SlideShare uma empresa Scribd logo
ANTROPOLOGIA E DIREITOS
HUMANOS: ALTERIDADE E ÉTICA
NO MOVIMENTO DE EXPANSÃO
DOS DIREITOS UNIVERSAIS
Texto: Rita Laura Segato
Aula: Ranna Iara de Pinho Chaves Almeida
A construção do direito frente à diversidade
das comunidades morais
• Lei versus costume
• Convenção 169, de 1989, da Organização Internacional do Trabalho
(OIT) sobre Povos Indígenas e Tribais em Países Independentes,
ratificada pelo Brasil em junho de 2002
• O direito moderno encontra-se em tensão com alguns costumes não
somente no caso das sociedades “simples” ou dos “povos
originários”, mas também no próprio
• Ocidente, em plena modernidade.
• De fato, a lei entra em rota de colisão com a moral estabelecida e com
crenças arraigadas em sociedades que julgamos “modernas”,
erodindo o costume no seio do próprio Ocidente
• Direitos das minorias
• O que se apresentou como o grande desafio para as culturas fragilizadas
pelo contato com o Ocidente foi a necessidade de implementar estratégias
de transformação de alguns costumes, preservando o contexto de
continuidade cultural.
• “O relato da discussão do grupo de mulheres sobre um conjunto de
políticas públicas que poderia beneficiá-las expõe o difícil dilema da
universalidade dos direitos humanos e uma de suas contradições inerentes:
pelo menos no caso específico dos direitos humanos da mulher, se
afirmarmos que a norma moral tradicional vale tanto quanto a lei,
estaremos no caminho do reconhecimento pleno da autonomia dos povos
originários, mas nos distanciaremos, na maior parte dos casos, do que os
instrumentos internacionais promulgam com relação aos direitos humanos
da mulher e até, em alguns casos, das crianças, entre outras categorias
marcadas por um status inferior e dependente. Porém, se negarmos tal
equivalência, ficaremos confinados ao paradigma jurídico do Estado
democrático, que deve albergar, administrar e intermediar diversas
comunidades morais, sem coincidir com nenhuma delas”.
• distância entre lei e moral, entre sociedade nacional e comunidades
morais
• Lei versus costume
• Conceito de nação – nações são uniformes? Quantas etnias temos em
uma nação?
• a lei deve mediar e administrar o convívio de costumes diferentes, ou
seja, a convivência de comunidades morais distintas
• o texto da lei é uma narrativa mestra da nação, e disso deriva a luta
para inscrever uma posição na lei e obter legitimidade e audibilidade
dentro dessa narrativa
• A lei é fruto de uma luta simbólica
• Quando uma nova lei para uma minoria surge...
• reconhecer o poder nominador do direito, entronizado pelo Estado como a
palavra autorizada da nação, capaz, por isso, não só de regular, mas também
de criar, de dar status de realidade às entidades sociais cujos direitos garante,
instituindo sua existência a partir do mero ato de nominação (ver, sobre isso,
Bourdieu 1989:238).
Lei e leis: o problema da “superioridade moral”
frente às leis de outros estados nacionais
• Será que a lei gera igualdade?
• O caso de Cuba
• Estas e outras diferenças entre as concepções de justiça e os direitos
próprios fizeram com que a defesa dos direitos humanos no Ocidente
resultasse, muitas vezes, em uma desmoralização da diferença, uma
“alterofobia”, nos termos de María Cristina Álvarez Degregori,
propiciando, com suas críticas das práticas alheias, a cegueira com
relação às violações dos direitos humanos cometidas pelos países
ocidentais (Álvarez Degregori 2001).
• Berta Esperanza Hernández-Truyol – Imperialismo moral
• Said – Orientalismo
• Gott – Humanismo imperial
O relativismo das culturas e o universalismo dos
direitos humanos: estratégias antropológicas para
a resolução desse dilema
• Pelo que se expôs até aqui, é evidente a dificuldade, a partir da
perspectiva antropológica, de conviver com o projeto universal –
senão universalizante – dos direitos humanos. A antropologia, ao
longo do século XX, tentou trabalhar a consciência da humanidade
para perceber e aceitar a variedade das perspectivas culturais e dos
conceitos de bem. A empreitada, contudo, alcançou seu limite no
momento presente, quando as culturas consideradas mais distantes,
segundo a perspectiva ocidental, têm de dialogar e negociar seus
direitos nos foros estabelecidos por seus respectivos Estados
nacionais.
• Richard Wilson – o contato é inevitável
• Revisar a noção de relativismo
• “enfatizar as relatividades internas e colocar em foco as perspectivas e
vontades diversas dentro de um mesmo grupo pode levar, perigosamente,
à fragilização da coletividade e à conseqüente debilitação de seus
interesses comuns e de sua unidade na resistência política”.
• Estou convencida de que essa forma de renegociar a unidade do grupo, a
partir da articulação entre o discurso dos direitos humanos e os interesses
e aspirações dissidentes de alguns de seus membros, está por trás da ideia
do teórico dos direitos humanos no mundo islâmico, Abdullahi An-Na’im,
quando afirma que o correto será, neste novo mundo, deixar de falar de
“resolução de conflitos” para passar a falar em “transformação dos
conflitos”.
• Boaventura de Sousa Santos (2002) - “hermenêutica diatópica”
• A ideia, em síntese, é a de que todas as culturas são, em alguma
medida, incompletas e o diálogo entre elas pode avançar
precisamente a partir dessa incompletude, desenvolvendo a
consciência de suas imperfeições.
Direitos humanos, relatividade cultural e as consequências de
se entender lei, moral e ética como princípios diferentes
• Não basta à lei existir. Para sua eficácia plena, ela depende da divulgação ativa de
seu discurso e, inclusive, da propaganda. Da aliança entre a lei e a publicidade
depende a possibilidade de instalar novas sensibilidades e introduzir mudanças
na moral vigente (Segato 2003b)
• O impulso ético é o que nos permite abordar criticamente a lei e a
moral e considerá-las inadequadas. A pulsão ética nos possibilita não
somente contestar e modificar as leis que regulam o “contrato”
impositivo em que se funda a nação, mas também distanciarmo-nos
do leito cultural que nos viu nascer e transformar os costumes das
comunidades morais de que fazemos parte.
• É a cultura que nos torna humanos
• O padrões de comportamento automatizam as condutas
• Por esse caminho, então, a relatividade trabalhada pela antropologia e as
evidências etnográficas da pluralidade de culturas deixam de ser
percebidas em posição antagônica com relação ao processo de expansão
dos direitos humanos.
• Desnaturalizar as regras
• Processo humanizador – Levinas
• Ser ético, entendido desta forma, é acolher a interpelação do intruso, do
diferente no nós da comunidade moral, especialmente quando o intruso,
em sua intervenção, não pode ou não poderia ter controle material sobre
as condições de nossa existência, quando não intervém em nossa vida a
partir de uma posição de maior poder.
Referências
• SEGATO, R. L. ANTROPOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: ALTERIDADE E
ÉTICA NO MOVIMENTO DE EXPANSÃO DOS DIREITOS UNIVERSAIS.
MANA 12(1): 207-236, 2006.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a ANTROPOLOGIA E DIREITOS HUMANOS.pptx

Artigo maria cristina d. publ.d.priv
Artigo maria cristina d. publ.d.privArtigo maria cristina d. publ.d.priv
Artigo maria cristina d. publ.d.priv
Thiago Almeida
 
Sociologia
Sociologia Sociologia
Sociologia
EzequielCardoso8
 
Revisão Conceitual de SOCIOLOGIA
Revisão Conceitual de SOCIOLOGIARevisão Conceitual de SOCIOLOGIA
Revisão Conceitual de SOCIOLOGIA
Carlos Benjoino Bidu
 
Questoes de filosofia enem2009 2013
Questoes de filosofia enem2009 2013Questoes de filosofia enem2009 2013
Questoes de filosofia enem2009 2013
ProfessorAndreLuisLaSalvia
 
Exigências morais da contemporaneidade
Exigências morais da contemporaneidadeExigências morais da contemporaneidade
Exigências morais da contemporaneidade
JosinoNunes1
 
Cidadania
CidadaniaCidadania
Cidadania
Pedro Souto
 
Aristoteles e locke respostas
Aristoteles e locke respostasAristoteles e locke respostas
Aristoteles e locke respostas
Filipe Prado
 
Democracia, Justiça e Igualdade.pdf
Democracia, Justiça e Igualdade.pdfDemocracia, Justiça e Igualdade.pdf
Democracia, Justiça e Igualdade.pdf
grigueira
 
Reflexoes Cristas Cristianismo e Cultura (Encontro 1 de 8).pdf
Reflexoes Cristas Cristianismo e Cultura (Encontro 1 de 8).pdfReflexoes Cristas Cristianismo e Cultura (Encontro 1 de 8).pdf
Reflexoes Cristas Cristianismo e Cultura (Encontro 1 de 8).pdf
Pedro Siena
 
Quando a pessoa com deficiência fal em primeiro lugar
Quando a pessoa com deficiência fal em primeiro lugarQuando a pessoa com deficiência fal em primeiro lugar
Quando a pessoa com deficiência fal em primeiro lugar
Vitor Moura
 
Introdução ao estudo do direito
Introdução ao estudo do direitoIntrodução ao estudo do direito
Introdução ao estudo do direito
Ricardo Pereira
 
Programa de Cidadania Judiciária - Alexandre Cialdini
Programa de Cidadania Judiciária - Alexandre CialdiniPrograma de Cidadania Judiciária - Alexandre Cialdini
Programa de Cidadania Judiciária - Alexandre Cialdini
EUROsociAL II
 
Cap 5 organização social e cidadania
Cap 5  organização social e cidadaniaCap 5  organização social e cidadania
Cap 5 organização social e cidadania
Colegio GGE
 
Aula de revisao_-_antropologia_juridica
Aula de revisao_-_antropologia_juridicaAula de revisao_-_antropologia_juridica
Aula de revisao_-_antropologia_juridica
Elenir Flores
 
Artigo direit os_individuais_coletivos
Artigo direit os_individuais_coletivosArtigo direit os_individuais_coletivos
Artigo direit os_individuais_coletivos
ItaloWescley
 
Democracia de mínimos e negação dos direitos
Democracia de mínimos e negação dos direitosDemocracia de mínimos e negação dos direitos
Democracia de mínimos e negação dos direitos
Helena Carvalho
 
Ética e Cidadania
Ética e Cidadania Ética e Cidadania
Ética e Cidadania
Arare Carvalho Júnior
 
cidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdfcidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdf
Fernanda Bastos
 
Trabalho filosofia 13t 01
Trabalho filosofia 13t 01Trabalho filosofia 13t 01
Trabalho filosofia 13t 01
Alexandre Misturini
 
Fratelli Tutti V capítulo.pptx
Fratelli Tutti V capítulo.pptxFratelli Tutti V capítulo.pptx
Fratelli Tutti V capítulo.pptx
LuizHonorio4
 

Semelhante a ANTROPOLOGIA E DIREITOS HUMANOS.pptx (20)

Artigo maria cristina d. publ.d.priv
Artigo maria cristina d. publ.d.privArtigo maria cristina d. publ.d.priv
Artigo maria cristina d. publ.d.priv
 
Sociologia
Sociologia Sociologia
Sociologia
 
Revisão Conceitual de SOCIOLOGIA
Revisão Conceitual de SOCIOLOGIARevisão Conceitual de SOCIOLOGIA
Revisão Conceitual de SOCIOLOGIA
 
Questoes de filosofia enem2009 2013
Questoes de filosofia enem2009 2013Questoes de filosofia enem2009 2013
Questoes de filosofia enem2009 2013
 
Exigências morais da contemporaneidade
Exigências morais da contemporaneidadeExigências morais da contemporaneidade
Exigências morais da contemporaneidade
 
Cidadania
CidadaniaCidadania
Cidadania
 
Aristoteles e locke respostas
Aristoteles e locke respostasAristoteles e locke respostas
Aristoteles e locke respostas
 
Democracia, Justiça e Igualdade.pdf
Democracia, Justiça e Igualdade.pdfDemocracia, Justiça e Igualdade.pdf
Democracia, Justiça e Igualdade.pdf
 
Reflexoes Cristas Cristianismo e Cultura (Encontro 1 de 8).pdf
Reflexoes Cristas Cristianismo e Cultura (Encontro 1 de 8).pdfReflexoes Cristas Cristianismo e Cultura (Encontro 1 de 8).pdf
Reflexoes Cristas Cristianismo e Cultura (Encontro 1 de 8).pdf
 
Quando a pessoa com deficiência fal em primeiro lugar
Quando a pessoa com deficiência fal em primeiro lugarQuando a pessoa com deficiência fal em primeiro lugar
Quando a pessoa com deficiência fal em primeiro lugar
 
Introdução ao estudo do direito
Introdução ao estudo do direitoIntrodução ao estudo do direito
Introdução ao estudo do direito
 
Programa de Cidadania Judiciária - Alexandre Cialdini
Programa de Cidadania Judiciária - Alexandre CialdiniPrograma de Cidadania Judiciária - Alexandre Cialdini
Programa de Cidadania Judiciária - Alexandre Cialdini
 
Cap 5 organização social e cidadania
Cap 5  organização social e cidadaniaCap 5  organização social e cidadania
Cap 5 organização social e cidadania
 
Aula de revisao_-_antropologia_juridica
Aula de revisao_-_antropologia_juridicaAula de revisao_-_antropologia_juridica
Aula de revisao_-_antropologia_juridica
 
Artigo direit os_individuais_coletivos
Artigo direit os_individuais_coletivosArtigo direit os_individuais_coletivos
Artigo direit os_individuais_coletivos
 
Democracia de mínimos e negação dos direitos
Democracia de mínimos e negação dos direitosDemocracia de mínimos e negação dos direitos
Democracia de mínimos e negação dos direitos
 
Ética e Cidadania
Ética e Cidadania Ética e Cidadania
Ética e Cidadania
 
cidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdfcidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdf
 
Trabalho filosofia 13t 01
Trabalho filosofia 13t 01Trabalho filosofia 13t 01
Trabalho filosofia 13t 01
 
Fratelli Tutti V capítulo.pptx
Fratelli Tutti V capítulo.pptxFratelli Tutti V capítulo.pptx
Fratelli Tutti V capítulo.pptx
 

Mais de Ranna Pinho

A construção sociocultural da doença.pptx
A construção sociocultural da doença.pptxA construção sociocultural da doença.pptx
A construção sociocultural da doença.pptx
Ranna Pinho
 
Aula_Políticas Públicas.pptx
Aula_Políticas Públicas.pptxAula_Políticas Públicas.pptx
Aula_Políticas Públicas.pptx
Ranna Pinho
 
Psicologia e desenvolvimento moral.pptx
Psicologia e desenvolvimento moral.pptxPsicologia e desenvolvimento moral.pptx
Psicologia e desenvolvimento moral.pptx
Ranna Pinho
 
Histórico do SUS [Salvo automaticamente].pptx
Histórico do SUS [Salvo automaticamente].pptxHistórico do SUS [Salvo automaticamente].pptx
Histórico do SUS [Salvo automaticamente].pptx
Ranna Pinho
 
A FILOSOFIA DA COMPLEXIDADE.pptx
A FILOSOFIA DA COMPLEXIDADE.pptxA FILOSOFIA DA COMPLEXIDADE.pptx
A FILOSOFIA DA COMPLEXIDADE.pptx
Ranna Pinho
 
Aprender Antropologia - Introdução - Laplantine.pptx
Aprender Antropologia - Introdução - Laplantine.pptxAprender Antropologia - Introdução - Laplantine.pptx
Aprender Antropologia - Introdução - Laplantine.pptx
Ranna Pinho
 
Determinantes Sociais da Saúde2.pptx
Determinantes Sociais da Saúde2.pptxDeterminantes Sociais da Saúde2.pptx
Determinantes Sociais da Saúde2.pptx
Ranna Pinho
 
Sociologia do Direito.pptx
Sociologia do Direito.pptxSociologia do Direito.pptx
Sociologia do Direito.pptx
Ranna Pinho
 
Escolarização e intelectuais indígenas: da formação à emancipação
Escolarização e intelectuais indígenas: da formação à emancipaçãoEscolarização e intelectuais indígenas: da formação à emancipação
Escolarização e intelectuais indígenas: da formação à emancipação
Ranna Pinho
 
Historia socila da educação no brasil - p. 39 a 104.pdf
Historia socila da educação no brasil - p. 39 a 104.pdfHistoria socila da educação no brasil - p. 39 a 104.pdf
Historia socila da educação no brasil - p. 39 a 104.pdf
Ranna Pinho
 
A Revolução Industrial.ppt
A Revolução Industrial.pptA Revolução Industrial.ppt
A Revolução Industrial.ppt
Ranna Pinho
 
SP_PROJ_INT_CHS_PNLD21_MP_DIVUL_BAIXA.pdf
SP_PROJ_INT_CHS_PNLD21_MP_DIVUL_BAIXA.pdfSP_PROJ_INT_CHS_PNLD21_MP_DIVUL_BAIXA.pdf
SP_PROJ_INT_CHS_PNLD21_MP_DIVUL_BAIXA.pdf
Ranna Pinho
 
Deleuze e Guattari - Filosofia - 3º Ano.pptx
Deleuze e Guattari - Filosofia - 3º Ano.pptxDeleuze e Guattari - Filosofia - 3º Ano.pptx
Deleuze e Guattari - Filosofia - 3º Ano.pptx
Ranna Pinho
 

Mais de Ranna Pinho (13)

A construção sociocultural da doença.pptx
A construção sociocultural da doença.pptxA construção sociocultural da doença.pptx
A construção sociocultural da doença.pptx
 
Aula_Políticas Públicas.pptx
Aula_Políticas Públicas.pptxAula_Políticas Públicas.pptx
Aula_Políticas Públicas.pptx
 
Psicologia e desenvolvimento moral.pptx
Psicologia e desenvolvimento moral.pptxPsicologia e desenvolvimento moral.pptx
Psicologia e desenvolvimento moral.pptx
 
Histórico do SUS [Salvo automaticamente].pptx
Histórico do SUS [Salvo automaticamente].pptxHistórico do SUS [Salvo automaticamente].pptx
Histórico do SUS [Salvo automaticamente].pptx
 
A FILOSOFIA DA COMPLEXIDADE.pptx
A FILOSOFIA DA COMPLEXIDADE.pptxA FILOSOFIA DA COMPLEXIDADE.pptx
A FILOSOFIA DA COMPLEXIDADE.pptx
 
Aprender Antropologia - Introdução - Laplantine.pptx
Aprender Antropologia - Introdução - Laplantine.pptxAprender Antropologia - Introdução - Laplantine.pptx
Aprender Antropologia - Introdução - Laplantine.pptx
 
Determinantes Sociais da Saúde2.pptx
Determinantes Sociais da Saúde2.pptxDeterminantes Sociais da Saúde2.pptx
Determinantes Sociais da Saúde2.pptx
 
Sociologia do Direito.pptx
Sociologia do Direito.pptxSociologia do Direito.pptx
Sociologia do Direito.pptx
 
Escolarização e intelectuais indígenas: da formação à emancipação
Escolarização e intelectuais indígenas: da formação à emancipaçãoEscolarização e intelectuais indígenas: da formação à emancipação
Escolarização e intelectuais indígenas: da formação à emancipação
 
Historia socila da educação no brasil - p. 39 a 104.pdf
Historia socila da educação no brasil - p. 39 a 104.pdfHistoria socila da educação no brasil - p. 39 a 104.pdf
Historia socila da educação no brasil - p. 39 a 104.pdf
 
A Revolução Industrial.ppt
A Revolução Industrial.pptA Revolução Industrial.ppt
A Revolução Industrial.ppt
 
SP_PROJ_INT_CHS_PNLD21_MP_DIVUL_BAIXA.pdf
SP_PROJ_INT_CHS_PNLD21_MP_DIVUL_BAIXA.pdfSP_PROJ_INT_CHS_PNLD21_MP_DIVUL_BAIXA.pdf
SP_PROJ_INT_CHS_PNLD21_MP_DIVUL_BAIXA.pdf
 
Deleuze e Guattari - Filosofia - 3º Ano.pptx
Deleuze e Guattari - Filosofia - 3º Ano.pptxDeleuze e Guattari - Filosofia - 3º Ano.pptx
Deleuze e Guattari - Filosofia - 3º Ano.pptx
 

Último

Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdfEspecialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
DanielCastro80471
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Biblioteca UCS
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Mary Alvarenga
 
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
LucianaCristina58
 
Funções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prismaFunções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prisma
djincognito
 
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptxA dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
ReinaldoSouza57
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
cmeioctaciliabetesch
 
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinhaatividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
Suzy De Abreu Santana
 
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxSlides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptxAula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
edivirgesribeiro1
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
TomasSousa7
 
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdfPowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
1000a
 
Atividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º anoAtividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º ano
fernandacosta37763
 
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
ValdineyRodriguesBez1
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
WelberMerlinCardoso
 
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdfOS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
AmiltonAparecido1
 
Sinais de pontuação
Sinais de pontuaçãoSinais de pontuação
Sinais de pontuação
Mary Alvarenga
 
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdfO que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
Pastor Robson Colaço
 

Último (20)

Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdfEspecialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
 
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
 
Funções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prismaFunções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prisma
 
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptxA dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
 
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinhaatividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
 
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxSlides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
 
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
 
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptxAula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
 
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdfPowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
 
Atividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º anoAtividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º ano
 
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
 
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdfOS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
 
Sinais de pontuação
Sinais de pontuaçãoSinais de pontuação
Sinais de pontuação
 
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdfO que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
 

ANTROPOLOGIA E DIREITOS HUMANOS.pptx

  • 1. ANTROPOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: ALTERIDADE E ÉTICA NO MOVIMENTO DE EXPANSÃO DOS DIREITOS UNIVERSAIS Texto: Rita Laura Segato Aula: Ranna Iara de Pinho Chaves Almeida
  • 2. A construção do direito frente à diversidade das comunidades morais • Lei versus costume • Convenção 169, de 1989, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Povos Indígenas e Tribais em Países Independentes, ratificada pelo Brasil em junho de 2002
  • 3.
  • 4. • O direito moderno encontra-se em tensão com alguns costumes não somente no caso das sociedades “simples” ou dos “povos originários”, mas também no próprio • Ocidente, em plena modernidade. • De fato, a lei entra em rota de colisão com a moral estabelecida e com crenças arraigadas em sociedades que julgamos “modernas”, erodindo o costume no seio do próprio Ocidente • Direitos das minorias
  • 5. • O que se apresentou como o grande desafio para as culturas fragilizadas pelo contato com o Ocidente foi a necessidade de implementar estratégias de transformação de alguns costumes, preservando o contexto de continuidade cultural. • “O relato da discussão do grupo de mulheres sobre um conjunto de políticas públicas que poderia beneficiá-las expõe o difícil dilema da universalidade dos direitos humanos e uma de suas contradições inerentes: pelo menos no caso específico dos direitos humanos da mulher, se afirmarmos que a norma moral tradicional vale tanto quanto a lei, estaremos no caminho do reconhecimento pleno da autonomia dos povos originários, mas nos distanciaremos, na maior parte dos casos, do que os instrumentos internacionais promulgam com relação aos direitos humanos da mulher e até, em alguns casos, das crianças, entre outras categorias marcadas por um status inferior e dependente. Porém, se negarmos tal equivalência, ficaremos confinados ao paradigma jurídico do Estado democrático, que deve albergar, administrar e intermediar diversas comunidades morais, sem coincidir com nenhuma delas”.
  • 6. • distância entre lei e moral, entre sociedade nacional e comunidades morais • Lei versus costume • Conceito de nação – nações são uniformes? Quantas etnias temos em uma nação? • a lei deve mediar e administrar o convívio de costumes diferentes, ou seja, a convivência de comunidades morais distintas
  • 7. • o texto da lei é uma narrativa mestra da nação, e disso deriva a luta para inscrever uma posição na lei e obter legitimidade e audibilidade dentro dessa narrativa • A lei é fruto de uma luta simbólica • Quando uma nova lei para uma minoria surge... • reconhecer o poder nominador do direito, entronizado pelo Estado como a palavra autorizada da nação, capaz, por isso, não só de regular, mas também de criar, de dar status de realidade às entidades sociais cujos direitos garante, instituindo sua existência a partir do mero ato de nominação (ver, sobre isso, Bourdieu 1989:238).
  • 8. Lei e leis: o problema da “superioridade moral” frente às leis de outros estados nacionais
  • 9. • Será que a lei gera igualdade? • O caso de Cuba
  • 10. • Estas e outras diferenças entre as concepções de justiça e os direitos próprios fizeram com que a defesa dos direitos humanos no Ocidente resultasse, muitas vezes, em uma desmoralização da diferença, uma “alterofobia”, nos termos de María Cristina Álvarez Degregori, propiciando, com suas críticas das práticas alheias, a cegueira com relação às violações dos direitos humanos cometidas pelos países ocidentais (Álvarez Degregori 2001). • Berta Esperanza Hernández-Truyol – Imperialismo moral • Said – Orientalismo • Gott – Humanismo imperial
  • 11. O relativismo das culturas e o universalismo dos direitos humanos: estratégias antropológicas para a resolução desse dilema • Pelo que se expôs até aqui, é evidente a dificuldade, a partir da perspectiva antropológica, de conviver com o projeto universal – senão universalizante – dos direitos humanos. A antropologia, ao longo do século XX, tentou trabalhar a consciência da humanidade para perceber e aceitar a variedade das perspectivas culturais e dos conceitos de bem. A empreitada, contudo, alcançou seu limite no momento presente, quando as culturas consideradas mais distantes, segundo a perspectiva ocidental, têm de dialogar e negociar seus direitos nos foros estabelecidos por seus respectivos Estados nacionais.
  • 12. • Richard Wilson – o contato é inevitável
  • 13. • Revisar a noção de relativismo • “enfatizar as relatividades internas e colocar em foco as perspectivas e vontades diversas dentro de um mesmo grupo pode levar, perigosamente, à fragilização da coletividade e à conseqüente debilitação de seus interesses comuns e de sua unidade na resistência política”. • Estou convencida de que essa forma de renegociar a unidade do grupo, a partir da articulação entre o discurso dos direitos humanos e os interesses e aspirações dissidentes de alguns de seus membros, está por trás da ideia do teórico dos direitos humanos no mundo islâmico, Abdullahi An-Na’im, quando afirma que o correto será, neste novo mundo, deixar de falar de “resolução de conflitos” para passar a falar em “transformação dos conflitos”.
  • 14. • Boaventura de Sousa Santos (2002) - “hermenêutica diatópica” • A ideia, em síntese, é a de que todas as culturas são, em alguma medida, incompletas e o diálogo entre elas pode avançar precisamente a partir dessa incompletude, desenvolvendo a consciência de suas imperfeições.
  • 15. Direitos humanos, relatividade cultural e as consequências de se entender lei, moral e ética como princípios diferentes • Não basta à lei existir. Para sua eficácia plena, ela depende da divulgação ativa de seu discurso e, inclusive, da propaganda. Da aliança entre a lei e a publicidade depende a possibilidade de instalar novas sensibilidades e introduzir mudanças na moral vigente (Segato 2003b)
  • 16.
  • 17. • O impulso ético é o que nos permite abordar criticamente a lei e a moral e considerá-las inadequadas. A pulsão ética nos possibilita não somente contestar e modificar as leis que regulam o “contrato” impositivo em que se funda a nação, mas também distanciarmo-nos do leito cultural que nos viu nascer e transformar os costumes das comunidades morais de que fazemos parte. • É a cultura que nos torna humanos • O padrões de comportamento automatizam as condutas
  • 18.
  • 19. • Por esse caminho, então, a relatividade trabalhada pela antropologia e as evidências etnográficas da pluralidade de culturas deixam de ser percebidas em posição antagônica com relação ao processo de expansão dos direitos humanos. • Desnaturalizar as regras • Processo humanizador – Levinas • Ser ético, entendido desta forma, é acolher a interpelação do intruso, do diferente no nós da comunidade moral, especialmente quando o intruso, em sua intervenção, não pode ou não poderia ter controle material sobre as condições de nossa existência, quando não intervém em nossa vida a partir de uma posição de maior poder.
  • 20.
  • 21. Referências • SEGATO, R. L. ANTROPOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: ALTERIDADE E ÉTICA NO MOVIMENTO DE EXPANSÃO DOS DIREITOS UNIVERSAIS. MANA 12(1): 207-236, 2006.