O documento discute conceitos básicos de aterramento, incluindo sua constituição, componentes da resistência de aterramento e como reduzir a resistência total. Também aborda perigos associados a altas resistências de aterramento, técnicas de equipotencialização e métodos para medir a resistência em sistemas grandes.
2. Conceitos básicos
O que é aterramento?
Constituição básica de um
aterramento:
1. As conexões elétricas que ligam
um ponto do sistema aos
eletrodos;
2. Eletrodos de aterramento
(Qualquer corpo metálico
colocado no solo);
3. Terra envolvendo aos eletrodos.
3. Componentes da resistência de
aterramento
Resistência própria
do eletrodo e das
ligações elétricas ao
mesmo
Resistência de
contato entre o
eletrodo e a terra
adjacente ao mesmo
Resistência da terra
circunvizinha
4. Se o eletrodo for uma semi-esfera...
-Solo homogêneo, com uma semi-esfera como condutor enterrado no solo
-A corrente total em cada superfície é a mesma, mas a densidade de corrente que
passa pelas superfícies diminui à medida em que estas se afastam do condutor.
(J=I/Area)
-A DDP é portanto maior nas imediações do condutor
10. • A Rt (resistência de aterramento total) do
sistema, determina qual será o patamar
máximo de tensão no solo.
• Independente do valor da tensão, o que é
nocivo para equipamentos e pessoas é a DDP
(Diferença de Potencial) a que estes podem
estar submetidos
• Deve-se buscar reduzir a Rt para minimizar a
DDP .
11. O que acontece se a Rt for alta?
Aterramento com alto Rt pode causar faiscamentos laterais
(Risco de tensões de passo e de toque perigosas)
12. Como reduzir Rt ?
• Aumentar a malha na horizontal: “Tem efeito
prático até no máximo 30m para SPDA”
• Tratamento químico: “É possível reduzir até 30 ou
40% para sistemas com 200 ou 300 Ω, mas para
15 ou 20 Ω não tem muita eficácia”
• Aumentar o número de eletrodos em paralelo
• Eletrodos em poços de concreto: “Eficiente para
solos arenosos ou rochosos. Acrescente carvão
mineral no concreto para melhorar sua
resistividade”
13. Como reduzir a tensão de passo?
(equipotencialização sempre!)
1- Anéis concêntricos com
profundidades crescentes (60cm, 1.2m
e 1.8m)
2- Recobrir o piso com camadas de
concreto ou asfalto com 5cm de
espessura
3- Instalar uma malha INTERNA sob o
piso. (10x10) ou (5x5 se as pessoas
estiverem descalças)
4- Para os quadrúpedes a malha deve
ser uma tela soldada tipo TELCON
20x30cm sob o piso a 50cm
16. Por que a diferença na
equipotencialização?
Modelo de um filamento condutor no solo por unidade de comprimento
17. Pausa para absorção
• Tópicos abordados:
– Perfil de potencial para 1 eletrodo semi-esférico
em solo homogêneo
– Definição de potencial de toque, de passo e de
transferência
– Os perigos de um Rt alta e como reduzi-la
– A equipotencialização durante curtos circuitos e
descargas atmosféricas
18. Condições de baixa freqüência
Rt = k.
• A resistência de aterramento é diretamente
proporcional à resistividade do solo (). A
constante de proporcionalidade K expressa
apenas os efeitos geométricos (dimensão e
forma) dos eletrodos.
• Devido à importância de , é necessário
estudar quais parâmetros o influencia
19. Fatores que determinam a
resistividade do solo
Tipo do solo Umidade do solo
Concentração de
sais dissolvidos
na água
Compacidade do
solo
Granulometria
do solo
Temperatura do
solo
Estratificação do
solo
23. Análise comparativa
Configuração dos eletrodos Rt(Ω)
Eletrodo Horizontal 1526.58
Disco Horizontal ao nível do solo 520.83
Haste vertical 410.37
Disco vertical a profundidade R 388.21
Disco horizontal a profundidade R 343.31
Semi-esfera ao nível do solo 331.57
Esfera a profundidade R 248.68
=2500 Ω.m (resistividade comum para solos em Minas Gerais
Raio = 1.2m; L=2.4m; a=0.05m/2
27. Aspectos práticos
• A resistividade é o parâmetro mais importante a ser
medido ao se projetar um aterramento. Ela pode variar
em locais diferentes no mesmo terreno.
• Faz sentido adotar resistividade média para todo o
terreno a fim de projetar a malha? Depende das
dimensões e características do terreno.
• Se a semi-esfera que engloba o seu aterramento não
atingiu a Rt desejada, fazer uma correção de solo com
tratamento químico não irá resolver o problema.
• A resistividade deve ser medida em cada local onde
será instalada a malha. Por isso se mede resistividade
quando a obra ainda será construída.
34. Como se mede Rt para grandes
sistemas de aterramento ?
• Usualmente, o patamar pode começar a ser
encontrado de 4 a 10x a maior dimensão da
malha. Se a malha tiver 1km, o patamar estará a
10km e o eletrodo de corrente mais distante
ainda.
• Aterramentos de grande porte tem baixa
resistência. Com o aumento da distância dos
eletrodos de corrente, a resistência intrínseca dos
cabos de medição se soma à Rt. Além disso,
efeitos como indutâncias entre cabos afeta a
medição.
• O resultado final da medição não é confiável.
43. Situações de exposição de risco
Turista no Sequoia National
Park. Espantado, o irmão tirou
a fotografia. 5 minutos depois
que eles saíram um raio
atingiu a plataforma e matou
uma pessoa e feriu sete.
44. Conclusões finais
• Aterramentos representam um importante
sistema tanto na segurança , quanto no bom
funcionamento dos sistemas elétricos
• Um SPDA mau instalado e um aterramento
mau feito pode gerar grandes prejuízos para
uma empresa
• Grandes sistemas de aterramento necessitam
de múltiplos métodos de medição para se
obter um valor confiável.
Notas do Editor
Os eletrodos podem ter qualquer configuração, mas configurações usuais são:
Cantoneiras de ferro galvanizado
Sistemas hidráulicos ou malhas em reticulado
Posicionamento dos eletrodos de aterramento (buscar melhor camada de resistividade):
Vertical
Horizontal
Os eletrodos horizontais (usualmente enterrado a 0,5m da superfície), são muito utilizados quando a maior preocupação é o controle do gradiente de potencial no solo.
A resistência própria do eletrodo é muito pequena
A resistência de contato só seria relevante se o eletrodo tiver alguma camada isolante (de tinta por exemplo)
Esta é a parcela mais significativa.
O solo está aproximado como um conjunto de fatias hemisféricas de mesma espessura (delta d) e resistividade , cuja área cresce à medida que se afasta do eletrodo (A=2*pi*r^2)
Para outras configurações de eletrodos, as primeiras fatias equipotenciais tem a forma deste e à medida em que se afastam dele vão se abaulando e tomando a forma de uma semi-esfera. A diferença de resistência então entre os diferentes tipos de eletrodos está apenas nas camadas mais próximas do eletrodo.
Inconveniências:
1.O SAL SE DISSOLVE com a água da chuva e o tratamento tem que ser renovado a cada 2 ou 3 anos dependendo do tipo do terreno
2. Comprimento máximo na horizontal de 30m (15 a 18 no livro do Duílio)
3. Um gel absorve água durante todo o período de chuva e a perde lentamente na seca. Se a haste é de aço galvanizado, o sal contido no gel é o sulfato ou ferrocianeto de cobre, que ataca a galvanização retirando a camada de zinco. Internacionalmente este método é conhecido como método SANICK e no Brasil pela marca do fabricante: Ericogel, Aterragel, Laborgel, etc...
É POSSÍVEL REDUZIR UMA HASTE QUE ESTEJA COM 200 ou 300ohms 30 ou 40%, mas para hastes que estejam já com 15, 20 ohms não tem muita eficácia.
A BENTONITA tem eficácia menor que o método SANICK
4. É um procedimento eficiente em solos arenosos ou rochosos. Faz-se um furo cilíndrico no solo, com diâmetro de 30cm ou mais, na profundidade do eletrodos. Centraliza-se o eletrodo e preenche-se este com concreto. Pode-se ainda acrescentar carvão ao concreto para reduzir mais a sua resistividade.
Medir ou calcular?
É interessante realizar uma análise de julgamento prático. Em alguns casos K é tabelado, para formatos de aterramentos típicos, em outros não. A resistividade do solo tem que ser medida, etc... Às vezes é mais prático apenas medir.
METADE DA DDP TOTAL se situa a 2*raio do eletrodo.
Qualquer eletrodo que se situe DENTRO da semi esfera apresentará Rt MAIOR em comparação com a semi esfera (A superfície esférica é a que apresenta maior área de contato com a terra, e portanto tem menor densidade de corrente na superfície).
E já se sabe que seja qual for esse eletrodo, ao englobar uma semi-esfera a DDP cairá pela metade a uma distância. duas vezes o raio desta.
A corrente I flui para o solo através do eletrodo A, e espalha-se radialmente em todas as direções concentrando-se da mesma forma à medida que se aproxima do outro eletrodo.
A parte inicial da curva é sensivelmente crescente pois a maior parte da resistência de um aterramento localiza-se na terra mais próxima ao mesmo.
A curva é a somatória da queda de tensão em cada volume elementar.
Entre os pontos x1 e x2 a queda de tensão é tão pequena pois a densidade de corrente é ínfima devido a área da seção de condução ser tão ampla. Essa região é conhecida como patamar de potencial. A DDP entre x1 e x2 é usualmente 2% da DDP entre A e x1.
A CORRENTE TOTAL QUE ATRAVESSA CADA SUPERFÍCIE É A MESMA QUE SAIU DO ELETRODO.
A curva 4 é a medição na reta que une o eletrodo A com B só que na direção oposta ao eletrodo A. Nota-se que a curva tem um crescimento mais lento e tende a alcançar o patamar em pontos mais distantes.
A distância entre X e C deve ser bem maior que as dimensões lineares do sistema.
O eletrodo C deve ser colocado a uma distância pelo menos 4 vezes superior à maior dimensão do eletrodo X.
Recomenda-se para pequenos aterramentos no mínimo 40m e para 100m no caso de malhas.
O eletrodo de potencial P deve ficar inicialmente a 60% da distância entre X e C (é uma boa estimativa para o patamar). Na prática não precisa levantar a curva inteira, basta variar a posição de P 10% para mais e para menos e verificar se o valor da resistência variou no máximo 2%. O valor médio é o valor da Resistência.
SE NÃO APARECER O PATAMAR:
Os eletrodos estão perto, afaste-os. Para algumas malhas são necessárias distâncias superiores a 500m
Pode haver transferência de potencial devido a algum condutor enterrado. Faça a medição em outra direção.
Os eletrodos devem estar firmemente cravados no solo, no caso do eletrodo C este deve estar a mais de 50cm para assegurar uma baixa resistência. Alta resistência em C limita a corrente fornecida pelo instrumento o que pode não ser suficiente para sensibilizar os circuitos de medição.
O eletrodo de potencial P não é necessário cravá-lo tão profundo pois a corrente que circula nele é ínfima. (ele tem entrada em alta impedância)
QUANDO FOR MEDIR GRANDES MALHAS, os cabos dos eletrodos posicionados em linha apresentam indutância e capacitância mútua que podem influenciar na medição. Neste caso, o eletrodo de potencial P deve ser colocado na direção oposta ao eletrodo de corrente, ou numa direção ortogonal ao segmento XC.
As correntes são sempre ortogonais às superfícies equipotenciais
As superfícies inicialmente tem o formato semelhante ao eletrodo e ao se afastarem tendem a se tornar hemisféricas
A heterogeneidade do solo pode alterar sensivelmente os caminhos de corrente. A estratificação do solo em camadas com resistividade diferente pode fazer que os caminhos de corrente sejam mais superficiais ou mais profundos
Um corpo condutor de longas dimensões enterrado pode concentrar a corrente que passa no solo alterando as linhas de potencial.
A figura mostra 2 eletrodos hemisféricos de raios diferentes (Diametro de A é 10m e B 1m) enterrados a 1000m um do outro.
Na primeira parte da figura o solo é homogêneo quanto à resistividade e é aplicada uma DDP de 110V entre os eletrodos.
Nota-se que a maior parte da DDP localiza-se no eletrodo com menor diâmetro.
A segunda parte da figura 2 mostra os eletrodos em um solo estratificado em 2 camadas, com a camada superficial de resistividade bem menor. Nota-se que o patamar praticamente se extinguiu. (DDP 113V)
O raio cai a menos de 10 metros do poste no estacionamento.