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Electroterapia
Maria João Leite
Interna Complementar Físiatria
Centro Hospitalar do Porto - Hospital
Santo António
Email:mjoaol@hotmail.com
Tlm: 916304426
Porto, 5 de Abril de 2010
1. Princípios físicos da electrologia médicaPrincípios físicos da electrologia médica
2. Electroestimulação
2.1 Esboço histórico
2.2 Conceitos
2.3 Correntes utilizadas
2.4 Bases electrofisiológicas
2.5 Níveis de estimulação
2.6 Princípios de instrumentação
2.7 Métodos de aplicação
3. Corrente galvânica
3.1 Efeitos biofísicos
3.2 Efeitos electrofísicos
3.3 Metodologia e instrumentação
3.4 Iontoforese
Electroterapia:Electroterapia:
Emprego da corrente eléctrica como agente terapêutico
Impulsos eléctricos:Impulsos eléctricos:
Acção terapêutica directa: electroestimulação
Transformação em calor: electrotermoterapia (diatermia)
Fonte de energia para a produção de outros agentes
terapêuticos: US, radiações, fototerapia (radiações IV, UV, laser),
campos magnéticos fixos ou variáveis (magnetoterapia).
Conceito de onda:Conceito de onda:
Uma onda é uma perturbação em um meio, que se transmite
em forma de movimento ondulatório através deste, a uma velocidade
constante característica desse meio
Carga eléctrica:Carga eléctrica: força entre cargas eléctricas
Electricidade:Electricidade: força fundamental tal como a gravidade (força
gravitacional: massa vs força eléctrica: carga eléctrica). Electrostática:
cargas eléctricas em repouso. Electrodinâmica: cargas eléctricas em
movimento. Electromagnetismo: cargas eléctricas criam campo magnético.
Charles August de CoulombCharles August de Coulomb 1738 - 1806 (balança de torção): força
(atractiva ou repulsiva) entre cargas eléctricas estáticas (positiva ou
negativa) resulta inversamente proporcional ao quadrado da distância
F = k (q1q2/ R²) Rₒ
q1 e q2 são as cargas
R distância de separação entre as cargas
R vector unitário que vai na direcção e sentido da carga q1 e q2ₒ
k constante eléctrica universal – cujo valor depende das unidades que se medem as cargas e do meio em
que se encontram
k = 1/4 π εₒ
ε permitividade dieléctrica do vácuo. Em outros meios como nas menbranas biológicas utiliza-se aₒ
permitividade dieléctrica do meio ε
No sistema internacional de unidades (SI), a unidade de carga é o Colombo (C)
As cargas eléctricas mais elemenares e indivisiveis são o electrão e o protão
Ião:Ião: um átomo cujo nº de electrões não seja o mesmo que o de protões, não
sendo portanto electricamente neutro.
Campo eléctrico:Campo eléctrico: Tal como a terra cria um campo gravitacional- em torno de
todos os pontos situados em seu torno, uma carga eléctrica cria um campo
eléctrico numa região espacial que a rodeia (outra carga eléctrica põe a
manifesto a existência de tal campo eléctrico por meio de uma força atractiva
ou repulsiva).
F = q ε
(Quântica: campo eléctrico é a força
desenvolvida por unidade de carga)
O campo elétrico gerado pela carga q num ponto P existe independentemente de haver em P um corpo
carregado. Quando colocamos nesse ponto P um corpo carregado, a força que passa a agir sobre ele é devida
ao campo elétrico que já preexistia ali, e não a uma ação directa, à distância, do corpo q sobre o segundo
corpo. 
Energia Potencial EléctricaEnergia Potencial Eléctrica corresponde à capacidade da força elétrica realizar
trabalho.
EP = K Qq / d
EP = Energia potencial (J)
Q = carga que gera o campo (C)
q = carga de prova (C)
d = distância entre as cargas
K = constante eletrostática (N.m2/C2)
Kvácuo = 9.109 N.m2/C2
A energia potencial é uma grandeza escalar.No S.I a energia é medida em Joule ( J ).
V = Ep/qV = Ep/q
V = KQ/dV = KQ/d
V = potencial elétrico (V)
Ep = Energia potencial (J)
Q = carga que gera o campo (C)
q = carga de prova (C)
d = distância da carga ao ponto P
K = constante eletrostática (N.m2/C2)
Com relação a um campo elétrico, interessa-nos a capacidade de realizar trabalho,capacidade de realizar trabalho,
associada ao campo em si, independentemente do valor da carga q, independentemente do valor da carga q colocada num ponto P
desse campo.
O Potencial elétrico (V) é uma grandeza escalar. No S.I, o potencial é medido em volt (V)
TRABALHO E DIFERENÇA DE POTENCIALTRABALHO E DIFERENÇA DE POTENCIAL
√ A diferença de potencial entre dois pontos, em uma região sujeita a um campo elétrico,
depende apenas da posição dos pontos. Assim, podemos atribuir a cada ponto um potencial
elétrico, de tal maneira que a diferença de potencial entre eles corresponda exactamente à
diferença entre seus potenciais, como o próprio nome indica.
√ Físicamente, é a diferença de potencial que interessa,Físicamente, é a diferença de potencial que interessa, pois corresponde ao trabalho da
força eléctrica por unidade de carga capaz de propulsionar essas cargas de niveis deforça eléctrica por unidade de carga capaz de propulsionar essas cargas de niveis de
energia maiores a outros menoresenergia maiores a outros menores; estabelecendo-se deste modo potenciais eléctricos.
Coloquialmente as diferenças de potencial, tensão elétrica ou força electromotriz (fem)Coloquialmente as diferenças de potencial, tensão elétrica ou força electromotriz (fem)
denominam-se de voltagens.voltagens.
ττAB = q (VA - VB)AB = q (VA - VB)
ττAB = q.UAB = q.U
t = trabalho (J)
U = diferença de potencial (V)
Potência eléctrica:Potência eléctrica:
√ A quantidade de trabalho realizado por uma corrente eléctrica depende da diferença deA quantidade de trabalho realizado por uma corrente eléctrica depende da diferença de
potencial e da quantidade de electrões deslocados.potencial e da quantidade de electrões deslocados.
√ A unidade de energia é o Joule (J) (definida o trabalho realizado por 1 carga de 1C movendo-
se a favor das forças do campo eléctrico entre 2 pontos cuja diferença de potencial é de 1 V ( 1J=
1C.1V).
Outra unidade de energia é o electrão-volt (eV)´.
√ A potência determina a quantidade de trabalho realizado por um sistema. A potência eléctrica
desenvolvida num circuito vem dada por: P= VI, logo, e segundo a lei de Ohm, temos: P= I²R
√ A unidade de potência é o Watt (W) que equivale a 1 Joule/seg
Igualmente cumpre-se que 1W= 1 ampere/1 volt
√ O consumo de energia pela quantidade de energia térmica produzidaconsumo de energia pela quantidade de energia térmica produzida pela interacção dos
electrões submetidos a um campo eléctrico com os iões positivos do condutor, vem dada pela LeiLei
de Joulede Joule
Et = IEt = I².R.t².R.t
Capacidade eléctrica:Capacidade eléctrica: Propriedade dos corpos que indica sua capacidade de
retenção de energia eléctrica
Entre a carga de um condutor isolado e seu potencial, existe uma relação
constante, cujo valor se denomina capacidade
C= Q/VC= Q/V
No SI a unidade de capacidade eléctrica é o FARAD (F),FARAD (F), que é igual ao
COLOMBO/VOLTCOLOMBO/VOLT
Na prática, apenas se utiliza o microfarad (μF)e o picofarad (pF)
Condensador:Condensador:
Dispositivo cuja função consiste no armazenamento de energia em forma
electrostática
Um condensador plano dispõe de duas placas ou lâminas condutoras de grande
superfície separadas por uma espessura constante d de dieléctrico.
Na natureza encontram-se exemplos de condensadores eléctricos.
Assim, nas células nervosas, a taxa de transmissão de um impulso nervoso
depende da capacidade da membrana.
Condutores e dieléctricos:Condutores e dieléctricos:
Os corpos materiais podem classificar-se segundo seu comportamento eléctrico, segundo
permitam ou não o transporte de carga eléctricapermitam ou não o transporte de carga eléctrica.
.
√√ Na prática devemos recorrer a expressar para cada material o valor real de mobilidade de carga
(condutividadecondutividade) ou de dificuldade deste movimento (resistência)resistência)
√√ A condutividade das distintas partes do organismo dependem, em grande medida, da
resistência da pele e do tecido gorduroso subcutâneo.
√√ A corrente eléctrica propaga-se principalmente por meio dos líquidos orgânicos (LCR, sangue,
linfa, suor), músculos e túnicas de troncos nervosos.
A resistência da pele varia com o tipo de corrente, humidade, espessura, etc.….A resistência da pele varia com o tipo de corrente, humidade, espessura, etc.….
A condutividade eléctrica dos tecidos e órgãos também depende do seu estado funcional.A condutividade eléctrica dos tecidos e órgãos também depende do seu estado funcional.
ElementosElementos
condutorescondutores (cedem
electrões com facilidade)
IsolantesIsolantes ou dieléctricosdieléctricos (quando se
modificam as condições exteriores podem
conduzir a corrente eléctrica)
CORRENTE ELÉTRICACORRENTE ELÉTRICA
A corrente elétrica é um movimento ordenado de cargas elementares através de um
condutor, desde um ponto a outro, quando entre seus extremos se estabelece uma
diferença de potencial.
A corrente elétrica pode ser um simples jato de partículas no vácuo, como acontece
num cinescópio de TV, em que um feixe de elétrons é lançado contra a tela. No
entanto, na maioria dos casos, a corrente elétrica não ocorre no vácuo, mas sim no
interior de um condutor. Por exemplo, aplicando uma diferença de potencial num
fio metálico, surge nele uma corrente elétrica formada pelo movimento ordenado
de elétrons.
As cargas elétricas em movimento
ordenado constituem a corrente
elétrica. As cargas elétricas queAs cargas elétricas que
constituem a corrente elétrica são osconstituem a corrente elétrica são os
elétrons livres, no caso do sólido, eelétrons livres, no caso do sólido, e
os íons, no caso dos fluídosos íons, no caso dos fluídos.
i =i = ΔΔQ/Q/ΔΔtt
i = corrente elétrica (A)
ΔQ = carga elétrica (C)
CORRENTE ELÉTRICACORRENTE ELÉTRICA
ΔΔQ = n.eQ = n.e
Δt = tempo (s)
n = número de cargas
e = carga elementar (C)
e = 1,6.10-19 C
A unidade de intensidade de corrente elétrica no S.I é o Ampère (A), que por
definição, é igual ao colombo/segundo.
Em elctroterapia, apenas se utiliza o miliampere e o microampere.
A corrente eléctrica em um material condutor vem determinada pelo movimento
de electrões no seio de tal material, a intensidade da correnteintensidade da corrente é a quantidade de
carga que passa por um ponto determinado do material, na unidade de tempo.
Tipos de correnteTipos de corrente
Corrente contínua/directa (GALVÂNICA)
É aquela cujo sentido ou polaridade do campo eléctrico se mantém constante. Ex:
corrente de uma bateria de carro, pilha, etc.
Corrente alterna (FARÁDICACorrente alterna (FARÁDICA)
É aquela cujo fluxo de carga troca de sentido no curso de um periodo, o campo
inverte-se periodicamente, durante uma fase deste (alternância ou fase), circula em
um sentido e, durante a outra, o faz no sentido contrário, alternadamente. Ex:
corrente usada na rede doméstica
É um bom exemplo a corrente alterna sinusoidal (bipolar simétrica, variavel e
periódica)
CORRENTE ELÉTRICACORRENTE ELÉTRICA
A densidade de corrente (J)densidade de corrente (J) representa a quantidade de corrente que circula por
unidade de superficie :
J= dI/ dSJ= dI/ dS
A densidade de corrente expressa-se em mA/cm2
Em electroestimulação é um factor muito importante que deve considerar-se em
qualquer aplicação, especialmente de corrente galvânica, já que a pele normal não
tolera densidades de corrente superiores a 1 mA/cm2 (risco de queimaduras
electroquimicas).
Em geral, quanto maior é J, maior será o efeito sobre os tecidos.
Os principais factores que determinam a densidade são:
√√ Intensidade aplicada
√√ Superficie dos electrodos
√√ Maleabilidade dos electrodos
RESISTÊNCIA ELÉTRICA. LEI DE OHM.RESISTÊNCIA ELÉTRICA. LEI DE OHM.
Quando uma corrente elétrica é estabelecida em um condutor metálico, um número
muito elevado de elétrões livres passa a se deslocar nesse condutor. Nesse
movimento, os elétrões colidem entre si e também contra os átomos que constituem
o metal. Portanto, os elétrons encontram uma certa dificuldade para se deslocar,
isto é, existe uma resistência à passagem da corrente no condutor. Para medir essa
resistência, definiu-se uma grandeza que denominada resistência elétrica.
Fatores que influenciam no valor de uma resistência:
1) A resistência de um condutor é tanto maior quanto maior for seu comprimento.
2) A resistência de um condutor é tanto maior quanto menor for a área de sua seção
reta, isto é, quanto mais fino for o condutor.
3) A resistência de um condutor depende do material de que ele é feito.
Lei de Ohm (1827)Lei de Ohm (1827)
Estudando a corrente elétrica que percorre um resistor, George Simon OhmGeorge Simon Ohm
determinou, experimentalmente, que a resistência R é constante para determinados
tipos de condutores.
U = R.iU = R.i
U = diferença de potencial - ddp (V)
R = resistência elétrica ( Ω-Ohms)
i = corrente elétrica (A)
A diferença de potencial entre 2
pontos de um conductor é igual
ao produto da intensidade de
corrente pela resistência do
condutor
1. Princípios físicos da electrologia médica
2. Electroestimulação
2.1 Esboço histórico
2.2 Conceitos
2.3 Correntes utilizadas
2.4 Bases electrofisiológicas
2.5 Níveis de estimulação
2.6 Princípios de instrumentação
2.7 Métodos de aplicação
3. Corrente galvânica
3.1 Efeitos biofísicos
3.2 Efeitos electrofísicos
3.3 Metodologia e instrumentação
3.4 Iontoforese
2. Electroestimulação2. Electroestimulação
2.1 Esboço histórico2.1 Esboço histórico
2.2 Conceitos2.2 Conceitos
2.3 Correntes utilizadas2.3 Correntes utilizadas
2.4 Bases electrofisiológicas2.4 Bases electrofisiológicas
2.5 Níveis de estimulação2.5 Níveis de estimulação
2.6 Princípios de instrumentação2.6 Princípios de instrumentação
2.7 Métodos de aplicação2.7 Métodos de aplicação
Esboço históricoEsboço histórico
Se o homem não tivesse descoberto como utilizar a energia elétrica, a vida seria muito
diferente, principalmente nas cidades. Sem luz elétrica, rádio, televisão nem frigorifíco,
etc… Fica difícil imaginar como a vida seria !!!!
Os nossos corpos são dotados de eletricidade.
O sistema nervoso, por exemplo, só funciona por causa dos impulsos elétricos que
passam de célula a célula.
As batidas do coração também funcionam por meio de descargas elétricas.
Como se vê, a eletricidade é um fenômeno naturaleletricidade é um fenômeno natural.
O homem apenas a descobriu e desenvolveu formas de usá-la.
Esboço históricoEsboço histórico
Esse fenômeno foi descoberto com o
âmbar, mais ou menos há 25 séculos, pelo
filósofo grego TalesTales, da cidade de Miletode Mileto.
Ele observou que o âmbar, depois de
friccionado, adquire a propriedade de atrair
corpos leves (fios, penas…).
Essa observação de Tales permaneceu
isolada.
Contudo, os avanços mais decisivos começam com Otto Von GuerickOtto Von Guerick (1602-1686) e
outros muitos físicos.
A electrocinética inicia-se com Luigi GalvaniLuigi Galvani (1737-1798) o 1º investigador de
correntes nervosas. Ao espetar um garfo com um pente de cobre e outro de ferro na
pata de uma rã, tocando o nervo e contraindo a pata, interpreta o fenómeno supondo
que poderia haver uma electricidade própria e inerente aos tecidos vivos (“electricidade
animal”)
Alessandre VoltaAlessandre Volta (1745-1827) descobre a corrente continua que dado a sua amizade
por Galvani se designa como corrente galvânica. Por sua teoria da electricidade
metálica e teoria de serie de tensões para os metais conduz em 1800 ao descobrimento
da pilha eléctrica.
Esboço históricoEsboço histórico
Mais tarde FaradayFaraday descobre as correntes induzidas que recebem a denominação de
correntes farádicas
DuchenneDuchenne (1806-1875) em sua obra “Electrofisiologia dos movimentos” estabelece a
base de localização dos pontos motores para a electroestimulação transcutânea.
Entre os pioneiros da electroterapia, RemakRemak (1850) descobre as distintas reacções do
músculo aos estímulos farádicos ou galvânicos
Reymond (1818-1869) estabelece a Lei geral da excitação eléctrica que expressa em
termos matemáticos, diz: “ a excitação é função da derivada da densidade da corrente
em relação ao tempo”
Esboço históricoEsboço histórico
ConceitosConceitos
Quando se fala em electroestimulação é importante distinguir dois conceitosdois conceitos:
1.1. A electroestimulação que tem por objectivo o efeito motor : electrodiagnóstico,
electromiografia e a estimulação neuromuscular
2.2. A electroestimulação sobre os nervos sensitivos: analgesia
Torna-se também importante esclarecer alguns termos:
1.1. Electroestimulação transcutâneaElectroestimulação transcutânea: através da pele por electrodos de contacto (≠
electrodos percutâneos que se inserem nos tecidos)
2.2. Estimulação eléctrica nervosa transcutânea (TENSEstimulação eléctrica nervosa transcutânea (TENS): toda a estimulação
transcutânea de fibras (motoras, sensitivas, autonómicas)
3.3. Estimulação eléctrica neuromuscular (NMES):Estimulação eléctrica neuromuscular (NMES): acção excitomotora ou efeito
motor
4.4. Estimulação eléctrica muscular (MES):Estimulação eléctrica muscular (MES): activação directa de fibras musculares,
apenas possível no músculo desenervado
5.5. Estimulação eléctrica funcional (FES):Estimulação eléctrica funcional (FES): estimulação neuromuscular com
finalidade de substituição de ortótese vs movimento evocado pela estimulação eléctrica útil para
a realização de um gesto finalizado e efectuado em situação real.
Correntes utilizadasCorrentes utilizadas
Tradicionalmente as correntes utilizadas em electroestimulação vêm designadas como:
Baixa frequênciaBaixa frequência 0-1000 Hz
Média frequênciaMédia frequência 1000-10 000 Hz
No âmbito clínico-prático podem classificar-se em:
Correntes interrompidas ou pulsadas :Correntes interrompidas ou pulsadas : circulam durante períodos breves em forma de
pulsos (variação de curta duração da intensidade ou tensão, com valores distintos de zero)
Correntes ininterruptas:Correntes ininterruptas: a corrente circula de forma mantida ou continua, com
independência de que a polaridade ou sentido troque ao longo do tempo, ainda que a amplitude
possa sofrer variações temporais
Unidireccional, directa ou monopolar:Unidireccional, directa ou monopolar: não troca de polaridade ex: corrente
galvânica que é continua e constante
Alternas, bipolares, bifásicas, bidireccionais ou farádicas:Alternas, bipolares, bifásicas, bidireccionais ou farádicas: a polaridade
troca
Sinusoidal
Rectangular
Triangular
Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas:
1. Corrente Galvânica:1. Corrente Galvânica:
Trata-se de uma corrente continua, constante, também denominada directa
2. Correntes Diadinâmicas:2. Correntes Diadinâmicas:
Derivam da rectificação, de média onda ou de onda completa, da corrente alterna sinusoidal
simétrica.
O rectificador de média onda é um dispositivo electrónico que, a partir de uma tensão sinusoidal
bipolar, fornece uma outra monopolar, no que somente aparece a fase positiva ou negativa do
sinal. Esta forma de rectificação origina um tipo de corrente diadinâmica denominada
MONOFÁSICA FIXAMONOFÁSICA FIXA
Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas:
O rectificador de onda completa proporciona a partir de uma tensão sinusoidal bifásica, outra
tensão em que aparece a fase positiva do sinal de entrada e a fase negativa invertida, de forma
que também aparece como positiva. Esta rectificação origina a corrente chamada DIFÁSICADIFÁSICA
FIXAFIXA
A partir das 2 formas anteriores, mediante modulações de amplitude e/ou duração, obtêm-se
outras formas de correntes diadinâmicas, as mais frequentes são a modulada em curtos períodosmodulada em curtos períodos
(alternância de monofásica fixa e difásica fixa) e a modulada em longos períodosmodulada em longos períodos (modulação
de amplitude da difásica)
Estas correntes geralmente empregam-se para obter uma acção analgésica, espasmolítica e
trófica:
Monofásica fixa:Monofásica fixa: estimulação da circulação, acção trófica
Difásica fixa:Difásica fixa: acção analgésica e espasmolítica
Curtos períodos:Curtos períodos: acção analgésica e trófica
Longos períodos:Longos períodos: acção analgésica e espasmolítica
Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas:
3. Correntes pulsadas:3. Correntes pulsadas:
São as mais utilizadas na actualidade em estimulação neuromuscular
Um pulso eléctrico representa um período finito de carga eléctrica. Os pulsos que se
repetem com uma frequência determinada denominam-se correntes pulsadas
Os parâmetros fundamentaisparâmetros fundamentais que caracterizam os pulsos eléctricos e, portanto, as
correntes pulsadas são:
√ Forma de onda ou sinal
√ Polaridade
√ Parâmetros temporais
√ Carga de fase/pulso
√ Modulação
Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas:
1.Forma de onda ou sinal:1.Forma de onda ou sinal:
A taxa de subida do pulso é fisiologicamente muito importante, pelo fenómeno de acomodaçãoacomodação
da fibra nervosa. Devido a este fenómeno uma fibra nervosa submetida a um nível constante de
despolarização diminui ou perde sua excitabilidade à mesma intensidade ou amplitude.
Para enervar músculos são enervados preferem-se pulsos rectangulares para minimizar tal efeito
2.Polaridade2.Polaridade
Pulsos monopolares:Pulsos monopolares: a amplitude sempre tem valores do mesmo sinal, pelo que apenas há uma
fase para cada pulso, a corrente circula unidireccionalmente, com polaridade positiva ou
negativa
Pulsos bipolares:Pulsos bipolares: a fase toma valores positivos e negativos, a corrente circula primeiro num
sentido e logo no sentido oposto: há fases negativas e positivas.
Os pulsos bipolares podem serOs pulsos bipolares podem ser simétricossimétricos ouou assimétricosassimétricos
A forma que a amplitude varia em relação ao
tempo, para a 1º fase, é idêntica à produzida na
direcção oposta
Balanceados/Compensados:Balanceados/Compensados: carga de uma fase é
igual á da 2ª fase (igual área que delimita cada
fase)
Não balanceados/DescompensadosNão balanceados/Descompensados
Amplitude/voltagem/intensidade
Velocidade de ascensão/Velocidade de descida
Pulsos rectangulares vs progressivos (amplitude com ascensão
progressiva)
Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas:
3. Parâmetros temporais:3. Parâmetros temporais:
√ Duração ou tempo de fase: tempo desde o inicio ao final de uma fase
√ Duração ou tempo de pulso: tempo desde o inicio ao final de todas as fases de um pulso individual
√ Intervalo entre fases: tempo entre duas fases sucessivas de um pulso
√ Intervalos entre pulsos: tempo entre 2 pulsos sucessivos
√ Frequência de corrente pulsadaFrequência de corrente pulsada:: pulsos por unidade de tempo (pulsos/seg = ciclos/seg = Hertz). A
frequência é um parâmetro importante já que o encurtamento e recuperação da fibra muscular são
função da frequência
4. Carga de fase/Pulso:
√ A quantidade de carga eléctrica que se fornece aos tecidos em cada pulso ou com cada fase de cada
pulso. Apenas possível nos pulsos monofásicos, bifásicos assimétricos não balanceados (pode ser de
utilidade clínica ou indesejável para uma estimulação cómoda).
√ A ausência deste componente é característico dos pulsos bifásicos simétricos e dos assimétricos
balanceados, nos que ambas as fases se encontrem compensadas e proporcionam-se fases de polaridade
oposta para conseguir a ausência de componentes galvânicos e a produção de efeitos electroquímicos
Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas:
5. Modulação:5. Modulação:
Consiste em trocas dos parâmetros que caracterizam uma forma de onda com o tempo seguindo
um determinado padrão .
Basicamente a modulação pode ser de 2 tipos2 tipos:
1. Modulação das características da fase ou do pulso1. Modulação das características da fase ou do pulso (duração, amplitude e
frequência de pulso). O principal objectivo desta modulação é diminuir o fenómeno de
acomodação nervosa à corrente
2. Modulação de corrente2. Modulação de corrente : modulações da totalidade da corrente pulsada mais do que
cada pulso
Modulação em burst:Modulação em burst: produz uma serie finita de pulsos ou um intervalo finito de
ciclos de corrente alterna, a uma frequência especifica durante um intervalo de tempo
determinado
Ex: Corrente russaCorrente russa - sinal portador é uma
corrente alterna sinusoidal simétrica de 2500 Hz,
modulada em burst, com intervalos entre burst
de 10 ms, de modo a permitir 50 burst por segundo.
Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas:
Na grande maioria das vezes esta serie de burst são regularmente interrompidosinterrompidos (tempo de
etapa (on) vs tempo de cessação (off)- ciclo de trabalhociclo de trabalho tempo de passagem/ tempo de passagem
+ tempo de cessação)
A modulação em interrupção e necessária quando o objectivo da estimulação é induzir a
contracção muscular (“electrocinesiterapia”), já que no período de cessação se permite o
relaxamento muscular , reduzindo o aparecimento de fadiga muscular.fadiga muscular. A diferença entre estas
modulações reside na frequência do sinal modulado, muito baixa na modulação em interrupção,
já que conceptualmente são idênticas
Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas:
4. Correntes interferênciais:4. Correntes interferênciais:
Baseiam-se num fenómeno de modulação da amplitude de corrente alterna sinusoidal.corrente alterna sinusoidal.
Esta modulação realiza-se por um fenómeno de interferência entre duas correntes sinusoidais de
frequência média, produzidas em dois circuitos.
Uma das ondas é a portadoraportadora, de frequência constante (geralmente 2000-5000 Hz), e outra é a
moduladoramoduladora, com frequência ajustável.
Ambas as ondas se encontram fora de fase, de modo que se produz uma interferência construtiva
de ambos os sinais, com o que suas amplitudes se somam algebricamente..
Bases electrofisiológicasBases electrofisiológicas
Os tecidos vivos possuem a capacidade de reagir frente a modificações em seu meio interno ou
frente a variações energéticas do seu meio externo (estimulo).
Unidade motora:Unidade motora:
1.1. Corpo celular do neurónio motor no corno anterior
espinhal medula ou nos núcleos dos pares cranianos
2.2. O axónio do motoneurónio no nervo periférico ou
craniano
3.3. A união neuromuscular (placa motora)
4.4. As fibras musculares enervadas pelo motoneurónio
Bases electrofiológicasBases electrofiológicas
√√ A excitabilidadeexcitabilidade em si é uma propriedade dos tecidos.
√√ A célula nervosa (tecido excitável) equilíbrio entre ambos os iões (potencial depotencial de
membranamembrana impulso eléctricoimpulso eléctrico despolarização da membrana (potencial de acçãopotencial de acção)
período refractário absolutoperíodo refractário absoluto repolarização
√√ Dado que as fibras de um nervo periférico não têm igual diâmetro e resistência interna, a
excitabilidade de tais fibras é variável.excitabilidade de tais fibras é variável.
√√ Quando um nervo periférico misto (sensitivo e motor) é estimulado directamente, as fibras de
maior diâmetro e de menor resistência interna são as que resultam excitadas com maior facilidade
√√ O processo pelo qual se aumenta o nº de fibras nervosas excitadas, mediante um aumento
progressivo da amplitude e/ou da duração do estimulo, denomina-se recrutamento de fibras.recrutamento de fibras.
Níveis de estimulaçãoNíveis de estimulação
As 3 respostas ou níveis de electroestimulação transcutâneaníveis de electroestimulação transcutânea percebem-se no:
1.1.Nível Sensitivo:Nível Sensitivo: limiar de sensibilidade (parestesias eléctricas, “picadelas”, vibração)- resulta
da activação das fibras sensíveis Aβ mais próximas à superfície. Com o aumento da intensidade
esta sensação torna-se mais intensa e pode estender-se à região situada entre os eléctrodos e
territórios mais profundos
2.2.Nível Motor:Nível Motor: limiar motor (contracções musculares palpáveis ou visíveis - com amplitudes
maiores as contracções poderão ser suficientemente mais intensas para produzir mobilidade
articular)
3. Nível Doloroso:3. Nível Doloroso: limiar doloroso (percepção de estimulo torna-se desconfortável, dolorosa e
inclusive pode chegar a ser insuportável). Ao chegar a este nível a intensidade de estimulação é
tão elevada que se activam muitas fibras Aδ e C, que transmitem impulsos nociceptivos
Principios de instrumentaçãoPrincipios de instrumentação
1- Electroestimuladores:1- Electroestimuladores:
Importante a fixação precisa da forma de sinal, frequência e modulação dos parâmetros de saída
do sinal eléctrico
Segundo uma perspectiva electrónica os electroestimuladores podem ser de tensãotensão ou de
intensidadeintensidade
Podem, ainda , dividir-se em estacionáriosestacionários (TENS) e portáteisportáteis
Os mais frequentes são os de intensidadeintensidade, já que, para um determinada tipo de
corrente, os efeitos biológicos produzidos encontram-se associados com a
quantidade de carga eléctrica fornecidaquantidade de carga eléctrica fornecida
Pelo contrário no estimulador de tensãotensão, a carga eléctrica depende da tensãocarga eléctrica depende da tensão
aplicada e da impedância eléctrica do tecido estimuladoaplicada e da impedância eléctrica do tecido estimulado
Electroestimuladores transcutâneos:Electroestimuladores transcutâneos:
1- Estimuladores neuromusculares:1- Estimuladores neuromusculares: correntes pulsadas monopolares ou bipolares, ou corrente
altera sinusoidal modulada (corrente “russa”)
2- Electroestimuladores portáteis (TENS):2- Electroestimuladores portáteis (TENS): correntes pulsadas bipolares simétricas ou
assimétricas compensadas (electroanalgesia++)
3- Estimuladores interferênciais:3- Estimuladores interferênciais: correntes moduladas em amplitude ou interferênciais
4- Estimuladores diadinâmicos:4- Estimuladores diadinâmicos: correntes alternas rectificadas e moduladas
5- Estimuladores galvânicos:5- Estimuladores galvânicos: corrente continua e constante
6- Estimuladores de alta voltagem:6- Estimuladores de alta voltagem: ondas pulsadas monopolares de picos gemelares
(electroanalgesia, cicatrização de úlceras e feridas e reeducação muscular)
7- Estimuladores sublimiares ou de microcorrente:7- Estimuladores sublimiares ou de microcorrente: onda pulsada monopolar rectangular, que
periodicamente inverte sua polaridade (cicatrização e regeneração de tecidos dérmicos e
subdérmicos; processos musculoesqueléticos, audiológicos e álgicos)
EléctrodosEléctrodos
Os eléctrodos devem ser bons condutores, de forma que apresentem muito pouca resistência à
passagem de corrente. Apesar de bons condutores, deve ter-se muito cuidado com a toxicidade
dos metais.
Os eléctrodos de contacto podem classificar-se em fixos ou móveis.
1- Eléctrodos fixos:1- Eléctrodos fixos:
Flexíveis de borracha (impregnada com partículas de carbono) – necessidade de aplicação
de meio condutor na interface eléctrodo-pele
De vácuo (material flexível) – efeito Venturi
2- Eléctrodos móveis2- Eléctrodos móveis (podem deslocar-se manualmente de forma que pode possibilitar-se a
localização e tratamento de pontos motores, pontos dolorosos, trajectos dolorosos, etc..)
Pontiagudos ou “tipo caneta” (pontos motores e dolorosos )
Bipolares (2 eléctrodos e 1 porta-eléctrodos com uma manga – músculos desenervados)
De “placa” e de “bússola” (tratamento de dermatomos e trajectos dolorosos, “pontos
gatilho”)
Métodos de aplicaçãoMétodos de aplicação
Basicamente descrevem-se dois métodos de colocação dos eléctrodos de contacto
1- Método unipolar ou monopolar1- Método unipolar ou monopolar
Eléctrodo activo ou estimulador sobre a área activa (ponto motor, ventre muscular, ponto
gatilho, etc.…) e á distância o eléctrodo dispersivo, indiferente ou de referência (usualmente
maior)
2- Método bipolar2- Método bipolar
Ambos os eléctrodos sobre a área activa, e ambos de igual tamanho (a polaridade não é
influenciada em sinais eléctricos bipolares simétricos ou assimétricos compensados; nos sinais
monopolares assume-se tradicionalmente que a estimulação se faz no eléctrodo negativo
(polaridade do eléctrodo determinada pela facilidade e comodidade da estimulação)
3- Método quadripolar, tetrapolar, interferencial ou em padrão cruzado3- Método quadripolar, tetrapolar, interferencial ou em padrão cruzado
Factores influentes na densidade de corrente:Factores influentes na densidade de corrente:
Intensidade e duração do estimulo
Tamanho e situação dos eléctrodos
Maleabilidade dos eléctrodos
1. Princípios físicos da electrologia médicaPrincípios físicos da electrologia médica
2. Electroestimulação
2.1 Esboço histórico
2.2 Conceitos
2.3 Correntes utilizadas
2.4 Bases electrofisiológicas
2.5 Níveis de estimulação
2.6 Princípios de instrumentação
2.7 Métodos de aplicação
3. Corrente galvânica
3.1 Efeitos biofísicos
3.2 Efeitos electrofísicos
3.3 Metodologia e instrumentação
3.4 Iontoforese
3. Corrente galvânica3. Corrente galvânica
3.1 Efeitos biofísicos3.1 Efeitos biofísicos
3.2 Efeitos electrofísicos3.2 Efeitos electrofísicos
3.3 Metodologia e instrumentação3.3 Metodologia e instrumentação
3.4 Iontoforese3.4 Iontoforese
√√ Corrente de baixa tensão (60-80 V) e baixa intensidade (máx. de 200mA)
√√ Fase de encerramento de circuito (corrente aumenta de intensidade de modo brusco até
alcançar a..)
√√ Fase de estado, estacionária (intensidade constante)
√√ Abertura de circuito (final da aplicação em que a intensidade da corrente desce até zero)
Existem 2 formas fundamentais de produção de corrente galvânica:
1.1. mediante a utilização de baterias recarregáveis
2.2. mediante a rectificação da corrente alterna de rede
Os geradores têm duas terminações ou pólosterminações ou pólos:
pólo + ou cátodopólo + ou cátodo (roxo)
pólo – ou ânodopólo – ou ânodo (negro)
E o interruptor de polaridadeinterruptor de polaridade tem 3 posições:
++ a derivação roxa é positiva em relação à negra
-- a derivação roxa é negativa em relação à negra
00 não é fornecida corrente
O encerramento e a abertura
do circuito realizam-se
manualmente, com um
interruptor on/off
Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos :
1- Efeito electrotermal1- Efeito electrotermal
O movimento de partículas carregadas em um meio condutor produz microvibração de
partículas, que junto com as forças friccionais associadas originam a produção de calor
A quantidade de calor produzido descreve-se pela lei de Joulelei de Joule
Q = 0,24 ∙ R ∙ I² ∙ tQ = 0,24 ∙ R ∙ I² ∙ t
QQ quantidade de calor em calorias
RR resistência da zona atravessada
II intensidade de corrente
tt tempo de passagem da corrente em segundos
2- Efeito electroquímico2- Efeito electroquímico
Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos :
Os electrólitoselectrólitos (soluções resultantes da
dissolução de substâncias ionizáveis - ácidos,
bases, sais - em água, resultando estas em iões)
são capazes de conduzir corrente eléctrica
O fenómeno de condução de carga eléctrica
através de electrólitos recebe o nome de
electróliseelectrólise, que tem lugar se o campo eléctrico
tem sempre o mesmo sentido (VoltámetroVoltámetro)
Qualquer que seja o electrólito empregue,
comprova-se que os produtos de decomposição
da electrólise aparecem sempre nos eléctrodos e
nunca no próprio líquido. Este fenómeno recebe
o nome de polarização do eléctrodopolarização do eléctrodo
Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos :
2- Efeito electroquímico2- Efeito electroquímico
As trocas químicas ocorridas durante uma reacção electrolítica regem-se pelas
Leis quantitativas ou de FaradayLeis quantitativas ou de Faraday
A 1º lei1º lei estabelece que, para uma dada solução a quantidade de material depositado ou libertado
sobre os eléctrodos é directamente proporcional à quantidade total de electricidade que passa
através da solução electrolítica. Ou seja, a quantidade de reacção química é directamentequantidade de reacção química é directamente
proporcional à quantidade de electricidadeproporcional à quantidade de electricidade que passa através da solução electrolítica.
A 2º lei2º lei estabelece que se, por distintas cubas electrolíticas que contêm diferentes electrólitos, se
faz passar a mesma quantidade de electricidade, nos eléctrodos depositam-se quantidades de
substância em proporção directa a seus pesos equivalentes químicos. Ou seja, a quantidade dequantidade de
electrólitos libertados por uma quantidade dada de carga eléctrica é proporcional a seuselectrólitos libertados por uma quantidade dada de carga eléctrica é proporcional a seus
pesos equivalentes.pesos equivalentes.
Assim é mais provável que a electrólise celular afecte mais os iões cálcio que os iões sódio ou o
potássio
2- Efeito electroquímico2- Efeito electroquímico
√√ O comportamento físico-químico do corpo humano, composto em mais de 80% por água e
electrólitos, à passagem de corrente eléctrica é semelhante ao de uma dissolução de cloreto de
sódio; iões que se dão mais abundantemente que quaisquer outros no organismo.
√√ Se a um condutor electrolítico, como o que constituem todos os líquidos intersticiais e
corporais, se aplicar um potencial eléctrico, produz-se uma dissociação electrolítica:
os iões com carga positiva deslocam-se até ao ânodo e os com carga negativaos iões com carga positiva deslocam-se até ao ânodo e os com carga negativa
fazem-no até ao cátodofazem-no até ao cátodo
No cátodo, o Cl ˉcátodo, o Cl ˉ converte-se em cloro atómico, contudo, ao ser muito instável, reage com a
água dos tecidos da seguinte forma:
4Cl + 2H2O = 4HCl + O2 (ácido)4Cl + 2H2O = 4HCl + O2 (ácido)
Assim , no eléctrodo positivo produz-se libertação de ácido clorídrico, isto é, uma reacção ácida,
que pode chegar a produzir uma queimadura ácida por coagulação das proteínas dos tecidos..
Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos :
2- Efeito electroquímico2- Efeito electroquímico
√√ No ânodo, o Na+ânodo, o Na+ recupera sua estrutura atómica e converte-se em sódio metálico, que reage
intensamente com a água
2Na + 2H2O = 2NaOH + H2 (alcalina)2Na + 2H2O = 2NaOH + H2 (alcalina)
√√ No eléctrodo negativo produz-se libertação de hidróxido de sódio, que pode provocar uma
queimadura de alcalis e liquefacção dos tecidos com libertação de hidrogénio
√√ Para além de atrair os iões contrários, os eléctrodos também rejeitam os iões do mesmo sinal.
Este efeito de rejeição é a base da Iontoforese
√√ Quando as reacções químicas induzidas pela corrente galvânica não são excessivas nem
lesivas, a resposta normal do organismo é aumentar o fluxo sanguíneo local para restaurar o Ph
tecidular normal.
√√ As trocas químicas que ultrapassam a capacidade do organismo para neutralizar e restabelecer
o estado de equilíbrio originam bolhas ou inclusive queimaduras químicas do tecido estimulado
Estes riscos minimizam-se diminuindo a amplitude de corrente, encurtando o tempo deEstes riscos minimizam-se diminuindo a amplitude de corrente, encurtando o tempo de
tratamento e revertendo a polaridade cada poucos segundos ou minutos.tratamento e revertendo a polaridade cada poucos segundos ou minutos.
3- Efeito electrofísico3- Efeito electrofísico
No organismo existem moléculas carregadas electricamente (proteínas, lipoproteinas) que, com aNo organismo existem moléculas carregadas electricamente (proteínas, lipoproteinas) que, com a
passagem de corrente galvânica, podem migrar até um dos pólos, sem que a corrente produzapassagem de corrente galvânica, podem migrar até um dos pólos, sem que a corrente produza
nenhuma troca na configuração molecularnenhuma troca na configuração molecular
Efeitos polaresEfeitos polares
As acções polares da corrente galvânica vão ter suas aplicações na electrólise médica, naelectrólise médica, na
destruição de pequenos tumores cutâneos e na depilação eléctrica no caso da hipertricosedestruição de pequenos tumores cutâneos e na depilação eléctrica no caso da hipertricose
O conhecimento dos efeitos polares na electrólise têm uma grande importância, já que nos
permite compreender as queimaduras químicasqueimaduras químicas que podem aparecer durante os tratamentos e
que são seu perigo principal
Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos :
Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos :
3- Efeito electrofísico3- Efeito electrofísico
Efeitos interpolaresEfeitos interpolares
Efeitos (deslocamento de iões, modificando o fluxo iónico através das membranas celulares)
produzidos pela corrente galvânica no segmento orgânico (nervos, vasos - potente acumulação de
circulação da zona; glândulas secretoras, etc..) interposto entre os pólos
1. Acção vasomotora e trófica:1. Acção vasomotora e trófica:
√√ Hiperémia cutânea por vasodilatação reflexa devido à troca de Ph
√√ Acção vasomotora na zona interpolar com efeito trófico, melhorando a nutrição tecidular,
efeito analgésico e anti-inflamatório, ao aumentar a reabsorção de metabólitos e diminuir o
edema
2. Acção sobre o sistema nervoso central:2. Acção sobre o sistema nervoso central:
√√ Aumento da excitabilidade nervosa, e assim uma maior rapidez da transmissão do impulso
nervoso por baixo do pólo negativo ( apenas possível se se interromper a corrente continua)
√√ A excitação afecta apenas as fibras superficiais e é geralmente dolorosa
3- Efeito electrofísico3- Efeito electrofísico
√√ Devido à capacidade para baixar o limiar de excitação do sistema neuromuscular, a corrente
galvânica utiliza-se como terapia prévia ao tratamento com correntes variáveis, em casos de
paralisias periféricas
√√ Baixo o pólo positivo tem um efeito hipostésico, sedante e analgésico, que se utiliza
terapêuticamente ( tratamento de 1º linha da dor provocada por estruturas superficiais)
3- Galvanonarcose3- Galvanonarcose
√√ Em peixes e girinos demonstrou-se que a corrente no sentido cabeça-cauda leva a paralisia e
no sentido contrário a excitação e mobilidade do animal
Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos :
Os aparelhos para aplicação de corrente galvânica
devem ter:
1.Uma fonte de energia
2.Um neóstato que permita variar sua intensidade
3.Um miliampero que indique a intensidade da
corrente circulante em cada momento do circuito
4.Uns aplicadores: lâminas metálicas de estano
recobertas de eléctrodos (para conectá-los o aparelho
dispõe de umas saídas com indicações de polaridade
positiva e negativa; e um inversor)
Intensidade:Intensidade: eléctrodos pequenos 1 a 5 mA/cm2, para grandes 1 a 15 mA/cm2 (não
ultrapassar os 12 mA/cm2)
AplicaçõesAplicações de 10-15´, se bem toleradas até 30-40 `
SessõesSessões em ciclos de 15
Subir a intensidade lentamente , bem como na cessação
Metodologia e instrumentação :Metodologia e instrumentação :
Técnicas de aplicação :Técnicas de aplicação : Directa ou indirecta (tinas - banho total ou parcial ou
eléctrodo húmido)
Indicações terapêuticas :Indicações terapêuticas :
Precauções :Precauções :
1. Activação da cicatrização de feridas (cicatrização
acelerada de úlceras dérmicas)
2. Activação da cicatrização de fracturas em casos de
atraso de consolidação
3. Na paralisia periférica como terapia prévia a corrente
variáveis, por aumento da excitabilidade neuromuscular
4. Efeito analgésico: neurites, neuralgias e mialgias
1. Mau contacto – concentração de corrente num ponto
2. Pele com feridas ou erosões, e pele atrófica
3. Zonas de anestesia cutânea
4. Extremidades isquémicas
Introdução na epiderme e mucosas de iões fisiologicamente activos, aplicados topicamente,
mediante corrente galvânica
O tratamento não é a corrente eléctrica, mas os iões introduzidosO tratamento não é a corrente eléctrica, mas os iões introduzidos
ChatzkyChatzky comprova a emigração de alguns iões através dos tecidos vegetais perante a
passagem de uma corrente continua
LabatutLabatut demonstra que os iões também podem penetrar nos tecidos animais, e Leduc mostra
como se fazem penetrar nos animais vivos, por meio de corrente eléctrica
Ao contrário da electrólise (cada eléctrodo atrai os iões de sinal contrário), a iontoforese
baseia-se na migração e transferência iónica provocada pela corrente continua, que faz com
que iões do pólo de igual sinal se repilam e migrem até ao pólo de sinal oposto
A selecção da polaridade do eléctrodo activo, é portanto, muito importanteA selecção da polaridade do eléctrodo activo, é portanto, muito importante
Sobre os iões da solução electrolítica actua uma força electromotrizforça electromotriz dependente da força do
campo eléctrico e da impedância dos tecidos, da duração da passagem de corrente e da
concentração de iões na solução
Nº de iões transferidos =Nº de iões transferidos = Raiz cúbica do produto da densidade de corrente (razão entredensidade de corrente (razão entre
intensidade de corrente e tamanho do eléctrodo)intensidade de corrente e tamanho do eléctrodo) pela duração da passagem de corrente ou
tempo de aplicação
Quanto mais tempo se aplica uma corrente maior é o número de iões
transferidos
A densidade de corrente pode aumentar-se ao aumentar a intensidade ou
diminuindo o tamanho dos eléctrodos
De realçarrealçar que :
A pele não tolera densidades superiores a 1 mA/cm2.
Com o aumento da duração da aplicação a impedância da pele diminui,
aumentando o risco de queimaduras químicas por baixo dos eléctrodos
INDICAÇÕES :INDICAÇÕES :
1.Edema
2.Úlceras isquémicas
3.Dor muscular
4.Doença de Peyronie
5.5.Hiperhidrose idiopáticaHiperhidrose idiopática
6.Artrites infecciosas fúngicas
7.7.Aderências e cicatrizesAderências e cicatrizes
8.8.Afecções inflamatórias musculoesqueléticas agudasAfecções inflamatórias musculoesqueléticas agudas (tendinites, bursites, miosites,
artrites, estiramentos musculares, síndrome do túnel cárpico)
9.Miosites ossificantes traumáticas
10.Nevralgia pós-herpética
A selecção do ião apropriado está em função da afecção que há a tratar
IÕES USADOS COM FREQUÊNCIA EMIÕES USADOS COM FREQUÊNCIA EM
IONTOFORESE:IONTOFORESE:
Dor :Dor : Lidocaina, hidrocortisona, salicilato, magnésio
Inflamação:Inflamação: Hidrocortisona, salicilato
Espasmo muscular:Espasmo muscular: Magnésio, cálcio
Isquemia: Mecolil, magnésio, iodo
Edema: Mecolil, magnésio, salicilato, hialuronidase
Depósito de cálcio:Depósito de cálcio: Ácido acético
Micose: Cobre
Gota tofácea: Lítio
Lesões abertas: Zinco
Cicatrizes, aderências:Cicatrizes, aderências: Cloreto de sódio, iodeto, salicilato
Hiperhidrose:Hiperhidrose: água de corrente com polaridade alternante
Hiper / Hipoirritabilidade: Cálcio
Penetração e eliminação de iões:Penetração e eliminação de iões:
1.Iões não difusíveis: permanecem no tecido celular subcutâneo durante dias metabolizando-
se lentamente permitindo uma acção terapêutica de longa duração.
2.Difusíveis: atravessam o tecido celular subcutâneo e chegam à corrente sanguínea
difundindo-se por todo o organismo. Uma vez dentro dos tecidos perdem sua carga e se
transformam em átomos, precipitando-se nos tecidos.
Factores que influenciam na penetração nos tecidos:Factores que influenciam na penetração nos tecidos:
1.Condutividade da solução iónica (carga iónica e quantidade de iões competidores)
2.Concentração iónica da solução
3.Densidade de corrente (0,1 a 0,5 mA/cm2)
4.Tempo de actuação da corrente
5.Ph da solução (grau de ionização da solução)
Precauções :Precauções :
1.Não se aconselha utilizar 2 substâncias sobre o mesmo eléctrodo, ainda que sejam da
mesma polaridade (a repulsão mútua pode diminuir a penetração)
2.Não aconselhável usar iões de polaridade oposta ainda durante a mesma sessão de
tratamento (o 2º reverte os depósitos iniciais - quando se deseja obter o efeito de ambos os
iões aconselhado usar em dias alternados)
Metodologia e instrumentação da iontoforese:Metodologia e instrumentação da iontoforese:
Necessário um gerador de corrente continua com tensões entre 100 e 150 volts e intensidade
não inferior a 10 mA
Denominamos eléctrodo activo o que se introduz o medicamento e indiferente o outro
O medicamento colocar-se-á sempre debaixo do eléctrodo activoeléctrodo activo
O tamanho do eléctrodo deve estar adaptado ao tamanho da superfície
Importância do eléctrodo negativo amplo:Importância do eléctrodo negativo amplo:
A formação alcalina que tem lugar por baixo da ânodo (formação de hidróxido de sódio, alta
concentração de iões H+ e relativa rapidez de reacções) é muito mais caústica para a pele que
a reacção ácida que tem lugar no cátodo
Para minimizar a possibilidade de destruição tecidular e evitar irritação e possíveis
queimaduras por baixo do cátodo, deve diminuir-se a densidade de corrente no eléctrodo
negativo e aumentar a superfície do ânodo
Uma regra prática em iontoforese é que a superfície do cátodo seja menor duas vezesUma regra prática em iontoforese é que a superfície do cátodo seja menor duas vezes
que a do ânodoque a do ânodo
Devemos aplicar o medicamento em forma de solução, empapado em material absorvente ou
em forma de pomada ou gel. A zona cobre-se posteriormente com uma compressa húmida
com água de torneira temperada ou solução iónica e é dobrada sem formar verrugas
O eléctrodo que deve ser ligeiramente mais pequeno coloca-se por cima da compressa
O eléctrodo indiferente coloca-se na região oposta ou a curta distância do activo com um gel
condutor que se adere facilmente à pele
Complicações:Complicações:
1.1.Queimaduras químicas:Queimaduras químicas: Formação excessiva de hidróxido de sódio no cátodo,
produzindo-se uma esclerose do tecido, que tarda em cicatrizar. O tratamento inclui
antibióticos e cura estéril
2.2.Queimaduras térmicas:Queimaduras térmicas: Aumento de temperatura em áreas de maior resistência
(hiperpigmentações ou sinais ou zonas de esclerose) – eléctrodos não bastante húmidos, mau
contacto pele-eléctrodos; má maleabilidade do eléctrodo, isquemia pelo peso do paciente
(medidas que aliviem a pressão)
3.3.Efeitos adversos e reacções alérgicas aos iões:Efeitos adversos e reacções alérgicas aos iões: pouco frequentes; ter em conta os
antecedentes alérgicos do paciente (contraste e marisco: iodo; metas: cobre. Zinco, magnésio)
Contra-indicações da iontoforese:Contra-indicações da iontoforese:
1. Presença de implantes metálicos na área de tratamento (fios peças de osteossintese)
Grata pela atenção…..

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Electroterapia: Princípios e aplicações da corrente elétrica

  • 1. Electroterapia Maria João Leite Interna Complementar Físiatria Centro Hospitalar do Porto - Hospital Santo António Email:mjoaol@hotmail.com Tlm: 916304426 Porto, 5 de Abril de 2010
  • 2. 1. Princípios físicos da electrologia médicaPrincípios físicos da electrologia médica 2. Electroestimulação 2.1 Esboço histórico 2.2 Conceitos 2.3 Correntes utilizadas 2.4 Bases electrofisiológicas 2.5 Níveis de estimulação 2.6 Princípios de instrumentação 2.7 Métodos de aplicação 3. Corrente galvânica 3.1 Efeitos biofísicos 3.2 Efeitos electrofísicos 3.3 Metodologia e instrumentação 3.4 Iontoforese
  • 3. Electroterapia:Electroterapia: Emprego da corrente eléctrica como agente terapêutico Impulsos eléctricos:Impulsos eléctricos: Acção terapêutica directa: electroestimulação Transformação em calor: electrotermoterapia (diatermia) Fonte de energia para a produção de outros agentes terapêuticos: US, radiações, fototerapia (radiações IV, UV, laser), campos magnéticos fixos ou variáveis (magnetoterapia). Conceito de onda:Conceito de onda: Uma onda é uma perturbação em um meio, que se transmite em forma de movimento ondulatório através deste, a uma velocidade constante característica desse meio
  • 4. Carga eléctrica:Carga eléctrica: força entre cargas eléctricas Electricidade:Electricidade: força fundamental tal como a gravidade (força gravitacional: massa vs força eléctrica: carga eléctrica). Electrostática: cargas eléctricas em repouso. Electrodinâmica: cargas eléctricas em movimento. Electromagnetismo: cargas eléctricas criam campo magnético. Charles August de CoulombCharles August de Coulomb 1738 - 1806 (balança de torção): força (atractiva ou repulsiva) entre cargas eléctricas estáticas (positiva ou negativa) resulta inversamente proporcional ao quadrado da distância F = k (q1q2/ R²) Rₒ q1 e q2 são as cargas R distância de separação entre as cargas R vector unitário que vai na direcção e sentido da carga q1 e q2ₒ k constante eléctrica universal – cujo valor depende das unidades que se medem as cargas e do meio em que se encontram k = 1/4 π εₒ ε permitividade dieléctrica do vácuo. Em outros meios como nas menbranas biológicas utiliza-se aₒ permitividade dieléctrica do meio ε No sistema internacional de unidades (SI), a unidade de carga é o Colombo (C) As cargas eléctricas mais elemenares e indivisiveis são o electrão e o protão
  • 5. Ião:Ião: um átomo cujo nº de electrões não seja o mesmo que o de protões, não sendo portanto electricamente neutro. Campo eléctrico:Campo eléctrico: Tal como a terra cria um campo gravitacional- em torno de todos os pontos situados em seu torno, uma carga eléctrica cria um campo eléctrico numa região espacial que a rodeia (outra carga eléctrica põe a manifesto a existência de tal campo eléctrico por meio de uma força atractiva ou repulsiva). F = q ε (Quântica: campo eléctrico é a força desenvolvida por unidade de carga) O campo elétrico gerado pela carga q num ponto P existe independentemente de haver em P um corpo carregado. Quando colocamos nesse ponto P um corpo carregado, a força que passa a agir sobre ele é devida ao campo elétrico que já preexistia ali, e não a uma ação directa, à distância, do corpo q sobre o segundo corpo. 
  • 6. Energia Potencial EléctricaEnergia Potencial Eléctrica corresponde à capacidade da força elétrica realizar trabalho. EP = K Qq / d EP = Energia potencial (J) Q = carga que gera o campo (C) q = carga de prova (C) d = distância entre as cargas K = constante eletrostática (N.m2/C2) Kvácuo = 9.109 N.m2/C2 A energia potencial é uma grandeza escalar.No S.I a energia é medida em Joule ( J ). V = Ep/qV = Ep/q V = KQ/dV = KQ/d V = potencial elétrico (V) Ep = Energia potencial (J) Q = carga que gera o campo (C) q = carga de prova (C) d = distância da carga ao ponto P K = constante eletrostática (N.m2/C2) Com relação a um campo elétrico, interessa-nos a capacidade de realizar trabalho,capacidade de realizar trabalho, associada ao campo em si, independentemente do valor da carga q, independentemente do valor da carga q colocada num ponto P desse campo. O Potencial elétrico (V) é uma grandeza escalar. No S.I, o potencial é medido em volt (V)
  • 7. TRABALHO E DIFERENÇA DE POTENCIALTRABALHO E DIFERENÇA DE POTENCIAL √ A diferença de potencial entre dois pontos, em uma região sujeita a um campo elétrico, depende apenas da posição dos pontos. Assim, podemos atribuir a cada ponto um potencial elétrico, de tal maneira que a diferença de potencial entre eles corresponda exactamente à diferença entre seus potenciais, como o próprio nome indica. √ Físicamente, é a diferença de potencial que interessa,Físicamente, é a diferença de potencial que interessa, pois corresponde ao trabalho da força eléctrica por unidade de carga capaz de propulsionar essas cargas de niveis deforça eléctrica por unidade de carga capaz de propulsionar essas cargas de niveis de energia maiores a outros menoresenergia maiores a outros menores; estabelecendo-se deste modo potenciais eléctricos. Coloquialmente as diferenças de potencial, tensão elétrica ou força electromotriz (fem)Coloquialmente as diferenças de potencial, tensão elétrica ou força electromotriz (fem) denominam-se de voltagens.voltagens. ττAB = q (VA - VB)AB = q (VA - VB) ττAB = q.UAB = q.U t = trabalho (J) U = diferença de potencial (V)
  • 8. Potência eléctrica:Potência eléctrica: √ A quantidade de trabalho realizado por uma corrente eléctrica depende da diferença deA quantidade de trabalho realizado por uma corrente eléctrica depende da diferença de potencial e da quantidade de electrões deslocados.potencial e da quantidade de electrões deslocados. √ A unidade de energia é o Joule (J) (definida o trabalho realizado por 1 carga de 1C movendo- se a favor das forças do campo eléctrico entre 2 pontos cuja diferença de potencial é de 1 V ( 1J= 1C.1V). Outra unidade de energia é o electrão-volt (eV)´. √ A potência determina a quantidade de trabalho realizado por um sistema. A potência eléctrica desenvolvida num circuito vem dada por: P= VI, logo, e segundo a lei de Ohm, temos: P= I²R √ A unidade de potência é o Watt (W) que equivale a 1 Joule/seg Igualmente cumpre-se que 1W= 1 ampere/1 volt √ O consumo de energia pela quantidade de energia térmica produzidaconsumo de energia pela quantidade de energia térmica produzida pela interacção dos electrões submetidos a um campo eléctrico com os iões positivos do condutor, vem dada pela LeiLei de Joulede Joule Et = IEt = I².R.t².R.t
  • 9. Capacidade eléctrica:Capacidade eléctrica: Propriedade dos corpos que indica sua capacidade de retenção de energia eléctrica Entre a carga de um condutor isolado e seu potencial, existe uma relação constante, cujo valor se denomina capacidade C= Q/VC= Q/V No SI a unidade de capacidade eléctrica é o FARAD (F),FARAD (F), que é igual ao COLOMBO/VOLTCOLOMBO/VOLT Na prática, apenas se utiliza o microfarad (μF)e o picofarad (pF)
  • 10. Condensador:Condensador: Dispositivo cuja função consiste no armazenamento de energia em forma electrostática Um condensador plano dispõe de duas placas ou lâminas condutoras de grande superfície separadas por uma espessura constante d de dieléctrico. Na natureza encontram-se exemplos de condensadores eléctricos. Assim, nas células nervosas, a taxa de transmissão de um impulso nervoso depende da capacidade da membrana.
  • 11. Condutores e dieléctricos:Condutores e dieléctricos: Os corpos materiais podem classificar-se segundo seu comportamento eléctrico, segundo permitam ou não o transporte de carga eléctricapermitam ou não o transporte de carga eléctrica. . √√ Na prática devemos recorrer a expressar para cada material o valor real de mobilidade de carga (condutividadecondutividade) ou de dificuldade deste movimento (resistência)resistência) √√ A condutividade das distintas partes do organismo dependem, em grande medida, da resistência da pele e do tecido gorduroso subcutâneo. √√ A corrente eléctrica propaga-se principalmente por meio dos líquidos orgânicos (LCR, sangue, linfa, suor), músculos e túnicas de troncos nervosos. A resistência da pele varia com o tipo de corrente, humidade, espessura, etc.….A resistência da pele varia com o tipo de corrente, humidade, espessura, etc.…. A condutividade eléctrica dos tecidos e órgãos também depende do seu estado funcional.A condutividade eléctrica dos tecidos e órgãos também depende do seu estado funcional. ElementosElementos condutorescondutores (cedem electrões com facilidade) IsolantesIsolantes ou dieléctricosdieléctricos (quando se modificam as condições exteriores podem conduzir a corrente eléctrica)
  • 12. CORRENTE ELÉTRICACORRENTE ELÉTRICA A corrente elétrica é um movimento ordenado de cargas elementares através de um condutor, desde um ponto a outro, quando entre seus extremos se estabelece uma diferença de potencial. A corrente elétrica pode ser um simples jato de partículas no vácuo, como acontece num cinescópio de TV, em que um feixe de elétrons é lançado contra a tela. No entanto, na maioria dos casos, a corrente elétrica não ocorre no vácuo, mas sim no interior de um condutor. Por exemplo, aplicando uma diferença de potencial num fio metálico, surge nele uma corrente elétrica formada pelo movimento ordenado de elétrons. As cargas elétricas em movimento ordenado constituem a corrente elétrica. As cargas elétricas queAs cargas elétricas que constituem a corrente elétrica são osconstituem a corrente elétrica são os elétrons livres, no caso do sólido, eelétrons livres, no caso do sólido, e os íons, no caso dos fluídosos íons, no caso dos fluídos.
  • 13. i =i = ΔΔQ/Q/ΔΔtt i = corrente elétrica (A) ΔQ = carga elétrica (C) CORRENTE ELÉTRICACORRENTE ELÉTRICA ΔΔQ = n.eQ = n.e Δt = tempo (s) n = número de cargas e = carga elementar (C) e = 1,6.10-19 C A unidade de intensidade de corrente elétrica no S.I é o Ampère (A), que por definição, é igual ao colombo/segundo. Em elctroterapia, apenas se utiliza o miliampere e o microampere. A corrente eléctrica em um material condutor vem determinada pelo movimento de electrões no seio de tal material, a intensidade da correnteintensidade da corrente é a quantidade de carga que passa por um ponto determinado do material, na unidade de tempo.
  • 14. Tipos de correnteTipos de corrente Corrente contínua/directa (GALVÂNICA) É aquela cujo sentido ou polaridade do campo eléctrico se mantém constante. Ex: corrente de uma bateria de carro, pilha, etc. Corrente alterna (FARÁDICACorrente alterna (FARÁDICA) É aquela cujo fluxo de carga troca de sentido no curso de um periodo, o campo inverte-se periodicamente, durante uma fase deste (alternância ou fase), circula em um sentido e, durante a outra, o faz no sentido contrário, alternadamente. Ex: corrente usada na rede doméstica É um bom exemplo a corrente alterna sinusoidal (bipolar simétrica, variavel e periódica)
  • 15. CORRENTE ELÉTRICACORRENTE ELÉTRICA A densidade de corrente (J)densidade de corrente (J) representa a quantidade de corrente que circula por unidade de superficie : J= dI/ dSJ= dI/ dS A densidade de corrente expressa-se em mA/cm2 Em electroestimulação é um factor muito importante que deve considerar-se em qualquer aplicação, especialmente de corrente galvânica, já que a pele normal não tolera densidades de corrente superiores a 1 mA/cm2 (risco de queimaduras electroquimicas). Em geral, quanto maior é J, maior será o efeito sobre os tecidos. Os principais factores que determinam a densidade são: √√ Intensidade aplicada √√ Superficie dos electrodos √√ Maleabilidade dos electrodos
  • 16. RESISTÊNCIA ELÉTRICA. LEI DE OHM.RESISTÊNCIA ELÉTRICA. LEI DE OHM. Quando uma corrente elétrica é estabelecida em um condutor metálico, um número muito elevado de elétrões livres passa a se deslocar nesse condutor. Nesse movimento, os elétrões colidem entre si e também contra os átomos que constituem o metal. Portanto, os elétrons encontram uma certa dificuldade para se deslocar, isto é, existe uma resistência à passagem da corrente no condutor. Para medir essa resistência, definiu-se uma grandeza que denominada resistência elétrica. Fatores que influenciam no valor de uma resistência: 1) A resistência de um condutor é tanto maior quanto maior for seu comprimento. 2) A resistência de um condutor é tanto maior quanto menor for a área de sua seção reta, isto é, quanto mais fino for o condutor. 3) A resistência de um condutor depende do material de que ele é feito.
  • 17. Lei de Ohm (1827)Lei de Ohm (1827) Estudando a corrente elétrica que percorre um resistor, George Simon OhmGeorge Simon Ohm determinou, experimentalmente, que a resistência R é constante para determinados tipos de condutores. U = R.iU = R.i U = diferença de potencial - ddp (V) R = resistência elétrica ( Ω-Ohms) i = corrente elétrica (A) A diferença de potencial entre 2 pontos de um conductor é igual ao produto da intensidade de corrente pela resistência do condutor
  • 18. 1. Princípios físicos da electrologia médica 2. Electroestimulação 2.1 Esboço histórico 2.2 Conceitos 2.3 Correntes utilizadas 2.4 Bases electrofisiológicas 2.5 Níveis de estimulação 2.6 Princípios de instrumentação 2.7 Métodos de aplicação 3. Corrente galvânica 3.1 Efeitos biofísicos 3.2 Efeitos electrofísicos 3.3 Metodologia e instrumentação 3.4 Iontoforese 2. Electroestimulação2. Electroestimulação 2.1 Esboço histórico2.1 Esboço histórico 2.2 Conceitos2.2 Conceitos 2.3 Correntes utilizadas2.3 Correntes utilizadas 2.4 Bases electrofisiológicas2.4 Bases electrofisiológicas 2.5 Níveis de estimulação2.5 Níveis de estimulação 2.6 Princípios de instrumentação2.6 Princípios de instrumentação 2.7 Métodos de aplicação2.7 Métodos de aplicação
  • 19. Esboço históricoEsboço histórico Se o homem não tivesse descoberto como utilizar a energia elétrica, a vida seria muito diferente, principalmente nas cidades. Sem luz elétrica, rádio, televisão nem frigorifíco, etc… Fica difícil imaginar como a vida seria !!!! Os nossos corpos são dotados de eletricidade. O sistema nervoso, por exemplo, só funciona por causa dos impulsos elétricos que passam de célula a célula. As batidas do coração também funcionam por meio de descargas elétricas. Como se vê, a eletricidade é um fenômeno naturaleletricidade é um fenômeno natural. O homem apenas a descobriu e desenvolveu formas de usá-la.
  • 20. Esboço históricoEsboço histórico Esse fenômeno foi descoberto com o âmbar, mais ou menos há 25 séculos, pelo filósofo grego TalesTales, da cidade de Miletode Mileto. Ele observou que o âmbar, depois de friccionado, adquire a propriedade de atrair corpos leves (fios, penas…). Essa observação de Tales permaneceu isolada.
  • 21. Contudo, os avanços mais decisivos começam com Otto Von GuerickOtto Von Guerick (1602-1686) e outros muitos físicos. A electrocinética inicia-se com Luigi GalvaniLuigi Galvani (1737-1798) o 1º investigador de correntes nervosas. Ao espetar um garfo com um pente de cobre e outro de ferro na pata de uma rã, tocando o nervo e contraindo a pata, interpreta o fenómeno supondo que poderia haver uma electricidade própria e inerente aos tecidos vivos (“electricidade animal”) Alessandre VoltaAlessandre Volta (1745-1827) descobre a corrente continua que dado a sua amizade por Galvani se designa como corrente galvânica. Por sua teoria da electricidade metálica e teoria de serie de tensões para os metais conduz em 1800 ao descobrimento da pilha eléctrica. Esboço históricoEsboço histórico
  • 22. Mais tarde FaradayFaraday descobre as correntes induzidas que recebem a denominação de correntes farádicas DuchenneDuchenne (1806-1875) em sua obra “Electrofisiologia dos movimentos” estabelece a base de localização dos pontos motores para a electroestimulação transcutânea. Entre os pioneiros da electroterapia, RemakRemak (1850) descobre as distintas reacções do músculo aos estímulos farádicos ou galvânicos Reymond (1818-1869) estabelece a Lei geral da excitação eléctrica que expressa em termos matemáticos, diz: “ a excitação é função da derivada da densidade da corrente em relação ao tempo” Esboço históricoEsboço histórico
  • 23. ConceitosConceitos Quando se fala em electroestimulação é importante distinguir dois conceitosdois conceitos: 1.1. A electroestimulação que tem por objectivo o efeito motor : electrodiagnóstico, electromiografia e a estimulação neuromuscular 2.2. A electroestimulação sobre os nervos sensitivos: analgesia Torna-se também importante esclarecer alguns termos: 1.1. Electroestimulação transcutâneaElectroestimulação transcutânea: através da pele por electrodos de contacto (≠ electrodos percutâneos que se inserem nos tecidos) 2.2. Estimulação eléctrica nervosa transcutânea (TENSEstimulação eléctrica nervosa transcutânea (TENS): toda a estimulação transcutânea de fibras (motoras, sensitivas, autonómicas) 3.3. Estimulação eléctrica neuromuscular (NMES):Estimulação eléctrica neuromuscular (NMES): acção excitomotora ou efeito motor 4.4. Estimulação eléctrica muscular (MES):Estimulação eléctrica muscular (MES): activação directa de fibras musculares, apenas possível no músculo desenervado 5.5. Estimulação eléctrica funcional (FES):Estimulação eléctrica funcional (FES): estimulação neuromuscular com finalidade de substituição de ortótese vs movimento evocado pela estimulação eléctrica útil para a realização de um gesto finalizado e efectuado em situação real.
  • 24. Correntes utilizadasCorrentes utilizadas Tradicionalmente as correntes utilizadas em electroestimulação vêm designadas como: Baixa frequênciaBaixa frequência 0-1000 Hz Média frequênciaMédia frequência 1000-10 000 Hz No âmbito clínico-prático podem classificar-se em: Correntes interrompidas ou pulsadas :Correntes interrompidas ou pulsadas : circulam durante períodos breves em forma de pulsos (variação de curta duração da intensidade ou tensão, com valores distintos de zero) Correntes ininterruptas:Correntes ininterruptas: a corrente circula de forma mantida ou continua, com independência de que a polaridade ou sentido troque ao longo do tempo, ainda que a amplitude possa sofrer variações temporais Unidireccional, directa ou monopolar:Unidireccional, directa ou monopolar: não troca de polaridade ex: corrente galvânica que é continua e constante Alternas, bipolares, bifásicas, bidireccionais ou farádicas:Alternas, bipolares, bifásicas, bidireccionais ou farádicas: a polaridade troca Sinusoidal Rectangular Triangular
  • 25. Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas: 1. Corrente Galvânica:1. Corrente Galvânica: Trata-se de uma corrente continua, constante, também denominada directa 2. Correntes Diadinâmicas:2. Correntes Diadinâmicas: Derivam da rectificação, de média onda ou de onda completa, da corrente alterna sinusoidal simétrica. O rectificador de média onda é um dispositivo electrónico que, a partir de uma tensão sinusoidal bipolar, fornece uma outra monopolar, no que somente aparece a fase positiva ou negativa do sinal. Esta forma de rectificação origina um tipo de corrente diadinâmica denominada MONOFÁSICA FIXAMONOFÁSICA FIXA
  • 26. Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas: O rectificador de onda completa proporciona a partir de uma tensão sinusoidal bifásica, outra tensão em que aparece a fase positiva do sinal de entrada e a fase negativa invertida, de forma que também aparece como positiva. Esta rectificação origina a corrente chamada DIFÁSICADIFÁSICA FIXAFIXA A partir das 2 formas anteriores, mediante modulações de amplitude e/ou duração, obtêm-se outras formas de correntes diadinâmicas, as mais frequentes são a modulada em curtos períodosmodulada em curtos períodos (alternância de monofásica fixa e difásica fixa) e a modulada em longos períodosmodulada em longos períodos (modulação de amplitude da difásica) Estas correntes geralmente empregam-se para obter uma acção analgésica, espasmolítica e trófica: Monofásica fixa:Monofásica fixa: estimulação da circulação, acção trófica Difásica fixa:Difásica fixa: acção analgésica e espasmolítica Curtos períodos:Curtos períodos: acção analgésica e trófica Longos períodos:Longos períodos: acção analgésica e espasmolítica
  • 27. Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas: 3. Correntes pulsadas:3. Correntes pulsadas: São as mais utilizadas na actualidade em estimulação neuromuscular Um pulso eléctrico representa um período finito de carga eléctrica. Os pulsos que se repetem com uma frequência determinada denominam-se correntes pulsadas Os parâmetros fundamentaisparâmetros fundamentais que caracterizam os pulsos eléctricos e, portanto, as correntes pulsadas são: √ Forma de onda ou sinal √ Polaridade √ Parâmetros temporais √ Carga de fase/pulso √ Modulação
  • 28. Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas: 1.Forma de onda ou sinal:1.Forma de onda ou sinal: A taxa de subida do pulso é fisiologicamente muito importante, pelo fenómeno de acomodaçãoacomodação da fibra nervosa. Devido a este fenómeno uma fibra nervosa submetida a um nível constante de despolarização diminui ou perde sua excitabilidade à mesma intensidade ou amplitude. Para enervar músculos são enervados preferem-se pulsos rectangulares para minimizar tal efeito 2.Polaridade2.Polaridade Pulsos monopolares:Pulsos monopolares: a amplitude sempre tem valores do mesmo sinal, pelo que apenas há uma fase para cada pulso, a corrente circula unidireccionalmente, com polaridade positiva ou negativa Pulsos bipolares:Pulsos bipolares: a fase toma valores positivos e negativos, a corrente circula primeiro num sentido e logo no sentido oposto: há fases negativas e positivas. Os pulsos bipolares podem serOs pulsos bipolares podem ser simétricossimétricos ouou assimétricosassimétricos A forma que a amplitude varia em relação ao tempo, para a 1º fase, é idêntica à produzida na direcção oposta Balanceados/Compensados:Balanceados/Compensados: carga de uma fase é igual á da 2ª fase (igual área que delimita cada fase) Não balanceados/DescompensadosNão balanceados/Descompensados Amplitude/voltagem/intensidade Velocidade de ascensão/Velocidade de descida Pulsos rectangulares vs progressivos (amplitude com ascensão progressiva)
  • 29. Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas: 3. Parâmetros temporais:3. Parâmetros temporais: √ Duração ou tempo de fase: tempo desde o inicio ao final de uma fase √ Duração ou tempo de pulso: tempo desde o inicio ao final de todas as fases de um pulso individual √ Intervalo entre fases: tempo entre duas fases sucessivas de um pulso √ Intervalos entre pulsos: tempo entre 2 pulsos sucessivos √ Frequência de corrente pulsadaFrequência de corrente pulsada:: pulsos por unidade de tempo (pulsos/seg = ciclos/seg = Hertz). A frequência é um parâmetro importante já que o encurtamento e recuperação da fibra muscular são função da frequência 4. Carga de fase/Pulso: √ A quantidade de carga eléctrica que se fornece aos tecidos em cada pulso ou com cada fase de cada pulso. Apenas possível nos pulsos monofásicos, bifásicos assimétricos não balanceados (pode ser de utilidade clínica ou indesejável para uma estimulação cómoda). √ A ausência deste componente é característico dos pulsos bifásicos simétricos e dos assimétricos balanceados, nos que ambas as fases se encontrem compensadas e proporcionam-se fases de polaridade oposta para conseguir a ausência de componentes galvânicos e a produção de efeitos electroquímicos
  • 30. Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas: 5. Modulação:5. Modulação: Consiste em trocas dos parâmetros que caracterizam uma forma de onda com o tempo seguindo um determinado padrão . Basicamente a modulação pode ser de 2 tipos2 tipos: 1. Modulação das características da fase ou do pulso1. Modulação das características da fase ou do pulso (duração, amplitude e frequência de pulso). O principal objectivo desta modulação é diminuir o fenómeno de acomodação nervosa à corrente 2. Modulação de corrente2. Modulação de corrente : modulações da totalidade da corrente pulsada mais do que cada pulso Modulação em burst:Modulação em burst: produz uma serie finita de pulsos ou um intervalo finito de ciclos de corrente alterna, a uma frequência especifica durante um intervalo de tempo determinado Ex: Corrente russaCorrente russa - sinal portador é uma corrente alterna sinusoidal simétrica de 2500 Hz, modulada em burst, com intervalos entre burst de 10 ms, de modo a permitir 50 burst por segundo.
  • 31. Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas: Na grande maioria das vezes esta serie de burst são regularmente interrompidosinterrompidos (tempo de etapa (on) vs tempo de cessação (off)- ciclo de trabalhociclo de trabalho tempo de passagem/ tempo de passagem + tempo de cessação) A modulação em interrupção e necessária quando o objectivo da estimulação é induzir a contracção muscular (“electrocinesiterapia”), já que no período de cessação se permite o relaxamento muscular , reduzindo o aparecimento de fadiga muscular.fadiga muscular. A diferença entre estas modulações reside na frequência do sinal modulado, muito baixa na modulação em interrupção, já que conceptualmente são idênticas
  • 32. Principais correntes utilizadas:Principais correntes utilizadas: 4. Correntes interferênciais:4. Correntes interferênciais: Baseiam-se num fenómeno de modulação da amplitude de corrente alterna sinusoidal.corrente alterna sinusoidal. Esta modulação realiza-se por um fenómeno de interferência entre duas correntes sinusoidais de frequência média, produzidas em dois circuitos. Uma das ondas é a portadoraportadora, de frequência constante (geralmente 2000-5000 Hz), e outra é a moduladoramoduladora, com frequência ajustável. Ambas as ondas se encontram fora de fase, de modo que se produz uma interferência construtiva de ambos os sinais, com o que suas amplitudes se somam algebricamente..
  • 33. Bases electrofisiológicasBases electrofisiológicas Os tecidos vivos possuem a capacidade de reagir frente a modificações em seu meio interno ou frente a variações energéticas do seu meio externo (estimulo). Unidade motora:Unidade motora: 1.1. Corpo celular do neurónio motor no corno anterior espinhal medula ou nos núcleos dos pares cranianos 2.2. O axónio do motoneurónio no nervo periférico ou craniano 3.3. A união neuromuscular (placa motora) 4.4. As fibras musculares enervadas pelo motoneurónio
  • 34. Bases electrofiológicasBases electrofiológicas √√ A excitabilidadeexcitabilidade em si é uma propriedade dos tecidos. √√ A célula nervosa (tecido excitável) equilíbrio entre ambos os iões (potencial depotencial de membranamembrana impulso eléctricoimpulso eléctrico despolarização da membrana (potencial de acçãopotencial de acção) período refractário absolutoperíodo refractário absoluto repolarização √√ Dado que as fibras de um nervo periférico não têm igual diâmetro e resistência interna, a excitabilidade de tais fibras é variável.excitabilidade de tais fibras é variável. √√ Quando um nervo periférico misto (sensitivo e motor) é estimulado directamente, as fibras de maior diâmetro e de menor resistência interna são as que resultam excitadas com maior facilidade √√ O processo pelo qual se aumenta o nº de fibras nervosas excitadas, mediante um aumento progressivo da amplitude e/ou da duração do estimulo, denomina-se recrutamento de fibras.recrutamento de fibras.
  • 35. Níveis de estimulaçãoNíveis de estimulação As 3 respostas ou níveis de electroestimulação transcutâneaníveis de electroestimulação transcutânea percebem-se no: 1.1.Nível Sensitivo:Nível Sensitivo: limiar de sensibilidade (parestesias eléctricas, “picadelas”, vibração)- resulta da activação das fibras sensíveis Aβ mais próximas à superfície. Com o aumento da intensidade esta sensação torna-se mais intensa e pode estender-se à região situada entre os eléctrodos e territórios mais profundos 2.2.Nível Motor:Nível Motor: limiar motor (contracções musculares palpáveis ou visíveis - com amplitudes maiores as contracções poderão ser suficientemente mais intensas para produzir mobilidade articular) 3. Nível Doloroso:3. Nível Doloroso: limiar doloroso (percepção de estimulo torna-se desconfortável, dolorosa e inclusive pode chegar a ser insuportável). Ao chegar a este nível a intensidade de estimulação é tão elevada que se activam muitas fibras Aδ e C, que transmitem impulsos nociceptivos
  • 36. Principios de instrumentaçãoPrincipios de instrumentação 1- Electroestimuladores:1- Electroestimuladores: Importante a fixação precisa da forma de sinal, frequência e modulação dos parâmetros de saída do sinal eléctrico Segundo uma perspectiva electrónica os electroestimuladores podem ser de tensãotensão ou de intensidadeintensidade Podem, ainda , dividir-se em estacionáriosestacionários (TENS) e portáteisportáteis Os mais frequentes são os de intensidadeintensidade, já que, para um determinada tipo de corrente, os efeitos biológicos produzidos encontram-se associados com a quantidade de carga eléctrica fornecidaquantidade de carga eléctrica fornecida Pelo contrário no estimulador de tensãotensão, a carga eléctrica depende da tensãocarga eléctrica depende da tensão aplicada e da impedância eléctrica do tecido estimuladoaplicada e da impedância eléctrica do tecido estimulado
  • 37. Electroestimuladores transcutâneos:Electroestimuladores transcutâneos: 1- Estimuladores neuromusculares:1- Estimuladores neuromusculares: correntes pulsadas monopolares ou bipolares, ou corrente altera sinusoidal modulada (corrente “russa”) 2- Electroestimuladores portáteis (TENS):2- Electroestimuladores portáteis (TENS): correntes pulsadas bipolares simétricas ou assimétricas compensadas (electroanalgesia++) 3- Estimuladores interferênciais:3- Estimuladores interferênciais: correntes moduladas em amplitude ou interferênciais 4- Estimuladores diadinâmicos:4- Estimuladores diadinâmicos: correntes alternas rectificadas e moduladas 5- Estimuladores galvânicos:5- Estimuladores galvânicos: corrente continua e constante 6- Estimuladores de alta voltagem:6- Estimuladores de alta voltagem: ondas pulsadas monopolares de picos gemelares (electroanalgesia, cicatrização de úlceras e feridas e reeducação muscular) 7- Estimuladores sublimiares ou de microcorrente:7- Estimuladores sublimiares ou de microcorrente: onda pulsada monopolar rectangular, que periodicamente inverte sua polaridade (cicatrização e regeneração de tecidos dérmicos e subdérmicos; processos musculoesqueléticos, audiológicos e álgicos)
  • 38. EléctrodosEléctrodos Os eléctrodos devem ser bons condutores, de forma que apresentem muito pouca resistência à passagem de corrente. Apesar de bons condutores, deve ter-se muito cuidado com a toxicidade dos metais. Os eléctrodos de contacto podem classificar-se em fixos ou móveis. 1- Eléctrodos fixos:1- Eléctrodos fixos: Flexíveis de borracha (impregnada com partículas de carbono) – necessidade de aplicação de meio condutor na interface eléctrodo-pele De vácuo (material flexível) – efeito Venturi 2- Eléctrodos móveis2- Eléctrodos móveis (podem deslocar-se manualmente de forma que pode possibilitar-se a localização e tratamento de pontos motores, pontos dolorosos, trajectos dolorosos, etc..) Pontiagudos ou “tipo caneta” (pontos motores e dolorosos ) Bipolares (2 eléctrodos e 1 porta-eléctrodos com uma manga – músculos desenervados) De “placa” e de “bússola” (tratamento de dermatomos e trajectos dolorosos, “pontos gatilho”)
  • 39. Métodos de aplicaçãoMétodos de aplicação Basicamente descrevem-se dois métodos de colocação dos eléctrodos de contacto 1- Método unipolar ou monopolar1- Método unipolar ou monopolar Eléctrodo activo ou estimulador sobre a área activa (ponto motor, ventre muscular, ponto gatilho, etc.…) e á distância o eléctrodo dispersivo, indiferente ou de referência (usualmente maior) 2- Método bipolar2- Método bipolar Ambos os eléctrodos sobre a área activa, e ambos de igual tamanho (a polaridade não é influenciada em sinais eléctricos bipolares simétricos ou assimétricos compensados; nos sinais monopolares assume-se tradicionalmente que a estimulação se faz no eléctrodo negativo (polaridade do eléctrodo determinada pela facilidade e comodidade da estimulação) 3- Método quadripolar, tetrapolar, interferencial ou em padrão cruzado3- Método quadripolar, tetrapolar, interferencial ou em padrão cruzado Factores influentes na densidade de corrente:Factores influentes na densidade de corrente: Intensidade e duração do estimulo Tamanho e situação dos eléctrodos Maleabilidade dos eléctrodos
  • 40. 1. Princípios físicos da electrologia médicaPrincípios físicos da electrologia médica 2. Electroestimulação 2.1 Esboço histórico 2.2 Conceitos 2.3 Correntes utilizadas 2.4 Bases electrofisiológicas 2.5 Níveis de estimulação 2.6 Princípios de instrumentação 2.7 Métodos de aplicação 3. Corrente galvânica 3.1 Efeitos biofísicos 3.2 Efeitos electrofísicos 3.3 Metodologia e instrumentação 3.4 Iontoforese 3. Corrente galvânica3. Corrente galvânica 3.1 Efeitos biofísicos3.1 Efeitos biofísicos 3.2 Efeitos electrofísicos3.2 Efeitos electrofísicos 3.3 Metodologia e instrumentação3.3 Metodologia e instrumentação 3.4 Iontoforese3.4 Iontoforese
  • 41. √√ Corrente de baixa tensão (60-80 V) e baixa intensidade (máx. de 200mA) √√ Fase de encerramento de circuito (corrente aumenta de intensidade de modo brusco até alcançar a..) √√ Fase de estado, estacionária (intensidade constante) √√ Abertura de circuito (final da aplicação em que a intensidade da corrente desce até zero) Existem 2 formas fundamentais de produção de corrente galvânica: 1.1. mediante a utilização de baterias recarregáveis 2.2. mediante a rectificação da corrente alterna de rede Os geradores têm duas terminações ou pólosterminações ou pólos: pólo + ou cátodopólo + ou cátodo (roxo) pólo – ou ânodopólo – ou ânodo (negro) E o interruptor de polaridadeinterruptor de polaridade tem 3 posições: ++ a derivação roxa é positiva em relação à negra -- a derivação roxa é negativa em relação à negra 00 não é fornecida corrente O encerramento e a abertura do circuito realizam-se manualmente, com um interruptor on/off
  • 42. Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos : 1- Efeito electrotermal1- Efeito electrotermal O movimento de partículas carregadas em um meio condutor produz microvibração de partículas, que junto com as forças friccionais associadas originam a produção de calor A quantidade de calor produzido descreve-se pela lei de Joulelei de Joule Q = 0,24 ∙ R ∙ I² ∙ tQ = 0,24 ∙ R ∙ I² ∙ t QQ quantidade de calor em calorias RR resistência da zona atravessada II intensidade de corrente tt tempo de passagem da corrente em segundos
  • 43. 2- Efeito electroquímico2- Efeito electroquímico Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos : Os electrólitoselectrólitos (soluções resultantes da dissolução de substâncias ionizáveis - ácidos, bases, sais - em água, resultando estas em iões) são capazes de conduzir corrente eléctrica O fenómeno de condução de carga eléctrica através de electrólitos recebe o nome de electróliseelectrólise, que tem lugar se o campo eléctrico tem sempre o mesmo sentido (VoltámetroVoltámetro) Qualquer que seja o electrólito empregue, comprova-se que os produtos de decomposição da electrólise aparecem sempre nos eléctrodos e nunca no próprio líquido. Este fenómeno recebe o nome de polarização do eléctrodopolarização do eléctrodo
  • 44. Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos : 2- Efeito electroquímico2- Efeito electroquímico As trocas químicas ocorridas durante uma reacção electrolítica regem-se pelas Leis quantitativas ou de FaradayLeis quantitativas ou de Faraday A 1º lei1º lei estabelece que, para uma dada solução a quantidade de material depositado ou libertado sobre os eléctrodos é directamente proporcional à quantidade total de electricidade que passa através da solução electrolítica. Ou seja, a quantidade de reacção química é directamentequantidade de reacção química é directamente proporcional à quantidade de electricidadeproporcional à quantidade de electricidade que passa através da solução electrolítica. A 2º lei2º lei estabelece que se, por distintas cubas electrolíticas que contêm diferentes electrólitos, se faz passar a mesma quantidade de electricidade, nos eléctrodos depositam-se quantidades de substância em proporção directa a seus pesos equivalentes químicos. Ou seja, a quantidade dequantidade de electrólitos libertados por uma quantidade dada de carga eléctrica é proporcional a seuselectrólitos libertados por uma quantidade dada de carga eléctrica é proporcional a seus pesos equivalentes.pesos equivalentes. Assim é mais provável que a electrólise celular afecte mais os iões cálcio que os iões sódio ou o potássio
  • 45. 2- Efeito electroquímico2- Efeito electroquímico √√ O comportamento físico-químico do corpo humano, composto em mais de 80% por água e electrólitos, à passagem de corrente eléctrica é semelhante ao de uma dissolução de cloreto de sódio; iões que se dão mais abundantemente que quaisquer outros no organismo. √√ Se a um condutor electrolítico, como o que constituem todos os líquidos intersticiais e corporais, se aplicar um potencial eléctrico, produz-se uma dissociação electrolítica: os iões com carga positiva deslocam-se até ao ânodo e os com carga negativaos iões com carga positiva deslocam-se até ao ânodo e os com carga negativa fazem-no até ao cátodofazem-no até ao cátodo No cátodo, o Cl ˉcátodo, o Cl ˉ converte-se em cloro atómico, contudo, ao ser muito instável, reage com a água dos tecidos da seguinte forma: 4Cl + 2H2O = 4HCl + O2 (ácido)4Cl + 2H2O = 4HCl + O2 (ácido) Assim , no eléctrodo positivo produz-se libertação de ácido clorídrico, isto é, uma reacção ácida, que pode chegar a produzir uma queimadura ácida por coagulação das proteínas dos tecidos.. Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos :
  • 46. 2- Efeito electroquímico2- Efeito electroquímico √√ No ânodo, o Na+ânodo, o Na+ recupera sua estrutura atómica e converte-se em sódio metálico, que reage intensamente com a água 2Na + 2H2O = 2NaOH + H2 (alcalina)2Na + 2H2O = 2NaOH + H2 (alcalina) √√ No eléctrodo negativo produz-se libertação de hidróxido de sódio, que pode provocar uma queimadura de alcalis e liquefacção dos tecidos com libertação de hidrogénio √√ Para além de atrair os iões contrários, os eléctrodos também rejeitam os iões do mesmo sinal. Este efeito de rejeição é a base da Iontoforese √√ Quando as reacções químicas induzidas pela corrente galvânica não são excessivas nem lesivas, a resposta normal do organismo é aumentar o fluxo sanguíneo local para restaurar o Ph tecidular normal. √√ As trocas químicas que ultrapassam a capacidade do organismo para neutralizar e restabelecer o estado de equilíbrio originam bolhas ou inclusive queimaduras químicas do tecido estimulado Estes riscos minimizam-se diminuindo a amplitude de corrente, encurtando o tempo deEstes riscos minimizam-se diminuindo a amplitude de corrente, encurtando o tempo de tratamento e revertendo a polaridade cada poucos segundos ou minutos.tratamento e revertendo a polaridade cada poucos segundos ou minutos.
  • 47. 3- Efeito electrofísico3- Efeito electrofísico No organismo existem moléculas carregadas electricamente (proteínas, lipoproteinas) que, com aNo organismo existem moléculas carregadas electricamente (proteínas, lipoproteinas) que, com a passagem de corrente galvânica, podem migrar até um dos pólos, sem que a corrente produzapassagem de corrente galvânica, podem migrar até um dos pólos, sem que a corrente produza nenhuma troca na configuração molecularnenhuma troca na configuração molecular Efeitos polaresEfeitos polares As acções polares da corrente galvânica vão ter suas aplicações na electrólise médica, naelectrólise médica, na destruição de pequenos tumores cutâneos e na depilação eléctrica no caso da hipertricosedestruição de pequenos tumores cutâneos e na depilação eléctrica no caso da hipertricose O conhecimento dos efeitos polares na electrólise têm uma grande importância, já que nos permite compreender as queimaduras químicasqueimaduras químicas que podem aparecer durante os tratamentos e que são seu perigo principal Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos :
  • 48. Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos : 3- Efeito electrofísico3- Efeito electrofísico Efeitos interpolaresEfeitos interpolares Efeitos (deslocamento de iões, modificando o fluxo iónico através das membranas celulares) produzidos pela corrente galvânica no segmento orgânico (nervos, vasos - potente acumulação de circulação da zona; glândulas secretoras, etc..) interposto entre os pólos 1. Acção vasomotora e trófica:1. Acção vasomotora e trófica: √√ Hiperémia cutânea por vasodilatação reflexa devido à troca de Ph √√ Acção vasomotora na zona interpolar com efeito trófico, melhorando a nutrição tecidular, efeito analgésico e anti-inflamatório, ao aumentar a reabsorção de metabólitos e diminuir o edema 2. Acção sobre o sistema nervoso central:2. Acção sobre o sistema nervoso central: √√ Aumento da excitabilidade nervosa, e assim uma maior rapidez da transmissão do impulso nervoso por baixo do pólo negativo ( apenas possível se se interromper a corrente continua) √√ A excitação afecta apenas as fibras superficiais e é geralmente dolorosa
  • 49. 3- Efeito electrofísico3- Efeito electrofísico √√ Devido à capacidade para baixar o limiar de excitação do sistema neuromuscular, a corrente galvânica utiliza-se como terapia prévia ao tratamento com correntes variáveis, em casos de paralisias periféricas √√ Baixo o pólo positivo tem um efeito hipostésico, sedante e analgésico, que se utiliza terapêuticamente ( tratamento de 1º linha da dor provocada por estruturas superficiais) 3- Galvanonarcose3- Galvanonarcose √√ Em peixes e girinos demonstrou-se que a corrente no sentido cabeça-cauda leva a paralisia e no sentido contrário a excitação e mobilidade do animal Efeitos biofísicos :Efeitos biofísicos :
  • 50. Os aparelhos para aplicação de corrente galvânica devem ter: 1.Uma fonte de energia 2.Um neóstato que permita variar sua intensidade 3.Um miliampero que indique a intensidade da corrente circulante em cada momento do circuito 4.Uns aplicadores: lâminas metálicas de estano recobertas de eléctrodos (para conectá-los o aparelho dispõe de umas saídas com indicações de polaridade positiva e negativa; e um inversor) Intensidade:Intensidade: eléctrodos pequenos 1 a 5 mA/cm2, para grandes 1 a 15 mA/cm2 (não ultrapassar os 12 mA/cm2) AplicaçõesAplicações de 10-15´, se bem toleradas até 30-40 ` SessõesSessões em ciclos de 15 Subir a intensidade lentamente , bem como na cessação Metodologia e instrumentação :Metodologia e instrumentação : Técnicas de aplicação :Técnicas de aplicação : Directa ou indirecta (tinas - banho total ou parcial ou eléctrodo húmido)
  • 51. Indicações terapêuticas :Indicações terapêuticas : Precauções :Precauções : 1. Activação da cicatrização de feridas (cicatrização acelerada de úlceras dérmicas) 2. Activação da cicatrização de fracturas em casos de atraso de consolidação 3. Na paralisia periférica como terapia prévia a corrente variáveis, por aumento da excitabilidade neuromuscular 4. Efeito analgésico: neurites, neuralgias e mialgias 1. Mau contacto – concentração de corrente num ponto 2. Pele com feridas ou erosões, e pele atrófica 3. Zonas de anestesia cutânea 4. Extremidades isquémicas
  • 52. Introdução na epiderme e mucosas de iões fisiologicamente activos, aplicados topicamente, mediante corrente galvânica O tratamento não é a corrente eléctrica, mas os iões introduzidosO tratamento não é a corrente eléctrica, mas os iões introduzidos ChatzkyChatzky comprova a emigração de alguns iões através dos tecidos vegetais perante a passagem de uma corrente continua LabatutLabatut demonstra que os iões também podem penetrar nos tecidos animais, e Leduc mostra como se fazem penetrar nos animais vivos, por meio de corrente eléctrica Ao contrário da electrólise (cada eléctrodo atrai os iões de sinal contrário), a iontoforese baseia-se na migração e transferência iónica provocada pela corrente continua, que faz com que iões do pólo de igual sinal se repilam e migrem até ao pólo de sinal oposto A selecção da polaridade do eléctrodo activo, é portanto, muito importanteA selecção da polaridade do eléctrodo activo, é portanto, muito importante
  • 53. Sobre os iões da solução electrolítica actua uma força electromotrizforça electromotriz dependente da força do campo eléctrico e da impedância dos tecidos, da duração da passagem de corrente e da concentração de iões na solução Nº de iões transferidos =Nº de iões transferidos = Raiz cúbica do produto da densidade de corrente (razão entredensidade de corrente (razão entre intensidade de corrente e tamanho do eléctrodo)intensidade de corrente e tamanho do eléctrodo) pela duração da passagem de corrente ou tempo de aplicação Quanto mais tempo se aplica uma corrente maior é o número de iões transferidos A densidade de corrente pode aumentar-se ao aumentar a intensidade ou diminuindo o tamanho dos eléctrodos De realçarrealçar que : A pele não tolera densidades superiores a 1 mA/cm2. Com o aumento da duração da aplicação a impedância da pele diminui, aumentando o risco de queimaduras químicas por baixo dos eléctrodos
  • 54. INDICAÇÕES :INDICAÇÕES : 1.Edema 2.Úlceras isquémicas 3.Dor muscular 4.Doença de Peyronie 5.5.Hiperhidrose idiopáticaHiperhidrose idiopática 6.Artrites infecciosas fúngicas 7.7.Aderências e cicatrizesAderências e cicatrizes 8.8.Afecções inflamatórias musculoesqueléticas agudasAfecções inflamatórias musculoesqueléticas agudas (tendinites, bursites, miosites, artrites, estiramentos musculares, síndrome do túnel cárpico) 9.Miosites ossificantes traumáticas 10.Nevralgia pós-herpética A selecção do ião apropriado está em função da afecção que há a tratar
  • 55. IÕES USADOS COM FREQUÊNCIA EMIÕES USADOS COM FREQUÊNCIA EM IONTOFORESE:IONTOFORESE: Dor :Dor : Lidocaina, hidrocortisona, salicilato, magnésio Inflamação:Inflamação: Hidrocortisona, salicilato Espasmo muscular:Espasmo muscular: Magnésio, cálcio Isquemia: Mecolil, magnésio, iodo Edema: Mecolil, magnésio, salicilato, hialuronidase Depósito de cálcio:Depósito de cálcio: Ácido acético Micose: Cobre Gota tofácea: Lítio Lesões abertas: Zinco Cicatrizes, aderências:Cicatrizes, aderências: Cloreto de sódio, iodeto, salicilato Hiperhidrose:Hiperhidrose: água de corrente com polaridade alternante Hiper / Hipoirritabilidade: Cálcio
  • 56. Penetração e eliminação de iões:Penetração e eliminação de iões: 1.Iões não difusíveis: permanecem no tecido celular subcutâneo durante dias metabolizando- se lentamente permitindo uma acção terapêutica de longa duração. 2.Difusíveis: atravessam o tecido celular subcutâneo e chegam à corrente sanguínea difundindo-se por todo o organismo. Uma vez dentro dos tecidos perdem sua carga e se transformam em átomos, precipitando-se nos tecidos. Factores que influenciam na penetração nos tecidos:Factores que influenciam na penetração nos tecidos: 1.Condutividade da solução iónica (carga iónica e quantidade de iões competidores) 2.Concentração iónica da solução 3.Densidade de corrente (0,1 a 0,5 mA/cm2) 4.Tempo de actuação da corrente 5.Ph da solução (grau de ionização da solução)
  • 57. Precauções :Precauções : 1.Não se aconselha utilizar 2 substâncias sobre o mesmo eléctrodo, ainda que sejam da mesma polaridade (a repulsão mútua pode diminuir a penetração) 2.Não aconselhável usar iões de polaridade oposta ainda durante a mesma sessão de tratamento (o 2º reverte os depósitos iniciais - quando se deseja obter o efeito de ambos os iões aconselhado usar em dias alternados) Metodologia e instrumentação da iontoforese:Metodologia e instrumentação da iontoforese: Necessário um gerador de corrente continua com tensões entre 100 e 150 volts e intensidade não inferior a 10 mA Denominamos eléctrodo activo o que se introduz o medicamento e indiferente o outro O medicamento colocar-se-á sempre debaixo do eléctrodo activoeléctrodo activo O tamanho do eléctrodo deve estar adaptado ao tamanho da superfície
  • 58. Importância do eléctrodo negativo amplo:Importância do eléctrodo negativo amplo: A formação alcalina que tem lugar por baixo da ânodo (formação de hidróxido de sódio, alta concentração de iões H+ e relativa rapidez de reacções) é muito mais caústica para a pele que a reacção ácida que tem lugar no cátodo Para minimizar a possibilidade de destruição tecidular e evitar irritação e possíveis queimaduras por baixo do cátodo, deve diminuir-se a densidade de corrente no eléctrodo negativo e aumentar a superfície do ânodo Uma regra prática em iontoforese é que a superfície do cátodo seja menor duas vezesUma regra prática em iontoforese é que a superfície do cátodo seja menor duas vezes que a do ânodoque a do ânodo Devemos aplicar o medicamento em forma de solução, empapado em material absorvente ou em forma de pomada ou gel. A zona cobre-se posteriormente com uma compressa húmida com água de torneira temperada ou solução iónica e é dobrada sem formar verrugas O eléctrodo que deve ser ligeiramente mais pequeno coloca-se por cima da compressa O eléctrodo indiferente coloca-se na região oposta ou a curta distância do activo com um gel condutor que se adere facilmente à pele
  • 59. Complicações:Complicações: 1.1.Queimaduras químicas:Queimaduras químicas: Formação excessiva de hidróxido de sódio no cátodo, produzindo-se uma esclerose do tecido, que tarda em cicatrizar. O tratamento inclui antibióticos e cura estéril 2.2.Queimaduras térmicas:Queimaduras térmicas: Aumento de temperatura em áreas de maior resistência (hiperpigmentações ou sinais ou zonas de esclerose) – eléctrodos não bastante húmidos, mau contacto pele-eléctrodos; má maleabilidade do eléctrodo, isquemia pelo peso do paciente (medidas que aliviem a pressão) 3.3.Efeitos adversos e reacções alérgicas aos iões:Efeitos adversos e reacções alérgicas aos iões: pouco frequentes; ter em conta os antecedentes alérgicos do paciente (contraste e marisco: iodo; metas: cobre. Zinco, magnésio) Contra-indicações da iontoforese:Contra-indicações da iontoforese: 1. Presença de implantes metálicos na área de tratamento (fios peças de osteossintese)