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1
Atividades Recreativas e Psicomotoras em
Ambiente Aquático
MATERIAL DE ESTUDO EM SALA
Prof. Me. Osvaldino Ferreira Nunes Junior
junior.maradona@gmail.com
22/01/2024
2
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO 3
2 DESAFIOS DO MEIO LÍQUIDO 4
2.1 Controle Respiratório 6
3 HIDROGINÁSTICA 7
4 NATAÇÃO 8
5 PERIODIZAÇÃO DE TREINO 12
6 RECREAÇÃO AQUÁTICA: O LÚDICO DE BRINCAR E PSICOMOTRICIDADE
NA ÁGUA
13
6.1 Atividade aquática e psicomotricidade 14
7
PSICOMOTRICIDADE AQUÁTICA APLICADA EM
INDIVÍDUOS ATÍPICOS
19
8 Recomendações para Aula Prática 23
Referências 25
3
1 Apresentação
A atividade aquática é uma das atividades físicas mais antigas do
homem. Nas cavernas do deserto da Líbia são encontradas as mais remotas
ilustrações da arte de nadar. Calcula-se que sejam datadas de 9000 anos
antes de nossa era Catteau citado por Furtado (2003). Temos uma ligação
extremamente forte com a água, pois ela nos acompanha desde o útero
materno (gestação), até a nossa sobrevivência na humanidade, onde o homem
através da pesca teve que entrar em contato com o meio líquido para buscar
sua subsistência.
Quantas atividades aquáticas você conhece? Quantas existem? E,
quantas dessas atividades você vê sendo praticadas na sua comunidade ou
onde você frequenta? As atividades desportivas aquáticas são numerosas e
variadas.
Com a finalidade de se direcionar as considerações, feitas neste texto,
as atividades aquáticas serão separadas em duas categorias distintas:
• As atividades aquáticas praticadas acima da linha da água, como,
remo, surfe, caiaque, biribol, stand up paddle (SUP) ou kitesurf;
• As praticadas na linha da água ou superfície, por exemplo, a
natação em seus quatro estilos (crawl, peito, costas ou borboleta),
hidroginástica ou as competições de travessias em águas abertas (de curta,
média e longa distância);
Mesmo quando se entra na água para a prática desportiva acima da
linha da água, por exemplo, o remo existe o risco real da imersão acidental.
Então, podemos dizer que para garantir a prática segura das atividades
aquáticas, tanto acima da água, na superfície, se faz necessário o domínio de
habilidades básicas da natação. Com o domínio do básico da natação, se
garante o bom aproveitamento e os benefícios da prática desportiva aquática
de sua preferência, com prazer e segurança.
Por fim, pode-se afirmar que as práticas desportivas aquáticas além de
promoverem benefícios físicos e serem prazerosas, também se constituem
como campo de atuação profissional para o profissional/professor de Educação
4
Física.
2. Desafios do meio líquido
Precisa-se de pré-requisito para a prática desportiva aquática? Para se
tornar um praticante de atividade aquática, a pessoa precisa sentir-se à
vontade na água e possuir habilidades básicas da natação. Pelo menos nas
atividades aquáticas que necessitam de imersão, querem sejam elas
intencionais ou acidentais. Recomenda-se o desenvolvimento das habilidades
básicas da natação, com metas que incluem:
 A flutuação na água (flutuabilidade), pelo menos por uns 10 minutos;
 Conseguir nadar em torno de 200 metros sem precisar colocar os pés
no chão;
 E suportar no mínimo um minuto (1 min.) em apneia estática.
E, esses números não são aleatórios, mas sim, indicador de boa
condição física geral, principalmente o sistema respiratório e circulatório. Assim
como, indicador, também de controle mental, para que não ocorra pânico e
ocasione situação que coloque à vida do praticante de atividade aquática em
risco ou ocorra o abandono precoce de sua prática desportiva aquática
desejada/preferida.
. O nadar não se trata da mera inversão das duas primeiras letras da
palavra andar e se torna nadar. O ato de nadar necessita de aprendizado para
que possa ocorrer, não surgirá naturalmente como o caso do andar. As
atividades que dependem basicamente de aprendizado como o nadar, surfar,
mergulhar ou o clássico exemplo de andar de bicicleta, são consideradas
habilidades ontogenéticas, porque não aparecem automaticamente nos
indivíduos.
O processo de adaptação é reconhecido como fundamental para o
desenvolvimento de habilidades motoras relacionadas ao aprendizado das
técnicas dos esportes aquáticos (Canossa, Fernandes, Carmo, Andrade &
Soares, 2007).
5
Porém, tal premissa fundamenta-se nas características físicas da água,
distintas do meio terrestre, que acabam por determinar novos comportamentos
motores frente às forças que surgem como restrições a partir das interações do
corpo com o meio.
De acordo com Newell (1986), são as restrições do ambiente, do
organismo e da tarefa, quando integradas, que desencadeiam as mudanças do
movimento no decorrer do desenvolvimento. É por meio da interação e
adaptação entre elas que surgem novos comportamentos e se modificam
outros.
Porém, quando se estuda a questão específica da Adaptação, o
ambiente, novo, com características diversas daquele que vivemos, parece
apresentar as mais importantes restrições necessárias para o desenvolvimento
motor aquático. Já que o organismo, nesse caso o indivíduo que vai se
adaptar, e a tarefa (ou tarefas: respiração, equilíbrio e propulsão) dependem da
imersão no meio aquático. São objetivos do período de adaptação, segundo
Freudenheim, Gama e Carracedo (2003): a conquista do equilíbrio, a
autonomia motora e a adaptação dos órgãos sensoriais.
Ao traduzir essas questões para o desenvolvimento motor aquático,
especificamente para o processo de Adaptação, a compreensão prática, pelos
alunos, das forças no meio aquático pode caracterizar e resumir o processo.
Tais forças, embora também presentes no meio terrestre, ao passo que ar e
água são fluídos, devem ser adequadamente percebidas para que o indivíduo
aprenda, como resultados da Adaptação, novas formas de equilíbrio,
respiração e propulsão, adequadas ao novo meio. Cabe ao professor, ao
dominar os conceitos, as explicações e os efeitos dessas forças, gerar
situações em que o iniciante no meio aquático desenvolva as habilidades
motoras almejadas.
As estratégias pedagógicas para adaptação ao meio líquido perpassam
por vivências na água, das vivências simples, progredindo para as vivências
mais complexas, ou seja, do simples para o complexo. Essas vivências
melhorarão a sensibilidade na água pelo aprendiz do nado.
Portanto, é possível compreender que as adaptações ao meio aquático
trazem uma riqueza de benefícios, fazendo com que o homem consiga evoluir
6
e melhorar diversos aspectos corporais, cognitivos e de socialização, tornando
a água um meio muito importante para o ser humano desde o início da sua
vida.
2.1 Controle Respiratório
A principal regra de quem entra na água é de nunca se apavorar ou
nunca entrar em pânico, ou seja, essa é a regra de ouro para quem entra na
água. A pessoa terá que sempre manter a calma. Inicialmente, para que isso
seja possível a pessoa terá que aprender a ter controle respiratório. Pois, uma
das principais causas do apavoramento na água é sem dúvida a
impossibilidade de respirar livremente, “na hora que se bem entende”, mas sim,
a pessoa terá que desenvolver a controle de respirar somente nos momentos
em que for possível. Essa tarefa para algumas pessoas é especialmente difícil.
Dessa forma, quando se nada a expiração ocorre em baixo da água e a
inspiração obedece a uma sequência sistemática, por exemplo, no nado crawl
o nadador poderá respirar uma vez a cada ciclo de braçada (2x1), duas
braçadas para uma respiração, uma braçada com o braço direito e outra
braçada com o braço esquerdo. Como também poderá ser uma respiração a
cada três braçadas (3x1), ou ainda, uma respiração a cada quatro braçadas
(4x1), ou mais e, sempre a expiração será submersa. Além de que, o ritmo da
respiração no nado terá que atender a demanda metabólica por oxigênio e
também ser compatível com a remoção do dióxido de carbono para evitar a
acidose muscular. Para tanto, os nados de curtas distâncias o ciclo respiratório
poderá ser mais braçadas e menos respiração, como, o ciclo de três por um
(3x1), quatro por um (4x1) ou superior a isso. Mas, para os nados de longas
distâncias necessita de ciclos de respiração menores, como, o dois por um
(2x1) ou talvez o três por um (3x1) dependendo do condicionamento do
nadador.
7
3. HIDROGINÁSTICA
Para Bates; Hanson (1998) a hidroginástica teve como base a
hidroterapia: exercícios aquáticos terapêuticos que tinham como objetivo
realizar um tratamento individualizado para pacientes portadores de patologias,
buscando a sua recuperação através de exercícios específicos. Sendo uma
atividade inovadora, o exercício aquático terapêutico promove independência
entre os pacientes, requer um menor tempo dos profissionais envolvidos e
maximiza o uso da piscina. O referido programa terapêutico é organizado
levando em consideração componentes específicos: aquecimento,
alongamento, resistência e força muscular e relaxamento.
Já de acordo com Mendes citado por Furtado (2003) a hidroginástica,
ou ginástica em meio líquido, teve origem nos programas de condicionamento
físico na água; começou a ser desenvolvida em spas da Inglaterra e, há 30
anos, foi levada para os Estados Unidos da América por intermédio da
Associação Cristã de Moços.
Segundo Bonachella (1994), a Hidroginástica no Brasil começou há 30
anos, sendo que atualmente é bastante divulgada e praticada em clubes,
academias de ginástica, universidades, nas mais diversas faixas etárias,
inclusive fazendo parte do programa de treinamento de diversas modalidades
esportivas.
Nos últimos anos tem se observado, por parte da população em geral,
um aumento significativo pela procura da prática de Hidroginástica. Talvez em
função de seus inúmeros benefícios ou ainda por se dar num ambiente que
remete a condição primeira do ser humano, a prática de exercícios físicos no
ambiente líquido a qual vem ganhando cada vez mais adeptos.
A hidroginástica é constituída de movimentos aquáticos específicos, que
se baseia no aproveitamento da resistência da água como sobrecarga (Kruel,
Moraes, Ávila, & Sampedro, 2001).
Sabe-se que em hidroginástica, os diferentes movimentos influenciam na
intensidade de esforço onde o grupo muscular envolvido é proporcional à
intensidade imposta (Alberton, Olkoski, Pinto, Becker, & Kruel, 2007; Moraes,
Kruel, Sampedro, & Lopes, 2002).
8
Além disso, o tempo de execução dos diferentes exercícios de
hidroginástica devem ser de 2 minutos e 20 segundos, para que as variáveis
fisiológicas entrem em steady state (Moraes et al., 2002).
A Hidroginástica aquece simultaneamente as diversas articulações e
músculos durante os exercícios, o que auxilia o tratamento de problemas
articulares; melhora a execução de exercícios sem sobrecarregar as
articulações de base e o eixo do movimento, porque o corpo é menos denso
que a água e a força de flutuação faz com que o corpo ganhe estabilidade e
equilíbrio; facilita no aumento gradativo da amplitude articular; fortalece as
musculaturas articulares sem riscos (quando aplicado corretamente); melhora
expressivamente a artrite reumática; trabalha o músculo através do exercício e
massageia todo o corpo; oferece maior resposta muscular através das diversas
posições expressas nos exercícios e pela resistência oferecida pela água;
melhora a condição da pele devido à ativação do suprimento sanguíneo e
trabalho no aparelho circulatório; diminui a pressão sanguínea periférica
favorecendo quem tem tendência a varizes; diminui os problemas de
hipertensão e hipotensão; melhora expressivamente a condição
cardiorrespiratória do praticante; proporciona desintoxicação das vias
respiratórias amenizando os efeitos do clima e da poluição; auxilia o trabalha
aeróbico e anaeróbico; além de também embelezar o corpo.
As atividades aquáticas vêm evoluindo de maneira satisfatória de acordo
com as exigências da sociedade e do próprio ser humano, sendo uma das
modalidades esportivas mais praticadas em academias, clubes, haja vista a
quantidade de pessoas que adoram se exercitar em meio líquido.
4. NATAÇÃO
A primeira referência à natação conhecida são pinturas rupestres
datadas de, aproximadamente, 7.000 a.C. Além disso, há registros escritos, de
2.000 a.C., sobre a modalidade na Bíblia e em Epopeias como Ilíada, Odisseia
e Gilgamesh.
Enquanto prática esportiva, a natação começou a ganhar espaço no
século XIX, na Inglaterra, por meio de diversas competições, inicialmente com
disputas com o nado de peito.
9
A modalidade já estava presente nos Primeiros Jogos Olímpicos da Era
Moderna com competições em águas abertas. Posteriormente, em 1908, as
provas começaram a ser disputadas em piscinas. Então, nesse período, foram
padronizadas as regras de competição do esporte.
Atualmente, durante os Jogos Olímpicos, há competições divididas por
distâncias, com provas de 50, 100, 200, 400, 800 e 1.500m. Do mesmo modo,
há provas por estilo como nado livre, costas, peito e borboleta.
Além disso, há competições individuais e por equipe de quatro
nadadores, nas chamadas provas de revezamento. Nos Jogos Olímpicos de
Pequim, em 2008, houve a inclusão da Maratona Aquática, sendo realizada em
águas abertas.
Oficialmente, a natação conta com quatro estilos de nado: crawl, costas,
peito e borboleta. Além disso, tem o medley, utilizado em competições e que
reúne os quatro estilos em uma prova só.
 Nado livre (crawl)
O nado livre alterna a propulsão dos braços e das pernas na água. Nele,
a parte frontal do corpo fica virada para o fundo da piscina.
Na prática, as pernas se movimentam alternando entre direita e
esquerda rapidamente. Assim, os braços também se alternam para puxar a
água.
O estilo é o mais comum e também simples. O modelo foi criado na
Austrália, em 1993, com o objetivo de diminuir a resistência da água e
aumentar a velocidade do nadador.
 Nado peito
O estilo nado peito é um dos mais lentos, além de exigir muita
coordenação e técnica do praticante. Logo, a ação do braço é um movimento
para fora, para baixo e para cima com retorno em posição alongada. Além
disso, a ação da perna acontece de forma simultânea.
10
O estilo se assemelha ao de uma rã. Porém, por ser um movimento
responsável por garantir uma maior propulsão, é comum provocar lesões.
 Nado borboleta
No nado borboleta, o nadador fica com a barriga virada para o fundo da
piscina. É considerado um dos mais difíceis, por exigir mais do corpo,
especialmente dos braços. Na prática, o movimento da perna é em ondulações,
com ambas alongadas e juntas, sem bater os pés.
Já os braços devem ser trazidos à frente paralelamente sobre a água e
depois levados juntos para trás.
 Nado costas
Esse estilo de nado é diferente dos demais, ao menos na posição.
Nesse caso, a parte frontal do corpo fica para cima, ou seja, fora da água.
Alguns consideram a prática como sendo a mais fácil, já que a cabeça fica para
fora da água facilitando a respiração.
No nado costas, os braços se movem de forma alternada entre direito e
esquerdo, sendo ora dentro d’água e ora fora fazendo uma espécie de rotação.
O movimento acontece até o quadril com o braço empurrando a água e
impulsionando o corpo.
 Nado medley
O nado medley é realizado em competições. O estilo é a junção dos
quatro tipos de nado da natação: crawl, costas, peito e borboleta. Logo, as
disputas podem ser feitas individualmente ou em revezamento.
Nas individuais, a ordem dos estilos são borboleta, costas, peito e crawl.
Por fim, quando a disputa é em revezamento, a ordem se altera para costas,
peito, borboleta e crawl.
11
Os métodos de ensino-aprendizagem da natação na atualidade se
encontram dividido basicamente em duas correntes: uma primeira, tecnicista,
na qual o conteúdo é fragmentado e dividido em níveis de dificuldade e a
segunda, que considera o processo de adaptação e familiarização ao meio
líquido como parte do conteúdo na aprendizagem do nadar.
Para Moisés (2006), as principais linhas metodológicas utilizadas na
atualidade são a metodologia tradicional e a metodologia baseada no ensino
lúdico. A metodologia tradicional segue um esquema no qual os exercícios são
agrupados de acordo com sua complexidade, com o intuito de aprimoramento
do gesto motor, enquanto o método baseado no ensino lúdico busca a
adequação das atividades aos diferentes tipos de alunos, abordando conteúdos
como a adaptação ao meio líquido, propiciando a integração dos alunos com o
meio e entre si.
De acordo com Couto (1999), na educação física se trabalha
principalmente com os métodos parcial, global e misto. Porém, segundo o
autor, quando se direciona esse ensino para a natação, encontramos como
metodologias mais utilizadas o método parcial e o método ABC do treinamento.
O método parcial divide o conteúdo em partes. Conforme o aluno aprende a
executar determinadas partes, estas são unidas, a fim de se realizar uma ação.
O método global compreende o ensino simplificado e geral das ações,
facilitando a apreensão do conteúdo. O método de ensino misto é uma
combinação dos métodos parcial e global, sendo que os dois métodos são
implantados de forma simultânea. Para Roth (1990) citado por Couto (1999), o
método ABC do treinamento é caracterizado da seguinte maneira:
A. Tarefas e técnicas fechadas. São as técnicas básicas constantes e
estáveis, não sofrem variação, porque representam a base do
aprendizado.
B. Tarefas e técnicas abertas. São as técnicas passíveis de modificação e
variação nos seus movimentos.
12
C. Técnicas e estratégias abertas. É o momento de adaptação das técnicas
a situações complexas.
O ensino do qual o principal objetivo é o aprendizado da técnica só se
torna interessante quando se deseja uma especialização na modalidade e
quando o indivíduo já possui certa idade, pois esta especialização pode limitar
o processo de desenvolvimento quando é aplicado na infância, período em que
o indivíduo deve ter contato com diversa gama de movimentos, a fim de
enriquecer e incrementar seu repertório motor.
5. Periodização do Treino
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a prática semanal
de pelo menos 150 minutos (2 horas e 30 minutos) de atividades físicas de
intensidade moderada ou 75 minutos (1 hora e 15 minutos) de exercícios de
alta intensidade.
DIAS DA
SEMANA
DIVISÃO
DO
TEMPO
HORARIO DA
ATIVIDADE
SEGUNDA 50min Manhã, tarde
ou noite
TERÇA
QUARTA 50min Manhã, tarde
ou noite
QUINTA
SEXTA 50min Manhã, tarde
ou noite
SABADO
DOMINGO
Tabela 2 - Modelo de Planejamento Semanal
Uma estrutura de aula é composta por três fases: inicial, principal e final.
Na fase inicial (5 minutos) – realiza-se alongamentos e aquecimentos
articulares.
Na fase principal (35 minutos), devem prescritos os exercíciosdo
enfoque da aula.
13
Na fase final (10 minutos) – desaceleração e retorno ao estado inicial da
aula.
Dentro dos aspectos metodológicos podemos trabalhar vários tipos de
métodos enfatizando os que mais se aplicam contínuo, intervalado, circuito.
6. RECREAÇÃO AQUÁTICA: O LÚDICO DE BRINCAR E PSICOMOTRICIDADE NA ÁGUA
Acredito que a recreação aquática no contexto das aulas de natação
pode-se inserir como um meio facilitador da aprendizagem dentro de uma
abordagem pedagógica, apresenta-se vários benefícios e o aprendizado dessa
modalidade é feito de maneira lúdica e espontânea.
Com um aprendizado de forma lúdica e compatível ao
desenvolvimento do ser humano. Propusse atividade aquática que trabalha de
maneira direta para a descoberta da construção do corpo e das experiências
motoras.
Trata-se de propor atividades mais motivantes e atrativas para os
alunos, ao mesmo tempo em que se estabelecem uma série de objetivos de
acordo com as aulas ministradas nos conteúdos de Educação Física.
O objetivo é apresentar um exemplo prático, através de uma unidade
didática, do ensino compreensivo através do modelo integrado no meio
aquático (MORENO, GUTIÉRREZ, 1998; MORENO e cols., 2000; MORENO,
em imprensa), para, deste modo, entender como deveria organizar-se o
processo de aprendizagem na aquisição das habilidades motrizes aquáticas.
Leva-se em conta interação entre o professor, aluno, brinquedo nas atividades
aquáticas.
Na formação deste contexto, entende-se que o envolvimento lúdico se
baseia em vários argumentos criativos, no qual a prática da natação recreativa
abre caminhos de experimentação sensório-motora universal, pois a criança
pode assim, vivenciar o mundo em que faz parte com alegria e atenção de
acordo com seu desenvolvimento natural.
Assim, as atividades aquáticas se tornam elemento importante de
interação da criança ao meio líquido, com decorrência do tempo a um processo
14
de adaptação e desenvolvimento de locomoção na água atingindo seus
objetivos (QUEIROZ, 2000).
Ainda conforme Queiroz (2000) as aulas de natação no seu aspecto
lúdico estão mais voltadas para orientar e facilitar a capacidade de explorar
desenvolver a possibilidade de conhecimento e uso do próprio corpo com certa
autonomia e harmonia.
Nakamura (1997) acrescenta que a natação é um dos mais completos
e saudáveis desportos que se conhece. É uma atividade física agradável por
meio da qual podemos adquirir boa coordenação de movimento e desenvolver
as grandes funções.
Isso acarreta uma infinidade de propostas que almejam um estágio de
desenvolvimento inter-relacionado à criança oferecendo integração aos
aspectos afetivos e sociais voltadas para o meio aquático.
Se unirmos esses fatores que coloca a criança no meio aquático,
possivelmente conseguiremos estimular um desenvolvimento maior de
expressividade motora e cognitiva, possibilitando momentos afetivos logo que a
criança esta envolvida corporalmente. Ao analisarmos um trabalho corporal,
que não é tudo, precisamos da continuidade entre o corpo e o psíquico, isto
nos faz usar a psicomotricidade como referência (QUEIROZ, 2000).
6.1 Atividade aquática e psicomotricidade
O ser humano no decorrer de sua existência desenvolve um longo
caminho de sua vida que se explica movimento incontrolado até a organização
do movimento autônomo que vinculam em ações psicomotoras no processo
que emerge a sua personalidade (DAMACENO, 1992).
Os benefícios ao nível do desenvolvimento psicomotor, emocional e
cognitivo, promovidos pelas aulas de adaptação ao meio aquático para bebês e
crianças, estão relatados por vários autores. Assim a criança
progressivamente, se desenvolve através de sua atividade corporal global ou
instintiva a princípio diferenciada e intencional depois, e esta atividade lhe
permite descobrir o mundo que a rodeia (DAMACENO, 1992).
15
Entretanto ao analisar a atividade aquática nesse estabelecimento de
movimento, permite a criança a desenvolver criatividade e exploração através
de condutas motoras, que contribuem para a estruturação da sua consciência
corporal.
Para Pic e Vayer (1977), a educação psicomotomora é uma ação
pedagógica e psicológica que utiliza os meios da educação física, com
finalidade de normalizar ou de melhorar o comportamento do indivíduo. Desta
forma relacionar a atividade aquática com movimento do indivíduo passa a ter
um efeito integrado na base de condicionamento mais liberado e consciente,
gerando conseqüentemente maturidade neurológica no desenvolvimento
infantil e habilidade sensório-motora no comportamento da criança.
Verifica-se que natação por ser uma atividade aquática praticada sem
restrições de sexo e idade, é umas das atividades que proporcionam maiores
benefícios ao desenvolvimento corporal, parecendo mais oportuno indicar para
dinamizar o potencial psicomotor do ser humano.
Então, pode-se entender que neste contexto que a natação em si,
converte num dos meios propícios de ação de altas potencialidades educativas
para o desenvolvimento psicomotor.
Segundo Damaceno (1992), a natação por dirigir-se estabelecimento
do movimento permitiu a criatividade da criança, a exploração e o manejo do
meio através de atividades motoras.
É necessário frisar que a psicomotricidade como educação corporal
em estimulação de desenvolvimento psicomotor no meio aquático, ocorre em
função global da criança através de sua prática justificada. Como acrescenta
Lapierre e Aucouturier (1977), as experiências vivenciadas com a participação
ativa da motricidade conduzem a elaboração das estruturas fundamentais
abstratas.
Estas noções podem ser desenvolvidas num corpo em movimento
como sugere Freire (1989), próprio daquele encontrado na criança no
transcorrer da dinâmica das atividades aquáticas. Consciente desta situação
que acompanha a criança na prática de natação, permitir uma vivência que
pode ser entendida como complemento mútuo entre psicomotricidade e
natação, Freire (1989) acrescenta que é através destas situações de
16
aprendizagem que acompanham a prática da natação que a criança também
irá elaborar as estruturas mencionadas anteriormente.
Na água, o ato respiratório é objetivado de maneira perfeita, pois
quando a criança sopra e faz bolhas pode enxergar, escutar e sentir a
respiração, que se organiza em estreita dependência com o desenvolvimento
dos aspectos psicomotores. Como afirma Lapierre (1977), o controle do corpo
e da respiração, é a etapa culminante da construção corporal. Em outras
palavras à uma proporcionalidade desta afirmação, que pode ressaltar o
importante papel adquirido pela natação, na medida em que se podem
estruturá-las em um ambiente adequado, que oferece resultados auxiliares de
desenvolvimento.
Portanto, ao enfatizar o contexto sócio-motor, que generaliza
experiência vivida com seu próprio corpo em distintas situações, como tarefas
aquáticas com sentido lúdico pedagógico entre os colegas, querer chegar a
isso é uma característica própria da infância, em um processo que envolve a
integração de todos os domínios, ou seja, cognitivo, afetivo-social e motor.
Quando se analisa as conclusões de especialistas como Piq e Vayer
(1977) e Le Bouch (1972), entende-se que a psicomotricidade atua sobre as
diversas coordenações de equilíbrio e tônus da postura, oferecendo orientação
e lateralização.
Similarmente, Reis (1983) considera a natação como significando a
técnica de deslocar-se na água, por intermédio da coordenação metódica de
certos movimentos e nadar como deslocar-se na água a seu nível ou através
da força e adaptações naturais do próprio nadador. Deste modo, nadar seria
um ato psicomotor que objetiva a locomoção no meio líquido, obrigando uma
nova adaptação das estruturas de base dos comportamentos humanos.
Desta forma os objetivos da psicomotricidade deverão conduzir a
criança o descobrimento do próprio corpo e do mundo que o rodeia
(DAMASCENO, 1992).
E ainda insistindo na inter-relação existente entre atividade aquática e
o desenvolvimento psicomotor, através da sua prática, justifica-se a
estruturação do esquema corporal, citado por Damasceno, os autores Pic e
17
Vayer (1997): Controle e equilíbrio das contrações e inibições estreitamente
associados ao esquema corporal e ao controle da respiração.
Consistente na sua potencialidade parece oportuno promover
associações motoras a atividade aquáticas complementando na passagem
progressiva do corpo em movimento mental, favorecendo a criança em sua
capacidade de organização perceptiva (DAMASCENO, 1992).
Então a natação ao proporcionar uma autêntica vivência corporal,
apresenta capacidade de equilíbrio estático e dinâmico, favorecendo como
conseqüência a estrutura do comportamento inteligente na criança. Logo a
natação converte meio de ação em um alto potencial educativo para o
desenvolvimento psicomotor.
O controle do corpo e da respiração, como afirma Lapierre (1997), é a
etapa culminante da construção do esquema corporal. Na proporcionalidade
destas afirmações é possível afirmar a importância para o domínio das
habilidades motoras, específicas no processo de desenvolvimento humano,
acrescentando a criança experiências que resultem numa grande auxiliar e
promotora do desenvolvimento dentro dos domínios da motricidade que é
essencial para aprendizagem.
Considerando as abordagens de Tani et al (1988) e Freire (1989),
mesmo que pareça divergências sobre a influência do processo de aspectos
cultural e social no comportamento humano em relação a aprendizagem
motora, ambos admitem característica que envolve a integração de todos os
domínios cognitivo e afetivo-social motor.
Questões como esta, devem ser entendidas de como envolvimento do
aspecto mental e ainda do afetivo-emocional quando é focado a uma
predominância essencialmente dos domínios psicomotor que é básico para
evolução mental e emocional.
Sobre o desenvolvimento sensório motor como afirma Inhelder (1978)
colaborando com Piaget, é importante o fato de a criança elaborar nível de
conjunto de subestruturas cognitivas que servirão para construções futura
concernente ao desenvolvimento humano sabendo a distinção ego e não ego
como do corpo algo do próprio individuo.
18
E quando analisamos esta concepção de atividade aquática, apoiada
proposta que almejam o desenvolvimento harmonioso da criança e concebe o
movimento de forma integrada aos aspectos afetivos e sociais, vê-se um tema
desenvolvido e entendido que atividade aquática nesta visão mostrada junto
com a psicomotricidade, está interligada e difundida atualmente ocupando o
espaço da criança aqui mencionada o seu corpo em movimento nas ligações
ao nível interno e externo.
Neste contexto a importância da atividade aquática e a
psicomotricidade, tornaram-se dois dos mais importantes estudos, sendo
analisados para entender as manifestações infantis nos jogos envolvendo a
ludicidade.
Esses aspectos foram bastante enfatizados por vários autores
relacionando seu trabalho com recreação aquática, e buscando o
aprofundamento no estudo da psicomotricidade, tentando suprir as deficiências
especialmente no que se refere ao atendimento da criança em idade pré-
escolar. Através de atividades aquáticas principalmente exercícios e jogos, na
procura de promover o completo desenvolvimento físico, mental, afetivo e
social.
Observando os fatos analisados que desencadearam este estudo, os
motivos que contribuem no envolvimento da criança em prática a natação
pautada nos princípios lúdicos, com utilização de brincadeiras e jogos
recreativo desenvolvido no processo de aprendizagem da natação.
E ao envolver particularmente no lúdico, tendo o meio líquido como
único espaço para desenvolver a prática de natação possibilita um ambiente,
que venha a oferecer a qualquer criança, uma expectativa de desenvolvimento
pessoal, construindo e resignificando um saber referido a modalidade
esportiva.
Os aspectos psicomotores analisados (coordenação e equilíbrio,
lateralidade, esquema corporal, orientação espacial e orientação temporal).
Tornam-se hábeis nas atividades em meio líquido, onde a facilitação
do movimento favoreceu a percepção do corpo e de suas capacidades e
potencialidades, promovendo assim varias adaptações tanto intrínsecas como
extrínsecas, ou seja, do indivíduo com seu corpo e desse corpo com o meio.
19
A intenção deste texto foi discutir a possibilidade pedagógica de
trabalho para os profissionais que atuam nas escolas de natação e
psicomotricidade, visualizando o papel do professor para além do simples,
ensinar a natação de quatro estilos, alcançando uma dimensão humana de
agente facilitador no processo de desenvolvimento global do ser humano,
levando em considerações as estruturas físicas emocionais e intelectuais da
criança.
7 – PSICOMOTRICIDADE AQUÁTICA APLICADA EM INDIVÍDUOS
ATÍPICOS
A Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância (ECNPI) ou
Paralisia Cerebral (PC), como é mais conhecida, se caracteriza por uma
seqüela de agressão encefálica, com transtorno persistente e invariável do
tono, da postura e do movimento, que surge na primeira infância e exerce
influência sobre a maturação neurológica em diversos níveis (DORETTO, 2001;
MILLER; CLARK, 2002; MORIMOTO et al, 2004). A incidência de casos de PC
na população é de dois em cada mil nascidos vivos, sendo que em países em
desenvolvimento chega a sete por mil nascidos vivos. No Brasil é estimada a
ocorrência de 30.000 a 40.000 casos novos por ano (MANCINI et al., 2002;
CALCAGNO et al., 2006). As crianças com PC atingem seus marcos de
desenvolvimento mais tarde que as crianças que não apresentam
comprometimentos neuromotores e isso independe da inteligência ou do
comportamento. Nestes casos, o desenvolvimento não é somente atrasado,
mas desordenado e limitado, como conseqüência da lesão (BOBATH;
BOBATH, 1989). Entende-se, portanto, que na PC na maioria dos casos é o
desenvolvimento motor que está comprometido, podendo o desenvolvimento
cognitivo, emocional e social estar adequado aos parâmetros de indivíduos na
mesma fase de desenvolvimento. A síndrome neurológica na PC é evidenciada
principalmente por transtornos motores, porém o caráter permanente e
invariável da lesão não significa que a sintomatologia do indivíduo com PC seja
permanente e imutável, sua funcionalidade irá se estruturar no tempo e a
evolução será determinada pelo momento em que o fator nocivo agiu no
20
sistema nervoso durante sua maturação estrutural e funcional (DIAMENT,
2007). Uma característica desses distúrbios é a falta de controle sobre os
movimentos, por modificações adaptativas do comprimento muscular e em
alguns casos, resultando em deformidades ósseas. Além disso, como a doença
acontece em um período acelerado do desenvolvimento da criança, o processo
de aquisição de habilidades pode ser comprometido (MANCINI et al., 2002;
CALCAGNO et al., 2006). As oportunidades para o movimento e a exploração
do ambiente, oferecidas à criança, favorecem a aprendizagem e o
desenvolvimento motores. Estudos feitos em diferentes culturas mostraram
que, em alguns lugares, os pais cuidam de seus filhos como se eles fossem
muito frágeis e os protegem de grandes estimulações. Em outros, desde os
primeiros meses de vida, estratégias são usadas para que a criança seja
estimulada a sentar, rastejar ou andar. O resultado da variedade de práticas
oferecidas foi que as crianças que receberam oportunidades para
experimentação de seus movimentos, sentaram, rastejaram e andaram mais
cedo que as crianças cujas oportunidades não fora oferecidas (ADOLPH,
2006). Desta forma, acredita-se que crianças com PC necessitam de atividades
que proporcionem um estímulo global de seu desenvolvimento, com a
finalidade de amenizar, compensar ou superar os seus déficits. Em relação às
crianças com deficiência motora, Corrêa, Costa e Fernandes (2004) afirmam
que não são oferecidas atividades motoras com freqüência no dia a dia dessas
crianças e, quando o são, estão revestidas de preconceitos que limitam a ação
antes mesmo da experimentação. A carência de experiências motoras poderá
prejudicar a construção do esquema corporal e desencadear um déficit no
desenvolvimento global dessas crianças. Assim, como crianças
neurologicamente normais, as crianças com PC são influenciadas pelas
restrições do organismo (funcionais e/ou estruturais), do ambiente e da tarefa
(NEWELL, 1986; HAYWOOD; GETCHELL, 2004). Estas restrições,
isoladamente ou em conjunto, afetam as aquisições psicomotoras. O
desenvolvimento geral da criança PC pode ser estimulado pela atividade
aquática, pois dentro da água o movimento é facilitado pela ação das
propriedades da água atuando sobre seu corpo quando em imersão
(GUTIERRES FILHO, 2003). O contato com um novo ambiente permitirá a
21
modificação de ações de acordo com as características de seus corpos e de
seus níveis de habilidade, com regulação e ajustes contínuos das coordenadas
do espaço, da velocidade e da força (MONTEIRO, 2006). O ambiente aquático
proporciona ao indivíduo experiências e vivências novas e variadas,
favorecendo a percepção sensorial e a ação motora. Assim, o desenvolvimento
das capacidades psicomotoras (coordenação, equilíbrio, esquema corporal,
lateralidade, orientação espacial e orientação temporal) das crianças com PC
poderia ser melhorado através da prática de atividades aquáticas. Desta forma,
caso as capacidades psicomotoras sejam melhoradas, as crianças poderiam
ter maior êxito na realização de tarefas da vida diária que antes apresentavam
dificuldades (LEONARD; HIRSCHFELD; FORSSBERG, 1991). A grande
variedade de pesquisas sobre o corpo em movimento mostra a relevância do
tema e a necessidade de se entender a complexidade da ação motora. Estudos
sobre o movimento de pessoas portadoras de deficiências motoras têm reunido
equipes multidisciplinares na tentativa de compreender o funcionamento do
SNC e os processos adaptativos criados por esses indivíduos para o
movimento e interação com o ambiente, tendo como finalidade desenvolver
procedimentos metodológicos que facilitem a aprendizagem e o controle motor
na presença de distúrbios do movimento (BERTOLDI, 2004). Neste sentido,
estudos realizados por profissionais em Educação Física sobre o
desenvolvimento motor em indivíduos com comprometimentos neuromotores
poderiam favorecer a inclusão dessas pessoas nas diversas atividades e
modalidades esportivas e oportunizar a participação dos profissionais em
Educação Física junto às equipes multidisciplinares em diversos setores da
área da saúde, ampliando, assim, seu campo de atuação profissional. Crianças
PCs são carentes de oportunidades para a realização de atividade física,
esporte e recreação, não somente no sentido da reabilitação ou da
compensação dos déficits dessas crianças, mas também para promoção de
lazer, de convívio social, de inclusão, de estimulação da autocompetência e
melhora da auto-estima. Poucos foram os estudos encontrados que
investigaram os benefícios da atividade física para esses indivíduos. E nenhum
em específico sobre atividades aquáticas e o desenvolvimento das
capacidades psicomotoras. Algumas das pesquisas são mais voltadas para
22
investigação da influência de diversas terapias (ROTTA, 2002), do uso de
órteses (CURY et al., 2006) e da aplicação da Toxina Botulínica (FLETT, 2003)
sobre os padrões de movimentos na paralisia cerebral. Assim, o presente
estudo objetivou investigar a influência de um programa de atividades
aquáticas no comportamento psicomotor de crianças com Paralisia Cerebral.
A bateria de testes psicomotores (Avaliação Psicomotora Adaptada) foi
aplicada antes do início das atividades aquáticas e consistia de testes para
cada capacidade psicomotora avaliada (coordenação, equilíbrio, esquema
corporal, lateralidade, orientação espacial e orientação temporal). Para
coordenação e equilíbrio foram avaliados: coordenação geral, coordenação fina
e óculo manual, equilíbrio estacionário e equilíbrio dinâmico. O esquema
corporal foi avaliado através do desenho da figura humana e da identificação
das partes do corpo. A lateralidade pela dominância manual e pedal e
reconhecimento e orientação direita/esquerda. A estruturação espacial foi
mensurada pelo reconhecimento dos tempos espaciais (em cima, em baixo, em
frente, a trás, longe, perto, dentro e fora), pela noção de progressão de
tamanho (maior e menor, ordem crescente e espaço vazio do objeto retirado) e
orientação espacial no papel. A estruturação temporal foi avaliada através de
testes de reconhecimento das noções temporais (antes e depois, manhã, tarde
e noite e horários das atividades diárias) e ritmo (bater palmas rápido e
devagar, balançar-se no ritmo da música e tentar reproduzir uma percussão
simples). A pontuação para cada item da Avaliação Psicomotora Adaptada foi
assim estabelecida: (2) se a tarefa fosse realizada exatamente como solicitada
(considerando o grau de espasticidade de cada participante), com alguns itens
como os relativos ao equilíbrio e coordenação mantidos por no mínimo cinco
segundos sem quedas ou apoios quando estes não eram permitidos; (1)
quando a criança realizava a tarefa, porém não totalmente como solicitada e (0)
quando a criança não realizava a tarefa. Apenas no item relativo a esquema
corporal - conhecimento das partes do corpo - é que a pontuação era (1) ou (0),
sem pontuação intermediária, ou a criança conhecia ou não conhecia
determinada parte de seu corpo. As tarefas avaliadas de cada habilidade
psicomotora, tinham suas pontuações somadas para preencher a tabela dos
resultados gerais da Avaliação Psicomotora Adaptada. O programa de
23
intervenção teve a duração de cinco meses, com freqüência de duas aulas
semanais, de aproximadamente uma hora cada. As primeiras duas sessões
foram de reconhecimento, para detectar medos ou habilidades das crianças no
contato com a água. A partir daí, seguiu-se um roteiro de atividades aquáticas,
elaborado com base nos dados obtidos na avaliação psicomotora e na
anamnese. A ênfase do programa de intervenção residiu no estímulo das
habilidades que apresentaram maior déficit, de acordo com os resultados da
avaliação, e aquelas consideradas importantes para maior independência dos
participantes como: equilíbrio, coordenação, esquema corporal, lateralidade e
noção espacial. Os primeiros exercícios propostos foram de adaptação ao meio
líquido como respiração, flutuação, deslize, giros e propulsão. Esta seqüência
pedagógica está de acordo com o estudo de Carvalho (1982), que considera o
equilíbrio, a respiração e a propulsão como elementos fundamentais para a
abordagem posterior de outras habilidades. Atividades lúdicas, como jogos,
músicas, histórias e brinquedos variados, foram amplamente utilizados com a
finalidade de promover a alegria e o prazer pelo movimento. Músicas simples,
cantadas durante alguns exercícios, determinavam a velocidade e o ritmo dos
movimentos (forte, fraco, rápido, lento). Para se proporcionar maior estímulo e
percepção sensório-motora, materiais flutuantes de diversas formas, texturas e
tamanhos foram utilizados com a finalidade de favorecer a percepção corporal,
facilitar os deslocamentos e provocar desequilíbrios, favorecendo a interação e
a relação das crianças com o meio. Esta técnica, chamada de manipulação,
também é um recurso utilizado por Barbosa (2001) no estímulo da percepção
motora de nadadores iniciantes. Brincadeiras com deslocamentos para frente,
para trás, para a direita e para a esquerda, jogos de pegar objetos submersos
(embaixo da água), ou na superfície, na borda ou dentro da piscina e atividades
de identificação das partes do corpo, também foram incluídos ao programa de
atividades. Foi proporcionado aos participantes momentos livres, onde estes
escolhiam atividades de preferência ou criavam suas próprias brincadeiras.
Participaram da pesquisa dois meninos: um de 12 anos (P1) e um de 7
anos (P2), ambos com PC espástica. O Instrumento utilizado foi uma ficha para
avaliação psicomotora adaptada. O teste foi aplicado antes da intervenção e
após cinco meses de atividades aquáticas. Comparando-se os resultados de
24
pré- e pós-teste, obteve-se os seguintes resultados: P1 melhorou 33% em
coordenação e equilíbrio, 14% em esquema corporal, 40% em lateralidade,
17% em orientação espacial e 41% em orientação temporal. P2 melhorou 21%
em coordenação e equilíbrio, 13% em esquema corporal, 28% em lateralidade,
5% em orientação espacial e 33% em orientação temporal. Com isso pode-se
concluir que as atividades aquáticas, nestes casos, influenciaram de forma
positiva no padrão psicomotor de crianças com PC espástica.
8 - Recomendações para aula prática
Caro aluno (a), para que tenhamos uma boa aula na piscina, colocarmos
em prática tudo que estudou até agora e que você tire o melhor proveito desse
momento impar que teremos juntos segue algumas recomendações:
• Traje – Escolha maiôs e sungas que não sejam muito justos ao corpo e
que oferecem pouco atrito. Além disso, opte por um material bastante
resistente à corrosão de cloro e sal.
• Touca – De preferência, que ela seja de silicone ou de pano. Ela ajudará
a segurar seu cabelo e o protegerá do contato com o cloro.
• Óculos – Os óculos devem oferecer conforto e proteção. Por isso, opte
por aquele que melhor se encaixa ao seu rosto e que não precise
apertar demais, não é obrigatório, porém de suma importância.
• Antes da aula – Uma a duas horas antes do treino, dê prioridade a
ingestão de água e carboidratos (evite o consumo de gorduras). Além
disso, não se deve praticar exercício físico em jejum, pois pode haver
um rendimento baixo e falta de energia. Opte por uma alimentação
mais leve, como um sanduíche natural, uma fruta ou iogurte.
• Durante a aula – Há riscos de desidratação durante a prática do
exercício, afinal, atletas de esporte aquático tem pouca percepção da
sensação de sede. Por isso, deixe uma garrafa de água à beira da
piscina e beba sempre nas pausas do treino. Acrescentar o carboidrato
adia o cansaço e prolonga a atividade. Desta forma, você pode utilizar
bebida esportiva que contém carboidratos e sódio, por promover maior
absorção de água e glicose, repondo as perdas pelo suor.
25
• Após a aula – Depois de gastar muita energia na piscina, procure
consumir alimentos que contenham carboidratos, lipídeos e proteínas,
para repor esses nutrientes perdidos durante o exercício e promover a
sua recuperação muscular.
26
REFERÊNCIAS
Alberton, C.L., Olkoski, M.M., Pinto, S.S., Becker, M.E., & Kruel, L.F.M.
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372. 2007.
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Manole, 1998.
Bonachela, V. Manual básico de hidroginástica. Rio de Janeiro: Sprint, 1994.
Castardeli, Edson, 1962- Fundamentos das atividades aquáticas [recurso
eletrônico] / Edson Castardeli. - Dados eletrônicos. - Vitória, ES: Ed. do Autor,
2019.https://cefd.ufes.br/sites/cefd.ufes.br/files/field/anexo/fundamentos_das_at
ividades_aquaticas.pdf, acesso em: 05/01/2023.
Canossa, S., Fernandes, R. J., Carmo, C., Andrade, A. & Soares, S. M. Ensino
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verificação. Motricidade. 3(4), 82-99. 2007
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Huizinga, J. Homo Ludens. São Paulo: Editora Perspectiva, 1996.
27
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da Costa e Silva (Paçoca) – 1. ed. São Paulo: Kids Move Fitness Programs,
2015.
Tahara, Alexander Klein; SANTIAGO, Danilo Roberto Pereira. Lazer, lúdico e
atividade aquática: uma relação de sucesso. Espírito Santo do Pinhal, SP, v.
6n. 9 jul./dez, 2006.

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  • 1. 1 Atividades Recreativas e Psicomotoras em Ambiente Aquático MATERIAL DE ESTUDO EM SALA Prof. Me. Osvaldino Ferreira Nunes Junior junior.maradona@gmail.com 22/01/2024
  • 2. 2 SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO 3 2 DESAFIOS DO MEIO LÍQUIDO 4 2.1 Controle Respiratório 6 3 HIDROGINÁSTICA 7 4 NATAÇÃO 8 5 PERIODIZAÇÃO DE TREINO 12 6 RECREAÇÃO AQUÁTICA: O LÚDICO DE BRINCAR E PSICOMOTRICIDADE NA ÁGUA 13 6.1 Atividade aquática e psicomotricidade 14 7 PSICOMOTRICIDADE AQUÁTICA APLICADA EM INDIVÍDUOS ATÍPICOS 19 8 Recomendações para Aula Prática 23 Referências 25
  • 3. 3 1 Apresentação A atividade aquática é uma das atividades físicas mais antigas do homem. Nas cavernas do deserto da Líbia são encontradas as mais remotas ilustrações da arte de nadar. Calcula-se que sejam datadas de 9000 anos antes de nossa era Catteau citado por Furtado (2003). Temos uma ligação extremamente forte com a água, pois ela nos acompanha desde o útero materno (gestação), até a nossa sobrevivência na humanidade, onde o homem através da pesca teve que entrar em contato com o meio líquido para buscar sua subsistência. Quantas atividades aquáticas você conhece? Quantas existem? E, quantas dessas atividades você vê sendo praticadas na sua comunidade ou onde você frequenta? As atividades desportivas aquáticas são numerosas e variadas. Com a finalidade de se direcionar as considerações, feitas neste texto, as atividades aquáticas serão separadas em duas categorias distintas: • As atividades aquáticas praticadas acima da linha da água, como, remo, surfe, caiaque, biribol, stand up paddle (SUP) ou kitesurf; • As praticadas na linha da água ou superfície, por exemplo, a natação em seus quatro estilos (crawl, peito, costas ou borboleta), hidroginástica ou as competições de travessias em águas abertas (de curta, média e longa distância); Mesmo quando se entra na água para a prática desportiva acima da linha da água, por exemplo, o remo existe o risco real da imersão acidental. Então, podemos dizer que para garantir a prática segura das atividades aquáticas, tanto acima da água, na superfície, se faz necessário o domínio de habilidades básicas da natação. Com o domínio do básico da natação, se garante o bom aproveitamento e os benefícios da prática desportiva aquática de sua preferência, com prazer e segurança. Por fim, pode-se afirmar que as práticas desportivas aquáticas além de promoverem benefícios físicos e serem prazerosas, também se constituem como campo de atuação profissional para o profissional/professor de Educação
  • 4. 4 Física. 2. Desafios do meio líquido Precisa-se de pré-requisito para a prática desportiva aquática? Para se tornar um praticante de atividade aquática, a pessoa precisa sentir-se à vontade na água e possuir habilidades básicas da natação. Pelo menos nas atividades aquáticas que necessitam de imersão, querem sejam elas intencionais ou acidentais. Recomenda-se o desenvolvimento das habilidades básicas da natação, com metas que incluem:  A flutuação na água (flutuabilidade), pelo menos por uns 10 minutos;  Conseguir nadar em torno de 200 metros sem precisar colocar os pés no chão;  E suportar no mínimo um minuto (1 min.) em apneia estática. E, esses números não são aleatórios, mas sim, indicador de boa condição física geral, principalmente o sistema respiratório e circulatório. Assim como, indicador, também de controle mental, para que não ocorra pânico e ocasione situação que coloque à vida do praticante de atividade aquática em risco ou ocorra o abandono precoce de sua prática desportiva aquática desejada/preferida. . O nadar não se trata da mera inversão das duas primeiras letras da palavra andar e se torna nadar. O ato de nadar necessita de aprendizado para que possa ocorrer, não surgirá naturalmente como o caso do andar. As atividades que dependem basicamente de aprendizado como o nadar, surfar, mergulhar ou o clássico exemplo de andar de bicicleta, são consideradas habilidades ontogenéticas, porque não aparecem automaticamente nos indivíduos. O processo de adaptação é reconhecido como fundamental para o desenvolvimento de habilidades motoras relacionadas ao aprendizado das técnicas dos esportes aquáticos (Canossa, Fernandes, Carmo, Andrade & Soares, 2007).
  • 5. 5 Porém, tal premissa fundamenta-se nas características físicas da água, distintas do meio terrestre, que acabam por determinar novos comportamentos motores frente às forças que surgem como restrições a partir das interações do corpo com o meio. De acordo com Newell (1986), são as restrições do ambiente, do organismo e da tarefa, quando integradas, que desencadeiam as mudanças do movimento no decorrer do desenvolvimento. É por meio da interação e adaptação entre elas que surgem novos comportamentos e se modificam outros. Porém, quando se estuda a questão específica da Adaptação, o ambiente, novo, com características diversas daquele que vivemos, parece apresentar as mais importantes restrições necessárias para o desenvolvimento motor aquático. Já que o organismo, nesse caso o indivíduo que vai se adaptar, e a tarefa (ou tarefas: respiração, equilíbrio e propulsão) dependem da imersão no meio aquático. São objetivos do período de adaptação, segundo Freudenheim, Gama e Carracedo (2003): a conquista do equilíbrio, a autonomia motora e a adaptação dos órgãos sensoriais. Ao traduzir essas questões para o desenvolvimento motor aquático, especificamente para o processo de Adaptação, a compreensão prática, pelos alunos, das forças no meio aquático pode caracterizar e resumir o processo. Tais forças, embora também presentes no meio terrestre, ao passo que ar e água são fluídos, devem ser adequadamente percebidas para que o indivíduo aprenda, como resultados da Adaptação, novas formas de equilíbrio, respiração e propulsão, adequadas ao novo meio. Cabe ao professor, ao dominar os conceitos, as explicações e os efeitos dessas forças, gerar situações em que o iniciante no meio aquático desenvolva as habilidades motoras almejadas. As estratégias pedagógicas para adaptação ao meio líquido perpassam por vivências na água, das vivências simples, progredindo para as vivências mais complexas, ou seja, do simples para o complexo. Essas vivências melhorarão a sensibilidade na água pelo aprendiz do nado. Portanto, é possível compreender que as adaptações ao meio aquático trazem uma riqueza de benefícios, fazendo com que o homem consiga evoluir
  • 6. 6 e melhorar diversos aspectos corporais, cognitivos e de socialização, tornando a água um meio muito importante para o ser humano desde o início da sua vida. 2.1 Controle Respiratório A principal regra de quem entra na água é de nunca se apavorar ou nunca entrar em pânico, ou seja, essa é a regra de ouro para quem entra na água. A pessoa terá que sempre manter a calma. Inicialmente, para que isso seja possível a pessoa terá que aprender a ter controle respiratório. Pois, uma das principais causas do apavoramento na água é sem dúvida a impossibilidade de respirar livremente, “na hora que se bem entende”, mas sim, a pessoa terá que desenvolver a controle de respirar somente nos momentos em que for possível. Essa tarefa para algumas pessoas é especialmente difícil. Dessa forma, quando se nada a expiração ocorre em baixo da água e a inspiração obedece a uma sequência sistemática, por exemplo, no nado crawl o nadador poderá respirar uma vez a cada ciclo de braçada (2x1), duas braçadas para uma respiração, uma braçada com o braço direito e outra braçada com o braço esquerdo. Como também poderá ser uma respiração a cada três braçadas (3x1), ou ainda, uma respiração a cada quatro braçadas (4x1), ou mais e, sempre a expiração será submersa. Além de que, o ritmo da respiração no nado terá que atender a demanda metabólica por oxigênio e também ser compatível com a remoção do dióxido de carbono para evitar a acidose muscular. Para tanto, os nados de curtas distâncias o ciclo respiratório poderá ser mais braçadas e menos respiração, como, o ciclo de três por um (3x1), quatro por um (4x1) ou superior a isso. Mas, para os nados de longas distâncias necessita de ciclos de respiração menores, como, o dois por um (2x1) ou talvez o três por um (3x1) dependendo do condicionamento do nadador.
  • 7. 7 3. HIDROGINÁSTICA Para Bates; Hanson (1998) a hidroginástica teve como base a hidroterapia: exercícios aquáticos terapêuticos que tinham como objetivo realizar um tratamento individualizado para pacientes portadores de patologias, buscando a sua recuperação através de exercícios específicos. Sendo uma atividade inovadora, o exercício aquático terapêutico promove independência entre os pacientes, requer um menor tempo dos profissionais envolvidos e maximiza o uso da piscina. O referido programa terapêutico é organizado levando em consideração componentes específicos: aquecimento, alongamento, resistência e força muscular e relaxamento. Já de acordo com Mendes citado por Furtado (2003) a hidroginástica, ou ginástica em meio líquido, teve origem nos programas de condicionamento físico na água; começou a ser desenvolvida em spas da Inglaterra e, há 30 anos, foi levada para os Estados Unidos da América por intermédio da Associação Cristã de Moços. Segundo Bonachella (1994), a Hidroginástica no Brasil começou há 30 anos, sendo que atualmente é bastante divulgada e praticada em clubes, academias de ginástica, universidades, nas mais diversas faixas etárias, inclusive fazendo parte do programa de treinamento de diversas modalidades esportivas. Nos últimos anos tem se observado, por parte da população em geral, um aumento significativo pela procura da prática de Hidroginástica. Talvez em função de seus inúmeros benefícios ou ainda por se dar num ambiente que remete a condição primeira do ser humano, a prática de exercícios físicos no ambiente líquido a qual vem ganhando cada vez mais adeptos. A hidroginástica é constituída de movimentos aquáticos específicos, que se baseia no aproveitamento da resistência da água como sobrecarga (Kruel, Moraes, Ávila, & Sampedro, 2001). Sabe-se que em hidroginástica, os diferentes movimentos influenciam na intensidade de esforço onde o grupo muscular envolvido é proporcional à intensidade imposta (Alberton, Olkoski, Pinto, Becker, & Kruel, 2007; Moraes, Kruel, Sampedro, & Lopes, 2002).
  • 8. 8 Além disso, o tempo de execução dos diferentes exercícios de hidroginástica devem ser de 2 minutos e 20 segundos, para que as variáveis fisiológicas entrem em steady state (Moraes et al., 2002). A Hidroginástica aquece simultaneamente as diversas articulações e músculos durante os exercícios, o que auxilia o tratamento de problemas articulares; melhora a execução de exercícios sem sobrecarregar as articulações de base e o eixo do movimento, porque o corpo é menos denso que a água e a força de flutuação faz com que o corpo ganhe estabilidade e equilíbrio; facilita no aumento gradativo da amplitude articular; fortalece as musculaturas articulares sem riscos (quando aplicado corretamente); melhora expressivamente a artrite reumática; trabalha o músculo através do exercício e massageia todo o corpo; oferece maior resposta muscular através das diversas posições expressas nos exercícios e pela resistência oferecida pela água; melhora a condição da pele devido à ativação do suprimento sanguíneo e trabalho no aparelho circulatório; diminui a pressão sanguínea periférica favorecendo quem tem tendência a varizes; diminui os problemas de hipertensão e hipotensão; melhora expressivamente a condição cardiorrespiratória do praticante; proporciona desintoxicação das vias respiratórias amenizando os efeitos do clima e da poluição; auxilia o trabalha aeróbico e anaeróbico; além de também embelezar o corpo. As atividades aquáticas vêm evoluindo de maneira satisfatória de acordo com as exigências da sociedade e do próprio ser humano, sendo uma das modalidades esportivas mais praticadas em academias, clubes, haja vista a quantidade de pessoas que adoram se exercitar em meio líquido. 4. NATAÇÃO A primeira referência à natação conhecida são pinturas rupestres datadas de, aproximadamente, 7.000 a.C. Além disso, há registros escritos, de 2.000 a.C., sobre a modalidade na Bíblia e em Epopeias como Ilíada, Odisseia e Gilgamesh. Enquanto prática esportiva, a natação começou a ganhar espaço no século XIX, na Inglaterra, por meio de diversas competições, inicialmente com disputas com o nado de peito.
  • 9. 9 A modalidade já estava presente nos Primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna com competições em águas abertas. Posteriormente, em 1908, as provas começaram a ser disputadas em piscinas. Então, nesse período, foram padronizadas as regras de competição do esporte. Atualmente, durante os Jogos Olímpicos, há competições divididas por distâncias, com provas de 50, 100, 200, 400, 800 e 1.500m. Do mesmo modo, há provas por estilo como nado livre, costas, peito e borboleta. Além disso, há competições individuais e por equipe de quatro nadadores, nas chamadas provas de revezamento. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, houve a inclusão da Maratona Aquática, sendo realizada em águas abertas. Oficialmente, a natação conta com quatro estilos de nado: crawl, costas, peito e borboleta. Além disso, tem o medley, utilizado em competições e que reúne os quatro estilos em uma prova só.  Nado livre (crawl) O nado livre alterna a propulsão dos braços e das pernas na água. Nele, a parte frontal do corpo fica virada para o fundo da piscina. Na prática, as pernas se movimentam alternando entre direita e esquerda rapidamente. Assim, os braços também se alternam para puxar a água. O estilo é o mais comum e também simples. O modelo foi criado na Austrália, em 1993, com o objetivo de diminuir a resistência da água e aumentar a velocidade do nadador.  Nado peito O estilo nado peito é um dos mais lentos, além de exigir muita coordenação e técnica do praticante. Logo, a ação do braço é um movimento para fora, para baixo e para cima com retorno em posição alongada. Além disso, a ação da perna acontece de forma simultânea.
  • 10. 10 O estilo se assemelha ao de uma rã. Porém, por ser um movimento responsável por garantir uma maior propulsão, é comum provocar lesões.  Nado borboleta No nado borboleta, o nadador fica com a barriga virada para o fundo da piscina. É considerado um dos mais difíceis, por exigir mais do corpo, especialmente dos braços. Na prática, o movimento da perna é em ondulações, com ambas alongadas e juntas, sem bater os pés. Já os braços devem ser trazidos à frente paralelamente sobre a água e depois levados juntos para trás.  Nado costas Esse estilo de nado é diferente dos demais, ao menos na posição. Nesse caso, a parte frontal do corpo fica para cima, ou seja, fora da água. Alguns consideram a prática como sendo a mais fácil, já que a cabeça fica para fora da água facilitando a respiração. No nado costas, os braços se movem de forma alternada entre direito e esquerdo, sendo ora dentro d’água e ora fora fazendo uma espécie de rotação. O movimento acontece até o quadril com o braço empurrando a água e impulsionando o corpo.  Nado medley O nado medley é realizado em competições. O estilo é a junção dos quatro tipos de nado da natação: crawl, costas, peito e borboleta. Logo, as disputas podem ser feitas individualmente ou em revezamento. Nas individuais, a ordem dos estilos são borboleta, costas, peito e crawl. Por fim, quando a disputa é em revezamento, a ordem se altera para costas, peito, borboleta e crawl.
  • 11. 11 Os métodos de ensino-aprendizagem da natação na atualidade se encontram dividido basicamente em duas correntes: uma primeira, tecnicista, na qual o conteúdo é fragmentado e dividido em níveis de dificuldade e a segunda, que considera o processo de adaptação e familiarização ao meio líquido como parte do conteúdo na aprendizagem do nadar. Para Moisés (2006), as principais linhas metodológicas utilizadas na atualidade são a metodologia tradicional e a metodologia baseada no ensino lúdico. A metodologia tradicional segue um esquema no qual os exercícios são agrupados de acordo com sua complexidade, com o intuito de aprimoramento do gesto motor, enquanto o método baseado no ensino lúdico busca a adequação das atividades aos diferentes tipos de alunos, abordando conteúdos como a adaptação ao meio líquido, propiciando a integração dos alunos com o meio e entre si. De acordo com Couto (1999), na educação física se trabalha principalmente com os métodos parcial, global e misto. Porém, segundo o autor, quando se direciona esse ensino para a natação, encontramos como metodologias mais utilizadas o método parcial e o método ABC do treinamento. O método parcial divide o conteúdo em partes. Conforme o aluno aprende a executar determinadas partes, estas são unidas, a fim de se realizar uma ação. O método global compreende o ensino simplificado e geral das ações, facilitando a apreensão do conteúdo. O método de ensino misto é uma combinação dos métodos parcial e global, sendo que os dois métodos são implantados de forma simultânea. Para Roth (1990) citado por Couto (1999), o método ABC do treinamento é caracterizado da seguinte maneira: A. Tarefas e técnicas fechadas. São as técnicas básicas constantes e estáveis, não sofrem variação, porque representam a base do aprendizado. B. Tarefas e técnicas abertas. São as técnicas passíveis de modificação e variação nos seus movimentos.
  • 12. 12 C. Técnicas e estratégias abertas. É o momento de adaptação das técnicas a situações complexas. O ensino do qual o principal objetivo é o aprendizado da técnica só se torna interessante quando se deseja uma especialização na modalidade e quando o indivíduo já possui certa idade, pois esta especialização pode limitar o processo de desenvolvimento quando é aplicado na infância, período em que o indivíduo deve ter contato com diversa gama de movimentos, a fim de enriquecer e incrementar seu repertório motor. 5. Periodização do Treino A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a prática semanal de pelo menos 150 minutos (2 horas e 30 minutos) de atividades físicas de intensidade moderada ou 75 minutos (1 hora e 15 minutos) de exercícios de alta intensidade. DIAS DA SEMANA DIVISÃO DO TEMPO HORARIO DA ATIVIDADE SEGUNDA 50min Manhã, tarde ou noite TERÇA QUARTA 50min Manhã, tarde ou noite QUINTA SEXTA 50min Manhã, tarde ou noite SABADO DOMINGO Tabela 2 - Modelo de Planejamento Semanal Uma estrutura de aula é composta por três fases: inicial, principal e final. Na fase inicial (5 minutos) – realiza-se alongamentos e aquecimentos articulares. Na fase principal (35 minutos), devem prescritos os exercíciosdo enfoque da aula.
  • 13. 13 Na fase final (10 minutos) – desaceleração e retorno ao estado inicial da aula. Dentro dos aspectos metodológicos podemos trabalhar vários tipos de métodos enfatizando os que mais se aplicam contínuo, intervalado, circuito. 6. RECREAÇÃO AQUÁTICA: O LÚDICO DE BRINCAR E PSICOMOTRICIDADE NA ÁGUA Acredito que a recreação aquática no contexto das aulas de natação pode-se inserir como um meio facilitador da aprendizagem dentro de uma abordagem pedagógica, apresenta-se vários benefícios e o aprendizado dessa modalidade é feito de maneira lúdica e espontânea. Com um aprendizado de forma lúdica e compatível ao desenvolvimento do ser humano. Propusse atividade aquática que trabalha de maneira direta para a descoberta da construção do corpo e das experiências motoras. Trata-se de propor atividades mais motivantes e atrativas para os alunos, ao mesmo tempo em que se estabelecem uma série de objetivos de acordo com as aulas ministradas nos conteúdos de Educação Física. O objetivo é apresentar um exemplo prático, através de uma unidade didática, do ensino compreensivo através do modelo integrado no meio aquático (MORENO, GUTIÉRREZ, 1998; MORENO e cols., 2000; MORENO, em imprensa), para, deste modo, entender como deveria organizar-se o processo de aprendizagem na aquisição das habilidades motrizes aquáticas. Leva-se em conta interação entre o professor, aluno, brinquedo nas atividades aquáticas. Na formação deste contexto, entende-se que o envolvimento lúdico se baseia em vários argumentos criativos, no qual a prática da natação recreativa abre caminhos de experimentação sensório-motora universal, pois a criança pode assim, vivenciar o mundo em que faz parte com alegria e atenção de acordo com seu desenvolvimento natural. Assim, as atividades aquáticas se tornam elemento importante de interação da criança ao meio líquido, com decorrência do tempo a um processo
  • 14. 14 de adaptação e desenvolvimento de locomoção na água atingindo seus objetivos (QUEIROZ, 2000). Ainda conforme Queiroz (2000) as aulas de natação no seu aspecto lúdico estão mais voltadas para orientar e facilitar a capacidade de explorar desenvolver a possibilidade de conhecimento e uso do próprio corpo com certa autonomia e harmonia. Nakamura (1997) acrescenta que a natação é um dos mais completos e saudáveis desportos que se conhece. É uma atividade física agradável por meio da qual podemos adquirir boa coordenação de movimento e desenvolver as grandes funções. Isso acarreta uma infinidade de propostas que almejam um estágio de desenvolvimento inter-relacionado à criança oferecendo integração aos aspectos afetivos e sociais voltadas para o meio aquático. Se unirmos esses fatores que coloca a criança no meio aquático, possivelmente conseguiremos estimular um desenvolvimento maior de expressividade motora e cognitiva, possibilitando momentos afetivos logo que a criança esta envolvida corporalmente. Ao analisarmos um trabalho corporal, que não é tudo, precisamos da continuidade entre o corpo e o psíquico, isto nos faz usar a psicomotricidade como referência (QUEIROZ, 2000). 6.1 Atividade aquática e psicomotricidade O ser humano no decorrer de sua existência desenvolve um longo caminho de sua vida que se explica movimento incontrolado até a organização do movimento autônomo que vinculam em ações psicomotoras no processo que emerge a sua personalidade (DAMACENO, 1992). Os benefícios ao nível do desenvolvimento psicomotor, emocional e cognitivo, promovidos pelas aulas de adaptação ao meio aquático para bebês e crianças, estão relatados por vários autores. Assim a criança progressivamente, se desenvolve através de sua atividade corporal global ou instintiva a princípio diferenciada e intencional depois, e esta atividade lhe permite descobrir o mundo que a rodeia (DAMACENO, 1992).
  • 15. 15 Entretanto ao analisar a atividade aquática nesse estabelecimento de movimento, permite a criança a desenvolver criatividade e exploração através de condutas motoras, que contribuem para a estruturação da sua consciência corporal. Para Pic e Vayer (1977), a educação psicomotomora é uma ação pedagógica e psicológica que utiliza os meios da educação física, com finalidade de normalizar ou de melhorar o comportamento do indivíduo. Desta forma relacionar a atividade aquática com movimento do indivíduo passa a ter um efeito integrado na base de condicionamento mais liberado e consciente, gerando conseqüentemente maturidade neurológica no desenvolvimento infantil e habilidade sensório-motora no comportamento da criança. Verifica-se que natação por ser uma atividade aquática praticada sem restrições de sexo e idade, é umas das atividades que proporcionam maiores benefícios ao desenvolvimento corporal, parecendo mais oportuno indicar para dinamizar o potencial psicomotor do ser humano. Então, pode-se entender que neste contexto que a natação em si, converte num dos meios propícios de ação de altas potencialidades educativas para o desenvolvimento psicomotor. Segundo Damaceno (1992), a natação por dirigir-se estabelecimento do movimento permitiu a criatividade da criança, a exploração e o manejo do meio através de atividades motoras. É necessário frisar que a psicomotricidade como educação corporal em estimulação de desenvolvimento psicomotor no meio aquático, ocorre em função global da criança através de sua prática justificada. Como acrescenta Lapierre e Aucouturier (1977), as experiências vivenciadas com a participação ativa da motricidade conduzem a elaboração das estruturas fundamentais abstratas. Estas noções podem ser desenvolvidas num corpo em movimento como sugere Freire (1989), próprio daquele encontrado na criança no transcorrer da dinâmica das atividades aquáticas. Consciente desta situação que acompanha a criança na prática de natação, permitir uma vivência que pode ser entendida como complemento mútuo entre psicomotricidade e natação, Freire (1989) acrescenta que é através destas situações de
  • 16. 16 aprendizagem que acompanham a prática da natação que a criança também irá elaborar as estruturas mencionadas anteriormente. Na água, o ato respiratório é objetivado de maneira perfeita, pois quando a criança sopra e faz bolhas pode enxergar, escutar e sentir a respiração, que se organiza em estreita dependência com o desenvolvimento dos aspectos psicomotores. Como afirma Lapierre (1977), o controle do corpo e da respiração, é a etapa culminante da construção corporal. Em outras palavras à uma proporcionalidade desta afirmação, que pode ressaltar o importante papel adquirido pela natação, na medida em que se podem estruturá-las em um ambiente adequado, que oferece resultados auxiliares de desenvolvimento. Portanto, ao enfatizar o contexto sócio-motor, que generaliza experiência vivida com seu próprio corpo em distintas situações, como tarefas aquáticas com sentido lúdico pedagógico entre os colegas, querer chegar a isso é uma característica própria da infância, em um processo que envolve a integração de todos os domínios, ou seja, cognitivo, afetivo-social e motor. Quando se analisa as conclusões de especialistas como Piq e Vayer (1977) e Le Bouch (1972), entende-se que a psicomotricidade atua sobre as diversas coordenações de equilíbrio e tônus da postura, oferecendo orientação e lateralização. Similarmente, Reis (1983) considera a natação como significando a técnica de deslocar-se na água, por intermédio da coordenação metódica de certos movimentos e nadar como deslocar-se na água a seu nível ou através da força e adaptações naturais do próprio nadador. Deste modo, nadar seria um ato psicomotor que objetiva a locomoção no meio líquido, obrigando uma nova adaptação das estruturas de base dos comportamentos humanos. Desta forma os objetivos da psicomotricidade deverão conduzir a criança o descobrimento do próprio corpo e do mundo que o rodeia (DAMASCENO, 1992). E ainda insistindo na inter-relação existente entre atividade aquática e o desenvolvimento psicomotor, através da sua prática, justifica-se a estruturação do esquema corporal, citado por Damasceno, os autores Pic e
  • 17. 17 Vayer (1997): Controle e equilíbrio das contrações e inibições estreitamente associados ao esquema corporal e ao controle da respiração. Consistente na sua potencialidade parece oportuno promover associações motoras a atividade aquáticas complementando na passagem progressiva do corpo em movimento mental, favorecendo a criança em sua capacidade de organização perceptiva (DAMASCENO, 1992). Então a natação ao proporcionar uma autêntica vivência corporal, apresenta capacidade de equilíbrio estático e dinâmico, favorecendo como conseqüência a estrutura do comportamento inteligente na criança. Logo a natação converte meio de ação em um alto potencial educativo para o desenvolvimento psicomotor. O controle do corpo e da respiração, como afirma Lapierre (1997), é a etapa culminante da construção do esquema corporal. Na proporcionalidade destas afirmações é possível afirmar a importância para o domínio das habilidades motoras, específicas no processo de desenvolvimento humano, acrescentando a criança experiências que resultem numa grande auxiliar e promotora do desenvolvimento dentro dos domínios da motricidade que é essencial para aprendizagem. Considerando as abordagens de Tani et al (1988) e Freire (1989), mesmo que pareça divergências sobre a influência do processo de aspectos cultural e social no comportamento humano em relação a aprendizagem motora, ambos admitem característica que envolve a integração de todos os domínios cognitivo e afetivo-social motor. Questões como esta, devem ser entendidas de como envolvimento do aspecto mental e ainda do afetivo-emocional quando é focado a uma predominância essencialmente dos domínios psicomotor que é básico para evolução mental e emocional. Sobre o desenvolvimento sensório motor como afirma Inhelder (1978) colaborando com Piaget, é importante o fato de a criança elaborar nível de conjunto de subestruturas cognitivas que servirão para construções futura concernente ao desenvolvimento humano sabendo a distinção ego e não ego como do corpo algo do próprio individuo.
  • 18. 18 E quando analisamos esta concepção de atividade aquática, apoiada proposta que almejam o desenvolvimento harmonioso da criança e concebe o movimento de forma integrada aos aspectos afetivos e sociais, vê-se um tema desenvolvido e entendido que atividade aquática nesta visão mostrada junto com a psicomotricidade, está interligada e difundida atualmente ocupando o espaço da criança aqui mencionada o seu corpo em movimento nas ligações ao nível interno e externo. Neste contexto a importância da atividade aquática e a psicomotricidade, tornaram-se dois dos mais importantes estudos, sendo analisados para entender as manifestações infantis nos jogos envolvendo a ludicidade. Esses aspectos foram bastante enfatizados por vários autores relacionando seu trabalho com recreação aquática, e buscando o aprofundamento no estudo da psicomotricidade, tentando suprir as deficiências especialmente no que se refere ao atendimento da criança em idade pré- escolar. Através de atividades aquáticas principalmente exercícios e jogos, na procura de promover o completo desenvolvimento físico, mental, afetivo e social. Observando os fatos analisados que desencadearam este estudo, os motivos que contribuem no envolvimento da criança em prática a natação pautada nos princípios lúdicos, com utilização de brincadeiras e jogos recreativo desenvolvido no processo de aprendizagem da natação. E ao envolver particularmente no lúdico, tendo o meio líquido como único espaço para desenvolver a prática de natação possibilita um ambiente, que venha a oferecer a qualquer criança, uma expectativa de desenvolvimento pessoal, construindo e resignificando um saber referido a modalidade esportiva. Os aspectos psicomotores analisados (coordenação e equilíbrio, lateralidade, esquema corporal, orientação espacial e orientação temporal). Tornam-se hábeis nas atividades em meio líquido, onde a facilitação do movimento favoreceu a percepção do corpo e de suas capacidades e potencialidades, promovendo assim varias adaptações tanto intrínsecas como extrínsecas, ou seja, do indivíduo com seu corpo e desse corpo com o meio.
  • 19. 19 A intenção deste texto foi discutir a possibilidade pedagógica de trabalho para os profissionais que atuam nas escolas de natação e psicomotricidade, visualizando o papel do professor para além do simples, ensinar a natação de quatro estilos, alcançando uma dimensão humana de agente facilitador no processo de desenvolvimento global do ser humano, levando em considerações as estruturas físicas emocionais e intelectuais da criança. 7 – PSICOMOTRICIDADE AQUÁTICA APLICADA EM INDIVÍDUOS ATÍPICOS A Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância (ECNPI) ou Paralisia Cerebral (PC), como é mais conhecida, se caracteriza por uma seqüela de agressão encefálica, com transtorno persistente e invariável do tono, da postura e do movimento, que surge na primeira infância e exerce influência sobre a maturação neurológica em diversos níveis (DORETTO, 2001; MILLER; CLARK, 2002; MORIMOTO et al, 2004). A incidência de casos de PC na população é de dois em cada mil nascidos vivos, sendo que em países em desenvolvimento chega a sete por mil nascidos vivos. No Brasil é estimada a ocorrência de 30.000 a 40.000 casos novos por ano (MANCINI et al., 2002; CALCAGNO et al., 2006). As crianças com PC atingem seus marcos de desenvolvimento mais tarde que as crianças que não apresentam comprometimentos neuromotores e isso independe da inteligência ou do comportamento. Nestes casos, o desenvolvimento não é somente atrasado, mas desordenado e limitado, como conseqüência da lesão (BOBATH; BOBATH, 1989). Entende-se, portanto, que na PC na maioria dos casos é o desenvolvimento motor que está comprometido, podendo o desenvolvimento cognitivo, emocional e social estar adequado aos parâmetros de indivíduos na mesma fase de desenvolvimento. A síndrome neurológica na PC é evidenciada principalmente por transtornos motores, porém o caráter permanente e invariável da lesão não significa que a sintomatologia do indivíduo com PC seja permanente e imutável, sua funcionalidade irá se estruturar no tempo e a evolução será determinada pelo momento em que o fator nocivo agiu no
  • 20. 20 sistema nervoso durante sua maturação estrutural e funcional (DIAMENT, 2007). Uma característica desses distúrbios é a falta de controle sobre os movimentos, por modificações adaptativas do comprimento muscular e em alguns casos, resultando em deformidades ósseas. Além disso, como a doença acontece em um período acelerado do desenvolvimento da criança, o processo de aquisição de habilidades pode ser comprometido (MANCINI et al., 2002; CALCAGNO et al., 2006). As oportunidades para o movimento e a exploração do ambiente, oferecidas à criança, favorecem a aprendizagem e o desenvolvimento motores. Estudos feitos em diferentes culturas mostraram que, em alguns lugares, os pais cuidam de seus filhos como se eles fossem muito frágeis e os protegem de grandes estimulações. Em outros, desde os primeiros meses de vida, estratégias são usadas para que a criança seja estimulada a sentar, rastejar ou andar. O resultado da variedade de práticas oferecidas foi que as crianças que receberam oportunidades para experimentação de seus movimentos, sentaram, rastejaram e andaram mais cedo que as crianças cujas oportunidades não fora oferecidas (ADOLPH, 2006). Desta forma, acredita-se que crianças com PC necessitam de atividades que proporcionem um estímulo global de seu desenvolvimento, com a finalidade de amenizar, compensar ou superar os seus déficits. Em relação às crianças com deficiência motora, Corrêa, Costa e Fernandes (2004) afirmam que não são oferecidas atividades motoras com freqüência no dia a dia dessas crianças e, quando o são, estão revestidas de preconceitos que limitam a ação antes mesmo da experimentação. A carência de experiências motoras poderá prejudicar a construção do esquema corporal e desencadear um déficit no desenvolvimento global dessas crianças. Assim, como crianças neurologicamente normais, as crianças com PC são influenciadas pelas restrições do organismo (funcionais e/ou estruturais), do ambiente e da tarefa (NEWELL, 1986; HAYWOOD; GETCHELL, 2004). Estas restrições, isoladamente ou em conjunto, afetam as aquisições psicomotoras. O desenvolvimento geral da criança PC pode ser estimulado pela atividade aquática, pois dentro da água o movimento é facilitado pela ação das propriedades da água atuando sobre seu corpo quando em imersão (GUTIERRES FILHO, 2003). O contato com um novo ambiente permitirá a
  • 21. 21 modificação de ações de acordo com as características de seus corpos e de seus níveis de habilidade, com regulação e ajustes contínuos das coordenadas do espaço, da velocidade e da força (MONTEIRO, 2006). O ambiente aquático proporciona ao indivíduo experiências e vivências novas e variadas, favorecendo a percepção sensorial e a ação motora. Assim, o desenvolvimento das capacidades psicomotoras (coordenação, equilíbrio, esquema corporal, lateralidade, orientação espacial e orientação temporal) das crianças com PC poderia ser melhorado através da prática de atividades aquáticas. Desta forma, caso as capacidades psicomotoras sejam melhoradas, as crianças poderiam ter maior êxito na realização de tarefas da vida diária que antes apresentavam dificuldades (LEONARD; HIRSCHFELD; FORSSBERG, 1991). A grande variedade de pesquisas sobre o corpo em movimento mostra a relevância do tema e a necessidade de se entender a complexidade da ação motora. Estudos sobre o movimento de pessoas portadoras de deficiências motoras têm reunido equipes multidisciplinares na tentativa de compreender o funcionamento do SNC e os processos adaptativos criados por esses indivíduos para o movimento e interação com o ambiente, tendo como finalidade desenvolver procedimentos metodológicos que facilitem a aprendizagem e o controle motor na presença de distúrbios do movimento (BERTOLDI, 2004). Neste sentido, estudos realizados por profissionais em Educação Física sobre o desenvolvimento motor em indivíduos com comprometimentos neuromotores poderiam favorecer a inclusão dessas pessoas nas diversas atividades e modalidades esportivas e oportunizar a participação dos profissionais em Educação Física junto às equipes multidisciplinares em diversos setores da área da saúde, ampliando, assim, seu campo de atuação profissional. Crianças PCs são carentes de oportunidades para a realização de atividade física, esporte e recreação, não somente no sentido da reabilitação ou da compensação dos déficits dessas crianças, mas também para promoção de lazer, de convívio social, de inclusão, de estimulação da autocompetência e melhora da auto-estima. Poucos foram os estudos encontrados que investigaram os benefícios da atividade física para esses indivíduos. E nenhum em específico sobre atividades aquáticas e o desenvolvimento das capacidades psicomotoras. Algumas das pesquisas são mais voltadas para
  • 22. 22 investigação da influência de diversas terapias (ROTTA, 2002), do uso de órteses (CURY et al., 2006) e da aplicação da Toxina Botulínica (FLETT, 2003) sobre os padrões de movimentos na paralisia cerebral. Assim, o presente estudo objetivou investigar a influência de um programa de atividades aquáticas no comportamento psicomotor de crianças com Paralisia Cerebral. A bateria de testes psicomotores (Avaliação Psicomotora Adaptada) foi aplicada antes do início das atividades aquáticas e consistia de testes para cada capacidade psicomotora avaliada (coordenação, equilíbrio, esquema corporal, lateralidade, orientação espacial e orientação temporal). Para coordenação e equilíbrio foram avaliados: coordenação geral, coordenação fina e óculo manual, equilíbrio estacionário e equilíbrio dinâmico. O esquema corporal foi avaliado através do desenho da figura humana e da identificação das partes do corpo. A lateralidade pela dominância manual e pedal e reconhecimento e orientação direita/esquerda. A estruturação espacial foi mensurada pelo reconhecimento dos tempos espaciais (em cima, em baixo, em frente, a trás, longe, perto, dentro e fora), pela noção de progressão de tamanho (maior e menor, ordem crescente e espaço vazio do objeto retirado) e orientação espacial no papel. A estruturação temporal foi avaliada através de testes de reconhecimento das noções temporais (antes e depois, manhã, tarde e noite e horários das atividades diárias) e ritmo (bater palmas rápido e devagar, balançar-se no ritmo da música e tentar reproduzir uma percussão simples). A pontuação para cada item da Avaliação Psicomotora Adaptada foi assim estabelecida: (2) se a tarefa fosse realizada exatamente como solicitada (considerando o grau de espasticidade de cada participante), com alguns itens como os relativos ao equilíbrio e coordenação mantidos por no mínimo cinco segundos sem quedas ou apoios quando estes não eram permitidos; (1) quando a criança realizava a tarefa, porém não totalmente como solicitada e (0) quando a criança não realizava a tarefa. Apenas no item relativo a esquema corporal - conhecimento das partes do corpo - é que a pontuação era (1) ou (0), sem pontuação intermediária, ou a criança conhecia ou não conhecia determinada parte de seu corpo. As tarefas avaliadas de cada habilidade psicomotora, tinham suas pontuações somadas para preencher a tabela dos resultados gerais da Avaliação Psicomotora Adaptada. O programa de
  • 23. 23 intervenção teve a duração de cinco meses, com freqüência de duas aulas semanais, de aproximadamente uma hora cada. As primeiras duas sessões foram de reconhecimento, para detectar medos ou habilidades das crianças no contato com a água. A partir daí, seguiu-se um roteiro de atividades aquáticas, elaborado com base nos dados obtidos na avaliação psicomotora e na anamnese. A ênfase do programa de intervenção residiu no estímulo das habilidades que apresentaram maior déficit, de acordo com os resultados da avaliação, e aquelas consideradas importantes para maior independência dos participantes como: equilíbrio, coordenação, esquema corporal, lateralidade e noção espacial. Os primeiros exercícios propostos foram de adaptação ao meio líquido como respiração, flutuação, deslize, giros e propulsão. Esta seqüência pedagógica está de acordo com o estudo de Carvalho (1982), que considera o equilíbrio, a respiração e a propulsão como elementos fundamentais para a abordagem posterior de outras habilidades. Atividades lúdicas, como jogos, músicas, histórias e brinquedos variados, foram amplamente utilizados com a finalidade de promover a alegria e o prazer pelo movimento. Músicas simples, cantadas durante alguns exercícios, determinavam a velocidade e o ritmo dos movimentos (forte, fraco, rápido, lento). Para se proporcionar maior estímulo e percepção sensório-motora, materiais flutuantes de diversas formas, texturas e tamanhos foram utilizados com a finalidade de favorecer a percepção corporal, facilitar os deslocamentos e provocar desequilíbrios, favorecendo a interação e a relação das crianças com o meio. Esta técnica, chamada de manipulação, também é um recurso utilizado por Barbosa (2001) no estímulo da percepção motora de nadadores iniciantes. Brincadeiras com deslocamentos para frente, para trás, para a direita e para a esquerda, jogos de pegar objetos submersos (embaixo da água), ou na superfície, na borda ou dentro da piscina e atividades de identificação das partes do corpo, também foram incluídos ao programa de atividades. Foi proporcionado aos participantes momentos livres, onde estes escolhiam atividades de preferência ou criavam suas próprias brincadeiras. Participaram da pesquisa dois meninos: um de 12 anos (P1) e um de 7 anos (P2), ambos com PC espástica. O Instrumento utilizado foi uma ficha para avaliação psicomotora adaptada. O teste foi aplicado antes da intervenção e após cinco meses de atividades aquáticas. Comparando-se os resultados de
  • 24. 24 pré- e pós-teste, obteve-se os seguintes resultados: P1 melhorou 33% em coordenação e equilíbrio, 14% em esquema corporal, 40% em lateralidade, 17% em orientação espacial e 41% em orientação temporal. P2 melhorou 21% em coordenação e equilíbrio, 13% em esquema corporal, 28% em lateralidade, 5% em orientação espacial e 33% em orientação temporal. Com isso pode-se concluir que as atividades aquáticas, nestes casos, influenciaram de forma positiva no padrão psicomotor de crianças com PC espástica. 8 - Recomendações para aula prática Caro aluno (a), para que tenhamos uma boa aula na piscina, colocarmos em prática tudo que estudou até agora e que você tire o melhor proveito desse momento impar que teremos juntos segue algumas recomendações: • Traje – Escolha maiôs e sungas que não sejam muito justos ao corpo e que oferecem pouco atrito. Além disso, opte por um material bastante resistente à corrosão de cloro e sal. • Touca – De preferência, que ela seja de silicone ou de pano. Ela ajudará a segurar seu cabelo e o protegerá do contato com o cloro. • Óculos – Os óculos devem oferecer conforto e proteção. Por isso, opte por aquele que melhor se encaixa ao seu rosto e que não precise apertar demais, não é obrigatório, porém de suma importância. • Antes da aula – Uma a duas horas antes do treino, dê prioridade a ingestão de água e carboidratos (evite o consumo de gorduras). Além disso, não se deve praticar exercício físico em jejum, pois pode haver um rendimento baixo e falta de energia. Opte por uma alimentação mais leve, como um sanduíche natural, uma fruta ou iogurte. • Durante a aula – Há riscos de desidratação durante a prática do exercício, afinal, atletas de esporte aquático tem pouca percepção da sensação de sede. Por isso, deixe uma garrafa de água à beira da piscina e beba sempre nas pausas do treino. Acrescentar o carboidrato adia o cansaço e prolonga a atividade. Desta forma, você pode utilizar bebida esportiva que contém carboidratos e sódio, por promover maior absorção de água e glicose, repondo as perdas pelo suor.
  • 25. 25 • Após a aula – Depois de gastar muita energia na piscina, procure consumir alimentos que contenham carboidratos, lipídeos e proteínas, para repor esses nutrientes perdidos durante o exercício e promover a sua recuperação muscular.
  • 26. 26 REFERÊNCIAS Alberton, C.L., Olkoski, M.M., Pinto, S.S., Becker, M.E., & Kruel, L.F.M. Cardiorrespiratory responses of postmenopausal women to different water exercises. International Journal of Aquatic Research and Education, 4(1),363- 372. 2007. Bates, A.; Hanso, N. Exercícios aquáticos terapêuticos. 1. ed. São Paulo: Manole, 1998. Bonachela, V. Manual básico de hidroginástica. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. Castardeli, Edson, 1962- Fundamentos das atividades aquáticas [recurso eletrônico] / Edson Castardeli. - Dados eletrônicos. - Vitória, ES: Ed. do Autor, 2019.https://cefd.ufes.br/sites/cefd.ufes.br/files/field/anexo/fundamentos_das_at ividades_aquaticas.pdf, acesso em: 05/01/2023. Canossa, S., Fernandes, R. J., Carmo, C., Andrade, A. & Soares, S. M. Ensino multidisciplinar em natação: reflexão metodológica e proposta de lista de verificação. Motricidade. 3(4), 82-99. 2007 Cortez, R. N. C. Sonhando com a magia dos jogos cooperativos na escola. Motriz, vol.2 n.1, p. 01-09, 1996. Couto, A.C.P. METODOLOGIA APLICADA A NATAÇÃO I. In Silva e Couto (org.). Manual do treinador de Natação. Belo Horizonte: edições FAM. 1999. Freudenheim, A.M.; Gama, R.I.R.B.; Carracedo, V.A. Fundamentos para a elaboração de programas de ensino do nadar para crianças. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, 2003. Damasceno, Leonardo Graffius. Natação, Psicomotricidade e Desenvolvimento. Brasília (DF): Secretaria do Desporto da Republica, 1992. Furtado, H.L. Metodologia de hidroginástica: uma análise descritiva. 115p. Dissertação (Mestrado em Ciência da Motricidade Humana) -Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, 2003. Galdi, Enori Helena Gemente, Aprender a nada com Extensão universitária. Campina, SP: IPES, Editorial, 2004. Geis, Pilar Pont. Atividade Física e Saúde na 3ª Idade. Porto Alegre: Artmed. 2002. Huizinga, J. Homo Ludens. São Paulo: Editora Perspectiva, 1996.
  • 27. 27 Massaud, Marcelo Garcia e CORRÊA, Célia Regina. Natação na idade escolar. Rio de Janeiro, Sprint, 2004. Kruel, L.M.F., Moraes, E.Z.C., Ávila, A.O.V., & Sampedro, R.M.F. Alterações fisiológicas e biomecânicas em indivíduos praticando exercícios de hidroginástica dentro e fora d’água. Kinesis, nº especial, 104-154.2001. Moisés, M.P. Ensino da natação: expectativas dos pais de alunos. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, 5(2):65-74, 2006. Moraes, E.Z.C., Kruel, L.F.M., Sampedro, R.M.F., & Lopes, L.F.D. Metodologia de medida de esforço para exercícios de hidroginástica em diferentes profundidades de água. Kinesis, 27(4),43-64. 2002. Mouroço, et al. Natação e Atividades Aquáticas: Pedagogia, treino e Investigação. ESECS/Instituto Politécnico de Leria.2016. Muñoz Marin, A. Actividades acuáticas como contenido del área de Educación Física. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 10, N° 73, Junho de 2004. http://www.efdeportes.com/efd73/acuat.html. Nakamura, Oswaldo Fumio. Recreação aquática. São Paulo- Ícone 1997. Newell, K.M.; SCULLY, D.M.; TENENBAUM, F.; HARDIMAN, S. Body scale and the development of prehension. Developmental Psychobiology, New York, v.22, n.1, p.1-13, 1989. Qeiroz, Claudia Alexandre, Recreação aquática. Rio de Janeiro: 2ª Edição: Sprint, 2000. Silva, Tiago Aquino da Costa e Jogos e brincadeiras aquáticas/ Tiago Aquino da Costa e Silva (Paçoca) – 1. ed. São Paulo: Kids Move Fitness Programs, 2015. Tahara, Alexander Klein; SANTIAGO, Danilo Roberto Pereira. Lazer, lúdico e atividade aquática: uma relação de sucesso. Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 6n. 9 jul./dez, 2006.