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ATUALIZAÇÃO EM
CURATIVOS
Evelyn Pacheco
ANATOMIA DA PELE
A pele é constituída de duas
camadas principais – a epiderme e a
derme.
Cada uma delas é composta de
tipos de tecidos diferente e tem
funções distintas
A epiderme, a camada mais externa da
pele, e fina e avascular; e costuma regenerar-
se em 4 a 6 semanas. Suas funções básicas
são manter a integridade da pele e atuar como
barreira física. Constituída por várias
camadas de células, a epiderme contém cinco
subcamadas – o estrato córneo, mais externo;
o estrato lúcido; o estrato granuloso; o estrato
espinhoso, e a camada mais interna, o estrato
germinativo, ou camada de células basais.
O estrato germinativo liga a epiderme a
segunda e mais espessa das camadas da pele,
a derme.
A função da derme é oferecer resistência,
suporte, sangue e oxigênio à pele. Essa camada
contém vasos sanguíneos, folículos pilosos,
vasos linfáticos, glândulas sebáceas e glândulas
sudoríparas. A derme é composta de fibroblastos,
colágeno e fibras elásticas.
Os fibroblastos são responsáveis pela
formação de colágeno, substância matricial, e
proteínas de elastina. O colágeno dá resistência à
pele e a elastina é responsável pelo rechaço
cutâneo.
Espessos feixes de colágeno ligam a derme
ao tecido subcutâneo e às estruturas de suporte
subjacentes, como fáscia, músculo e ossos.
O tecido subcutâneo é composto
pelos tecidos adiposo e conjuntivo,
além de grandes vasos sanguíneos,
nervos e vasos linfáticos.
A espessura da epiderme, da
derme e subcutâneo variam entre
diferentes pessoas e partes do corpo.
ANATOMIA DA PELE
FISIOLOGIA DA PELE
A pele é o maior órgão do corpo
humano, constituindo cerca de 10% do
peso corporal. Está constantemente
exposta a agressões físicas, químicas e
mecânicas, que podem ter
conseqüências físicas permanentes ou
não.
As seis funções da pele são:
Proteção: a pele atua como barreira física contra
microrganismos e outras substâncias
estranhas, protegendo contra infecções e perda
excessiva de líquidos.
Sensibilidade: as terminações nervosas da pele
permitem que a pessoa sinta dor, pressão, calor
e frio.
Termorregulação: a pele ajuda a regular a
temperatura corporal mediante vasoconstrição,
vasodilatação e sudorese.
Excreção: a pele ajuda na termorregulação,
mediante a excreção de resíduos, como
eletrólitos e água.
Metabolismo: a síntese de vitamina D na pele
exposta à luz solar, por exemplo, ativa o
metabolismo de cálcio e fosfato, minerais que
desempenham um papel importante na
formação óssea.
Imagem Corporal: a pele detalha a nossa
aparência, identificando de modo único cada
indivíduo.
ASPECTOS PSICOLÓGICOS
Mantendo a metodologia de atendimento
holístico do assistido não devemos
pensar simplesmente em sua lesão
cutânea, mas sim nele como um todo...
Integrando corpo e alma!
Sabemos que a manifestação da ferida
pode ter várias origens, podendo inclusive
denotar o nível de desenvolvimento de
uma população.
ASPECTOS PSICOLÓGICOS
A ferida é um problema sócio-econômico e
educacional, pois para a cicatrização das lesões
são importantes a boa nutrição, assiduidade
corporal e higiene da área afetada. Na condição
de miséria e fome, que grande parte da
população mundial está sujeita, o “viver da
doença” passa a ser um aspecto comum.
Devemos aprender a valorizar os aspectos
psicológicos do portador de feridas, a salientar
mais uma vez a importância da
abordagem interdisciplinar, necessitando em
muitos casos da intervenção do psicólogo.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto ao diagnóstico etiológico:
Define a origem da doença que
propiciou o aparecimento da lesão
cutânea.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto à causa:
Define o mecanismo de ação, por
exemplo: traumáticas, cirúrgicas,
patológicas etc.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto à morfologia:
Descreve a localização, número,
dimensão e profundidade.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto ao grau de contaminação:
limpa, contaminada ou infectada.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto à fase cicatricial:
Define as três etapas: inflamatória,
proliferativa e maturação.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto à característica do exsudato:
Descreve a sua presença ou ausência,
aspecto, coloração e odor.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto à característica do leito da
ferida:
Necrótico, fibrinoso, necrótico-
fibrinoso, granulação e epitelização.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto à cultura da secreção:
Define o agente etiológico e a
antibioticoterapia específica.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto à evolução da ferida:
Aguda ou crônica.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto ao tipo de cicatrização:
Primária, secundária ou primária
tardia.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Segundo a Cor:
Vermelha: indica tecido de
granulação saudável e limpo.
Quando uma ferida começa a
cicatrizar, cobre seu leito uma
camada de tecido de granulação
róseo-pálido, que posteriormente
torna-se vermelho-vivo.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Segundo a Cor:
Amarelo: indica a presença de
exsudato ou secreção e a necessidade
de limpeza da ferida. O exsudato pode
ser amarelo-claro, amarelo-cremoso,
amarelo-esverdeado ou bege.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Segundo a Cor:
Preta: indica a presença de necrose.
O tecido necrótico torna mais lenta a
cicatrização e proporciona um local
para proliferação de microrganismos.
ESTADIAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS ÚLCERAS DE
PRESSÃO
Estagio 1
Uma úlcera de pressão em estágio 1 é uma alteração
observável relacionada com pressão na pele íntegra, cujos
indicadores comparativos à área adjacente ou oposta do
corpo podem incluir mudanças em um ou mais das seguintes
condições: Temperatura da pele (aquecimento ou
resfriamento) e/ou sensibilidade (dor, prurido). A úlcera
manifesta-se como uma área definida de hiperemia persistente
na pele pouco pigmentada, ao passo que, em peles mais
escuras, a úlcera pode manifestar-se como tonalidades
persistentes de vermelho, azul ou púrpura.
Documente e descreva somente comprimento e largura. Não é
possível descrever a profundidade, pois a epiderme está
íntegra, embora o tecido abaixo dela possa estar lesado. A
avaliação das úlceras de pressão em estágio 1 pode ser difícil
nos pacientes com pele mais escura.
ESTADIAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS ÚLCERAS
DE PRESSÃO
Estágio 2
Perda cutânea de espessura parcial envolvendo
epiderme ou derme. A úlcera é superficial e manifesta-
se clinicamente por abrasão, flictema ou cratera rasa.
Documente e descreva comprimento, largura e
profundidade. Todas as úlceras de pressão em estágio
2 têm profundidade, pois a ferida já penetrou a
epiderme. Nas úlceras de pressão superficiais, a
profundidade pode ser descrita com inferior a 0,1 cm.
Qualquer profundidade igual ou maior do que 0,1 cm
deve ser medida com precisão, com ajuda de algum
dispositivo para esse fim.
ESTADIAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS ÚLCERAS
DE PRESSÃO
Estágio 3
Perda cutânea de espessura total envolvendo lesão ou
necrose do tecido subcutâneo, que pode se estender
até a fáscia subjacente, sem atravessá-la. A úlcera
manifesta-se clinicamente como uma cratera profunda,
com ou sem comprometimento subjacente do tecido
adjacente.
Documente e descreva comprimento, largura e
profundidade, além da presença de formação de
túneis, se houver. Quando existe tecido necrótico, não
é possível realizar um estadiamento exato da úlcera de
pressão até a descamação ou a úlcera ter sido
desbridada e a base da ferida tornar-se visível.
ESTADIAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS ÚLCERAS DE
PRESSÃO
Estágio 4
Perda cutânea de espessura total com destruição
extensa, necrose tecidual ou lesão muscular, óssea ou
das estruturas de suporte ( por ex.: tendão ou cápsula
articular). A formação de túneis ou de tratos fistulosos
também pode estar associada à úlcera de pressão em
estágio 4.
Documente e descreva comprimento, largura e
profundidade, bem como a presença de formação de
túneis (se houver) e as estruturas de suporte
subjacentes visíveis (fáscia, músculo e osso). Se houver
tecido necrótico, o estadiamento exato da úlcera de
pressão só será possível, quando a descamação ou a
úlcera tiverem sido desbridadas e a base da ferida
tornar-se visível.
FASES CICATRICIAIS
A reparação tecidual ocorre em três
fases distintas, complexas, dinâmicas e
sobrepostas. A liberação de
mediadores ocorre em cascata, atraindo
estruturas à periferia da região
traumatizada.
O conhecimento das fases evolutivas
do processo fisiológico cicatricial é
fundamental para o tratamento
adequado da ferida.
FASES CICATRICIAIS
Fase Inflamatória ou Exsudativa:
Sua duração é de aproximadamente 48 a
72 horas. Caracteriza-se pelo aparecimento
dos sinais prodrômicos da inflamação: dor,
calor, rubor e edema. Mediadores químicos
provocam vasodilatação, aumentam a
permeabilidade dos vasos e favorecem a
quimiotaxia dos leucócitos - neutrófilos
combatem os agentes invasores e
macrófagos realizam a fagocitose.
FASES CICATRICIAIS
Fase Proliferativa,
Tem a duração de 12 a 14 dias.
Ocorrem neo-angiogênese, produção
de colágenos jovens pelos
fibroblastos e intensa migração
celular, principalmente queratinócitos,
promovendo a epitelização. A cicatriz
possui aspecto avermelhado.
FASES CICATRICIAIS
Fase de Maturação ou Remodelação:
A terceira etapa pode durar de meses a
anos.
Ocorre reorganização do colágeno, que
adquire maior força tênsil e empalidece.
A cicatriz assume a coloração
semelhante à pele adjacente.
FORMAS DE CICATRIZAÇÃO
Cicatrização Primária:
Advém da sutura por planos
anatômicos. Na cicatrização primária
não há perda tecidual.
Pode ocorrer complicações como
isquemia peri-sutura em decorrência
de técnica inadequada, presença de
corpo estranho, coleção de líquidos,
hematomas e infecção superficial.
Esses fatores poderão evoluir à
deiscência de sutura cirúrgica.
FORMAS DE CICATRIZAÇÃO
Cicatrização Secundária:
Quando a evolução cicatricial da
ferida é espontânea chama-se
secundária.
FORMAS DE CICATRIZAÇÃO
Cicatrização Primária Tardia
Às vezes, para acelerar o processo de
cicatrização secundária pode-se realizar
aproximação das bordas da ferida com
pontos de sutura simples. Tal
procedimento é denominado cicatrização
primária tardia.
Fisiologicamente, o mecanismo de
cicatrização é o mesmo, variando na
duração do processo e nos resultados
estético-funcional, que são melhores na
cicatrização primária.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
Fatores Locais
São fatores ligados à ferida, que podem
interferir no processo cicatricial, tais
como:
- dimensão e profundidade da lesão,
- grau de contaminação,
- presença de secreções, hematoma e
corpo estranho,
- necrose tecidual e
- infecção local.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
Fatores Sistêmicos
• Faixa etária:
A idade avançada diminui a resposta
inflamatória.
• Estado Nutricional:
O estado nutricional interfere em todas as
fases da cicatrização. A hipoproteinemia
diminui a resposta imunológica, síntese de
colágeno e função fagocítica.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
Doenças Crônicas:
Enfermidades metabólicas sistêmicas podem
interferir no processo cicatricial.
Terapia Medicamentosa Associada:
A associação medicamentosa pode interferir
no processo cicatricial, como, por exemplo:
- antiinflamatórios,
- antibióticos,
- esteróides e
- agentes quimioterápicos.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
Tratamento Tópico Inadequado
A utilização de sabão tensoativo na lesão
cutânea aberta pode ter ação citolítica,
afetando a permeabilidade da membrana.
A utilização de soluções anti-sépticas
também podem ter ação citolítica.
Quanto maior for à concentração do produto
maior será a sua citotoxidade, afetando o
processo cicatricial. Essa solução em contato
com secreções da ferida tem a sua ação
comprometida.
ASPECTOS ÉTICOS NO TRATAMENTO
DE FERIDAS
IMPERÍCIA
É execução de uma função sem a plena
capacidade para tal.
E cometer um erro por falta de
conhecimento ou habilidade, como, por
exemplo, um acadêmico ou profissional
não habilitado que realiza o
procedimento do curativo de forma
inadequada.
ASPECTOS ÉTICOS NO TRATAMENTO DE
FERIDAS
IMPRUDÊNCIA
É o erro cometido com conhecimento das
regras, porém não executado com as cautelas
exigidas no tratamento da ferida.
Por exemplo, o profissional preparado
insistisse em realizar um curativo sem o
diagnóstico ou material adequado, ou caso o
acadêmico, desacompanhado de seu instrutor,
executasse o curativo sem a plena convicção
do diagnóstico e, ainda, sem solicitar auxílio.
ASPECTOS ÉTICOS NO TRATAMENTO DE
FERIDAS
NEGLIGÊNCIA
Não obstante todas essas condutas tenham de
ser evitadas, a negligência é considerada, no
âmbito ético-profissional, a mais grave dos
três. É o erro cometido com consciência de
como deve ser feito o tratamento da ferida e
sem a existência de algum fator de
impedimento, porém, por mero desleixo,
menosprezo ou indolência, não é realizado
adequadamente.
CONTROVÉRSIAS NO TRATAMENTO DE FERIDAS
CURATIVO SECO
X
CURATIVO ÚMIDO
O curativo úmido:
- protege as terminações nervosas superficiais,
reduzindo a dor,
- acelera o processo cicatricial,
- previne a desidratação tecidual e a morte celular,
- promove necrólise e fibrinólise.
O curativo seco é recomendado em feridas cirúrgicas
limpas, com sutura direta. A troca é, geralmente, diária,
até a retirada dos pontos.
CONTROVÉRSIAS NO TRATAMENTO DE
FERIDAS
LIMPEZA SOLUÇÃO FISIOLÓGICA
X
LIMPEZA MECÂNICA
A limpeza com solução fisiológica a 0,9% é
indicada para hidratar a ferida e acelera a
cicatrização, evitando o traumatismo direto da
ferida.
A limpeza mecânica provoca traumatismo do
tecido em cicatrização, retardando o processo.
CONTROVÉRSIAS NO TRATAMENTO DE FERIDAS
ANTI-SÉPTICOS
EM FERIDA
CUTÂNEA ABERTA
Anti-sepsia com polivinilpirrolidona (PVPI) tópico
(Povidine®):
Tem finalidade de prevenir a colonização. Pode ser
neutralizado rapidamente na presença de matéria orgânica e
tecido necrótico. É indicado na anti-sepsia da pele íntegra e
mucosas, de peri-cateteres, peri-introdutores e fixadores
externos. É contra-indicado em feridas abertas, pois é
citolítico e retarda o processo de cicatrização.
Anti-sepsia com a solução de clorexidina:
Tem ação bacteriana tanto para Gram positivas como Gram
negativas, porém com maior efeito nas Gram negativas. A
atividade germicida mantém-se mesmo na presença de
materiais orgânicos. Possui as mesmas indicações e contra-
indicações do PVPI.
CURATIVO
FINALIDADE
Remover o acumulo de secreções e
tecido morto da ferida ou da área de
incisão;
Diminuir o crescimento de
microrganismo na ferida ou na área da
incisão;
Promover a cicatrização da ferida.
RESULTADO ESPERADO
Cicatrização da ferida sem sinal de infecção.
INVESTIGAÇÃO
A investigação deve enfocar os seguintes
tópicos:
•A prescrição médica e/ou de
enfermagem;
•O tipo e a localização da ferida;
•O horário da última troca;
•Alergias do paciente.
CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS
Trocas de curativos são freqüentemente
dolorosas: avaliar a necessidade relativa
à dor e medicar o paciente 30 minutos
antes do início do procedimento;
Os pacientes geriátrico e pediátrico são
freqüentemente imunodeprimidos e têm
uma baixa resistência, sendo necessária
uma estrita assepsia para minimizar a
exposição aos microrganismos.
CURATIVO
PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM
MATERIAL
Bandeja;
Material de curativo;
Cuba rim;
Fita adesiva;
Luvas de procedimento;
Solução salina de 250 ml (bolsa) ou 125 ml
(frasco);
Algodão embebido em álcool 70%;
Agulha 40x12;
Pacotes de gazes;
Saco de lixo branco;
Solução recomendada.
IMPLEMENTAÇÃO
- Lavar as mãos e organizar o material;
*Reduzir a transmissão de microrganismo.
- Explicar o procedimento ao paciente e dar
assistência às suas necessidades;
*Diminuir a ansiedade;
*Promover a cooperação.
- Avaliar o nível de dor do paciente com uso de
medicação e esperar que a medicação faça efeito
antes de começar, quando necessário;
*Diminuir o desconforto da troca de curativos.
IMPLEMENTAÇÃO
- Colocar a mesa ao lado da cama próxima ao
local em que será feito o curativo;
*Facilitar o gerenciamento do campo e materiais
estéreis.
- Colocar o material na mesa ao lado da cama;
*Promover a rápida troca de curativo.
- Saco de lixo ao lado da cama;
*Facilitar a eliminação do material contaminado.
IMPLEMENTAÇÃO
- Abrir o pacote de curativo;
- Abrir mais pacotes de gazes;
*Se o curativo for muito grande.
-Colocar a agulha no frasco de solução salina,
previamente aquecida à temperatura corporal;
-Calçar as luvas de procedimentos;
- Retirar a fita adesiva, puxando em direção à
ferida e remover o curativo sujo.
*Permite visualizar a área da ferida e do curativo e
também a exposição para a limpeza.
IMPLEMENTAÇÃO
-MOLHAR O CURATIVO COM SOLUÇÃO SALINA,
SE ESTIVER ADERIDO Á FERIDA, ENTÃO PUXAR
SUAVEMENTE;
-Colocar o curativo no saco de lixo;
-Colocar a cuba rim abaixo da ferida;
-Lavar a ferida com jato de soro morno;
*Para fazer a limpeza da ferida sem retirar áreas já
regeneradas.
IMPLEMENTAÇÃO
-Pegar a pinça e fazer uma torunda de gaze;
-Passar a gaze, em áreas que não tenha tecido
de granulação, trocando a gaze sempre que
necessário;
*Prevenir a contaminação da ferida por
microrganismos.
- Usar medicação, pomada, óleo, recomendado
pelo médico ou enfermeiro;
*Seguir a prescrição de enfermagem ou médica.
IMPLEMENTAÇÃO
- Colocar as gazes sobre a área da ferida ou
incisão até que a área esteja completamente
coberta;
*Prevenir a contaminação do curativo ou ferida.
-Fixar o curativo com fita adesiva;
- Dispensar as luvas, os materiais e guardá-los
apropriadamente;
*Manter o ambiente organizado.
-
IMPLEMENTAÇÃO
-Posicionar o paciente com conforto;
- Lavar as mãos;
*Diminuir a expansão de microrganismos.
AVALIAÇÃO
Os resultados esperados foram alcançados?
DOCUMENTAÇÃO
Deve ser anotado no prontuário do paciente:
• A localização e o tipo da ferida ou da
incisão;
• O estado do curativo anterior;
• O estado da área da ferida/incisão;
• A solução e os medicamentos aplicados
na ferida;
• As observações feitas pelo paciente;
• A tolerância do paciente ao procedimento.
ALGUNS TRATAMENTOS
•Açúcar
•Carvão Ativado
•Filme Transparente com
Hidrocolóide ou Hidrogel
•Papaína 1% e 8%
ALGUNS TRATAMENTOS
•Solução Fisiológica
•Sulfadiazina de Prata
•A.G.E. – Ácido Linoleico
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Atkinson L. D., Murray M. E.: Fundamentos de
enfermagem: introdução ao processo de enfermagem.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.
Candido L.C.: Tratamento Tópico e Cirúrgico de Úlcera
Neuropática – “Pé Diabético” . In: Abstract Compact Disc
do IV Congresso Brasileiro de Estomaterapia e I Congresso
Brasileiro de Enfermagem em Dermatologia, São Paulo
(SP), 2001.
Declair V.: Aplicação de Triglicérides de Cadeia Média
(TCM) na Prevenção de Úlceras de Decúbito. Res.Bras.Enf,
8a:4-6, 1994-A.
Smetzer S.C., Bare B.G.: Brunner & Suddarth: tratado de
enfermagem médico-cirúrgica. 7.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1994.

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Atualização sobre classificação e fases cicatriciais de feridas

  • 2. ANATOMIA DA PELE A pele é constituída de duas camadas principais – a epiderme e a derme. Cada uma delas é composta de tipos de tecidos diferente e tem funções distintas
  • 3. A epiderme, a camada mais externa da pele, e fina e avascular; e costuma regenerar- se em 4 a 6 semanas. Suas funções básicas são manter a integridade da pele e atuar como barreira física. Constituída por várias camadas de células, a epiderme contém cinco subcamadas – o estrato córneo, mais externo; o estrato lúcido; o estrato granuloso; o estrato espinhoso, e a camada mais interna, o estrato germinativo, ou camada de células basais. O estrato germinativo liga a epiderme a segunda e mais espessa das camadas da pele, a derme.
  • 4. A função da derme é oferecer resistência, suporte, sangue e oxigênio à pele. Essa camada contém vasos sanguíneos, folículos pilosos, vasos linfáticos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. A derme é composta de fibroblastos, colágeno e fibras elásticas. Os fibroblastos são responsáveis pela formação de colágeno, substância matricial, e proteínas de elastina. O colágeno dá resistência à pele e a elastina é responsável pelo rechaço cutâneo. Espessos feixes de colágeno ligam a derme ao tecido subcutâneo e às estruturas de suporte subjacentes, como fáscia, músculo e ossos.
  • 5. O tecido subcutâneo é composto pelos tecidos adiposo e conjuntivo, além de grandes vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos. A espessura da epiderme, da derme e subcutâneo variam entre diferentes pessoas e partes do corpo.
  • 7. FISIOLOGIA DA PELE A pele é o maior órgão do corpo humano, constituindo cerca de 10% do peso corporal. Está constantemente exposta a agressões físicas, químicas e mecânicas, que podem ter conseqüências físicas permanentes ou não.
  • 8. As seis funções da pele são: Proteção: a pele atua como barreira física contra microrganismos e outras substâncias estranhas, protegendo contra infecções e perda excessiva de líquidos. Sensibilidade: as terminações nervosas da pele permitem que a pessoa sinta dor, pressão, calor e frio. Termorregulação: a pele ajuda a regular a temperatura corporal mediante vasoconstrição, vasodilatação e sudorese.
  • 9. Excreção: a pele ajuda na termorregulação, mediante a excreção de resíduos, como eletrólitos e água. Metabolismo: a síntese de vitamina D na pele exposta à luz solar, por exemplo, ativa o metabolismo de cálcio e fosfato, minerais que desempenham um papel importante na formação óssea. Imagem Corporal: a pele detalha a nossa aparência, identificando de modo único cada indivíduo.
  • 10. ASPECTOS PSICOLÓGICOS Mantendo a metodologia de atendimento holístico do assistido não devemos pensar simplesmente em sua lesão cutânea, mas sim nele como um todo... Integrando corpo e alma! Sabemos que a manifestação da ferida pode ter várias origens, podendo inclusive denotar o nível de desenvolvimento de uma população.
  • 11. ASPECTOS PSICOLÓGICOS A ferida é um problema sócio-econômico e educacional, pois para a cicatrização das lesões são importantes a boa nutrição, assiduidade corporal e higiene da área afetada. Na condição de miséria e fome, que grande parte da população mundial está sujeita, o “viver da doença” passa a ser um aspecto comum. Devemos aprender a valorizar os aspectos psicológicos do portador de feridas, a salientar mais uma vez a importância da abordagem interdisciplinar, necessitando em muitos casos da intervenção do psicólogo.
  • 12. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Quanto ao diagnóstico etiológico: Define a origem da doença que propiciou o aparecimento da lesão cutânea.
  • 13. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Quanto à causa: Define o mecanismo de ação, por exemplo: traumáticas, cirúrgicas, patológicas etc.
  • 14.
  • 15. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Quanto à morfologia: Descreve a localização, número, dimensão e profundidade.
  • 16.
  • 17. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Quanto ao grau de contaminação: limpa, contaminada ou infectada.
  • 18.
  • 19. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Quanto à fase cicatricial: Define as três etapas: inflamatória, proliferativa e maturação.
  • 20. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Quanto à característica do exsudato: Descreve a sua presença ou ausência, aspecto, coloração e odor.
  • 21.
  • 22. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Quanto à característica do leito da ferida: Necrótico, fibrinoso, necrótico- fibrinoso, granulação e epitelização.
  • 23.
  • 24. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Quanto à cultura da secreção: Define o agente etiológico e a antibioticoterapia específica.
  • 25.
  • 26. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Quanto à evolução da ferida: Aguda ou crônica.
  • 27. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Quanto ao tipo de cicatrização: Primária, secundária ou primária tardia.
  • 28. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Segundo a Cor: Vermelha: indica tecido de granulação saudável e limpo. Quando uma ferida começa a cicatrizar, cobre seu leito uma camada de tecido de granulação róseo-pálido, que posteriormente torna-se vermelho-vivo.
  • 29.
  • 30. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Segundo a Cor: Amarelo: indica a presença de exsudato ou secreção e a necessidade de limpeza da ferida. O exsudato pode ser amarelo-claro, amarelo-cremoso, amarelo-esverdeado ou bege.
  • 31.
  • 32. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Segundo a Cor: Preta: indica a presença de necrose. O tecido necrótico torna mais lenta a cicatrização e proporciona um local para proliferação de microrganismos.
  • 33.
  • 34. ESTADIAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO Estagio 1 Uma úlcera de pressão em estágio 1 é uma alteração observável relacionada com pressão na pele íntegra, cujos indicadores comparativos à área adjacente ou oposta do corpo podem incluir mudanças em um ou mais das seguintes condições: Temperatura da pele (aquecimento ou resfriamento) e/ou sensibilidade (dor, prurido). A úlcera manifesta-se como uma área definida de hiperemia persistente na pele pouco pigmentada, ao passo que, em peles mais escuras, a úlcera pode manifestar-se como tonalidades persistentes de vermelho, azul ou púrpura. Documente e descreva somente comprimento e largura. Não é possível descrever a profundidade, pois a epiderme está íntegra, embora o tecido abaixo dela possa estar lesado. A avaliação das úlceras de pressão em estágio 1 pode ser difícil nos pacientes com pele mais escura.
  • 35.
  • 36. ESTADIAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO Estágio 2 Perda cutânea de espessura parcial envolvendo epiderme ou derme. A úlcera é superficial e manifesta- se clinicamente por abrasão, flictema ou cratera rasa. Documente e descreva comprimento, largura e profundidade. Todas as úlceras de pressão em estágio 2 têm profundidade, pois a ferida já penetrou a epiderme. Nas úlceras de pressão superficiais, a profundidade pode ser descrita com inferior a 0,1 cm. Qualquer profundidade igual ou maior do que 0,1 cm deve ser medida com precisão, com ajuda de algum dispositivo para esse fim.
  • 37.
  • 38. ESTADIAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO Estágio 3 Perda cutânea de espessura total envolvendo lesão ou necrose do tecido subcutâneo, que pode se estender até a fáscia subjacente, sem atravessá-la. A úlcera manifesta-se clinicamente como uma cratera profunda, com ou sem comprometimento subjacente do tecido adjacente. Documente e descreva comprimento, largura e profundidade, além da presença de formação de túneis, se houver. Quando existe tecido necrótico, não é possível realizar um estadiamento exato da úlcera de pressão até a descamação ou a úlcera ter sido desbridada e a base da ferida tornar-se visível.
  • 39.
  • 40. ESTADIAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO Estágio 4 Perda cutânea de espessura total com destruição extensa, necrose tecidual ou lesão muscular, óssea ou das estruturas de suporte ( por ex.: tendão ou cápsula articular). A formação de túneis ou de tratos fistulosos também pode estar associada à úlcera de pressão em estágio 4. Documente e descreva comprimento, largura e profundidade, bem como a presença de formação de túneis (se houver) e as estruturas de suporte subjacentes visíveis (fáscia, músculo e osso). Se houver tecido necrótico, o estadiamento exato da úlcera de pressão só será possível, quando a descamação ou a úlcera tiverem sido desbridadas e a base da ferida tornar-se visível.
  • 41.
  • 42. FASES CICATRICIAIS A reparação tecidual ocorre em três fases distintas, complexas, dinâmicas e sobrepostas. A liberação de mediadores ocorre em cascata, atraindo estruturas à periferia da região traumatizada. O conhecimento das fases evolutivas do processo fisiológico cicatricial é fundamental para o tratamento adequado da ferida.
  • 43. FASES CICATRICIAIS Fase Inflamatória ou Exsudativa: Sua duração é de aproximadamente 48 a 72 horas. Caracteriza-se pelo aparecimento dos sinais prodrômicos da inflamação: dor, calor, rubor e edema. Mediadores químicos provocam vasodilatação, aumentam a permeabilidade dos vasos e favorecem a quimiotaxia dos leucócitos - neutrófilos combatem os agentes invasores e macrófagos realizam a fagocitose.
  • 44. FASES CICATRICIAIS Fase Proliferativa, Tem a duração de 12 a 14 dias. Ocorrem neo-angiogênese, produção de colágenos jovens pelos fibroblastos e intensa migração celular, principalmente queratinócitos, promovendo a epitelização. A cicatriz possui aspecto avermelhado.
  • 45. FASES CICATRICIAIS Fase de Maturação ou Remodelação: A terceira etapa pode durar de meses a anos. Ocorre reorganização do colágeno, que adquire maior força tênsil e empalidece. A cicatriz assume a coloração semelhante à pele adjacente.
  • 46. FORMAS DE CICATRIZAÇÃO Cicatrização Primária: Advém da sutura por planos anatômicos. Na cicatrização primária não há perda tecidual. Pode ocorrer complicações como isquemia peri-sutura em decorrência de técnica inadequada, presença de corpo estranho, coleção de líquidos, hematomas e infecção superficial. Esses fatores poderão evoluir à deiscência de sutura cirúrgica.
  • 47. FORMAS DE CICATRIZAÇÃO Cicatrização Secundária: Quando a evolução cicatricial da ferida é espontânea chama-se secundária.
  • 48. FORMAS DE CICATRIZAÇÃO Cicatrização Primária Tardia Às vezes, para acelerar o processo de cicatrização secundária pode-se realizar aproximação das bordas da ferida com pontos de sutura simples. Tal procedimento é denominado cicatrização primária tardia. Fisiologicamente, o mecanismo de cicatrização é o mesmo, variando na duração do processo e nos resultados estético-funcional, que são melhores na cicatrização primária.
  • 49. FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO Fatores Locais São fatores ligados à ferida, que podem interferir no processo cicatricial, tais como: - dimensão e profundidade da lesão, - grau de contaminação, - presença de secreções, hematoma e corpo estranho, - necrose tecidual e - infecção local.
  • 50. FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO Fatores Sistêmicos • Faixa etária: A idade avançada diminui a resposta inflamatória. • Estado Nutricional: O estado nutricional interfere em todas as fases da cicatrização. A hipoproteinemia diminui a resposta imunológica, síntese de colágeno e função fagocítica.
  • 51. FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO Doenças Crônicas: Enfermidades metabólicas sistêmicas podem interferir no processo cicatricial. Terapia Medicamentosa Associada: A associação medicamentosa pode interferir no processo cicatricial, como, por exemplo: - antiinflamatórios, - antibióticos, - esteróides e - agentes quimioterápicos.
  • 52. FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO Tratamento Tópico Inadequado A utilização de sabão tensoativo na lesão cutânea aberta pode ter ação citolítica, afetando a permeabilidade da membrana. A utilização de soluções anti-sépticas também podem ter ação citolítica. Quanto maior for à concentração do produto maior será a sua citotoxidade, afetando o processo cicatricial. Essa solução em contato com secreções da ferida tem a sua ação comprometida.
  • 53. ASPECTOS ÉTICOS NO TRATAMENTO DE FERIDAS IMPERÍCIA É execução de uma função sem a plena capacidade para tal. E cometer um erro por falta de conhecimento ou habilidade, como, por exemplo, um acadêmico ou profissional não habilitado que realiza o procedimento do curativo de forma inadequada.
  • 54. ASPECTOS ÉTICOS NO TRATAMENTO DE FERIDAS IMPRUDÊNCIA É o erro cometido com conhecimento das regras, porém não executado com as cautelas exigidas no tratamento da ferida. Por exemplo, o profissional preparado insistisse em realizar um curativo sem o diagnóstico ou material adequado, ou caso o acadêmico, desacompanhado de seu instrutor, executasse o curativo sem a plena convicção do diagnóstico e, ainda, sem solicitar auxílio.
  • 55. ASPECTOS ÉTICOS NO TRATAMENTO DE FERIDAS NEGLIGÊNCIA Não obstante todas essas condutas tenham de ser evitadas, a negligência é considerada, no âmbito ético-profissional, a mais grave dos três. É o erro cometido com consciência de como deve ser feito o tratamento da ferida e sem a existência de algum fator de impedimento, porém, por mero desleixo, menosprezo ou indolência, não é realizado adequadamente.
  • 56. CONTROVÉRSIAS NO TRATAMENTO DE FERIDAS CURATIVO SECO X CURATIVO ÚMIDO O curativo úmido: - protege as terminações nervosas superficiais, reduzindo a dor, - acelera o processo cicatricial, - previne a desidratação tecidual e a morte celular, - promove necrólise e fibrinólise. O curativo seco é recomendado em feridas cirúrgicas limpas, com sutura direta. A troca é, geralmente, diária, até a retirada dos pontos.
  • 57. CONTROVÉRSIAS NO TRATAMENTO DE FERIDAS LIMPEZA SOLUÇÃO FISIOLÓGICA X LIMPEZA MECÂNICA A limpeza com solução fisiológica a 0,9% é indicada para hidratar a ferida e acelera a cicatrização, evitando o traumatismo direto da ferida. A limpeza mecânica provoca traumatismo do tecido em cicatrização, retardando o processo.
  • 58. CONTROVÉRSIAS NO TRATAMENTO DE FERIDAS ANTI-SÉPTICOS EM FERIDA CUTÂNEA ABERTA Anti-sepsia com polivinilpirrolidona (PVPI) tópico (Povidine®): Tem finalidade de prevenir a colonização. Pode ser neutralizado rapidamente na presença de matéria orgânica e tecido necrótico. É indicado na anti-sepsia da pele íntegra e mucosas, de peri-cateteres, peri-introdutores e fixadores externos. É contra-indicado em feridas abertas, pois é citolítico e retarda o processo de cicatrização. Anti-sepsia com a solução de clorexidina: Tem ação bacteriana tanto para Gram positivas como Gram negativas, porém com maior efeito nas Gram negativas. A atividade germicida mantém-se mesmo na presença de materiais orgânicos. Possui as mesmas indicações e contra- indicações do PVPI.
  • 59. CURATIVO FINALIDADE Remover o acumulo de secreções e tecido morto da ferida ou da área de incisão; Diminuir o crescimento de microrganismo na ferida ou na área da incisão; Promover a cicatrização da ferida.
  • 60. RESULTADO ESPERADO Cicatrização da ferida sem sinal de infecção.
  • 61. INVESTIGAÇÃO A investigação deve enfocar os seguintes tópicos: •A prescrição médica e/ou de enfermagem; •O tipo e a localização da ferida; •O horário da última troca; •Alergias do paciente.
  • 62. CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS Trocas de curativos são freqüentemente dolorosas: avaliar a necessidade relativa à dor e medicar o paciente 30 minutos antes do início do procedimento; Os pacientes geriátrico e pediátrico são freqüentemente imunodeprimidos e têm uma baixa resistência, sendo necessária uma estrita assepsia para minimizar a exposição aos microrganismos.
  • 64. PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM MATERIAL Bandeja; Material de curativo; Cuba rim; Fita adesiva; Luvas de procedimento; Solução salina de 250 ml (bolsa) ou 125 ml (frasco); Algodão embebido em álcool 70%; Agulha 40x12; Pacotes de gazes; Saco de lixo branco; Solução recomendada.
  • 65. IMPLEMENTAÇÃO - Lavar as mãos e organizar o material; *Reduzir a transmissão de microrganismo. - Explicar o procedimento ao paciente e dar assistência às suas necessidades; *Diminuir a ansiedade; *Promover a cooperação. - Avaliar o nível de dor do paciente com uso de medicação e esperar que a medicação faça efeito antes de começar, quando necessário; *Diminuir o desconforto da troca de curativos.
  • 66. IMPLEMENTAÇÃO - Colocar a mesa ao lado da cama próxima ao local em que será feito o curativo; *Facilitar o gerenciamento do campo e materiais estéreis. - Colocar o material na mesa ao lado da cama; *Promover a rápida troca de curativo. - Saco de lixo ao lado da cama; *Facilitar a eliminação do material contaminado.
  • 67. IMPLEMENTAÇÃO - Abrir o pacote de curativo; - Abrir mais pacotes de gazes; *Se o curativo for muito grande. -Colocar a agulha no frasco de solução salina, previamente aquecida à temperatura corporal; -Calçar as luvas de procedimentos; - Retirar a fita adesiva, puxando em direção à ferida e remover o curativo sujo. *Permite visualizar a área da ferida e do curativo e também a exposição para a limpeza.
  • 68. IMPLEMENTAÇÃO -MOLHAR O CURATIVO COM SOLUÇÃO SALINA, SE ESTIVER ADERIDO Á FERIDA, ENTÃO PUXAR SUAVEMENTE; -Colocar o curativo no saco de lixo; -Colocar a cuba rim abaixo da ferida; -Lavar a ferida com jato de soro morno; *Para fazer a limpeza da ferida sem retirar áreas já regeneradas.
  • 69. IMPLEMENTAÇÃO -Pegar a pinça e fazer uma torunda de gaze; -Passar a gaze, em áreas que não tenha tecido de granulação, trocando a gaze sempre que necessário; *Prevenir a contaminação da ferida por microrganismos. - Usar medicação, pomada, óleo, recomendado pelo médico ou enfermeiro; *Seguir a prescrição de enfermagem ou médica.
  • 70. IMPLEMENTAÇÃO - Colocar as gazes sobre a área da ferida ou incisão até que a área esteja completamente coberta; *Prevenir a contaminação do curativo ou ferida. -Fixar o curativo com fita adesiva; - Dispensar as luvas, os materiais e guardá-los apropriadamente; *Manter o ambiente organizado. -
  • 71. IMPLEMENTAÇÃO -Posicionar o paciente com conforto; - Lavar as mãos; *Diminuir a expansão de microrganismos.
  • 73. DOCUMENTAÇÃO Deve ser anotado no prontuário do paciente: • A localização e o tipo da ferida ou da incisão; • O estado do curativo anterior; • O estado da área da ferida/incisão; • A solução e os medicamentos aplicados na ferida; • As observações feitas pelo paciente; • A tolerância do paciente ao procedimento.
  • 74. ALGUNS TRATAMENTOS •Açúcar •Carvão Ativado •Filme Transparente com Hidrocolóide ou Hidrogel •Papaína 1% e 8%
  • 75. ALGUNS TRATAMENTOS •Solução Fisiológica •Sulfadiazina de Prata •A.G.E. – Ácido Linoleico
  • 76. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Atkinson L. D., Murray M. E.: Fundamentos de enfermagem: introdução ao processo de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. Candido L.C.: Tratamento Tópico e Cirúrgico de Úlcera Neuropática – “Pé Diabético” . In: Abstract Compact Disc do IV Congresso Brasileiro de Estomaterapia e I Congresso Brasileiro de Enfermagem em Dermatologia, São Paulo (SP), 2001. Declair V.: Aplicação de Triglicérides de Cadeia Média (TCM) na Prevenção de Úlceras de Decúbito. Res.Bras.Enf, 8a:4-6, 1994-A. Smetzer S.C., Bare B.G.: Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994.