por pressões vindas
do ambiente global da organização no sentido de alcançar
unidades de esforços e coordenação entre os vários órgãos ou
subsistemas.
12
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TEORIA DA CONTINGÊNCIA
Segundo ainda os pesquisadores, os principais meios de integração
encontrados nas empresas estudadas foram:
a) um sistema formal de coordenação para assegurar a integração;
b) relacionamento administrativo direto entre unidades
(subsistemas);
c) hierarquia administrativa;
d) utilização de grupos inter funcionais em um ou mais níveis de
administração;
e) provisão para relações especiais entre indivíduos e criação de uma
unidade de integração.
13
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TEORIA DA CONTINGÊNCIA
Esses meios de integração também são encontrados no Brasil,
principalmente em organizações de razoável complexidade.
Contudo, o item “e” é encontrado em um número mínimo de
organizações e, via de regra, a preocupação do funcionário da
área de recursos humanos é a de comunicar, por via oral, o
regulamento da organização. Mas, enfim, existe.
14
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
PESQUISA DE BURNS E STALKER SOBRE ORGANIZAÇÕES
Tom Burns e G.M. Stalker pesquisaram vinte indústrias
inglesas para verificar a relação entre as práticas
administrativas e o ambiente externo dessas indústrias.
Classificaram as empresas pesquisadas em dois tipos:
organizações “mecanísticas” e “orgânicas”.
15
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TEORIA DA CONTINGÊNCIA
As organizações orgânicas apresentam as seguintes características:
Estruturas organizacionais flexíveis e com pouca divisão de trabalho.
Cargos continuamente redefinidos por interação com outras pessoas que
participam da tarefa.
Descentralização das decisões, delegadas aos níveis inferiores.
Tarefas executadas por meio do conhecimento que as pessoas têm da
empresas como um todo.
Hierarquia flexível, com predomínio da interação lateral sobre a vertical.
Amplitude de controle administrativo mais ampla.
Maior confiabilidade nas comunicações informais.
Ênfase nos princípios da Teoria das Relações Humanas.
16
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TEORIA DA CONTINGÊNCIA
As organizações mecanísticas apresentam as seguintes características:
Estrutura burocrática baseada em uma minuciosa divisão do trabalho.
Cargos ocupados por especialistas com atribuições bem definidas.
Centralização das decisões na cúpula da organização.
Hierarquia rígida de autoridade baseada no comando único.
Sistemas rígidos de controle: a informação ascendente sobe através de
uma sucessão de filtros e as decisões descem através de uma sucessão de
amplificadores.
Predomínio da interação vertical entre superior e subordinado.
Amplitude de controle administrativos mais estreita.
Maior confiança nas regras e procedimentos formais.
Ênfase nos princípios universais da Teoria Clássica.
17
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
A conclusão de Burns e Stalker é que a forma mecanística de
organização é apropriada para condições ambientais estáveis,
enquanto a forma orgânica é apropriada para condições
ambientais de mudança e inovação.
No fundo, existe um imperativo ambiental: o ambiente que
determina a estrutura e o funcionamento das organizações.
18
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TEORIA DA CONTINGÊNCIA
Toffler em seu livro Choque do Futuro retoma as conclusões
de Burns e Stalker ao salientar que a nova sociedade do
futuro será extremamente dinâmica e mutável.
Para poderem acompanhar o ambiente turbulento e mutável,
as organizações precisarão ser orgânicas, isto é, inovadoras,
temporais e antiburocráticas.
Uma nova forma de organização surgirá: a adhocracia, o
inverso da burocracia.
19
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
A adhocracia é um sistema temporário, variável, fluido e
adaptativo, organizado em torno de problemas a serem
resolvidos por equipes de pessoas estranhas entre si e
dotadas de habilidades profissionais diversas.
A adhocracia significa uma trajetória clara rumo à
“desadministração” das organizações para liberá-las do
excesso de burocracia.
20
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
A adhocracia caracteriza-se por:
1. Equipes temporárias e multidiciplinares de trabalho, isto e,
autônomas e auto-suficientes.
2. Autoridade totalmente descentralizada, ou seja, equipes
autogerenciáveis ou auto-administrativas.
3. Atribuições e responsabilidades fluidas e mutáveis.
4. Poucas regras e procedimentos, ou seja, muita liberdade de
trabalho.
21
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
AMBIENTE
Ambiente é o contexto que envolve externamente a organização. É a
situação dentro da qual uma organização está inserida.
Os estruturalistas iniciaram a análise das organizações dentro de uma
abordagem múltipla envolvendo a interação entre organização e
ambiente.
Como o ambiente é extremamente vasto e complexo, as organizações não
podem absorvê-lo, conhecê-lo e compreendê-lo em sua totalidade e
complexidade, o que seria inimaginável. O ambiente pode ser analisado
em dois segmentos, o ambiente geral e o ambiente de tarefa.
22
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TEORIA DA CONTINGÊNCIA
AMBIENTE GERAL
É o macro ambiente, tudo o que acontece no ambiente geral afeta direta
ou indiretamente todas as organizações. O ambiente geral é constituído
de um conjunto de condições semelhantes para todas as organizações,
como:
1. Condições Tecnológicas
2. Condições Legais
3. Condições Políticas
4. Condições Econômicas
5. Condições Demográficas
6. Condições Ecológicas
7. Condições Culturais
23
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TEORIA DA CONTINGÊNCIA
Essas condições são fenômenos ambientais que formam um
campo dinâmico de forças que interagem entre si.
Esse campo de forças tem um efeito sistêmico.
Enquanto o ambiente geral é genérico e comum para todas as
organizações, cada organização tem o seu ambiente particular
e próprio: o ambiente de tarefa.
24
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TEORIA DA CONTINGÊNCIA
AMBIENTE DE TAREFA
É o ambiente mais próximo e imediato de cada organização. É
o segmento do ambiente geral do qual cada organização
extrai as suas entradas e deposita as suas saídas. É o ambiente
de operações de cada organização e é constituído por:
1.Fornecedores de Entradas
2.Clientes ou Usuários
3.Concorrentes
4.Entidades Reguladoras
25
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
Quando a organização escolhe o seu produto ou serviço e quando escolhe
o mercado onde pretende colocá-los, ela está definindo o seu ambiente
de tarefa.
A organização tem poder sobre seu ambiente de tarefa quando as suas
decisões afetam as decisões dos fornecedores de entradas ou
consumidores de saídas.
Ao contrário, a organização tem dependência em relação ao seu ambiente
de tarefa quando as suas decisões dependem das decisões tomadas pelos
seus fornecedores de entradas ou consumidores de saídas. As
organizações procuram aumentar o seu poder e reduzir sua dependência
quanto ao seu ambiente de tarefa e estabelecer o seu domínio. Esse é o
papel da estratégia organizacional.
26
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
O problema atual com que as organizações se defrontam é a
incerteza. A incerteza é o desafio atua da Administração.
Contudo, a incerteza não está no ambiente.
A incerteza está na percepção e na interpretação das
organizações e não na realidade ambiental percebida. A
incerteza está na cabeça dos seus administradores. A
incerteza que se produz na organização acerca do ambiente é
a incerteza de saber quais são as oportunidades e ameaças
existentes no ambiente e como utilizá-las ou evitá-las,
respectivamente.
27
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
TECNOLOGIA
Ao lado do ambiente, a tecnologia constitui outra variável
independente que influencia as características organizacionais
(variáveis dependentes). Além do impacto ambiental, existe o
impacto tecnológico sobre as organizações.
As organizações utilizam alguma forma de tecnologia para
executar suas operações e realizar suas tarefas. A tecnologia
adotada pode ser tosca e rudimentar, como pode ser
sofisticada.
28
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
Sob um ponto de vista administrativo, a tecnologia se
desenvolve nas organizações através de conhecimentos
acumulados e desenvolvidos sobre o significado e execução
de tarefas – know-how – e pelas suas manifestações físicas –
máquinas, equipamentos, instalações – constituindo um
complexo de técnicas usadas na transformação dos insumos
recebidos em resultados, isto é, em produtos ou serviços.
29
Prof. Simone Sampaio
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
A Tecnologia pode estar ou não incorporada a bens físicos. A tecnologia
incorporada está contida em bens de capital, matérias-primas
intermediárias ou componentes etc. Corresponde ao conceito de
hardware.
A tecnologia não-incorporada encontra-se nas pessoas – como técnicos,
peritos, especialistas, engenheiros, pesquisadores – sob a forma de
conhecimentos intelectuais ou operacionais, facilidade mental ou manual
para executar as operações, ou em documentos que a registram e visam
assegurar sua conservação e transmissão – como mapas, plantas,
desenhos, projetos, patentes, relatórios.
Corresponde ao conceito de software.
30
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  • 1. TEORIA DA CONTINGÊNCIA A teoria da contingência vai bem mais longe do que a teoria de sistemas quando aborda a problemática do ambiente. Na teoria da contingência as condições de ambiente é que causam transformações no interior das organizações. Ou seja, o ambiente explica o fenômeno organizacional. 1 Prof. Simone Sampaio
  • 3. TEORIA DA CONTINGÊNCIA A palavra contingência significa algo incerto ou eventual, que pode suceder ou não. A teoria enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. A abordagem contigencial explica que existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização. 3 Prof. Simone Sampaio
  • 4. TEORIA DA CONTINGÊNCIA O argumento é que a influência sobre a organização é ditada não pelo ambiente, mas apenas pelo que interessa diretamente a organização, isto é, a tecnologia existente no ambiente. Poderíamos dizer que uma corrente considera o ambiente total vital para a organização, e outra corrente que considera o ambiente de forma parcial. De qualquer maneira é o ambiente que conduz a vida da organização. 4 Prof. Simone Sampaio
  • 5. TEORIA DA CONTINGÊNCIA Uma característica relevante da teoria da contingência é a de que não se consegue um alto nível de sofisticação organizacional com a aplicação de um só modelo, ou seja, não há uma só forma de tornar uma organização eficaz e eficiente. Haverá sempre diferentes alternativas (equifinalidade) para o encaminhamento de estudos, problemas e carências organizacionais. 5 Prof. Simone Sampaio
  • 6. TEORIA DA CONTINGÊNCIA A teoria da contingência apresenta os seguintes aspectos básicos: a) A organização é de natureza sistêmica, isto é, ela é um sistema aberto; b) As características organizacionais apresentam uma interação entre si e com o ambiente; c) As características ambientais são as variáveis independentes, enquanto as características organizacionais são variáveis dependentes daquelas; 6 Prof. Simone Sampaio
  • 7. TEORIA DA CONTINGÊNCIA ORIGENS A origem da Teoria da Contingência se deu pela pesquisa de Lawrence e Lorsch sobre a confrontação da organização versus ambiente. Os dois pesquisadores, preocupados com as características que devem ter as empresas para enfrentar com eficiência as diferentes condições externas e tecnológicas, fizeram a pesquisa com dez empresas em diferentes meios industriais. 7 Prof. Simone Sampaio
  • 8. TEORIA DA CONTINGÊNCIA As pesquisas, cada qual isoladamente, pretendiam confirmar se as organizações mais eficazes seguiam os pressupostos da Teoria Clássica. Os seus resultados conduziram a uma nova concepção de organização: a estrutura da organização e o seu funcionamento são dependentes das características do ambiente externo. Não há um único e melhor jeito (the best way) de organizar. 8 Prof. Simone Sampaio
  • 9. TEORIA DA CONTINGÊNCIA PESQUISA DE LAWRENCE E LORSCH SOBRE AMBIENTES A pesquisa foi inicialmente imaginada com o sentido de aplicação da teoria de sistemas abertos a problemas de estruturas organizacionais e de prática administrativa. O resultado final do estudo encaminhou a problemática organizacional para dois aspectos básicos: diferenciação e integração. 9 Prof. Simone Sampaio
  • 10. TEORIA DA CONTINGÊNCIA As condições sob as quais as empresas trabalham são ditadas “de fora” delas, isto é, do seu ambiente. As contingências externas oferecem oportunidades e imperativos ou restrições e ameaças que influenciam a estrutura organizacional e os processos internos das empresas. 10 Prof. Simone Sampaio
  • 11. TEORIA DA CONTINGÊNCIA A diferenciação parte da relação que cada subsistema da organização tem unicamente o que lhe é relevante. Do ambiente geral emergem ambientes específicos, cada um correspondendo a um ou mais subsistemas ou unidades da organização. 11 Prof. Simone Sampaio
  • 12. TEORIA DA CONTINGÊNCIA O conceito de integração é justamente o oposto do conceito anterior. Integração refere-se ao processo gerado por pressões vindas do ambiente global da organização no sentido de alcançar unidades de esforços e coordenação entre os vários órgãos ou subsistemas. 12 Prof. Simone Sampaio
  • 13. TEORIA DA CONTINGÊNCIA Segundo ainda os pesquisadores, os principais meios de integração encontrados nas empresas estudadas foram: a) um sistema formal de coordenação para assegurar a integração; b) relacionamento administrativo direto entre unidades (subsistemas); c) hierarquia administrativa; d) utilização de grupos inter funcionais em um ou mais níveis de administração; e) provisão para relações especiais entre indivíduos e criação de uma unidade de integração. 13 Prof. Simone Sampaio
  • 14. TEORIA DA CONTINGÊNCIA Esses meios de integração também são encontrados no Brasil, principalmente em organizações de razoável complexidade. Contudo, o item “e” é encontrado em um número mínimo de organizações e, via de regra, a preocupação do funcionário da área de recursos humanos é a de comunicar, por via oral, o regulamento da organização. Mas, enfim, existe. 14 Prof. Simone Sampaio
  • 15. TEORIA DA CONTINGÊNCIA PESQUISA DE BURNS E STALKER SOBRE ORGANIZAÇÕES Tom Burns e G.M. Stalker pesquisaram vinte indústrias inglesas para verificar a relação entre as práticas administrativas e o ambiente externo dessas indústrias. Classificaram as empresas pesquisadas em dois tipos: organizações “mecanísticas” e “orgânicas”. 15 Prof. Simone Sampaio
  • 16. TEORIA DA CONTINGÊNCIA As organizações orgânicas apresentam as seguintes características: Estruturas organizacionais flexíveis e com pouca divisão de trabalho. Cargos continuamente redefinidos por interação com outras pessoas que participam da tarefa. Descentralização das decisões, delegadas aos níveis inferiores. Tarefas executadas por meio do conhecimento que as pessoas têm da empresas como um todo. Hierarquia flexível, com predomínio da interação lateral sobre a vertical. Amplitude de controle administrativo mais ampla. Maior confiabilidade nas comunicações informais. Ênfase nos princípios da Teoria das Relações Humanas. 16 Prof. Simone Sampaio
  • 17. TEORIA DA CONTINGÊNCIA As organizações mecanísticas apresentam as seguintes características: Estrutura burocrática baseada em uma minuciosa divisão do trabalho. Cargos ocupados por especialistas com atribuições bem definidas. Centralização das decisões na cúpula da organização. Hierarquia rígida de autoridade baseada no comando único. Sistemas rígidos de controle: a informação ascendente sobe através de uma sucessão de filtros e as decisões descem através de uma sucessão de amplificadores. Predomínio da interação vertical entre superior e subordinado. Amplitude de controle administrativos mais estreita. Maior confiança nas regras e procedimentos formais. Ênfase nos princípios universais da Teoria Clássica. 17 Prof. Simone Sampaio
  • 18. TEORIA DA CONTINGÊNCIA A conclusão de Burns e Stalker é que a forma mecanística de organização é apropriada para condições ambientais estáveis, enquanto a forma orgânica é apropriada para condições ambientais de mudança e inovação. No fundo, existe um imperativo ambiental: o ambiente que determina a estrutura e o funcionamento das organizações. 18 Prof. Simone Sampaio
  • 19. TEORIA DA CONTINGÊNCIA Toffler em seu livro Choque do Futuro retoma as conclusões de Burns e Stalker ao salientar que a nova sociedade do futuro será extremamente dinâmica e mutável. Para poderem acompanhar o ambiente turbulento e mutável, as organizações precisarão ser orgânicas, isto é, inovadoras, temporais e antiburocráticas. Uma nova forma de organização surgirá: a adhocracia, o inverso da burocracia. 19 Prof. Simone Sampaio
  • 20. TEORIA DA CONTINGÊNCIA A adhocracia é um sistema temporário, variável, fluido e adaptativo, organizado em torno de problemas a serem resolvidos por equipes de pessoas estranhas entre si e dotadas de habilidades profissionais diversas. A adhocracia significa uma trajetória clara rumo à “desadministração” das organizações para liberá-las do excesso de burocracia. 20 Prof. Simone Sampaio
  • 21. TEORIA DA CONTINGÊNCIA A adhocracia caracteriza-se por: 1. Equipes temporárias e multidiciplinares de trabalho, isto e, autônomas e auto-suficientes. 2. Autoridade totalmente descentralizada, ou seja, equipes autogerenciáveis ou auto-administrativas. 3. Atribuições e responsabilidades fluidas e mutáveis. 4. Poucas regras e procedimentos, ou seja, muita liberdade de trabalho. 21 Prof. Simone Sampaio
  • 22. TEORIA DA CONTINGÊNCIA AMBIENTE Ambiente é o contexto que envolve externamente a organização. É a situação dentro da qual uma organização está inserida. Os estruturalistas iniciaram a análise das organizações dentro de uma abordagem múltipla envolvendo a interação entre organização e ambiente. Como o ambiente é extremamente vasto e complexo, as organizações não podem absorvê-lo, conhecê-lo e compreendê-lo em sua totalidade e complexidade, o que seria inimaginável. O ambiente pode ser analisado em dois segmentos, o ambiente geral e o ambiente de tarefa. 22 Prof. Simone Sampaio
  • 23. TEORIA DA CONTINGÊNCIA AMBIENTE GERAL É o macro ambiente, tudo o que acontece no ambiente geral afeta direta ou indiretamente todas as organizações. O ambiente geral é constituído de um conjunto de condições semelhantes para todas as organizações, como: 1. Condições Tecnológicas 2. Condições Legais 3. Condições Políticas 4. Condições Econômicas 5. Condições Demográficas 6. Condições Ecológicas 7. Condições Culturais 23 Prof. Simone Sampaio
  • 24. TEORIA DA CONTINGÊNCIA Essas condições são fenômenos ambientais que formam um campo dinâmico de forças que interagem entre si. Esse campo de forças tem um efeito sistêmico. Enquanto o ambiente geral é genérico e comum para todas as organizações, cada organização tem o seu ambiente particular e próprio: o ambiente de tarefa. 24 Prof. Simone Sampaio
  • 25. TEORIA DA CONTINGÊNCIA AMBIENTE DE TAREFA É o ambiente mais próximo e imediato de cada organização. É o segmento do ambiente geral do qual cada organização extrai as suas entradas e deposita as suas saídas. É o ambiente de operações de cada organização e é constituído por: 1.Fornecedores de Entradas 2.Clientes ou Usuários 3.Concorrentes 4.Entidades Reguladoras 25 Prof. Simone Sampaio
  • 26. TEORIA DA CONTINGÊNCIA Quando a organização escolhe o seu produto ou serviço e quando escolhe o mercado onde pretende colocá-los, ela está definindo o seu ambiente de tarefa. A organização tem poder sobre seu ambiente de tarefa quando as suas decisões afetam as decisões dos fornecedores de entradas ou consumidores de saídas. Ao contrário, a organização tem dependência em relação ao seu ambiente de tarefa quando as suas decisões dependem das decisões tomadas pelos seus fornecedores de entradas ou consumidores de saídas. As organizações procuram aumentar o seu poder e reduzir sua dependência quanto ao seu ambiente de tarefa e estabelecer o seu domínio. Esse é o papel da estratégia organizacional. 26 Prof. Simone Sampaio
  • 27. TEORIA DA CONTINGÊNCIA O problema atual com que as organizações se defrontam é a incerteza. A incerteza é o desafio atua da Administração. Contudo, a incerteza não está no ambiente. A incerteza está na percepção e na interpretação das organizações e não na realidade ambiental percebida. A incerteza está na cabeça dos seus administradores. A incerteza que se produz na organização acerca do ambiente é a incerteza de saber quais são as oportunidades e ameaças existentes no ambiente e como utilizá-las ou evitá-las, respectivamente. 27 Prof. Simone Sampaio
  • 28. TEORIA DA CONTINGÊNCIA TECNOLOGIA Ao lado do ambiente, a tecnologia constitui outra variável independente que influencia as características organizacionais (variáveis dependentes). Além do impacto ambiental, existe o impacto tecnológico sobre as organizações. As organizações utilizam alguma forma de tecnologia para executar suas operações e realizar suas tarefas. A tecnologia adotada pode ser tosca e rudimentar, como pode ser sofisticada. 28 Prof. Simone Sampaio
  • 29. TEORIA DA CONTINGÊNCIA Sob um ponto de vista administrativo, a tecnologia se desenvolve nas organizações através de conhecimentos acumulados e desenvolvidos sobre o significado e execução de tarefas – know-how – e pelas suas manifestações físicas – máquinas, equipamentos, instalações – constituindo um complexo de técnicas usadas na transformação dos insumos recebidos em resultados, isto é, em produtos ou serviços. 29 Prof. Simone Sampaio
  • 30. TEORIA DA CONTINGÊNCIA A Tecnologia pode estar ou não incorporada a bens físicos. A tecnologia incorporada está contida em bens de capital, matérias-primas intermediárias ou componentes etc. Corresponde ao conceito de hardware. A tecnologia não-incorporada encontra-se nas pessoas – como técnicos, peritos, especialistas, engenheiros, pesquisadores – sob a forma de conhecimentos intelectuais ou operacionais, facilidade mental ou manual para executar as operações, ou em documentos que a registram e visam assegurar sua conservação e transmissão – como mapas, plantas, desenhos, projetos, patentes, relatórios. Corresponde ao conceito de software. 30 Prof. Simone Sampaio