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APOSTILA PARA DEPENDÊNCIA                                               BIOLOGIA
Esse material está disponível em http://www.sobiologia.com.br/conteudos

Profª Kátia Cavalcanti

Querido Aluno.

A avaliação do estudo de dependência será feita em duas partes:

*Prova ( com peso 6.0)

*Pesquisa escrita ( com peso 4.0)

Prova: Para ter o programa da prova,você deve fazer download e imprimir para ler e estudar os
conteúdos específicos de sua série (1º , 2º ou 3º ano do Ensino Médio).

Pesquisa: O final do seu conteúdo programático específico. Sugerimos um tema para pesquisa.A
pesquisa deve ser entregue em forma de trabalho, como nome completo, número, turma em que está
estudando em 2010. Além de introdução, desenvolvimento do tema, conclusão e fonte bibliográfica.
OBS.: A pesquisa é opcional, mas sugiro que você a realize pois ela o ajudará na nota final,já que a
prova é obrigatória, individual e sem consulta.

Para ser aprovado, você precisa alcançar a nota mínima de 5.0 pontos, somando (prova + pesquisa).

Bom Estudo.
Acredite ,pois você é capaz.
1º ANO DO ENSINO MÉDIO
                                         Citologia

                                  A fronteira das células

   No mundo de hoje, é comum pensarmos em um país como sendo uma porção de terra
delimitada espacialmente das demais pela presença de uma fronteira. Vamos pensar no caso
   do Brasil. Estamos rodeados de mar em metade do nosso território e, na outra metade,
 fazemos fronteira terrestre com outros nove países da America do Sul. Em suas fronteiras,
todos os países instalam uma alfândega, que é uma repartição governamental de controle do
   movimento de entradas e saídas das pessoas e de mercadorias para o exterior ou deles
                                       provenientes.

Com as células não é diferente. Cada uma delas tem uma “área de fronteira”, representada
pela membrana plasmática e, nesta área, as células também possuem o seu “posto
alfandegário”, as proteínas. Assim como nas aduanas das fronteiras entre os países, essas
proteínas são as responsáveis pelo reconhecimento de substâncias vindas de dentro ou de
fora da célula como, por exemplo, hormônios.

O trabalho realizado por uma célula é semelhante ao que acontece em uma fábrica, como a
de televisores, por exemplo. Através de portões, dá-se a entrada de diversos tipos de peças
destinadas as linhas de montagem. Para a fabricação e a montagem dos aparelhos, são
necessários energia e operários habilitados. É preciso, ainda, um setor de embalagem para
preparar a expedição do que é produzido e uma diretoria para comandar todo o complexo
fabril e manter o relacionamento com o mundo externo. Tudo dentro dos limites
representados pelo muro da fábrica.




  A célula possui setores semelhantes aos de uma fábrica. Um limite celular, representado
 pela membrana plasmática, separa o conteúdo da célula, o citoplasma, do meio externo. O
  citoplasma, constituído por organóides e hialoplasma (ou citosol), um material viscoso
representa o setor produtivo. Um núcleo contendo o material genético representa “a
                                   diretoria” da célula.

                                 Os limites da célula viva

 Uma célula viva é um compartimento microscópico, isolado do ambiente por pelo menos
 uma barreira: a membrana plasmática. Está é uma película extremamente fina e delicada,
que exerce severa “fiscalização” sobre todas as substâncias e partículas que entram e saem
                                         da célula.




Dada a relativa fragilidade da membrana plasmática, a maioria das células apresenta algum
tipo de envoltório que dá proteção e suporte físico à membrana. Entre esses envoltórios
destacam-se o glicocálix, presente na maioria das células animais, e a parede celulósica,
presente em células de plantas e de algumas algas.

                                       Glicocálix




                               Se isolássemos uma célula de nosso corpo, notaríamos que
                               ela esta envolta por uma espécie de malha feita de
                               moléculas de glicídios (carboidratos) frouxamente
                               entrelaçadas. Esta malha protege a célula como uma
                               vestimenta: trata-se do glicocálix (do grego glykys, doce,
                               açúcar, e do latim calyx, casca envoltório).
Diversas funções têm sido sugeridas para o glicocálix. Acredita-se que, além de ser uma
proteção contra agressões físicas e químicas do ambiente externo, ele funcione como
uma malha de retenção de nutrientes e enzimas, mantendo um microambiente adequado
ao redor de cada célula. Confere às células a capacidade de se reconhecerem, uma vez
que células diferentes têm glicocálix formado por glicídios diferentes e células iguais têm
glicocálix formado por glicídios iguais.




                                     Parede celulósica

As células vegetais possuem um envoltório externo, espesso e relativamente rígido: a
parede celulósica, também chamada membrana esquelética celulósica;

                       Paredes celulósicas primárias e secundária

Células vegetais jovens apresentam uma parede celulósica fina e flexível, denominada
parede primária.
A parede primária é elástica, de modo a permitir o crescimento celular. Depois que a célula
cresceu e atingiu o tamanho e a forma definitivos, forma-se a parede secundária, mais
espessa e rígida. A celulose que constitui a parede secundária é secretada através da
membrana plasmática, e se deposita entre esta e a superfície interna da parede primária, na
qual adere fortemente.




                             Constituição da parede celulósica
A parede das células vegetais é constituída por longas e resistentes microfibrilas do
polissacarídeo celulose. As microfibrilas celulósicas se mantém unidas por meio de uma
matriz formada por glicoproteínas (proteínas ligadas a açucares), hemicelulose e pectina
(polissacarídeos).




A estrutura molecular da parede celulósica aplica o mesmo princípio do concreto armado,
no qual longas e resistentes varetas de ferro estão mergulhadas em uma argamassa de
cimento e pedras.

Na parede celular, as microfibrilas de celulose correspondem às varetas de ferro do
concreto, enquanto as glicoproteínas e os polissacarídeos da matriz correspondem à
argamassa.




                                    Membrana celular

          (ou membrana plasmática ou membrana citoplasmática ou plasmalema)



Toda a célula, seja procarionte ou eucarionte, apresenta uma membrana que isola do meio
exterior: a membrana plasmática. A membrana plasmática é tão fina (entre 6 a 9 nm) que os
mais aperfeiçoados microscópios ópticos não conseguiram torná-la visível. Foi somente
após o desenvolvimento da microscopia eletrônica que a membrana plasmática pode ser
observada. Nas grandes ampliações obtidas pelo microscópio eletrônico, cortes transversais
da membrana aparecem como uma linha mais clara entre duas mais escuras, delimitando o
contorno de cada célula.



                      Constituição química da membrana plasmática
Estudos com membranas plasmáticas isoladas revelam que seus componentes mais
abundantes são fosfolipídios, colesterol e proteínas. É por isso que se costumam dizer que
as membranas plasmáticas têm constituição lipoprotéica.




                    A organização molecular da membrana plasmática

Uma vez identificados os fosfolipídios e as proteínas como os principais componentes
moleculares da membrana, os cientistas passaram a investigar como estas substâncias
estavam organizadas.



                                O modelo do mosaico fluído

A disposição das moléculas na membrana plasmática foi elucidada recentemente, sendo que
os lipídios formam uma camada dupla e contínua, no meio da qual se encaixam moléculas
de proteína. A dupla camada de fosfolipídios é fluida, de consistência oleosa, e as proteínas
mudam de posição continuamente, como se fossem peças de um mosaico. Esse modelo foi
sugerido por dois pesquisadores, Singer e Nicholson, e recebeu o nome de Modelo Mosaico
Fluido.

Os fosfolipídios têm a função de manter a estrutura da membrana e as proteínas têm
diversas funções. As membranas plasmáticas de um eucariócitos contêm quantidades
particularmente grande de colesterol. As moléculas de colesterol aumentam as
propriedades da barreira da bicamada lipídica e devido a seus rígidos anéis planos de
esteróides diminuem a mobilidade e torna a bicamada lipídica menos fluida.
Funções das proteínas na membrana plasmática



As proteínas da membrana plasmática exercem grandes variedades de funções: atuam
preferencialmente nos mecanismos de transporte, organizando verdadeiros túneis que
permitem a passagem de substâncias para dentro e para fora da célula, funcionam como
receptores de membrana, encarregadas de receber sinais de substâncias que levam alguma
mensagem para a célula, favorecem a adesão de células adjacentes em um tecido, servem
como ponto de ancoragem para o citoesqueleto.

   •   Proteínas de adesão: em células adjacentes, as proteínas da membrana podem
       aderir umas às outras.
   •   Proteínas que facilitam o transporte de substâncias entre células.
   •   Proteínas de reconhecimento: determinadas glicoproteínas atuam na membrana
       como um verdadeiro “selo marcador”, sendo identificadas especificamente por
       outras células.
   •   Proteínas receptoras de membrana.
   •   Proteínas de transporte: podem desempenhar papel na difusão facilitada,
       formando um canal por onde passam algumas substâncias, ou no transporte ativo,
       em que há gasto de energia fornecida pela substância ATP. O ATP (adenosina
       trifosfato) é uma molécula derivada de nucleotídeo que armazena a energia liberada
       nos processos bioenergéticos que ocorrem nas células (respiração aeróbia, por
       exemplo). Toda vez que é necessária energia para a realização de uma atividade
       celular (transporte ativo, por exemplo) ela é fornecida por moléculas de ATP.
•    Proteínas de ação enzimática: uma ou mais proteínas podem atuar isoladamente
        como enzima na membrana ou em conjunto, como se fossem parte de uma “linha de
        montagem” de uma determinada via metabólica.
   •    Proteínas com função de ancoragem para o citoesqueleto.



                          Transporte pela Membrana Plasmática



A capacidade de uma membrana de ser atravessada por algumas substâncias e não por
outras define sua permeabilidade. Em uma solução, encontram-se o solvente (meio
líquido dispersante) e o soluto (partícula dissolvida). Classificam-se as membranas, de
acordo com a permeabilidade, em 4 tipos:

                 a) Permeável: permite a passagem do solvente e do soluto;

                 b) Impermeável: não permite a passagem do solvente nem do soluto;

                 c) Semipermeável: permite a passagem do solvente, mas não do soluto;

                 d) Seletivamente permeável: permite a passagem do solvente e de alguns
tipos                                            de soluto.

Nessa última classificação se enquadra a membrana plasmática.

A passagem aleatória de partículas sempre ocorre de um local de maior concentração
para outro de concentração menor (a favor do gradiente de concentração). Isso se dá
até que a distribuição das partículas seja uniforme. A partir do momento em que o
equilíbrio for atingido, as trocas de substâncias entre dois meios tornam-se proporcionais.

A passagem de substâncias através das membranas celulares envolve vários mecanismos,
entre os quais podemos citar:

                                     Transporte passivo

                                    Transporte Passivo

Ocorre sempre a favor do gradiente, no sentido de igualar as concentrações nas duas faces
da membrana. Não envolve gasto de energia.



                                          Osmose
A água se movimenta livremente através da membrana, sempre do local de menor
concentração de soluto para o de maior concentração. A pressão com a qual a água é
forçada a atravessar a membrana é conhecida por pressão osmótica.



                                              A osmose não é influenciada pela natureza
                                              do soluto, mas pelo número de partículas.
                                              Quando duas soluções contêm a mesma
                                              quantidade de partículas por unidade de
                                              volume, mesmo que não sejam do mesmo
                                              tipo, exercem a mesma pressão osmótica e
                                              são isotônicas. Caso sejam separadas por
                                              uma membrana, haverá fluxo de água nos
                                              dois sentidos de modo proporcional.

                                              Quando se comparam soluções de
                                              concentrações diferentes, a que possui mais
                                              soluto e, portanto, maior pressão osmótica é
                                              chamada hipertônica, e a de menor
                                              concentração de soluto e menor pressão
                                              osmótica é hipotônica. Separadas por uma
                                              membrana, há maior fluxo de água da
                                              solução hipotônica para a hipertônica, até
                                              que as duas soluções se tornem isotônicas.

                                              A osmose pode provocar alterações de
                                              volume celular. Uma hemácia humana é
                                              isotônica em relação a uma solução de
                                              cloreto de sódio a 0,9% (“solução
                                              fisiológica”). Caso seja colocada em um
                                              meio com maior concentração, perde água e
                                              murcha. Se estiver em um meio mais diluído
                                              (hipotônico), absorve água por osmose e
                                              aumenta de volume, podendo romper
                                              (hemólise).



Se um paramécio é colocado em um meio hipotônico, absorve água por osmose. O excesso
de água é eliminado pelo aumento de freqüência dos batimentos do vacúolo pulsátil (ou
contrátil).
Protozoários marinhos não possuem vacúolo pulsátil, já que o meio externo é hipertônico.

                                   Transporte Passivo



                                         Difusão

Consiste na passagem das moléculas do soluto, do local de maior para o local de menor
concentração, até estabelecer um equilíbrio. É um processo lento, exceto quando o
gradiente de concentração for muito elevado ou as distâncias percorridas forem
curtas. A passagem de substâncias, através da membrana, se dá em resposta ao gradiente
de concentração.




                                    Difusão Facilitada

Certas substâncias entram na célula a favor do
gradiente de concentração e sem gasto energético,
mas com uma velocidade maior do que a permitida
pela difusão simples. Isto ocorre, por exemplo, com
a glicose, com alguns aminoácidos e certas
vitaminas. A velocidade da difusão facilitada não é
proporcional à concentração da substância.
Aumentando-se a concentração, atinge-se um ponto
de saturação, a partir do qual a entrada obedece à
difusão simples. Isto sugere a existência de uma
molécula transportadora chamada permease na
membrana. Quando todas as permeases estão sendo
utilizadas, a velocidade não pode aumentar. Como
alguns solutos diferentes podem competir pela
mesma permease, a presença de um dificulta a
passagem do outro.




                            A Célula Vegetal em Meio Isotônico

Quando está em meio isotônico, a parede
celular não oferece resistência à entrada de
água, pois não está sendo distendida (PT =
zero). Mas, como as concentrações de
partículas dentro e fora da célula são iguais, a
diferença de pressão de difusão é nula.

A célula está flácida. A força de entrada
(PO) de água é igual à força de saída (PT) de
água da célula.

Como DPD = PO – PT         DPD = zero



                           A Célula Vegetal em Meio Hipotônico
Quando o meio é hipotônico, há diferença de
pressão osmótica entre os meios intra
e extra- celular. À medida que a célula
absorve água, distende a membrana
celulósica, que passa a oferecer resistência à
entrada de água. Ao mesmo tempo, a entrada
de água na célula dilui o suco vacuolar, cuja
pressão osmótica diminui. Em certo instante,
a pressão de turgescência(PT) se iguala à
pressão osmótica(PO), tornando a entrada e a
saída de água proporcionais.

PO = PT, portanto

DPD = PO – PT       DPD =zero

A célula está túrgida.




                          A Célula Vegetal em Meio Hipertônico



Quando a célula está em meio hipertônico,
perde água e seu citoplasma se retrai,
deslocando a membrana plasmática da parede
celular. Como não há deformação da parede
celular, ela não exerce pressão de
turgescência (PT = zero). Nesse caso:

                 DPD = PO

Diz-se que a célula está plasmolisada. Se a
célula plasmolisada for colocada em meio
hipotônico, absorve água e retorna à situação
inicial. O fenômeno inverso à plasmólise
chama-se deplasmólise ou desplasmolise.



Quando a célula fica exposta ao ar, perde água por evaporação e se retrai. Nesse caso, o
retraimento é acompanhado pela parede celular. Retraída, a membrana celulósica não
oferece resistência à entrada de água. Pelo contrário, auxilia-a. A célula está dessecada ou
murcha.

                            Citosol, Citoplasma ou hialoplasma



Os primeiros citologistas acreditavam que o interior da célula viva era preenchido por um
fluído homogêneo e viscoso, no qual estava mergulhado o núcleo. Esse fluido recebeu o
nome de citoplasma (do grego kytos, célula, e plasma, aquilo que dá forma, que modela).

Hoje se sabe que o espaço situado entre a membrana plasmática e o núcleo é bem diferente
do que imaginaram aqueles citologistas pioneiros. Além da parte fluida, o citoplasma
contém bolsas e canais membranosos e organelas ou orgânulos citoplasmáticos, que
desempenham funções específicas no metabolismo da célula eucarionte.

O fluido citoplasmático é constituído principalmente por água, proteínas, sais minerais e
açucares. No citosol ocorre a maioria das reações químicas vitais, entre elas a fabricação
das moléculas que irão constituir as estruturas celulares. É também no citosol que muitas
substâncias de reserva das células animais, como as gorduras e o glicogênio, ficam
armazenadas.
Na periferia do citoplasma, o citosol é mais viscoso, tendo consistência de gelatina mole.
Essa região é chamada de ectoplasma (do grego, ectos, fora). Na parte mais central da
célula situa-se o endoplasma (do grego, endos, dentro), de consistência mais fluida.




                                      Célula Vegetal
Como são os organóides?

Alguns dos organóides (também chamados de orgânulos ou organelas) do citoplasma são
membranosos, isto é, são revestidos por uma membrana lipoprotéica semelhante a
membrana plasmática. Estamos nos referindo a retículo endoplasmático, mitocôndrias,
sistema golgiense (ou complexo de golgi), lisossomos, peroxissomos, glioxissomos,
cloroplastos e vacúolos. Os organóides não membranosos são os ribossomos e os
centríolos.

                                 O retículo endoplasmático



                                      Tipos de retículo

O citoplasma das células eucariontes contém inúmeras bolsas e tubos cujas paredes têm
uma organização semelhante à da membrana plasmática. Essas estruturas membranosas
formam uma complexa rede de canais interligados, conhecida pelo nome de retículo
endoplasmático. Pode-se distinguir dois tipos de retículo: rugoso (ou granular) e liso (ou
agranular).



                    Retículo endoplasmático rugoso (RER) e liso (REL)

O retículo endoplasmático rugoso (RER), também chamado de ergastoplasma, é
formado por sacos achatados, cujas membranas têm aspecto verrugoso devido à presença
de grânulos – os ribossomos – aderidos à sua superfície externa (voltada para o citosol). Já
o retículo endoplasmático liso (REL) é formado por estruturas membranosas tubulares,
sem ribossomos aderidos, e, portanto, de superfície lisa.
Os dois tipos de retículo estão interligados e a transição entre eles é gradual. Se
observarmos o retículo endoplasmático partindo do retículo rugoso em direção ao liso,
vemos as bolsas se tornarem menores e a quantidade de ribossomos aderidos diminuir
progressivamente, até deixar de existir.



                            Funções do retículo endoplasmático

O retículo endoplasmático atua como uma rede de distribuição de substâncias no interior da
célula. No líquido existente dentro de suas bolsas e tubos, diversos tipos de substâncias se
deslocam sem se misturar com o citosol.

                                   Produção de lipídios

Uma importante função de retículo endoplasmático liso é a produção de lipídios. A
lecitina e o colesterol, por exemplo, os principais componentes lipídicos de todas as
membranas celulares são produzidos no REL. Outros tipos de lipídios produzidos no
retículo liso são os hormônios esteróides, entre os quais estão a testosterona e os
estrógeno, hormônios sexuais produzidos nas células das gônadas de animais vertebrados.

                                      Desintoxicação

O retículo endoplasmático liso também participa dos processos de desintoxicação do
organismo. Nas células do fígado, o REL, absorve substâncias tóxicas, modificando-as ou
destruindo-as, de modo a não causarem danos ao organismo. É a atuação do retículo das
células hepáticas que permite eliminar parte do álcool, medicamentos e outras
substâncias potencialmente nocivas que ingerimos.

                             Armazenamento de substâncias

Dentro das bolsas do retículo liso também pode haver armazenamento de substâncias.
Os vacúolos das células vegetais, por exemplo, são bolsas membranosas derivadas do
retículo que crescem pelo acúmulo de soluções aquosas ali armazenadas.

                                 Produção de proteínas

O retículo endoplasmático rugoso, graças à presença dos ribossomos, é responsável
por boa parte da produção de proteínas da célula. As proteínas fabricadas nos
ribossomos do RER penetram nas bolsas e se deslocam em direção ao aparelho de Golgi,
passando pelos estreitos e tortuosos canais co retículo endoplasmático liso.




                                    Aparelho de Golgi

A denominação aparelho ou complexo de Golgi é uma homenagem ao citologista italiano
Camilo Golgi, que, em 1898, descobriu essa estrutura citoplasmática. Ao verificar que
certas regiões com citoplasma celular se coravam por sais de ósmio de prata, Golgi
imaginou que ali deveria existir algum tipo de estrutura, posteriormente confirmada pela
microscopia eletrônica.

                                       Dictiossomos

O aparelho de Golgi está presente em praticamente todas as células eucariontes, e consiste
de bolsas membranosas achatadas, empilhadas como pratos. Cada uma dessas pilhas
recebe o nome de dictiossomo. Nas células animais, os dictiossomos geralmente se
encontram reunidos em um único local, próximo ao núcleo. Nas células vegetais,
geralmente há vários dictiossomos espalhados pelo citoplasma.
Funções do aparelho de Golgi

O aparelho de Golgi atua como centro de armazenamento, transformação,
empacotamento e remessa de substâncias na célula. Muitas das substâncias que passam
pelo aparelho de Golgi serão eliminadas da célula, indo atuar em diferentes partes do
organismo. É o que ocorre, por exemplo, com as enzimas digestivas produzidas e
eliminadas pelas células de diversos órgãos (estômago, intestino, pâncreas etc.). Outras
substâncias, tais como o muco que lubrifica as superfícies internas do nosso corpo, também
são processadas e eliminadas pelo aparelho de Golgi. Assim, o principal papel dessa
estrutura citoplasmática é a eliminação de substâncias que atuam fora da célula, processo
genericamente denominado secreção celular.

                             Secreção de enzimas digestivas

As enzimas digestivas do pâncreas, por exemplo, são produzidas no RER e levadas até as
bolsas do aparelho de Golgi, onde são empacotadas em pequenas bolsas, que se
desprendem dos dictiossomos e se acumulam em um dos pólos da célula pancreática.
Quando chega o sinal de que há alimento para ser digerido, as bolsas cheias de enzimas se
deslocam até a membrana plasmática, fundem-se com ela e eliminam seu conteúdo para o
meio exterior.

A produção de enzimas digestivas pelo pâncreas é apenas um entre muitos exemplos do
papel do aparelho de Golgi nos processos de secreção celular. Praticamente todas as células
do corpo sintetizam e secretam uma grande variedade de proteínas que atuam fora delas.
Formação do acrossomo do espermatozóide

O aparelho de Golgi desempenha um papel importante na formação dos espermatozóides.
Estes contêm bolsas repletas de enzimas digestivas, que irão perfurar as membranas do
óvulo e permitir a fecundação. A bolsa de enzimas do espermatozóide maduro, originada
no aparelho de Golgi, é o acrossomo (do grego acros, alto, topo, e somatos, corpo), termo
que significa “corpo localizado no topo do espermatozóide”.
Lisossomos

                           Estrutura e origem dos lisossomos



Os lisossomos (do grego lise, quebra, destruição) são bolsas membranosas que contêm
enzimas capazes de digerir substâncias orgânicas. Com origem no aparelho de Golgi, os
lisossomos estão presentes em praticamente todas as células eucariontes. As enzimas
são produzidas no RER e migram para os dictiossomos, sendo identificadas e enviadas
para uma região especial do aparelho de Golgi, onde são empacotadas e liberadas na forma
de pequenas bolsas.
A digestão intracelular

Os lisossomos são organelas responsáveis pela digestão intracelular. As bolsas formadas
na fagocitose e na pinocitose, que contêm partículas capturadas no meio externo,
fundem-se aos lisossomos, dando origem a bolsas maiores, onde a digestão ocorrerá.



                                  Vacúolos digestivos
As bolsas originadas pela fusão de
                                                     lisossomos com fagossomos ou
                                                     pinossomos são denominadas vacúolos
                                                     digestivos; em seu interior, as
                                                     substâncias originalmente presentes nos
                                                     fagossomos ou pinossomos são digeridas
                                                     pelas enzimas lisossômicas.

                                                     À medida que a digestão intracelular vai
                                                     ocorrendo, as partículas capturadas pelas
                                                     células são quebradas em pequenas
                                                     moléculas que atravessam a membrana
                                                     do vacúolo digestivo, passando para o
                                                     citosol. Essas moléculas serão utilizadas
                                                     na fabricação de novas substâncias e no
                                                     fornecimento de energia à célula.

                                                     Eventuais restos do processo digestivo,
                                                     constituídos por material que não foi
                                                     digerido, permanecem dentro do
                                                     vacúolo, que passa a ser chamado
                                                     vacúolo residual.

                                                     Muitas célula eliminam o conteúdo do
                                                     vacúolo residual para o meio exterior.
                                                     Nesse processo, denominado
                                                     clasmocitose, o vacúolo residual encosta
                                                     na membrana plasmática e fundem-se
                                                     com ela, lançando seu conteúdo para o
                                                     meio externo.



                                         Autofagia

Todas as células praticam autofagia (do grego autos, próprio, e phagein, comer),
digerindo partes de si mesmas com o auxílio de seus lisossomos. Por incrível que pareça, a
autofagia é uma atividade indispensável à sobrevivência da célula.

Em determinadas situações, a autofagia é uma atividade puramente alimentar. Quando um
organismo é privado de alimento e as reservas do seu corpo se esgotam, as células, como
estratégia de sobrevivência no momento de crise, passam a digerir partes de si mesmas.

No dia-a-dia da vida de uma célula, a autofagia permite destruir organelas celulares
desgastadas e reaproveitar alguns de seus componentes moleculares.
O processo da autofagia se inicia com a aproximação dos lisossomos da estrutura a ser
eliminada. Esta é cercada e envolvida pelos lisossomos, ficando contida em uma bolsa
repleta de enzimas denominada vacúolo autofágico.

Através da autofagia, uma célula destrói e reconstrói seus constituintes centenas ou até
milhares de vezes. Uma célula nervosa do cérebro, por exemplo, formada em nossa vida
embrionária, tem todos os seus componentes (exceto os genes) com menos de um mês de
idade. Uma célula de nosso fígado, a cada semana, digere e reconstrói a maioria de seus
componentes.

Na silicose (“doença dos mineiros”), que ataca os pulmões ocorre a ruptura dos lisossomos
de células fagocitárias (macrófagos), com conseqüente digestão dos componentes e morte
celular.

Certas doenças degenerativas do organismo humano são creditadas a liberação de enzimas
lisossômicas dentro da célula; isso aconteceria, por exemplo, em certos casos de artrite,
doença das articulações ósseas.



                                      Peroxissomos



Peroxissomos são bolsas membranosas que contêm alguns tipos de enzimas digestivas. Sua
semelhança com os lisossomos fez com que fossem confundidos com eles até bem pouco
tempo. Entretanto, hoje se sabe que os peroxissomos diferem dos lisossomos
principalmente quanto ao tipo de enzimas que possuem.

Os peroxissomos, além de conterem enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, têm
também grandes quantidades da enzima catalase.
A catalase converte o peróxido de hidrogênio, popularmente conhecido como água
oxigenada (H2O2), e água e gás oxigênio. A água oxigenada se forma normalmente durante
a degradação de gorduras e de aminoácidos, mas, em grande quantidade, pode causar lesões
à célula.



                       2 H2O2 + Enzima Catalase → 2 H2O + O2

                                      Mitocôndrias

                           Estrutura e função das mitocôndrias



As mitocôndrias estão imersas no citosol, entre as diversas bolsas e filamentos que
preenchem o citoplasma das células eucariontes. Elas são verdadeiras “casas de força” das
células, pois produzem energia para todas as atividades celulares.

As mitocôndrias foram descobertas em meados do século XIX, e, durante décadas, sua
existência foi questionada por alguns citologistas. Somente em 1890 foi demonstrada, de
modo incontestável, a presença de mitocôndrias no citoplasma celular. O termo
“mitocôndria” (do grego, mitos, fio, e condros, cartilagem) surgiu em 1898, possivelmente
como referência ao aspecto filamentoso e homogêneo (cartilaginoso) dessas organelas em
alguns tipos de células, quando observadas ao microscópio óptico.
As mitocôndrias, cujo número varia de dezenas até centenas, dependendo do tipo de
célula, estão presentes praticamente em todos os seres eucariontes, sejam animais,
plantas, algas, fungos ou protozoários.



                            Estrutura interna das mitocôndrias

As mitocôndrias são delimitadas por duas membranas lipoprotéicas semelhantes às
demais membranas celulares. Enquanto a membrana externa é lisa, a membrana interna
possui inúmeras pregas – as cristas mitocondriais – que se projetam para o interior da
organela.




A cavidade interna das mitocôndrias é preenchida por um fluido denominado matriz
mitocondrial, onde estão presentes diversas enzimas, além de DNA e RNA e pequenos
ribossomos e substâncias necessárias à fabricação de determinadas proteínas.

                                    A respiração celular

No interior das mitocôndrias ocorre a respiração celular, processo em que moléculas
orgânicas de alimento reagem com gás oxigênio (O2), transformando-se em gás carbônico
(CO2) e água (H2O) e liberando energia.

                            C6H12O6 + O2 -> 6 CO2 + 6 H2O + energia




A energia liberada na respiração celular é armazenada em uma substância chamada ATP
(adenosina trifosfato), que se difunde para todas as regiões da célula, fornecendo energia
para as mais diversas atividades celulares. O processo de respiração celular será melhor
explicado na seção de Metabolismo energético.



                                          Plastos

                            Classificação e estrutura dos plastos



Plastos são orgânulos citoplasmáticos encontrados nas células de plantas e de algas. Sua
forma e tamanho variam conforme o tipo de organismo. Em algumas algas, cada célula
possui um ou poucos plastos, de grande tamanho e formas características. Já em outras
algas e nas plantas em geral, os plastos são menores e estão presentes em grande número
por célula.

Os plastos podem ser separados em duas categorias:

   •   cromoplastos (do grego chromos, cor), que apresentam pigmentos em seu interior.
       O cromoplasto mais freqüente nas plantas é o cloroplasto, cujo principal
       componente é a clorofila, de cor verde. Há também plastos vermelhos, os
       eritroplastos (do grego eritros, vermelho), que se desenvolvem, por exemplo, em
       frutos maduros de tomate.
   •   leucoplastos (do grego leukos, branco), que não contêm pigmentos.



                                        Cloroplastos

Os cloroplastos são orgânulos citoplasmáticos discóides que se assemelham a uma lente
biconvexa com cerca de 10 micrometros de diâmetro. Eles apresentam duas membranas
envolventes e inúmeras membranas internas, que formam pequenas bolsas discoidais e
achatadas, os tilacóides (do grego thylakos, bolsa).

Os tilacóides se organizam uns sobre os outros, formando estruturas cilíndricas que
lembram pilhas de moedas. Cada pilha é um granum, que significa grão, em latim (no
plural, grana).
O espaço interno do cloroplasto é preenchido por um fluido viscoso denominado estroma,
que corresponde à matriz das mitocôndrias, e contém, como estas, DNA, enzimas e
ribossomos.

As moléculas de clorofila ficam dispostas organizadamente nas membranas dos tilacóides,
de modo a captarem a luz solar com a máxima eficiência.



                                 Funções do cloroplasto

Se as mitocôndrias são as centrais energéticas das células, os cloroplastos são as centrais
energéticas da própria vida. Eles produzem moléculas orgânicas, principalmente glicose,
que servem de combustível para as mitocôndrias de todos os organismos que se alimentam,
direta ou indiretamente, das plantas.

Os cloroplastos produzem substâncias orgânicas através do processo de fotossíntese.
Nesse processo, a energia luminosa é transformada em energia química, que fica
armazenada nas moléculas das substâncias orgânicas fabricadas. As matérias-primas
empregadas na produção dessas substâncias são, simplesmente, gás carbônico e água.
Durante a fotossíntese, os cloroplastos também produzem e liberam gás oxigênio (O2),
necessário à respiração tanto de animais quanto de plantas. Os cientistas acreditam que
praticamente todo o gás oxigênio que existe hoje na atmosfera terrestre tenha se originado
através da fotossíntese.




    As vitaminas são nutrientes orgânicos reguladores. Com as enzimas, controlam as reações
    químicas do corpo e da célula; por isso são indispensáveis ao bom desempenho das funções
    orgânicas. Pesquise as principais vitaminas encontradas nos alimentos,assim como suas fontes ,
    funções e problemas causados pela sua carência na alimentação (avitamonoses).
2º ANO DO ENSINO MÉDIO


Classificação dos Seres Vivos

A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e
compreender as relações filogenéticas entre os organismos. Inclui a taxonomia (ciência da
descoberta, descrição e classificação das espécies e grupo de espécies, com suas normas e
princípios) e também a filogenia (relações evolutivas entre os organismos). Em geral, diz-se
que compreende a classificação dos diversos organismos vivos. Em biologia, os sistematas
são os cientistas que classificam as espécies em outros táxons a fim de definir o modo como
eles se relacionam evolutivamente.

O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada taxonomia, foi inicialmente o de
organizar as plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas.
Posteriormente a classificação passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos,
organização mais natural do que a baseada apenas em características externas. Para isso se
utilizam também características ecológicas, fisiológicas, e todas as outras que estiverem
disponíveis para os táxons em questão. É a esse conjunto de investigações a respeito dos
táxons que se dá o nome de Sistemática. Nos últimos anos têm sido tentadas classificações
baseadas na semelhança entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas,
especialmente quando se juntam a essas informações aquelas oriundas dos outros campos
da Biologia.

A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, ciência que estuda as relações
entre organismos, e que inclui a coleta, preservação e estudo de espécimes, e a análise
dos dados vindos de várias áreas de pesquisa biológica.

O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século IV a.C., que ordenou os
animais pelo tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho. O seu discípulo
Teofrasto classificou as plantas por seu uso e forma de cultivo.

Nos séculos XVII e XVIII os botânicos e zoólogos começaram a delinear o atual sistema de
categorias, ainda baseados em características anatômicas superficiais. No entanto, como a
ancestralidade comum pode ser a causa de tais semelhanças, este sistema demonstrou
aproximar-se da natureza, e continua sendo a base da classificação atual. Lineu fez o
primeiro trabalho extenso de categorização, em 1758, criando a hierarquia atual.

A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada como paradigma central da
Biologia, e com isso evidências da paleontologia sobre formas ancestrais, e da embriologia
sobre semelhanças nos primeiros estágios de vida. No século XX, a genética e a fisiologia
tornaram-se importantes na classificação, como o uso recente da genética molecular na
comparação de códigos genéticos. Programas de computador específicos são usados na
análise matemática dos dados.

Em fevereiro de 2005 Edward Osborne Wilson, professor aposentado da Universidade de
Harvard, onde cunhou o termo biodiversidade e participou da fundação da sociobiologia, ao
defender um "projeto genoma" da biodiversidade da Terra, propôs a criação de uma base de
dados digital com fotos detalhadas de todas a espécies vivas e a finalização do projeto
Árvore da vida. Em contraposição a uma sistemática baseada na biologia celular e
molecular, Wilson vê a necessidade da sistemática descritiva para preservar a
biodiversidade.

Do ponto de vista econômico, defendem Wilson, Peter Raven e Dan Brooks, a sistemática
pode trazer conhecimentos úteis na biotecnologia, e na contenção de doenças emergentes.
Mais da metade das espécies do planeta é parasita, e a maioria delas ainda é desconhecida.

De acordo com a classificação vigente as espécies descritas são agrupadas em gêneros. Os
gêneros são reunidos, se tiverem algumas características em comum, formando uma
família. Famílias, por sua vez, são agrupadas em uma ordem. Ordens são reunidas em uma
classe. Classes de seres vivos são reunidas em filos. E os filos são, finalmente,
componentes de alguns dos cinco reinos (Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia).
Nomenclatura Científica

Nomenclatura é a atribuição de nomes (nome científico) a organismos e às categorias
nas quais são classificados.

O nome científico é aceito em todas as línguas, e cada nome aplica-se apenas a uma
espécie.

Há duas organizações internacionais que determinam as regras de nomenclatura, uma para
zoologia e outra para botânica. Segundo as regras, o primeiro nome publicado (a partir do
trabalho de Lineu) é o correto, a menos que a espécie seja reclassificada, por exemplo em
outro gênero. A reclassificação tem ocorrido com certa freqüência desde o século XX. O
Código Internacional de Nomenclatura Zoológica preconiza que neste caso mantém-se a
referência a quem primeiro descreveu a espécie, com o ano da descição, entre parênteses, e
não inclui o nome de quem reclassificou. Esta norma internacional decorre, entre outras
coisas, do fato de ser ainda nova a abordagem genética da taxonomia, sujeita a revisão
devido a novas pesquisas científicas, ou simplesmente a definição de novos parâmetros
para a delimitação de um táxon, que podem ser morfológicos, ecológicos, comportamentais
etc.

O sistema atual identifica cada espécie por dois nomes em latim: o primeiro, em
maiúscula, é o gênero, o segundo, em minúscula, é o epíteto específico. Os dois nomes
juntos formam o nome da espécie. Os nomes científicos podem vir do nome do cientista
que descreveu a espécie, de um nome popular desta, de uma característica que apresente, do
lugar onde ocorre, e outros. Por convenção internacional, o nome do gênero e da espécie é
impresso em itálico, grifado ou em negrito, o dos outros táxons não. Subespécies têm
um nome composto por três palavras.

Ex.: Canis familiares, Canis lupus, Felis catus.



Nomenclatura popular

A nomeação dos seres vivos que compõe a biodiversidade constitui uma etapa do trabalho
de classificação. Muitos seres são "batizados" pela população com nomes denominados
populares ou vulgares, pela comunidade científica.

Esses nomes podem designar um conjunto muito amplo de organismos, incluindo, algumas
vezes, até grupos não aparentados.

O mesmo nome popular pode ser atribuído a diferentes espécies, como neste exemplo:
ananas comosus




                                   Ananas ananassoides

Estas duas espécies do gênero ananas são chamadas pelo mesmo nome popular Abacaxi.

Outro exemplo é o crustáceo de praia Emerita brasiliensis, que no Rio de Janeiro é
denominado tatuí, e nos estados de São Paulo e Paraná é chamado de tatuíra.
Em contra partida, animais de uma mesma espécie podem receber vários nomes, como
ocorre com a onça-pintada, cujo nome científico é Panthera onca.




Outros nomes populares:

canguçu, onça-canguçu, jaguar-canguçu

Um outro exemplo é a planta Manihot esculenta, cuja raiz é muito apreciada como
alimento. Dependendo da região do Brasil, ela é conhecida por vários nomes: aimpim,
macaxeira ou mandioca.

Considerando os exemplo apresentados, podemos perceber que a nomenclatura popular
varia bastante, mesmo num país como o Brasil, em que a população fala um mesmo idioma,
excetuando-se os idiomas indígenas. Imagine se considerarmos o mundo todo, com tantos,
com tantos idiomas e dialetos diferentes, a grande quantidade de nomes de um mesmo ser
vivo pode receber. Desse modo podemos entender a necessidade de existir uma
nomenclatura padrão, adotada internacionalmente, para facilitar a comunicação de diversos
profissionais, como os médicos, os zoólogos, os botânicos e todos aqueles que estudam os
seres vivos.

Vírus

Vírus são os únicos organismos acelulares da Terra atual.

Os vírus são seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), formados
basicamente por uma cápsula protéica envolvendo o material genético, que, dependendo do
tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovirus). A palavra vírus
vem do Latim virus que significa fluído venenoso ou toxina. Atualmente é utilizada para
descrever os vírus biológicos, além de designar, metaforicamente, qualquer coisa que se
reproduza de forma parasitária, como ideias. O termo vírus de computador nasceu por
analogia. A palavra vírion ou víron é usada para se referir a uma única partícula viral que
estiver fora da célula hospedeira.
Das 1.739.600 espécies de seres vivos conhecidos, os vírus representam 3.600 espécies.

Vírus é uma partícula basicamente protéica que pode infectar organismos vivos. Vírus
são parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa que eles somente se
reproduzem pela invasão e possessão do controle da maquinaria de auto-reprodução celular.
O termo vírus geralmente refere-se às partículas que infectam eucariontes (organismos
cujas células têm carioteca), enquanto o termo bacteriófago ou fago é utilizado para
descrever aqueles que infectam procariontes (domínios bacteria e archaea).

Tipicamente, estas partículas carregam uma pequena quantidade de ácido nucléico (seja
DNA ou RNA, ja se há conhecimento hoje de vírus que possuem os dois) sempre envolto
por uma cápsula protéica denominada capsídeo. As proteínas que compõe o capsídeo são
específicas para cada tipo de vírus. O capsídeo mais o ácido nucléico que ele envolve são
denominados nucleocapsídeo. Alguns vírus são formados apenas pelo núcleo capsídeo,
outros no entanto, possuem um envoltório ou envelope externo ao nucleocapsídeo. Esses
vírus são denominados vírus encapsulados ou envelopados.




                                  Esquema do Vírus HIV
Ilustração do vírus HIV mostrando as proteínas do capsídeo responsáveis pela aderencia na
                                   célula hospedeira.

O envelope consiste principalmente em duas camadas de lipídios derivadas da membrana
plasmática da célula hospedeira e em moléculas de proteínas virais, específicas para cada
tipo de vírus, imersas nas camadas de lipídios.

São as moléculas de proteínas virais que determinam qual tipo de célula o vírus irá infectar.
Geralmente, o grupo de células que um tipo de vírus infecta é bastante restrito. Existem
vírus que infectam apenas bactérias, denominadas bacterófagos, os que infectam apenas
fungos, denominados micófagos; os que infectam as plantas e os que infectam os animais,
denominados, respectivamente, vírus de plantas e vírus de animais.

Os vírus não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua
multiplicação. Alguns vírus possuem enzimas. Por exemplo o HIV tem a enzima
Transcriptase reversa que faz com que o processo de Transcrição reversa seja realizado
(formação de DNA a partir do RNA viral). Esse processo de se formar DNA a partir de
RNA viral é denominado retrotranscrição, o que deu o nome retrovírus aos vírus que
realizam esse processo. Os outros vírus que possuem DNA fazem o processo de transcrição
(passagem da linguagem de DNA para RNA) e só depois a tradução. Estes últimos vírus
são designados de adenovírus.

Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios: a falta de hialoplasma e ribossomos impede
que eles tenham metabolismo próprio. Assim, para executar o seu ciclo de vida, o vírus
precisa de um ambiente que tenha esses componentes. Esse ambiente precisa ser o interior
de uma célula que, contendo ribossomos e outras substâncias, efetuará a síntese das
proteínas dos vírus e, simultaneamente, permitirá que ocorrra a multiplicação do material
genetico viral.
Em muitos casos os vírus modificam o metabolismo da célula que parasitam, podendo
provocar a sua degeneração e morte. Para isso, é preciso que o vírus inicialmente entre na
célula: muitas vezes ele adere à parede da célula e "injeta" o seu material genético ou então
entra na célula por englobamento - por um processo que lembra a fagocitose, a célula
"engole" o vírus e o introduz no seu interior.



Virus seres vivos ou não?

Vírus não têm qualquer atividade metabólica quando fora da célula hospedeira: eles não
podem captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer atividade biossintética. Eles
obviamente se reproduzem, mas diferentemente de células, que crescem, duplicam seu
conteúdo para então dividir-se em duas células filhas, os vírus replicam-se através de uma
estratégia completamente diferente: eles invadem células, o que causa a dissociação dos
componentes da partícula viral; esses componentes então interagem com o aparato
metabólico da célula hospedeira, subvertendo o metabolismo celular para a produção de
mais vírus. Há grande debate na comunidade científica sobre se os vírus devem ser
considerados seres vivos ou não, e esse debate e primariamente um resultado de diferentes
percepções sobre o que vem a ser vida, em outras palavras, a definição de vida. Aqueles
que defendem a idéia que os vírus não são vivos argumentam que organismos vivos devem
possuir características como a habilidade de importar nutrientes e energia do ambiente,
devem ter metabolismo (um conjunto de reações químicas altamente interrelacionadas
através das quais os seres vivos constroem e mantêm seus corpos, crescem e performam
inúmeras outras tarefas, como locomoção, reprodução, etc.); organismos vivos também
fazem parte de uma linhagem continua, sendo necessariamente originados de seres
semelhantes e, através da reprodução, gerar outros seres semelhantes (descendência ou
prole), etc. Os vírus preenchem alguns desses critérios: são parte de linhagens contínuas,
reproduzem-se e evoluem em resposta ao ambiente, através de variabilidade e seleção,
como qualquer ser vivo. Porém, não têm metabolismo próprio, por isso deveriam ser
considerados "partículas infecciosas", ao invés de seres vivos propriamente ditos. Muitos,
porém, não concordam com essa perspectiva, e argumentam que uma vez que os vírus são
capazes de reproduzir-se, são organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico
da célula hospedeira, mas até ai todos os seres vivos dependem de interações com outros
seres vivos. Outros ainda levam em consideração a presenca massiva de vírus em todos os
reinos do mundo natural, sua origem-aparentemente tão antiga como a própria vida-sua
importância na história natural de todos os outros organismos, etc. Conforme já
mencionado, diferentes conceitos a respeito do que vem a ser vida formam o cerne dessa
discussão. Definir vida tem sido sempre um grande problema, e já que qualquer definição
provavelmente será evasiva ou arbitraria, dificultando assim uma definição exata a respeito
dos vírus.

Doenças humanas virais

No homem, inúmeras doenças são causadas por esses seres acelulares. Praticamente todos
os tecidos e órgãos humanos são afetados por alguma infecção viral. Abaixo você encontra
as viroses mais freqüentes na nossa espécie. Valorize principalmente os mecanismos de
transmissão e de prevenção. Note que a febre amarela e dengue são duas viroses que
envolvem a transmissão por insetos (mosquito da espécie Aedes aegypti). Para a primeira,
existe vacina. Duas viroses relatadas abaixo, AIDS e condiloma acuminado, são doenças
sexualmente trasmissíveis (DSTs). A tabela também relaciona viroses comuns na infância,
rubélola, caxumba, sarampo, poliomelite - para as quais existem vacinas.

Algumas das principais viroses que acometem os seres humanos:

       ResfriadoComum;Caxumba;Raiva;Rubéola;Sarampo;Hepatites;Dengue;Poliomielit
       e;Febre amarela;Varicela ou Catapora; Varíola; Meningite viral;Mononucleose
       Infecciosa;Herpes;Condiloma;AIDS.

Prevenção e tratamento de doenças virais

Devido ao uso da maquinaria das células do hospedeiro, os vírus tornam-se difíceis de
matar. As mais eficientes soluções médicas para as doenças virais são, até agora, as vacinas
para prevenir as infecções, e drogas que tratam os sintomas das infecções virais. Os
pacientes freqüentemente pedem antibióticos, que são inúteis contra os vírus, e seu abuso
contra infecções virais é uma das causas de resistência antibiótica em bactérias. Diz-se, às
vezes, que a ação prudente é começar com um tratamento de antibióticos enquanto espera-
se pelos resultados dos exames para determinar se os sintomas dos pacientes são causados
por uma infecção por vírus ou bactérias.

                                       Reino Monera



O reino monera é formado por bactérias, cianobactérias e arqueobactérias (também
chamadas arqueas), todos seres muito simples, unicelulares e com célula procariótica (sem
núcleo diferenciado). Esses seres microscópios são geralmente menores do que 8
micrômetros ( 1µm = 0,001 mm).

As bactérias (do grego bakteria: 'bastão') são encontrados em todos os ecossistemas da
Terra e são de grande importância para a saúde, para o ambiente e a economia. As bactérias
são encontradas em qualquer tipo de meio: mar, água doce, solo, ar e, inclusive, no interior
de muitos seres vivos.

Exemplos da importância das bactérias:

   •   na decomposição de matéria orgânica morta. Esse processo é efetuado tanto
       aeróbia, quanto anaerobiamente;
   •   agentes que provocam doença no homem;
   •   em processos industriais, como por exemplo, os lactobacilos, utilizados na
       indústria de transformação do leite em coalhada;
   •   no ciclo do nitrogênio, em que atuam em diversas fases, fazendo com que o
       nitrogênio atmosférico possa ser utilizado pelas plantas;
•   em Engenharia Genética e Biotecnologia para a síntese de várias substâncias,
       entre elas a insulina e o hormônio de crescimento.



                                 Estrutura das Bactérias

Bactérias são microorganismos unicelulares, procariotos, podendo viver isoladamente ou
construir agrupamentos coloniais de diversos formatos. A célula bacterianas contém os
quatro componentes fundamentais a qualquer célula: membrana plasmática, hialoplasma,
ribossomos e cromatina, no caso, uma molécula de DNA circular, que constitui o único
cromossomo bacteriano.

A região ocupada pelo cromossomo bacteriano costuma ser denominada nucleóide.
Externamente à membrana plasmática existe uma parede celular (membrana esquelética, de
composição química específica de bactérias).

É comum existirem plasmídios - moléculas de DNA não ligada ao cromossomo bacteriano
- espalhados pelo hialoplasma. Plasmídios costumam conter genes para resistência a
antibióticos.




                        A Diversidade Metabólica das Bactérias
Se há um grupo de seres que apresenta grande diversidade metabólica, certamente é o das
bactérias. Existem espécies heterótrofas e espécies autótrofas. Dentre as primeiras,
destacam-se as parasitas, as decompositoras de matéria orgânica e as que obtêm matéria
orgânica de outros seres vivos, com os quais se associam sem prejudicá-los. Dentre as
autótrofas, existem espécies que produzem matéria orgânica por fotossíntese e outras que
produzem por quimiossíntese.



                                As bactérias Heterótrofas

As bactérias parasitas são as que, por meio de inúmeros mecanismos, agridem outros
seres vivos para a obtenção de alimento orgânico e causam inúmeras doenças. As
decompositoras (frequentemente denominadas saprófitas, saprofíticas ou saprofágicas)
obtêm o alimento orgânico recorrendo à decomposição da matéria orgânica morta e são
importantes na reciclagem dos nutrientes minerais na biosfera.

As que são associadas as outros seres vivos são denominadas de simbiontes, e não agridem
os parceiros. É o caso das bactérias encontradas no estômago dos ruminantes (bois, cabras),
que se nutrem da celulose ingerida por esses animais, fornecendo, em troca, aminoácidos
essenciais para o metabolismo protéico do mesmo.

Muitas bactérias heterótrofas são anaeróbias obrigatórias, como o bacilo do tétano. São
bactérias que morrem na presença de oxigênio. Nesse caso a energia dos compostos
orgânicos é obtida por meio de fermentação. As anaeróbicas facultativas, por outro lado,
vivem tanto na presença como na ausência de oxigênio.

Outras espécies só sobrevivem em presença de oxigênio - são as aeróbias obrigatórias. Um
curioso grupo de bactérias é o que realiza a respiração aeróbia. Nessa modalidade de
metabolismo energético existem todas as etapas típicas da respiração celular. Muda apenas
o aceptor final de elétrons na cadeia respiratória. No lugar do oxigênio, essas bactérias
utilizam nitrato, nitrito ou sulfato, obtendo no final, praticamente o mesmo rendimento
energético verificado na respiração celular aeróbia. É o que ocorre com as bactérias
desnitrificantes que participam do ciclo do nitrogênio na natureza. Nelas o aceptor final de
elétrons é o nitrato.



                                   Bactérias Autótrofas



                                    Fotossintetizantes
Nas bactérias que realizam fotossíntese, a captação da energia solar fica a cargo de uma
clorofila conhecida como bacterioclorofila. A partir da utilização de substâncias simples do
meio, ocorre a síntese do combustível biológico. De maneira geral, não há liberação de
oxigênio. Como exemplo, podemos citar as bactérias sulforosas do gênero Chlorobium, que
efetuam esse processo com a utilização de H2S e CO2, segundo a equação:

          2H2S + CO2 + luz ------bacterioclorofila------------> (CH2) + 2S + H20



Note que é o gás sulfídrico, e não a água, que atua como fornecedor dos hidrogênios que
servirão para a redução do gás carbônico. Não há a liberação de oxigênio. O enxofre
permanece no interior das células bacterianas sendo, posteriormente eliminado para o meio
em que vivem esses microorganismos, em geral fontes sulfurosas. Nesse processo, CH2O
representa a matéria orgânica produzida.



                                      Quimiossíntese

A quimiossíntese é uma reação que produz energia química, convertida da energia de
ligação dos compostos inorgânicos oxidados. Sendo a energia química liberada, empregada
na produção de compostos orgânicos e gás oxigênio (O2), a partir da reação entre o dióxido
de carbono (CO2) e água molecular (H2O), conforme demonstrado abaixo:

- Primeira etapa

    Composto Inorgânico + O2 → Compostos Inorgânicos oxidados + Energia Química

- Segunda etapa

              CO2 + H2O + Energia Química → Compostos Orgânicos + O2



Esse processo autotrófico de síntese de compostos orgânicos ocorre na ausência de energia
      solar. É um recurso normalmente utilizado por algumas espécies de bactérias e
  arqueobactérias (bactérias com características primitivas ainda vigentes), recebendo a
 denominação segundo os compostos inorgânicos reagentes, podendo ser: ferrobactérias e
      nitrobactérias ou nitrificantes (nitrossomonas e nitrobacter, gênero de bactérias
                                    quimiossíntetizantes).

                                Reprodução das Bactérias
A reprodução mais comum nas bactérias
é assexuada por bipartição ou
cissiparidade. Ocorre a duplicação do
DNA bacteriano e uma posterior divisão
em duas células. As bactérias
multiplicam-se por este processo muito
rapidamente quando dispõem de
condições favoráveis (duplica em 20
minutos).

A separação dos cromossomos irmãos
conta com a participação dos
mesossomos, pregas internas da
membrana plasmática nas quais existem
também as enzimas participantes da
maior parte da respiração celular.

Repare que não existe a formação do fuso de divisão e nem de figuras clássicas e típicas da
mitose. Logo, não é mitose.




                                        Esporulação

Algumas espécies de bactérias originam, sob certas condições ambientais, estruturas
resistentes denominadas esporos. A célula que origina o esporo se desidrata, forma uma
parede grossa e sua atividade metabólica torna-se muito reduzida. Certos esporos são
capazes de se manter em estado de dormência por dezenas de anos. Ao encontrar um
ambiente adequado, o esporo se reidrata e origina uma bactéria ativa, que passa a se
reproduzir por divisão binária.
Os esporos são muito resistentes ao calor e, em geral, não morrem quando expostos à água
em ebulição. Por isso os laboratórios, que necessitam trabalhar em condições de absoluta
assepsia, costumam usar um processo especial, denominado autoclavagem, para esterilizar
líquidos e utensílios. O aparelho onde é feita a esterilização, a autoclave, utiliza vapor de
água a temperaturas da ordem de 120ºC, sob uma pressão que é o dobro da atmosférica.
Após 1 hora nessas condições, mesmo os esporos mais resistentes morrem.

A indústria de enlatados toma medidas rigorosas na esterilização dos alimentos para
eliminar os esporos da bactéria Clostridium botulinum. Essa bactéria produz o botulismo,
infecção frequentemente fatal.



                                   Reprodução sexuada

Para as bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de transferência de
fragmentos de DNA de uma célula para outra. Depois de transferido, o DNA da bactéria
doadora se recombina com o da receptora, produzindo cromossomos com novas misturas
de genes. Esses cromossomos recombinados serão transmitidos às células-filhas quando a
bactéria se dividir.

A transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer de três maneiras: por
transformação, transdução e por conjugação.



                                       Transformação

Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio e são
incorporados à cromatina. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de bactérias
mortas. Esse processo ocorre espontaneamente na natureza.

Os cientistas têm utilizado a transformação como uma técnica de Engenharia Genética,
para introduzir genes de diferentes espécies em células bacterianas.
Transdução

Na transdução, moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus
como vetores (bactériófagos). Estes, ao se montar dentro das bactérias, podem
eventualmente incluir pedaços de DNA da bactéria que lhes serviu de hospedeira. Ao
infectar outra bactéria, o vírus que leva o DNA bacteriano o transfere junto com o
seu. Se a bactéria sobreviver à infecção viral, pode passar a incluir os genes de outra
bactéria em seu genoma.




                                       Conjugação

Na conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam diretamente de uma bactéria doadora,
o "macho", para uma receptora, a "fêmea". Isso acontece através de microscópicos tubos
protéicos, chamados pili, que as bactérias "macho" possuem em sua superfície.

O fragmento de DNA transferido se recombina com o cromossomo da bactéria "fêmea",
produzindo novas misturas genéticas, que serão transmitidas às células-filhas na próxima
divisão celular.
Conjugação bacterian mostrando o pili sexual.




                           Doenças provocadas por bactérias



                                  Bactérias patogênicas

As bactérias patogênicas são aquelas que causam doenças, como a tuberculose e a lepra,
além de outras que você estudará a seguir.

Os antibióticos são medicamentos utilizados no combate às doenças causadas por
bactérias; porém, o seu uso não deve ser indiscriminado, isto é, sem receita médica ou por
períodos de tempo incorreto. Isso acaba por selecionar e favorecer linhagens de bactérias
resistentes, dificultando a cura de várias infecções.

A seguir, as principais doenças causadas por bactérias ao ser humano:

Tuberculose-Hanseníase-Cólera-Tétano-Meningite –Difteria-Leptospirose-Coqueluche-
Sífilis-Gonorréia



                                       Reino Protista



A complexidade da célula eucariótica de um protozoário é tão grande, que ela - sozinha -
executa todas as funções que tecidos, órgãos e sistemas realizam em um ser pluricelular
complexo. Locomoção, respiração, excreção, controle hídrico, reprodução e relacionamento
com o ambiente, tudo é executado por uma única célula, que conta com algumas estruturas
capazes de realizar alguns desses papéis específicos, como em um organismo pluricelular.

Segundo a classificação dos seres vivos em cinco reinos (Whittaker – 1969), um deles, o
dos Protistas, agrupa organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos e heterótrofos.
Neste reino se colocam as algas inferiores: euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e
crisófitas (diatomáceas), que são protistas autótrofos (fotossintetizantes). Os protozoários
são protistas heterótrofos.



                                          A célula



A célula de um protista é semelhante às
células de animais e plantas, mas há
particularidades. Os plastos das algas
são diferentes dos das plantas quanto à
sua organização interna de membranas
fotossintéticas.

Ocorrem cílios e flagelos para a
locomoção. A célula do protozoário tem
uma membrana simples ou reforçada
por capas externas protéicas ou, ainda,
por carapaças minerais, como certas
amebas (tecamebas).
Os radiolários e heliozoários possuem
um esqueleto intracelular composto
de sílica.




Os foraminíferos são dotados de carapaças externas feitas de carbonato de cálcio. As
algas diatomáceas possuem carapaças silicosas.

Os protistas podem ainda ter adaptações de forma e estrutura de acordo com o seu modo de
vida: parasita, ou de vida livre.

O citoplasma está diferenciado em duas zonas, uma externa, hialina, o ectoplasma, e outra
interna, granular, o endoplasma. Nesta, existem vacúolos digestivos e inclusões.



                                         Origem

                                Os protozoários constituem um grupo de eucariontes com
                                cerca de 20 mil espécies. É um grupo diversificado,
                                heterogêneo, que evoluiu a partir de algas unicelulares. Em
                                alguns casos essa origem torna-se bem clara, como por
                                exemplo no grupo de flagelados. Há registro fóssil de
                                protozoários com carapaças (foraminíferos), que viveram há
                                mais de 1,5 bilhão de anos, na

                                Era Proterozóica. Grandes extensões do fundo dos mares
                                apresentam espessas camadas de depósitos de carapaças de
                                certas espécies de radiolários e foraminíferos. São as
                                chamadas vasas.

                                Ao lado: Microscopia eletrônica da carapaça presente
                                externamente à célula de uma espécie de radiolário.



                                         Habitat
Os protozoários são, na grande maioria, aquáticos, vivendo nos mares, rios, tanques,
aquários, poças, lodo e terra úmida. Há espécies mutualísticas e muitas são parasitas de
invertebrados e vertebrados. Eles são organismos microscópicos, mas há espécies de 2 a 3
mm. Alguns formam colônias livres ou sésseis.

Fazem parte do plâncton (conjunto de seres que vivem em suspensão na água dos rios,
lagos e oceanos, carregados passivamente pelas ondas e correntes). No plâncton
distinguem-se dois grupos de organismos:

   •   fitoplâncton: organismos produtores (fotossintetizadores), representados
       principalmente por dinoflagelados e diatomáceas, constituem a base de sustentação
       da cadeia alimentar nos mares e lagos . São responsáveis por mais de 90% da
       fotossíntese no planeta.
   •   zooplâncton: organismos consumidores, isto é, heterótrofos, representados
       principalmente por protozoários, pequenos crustáceos e larvas de muitos
       invertebrados e de peixes.



                                        Classificação

A classificação dos protozoários baseia-se fundamentalmente nos tipos de reprodução e de
organelas locomotoras.

A locomoção se faz por batimento ciliar, flagelar, por emissão de pseudópodos e até por
simples deslizamento de todo o corpo celular. Em alguns ciliados há, no lugar do
citoplasma, filamentos contráteis, os mionemas. Os pseudópodos, embora sendo expansões
variáveis do citoplasma, podem se apresentar sob diferentes formas.

Na tendência moderna, os protozoários estão incluídos no Reino Protista, subdivididos em
quatro filos:



                                 Rizópodes ou Sacorníceos

São amebas (“nus”); radiolários e foraminíferos (têm carapaças com formas bastante
vistosas, feitas de calcário ou de sílica - importantes indicadores da existência de jazidas de
petróleo)

São marinhos, de água doce ou parasitas (Entamoeba histolytica). Têm um ou mais
núcleos, vacúolos digestivos e vacúolos contráteis (apenas nos de água doce).

Os Rizópodes caracterizam-se por apresentarem pseudópodes como estrutura de
locomoção e captura de alimentos. São projeções da célula, que se deforma toda, que
encaminham a ameba para várias direções. O mecanismo que leva à formação dos
pseudópodes está hoje razoavelmente esclarecido: na região de formação de uma dessas
projeções, a parte viscosa do citoplasma se torna fluida, permitindo que o restante da célula
flua nessa direção. Vários pseudópodos podem ser formados ao mesmo tempo,
modificando constantemente a forma da ameba. Os pseudópodos, na ameba, não servem
apenas para a locomoção. Também são utilizados para a captura de alimento: pequenas
algas, bactérias, partículas soltas na água etc. Eles rodeiam o alimento e o englobam.

O vacúolo alimentar formado (também chamado de fagossomo) une-se a lisossomo e se
transforma em vacúolo digestivo. Inicia-se a digestão, a partir de enzimas lisossômicas que
atuam em meio ácido. Progressivamente, o conteúdo do vacúolo digestivo torna-se alcalino,
até completar-se a digestão. As partículas digeridas atravessam a membrana do vacúolo,
espalham-se pelo citoplasma e vão participar do metabolismo celular. Partículas residuais
são expelidas da célula pela fusão da parede do vacúolo com a superfície da célula, em um
processo inverso ao da fagocitose.

As amebas de vida livre que vivem em água doce apresentam vacúolo contrátil ou pulsátil
para osmorregulação, eliminando o excesso de água que vai entrando no seu citoplasma
(hipertônico), vindo do ambiente mais diluído (hipotônico).




                               Microscopia de um risópode.



Em condições desfavoráveis, por exemplo sujeita à desidratação, a Entamoeba produz
formas de resistência, os cistos, com quatro núcleos no seu interior (partição múltipla).

A reprodução assexuada é por bipartição simples ou cissiparidade (mecanismo
semelhante a mitose).

Dentre as amebas é importante a Entamoeba histolytica, que parasita o intestino humano,
causando a disenteria amebiana ou amebíase.



                                        Reino Fungi
Os fungos são popularmente conhecidos por bolores, mofos, fermentos, levedos, orelhas-
de-pau, trufas e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso,
formado por cerca de 200.000 espécies espalhadas por praticamente qualquer tipo de
ambiente.



                             Os Fungos e sua Importância



                                      Ecológica

Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem viver como saprófagos,
quando obtêm seus alimentos decompondo organismos mortos; como parasitas, quando se
alimentam de substâncias que retiram dos organismos vivos nos quais se instalam,
prejudicando-o ou podendo estabelecer associações mutualísticas com outros organismos,
em que ambos se beneficiam. Além desses modos mais comuns de vida, existem alguns
grupos de fungos considerados predadores que capturam pequenos animais e deles se
alimentam.

Em todos os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para fora de seus
corpos. Essas enzimas atuam imediatamente no meio orgânico no qual eles se instalam,
degradando-o à moléculas simples, que são absorvidas pelo fungo como uma solução
aquosa.

                         Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte da
                         degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de
                         nutrientes. Juntamente com as bactérias saprófagas, eles
                         compõem o grupos dos organismos decompositores, de grande
                         importância ecológica. No processo da decomposição, a matéria
                         orgânica contida em organismos mortos é devolvida ao ambiente,
                         podendo ser novamente utilizada por outros organismos.

                         Apesar desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são
                         responsáveis pelo apodrecimento de alimentos, de madeira
 Fungos apodrecendo o    utilizada em diferentes tipos de construções de tecidos,
      morango.           provocando sérios prejuízos econômicos. Os fungos parasitas
                         provocam doenças em plantas e em animais, inclusive no homem.
A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose provocada por fungo; as
pequenas manchas negras, indicando necrose em folhas, como a da soja, ilustrada a seguir,
são devidas ao ataque por fungos.




                     Folha da soja com sintomas da ferrugem asiática.



Em muitos casos os fungos parasitas das plantas possuem hifas especializadas - haustórios -
que penetram nas células do hospedeiro usando os estomas como porta de entrada para a
estrutura vegetal. Das células da planta captam açúcares para a sua alimentação.

Dentre os fungos mutualísticos, existem os que vivem associados a raízes de plantas
formando as micorrizas (mico= fungo; rizas = raízes). Nesses casos os fungos degradam
materiais do solo, absorvem esses materiais degradados e os transferem à planta,
propiciando-lhe um crescimento sadio. A planta, por sua vez, cede ao fungo certos açucares
e aminoácidos de que ele necessita para viver.
Algumas plantas que formam as micorrizas naturalmente são o tomateiro, o morangueiro, a
macieira e as gramínias em geral.

As micorrizas são muito freqüentes também em plantas típicas de ambientes com solo
pobre de nutrientes minerais, como os cerrados, no território brasileiro. Nesses casos, elas
representam um fator importânte de adaptação, melhorando as condições de nutrição da
planta.

Certos grupos de fungos podem estabelecer associações mutualísticas com cianobactérias
ou com algas verdes, dando origem a organismos denominados líquens. Estes serão
discutidos posteriormente.



                                         Econômica

Muito fungos são aeróbios, isto é, realizam a respiração, mas alguns são anaeróbios e
realizam a fermentação.

                                   Destes últimos, alguns são utilizados no processo de
                                   fabricação de bebidas alcoólicas, como a cerveja e o
                                   vinho, e no processo de preparação do pão. Nesses
                                   processos, o fungo utilizado pertence à espécie
                                   Saccharomyces cerevisiae, capaz de transformar o açucar
                                   em alcool etílico e CO2 (fermentação alcoólica), na
                                   ausência de O2. Na presença de O2 realizam a respiração.
                                   Eles são, por isso, chamados de anaeróbios facultativos.
Na fabricação de bebidas alcoólicas o importante é o
                               alcool produzido na fermentação, enquanto, na
                               preparação do pão, é o CO2. Neste último caso, o CO2
         Camembert             que vai sendo formado se acumula no interior da massa,
                               originando pequenas bolhas que tornam o pão poroso e
                               mais leve.

                               O aprisionamento do CO2 na massa só é possivel devido
                               ao alto teor de glúten na farinha de trigo, que dá a "liga"
                               do pão. Pães feitos com farinhas pobres em glúten não
                               crescem tanto quanto os feitos com farinha rica em
                               glúten.

                               Imediatamente antes de ser assado, o teor alcoólico do
                               pão chega a 0,5%; ao assar, esse álcool evapora, dando
                               ao pão um aroma agradável.

                               Alguns fungos são utilizados na indústria de laticínios,
                               como é o caso do Penicillium camemberti e do
          Roquefort
                               Penicillium roqueforte, empregados na fabricação dos
                               queijos Camembert e Roquefort, respectivamente.



Algumas espécies de fungos são utilizadas diretamente como alimento pelo homem. É o
caso da Morchella e da espécie Agaricus brunnescens, o popular cogumelo ou champignon,
uma das mais amplamente cultivadas no mundo.




                                     Morchella
Agaricus



                              Doenças Causadas por Fungos



                                          As micoses que aparecem comumente nos homens
                                          são doenças provocadas por fungos. As mais
                                          comuns ocorrem na pele, podendo-se manifestar
                                          em qualquer parte da superfície do corpo.

                                          São comuns as micoses do couro cabeludo e da
                                          barba (ptiríase), das unhas e as que causam as
                                          frieiras (pé-de-atleta).

                                          As micoses podem afetar também as mucosas
                                          como a da boca. É o caso so sapinho, muito
                                          comum em crianças. Essa doença se manifesta por
                                          multiplos pontos brancos na mucosa.
     Micose em couro cabeludo
                                          Existem, também, fungos que parasitam o interior
                                          do organismo, como é o caso do fungo causador
                                          da histoplasmose, doença grave que ataca os
                                          pulmões.



                                    Fungos Unicelulares

À primeira vista, parece que todo o fungo é macroscópico. Existem, porém, fungos
microscópicos, unicelulares. Entre estes, pode ser citado o Saccharomyces cerevisiae.
Esse fungo é utilizado para a fabricação de pão, cachaça, cerveja etc., graças à fermentação
que ele realiza.
Saccharomyces: fungos unicelulares. Note que os pequenos brotos são novos indivíduos
                 que estão sendo formados por reproduçãoo assexuada.



                                   Fungos Pluricelulares

Os fungos pluricelulares possuem uma
característica morfológica que os diferencia dos
demais seres vivos. Seu corpo é constituído por
dois componentes: o corpo de frutificação é
responsável pela reprodução do fungo, por meio
de células reprodutoras especiais, os esporos, e o
micélio é constituído por uma trama de
filamentos, onde cada filamento é chamado de
hifa.

Na maioria dos fungos, a parede celular é
complexa e constituída de quitina, a mesma
substância encontrada no esqueleto dos
artrópodes.

O carboidrato de reserva energética da maioria
dos fungos é o glicogênio, do mesmo modo que
acontece com os animais.



                 Tipos de Hifas

Dependendo do grupo de fungos, as hifas podem
apresentar diferentes tipos de organização. Nas
hifas cenocíticas, presentes em fungos simples, o
fio é contínuo e o citoplasma contém numerosos
núcleos nele inserido.

Fungos mais complexos, possuem hifas septadas, isto é, há paredes divisórias (septos) que
separam o filamento internamente em segmentos mais ou menos parecidos. Em cada septo
há poros que permitem o livre trânsito de material citoplasmático de um compartimento a
outro.




Tipos de hifas- Pelos poros das hifas septadas ocorre trânsito de citoplasma e de núcleos de
               uma célula para outra. Nos fungos, os núcleos são haplóides.



                                  Reprodução nos fungos

Reprodução Assexuada



                 Fragmentação

A maneira mais simples de um fungo filamentoso
se reproduzir assexuadamente é por fragmentação:
um micélio se fragmenta originando novos
micélios.


                   Brotamento                         Laranja contaminada com Penicillium
                                                               sp , vista a olho nú.
Leveduras como Saccharomyces cerevisae se
reproduzem por brotamento ou gemulação. Os
brotos (gêmulas) normalmente se separam do
genitor mas, eventualmente, podem permanecer
grudados, formando cadeias de células.


                   Esporulação

Nos fungos terrestres, os corpos de frutificação
produzem, por mitose, células abundantes, leves,
que são espalhadas pelo meio. Cada células dessas,
um esporo conhecido como conidiósporo (do grego,
kónis = poeira), ao cair em um material apropriado,
é capaz de gerar sozinha um novo mofo, bolor etc.

Para a produção desse tipo de esporo a ponta de
uma hifa destaca-se do substrato e, repentinamente,
produz centenas de conidiósporos, que permanem
unidos até serem liberados. É o que acontece com o
fungo penicillium, que assim foi chamado devido
ao fato de a estrutura produtora de esporos - o
conídio - se assemelhar a um pincel.

Ao lado- Micografia eletrônica de varredura
mostrando o corpo de frutificação do Penicillium
sp. frequente bolor encontrado em frutas. Os
pequenos e leves esporos esféricos (conidiósporos)
brotam de conídios que surgem na extremidade de
uma hifa especializada, o conidióforo.

Em certos fungos aquáticos, os esporos são dotados de flagelos, uma adaptação à dispersão
em meio líquido. Por serem móveis e nadarem ativamente, esses esporos são chamados
zoósporos.




  Pesquise sobre as seguintes viroses e bacterioses:
  (viroses)ResfriadoComum;Caxumba;Raiva;Rubéola;Sarampo;Hepatites;Dengue;Poliomielite;
  Febre amarela;Varicela ou Catapora; Varíola; Meningite viral;Mononucleose
  Infecciosa;Herpes;Condiloma;AIDS.

  (bacterioses) Tuberculose-Hanseníase-Cólera-Tétano-Meningite –Difteria-Leptospirose-
  Coqueluche-Sífilis-Gonorréia
3ºANO DO ENSINO MÉDIO

Genética

Desde os tempos mais remotos o homem tomou consciência da importância do macho e da
fêmea na geração de seres da mesma espécie, e que características como altura, cor da pele
etc. eram transmitidas dos pais para os descendentes. Assim, com certeza, uma cadela
quando cruzar com um cão, irá originar um filhote com características de um cão e nunca
de um gato. Mas porque?

Mendel, o iniciador da genética

Gregor Mendel nasceu em 1822, em Heinzendorf, na Áustria. Era filho de pequenos
fazendeiros e, apesar de bom aluno, teve de superar dificuldades financeiras para conseguir
estudar. Em 1843, ingressou como noviço no mosteiro de agostiniano da cidade de Brünn,
hoje Brno, na atual República Tcheca.

Após ter sido ordenado monge, em 1847, Mendel ingressou na Universidade de Viena,
onde estudou matemática e ciências por dois anos. Ele queria ser professor de ciências
naturais, mas foi mal sucedido nos exames.

De volta a Brünn, onde passou o resto da vida. Mendel continuou interessado em ciências.
Fez estudos meteorológicos, estudou a vida das abelhas e cultivou plantas, tendo produzido
novas variedades de maças e peras. Entre 1856 e 1865, realizou uma série de experimentos
com ervilhas, com o objetivo de entender como as características hereditárias eram
transmitidas de pais para filhos.

Em 8 de março de 1865, Mendel apresentou um trabalho à Sociedade de História Natural
de Brünn, no qual enunciava as suas leis de hereditariedade, deduzidas das experiências
com as ervilhas. Publicado em 1866, com data de 1865, esse trabalho permaneu
praticamente desconhecido do mundo científico até o início do século XX. Pelo que se
sabe, poucos leram a publicação, e os que leram não conseguiram compreender sua enorme
importância para a Biologia. As leis de Mendel foram redescobertas apenas em 1900, por
três pesquisadores que trabalhavam independentemente.




Mendel morreu em Brünn, em 1884. Os últimos anos de sua vida foram amargos e cheios
de desapontamento. Os trabalhos administrativos do mosteiro o impediam de se dedicar
exclusivamente à ciência, e o monge se sentia frustrado por não ter obtido qualquer
reconhecimento público pela sua importante descoberta. Hoje Mendel é tido como uma das
figuras mais importantes no mundo científico, sendo considerado o “pai” da Genética. No
mosteiro onde viveu existe um monumento em sua homenagem, e os jardins onde foram
realizados os célebres experimentos com ervilhas até hoje são conservados.

Os experimentos de Mendel

A escolha da planta

A ervilha é uma planta herbácea leguminosa que pertence ao mesmo grupo do feijão e da
soja. Na reprodução, surgem vagens contendo sementes, as ervilhas. Sua escolha como
material de experiência não foi casual: uma planta fácil de cultivar, de ciclo reprodutivo
curto e que produz muitas sementes. Desde os tempos de Mendel existiam muitas
variedades disponíveis, dotadas de características de fácil comparação. Por exemplo, a
variedade que flores púrpuras podia ser comparada com a que produzia flores brancas; a
que produzia sementes lisas poderia ser comparada cm a que produzia sementes rugosas, e
assim por diante. Outra vantagem dessas plantas é que estame e pistilo, os componentes
envolvidos na reprodução sexuada do vegetal, ficam encerrados no interior da mesma flor,
protegidas pelas pétalas. Isso favorece a autopolinização e, por extensão, a autofecundação,
formando descendentes com as mesmas características das plantas genitoras.
A partir da autopolinização, Mendel produziu e separou diversas linhagens puras de
ervilhas para as características que ele pretendia estudar. Por exemplo, para cor de flor,
plantas de flores de cor de púrpura sempre produziam como descendentes plantas de flores
púrpuras, o mesmo ocorrendo com o cruzamento de plantas cujas flores eram brancas.
Mendel estudou sete características nas plantas de ervilhas: cor da flor, posição da flor no
caule, cor da semente, aspecto externo da semente, forma da vagem, cor da vagem e altura
da planta.

Os cruzamentos

Depois de obter linhagens puras, Mendel efetuou um cruzamento diferente. Cortou os
estames de uma flor proveniente de semente verde e depois depositou, nos estigmas dessa
flor, pólen de uma planta proveniente de semente amarela. Efetuou, então, artificialmente,
uma polinização cruzada: pólen de uma planta que produzia apenas semente amarela foi
depositado no estigma de outra planta que só produzia semente verde, ou seja, cruzou duas
plantas puras entre si. Essas duas plantas foram consideradas como a geração parental (P),
isto é, a dos genitores.

Após repetir o mesmo procedimento diversas vezes, Mendel verificou que todas as
sementes originadas desses cruzamentos eram amarelas – a cor verde havia aparentemente
“desaparecido” nos descendentes híbridos (resultantes do cruzamento das plantas), que
Mendel chamou de F1 (primeira geração filial). Concluiu, então, que a cor amarela
“dominava” a cor verde. Chamou o caráter cor amarela da semente de dominante e o
verde de recessivo .
A seguir, Mendel fez germinar as sementes obtidas em F1 até surgirem as plantas e as
flores. Deixou que se autofertilizassem e aí houve a surpresa: a cor verde das sementes
reapareceu na F2 (segunda geração filial), só eu em proporção menor que as de cor amarela:
surgiram 6.022 sementes amarelas para 2.001 verdes, o que conduzia a proporção 3:1.
Concluiu que na verdade, a cor verde das sementes não havia “desaparecido” nas sementes
da geração F1. O que ocorreu é que ela não tinha se manifestado, uma vez que, sendo uma
caráter recessivo, era apenas “dominado” (nas palavras de Mendel) pela cor amarela.
Mendel concluiu que a cor das sementes era determinada por dois fatores, cada um
determinando o surgimento de uma cor, amarela ou verde.

Era necessário definir uma simbologia para representar esses fatores: escolheu a inicial do
caráter recessivo. Assim, a letra v (inicial de verde), minúscula, simbolizava o fator
recessivo. Assim, a letra v (inicial de verde), minúscula, simbolizava o fator recessivo –
para cor verse – e a letra V, maiúscula, o fator dominante – para cor amarela.

      VV                   vv                    Vv
 Semente amarela       Semente verde        Semente amarela
     pura                 pura                 híbrida

Persistia, porém, uma dúvida : como explicar o desaparecimento da cor verde na geração F1
e o seu reaparecimento na geração F2? A resposta surgiu a partir do conhecimento de que
cada um dos fatores se separava durante a formação das células reprodutoras, os gametas:

Dessa forma, podemos entender como o material hereditário passa de uma geração para a
outra. Acompanhe nos esquemas abaixo os procedimentos adorados por Mendel com
relação ao caráter cor da semente em ervilhas.
Resultado: em F2, para cada três sementes amarelas, Mendel obteve uma semente de cor
verde. Repetindo o procedimento para outras seis características estudadas nas plantas de
ervilha, sempre eram obtidos os mesmos resultados em F2, ou seja a proporção de três
expressões dominantes para uma recessiva.

Leis de Mendel

1ª Lei de Mendel: Lei da Segregação dos Fatores

A comprovação da hipótese de dominância e recessividade nos vários experimentos
efetuados por Mendel levou, mais tarde à formulação da sua 1º lei: “Cada característica é
determinada por dois fatores que se separam na formação dos gametas, onde ocorrem
em dose simples”, isto é, para cada gameta masculino ou feminino encaminha-se apenas
um fator.

Mendel não tinha idéia da constituição desses fatores, nem onde se localizavam.

As bases celulares da segregação
A redescoberta dos trabalhos de Mendel, em 1900, trouxe a questão: onde estão os fatores
hereditários e como eles se segregam?

Em 1902, enquanto estudava a formação dos gametas em gafanhotos, o pesquisador norte
americano Walter S. Sutton notou surpreendente semelhança entre o comportamento dos
cromossomos homólogos, que se separavam durante a meiose, e os fatores imaginados por
Mendel. Sutton lançou a hipótese de que os pares de fatores hereditários estavam
localizados em pares de cromossomos homólogos, de tal maneira que a separação dos
homólogos levava à segregação dos fatores.




Hoje sabemos que os fatores a que Mendel se referiu são os genes (do grego genos,
originar, provir), e que realmente estão localizados nos cromossomos, como Sutton havia
proposto. As diferentes formas sob as quais um gene pode se apresentar são denominadas
alelos. A cor amarela e a cor verde da semente de ervilha, por exemplo, são determinadas
por dois alelos, isto é, duas diferentes formas do gene para cor da semente.

Exemplo da primeira lei de Mendel em um animal

Vamos estudar um exemplo da aplicação da primeira lei de Mendel em um animal,
aproveitando para aplicar a terminologia modernamente usada em Genética. A
característica que escolhemos foi a cor da pelagem de cobaias, que pode ser preta ou
branca. De acordo com uma convenção largamente aceita, representaremos por B o alelo
dominante, que condiciona a cor preta, e por b o alelo recessivo, que condiciona a cor
branca.

Uma técnica simples de combinar os gametas produzidos pelos indivíduos de F1 para obter
a constituição genética dos indivíduos de F2 é a montagem do quadrado de Punnet. Este
consiste em um quadro, com número de fileiras e de colunas que correspondem
respectivamente, aos tipos de gametas masculinos e femininos formados no cruzamento. O
quadrado de Punnet para o cruzamento de cobaias heterozigotas é:

                          Gametas maternos
B                 b
                 B        BB                Bb

Gametas paternos         Preto             Preto

                 b        Bb                bb

                         Preto            Branco


Os conceitos de fenótipo e genótipo

Dois conceitos importantes para o desenvolvimento da genética, no começo do século XX,
foram os de fenótipo e genótipo, criados pelo pesquisador dinamarquês Wilhelm L.
Johannsen (1857 – 1912).

Fenótipo

O termo “fenótipo” (do grego pheno, evidente, brilhante, e typos, característico) é
empregado para designar as características apresentadas por um indivíduo, sejam elas
morfológicas, fisiológicas e comportamentais. Também fazem parte do fenótipo
características microscópicas e de natureza bioquímica, que necessitam de testes especiais
para a sua identificação.

Entre as características fenotípicas visíveis, podemos citar a cor de uma flor, a cor dos
olhos de uma pessoa, a textura do cabelo, a cor do pêlo de um animal, etc. Já o tipo
sanguíneo e a seqüência de aminoácidos de uma proteína são características fenotípicas
revelada apenas mediante testes especiais.
O fenótipo de um indivíduo sofre transformações com o passar do tempo. Por exemplo, à
medida que envelhecemos o nosso corpo se modifica. Fatores ambientais também podem
alterar o fenótipo: se ficarmos expostos à luz do sol, nossa pele escurecerá.

Genótipo

O termo “genótipo” (do grego genos, originar, provir, e typos, característica) refere-se à
cosntituição genética do indivíduo, ou seja, aos genes que ele possui. Estamos nos referindo
ao genótipo quando dizemos, por exemplo, que uma planta de ervilha é homozigota
dominante (VV) ou heterozigota (Vv) em relação à cor da semente.

Fenótipo: genótipo e ambiente em interação

O fenótipo resulta da interação do genótipo com o ambiente. Consideremos, por exemplo,
duas pessoas que tenham os mesmos tipos de alelos para pigmentação da pele; se uma delas
toma sol com mais freqüência que a outra, suas tonalidades de pele, fenótipo, são
diferentes.

Um exemplo interessante de interação entre genótipo e ambiente na produção do fenótipo é
a reação dos coelhos da raça himalaia à temperatura. Em temperaturas baixas, os pêlos
crescem pretos e, em temperaturas altas, crescem brancos. A pelagem normal desses
coelhos é branca, menos nas extremidades do corpo (focinho, orelha, rabo e patas), que, por
perderem mais calor e apresentarem temperatura mais baixa, desenvolvem pelagem preta.

Determinando o genótipo
APOSTILA DE DEPENDÊNCIA DE BIOLOGIA
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APOSTILA DE DEPENDÊNCIA DE BIOLOGIA

  • 1. APOSTILA PARA DEPENDÊNCIA BIOLOGIA Esse material está disponível em http://www.sobiologia.com.br/conteudos Profª Kátia Cavalcanti Querido Aluno. A avaliação do estudo de dependência será feita em duas partes: *Prova ( com peso 6.0) *Pesquisa escrita ( com peso 4.0) Prova: Para ter o programa da prova,você deve fazer download e imprimir para ler e estudar os conteúdos específicos de sua série (1º , 2º ou 3º ano do Ensino Médio). Pesquisa: O final do seu conteúdo programático específico. Sugerimos um tema para pesquisa.A pesquisa deve ser entregue em forma de trabalho, como nome completo, número, turma em que está estudando em 2010. Além de introdução, desenvolvimento do tema, conclusão e fonte bibliográfica. OBS.: A pesquisa é opcional, mas sugiro que você a realize pois ela o ajudará na nota final,já que a prova é obrigatória, individual e sem consulta. Para ser aprovado, você precisa alcançar a nota mínima de 5.0 pontos, somando (prova + pesquisa). Bom Estudo. Acredite ,pois você é capaz.
  • 2. 1º ANO DO ENSINO MÉDIO Citologia A fronteira das células No mundo de hoje, é comum pensarmos em um país como sendo uma porção de terra delimitada espacialmente das demais pela presença de uma fronteira. Vamos pensar no caso do Brasil. Estamos rodeados de mar em metade do nosso território e, na outra metade, fazemos fronteira terrestre com outros nove países da America do Sul. Em suas fronteiras, todos os países instalam uma alfândega, que é uma repartição governamental de controle do movimento de entradas e saídas das pessoas e de mercadorias para o exterior ou deles provenientes. Com as células não é diferente. Cada uma delas tem uma “área de fronteira”, representada pela membrana plasmática e, nesta área, as células também possuem o seu “posto alfandegário”, as proteínas. Assim como nas aduanas das fronteiras entre os países, essas proteínas são as responsáveis pelo reconhecimento de substâncias vindas de dentro ou de fora da célula como, por exemplo, hormônios. O trabalho realizado por uma célula é semelhante ao que acontece em uma fábrica, como a de televisores, por exemplo. Através de portões, dá-se a entrada de diversos tipos de peças destinadas as linhas de montagem. Para a fabricação e a montagem dos aparelhos, são necessários energia e operários habilitados. É preciso, ainda, um setor de embalagem para preparar a expedição do que é produzido e uma diretoria para comandar todo o complexo fabril e manter o relacionamento com o mundo externo. Tudo dentro dos limites representados pelo muro da fábrica. A célula possui setores semelhantes aos de uma fábrica. Um limite celular, representado pela membrana plasmática, separa o conteúdo da célula, o citoplasma, do meio externo. O citoplasma, constituído por organóides e hialoplasma (ou citosol), um material viscoso
  • 3. representa o setor produtivo. Um núcleo contendo o material genético representa “a diretoria” da célula. Os limites da célula viva Uma célula viva é um compartimento microscópico, isolado do ambiente por pelo menos uma barreira: a membrana plasmática. Está é uma película extremamente fina e delicada, que exerce severa “fiscalização” sobre todas as substâncias e partículas que entram e saem da célula. Dada a relativa fragilidade da membrana plasmática, a maioria das células apresenta algum tipo de envoltório que dá proteção e suporte físico à membrana. Entre esses envoltórios destacam-se o glicocálix, presente na maioria das células animais, e a parede celulósica, presente em células de plantas e de algumas algas. Glicocálix Se isolássemos uma célula de nosso corpo, notaríamos que ela esta envolta por uma espécie de malha feita de moléculas de glicídios (carboidratos) frouxamente entrelaçadas. Esta malha protege a célula como uma vestimenta: trata-se do glicocálix (do grego glykys, doce, açúcar, e do latim calyx, casca envoltório).
  • 4. Diversas funções têm sido sugeridas para o glicocálix. Acredita-se que, além de ser uma proteção contra agressões físicas e químicas do ambiente externo, ele funcione como uma malha de retenção de nutrientes e enzimas, mantendo um microambiente adequado ao redor de cada célula. Confere às células a capacidade de se reconhecerem, uma vez que células diferentes têm glicocálix formado por glicídios diferentes e células iguais têm glicocálix formado por glicídios iguais. Parede celulósica As células vegetais possuem um envoltório externo, espesso e relativamente rígido: a parede celulósica, também chamada membrana esquelética celulósica; Paredes celulósicas primárias e secundária Células vegetais jovens apresentam uma parede celulósica fina e flexível, denominada parede primária.
  • 5. A parede primária é elástica, de modo a permitir o crescimento celular. Depois que a célula cresceu e atingiu o tamanho e a forma definitivos, forma-se a parede secundária, mais espessa e rígida. A celulose que constitui a parede secundária é secretada através da membrana plasmática, e se deposita entre esta e a superfície interna da parede primária, na qual adere fortemente. Constituição da parede celulósica
  • 6. A parede das células vegetais é constituída por longas e resistentes microfibrilas do polissacarídeo celulose. As microfibrilas celulósicas se mantém unidas por meio de uma matriz formada por glicoproteínas (proteínas ligadas a açucares), hemicelulose e pectina (polissacarídeos). A estrutura molecular da parede celulósica aplica o mesmo princípio do concreto armado, no qual longas e resistentes varetas de ferro estão mergulhadas em uma argamassa de cimento e pedras. Na parede celular, as microfibrilas de celulose correspondem às varetas de ferro do concreto, enquanto as glicoproteínas e os polissacarídeos da matriz correspondem à argamassa. Membrana celular (ou membrana plasmática ou membrana citoplasmática ou plasmalema) Toda a célula, seja procarionte ou eucarionte, apresenta uma membrana que isola do meio exterior: a membrana plasmática. A membrana plasmática é tão fina (entre 6 a 9 nm) que os mais aperfeiçoados microscópios ópticos não conseguiram torná-la visível. Foi somente após o desenvolvimento da microscopia eletrônica que a membrana plasmática pode ser observada. Nas grandes ampliações obtidas pelo microscópio eletrônico, cortes transversais da membrana aparecem como uma linha mais clara entre duas mais escuras, delimitando o contorno de cada célula. Constituição química da membrana plasmática
  • 7. Estudos com membranas plasmáticas isoladas revelam que seus componentes mais abundantes são fosfolipídios, colesterol e proteínas. É por isso que se costumam dizer que as membranas plasmáticas têm constituição lipoprotéica. A organização molecular da membrana plasmática Uma vez identificados os fosfolipídios e as proteínas como os principais componentes moleculares da membrana, os cientistas passaram a investigar como estas substâncias estavam organizadas. O modelo do mosaico fluído A disposição das moléculas na membrana plasmática foi elucidada recentemente, sendo que os lipídios formam uma camada dupla e contínua, no meio da qual se encaixam moléculas de proteína. A dupla camada de fosfolipídios é fluida, de consistência oleosa, e as proteínas mudam de posição continuamente, como se fossem peças de um mosaico. Esse modelo foi sugerido por dois pesquisadores, Singer e Nicholson, e recebeu o nome de Modelo Mosaico Fluido. Os fosfolipídios têm a função de manter a estrutura da membrana e as proteínas têm diversas funções. As membranas plasmáticas de um eucariócitos contêm quantidades particularmente grande de colesterol. As moléculas de colesterol aumentam as propriedades da barreira da bicamada lipídica e devido a seus rígidos anéis planos de esteróides diminuem a mobilidade e torna a bicamada lipídica menos fluida.
  • 8. Funções das proteínas na membrana plasmática As proteínas da membrana plasmática exercem grandes variedades de funções: atuam preferencialmente nos mecanismos de transporte, organizando verdadeiros túneis que permitem a passagem de substâncias para dentro e para fora da célula, funcionam como receptores de membrana, encarregadas de receber sinais de substâncias que levam alguma mensagem para a célula, favorecem a adesão de células adjacentes em um tecido, servem como ponto de ancoragem para o citoesqueleto. • Proteínas de adesão: em células adjacentes, as proteínas da membrana podem aderir umas às outras. • Proteínas que facilitam o transporte de substâncias entre células. • Proteínas de reconhecimento: determinadas glicoproteínas atuam na membrana como um verdadeiro “selo marcador”, sendo identificadas especificamente por outras células. • Proteínas receptoras de membrana. • Proteínas de transporte: podem desempenhar papel na difusão facilitada, formando um canal por onde passam algumas substâncias, ou no transporte ativo, em que há gasto de energia fornecida pela substância ATP. O ATP (adenosina trifosfato) é uma molécula derivada de nucleotídeo que armazena a energia liberada nos processos bioenergéticos que ocorrem nas células (respiração aeróbia, por exemplo). Toda vez que é necessária energia para a realização de uma atividade celular (transporte ativo, por exemplo) ela é fornecida por moléculas de ATP.
  • 9. Proteínas de ação enzimática: uma ou mais proteínas podem atuar isoladamente como enzima na membrana ou em conjunto, como se fossem parte de uma “linha de montagem” de uma determinada via metabólica. • Proteínas com função de ancoragem para o citoesqueleto. Transporte pela Membrana Plasmática A capacidade de uma membrana de ser atravessada por algumas substâncias e não por outras define sua permeabilidade. Em uma solução, encontram-se o solvente (meio líquido dispersante) e o soluto (partícula dissolvida). Classificam-se as membranas, de acordo com a permeabilidade, em 4 tipos: a) Permeável: permite a passagem do solvente e do soluto; b) Impermeável: não permite a passagem do solvente nem do soluto; c) Semipermeável: permite a passagem do solvente, mas não do soluto; d) Seletivamente permeável: permite a passagem do solvente e de alguns tipos de soluto. Nessa última classificação se enquadra a membrana plasmática. A passagem aleatória de partículas sempre ocorre de um local de maior concentração para outro de concentração menor (a favor do gradiente de concentração). Isso se dá até que a distribuição das partículas seja uniforme. A partir do momento em que o equilíbrio for atingido, as trocas de substâncias entre dois meios tornam-se proporcionais. A passagem de substâncias através das membranas celulares envolve vários mecanismos, entre os quais podemos citar: Transporte passivo Transporte Passivo Ocorre sempre a favor do gradiente, no sentido de igualar as concentrações nas duas faces da membrana. Não envolve gasto de energia. Osmose
  • 10. A água se movimenta livremente através da membrana, sempre do local de menor concentração de soluto para o de maior concentração. A pressão com a qual a água é forçada a atravessar a membrana é conhecida por pressão osmótica. A osmose não é influenciada pela natureza do soluto, mas pelo número de partículas. Quando duas soluções contêm a mesma quantidade de partículas por unidade de volume, mesmo que não sejam do mesmo tipo, exercem a mesma pressão osmótica e são isotônicas. Caso sejam separadas por uma membrana, haverá fluxo de água nos dois sentidos de modo proporcional. Quando se comparam soluções de concentrações diferentes, a que possui mais soluto e, portanto, maior pressão osmótica é chamada hipertônica, e a de menor concentração de soluto e menor pressão osmótica é hipotônica. Separadas por uma membrana, há maior fluxo de água da solução hipotônica para a hipertônica, até que as duas soluções se tornem isotônicas. A osmose pode provocar alterações de volume celular. Uma hemácia humana é isotônica em relação a uma solução de cloreto de sódio a 0,9% (“solução fisiológica”). Caso seja colocada em um meio com maior concentração, perde água e murcha. Se estiver em um meio mais diluído (hipotônico), absorve água por osmose e aumenta de volume, podendo romper (hemólise). Se um paramécio é colocado em um meio hipotônico, absorve água por osmose. O excesso de água é eliminado pelo aumento de freqüência dos batimentos do vacúolo pulsátil (ou contrátil).
  • 11. Protozoários marinhos não possuem vacúolo pulsátil, já que o meio externo é hipertônico. Transporte Passivo Difusão Consiste na passagem das moléculas do soluto, do local de maior para o local de menor concentração, até estabelecer um equilíbrio. É um processo lento, exceto quando o gradiente de concentração for muito elevado ou as distâncias percorridas forem curtas. A passagem de substâncias, através da membrana, se dá em resposta ao gradiente de concentração. Difusão Facilitada Certas substâncias entram na célula a favor do gradiente de concentração e sem gasto energético, mas com uma velocidade maior do que a permitida pela difusão simples. Isto ocorre, por exemplo, com a glicose, com alguns aminoácidos e certas vitaminas. A velocidade da difusão facilitada não é proporcional à concentração da substância. Aumentando-se a concentração, atinge-se um ponto de saturação, a partir do qual a entrada obedece à difusão simples. Isto sugere a existência de uma molécula transportadora chamada permease na
  • 12. membrana. Quando todas as permeases estão sendo utilizadas, a velocidade não pode aumentar. Como alguns solutos diferentes podem competir pela mesma permease, a presença de um dificulta a passagem do outro. A Célula Vegetal em Meio Isotônico Quando está em meio isotônico, a parede celular não oferece resistência à entrada de água, pois não está sendo distendida (PT = zero). Mas, como as concentrações de partículas dentro e fora da célula são iguais, a diferença de pressão de difusão é nula. A célula está flácida. A força de entrada (PO) de água é igual à força de saída (PT) de água da célula. Como DPD = PO – PT DPD = zero A Célula Vegetal em Meio Hipotônico
  • 13. Quando o meio é hipotônico, há diferença de pressão osmótica entre os meios intra e extra- celular. À medida que a célula absorve água, distende a membrana celulósica, que passa a oferecer resistência à entrada de água. Ao mesmo tempo, a entrada de água na célula dilui o suco vacuolar, cuja pressão osmótica diminui. Em certo instante, a pressão de turgescência(PT) se iguala à pressão osmótica(PO), tornando a entrada e a saída de água proporcionais. PO = PT, portanto DPD = PO – PT DPD =zero A célula está túrgida. A Célula Vegetal em Meio Hipertônico Quando a célula está em meio hipertônico, perde água e seu citoplasma se retrai, deslocando a membrana plasmática da parede celular. Como não há deformação da parede celular, ela não exerce pressão de turgescência (PT = zero). Nesse caso: DPD = PO Diz-se que a célula está plasmolisada. Se a célula plasmolisada for colocada em meio
  • 14. hipotônico, absorve água e retorna à situação inicial. O fenômeno inverso à plasmólise chama-se deplasmólise ou desplasmolise. Quando a célula fica exposta ao ar, perde água por evaporação e se retrai. Nesse caso, o retraimento é acompanhado pela parede celular. Retraída, a membrana celulósica não oferece resistência à entrada de água. Pelo contrário, auxilia-a. A célula está dessecada ou murcha. Citosol, Citoplasma ou hialoplasma Os primeiros citologistas acreditavam que o interior da célula viva era preenchido por um fluído homogêneo e viscoso, no qual estava mergulhado o núcleo. Esse fluido recebeu o nome de citoplasma (do grego kytos, célula, e plasma, aquilo que dá forma, que modela). Hoje se sabe que o espaço situado entre a membrana plasmática e o núcleo é bem diferente do que imaginaram aqueles citologistas pioneiros. Além da parte fluida, o citoplasma contém bolsas e canais membranosos e organelas ou orgânulos citoplasmáticos, que desempenham funções específicas no metabolismo da célula eucarionte. O fluido citoplasmático é constituído principalmente por água, proteínas, sais minerais e açucares. No citosol ocorre a maioria das reações químicas vitais, entre elas a fabricação das moléculas que irão constituir as estruturas celulares. É também no citosol que muitas substâncias de reserva das células animais, como as gorduras e o glicogênio, ficam armazenadas.
  • 15. Na periferia do citoplasma, o citosol é mais viscoso, tendo consistência de gelatina mole. Essa região é chamada de ectoplasma (do grego, ectos, fora). Na parte mais central da célula situa-se o endoplasma (do grego, endos, dentro), de consistência mais fluida. Célula Vegetal
  • 16. Como são os organóides? Alguns dos organóides (também chamados de orgânulos ou organelas) do citoplasma são membranosos, isto é, são revestidos por uma membrana lipoprotéica semelhante a membrana plasmática. Estamos nos referindo a retículo endoplasmático, mitocôndrias, sistema golgiense (ou complexo de golgi), lisossomos, peroxissomos, glioxissomos, cloroplastos e vacúolos. Os organóides não membranosos são os ribossomos e os centríolos. O retículo endoplasmático Tipos de retículo O citoplasma das células eucariontes contém inúmeras bolsas e tubos cujas paredes têm uma organização semelhante à da membrana plasmática. Essas estruturas membranosas formam uma complexa rede de canais interligados, conhecida pelo nome de retículo endoplasmático. Pode-se distinguir dois tipos de retículo: rugoso (ou granular) e liso (ou agranular). Retículo endoplasmático rugoso (RER) e liso (REL) O retículo endoplasmático rugoso (RER), também chamado de ergastoplasma, é formado por sacos achatados, cujas membranas têm aspecto verrugoso devido à presença de grânulos – os ribossomos – aderidos à sua superfície externa (voltada para o citosol). Já o retículo endoplasmático liso (REL) é formado por estruturas membranosas tubulares, sem ribossomos aderidos, e, portanto, de superfície lisa.
  • 17. Os dois tipos de retículo estão interligados e a transição entre eles é gradual. Se observarmos o retículo endoplasmático partindo do retículo rugoso em direção ao liso, vemos as bolsas se tornarem menores e a quantidade de ribossomos aderidos diminuir progressivamente, até deixar de existir. Funções do retículo endoplasmático O retículo endoplasmático atua como uma rede de distribuição de substâncias no interior da célula. No líquido existente dentro de suas bolsas e tubos, diversos tipos de substâncias se deslocam sem se misturar com o citosol. Produção de lipídios Uma importante função de retículo endoplasmático liso é a produção de lipídios. A lecitina e o colesterol, por exemplo, os principais componentes lipídicos de todas as membranas celulares são produzidos no REL. Outros tipos de lipídios produzidos no retículo liso são os hormônios esteróides, entre os quais estão a testosterona e os estrógeno, hormônios sexuais produzidos nas células das gônadas de animais vertebrados. Desintoxicação O retículo endoplasmático liso também participa dos processos de desintoxicação do organismo. Nas células do fígado, o REL, absorve substâncias tóxicas, modificando-as ou destruindo-as, de modo a não causarem danos ao organismo. É a atuação do retículo das
  • 18. células hepáticas que permite eliminar parte do álcool, medicamentos e outras substâncias potencialmente nocivas que ingerimos. Armazenamento de substâncias Dentro das bolsas do retículo liso também pode haver armazenamento de substâncias. Os vacúolos das células vegetais, por exemplo, são bolsas membranosas derivadas do retículo que crescem pelo acúmulo de soluções aquosas ali armazenadas. Produção de proteínas O retículo endoplasmático rugoso, graças à presença dos ribossomos, é responsável por boa parte da produção de proteínas da célula. As proteínas fabricadas nos ribossomos do RER penetram nas bolsas e se deslocam em direção ao aparelho de Golgi, passando pelos estreitos e tortuosos canais co retículo endoplasmático liso. Aparelho de Golgi A denominação aparelho ou complexo de Golgi é uma homenagem ao citologista italiano Camilo Golgi, que, em 1898, descobriu essa estrutura citoplasmática. Ao verificar que certas regiões com citoplasma celular se coravam por sais de ósmio de prata, Golgi imaginou que ali deveria existir algum tipo de estrutura, posteriormente confirmada pela microscopia eletrônica. Dictiossomos O aparelho de Golgi está presente em praticamente todas as células eucariontes, e consiste de bolsas membranosas achatadas, empilhadas como pratos. Cada uma dessas pilhas recebe o nome de dictiossomo. Nas células animais, os dictiossomos geralmente se encontram reunidos em um único local, próximo ao núcleo. Nas células vegetais, geralmente há vários dictiossomos espalhados pelo citoplasma.
  • 19. Funções do aparelho de Golgi O aparelho de Golgi atua como centro de armazenamento, transformação, empacotamento e remessa de substâncias na célula. Muitas das substâncias que passam pelo aparelho de Golgi serão eliminadas da célula, indo atuar em diferentes partes do organismo. É o que ocorre, por exemplo, com as enzimas digestivas produzidas e eliminadas pelas células de diversos órgãos (estômago, intestino, pâncreas etc.). Outras substâncias, tais como o muco que lubrifica as superfícies internas do nosso corpo, também são processadas e eliminadas pelo aparelho de Golgi. Assim, o principal papel dessa estrutura citoplasmática é a eliminação de substâncias que atuam fora da célula, processo genericamente denominado secreção celular. Secreção de enzimas digestivas As enzimas digestivas do pâncreas, por exemplo, são produzidas no RER e levadas até as bolsas do aparelho de Golgi, onde são empacotadas em pequenas bolsas, que se desprendem dos dictiossomos e se acumulam em um dos pólos da célula pancreática. Quando chega o sinal de que há alimento para ser digerido, as bolsas cheias de enzimas se deslocam até a membrana plasmática, fundem-se com ela e eliminam seu conteúdo para o meio exterior. A produção de enzimas digestivas pelo pâncreas é apenas um entre muitos exemplos do papel do aparelho de Golgi nos processos de secreção celular. Praticamente todas as células do corpo sintetizam e secretam uma grande variedade de proteínas que atuam fora delas.
  • 20. Formação do acrossomo do espermatozóide O aparelho de Golgi desempenha um papel importante na formação dos espermatozóides. Estes contêm bolsas repletas de enzimas digestivas, que irão perfurar as membranas do óvulo e permitir a fecundação. A bolsa de enzimas do espermatozóide maduro, originada no aparelho de Golgi, é o acrossomo (do grego acros, alto, topo, e somatos, corpo), termo que significa “corpo localizado no topo do espermatozóide”.
  • 21. Lisossomos Estrutura e origem dos lisossomos Os lisossomos (do grego lise, quebra, destruição) são bolsas membranosas que contêm enzimas capazes de digerir substâncias orgânicas. Com origem no aparelho de Golgi, os lisossomos estão presentes em praticamente todas as células eucariontes. As enzimas são produzidas no RER e migram para os dictiossomos, sendo identificadas e enviadas para uma região especial do aparelho de Golgi, onde são empacotadas e liberadas na forma de pequenas bolsas.
  • 22. A digestão intracelular Os lisossomos são organelas responsáveis pela digestão intracelular. As bolsas formadas na fagocitose e na pinocitose, que contêm partículas capturadas no meio externo, fundem-se aos lisossomos, dando origem a bolsas maiores, onde a digestão ocorrerá. Vacúolos digestivos
  • 23. As bolsas originadas pela fusão de lisossomos com fagossomos ou pinossomos são denominadas vacúolos digestivos; em seu interior, as substâncias originalmente presentes nos fagossomos ou pinossomos são digeridas pelas enzimas lisossômicas. À medida que a digestão intracelular vai ocorrendo, as partículas capturadas pelas células são quebradas em pequenas moléculas que atravessam a membrana do vacúolo digestivo, passando para o citosol. Essas moléculas serão utilizadas na fabricação de novas substâncias e no fornecimento de energia à célula. Eventuais restos do processo digestivo, constituídos por material que não foi digerido, permanecem dentro do vacúolo, que passa a ser chamado vacúolo residual. Muitas célula eliminam o conteúdo do vacúolo residual para o meio exterior. Nesse processo, denominado clasmocitose, o vacúolo residual encosta na membrana plasmática e fundem-se com ela, lançando seu conteúdo para o meio externo. Autofagia Todas as células praticam autofagia (do grego autos, próprio, e phagein, comer), digerindo partes de si mesmas com o auxílio de seus lisossomos. Por incrível que pareça, a autofagia é uma atividade indispensável à sobrevivência da célula. Em determinadas situações, a autofagia é uma atividade puramente alimentar. Quando um organismo é privado de alimento e as reservas do seu corpo se esgotam, as células, como estratégia de sobrevivência no momento de crise, passam a digerir partes de si mesmas. No dia-a-dia da vida de uma célula, a autofagia permite destruir organelas celulares desgastadas e reaproveitar alguns de seus componentes moleculares.
  • 24. O processo da autofagia se inicia com a aproximação dos lisossomos da estrutura a ser eliminada. Esta é cercada e envolvida pelos lisossomos, ficando contida em uma bolsa repleta de enzimas denominada vacúolo autofágico. Através da autofagia, uma célula destrói e reconstrói seus constituintes centenas ou até milhares de vezes. Uma célula nervosa do cérebro, por exemplo, formada em nossa vida embrionária, tem todos os seus componentes (exceto os genes) com menos de um mês de idade. Uma célula de nosso fígado, a cada semana, digere e reconstrói a maioria de seus componentes. Na silicose (“doença dos mineiros”), que ataca os pulmões ocorre a ruptura dos lisossomos de células fagocitárias (macrófagos), com conseqüente digestão dos componentes e morte celular. Certas doenças degenerativas do organismo humano são creditadas a liberação de enzimas lisossômicas dentro da célula; isso aconteceria, por exemplo, em certos casos de artrite, doença das articulações ósseas. Peroxissomos Peroxissomos são bolsas membranosas que contêm alguns tipos de enzimas digestivas. Sua semelhança com os lisossomos fez com que fossem confundidos com eles até bem pouco tempo. Entretanto, hoje se sabe que os peroxissomos diferem dos lisossomos principalmente quanto ao tipo de enzimas que possuem. Os peroxissomos, além de conterem enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, têm também grandes quantidades da enzima catalase.
  • 25. A catalase converte o peróxido de hidrogênio, popularmente conhecido como água oxigenada (H2O2), e água e gás oxigênio. A água oxigenada se forma normalmente durante a degradação de gorduras e de aminoácidos, mas, em grande quantidade, pode causar lesões à célula. 2 H2O2 + Enzima Catalase → 2 H2O + O2 Mitocôndrias Estrutura e função das mitocôndrias As mitocôndrias estão imersas no citosol, entre as diversas bolsas e filamentos que preenchem o citoplasma das células eucariontes. Elas são verdadeiras “casas de força” das células, pois produzem energia para todas as atividades celulares. As mitocôndrias foram descobertas em meados do século XIX, e, durante décadas, sua existência foi questionada por alguns citologistas. Somente em 1890 foi demonstrada, de modo incontestável, a presença de mitocôndrias no citoplasma celular. O termo “mitocôndria” (do grego, mitos, fio, e condros, cartilagem) surgiu em 1898, possivelmente como referência ao aspecto filamentoso e homogêneo (cartilaginoso) dessas organelas em alguns tipos de células, quando observadas ao microscópio óptico.
  • 26. As mitocôndrias, cujo número varia de dezenas até centenas, dependendo do tipo de célula, estão presentes praticamente em todos os seres eucariontes, sejam animais, plantas, algas, fungos ou protozoários. Estrutura interna das mitocôndrias As mitocôndrias são delimitadas por duas membranas lipoprotéicas semelhantes às demais membranas celulares. Enquanto a membrana externa é lisa, a membrana interna possui inúmeras pregas – as cristas mitocondriais – que se projetam para o interior da organela. A cavidade interna das mitocôndrias é preenchida por um fluido denominado matriz mitocondrial, onde estão presentes diversas enzimas, além de DNA e RNA e pequenos ribossomos e substâncias necessárias à fabricação de determinadas proteínas. A respiração celular No interior das mitocôndrias ocorre a respiração celular, processo em que moléculas orgânicas de alimento reagem com gás oxigênio (O2), transformando-se em gás carbônico (CO2) e água (H2O) e liberando energia. C6H12O6 + O2 -> 6 CO2 + 6 H2O + energia A energia liberada na respiração celular é armazenada em uma substância chamada ATP (adenosina trifosfato), que se difunde para todas as regiões da célula, fornecendo energia
  • 27. para as mais diversas atividades celulares. O processo de respiração celular será melhor explicado na seção de Metabolismo energético. Plastos Classificação e estrutura dos plastos Plastos são orgânulos citoplasmáticos encontrados nas células de plantas e de algas. Sua forma e tamanho variam conforme o tipo de organismo. Em algumas algas, cada célula possui um ou poucos plastos, de grande tamanho e formas características. Já em outras algas e nas plantas em geral, os plastos são menores e estão presentes em grande número por célula. Os plastos podem ser separados em duas categorias: • cromoplastos (do grego chromos, cor), que apresentam pigmentos em seu interior. O cromoplasto mais freqüente nas plantas é o cloroplasto, cujo principal componente é a clorofila, de cor verde. Há também plastos vermelhos, os eritroplastos (do grego eritros, vermelho), que se desenvolvem, por exemplo, em frutos maduros de tomate. • leucoplastos (do grego leukos, branco), que não contêm pigmentos. Cloroplastos Os cloroplastos são orgânulos citoplasmáticos discóides que se assemelham a uma lente biconvexa com cerca de 10 micrometros de diâmetro. Eles apresentam duas membranas envolventes e inúmeras membranas internas, que formam pequenas bolsas discoidais e achatadas, os tilacóides (do grego thylakos, bolsa). Os tilacóides se organizam uns sobre os outros, formando estruturas cilíndricas que lembram pilhas de moedas. Cada pilha é um granum, que significa grão, em latim (no plural, grana).
  • 28. O espaço interno do cloroplasto é preenchido por um fluido viscoso denominado estroma, que corresponde à matriz das mitocôndrias, e contém, como estas, DNA, enzimas e ribossomos. As moléculas de clorofila ficam dispostas organizadamente nas membranas dos tilacóides, de modo a captarem a luz solar com a máxima eficiência. Funções do cloroplasto Se as mitocôndrias são as centrais energéticas das células, os cloroplastos são as centrais energéticas da própria vida. Eles produzem moléculas orgânicas, principalmente glicose, que servem de combustível para as mitocôndrias de todos os organismos que se alimentam, direta ou indiretamente, das plantas. Os cloroplastos produzem substâncias orgânicas através do processo de fotossíntese. Nesse processo, a energia luminosa é transformada em energia química, que fica armazenada nas moléculas das substâncias orgânicas fabricadas. As matérias-primas empregadas na produção dessas substâncias são, simplesmente, gás carbônico e água.
  • 29. Durante a fotossíntese, os cloroplastos também produzem e liberam gás oxigênio (O2), necessário à respiração tanto de animais quanto de plantas. Os cientistas acreditam que praticamente todo o gás oxigênio que existe hoje na atmosfera terrestre tenha se originado através da fotossíntese. As vitaminas são nutrientes orgânicos reguladores. Com as enzimas, controlam as reações químicas do corpo e da célula; por isso são indispensáveis ao bom desempenho das funções orgânicas. Pesquise as principais vitaminas encontradas nos alimentos,assim como suas fontes , funções e problemas causados pela sua carência na alimentação (avitamonoses).
  • 30. 2º ANO DO ENSINO MÉDIO Classificação dos Seres Vivos A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as relações filogenéticas entre os organismos. Inclui a taxonomia (ciência da descoberta, descrição e classificação das espécies e grupo de espécies, com suas normas e princípios) e também a filogenia (relações evolutivas entre os organismos). Em geral, diz-se que compreende a classificação dos diversos organismos vivos. Em biologia, os sistematas são os cientistas que classificam as espécies em outros táxons a fim de definir o modo como eles se relacionam evolutivamente. O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada taxonomia, foi inicialmente o de organizar as plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas. Posteriormente a classificação passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos, organização mais natural do que a baseada apenas em características externas. Para isso se utilizam também características ecológicas, fisiológicas, e todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons em questão. É a esse conjunto de investigações a respeito dos táxons que se dá o nome de Sistemática. Nos últimos anos têm sido tentadas classificações baseadas na semelhança entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas, especialmente quando se juntam a essas informações aquelas oriundas dos outros campos da Biologia. A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, ciência que estuda as relações entre organismos, e que inclui a coleta, preservação e estudo de espécimes, e a análise dos dados vindos de várias áreas de pesquisa biológica. O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século IV a.C., que ordenou os animais pelo tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho. O seu discípulo Teofrasto classificou as plantas por seu uso e forma de cultivo. Nos séculos XVII e XVIII os botânicos e zoólogos começaram a delinear o atual sistema de categorias, ainda baseados em características anatômicas superficiais. No entanto, como a ancestralidade comum pode ser a causa de tais semelhanças, este sistema demonstrou aproximar-se da natureza, e continua sendo a base da classificação atual. Lineu fez o primeiro trabalho extenso de categorização, em 1758, criando a hierarquia atual. A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada como paradigma central da Biologia, e com isso evidências da paleontologia sobre formas ancestrais, e da embriologia sobre semelhanças nos primeiros estágios de vida. No século XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes na classificação, como o uso recente da genética molecular na
  • 31. comparação de códigos genéticos. Programas de computador específicos são usados na análise matemática dos dados. Em fevereiro de 2005 Edward Osborne Wilson, professor aposentado da Universidade de Harvard, onde cunhou o termo biodiversidade e participou da fundação da sociobiologia, ao defender um "projeto genoma" da biodiversidade da Terra, propôs a criação de uma base de dados digital com fotos detalhadas de todas a espécies vivas e a finalização do projeto Árvore da vida. Em contraposição a uma sistemática baseada na biologia celular e molecular, Wilson vê a necessidade da sistemática descritiva para preservar a biodiversidade. Do ponto de vista econômico, defendem Wilson, Peter Raven e Dan Brooks, a sistemática pode trazer conhecimentos úteis na biotecnologia, e na contenção de doenças emergentes. Mais da metade das espécies do planeta é parasita, e a maioria delas ainda é desconhecida. De acordo com a classificação vigente as espécies descritas são agrupadas em gêneros. Os gêneros são reunidos, se tiverem algumas características em comum, formando uma família. Famílias, por sua vez, são agrupadas em uma ordem. Ordens são reunidas em uma classe. Classes de seres vivos são reunidas em filos. E os filos são, finalmente, componentes de alguns dos cinco reinos (Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia).
  • 32. Nomenclatura Científica Nomenclatura é a atribuição de nomes (nome científico) a organismos e às categorias nas quais são classificados. O nome científico é aceito em todas as línguas, e cada nome aplica-se apenas a uma espécie. Há duas organizações internacionais que determinam as regras de nomenclatura, uma para zoologia e outra para botânica. Segundo as regras, o primeiro nome publicado (a partir do trabalho de Lineu) é o correto, a menos que a espécie seja reclassificada, por exemplo em outro gênero. A reclassificação tem ocorrido com certa freqüência desde o século XX. O Código Internacional de Nomenclatura Zoológica preconiza que neste caso mantém-se a referência a quem primeiro descreveu a espécie, com o ano da descição, entre parênteses, e não inclui o nome de quem reclassificou. Esta norma internacional decorre, entre outras coisas, do fato de ser ainda nova a abordagem genética da taxonomia, sujeita a revisão devido a novas pesquisas científicas, ou simplesmente a definição de novos parâmetros para a delimitação de um táxon, que podem ser morfológicos, ecológicos, comportamentais etc. O sistema atual identifica cada espécie por dois nomes em latim: o primeiro, em maiúscula, é o gênero, o segundo, em minúscula, é o epíteto específico. Os dois nomes juntos formam o nome da espécie. Os nomes científicos podem vir do nome do cientista que descreveu a espécie, de um nome popular desta, de uma característica que apresente, do lugar onde ocorre, e outros. Por convenção internacional, o nome do gênero e da espécie é impresso em itálico, grifado ou em negrito, o dos outros táxons não. Subespécies têm um nome composto por três palavras. Ex.: Canis familiares, Canis lupus, Felis catus. Nomenclatura popular A nomeação dos seres vivos que compõe a biodiversidade constitui uma etapa do trabalho de classificação. Muitos seres são "batizados" pela população com nomes denominados populares ou vulgares, pela comunidade científica. Esses nomes podem designar um conjunto muito amplo de organismos, incluindo, algumas vezes, até grupos não aparentados. O mesmo nome popular pode ser atribuído a diferentes espécies, como neste exemplo:
  • 33. ananas comosus Ananas ananassoides Estas duas espécies do gênero ananas são chamadas pelo mesmo nome popular Abacaxi. Outro exemplo é o crustáceo de praia Emerita brasiliensis, que no Rio de Janeiro é denominado tatuí, e nos estados de São Paulo e Paraná é chamado de tatuíra.
  • 34. Em contra partida, animais de uma mesma espécie podem receber vários nomes, como ocorre com a onça-pintada, cujo nome científico é Panthera onca. Outros nomes populares: canguçu, onça-canguçu, jaguar-canguçu Um outro exemplo é a planta Manihot esculenta, cuja raiz é muito apreciada como alimento. Dependendo da região do Brasil, ela é conhecida por vários nomes: aimpim, macaxeira ou mandioca. Considerando os exemplo apresentados, podemos perceber que a nomenclatura popular varia bastante, mesmo num país como o Brasil, em que a população fala um mesmo idioma, excetuando-se os idiomas indígenas. Imagine se considerarmos o mundo todo, com tantos, com tantos idiomas e dialetos diferentes, a grande quantidade de nomes de um mesmo ser vivo pode receber. Desse modo podemos entender a necessidade de existir uma nomenclatura padrão, adotada internacionalmente, para facilitar a comunicação de diversos profissionais, como os médicos, os zoólogos, os botânicos e todos aqueles que estudam os seres vivos. Vírus Vírus são os únicos organismos acelulares da Terra atual. Os vírus são seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), formados basicamente por uma cápsula protéica envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovirus). A palavra vírus vem do Latim virus que significa fluído venenoso ou toxina. Atualmente é utilizada para descrever os vírus biológicos, além de designar, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza de forma parasitária, como ideias. O termo vírus de computador nasceu por analogia. A palavra vírion ou víron é usada para se referir a uma única partícula viral que estiver fora da célula hospedeira.
  • 35. Das 1.739.600 espécies de seres vivos conhecidos, os vírus representam 3.600 espécies. Vírus é uma partícula basicamente protéica que pode infectar organismos vivos. Vírus são parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa que eles somente se reproduzem pela invasão e possessão do controle da maquinaria de auto-reprodução celular. O termo vírus geralmente refere-se às partículas que infectam eucariontes (organismos cujas células têm carioteca), enquanto o termo bacteriófago ou fago é utilizado para descrever aqueles que infectam procariontes (domínios bacteria e archaea). Tipicamente, estas partículas carregam uma pequena quantidade de ácido nucléico (seja DNA ou RNA, ja se há conhecimento hoje de vírus que possuem os dois) sempre envolto por uma cápsula protéica denominada capsídeo. As proteínas que compõe o capsídeo são específicas para cada tipo de vírus. O capsídeo mais o ácido nucléico que ele envolve são denominados nucleocapsídeo. Alguns vírus são formados apenas pelo núcleo capsídeo, outros no entanto, possuem um envoltório ou envelope externo ao nucleocapsídeo. Esses vírus são denominados vírus encapsulados ou envelopados. Esquema do Vírus HIV
  • 36. Ilustração do vírus HIV mostrando as proteínas do capsídeo responsáveis pela aderencia na célula hospedeira. O envelope consiste principalmente em duas camadas de lipídios derivadas da membrana plasmática da célula hospedeira e em moléculas de proteínas virais, específicas para cada tipo de vírus, imersas nas camadas de lipídios. São as moléculas de proteínas virais que determinam qual tipo de célula o vírus irá infectar. Geralmente, o grupo de células que um tipo de vírus infecta é bastante restrito. Existem vírus que infectam apenas bactérias, denominadas bacterófagos, os que infectam apenas fungos, denominados micófagos; os que infectam as plantas e os que infectam os animais, denominados, respectivamente, vírus de plantas e vírus de animais. Os vírus não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua multiplicação. Alguns vírus possuem enzimas. Por exemplo o HIV tem a enzima Transcriptase reversa que faz com que o processo de Transcrição reversa seja realizado (formação de DNA a partir do RNA viral). Esse processo de se formar DNA a partir de RNA viral é denominado retrotranscrição, o que deu o nome retrovírus aos vírus que realizam esse processo. Os outros vírus que possuem DNA fazem o processo de transcrição (passagem da linguagem de DNA para RNA) e só depois a tradução. Estes últimos vírus são designados de adenovírus. Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios: a falta de hialoplasma e ribossomos impede que eles tenham metabolismo próprio. Assim, para executar o seu ciclo de vida, o vírus precisa de um ambiente que tenha esses componentes. Esse ambiente precisa ser o interior de uma célula que, contendo ribossomos e outras substâncias, efetuará a síntese das proteínas dos vírus e, simultaneamente, permitirá que ocorrra a multiplicação do material genetico viral.
  • 37. Em muitos casos os vírus modificam o metabolismo da célula que parasitam, podendo provocar a sua degeneração e morte. Para isso, é preciso que o vírus inicialmente entre na célula: muitas vezes ele adere à parede da célula e "injeta" o seu material genético ou então entra na célula por englobamento - por um processo que lembra a fagocitose, a célula "engole" o vírus e o introduz no seu interior. Virus seres vivos ou não? Vírus não têm qualquer atividade metabólica quando fora da célula hospedeira: eles não podem captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer atividade biossintética. Eles obviamente se reproduzem, mas diferentemente de células, que crescem, duplicam seu conteúdo para então dividir-se em duas células filhas, os vírus replicam-se através de uma estratégia completamente diferente: eles invadem células, o que causa a dissociação dos componentes da partícula viral; esses componentes então interagem com o aparato metabólico da célula hospedeira, subvertendo o metabolismo celular para a produção de mais vírus. Há grande debate na comunidade científica sobre se os vírus devem ser considerados seres vivos ou não, e esse debate e primariamente um resultado de diferentes percepções sobre o que vem a ser vida, em outras palavras, a definição de vida. Aqueles que defendem a idéia que os vírus não são vivos argumentam que organismos vivos devem possuir características como a habilidade de importar nutrientes e energia do ambiente, devem ter metabolismo (um conjunto de reações químicas altamente interrelacionadas através das quais os seres vivos constroem e mantêm seus corpos, crescem e performam inúmeras outras tarefas, como locomoção, reprodução, etc.); organismos vivos também fazem parte de uma linhagem continua, sendo necessariamente originados de seres semelhantes e, através da reprodução, gerar outros seres semelhantes (descendência ou prole), etc. Os vírus preenchem alguns desses critérios: são parte de linhagens contínuas, reproduzem-se e evoluem em resposta ao ambiente, através de variabilidade e seleção, como qualquer ser vivo. Porém, não têm metabolismo próprio, por isso deveriam ser considerados "partículas infecciosas", ao invés de seres vivos propriamente ditos. Muitos, porém, não concordam com essa perspectiva, e argumentam que uma vez que os vírus são capazes de reproduzir-se, são organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico da célula hospedeira, mas até ai todos os seres vivos dependem de interações com outros seres vivos. Outros ainda levam em consideração a presenca massiva de vírus em todos os reinos do mundo natural, sua origem-aparentemente tão antiga como a própria vida-sua importância na história natural de todos os outros organismos, etc. Conforme já mencionado, diferentes conceitos a respeito do que vem a ser vida formam o cerne dessa discussão. Definir vida tem sido sempre um grande problema, e já que qualquer definição provavelmente será evasiva ou arbitraria, dificultando assim uma definição exata a respeito dos vírus. Doenças humanas virais No homem, inúmeras doenças são causadas por esses seres acelulares. Praticamente todos os tecidos e órgãos humanos são afetados por alguma infecção viral. Abaixo você encontra as viroses mais freqüentes na nossa espécie. Valorize principalmente os mecanismos de
  • 38. transmissão e de prevenção. Note que a febre amarela e dengue são duas viroses que envolvem a transmissão por insetos (mosquito da espécie Aedes aegypti). Para a primeira, existe vacina. Duas viroses relatadas abaixo, AIDS e condiloma acuminado, são doenças sexualmente trasmissíveis (DSTs). A tabela também relaciona viroses comuns na infância, rubélola, caxumba, sarampo, poliomelite - para as quais existem vacinas. Algumas das principais viroses que acometem os seres humanos: ResfriadoComum;Caxumba;Raiva;Rubéola;Sarampo;Hepatites;Dengue;Poliomielit e;Febre amarela;Varicela ou Catapora; Varíola; Meningite viral;Mononucleose Infecciosa;Herpes;Condiloma;AIDS. Prevenção e tratamento de doenças virais Devido ao uso da maquinaria das células do hospedeiro, os vírus tornam-se difíceis de matar. As mais eficientes soluções médicas para as doenças virais são, até agora, as vacinas para prevenir as infecções, e drogas que tratam os sintomas das infecções virais. Os pacientes freqüentemente pedem antibióticos, que são inúteis contra os vírus, e seu abuso contra infecções virais é uma das causas de resistência antibiótica em bactérias. Diz-se, às vezes, que a ação prudente é começar com um tratamento de antibióticos enquanto espera- se pelos resultados dos exames para determinar se os sintomas dos pacientes são causados por uma infecção por vírus ou bactérias. Reino Monera O reino monera é formado por bactérias, cianobactérias e arqueobactérias (também chamadas arqueas), todos seres muito simples, unicelulares e com célula procariótica (sem núcleo diferenciado). Esses seres microscópios são geralmente menores do que 8 micrômetros ( 1µm = 0,001 mm). As bactérias (do grego bakteria: 'bastão') são encontrados em todos os ecossistemas da Terra e são de grande importância para a saúde, para o ambiente e a economia. As bactérias são encontradas em qualquer tipo de meio: mar, água doce, solo, ar e, inclusive, no interior de muitos seres vivos. Exemplos da importância das bactérias: • na decomposição de matéria orgânica morta. Esse processo é efetuado tanto aeróbia, quanto anaerobiamente; • agentes que provocam doença no homem; • em processos industriais, como por exemplo, os lactobacilos, utilizados na indústria de transformação do leite em coalhada; • no ciclo do nitrogênio, em que atuam em diversas fases, fazendo com que o nitrogênio atmosférico possa ser utilizado pelas plantas;
  • 39. em Engenharia Genética e Biotecnologia para a síntese de várias substâncias, entre elas a insulina e o hormônio de crescimento. Estrutura das Bactérias Bactérias são microorganismos unicelulares, procariotos, podendo viver isoladamente ou construir agrupamentos coloniais de diversos formatos. A célula bacterianas contém os quatro componentes fundamentais a qualquer célula: membrana plasmática, hialoplasma, ribossomos e cromatina, no caso, uma molécula de DNA circular, que constitui o único cromossomo bacteriano. A região ocupada pelo cromossomo bacteriano costuma ser denominada nucleóide. Externamente à membrana plasmática existe uma parede celular (membrana esquelética, de composição química específica de bactérias). É comum existirem plasmídios - moléculas de DNA não ligada ao cromossomo bacteriano - espalhados pelo hialoplasma. Plasmídios costumam conter genes para resistência a antibióticos. A Diversidade Metabólica das Bactérias
  • 40. Se há um grupo de seres que apresenta grande diversidade metabólica, certamente é o das bactérias. Existem espécies heterótrofas e espécies autótrofas. Dentre as primeiras, destacam-se as parasitas, as decompositoras de matéria orgânica e as que obtêm matéria orgânica de outros seres vivos, com os quais se associam sem prejudicá-los. Dentre as autótrofas, existem espécies que produzem matéria orgânica por fotossíntese e outras que produzem por quimiossíntese. As bactérias Heterótrofas As bactérias parasitas são as que, por meio de inúmeros mecanismos, agridem outros seres vivos para a obtenção de alimento orgânico e causam inúmeras doenças. As decompositoras (frequentemente denominadas saprófitas, saprofíticas ou saprofágicas) obtêm o alimento orgânico recorrendo à decomposição da matéria orgânica morta e são importantes na reciclagem dos nutrientes minerais na biosfera. As que são associadas as outros seres vivos são denominadas de simbiontes, e não agridem os parceiros. É o caso das bactérias encontradas no estômago dos ruminantes (bois, cabras), que se nutrem da celulose ingerida por esses animais, fornecendo, em troca, aminoácidos essenciais para o metabolismo protéico do mesmo. Muitas bactérias heterótrofas são anaeróbias obrigatórias, como o bacilo do tétano. São bactérias que morrem na presença de oxigênio. Nesse caso a energia dos compostos orgânicos é obtida por meio de fermentação. As anaeróbicas facultativas, por outro lado, vivem tanto na presença como na ausência de oxigênio. Outras espécies só sobrevivem em presença de oxigênio - são as aeróbias obrigatórias. Um curioso grupo de bactérias é o que realiza a respiração aeróbia. Nessa modalidade de metabolismo energético existem todas as etapas típicas da respiração celular. Muda apenas o aceptor final de elétrons na cadeia respiratória. No lugar do oxigênio, essas bactérias utilizam nitrato, nitrito ou sulfato, obtendo no final, praticamente o mesmo rendimento energético verificado na respiração celular aeróbia. É o que ocorre com as bactérias desnitrificantes que participam do ciclo do nitrogênio na natureza. Nelas o aceptor final de elétrons é o nitrato. Bactérias Autótrofas Fotossintetizantes
  • 41. Nas bactérias que realizam fotossíntese, a captação da energia solar fica a cargo de uma clorofila conhecida como bacterioclorofila. A partir da utilização de substâncias simples do meio, ocorre a síntese do combustível biológico. De maneira geral, não há liberação de oxigênio. Como exemplo, podemos citar as bactérias sulforosas do gênero Chlorobium, que efetuam esse processo com a utilização de H2S e CO2, segundo a equação: 2H2S + CO2 + luz ------bacterioclorofila------------> (CH2) + 2S + H20 Note que é o gás sulfídrico, e não a água, que atua como fornecedor dos hidrogênios que servirão para a redução do gás carbônico. Não há a liberação de oxigênio. O enxofre permanece no interior das células bacterianas sendo, posteriormente eliminado para o meio em que vivem esses microorganismos, em geral fontes sulfurosas. Nesse processo, CH2O representa a matéria orgânica produzida. Quimiossíntese A quimiossíntese é uma reação que produz energia química, convertida da energia de ligação dos compostos inorgânicos oxidados. Sendo a energia química liberada, empregada na produção de compostos orgânicos e gás oxigênio (O2), a partir da reação entre o dióxido de carbono (CO2) e água molecular (H2O), conforme demonstrado abaixo: - Primeira etapa Composto Inorgânico + O2 → Compostos Inorgânicos oxidados + Energia Química - Segunda etapa CO2 + H2O + Energia Química → Compostos Orgânicos + O2 Esse processo autotrófico de síntese de compostos orgânicos ocorre na ausência de energia solar. É um recurso normalmente utilizado por algumas espécies de bactérias e arqueobactérias (bactérias com características primitivas ainda vigentes), recebendo a denominação segundo os compostos inorgânicos reagentes, podendo ser: ferrobactérias e nitrobactérias ou nitrificantes (nitrossomonas e nitrobacter, gênero de bactérias quimiossíntetizantes). Reprodução das Bactérias
  • 42. A reprodução mais comum nas bactérias é assexuada por bipartição ou cissiparidade. Ocorre a duplicação do DNA bacteriano e uma posterior divisão em duas células. As bactérias multiplicam-se por este processo muito rapidamente quando dispõem de condições favoráveis (duplica em 20 minutos). A separação dos cromossomos irmãos conta com a participação dos mesossomos, pregas internas da membrana plasmática nas quais existem também as enzimas participantes da maior parte da respiração celular. Repare que não existe a formação do fuso de divisão e nem de figuras clássicas e típicas da mitose. Logo, não é mitose. Esporulação Algumas espécies de bactérias originam, sob certas condições ambientais, estruturas resistentes denominadas esporos. A célula que origina o esporo se desidrata, forma uma parede grossa e sua atividade metabólica torna-se muito reduzida. Certos esporos são capazes de se manter em estado de dormência por dezenas de anos. Ao encontrar um ambiente adequado, o esporo se reidrata e origina uma bactéria ativa, que passa a se reproduzir por divisão binária.
  • 43. Os esporos são muito resistentes ao calor e, em geral, não morrem quando expostos à água em ebulição. Por isso os laboratórios, que necessitam trabalhar em condições de absoluta assepsia, costumam usar um processo especial, denominado autoclavagem, para esterilizar líquidos e utensílios. O aparelho onde é feita a esterilização, a autoclave, utiliza vapor de água a temperaturas da ordem de 120ºC, sob uma pressão que é o dobro da atmosférica. Após 1 hora nessas condições, mesmo os esporos mais resistentes morrem. A indústria de enlatados toma medidas rigorosas na esterilização dos alimentos para eliminar os esporos da bactéria Clostridium botulinum. Essa bactéria produz o botulismo, infecção frequentemente fatal. Reprodução sexuada Para as bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra. Depois de transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina com o da receptora, produzindo cromossomos com novas misturas de genes. Esses cromossomos recombinados serão transmitidos às células-filhas quando a bactéria se dividir. A transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer de três maneiras: por transformação, transdução e por conjugação. Transformação Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio e são incorporados à cromatina. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de bactérias mortas. Esse processo ocorre espontaneamente na natureza. Os cientistas têm utilizado a transformação como uma técnica de Engenharia Genética, para introduzir genes de diferentes espécies em células bacterianas.
  • 44. Transdução Na transdução, moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como vetores (bactériófagos). Estes, ao se montar dentro das bactérias, podem eventualmente incluir pedaços de DNA da bactéria que lhes serviu de hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o vírus que leva o DNA bacteriano o transfere junto com o seu. Se a bactéria sobreviver à infecção viral, pode passar a incluir os genes de outra bactéria em seu genoma. Conjugação Na conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam diretamente de uma bactéria doadora, o "macho", para uma receptora, a "fêmea". Isso acontece através de microscópicos tubos protéicos, chamados pili, que as bactérias "macho" possuem em sua superfície. O fragmento de DNA transferido se recombina com o cromossomo da bactéria "fêmea", produzindo novas misturas genéticas, que serão transmitidas às células-filhas na próxima divisão celular.
  • 45. Conjugação bacterian mostrando o pili sexual. Doenças provocadas por bactérias Bactérias patogênicas As bactérias patogênicas são aquelas que causam doenças, como a tuberculose e a lepra, além de outras que você estudará a seguir. Os antibióticos são medicamentos utilizados no combate às doenças causadas por bactérias; porém, o seu uso não deve ser indiscriminado, isto é, sem receita médica ou por
  • 46. períodos de tempo incorreto. Isso acaba por selecionar e favorecer linhagens de bactérias resistentes, dificultando a cura de várias infecções. A seguir, as principais doenças causadas por bactérias ao ser humano: Tuberculose-Hanseníase-Cólera-Tétano-Meningite –Difteria-Leptospirose-Coqueluche- Sífilis-Gonorréia Reino Protista A complexidade da célula eucariótica de um protozoário é tão grande, que ela - sozinha - executa todas as funções que tecidos, órgãos e sistemas realizam em um ser pluricelular complexo. Locomoção, respiração, excreção, controle hídrico, reprodução e relacionamento com o ambiente, tudo é executado por uma única célula, que conta com algumas estruturas capazes de realizar alguns desses papéis específicos, como em um organismo pluricelular. Segundo a classificação dos seres vivos em cinco reinos (Whittaker – 1969), um deles, o dos Protistas, agrupa organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos e heterótrofos. Neste reino se colocam as algas inferiores: euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e crisófitas (diatomáceas), que são protistas autótrofos (fotossintetizantes). Os protozoários são protistas heterótrofos. A célula A célula de um protista é semelhante às células de animais e plantas, mas há particularidades. Os plastos das algas são diferentes dos das plantas quanto à sua organização interna de membranas fotossintéticas. Ocorrem cílios e flagelos para a locomoção. A célula do protozoário tem uma membrana simples ou reforçada por capas externas protéicas ou, ainda, por carapaças minerais, como certas amebas (tecamebas).
  • 47. Os radiolários e heliozoários possuem um esqueleto intracelular composto de sílica. Os foraminíferos são dotados de carapaças externas feitas de carbonato de cálcio. As algas diatomáceas possuem carapaças silicosas. Os protistas podem ainda ter adaptações de forma e estrutura de acordo com o seu modo de vida: parasita, ou de vida livre. O citoplasma está diferenciado em duas zonas, uma externa, hialina, o ectoplasma, e outra interna, granular, o endoplasma. Nesta, existem vacúolos digestivos e inclusões. Origem Os protozoários constituem um grupo de eucariontes com cerca de 20 mil espécies. É um grupo diversificado, heterogêneo, que evoluiu a partir de algas unicelulares. Em alguns casos essa origem torna-se bem clara, como por exemplo no grupo de flagelados. Há registro fóssil de protozoários com carapaças (foraminíferos), que viveram há mais de 1,5 bilhão de anos, na Era Proterozóica. Grandes extensões do fundo dos mares apresentam espessas camadas de depósitos de carapaças de certas espécies de radiolários e foraminíferos. São as chamadas vasas. Ao lado: Microscopia eletrônica da carapaça presente externamente à célula de uma espécie de radiolário. Habitat
  • 48. Os protozoários são, na grande maioria, aquáticos, vivendo nos mares, rios, tanques, aquários, poças, lodo e terra úmida. Há espécies mutualísticas e muitas são parasitas de invertebrados e vertebrados. Eles são organismos microscópicos, mas há espécies de 2 a 3 mm. Alguns formam colônias livres ou sésseis. Fazem parte do plâncton (conjunto de seres que vivem em suspensão na água dos rios, lagos e oceanos, carregados passivamente pelas ondas e correntes). No plâncton distinguem-se dois grupos de organismos: • fitoplâncton: organismos produtores (fotossintetizadores), representados principalmente por dinoflagelados e diatomáceas, constituem a base de sustentação da cadeia alimentar nos mares e lagos . São responsáveis por mais de 90% da fotossíntese no planeta. • zooplâncton: organismos consumidores, isto é, heterótrofos, representados principalmente por protozoários, pequenos crustáceos e larvas de muitos invertebrados e de peixes. Classificação A classificação dos protozoários baseia-se fundamentalmente nos tipos de reprodução e de organelas locomotoras. A locomoção se faz por batimento ciliar, flagelar, por emissão de pseudópodos e até por simples deslizamento de todo o corpo celular. Em alguns ciliados há, no lugar do citoplasma, filamentos contráteis, os mionemas. Os pseudópodos, embora sendo expansões variáveis do citoplasma, podem se apresentar sob diferentes formas. Na tendência moderna, os protozoários estão incluídos no Reino Protista, subdivididos em quatro filos: Rizópodes ou Sacorníceos São amebas (“nus”); radiolários e foraminíferos (têm carapaças com formas bastante vistosas, feitas de calcário ou de sílica - importantes indicadores da existência de jazidas de petróleo) São marinhos, de água doce ou parasitas (Entamoeba histolytica). Têm um ou mais núcleos, vacúolos digestivos e vacúolos contráteis (apenas nos de água doce). Os Rizópodes caracterizam-se por apresentarem pseudópodes como estrutura de locomoção e captura de alimentos. São projeções da célula, que se deforma toda, que encaminham a ameba para várias direções. O mecanismo que leva à formação dos
  • 49. pseudópodes está hoje razoavelmente esclarecido: na região de formação de uma dessas projeções, a parte viscosa do citoplasma se torna fluida, permitindo que o restante da célula flua nessa direção. Vários pseudópodos podem ser formados ao mesmo tempo, modificando constantemente a forma da ameba. Os pseudópodos, na ameba, não servem apenas para a locomoção. Também são utilizados para a captura de alimento: pequenas algas, bactérias, partículas soltas na água etc. Eles rodeiam o alimento e o englobam. O vacúolo alimentar formado (também chamado de fagossomo) une-se a lisossomo e se transforma em vacúolo digestivo. Inicia-se a digestão, a partir de enzimas lisossômicas que atuam em meio ácido. Progressivamente, o conteúdo do vacúolo digestivo torna-se alcalino, até completar-se a digestão. As partículas digeridas atravessam a membrana do vacúolo, espalham-se pelo citoplasma e vão participar do metabolismo celular. Partículas residuais são expelidas da célula pela fusão da parede do vacúolo com a superfície da célula, em um processo inverso ao da fagocitose. As amebas de vida livre que vivem em água doce apresentam vacúolo contrátil ou pulsátil para osmorregulação, eliminando o excesso de água que vai entrando no seu citoplasma (hipertônico), vindo do ambiente mais diluído (hipotônico). Microscopia de um risópode. Em condições desfavoráveis, por exemplo sujeita à desidratação, a Entamoeba produz formas de resistência, os cistos, com quatro núcleos no seu interior (partição múltipla). A reprodução assexuada é por bipartição simples ou cissiparidade (mecanismo semelhante a mitose). Dentre as amebas é importante a Entamoeba histolytica, que parasita o intestino humano, causando a disenteria amebiana ou amebíase. Reino Fungi
  • 50. Os fungos são popularmente conhecidos por bolores, mofos, fermentos, levedos, orelhas- de-pau, trufas e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de 200.000 espécies espalhadas por praticamente qualquer tipo de ambiente. Os Fungos e sua Importância Ecológica Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem viver como saprófagos, quando obtêm seus alimentos decompondo organismos mortos; como parasitas, quando se alimentam de substâncias que retiram dos organismos vivos nos quais se instalam, prejudicando-o ou podendo estabelecer associações mutualísticas com outros organismos, em que ambos se beneficiam. Além desses modos mais comuns de vida, existem alguns grupos de fungos considerados predadores que capturam pequenos animais e deles se alimentam. Em todos os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para fora de seus corpos. Essas enzimas atuam imediatamente no meio orgânico no qual eles se instalam, degradando-o à moléculas simples, que são absorvidas pelo fungo como uma solução aquosa. Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte da degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Juntamente com as bactérias saprófagas, eles compõem o grupos dos organismos decompositores, de grande importância ecológica. No processo da decomposição, a matéria orgânica contida em organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser novamente utilizada por outros organismos. Apesar desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são responsáveis pelo apodrecimento de alimentos, de madeira Fungos apodrecendo o utilizada em diferentes tipos de construções de tecidos, morango. provocando sérios prejuízos econômicos. Os fungos parasitas provocam doenças em plantas e em animais, inclusive no homem.
  • 51. A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose provocada por fungo; as pequenas manchas negras, indicando necrose em folhas, como a da soja, ilustrada a seguir, são devidas ao ataque por fungos. Folha da soja com sintomas da ferrugem asiática. Em muitos casos os fungos parasitas das plantas possuem hifas especializadas - haustórios - que penetram nas células do hospedeiro usando os estomas como porta de entrada para a estrutura vegetal. Das células da planta captam açúcares para a sua alimentação. Dentre os fungos mutualísticos, existem os que vivem associados a raízes de plantas formando as micorrizas (mico= fungo; rizas = raízes). Nesses casos os fungos degradam materiais do solo, absorvem esses materiais degradados e os transferem à planta, propiciando-lhe um crescimento sadio. A planta, por sua vez, cede ao fungo certos açucares e aminoácidos de que ele necessita para viver.
  • 52. Algumas plantas que formam as micorrizas naturalmente são o tomateiro, o morangueiro, a macieira e as gramínias em geral. As micorrizas são muito freqüentes também em plantas típicas de ambientes com solo pobre de nutrientes minerais, como os cerrados, no território brasileiro. Nesses casos, elas representam um fator importânte de adaptação, melhorando as condições de nutrição da planta. Certos grupos de fungos podem estabelecer associações mutualísticas com cianobactérias ou com algas verdes, dando origem a organismos denominados líquens. Estes serão discutidos posteriormente. Econômica Muito fungos são aeróbios, isto é, realizam a respiração, mas alguns são anaeróbios e realizam a fermentação. Destes últimos, alguns são utilizados no processo de fabricação de bebidas alcoólicas, como a cerveja e o vinho, e no processo de preparação do pão. Nesses processos, o fungo utilizado pertence à espécie Saccharomyces cerevisiae, capaz de transformar o açucar em alcool etílico e CO2 (fermentação alcoólica), na ausência de O2. Na presença de O2 realizam a respiração. Eles são, por isso, chamados de anaeróbios facultativos.
  • 53. Na fabricação de bebidas alcoólicas o importante é o alcool produzido na fermentação, enquanto, na preparação do pão, é o CO2. Neste último caso, o CO2 Camembert que vai sendo formado se acumula no interior da massa, originando pequenas bolhas que tornam o pão poroso e mais leve. O aprisionamento do CO2 na massa só é possivel devido ao alto teor de glúten na farinha de trigo, que dá a "liga" do pão. Pães feitos com farinhas pobres em glúten não crescem tanto quanto os feitos com farinha rica em glúten. Imediatamente antes de ser assado, o teor alcoólico do pão chega a 0,5%; ao assar, esse álcool evapora, dando ao pão um aroma agradável. Alguns fungos são utilizados na indústria de laticínios, como é o caso do Penicillium camemberti e do Roquefort Penicillium roqueforte, empregados na fabricação dos queijos Camembert e Roquefort, respectivamente. Algumas espécies de fungos são utilizadas diretamente como alimento pelo homem. É o caso da Morchella e da espécie Agaricus brunnescens, o popular cogumelo ou champignon, uma das mais amplamente cultivadas no mundo. Morchella
  • 54. Agaricus Doenças Causadas por Fungos As micoses que aparecem comumente nos homens são doenças provocadas por fungos. As mais comuns ocorrem na pele, podendo-se manifestar em qualquer parte da superfície do corpo. São comuns as micoses do couro cabeludo e da barba (ptiríase), das unhas e as que causam as frieiras (pé-de-atleta). As micoses podem afetar também as mucosas como a da boca. É o caso so sapinho, muito comum em crianças. Essa doença se manifesta por multiplos pontos brancos na mucosa. Micose em couro cabeludo Existem, também, fungos que parasitam o interior do organismo, como é o caso do fungo causador da histoplasmose, doença grave que ataca os pulmões. Fungos Unicelulares À primeira vista, parece que todo o fungo é macroscópico. Existem, porém, fungos microscópicos, unicelulares. Entre estes, pode ser citado o Saccharomyces cerevisiae. Esse fungo é utilizado para a fabricação de pão, cachaça, cerveja etc., graças à fermentação que ele realiza.
  • 55. Saccharomyces: fungos unicelulares. Note que os pequenos brotos são novos indivíduos que estão sendo formados por reproduçãoo assexuada. Fungos Pluricelulares Os fungos pluricelulares possuem uma característica morfológica que os diferencia dos demais seres vivos. Seu corpo é constituído por dois componentes: o corpo de frutificação é responsável pela reprodução do fungo, por meio de células reprodutoras especiais, os esporos, e o micélio é constituído por uma trama de filamentos, onde cada filamento é chamado de hifa. Na maioria dos fungos, a parede celular é complexa e constituída de quitina, a mesma substância encontrada no esqueleto dos artrópodes. O carboidrato de reserva energética da maioria dos fungos é o glicogênio, do mesmo modo que acontece com os animais. Tipos de Hifas Dependendo do grupo de fungos, as hifas podem apresentar diferentes tipos de organização. Nas hifas cenocíticas, presentes em fungos simples, o
  • 56. fio é contínuo e o citoplasma contém numerosos núcleos nele inserido. Fungos mais complexos, possuem hifas septadas, isto é, há paredes divisórias (septos) que separam o filamento internamente em segmentos mais ou menos parecidos. Em cada septo há poros que permitem o livre trânsito de material citoplasmático de um compartimento a outro. Tipos de hifas- Pelos poros das hifas septadas ocorre trânsito de citoplasma e de núcleos de uma célula para outra. Nos fungos, os núcleos são haplóides. Reprodução nos fungos Reprodução Assexuada Fragmentação A maneira mais simples de um fungo filamentoso se reproduzir assexuadamente é por fragmentação: um micélio se fragmenta originando novos micélios. Brotamento Laranja contaminada com Penicillium sp , vista a olho nú. Leveduras como Saccharomyces cerevisae se reproduzem por brotamento ou gemulação. Os
  • 57. brotos (gêmulas) normalmente se separam do genitor mas, eventualmente, podem permanecer grudados, formando cadeias de células. Esporulação Nos fungos terrestres, os corpos de frutificação produzem, por mitose, células abundantes, leves, que são espalhadas pelo meio. Cada células dessas, um esporo conhecido como conidiósporo (do grego, kónis = poeira), ao cair em um material apropriado, é capaz de gerar sozinha um novo mofo, bolor etc. Para a produção desse tipo de esporo a ponta de uma hifa destaca-se do substrato e, repentinamente, produz centenas de conidiósporos, que permanem unidos até serem liberados. É o que acontece com o fungo penicillium, que assim foi chamado devido ao fato de a estrutura produtora de esporos - o conídio - se assemelhar a um pincel. Ao lado- Micografia eletrônica de varredura mostrando o corpo de frutificação do Penicillium sp. frequente bolor encontrado em frutas. Os pequenos e leves esporos esféricos (conidiósporos) brotam de conídios que surgem na extremidade de uma hifa especializada, o conidióforo. Em certos fungos aquáticos, os esporos são dotados de flagelos, uma adaptação à dispersão em meio líquido. Por serem móveis e nadarem ativamente, esses esporos são chamados zoósporos. Pesquise sobre as seguintes viroses e bacterioses: (viroses)ResfriadoComum;Caxumba;Raiva;Rubéola;Sarampo;Hepatites;Dengue;Poliomielite; Febre amarela;Varicela ou Catapora; Varíola; Meningite viral;Mononucleose Infecciosa;Herpes;Condiloma;AIDS. (bacterioses) Tuberculose-Hanseníase-Cólera-Tétano-Meningite –Difteria-Leptospirose- Coqueluche-Sífilis-Gonorréia
  • 58. 3ºANO DO ENSINO MÉDIO Genética Desde os tempos mais remotos o homem tomou consciência da importância do macho e da fêmea na geração de seres da mesma espécie, e que características como altura, cor da pele etc. eram transmitidas dos pais para os descendentes. Assim, com certeza, uma cadela quando cruzar com um cão, irá originar um filhote com características de um cão e nunca de um gato. Mas porque? Mendel, o iniciador da genética Gregor Mendel nasceu em 1822, em Heinzendorf, na Áustria. Era filho de pequenos fazendeiros e, apesar de bom aluno, teve de superar dificuldades financeiras para conseguir estudar. Em 1843, ingressou como noviço no mosteiro de agostiniano da cidade de Brünn, hoje Brno, na atual República Tcheca. Após ter sido ordenado monge, em 1847, Mendel ingressou na Universidade de Viena, onde estudou matemática e ciências por dois anos. Ele queria ser professor de ciências naturais, mas foi mal sucedido nos exames. De volta a Brünn, onde passou o resto da vida. Mendel continuou interessado em ciências. Fez estudos meteorológicos, estudou a vida das abelhas e cultivou plantas, tendo produzido novas variedades de maças e peras. Entre 1856 e 1865, realizou uma série de experimentos com ervilhas, com o objetivo de entender como as características hereditárias eram transmitidas de pais para filhos. Em 8 de março de 1865, Mendel apresentou um trabalho à Sociedade de História Natural de Brünn, no qual enunciava as suas leis de hereditariedade, deduzidas das experiências com as ervilhas. Publicado em 1866, com data de 1865, esse trabalho permaneu praticamente desconhecido do mundo científico até o início do século XX. Pelo que se sabe, poucos leram a publicação, e os que leram não conseguiram compreender sua enorme
  • 59. importância para a Biologia. As leis de Mendel foram redescobertas apenas em 1900, por três pesquisadores que trabalhavam independentemente. Mendel morreu em Brünn, em 1884. Os últimos anos de sua vida foram amargos e cheios de desapontamento. Os trabalhos administrativos do mosteiro o impediam de se dedicar exclusivamente à ciência, e o monge se sentia frustrado por não ter obtido qualquer reconhecimento público pela sua importante descoberta. Hoje Mendel é tido como uma das figuras mais importantes no mundo científico, sendo considerado o “pai” da Genética. No mosteiro onde viveu existe um monumento em sua homenagem, e os jardins onde foram realizados os célebres experimentos com ervilhas até hoje são conservados. Os experimentos de Mendel A escolha da planta A ervilha é uma planta herbácea leguminosa que pertence ao mesmo grupo do feijão e da soja. Na reprodução, surgem vagens contendo sementes, as ervilhas. Sua escolha como material de experiência não foi casual: uma planta fácil de cultivar, de ciclo reprodutivo curto e que produz muitas sementes. Desde os tempos de Mendel existiam muitas variedades disponíveis, dotadas de características de fácil comparação. Por exemplo, a variedade que flores púrpuras podia ser comparada com a que produzia flores brancas; a que produzia sementes lisas poderia ser comparada cm a que produzia sementes rugosas, e assim por diante. Outra vantagem dessas plantas é que estame e pistilo, os componentes envolvidos na reprodução sexuada do vegetal, ficam encerrados no interior da mesma flor, protegidas pelas pétalas. Isso favorece a autopolinização e, por extensão, a autofecundação, formando descendentes com as mesmas características das plantas genitoras.
  • 60. A partir da autopolinização, Mendel produziu e separou diversas linhagens puras de ervilhas para as características que ele pretendia estudar. Por exemplo, para cor de flor, plantas de flores de cor de púrpura sempre produziam como descendentes plantas de flores púrpuras, o mesmo ocorrendo com o cruzamento de plantas cujas flores eram brancas. Mendel estudou sete características nas plantas de ervilhas: cor da flor, posição da flor no caule, cor da semente, aspecto externo da semente, forma da vagem, cor da vagem e altura da planta. Os cruzamentos Depois de obter linhagens puras, Mendel efetuou um cruzamento diferente. Cortou os estames de uma flor proveniente de semente verde e depois depositou, nos estigmas dessa flor, pólen de uma planta proveniente de semente amarela. Efetuou, então, artificialmente, uma polinização cruzada: pólen de uma planta que produzia apenas semente amarela foi depositado no estigma de outra planta que só produzia semente verde, ou seja, cruzou duas plantas puras entre si. Essas duas plantas foram consideradas como a geração parental (P), isto é, a dos genitores. Após repetir o mesmo procedimento diversas vezes, Mendel verificou que todas as sementes originadas desses cruzamentos eram amarelas – a cor verde havia aparentemente “desaparecido” nos descendentes híbridos (resultantes do cruzamento das plantas), que Mendel chamou de F1 (primeira geração filial). Concluiu, então, que a cor amarela “dominava” a cor verde. Chamou o caráter cor amarela da semente de dominante e o verde de recessivo .
  • 61. A seguir, Mendel fez germinar as sementes obtidas em F1 até surgirem as plantas e as flores. Deixou que se autofertilizassem e aí houve a surpresa: a cor verde das sementes reapareceu na F2 (segunda geração filial), só eu em proporção menor que as de cor amarela: surgiram 6.022 sementes amarelas para 2.001 verdes, o que conduzia a proporção 3:1. Concluiu que na verdade, a cor verde das sementes não havia “desaparecido” nas sementes da geração F1. O que ocorreu é que ela não tinha se manifestado, uma vez que, sendo uma caráter recessivo, era apenas “dominado” (nas palavras de Mendel) pela cor amarela. Mendel concluiu que a cor das sementes era determinada por dois fatores, cada um determinando o surgimento de uma cor, amarela ou verde. Era necessário definir uma simbologia para representar esses fatores: escolheu a inicial do caráter recessivo. Assim, a letra v (inicial de verde), minúscula, simbolizava o fator recessivo. Assim, a letra v (inicial de verde), minúscula, simbolizava o fator recessivo – para cor verse – e a letra V, maiúscula, o fator dominante – para cor amarela. VV vv Vv Semente amarela Semente verde Semente amarela pura pura híbrida Persistia, porém, uma dúvida : como explicar o desaparecimento da cor verde na geração F1 e o seu reaparecimento na geração F2? A resposta surgiu a partir do conhecimento de que cada um dos fatores se separava durante a formação das células reprodutoras, os gametas: Dessa forma, podemos entender como o material hereditário passa de uma geração para a outra. Acompanhe nos esquemas abaixo os procedimentos adorados por Mendel com relação ao caráter cor da semente em ervilhas.
  • 62. Resultado: em F2, para cada três sementes amarelas, Mendel obteve uma semente de cor verde. Repetindo o procedimento para outras seis características estudadas nas plantas de ervilha, sempre eram obtidos os mesmos resultados em F2, ou seja a proporção de três expressões dominantes para uma recessiva. Leis de Mendel 1ª Lei de Mendel: Lei da Segregação dos Fatores A comprovação da hipótese de dominância e recessividade nos vários experimentos efetuados por Mendel levou, mais tarde à formulação da sua 1º lei: “Cada característica é determinada por dois fatores que se separam na formação dos gametas, onde ocorrem em dose simples”, isto é, para cada gameta masculino ou feminino encaminha-se apenas um fator. Mendel não tinha idéia da constituição desses fatores, nem onde se localizavam. As bases celulares da segregação
  • 63. A redescoberta dos trabalhos de Mendel, em 1900, trouxe a questão: onde estão os fatores hereditários e como eles se segregam? Em 1902, enquanto estudava a formação dos gametas em gafanhotos, o pesquisador norte americano Walter S. Sutton notou surpreendente semelhança entre o comportamento dos cromossomos homólogos, que se separavam durante a meiose, e os fatores imaginados por Mendel. Sutton lançou a hipótese de que os pares de fatores hereditários estavam localizados em pares de cromossomos homólogos, de tal maneira que a separação dos homólogos levava à segregação dos fatores. Hoje sabemos que os fatores a que Mendel se referiu são os genes (do grego genos, originar, provir), e que realmente estão localizados nos cromossomos, como Sutton havia proposto. As diferentes formas sob as quais um gene pode se apresentar são denominadas alelos. A cor amarela e a cor verde da semente de ervilha, por exemplo, são determinadas por dois alelos, isto é, duas diferentes formas do gene para cor da semente. Exemplo da primeira lei de Mendel em um animal Vamos estudar um exemplo da aplicação da primeira lei de Mendel em um animal, aproveitando para aplicar a terminologia modernamente usada em Genética. A característica que escolhemos foi a cor da pelagem de cobaias, que pode ser preta ou branca. De acordo com uma convenção largamente aceita, representaremos por B o alelo dominante, que condiciona a cor preta, e por b o alelo recessivo, que condiciona a cor branca. Uma técnica simples de combinar os gametas produzidos pelos indivíduos de F1 para obter a constituição genética dos indivíduos de F2 é a montagem do quadrado de Punnet. Este consiste em um quadro, com número de fileiras e de colunas que correspondem respectivamente, aos tipos de gametas masculinos e femininos formados no cruzamento. O quadrado de Punnet para o cruzamento de cobaias heterozigotas é: Gametas maternos
  • 64. B b B BB Bb Gametas paternos Preto Preto b Bb bb Preto Branco Os conceitos de fenótipo e genótipo Dois conceitos importantes para o desenvolvimento da genética, no começo do século XX, foram os de fenótipo e genótipo, criados pelo pesquisador dinamarquês Wilhelm L. Johannsen (1857 – 1912). Fenótipo O termo “fenótipo” (do grego pheno, evidente, brilhante, e typos, característico) é empregado para designar as características apresentadas por um indivíduo, sejam elas morfológicas, fisiológicas e comportamentais. Também fazem parte do fenótipo características microscópicas e de natureza bioquímica, que necessitam de testes especiais para a sua identificação. Entre as características fenotípicas visíveis, podemos citar a cor de uma flor, a cor dos olhos de uma pessoa, a textura do cabelo, a cor do pêlo de um animal, etc. Já o tipo sanguíneo e a seqüência de aminoácidos de uma proteína são características fenotípicas revelada apenas mediante testes especiais.
  • 65. O fenótipo de um indivíduo sofre transformações com o passar do tempo. Por exemplo, à medida que envelhecemos o nosso corpo se modifica. Fatores ambientais também podem alterar o fenótipo: se ficarmos expostos à luz do sol, nossa pele escurecerá. Genótipo O termo “genótipo” (do grego genos, originar, provir, e typos, característica) refere-se à cosntituição genética do indivíduo, ou seja, aos genes que ele possui. Estamos nos referindo ao genótipo quando dizemos, por exemplo, que uma planta de ervilha é homozigota dominante (VV) ou heterozigota (Vv) em relação à cor da semente. Fenótipo: genótipo e ambiente em interação O fenótipo resulta da interação do genótipo com o ambiente. Consideremos, por exemplo, duas pessoas que tenham os mesmos tipos de alelos para pigmentação da pele; se uma delas toma sol com mais freqüência que a outra, suas tonalidades de pele, fenótipo, são diferentes. Um exemplo interessante de interação entre genótipo e ambiente na produção do fenótipo é a reação dos coelhos da raça himalaia à temperatura. Em temperaturas baixas, os pêlos crescem pretos e, em temperaturas altas, crescem brancos. A pelagem normal desses coelhos é branca, menos nas extremidades do corpo (focinho, orelha, rabo e patas), que, por perderem mais calor e apresentarem temperatura mais baixa, desenvolvem pelagem preta. Determinando o genótipo