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A História do Hospital
História do Hospital Desde os mais remotos tempos da História, é evidente a preocupação das populações com a administração de cuidados aos que necessitam de assistência construindo espaços que de alguma forma mostram um cuidado diferenciado com a sua implantação tanto quanto com a sua formatação. Através do artigo de Antunes (1989), que enfoca os estudos das instituições de saúde, é possível identificar essa preocupação. “Muito antes que a medicina, a arquitetura foi a primeira arte a ocupar-se do hospital. A idéia de que o doente necessita de cuidados e abrigo é anterior à possibilidade de lhe dispensar tratamento médico. E todas as cidades, em todas as épocas, mobilizaram-se para prover esta necessidade.”   (ANTUNES, 1989, p 227/228) Dessa forma, o hospital se identifica como um espaço pleno de simbologia e significado, como um edifício que se destaca na malha urbana, onde se proporciona acolhimento aos enfermos acontecendo a prática da medicina e a produção de conhecimentos da saúde humana em geral. Na antiguidade as instituições de assistência à saúde ofereciam cuidados para o corpo e a alma. Eram construídos espaços chamados termas ou templos que possuíam também piscinas aquecidas onde as pessoas podiam meditar e fazer o tratamento de reumatismos, problemas das articulações e vias respiratórias. O cristianismo pregava os valores de caridade e auxílio e os monastérios budistas no Oriente pregavam os mesmos conceitos, assim surgem os leprosários que introduzem o conceito de isolamento e a construção de edifícios que abriguem um determinado tipo de patologia, sendo eles afastados dos centros urbanos. Na Idade Média surgem as ordens militares e a pioneira foi a Ordem dos Hospitalários  ou a Ordem do Hospital de São João onde prestavam serviços aos enfermos implantando vários hospitais pela Europa.  É nesse período que aparecem as novidades no planejamento desses estabelecimentos separando as funções de alojamento, as funções de logística e também a separação dos doentes por sexo e tipo de patologia, sendo, em sua maioria, organizadas em torno de um pátio central. Aproximadamente no ano 1788, teve destaque um conjunto de estudos do médico Tenon1 que com a análise de vários hospitais sugeriu várias mudanças como meios  de impedir os contágios, a interdição de leitos coletivos e ainda que cada pavilhão fosse dotado de um núcleo de serviços ligados a uma unidade central. 1- Por causa de um incêndio no Hotel - Dieu em Paris por volta de 1772 que abrigava centenas de enfermos agrupados, começaram os estudos e pesquisas para criar espaços adequados para a saúde, neste caso o médico Tenon analisou vários hospitais com um olhar crítico e funcionalista.  (Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/monografias/hospitais_emergencia_rio.pdf).
Assim se estabelece a organização pavilhonar, horizontal dos hospitais permitindo uma ventilação cruzada e excelente iluminação natural. Foi nessa época que a cirurgia se instalou definitivamente nos serviços de um hospital estabelecendo o perfil dos hospitais contemporâneos. Na primeira metade do século XX acontece o avanço na concepção de grandes estruturas verticais. Com o aprimoramento de tecnologias da construção civil e com o emprego das estruturas metálicas surgem as novas tipologias para as construções de hospitais com formas diferentes de circulação e também o adicionamento dos elevadores (Fig.2). Ainda acontece uma elevação na importância dos centros cirúrgicos e a assimilação dos usuários dos hospitais que majoritariamente é para os que não possuíam recursos para o atendimento domiciliar.  http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/monografias/hospitais_emergencia_rio.pdf Hospital de Clichy, Clichy França . Por Jean Walter, 1929. No período entre as duas guerras mundiais surgem os hospitais monoblocos (Fig.3) que modela uma justaposição de blocos posicionados sobre uma base maior, composta de pavimentos técnicos. Esse tipo de hospital trabalha a sua estrutura física, com a racionalização das funções de assistência e a setorização de serviços, patologias e complexidade de cuidados, na implantação dos seus pavimentos e prédios. É só a partir dos anos 80 que acontece uma preocupação maior com a funcionalidade e a humanização dos ambientes hospitalares.
Com uma melhor organização e implantação desses ambientes houve a proposta de trazer para o interior desses espaços o meio ambiente sumindo com as mega estruturas dos hospitais monoblocos e dando lugar a um jogo de volumes compactos. Santa Casa de Santos atualmente. Fonte: www.scms.com.br Exemplo de hospital monobloco.  Hospital de Beaujon, Clichy França.  Por Jean Walter em 1932. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/monografias/hospitais_emergencia_rio.pdf História dos Hospitais no Brasil As primeiras ações de assistência à saúde pública acontecem desde a chegada de Pedro Álvares Cabral, mas os documentos relatam que o primeiro hospital construído no Brasil foi na Aldeia de Todos os Santos, atualmente cidade de Santos no litoral do estado de São Paulo, fundado por Braz Cubas entre 1543 e 1545. Este socorria os doentes da terra e também os marinheiros passageiros que ficavam doentes. Ainda no século XVI, com a vinda dos padres da Companhia de Jesus, foram fundadas as Santas Casas - essas configuram as primeiras instituições de assistência à saúde do Brasil, a primeira, como já foi mencionado anteriormente, foi fundada pelo colono Braz Cubas (Fig.4) - nelas acontecia também a prática e o ensino da medicina já que a primeira faculdade só foi fundada três séculos depois. As Santas Casas são predominantemente importantes na configuração da saúde brasileira, pois até hoje ocupam um importante papel para na prestação de serviços para a população de baixa renda. Suas instituições são geralmente erguidas em edifícios antigos servindo de estudo e reflexão para o adequamento de um ambiente hospitalar.

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Aspectos Históricos

  • 1. A História do Hospital
  • 2. História do Hospital Desde os mais remotos tempos da História, é evidente a preocupação das populações com a administração de cuidados aos que necessitam de assistência construindo espaços que de alguma forma mostram um cuidado diferenciado com a sua implantação tanto quanto com a sua formatação. Através do artigo de Antunes (1989), que enfoca os estudos das instituições de saúde, é possível identificar essa preocupação. “Muito antes que a medicina, a arquitetura foi a primeira arte a ocupar-se do hospital. A idéia de que o doente necessita de cuidados e abrigo é anterior à possibilidade de lhe dispensar tratamento médico. E todas as cidades, em todas as épocas, mobilizaram-se para prover esta necessidade.” (ANTUNES, 1989, p 227/228) Dessa forma, o hospital se identifica como um espaço pleno de simbologia e significado, como um edifício que se destaca na malha urbana, onde se proporciona acolhimento aos enfermos acontecendo a prática da medicina e a produção de conhecimentos da saúde humana em geral. Na antiguidade as instituições de assistência à saúde ofereciam cuidados para o corpo e a alma. Eram construídos espaços chamados termas ou templos que possuíam também piscinas aquecidas onde as pessoas podiam meditar e fazer o tratamento de reumatismos, problemas das articulações e vias respiratórias. O cristianismo pregava os valores de caridade e auxílio e os monastérios budistas no Oriente pregavam os mesmos conceitos, assim surgem os leprosários que introduzem o conceito de isolamento e a construção de edifícios que abriguem um determinado tipo de patologia, sendo eles afastados dos centros urbanos. Na Idade Média surgem as ordens militares e a pioneira foi a Ordem dos Hospitalários ou a Ordem do Hospital de São João onde prestavam serviços aos enfermos implantando vários hospitais pela Europa. É nesse período que aparecem as novidades no planejamento desses estabelecimentos separando as funções de alojamento, as funções de logística e também a separação dos doentes por sexo e tipo de patologia, sendo, em sua maioria, organizadas em torno de um pátio central. Aproximadamente no ano 1788, teve destaque um conjunto de estudos do médico Tenon1 que com a análise de vários hospitais sugeriu várias mudanças como meios de impedir os contágios, a interdição de leitos coletivos e ainda que cada pavilhão fosse dotado de um núcleo de serviços ligados a uma unidade central. 1- Por causa de um incêndio no Hotel - Dieu em Paris por volta de 1772 que abrigava centenas de enfermos agrupados, começaram os estudos e pesquisas para criar espaços adequados para a saúde, neste caso o médico Tenon analisou vários hospitais com um olhar crítico e funcionalista. (Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/monografias/hospitais_emergencia_rio.pdf).
  • 3. Assim se estabelece a organização pavilhonar, horizontal dos hospitais permitindo uma ventilação cruzada e excelente iluminação natural. Foi nessa época que a cirurgia se instalou definitivamente nos serviços de um hospital estabelecendo o perfil dos hospitais contemporâneos. Na primeira metade do século XX acontece o avanço na concepção de grandes estruturas verticais. Com o aprimoramento de tecnologias da construção civil e com o emprego das estruturas metálicas surgem as novas tipologias para as construções de hospitais com formas diferentes de circulação e também o adicionamento dos elevadores (Fig.2). Ainda acontece uma elevação na importância dos centros cirúrgicos e a assimilação dos usuários dos hospitais que majoritariamente é para os que não possuíam recursos para o atendimento domiciliar. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/monografias/hospitais_emergencia_rio.pdf Hospital de Clichy, Clichy França . Por Jean Walter, 1929. No período entre as duas guerras mundiais surgem os hospitais monoblocos (Fig.3) que modela uma justaposição de blocos posicionados sobre uma base maior, composta de pavimentos técnicos. Esse tipo de hospital trabalha a sua estrutura física, com a racionalização das funções de assistência e a setorização de serviços, patologias e complexidade de cuidados, na implantação dos seus pavimentos e prédios. É só a partir dos anos 80 que acontece uma preocupação maior com a funcionalidade e a humanização dos ambientes hospitalares.
  • 4. Com uma melhor organização e implantação desses ambientes houve a proposta de trazer para o interior desses espaços o meio ambiente sumindo com as mega estruturas dos hospitais monoblocos e dando lugar a um jogo de volumes compactos. Santa Casa de Santos atualmente. Fonte: www.scms.com.br Exemplo de hospital monobloco. Hospital de Beaujon, Clichy França. Por Jean Walter em 1932. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/monografias/hospitais_emergencia_rio.pdf História dos Hospitais no Brasil As primeiras ações de assistência à saúde pública acontecem desde a chegada de Pedro Álvares Cabral, mas os documentos relatam que o primeiro hospital construído no Brasil foi na Aldeia de Todos os Santos, atualmente cidade de Santos no litoral do estado de São Paulo, fundado por Braz Cubas entre 1543 e 1545. Este socorria os doentes da terra e também os marinheiros passageiros que ficavam doentes. Ainda no século XVI, com a vinda dos padres da Companhia de Jesus, foram fundadas as Santas Casas - essas configuram as primeiras instituições de assistência à saúde do Brasil, a primeira, como já foi mencionado anteriormente, foi fundada pelo colono Braz Cubas (Fig.4) - nelas acontecia também a prática e o ensino da medicina já que a primeira faculdade só foi fundada três séculos depois. As Santas Casas são predominantemente importantes na configuração da saúde brasileira, pois até hoje ocupam um importante papel para na prestação de serviços para a população de baixa renda. Suas instituições são geralmente erguidas em edifícios antigos servindo de estudo e reflexão para o adequamento de um ambiente hospitalar.