O documento discute a relação entre performance artística e vídeo no Brasil nas décadas de 1970 e 1990. Analisa o vídeo "Entre", da artista Nina Galanternick, e como o corpo performático é representado através da linguagem fragmentada do vídeo. Também explora como o dispositivo de vídeo pode tornar visíveis e questionar aspectos sociais do corpo.
O que pode um corpo? Instalações interativas e experiências possíveis no cená...Fernanda Gomes
A partir de questões sobre o corpo, a imagem e as tecnologias digitais, juntamente com uma análise de instalações interativas que apresentam como característica principal a transformação do espectador em uma espécie de espectador performer,foi identificado um contexto marcado por relações significativas dentro do âmbito artístico que privilegiam situações experimentais e novos sistemas de imagens que projetam o corpo do espectador enquanto imagem da obra. Este trabalho realiza então uma espécie de atualização de relações feitas por Deleuze em seus estudos sobre o cinema, privilegiando as instalações interativas contemporâneas como continuidades de processos cinematográficos. Percebeu-se que o corpo não só experimenta, mas também provoca alterações, a partir da maneira como o espectador se insere em sistemas de dispositivos, principalmente através das atividades criativas possibilitadas nestes sistemas.
No decorrer da luta você vai se descobrindo:
Experiências com o vídeo etnográfico na representação de processos sociais, por Ana Lúcia Marques Camargo Ferraz
O que pode um corpo? Instalações interativas e experiências possíveis no cená...Fernanda Gomes
A partir de questões sobre o corpo, a imagem e as tecnologias digitais, juntamente com uma análise de instalações interativas que apresentam como característica principal a transformação do espectador em uma espécie de espectador performer,foi identificado um contexto marcado por relações significativas dentro do âmbito artístico que privilegiam situações experimentais e novos sistemas de imagens que projetam o corpo do espectador enquanto imagem da obra. Este trabalho realiza então uma espécie de atualização de relações feitas por Deleuze em seus estudos sobre o cinema, privilegiando as instalações interativas contemporâneas como continuidades de processos cinematográficos. Percebeu-se que o corpo não só experimenta, mas também provoca alterações, a partir da maneira como o espectador se insere em sistemas de dispositivos, principalmente através das atividades criativas possibilitadas nestes sistemas.
No decorrer da luta você vai se descobrindo:
Experiências com o vídeo etnográfico na representação de processos sociais, por Ana Lúcia Marques Camargo Ferraz
Resumo de trabalho apresentado e publicado nos anais do: III Congresso Latinoamericano de Arteterapia, IV Congresso do Mercosul de Arteterapia, I Congresso Lusobrasileiro de Arteterapia. Ouro Preto/2011. ISBN: 978-85-65121-00-2
Estética da Interação e Opressão Mediada pelo ComputadorUTFPR
Quando interagimos com outras pessoas, produzimos sensações e sentimentos que são apreciados ou depreciados esteticamente, dependendo dos gostos culturais vigentes. Cinema e o Teatro são duas das artes que mais exploram a estética da interação tanto na forma quanto no conteúdo. Quando a interação entre pessoas é mediada por um computador, não é diferente; ainda há uma estética da interação, porém, ela ainda não é um objeto de criatividade e crítica tão prolífico quanto nessas artes. Sem criatividade e crítica, designers de interações humano-computador acabam privilegiando os gostos dos grupos opressores. Nesta palestra, serão apresentados experimentos estéticos em IHC que buscam valorizar as expressões de mulheres, negros, indígenas e outros grupos esteticamente oprimidos.
A pesquisa sobre Educação em Design de Interação têm apontado para a necessidade de rever a prática reflexiva do ateliê de projetos frente ao uso crescente do material digital para intensificar opressões. Dentre as pedagogias críticas que estão sendo consideradas para trabalhar com esse fenômeno, o Teatro do Oprimido oferece um arsenal de técnicas para encenar, analisar, criticar e mudar situações cotidianas que reiteram opressões históricas entre grupos sociais. Essas técnicas permitem envolver ativamente o corpo no processo pedagógico, além de promover a criatividade estética e a participação democrática. Mais do que isso, revelam a dimensão política do projeto de interação e seu potencial para lutar contra a opressão.
Introdução Arte, Cultura e Sociedade: Entendendo a Origem da Arte e TecnologiaDra. Camila Hamdan
Projeto: Nas Ondas da Maré
Curso: Formação Profissional em Informática
Módulo II: Cultura Digital, Sociedade e Tecnologia
Redes da Maré (https://www.redesdamare.org.br/)
Coordenadora: Dra. Camila Hamdan: https://linktr.ee/camilahamdan
Aula em vídeo disponível no YouTube: https://youtu.be/cKySAKi1VVQ
Licença de atribuição Creative Commons (reutilização permitida)
O Que é Arte Digital? Profa. Dra. Giselle Beiguelman
Entrevista concedida para a segunda Mostra 3M de Arte Digital, na Galeria Marta Traba, Fundação Memorial da América Latina em São Paulo. Evento realizado de 3 de setembro a 2 de outubro de 2011.
Vídeo da entrevista disponível por Flavio Marques: https://youtu.be/06C1CuGpzC8 Sob Licença de atribuição Creative Commons (reutilização permitida).
HAMDAN, Camila. Opened Body Connection: condição cíbrida num imaginário fantá...Camila Hamdan
Os seres humanos tem passado por grandes transformações em suas formas de viver a partir das relações do seu corpo em ambientes modificados pelas tecnologias que, computadorizadas, promovem a simbiose entre os seres vivos e as máquinas. Essa situação tem levado artistas e cientistas a pensarem juntos sobre o passado, o presente e o futuro da humanidade sob uma nova condição promovida pela conexão, interatividade, imersão, auto-organização, autonomia, mobilidade, nomadismo entre outras características. Nesse sentido, a arte enquanto um conhecimento que permite expandir essas reflexões contribui para a criação de universos imaginários antes inatingíveis, que reinventam as experiências do sentir humano em suas conexões ao ciberespaço.
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Inovação em Projetos Culturais (Reinventar práticas e territórios culturais |...Cultura e Mercado
Aprenda a obter efetividade máxima em projetos culturais, transformando-os em projetos sociocriativos. Desenvolver um pensamento inovador, sistêmico, baseado em práticas de pesquisa e orientado ao design da efetividade.
O curso busca preparar gestores e empreendedores para lidar com a complexidade, harmonizando princípios que foram absolutos nas cadeias da Era Industrial, competitividade, produtividade e visão mercadológica, aos novos princípios que caracterizam as redes emergentes da Economia do Conhecimento, colaboração, inovação e visão sócio-sustentável.
Resumo de trabalho apresentado e publicado nos anais do: III Congresso Latinoamericano de Arteterapia, IV Congresso do Mercosul de Arteterapia, I Congresso Lusobrasileiro de Arteterapia. Ouro Preto/2011. ISBN: 978-85-65121-00-2
Estética da Interação e Opressão Mediada pelo ComputadorUTFPR
Quando interagimos com outras pessoas, produzimos sensações e sentimentos que são apreciados ou depreciados esteticamente, dependendo dos gostos culturais vigentes. Cinema e o Teatro são duas das artes que mais exploram a estética da interação tanto na forma quanto no conteúdo. Quando a interação entre pessoas é mediada por um computador, não é diferente; ainda há uma estética da interação, porém, ela ainda não é um objeto de criatividade e crítica tão prolífico quanto nessas artes. Sem criatividade e crítica, designers de interações humano-computador acabam privilegiando os gostos dos grupos opressores. Nesta palestra, serão apresentados experimentos estéticos em IHC que buscam valorizar as expressões de mulheres, negros, indígenas e outros grupos esteticamente oprimidos.
A pesquisa sobre Educação em Design de Interação têm apontado para a necessidade de rever a prática reflexiva do ateliê de projetos frente ao uso crescente do material digital para intensificar opressões. Dentre as pedagogias críticas que estão sendo consideradas para trabalhar com esse fenômeno, o Teatro do Oprimido oferece um arsenal de técnicas para encenar, analisar, criticar e mudar situações cotidianas que reiteram opressões históricas entre grupos sociais. Essas técnicas permitem envolver ativamente o corpo no processo pedagógico, além de promover a criatividade estética e a participação democrática. Mais do que isso, revelam a dimensão política do projeto de interação e seu potencial para lutar contra a opressão.
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Projeto: Nas Ondas da Maré
Curso: Formação Profissional em Informática
Módulo II: Cultura Digital, Sociedade e Tecnologia
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Coordenadora: Dra. Camila Hamdan: https://linktr.ee/camilahamdan
Aula em vídeo disponível no YouTube: https://youtu.be/cKySAKi1VVQ
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O Que é Arte Digital? Profa. Dra. Giselle Beiguelman
Entrevista concedida para a segunda Mostra 3M de Arte Digital, na Galeria Marta Traba, Fundação Memorial da América Latina em São Paulo. Evento realizado de 3 de setembro a 2 de outubro de 2011.
Vídeo da entrevista disponível por Flavio Marques: https://youtu.be/06C1CuGpzC8 Sob Licença de atribuição Creative Commons (reutilização permitida).
HAMDAN, Camila. Opened Body Connection: condição cíbrida num imaginário fantá...Camila Hamdan
Os seres humanos tem passado por grandes transformações em suas formas de viver a partir das relações do seu corpo em ambientes modificados pelas tecnologias que, computadorizadas, promovem a simbiose entre os seres vivos e as máquinas. Essa situação tem levado artistas e cientistas a pensarem juntos sobre o passado, o presente e o futuro da humanidade sob uma nova condição promovida pela conexão, interatividade, imersão, auto-organização, autonomia, mobilidade, nomadismo entre outras características. Nesse sentido, a arte enquanto um conhecimento que permite expandir essas reflexões contribui para a criação de universos imaginários antes inatingíveis, que reinventam as experiências do sentir humano em suas conexões ao ciberespaço.
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APRESENTAÇÃO - Coloquio Coimbra Portugal 26.11.15.pdf
1. O meu corpo no corpo do outro:
arte performativa e vídeo,
dispositivos híbridos
Profa. Dra. Regilene A. Sarzi Ribeiro
UNESP/Brasil
2. Conexões transdisciplinares
Hibridismo entre linguagens – corpo e vídeo
Experiência estética (filosofia)
Presença do corpo (performance)
Vídeo (comunicação) como dispositivo-máquina
Produtor de linguagem e discurso
O texto é uma síntese da análise do vídeo Entre de
Nina Galanternick.
Investigamos dois aspectos inter-relacionados:
O corpo como um operador de sentido do dispositivo
audiovisual e o sincretismo corpo-máquina como
protagonista da construção de identidade do sujeito
performer e do espectador,
3. Brasil, anos 1970, o embate entre o dispositivo (câmera
de vídeo) e o corpo do artista, deu origem à arte do
vídeo no país,
Os artistas se apropriam dos recursos da máquina
(registros, enquadramentos e sons) para expor seu
corpo a discussões estéticas, sociais, culturais e
políticas.
“Diferentemente de outros países que produzem nos
anos 1970 performances e body art (arte corporal)
muitas vezes em espaços abertos, no Brasil tais
manifestações públicas são recriminadas, censuradas,
pelo Estado ditatorial. Os trabalhos performáticos são
realizados [...] em caráter privado, isolados do espaço
público, e documentados pela câmera de vídeo”.
(MELLO, 2008, p.144).
4. Anos de 1990, performances registradas por vídeos,
Imagem do corpo sofre intervenções dos recursos
gráficos e audiovisuais, edição e montagem,
Corpos múltiplos e multifacetados, fragmentados,
sobrepostos, mixados, articulados e recompostos.
Pensar o dispositivo como um aparelho para fazer ver e
falar conforme Michael Foucault, citado por Gilles
Deleuze (O que é um dispositivo?, 1989), representa
acionar a discussão sobre as relações entre obra,
artista e público.
Quem vê, o como vê e o que é visto fazem parte de um
mesmo sistema autopoiético (CAPRA, 2011), tal como
em uma ecologia da criação na qual cada elemento se
define necessariamente na relação com o outro (SARZI-
RIBEIRO, 2015).
5. A máquina, um dispositivo para fazer ver e falar se torna
muito mais do que um meio de registro e resistência, ela
é meio de expressão que visa questionar autoridades e
tabus.
Na criação contemporânea, o vídeo torna-se linguagem
plástica audiovisual a partir da qual som e imagem
compõem novos discursos do corpo.
Para Arlindo Machado (1997), a imagem eletrônica traz
um vasto campo de experimentações estéticas e
inúmeros recursos pós-produção, de edição e montagem
como cortes, sobreposições, distorções, anamorfoses,
mosaicos, colagens, colorizações, compressão ou
expansão da imagem (squeezoom).
6. Para analisar o vídeo Entre
(1999), da artista carioca
Nina Galanternick, tomamos
como eixos norteadores
algumas questões:
Qual a relação entre o corpo
performático e a linguagem
do vídeo?
Como os aspectos formais
(composição, espaço, luz, cor
e textura) operam arranjos
sonoro-visuais, que tornam
visíveis os corpos no vídeo
analisado?
Que sentido do outro e do si
mesmo são processados?
Frame do vídeo Entre de Nina
Galanternick (1999). 6 min, colorido e
som. Fonte: SARZI-RIBEIRO, 2012.
Frame do vídeo Entre de Nina
Galanternick (1999). 6 min colorido e
som. Fonte: SARZI-RIBEIRO, 2012.
7. No vídeo Entre, nos deparamos com cenas de
um corpo feminino mostrado em detalhes cuja
tonalidade de pele varia de um intenso
rosáceo ao vermelho e ao final, tons claros de
pele branca quase sem cor .
O corpo feminino é percorrido pela câmera de
cima a baixo e enquadrado na intimidade que
mostra particularidades dos membros do seu
rosto, cabelos, narinas, orelhas e boca.
Outras cenas focalizam pormenores como
pintas e machas do corpo e membros como
pés, nádegas e pelos da vagina.
8. A programação para sentir as coisas do mundo
por suas partes é uma função programada pelo
dispositivo da máquina da ordem do midiático
(comunicação), uma vez que está na essência da
linguagem do vídeo, a estrutura fragmentar
(SARZI-RIBEIRO, 2012).
O cinetismo da câmera é um traço da linguagem
audiovisual que gera movimentos compostos de
ritmo (rápido e lento) e velocidade (acelerado e
desacelerado) marcados pela continuidade e
descontinuidade nas cenas, e a totalidade e
parcialidade com que este corpo se faz visível.
9. Os percursos (orifícios e
passagens) sugeridos por
triangulações e
circunvoluções, resultantes
do contorno das formas e
partes do corpo, são
enquadrados por planos
fechados e zooms que
dirigem quem está
assistindo ao vídeo de fora
para dentro, do exterior
social e coletivo e para o
interior privado e íntimo,
configurando um ajuste à
programação do dispositivo
videográfico. Frames do vídeo Entre (1999). Gráficos de
relações entre o corpo e os percursos de
adentramento. Fonte: SARZI-RIBEIRO, 2012.
10. A arte performática se estende de dentro para fora
e de fora para dentro do vídeo.
O encantamento ou estranhamento que sentimos
diante dos portais de acesso ao corpo são
materializados pela linguagem videográfica, que
opera na ligação entre cenas rápidas e lentas e
superfícies planas em detrimento às aberturas do
corpo, composta pelo caminhar da câmera.
Por todas estas relações, o corpo do vídeo Entre é
um corpo conhecido na sua intimidade por um
dispositivo maquínico que se aproxima sempre com
o intuito de tornar visíveis os portais de acesso ao
corpo.
11. O corpo performático masculino nos remete a
valores e questões de gênero presentes nas relações
entre duas pessoas.
Interpretamos por oposições, o poder do corpo
masculino versus a fragilidade do corpo feminino e a
imposição de valores e usos do corpo.
O vídeo promove um contínuo para dentro do corpo
e um contínuo entre os corpos. O meu corpo no
corpo do outro.
Um corpo vivido que se torna presença a partir de
caminhos que querem burlar o mecânico e o
automático para ser sentido como algo vital e
fundamental à própria condição existencial do corpo.
12. Referências
CAPRA, Fritjof. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável.
7ª. ed. São Paulo: Cultrix, 2011.
DELEUZE, Gilles. Qu’est-ce qu’un dispositif? In: Michel Foucault
philosophe. Rencontre Internationale Paris, janvier 1998. Tradução
Ruy de Souza Dias. Paris: Seuil, 1989.
MACHADO, Arlindo. A arte do vídeo. São Paulo: Brasiliense, 1997.
MELLO, Christine. Extremidades do vídeo. São Paulo: SENAC São Paulo,
2008.
SARZI-RIBEIRO, Regilene Aparecida. Análise Estética da Videoarte. O
meu corpo no corpo do outro. In: Pós: Revista do Programa de Pós-
Graduação em Artes, v. 04, p. 162-173, 2014.
_____. Regimes de visibilidade do corpo fragmentado e construção de
sentido e interação na videoarte brasileira. São Paulo, 2012. Tese
(Doutorado). Pontifícia Universidade Católica – PUC, São Paulo – SP.
384p.