Este documento analisa como as cédulas do final do Império Brasileiro e início da República retratavam símbolos dos diferentes regimes. As cédulas divulgavam a imagem imperial vinculando o poder do Imperador a grupos como exército, fazendeiros e políticos. Após a Proclamação da República em 1889, as cédulas passaram a exibir símbolos republicanos em substituição aos imperiais.
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?John Wainwright
O documento analisa o conceito de "povo" no Brasil de acordo com o livro "Quem é o Povo no Brasil?". Discute como o conceito varia ao longo do tempo e entre classes sociais, e como as classes dominantes tomam decisões que beneficiam seus próprios interesses em vez dos interesses do povo como um todo.
Caio prado jr formação do brasil contemporâneoJorge Miklos
1) O documento analisa o livro "Formação do Brasil Contemporâneo" de Caio Prado Jr, que examina as características da colonização portuguesa no Brasil e como ela influenciou a formação da sociedade brasileira.
2) Caio Prado define o conceito de "sentido histórico" como o rumo dado à história de um povo por um conjunto de acontecimentos ao longo do tempo, argumentando que o sentido da colonização portuguesa no Brasil foi estabelecer uma colônia fornecedora de produtos ag
Resenha de História Econômica do Brasil de Caio Prado JúniorJoão Gabriel Burmann
Este documento é uma análise crítica e descritiva da obra "História Econômica do Brasil" de Caio Prado Júnior. A análise descreve os métodos de análise do autor, como seu uso da geografia e perspectiva marxista, e analisa descritivamente o processo de formação da economia brasileira segundo Prado Júnior, desde a extração do pau-brasil até o início da industrialização.
Resenha critica do livro raizes do brasilAgnaldo Souza
O documento resume o livro Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda, discutindo a colonização portuguesa e sua influência na formação da identidade brasileira. Holanda argumenta que a cultura portuguesa enfatizava o individualismo e prestígio pessoal em detrimento da organização social, influenciando o desenvolvimento do Brasil colonial e pós-colonial. O documento também discute outras obras como Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre e Os Sertões de Euclides da Cunha.
[1] Caio Prado Jr. foi um importante intelectual e historiador brasileiro nascido em 1907 em São Paulo. [2] Ele se envolveu com política na década de 1920, filiando-se ao Partido Comunista em 1931. [3] Sua obra mais famosa, Formação do Brasil Contemporâneo (1942), analisou a formação econômica e social do Brasil a partir da perspectiva marxista.
1) O documento discute a obra e importância de Caio Prado Jr. como o primeiro marxista brasileiro.
2) Caio Prado Jr. foi capaz de utilizar o método marxista de forma original para analisar a experiência histórico-social brasileira.
3) Embora o marxismo tenha tido dificuldades em compreender a América Latina, Caio Prado Jr. conseguiu analisar as particularidades do Brasil de forma diferenciada dos demais marxistas brasileiros.
O documento analisa a obra "A Formação do Brasil Contemporâneo" de Caio Prado Júnior, escrita em 1942, que busca explicar as origens históricas do Brasil. O artigo destaca três pontos: 1) o contexto histórico em que a obra foi escrita, durante um período de transformações políticas no Brasil na década de 1930; 2) a epistemologia marxista que influenciou a abordagem de Caio Prado Júnior, dando ênfase ao papel do Estado e das classes sociais; 3) a her
Sérgio buarque de holanda raízes do brasilJorge Miklos
O livro Raízes do Brasil analisa as origens históricas e culturais do Brasil, identificando pares de características opostas como trabalho e aventura, rural e urbano. Essas dicotomias refletem traços ibéricos como a repulsa ao trabalho regular e a preferência por atividades improvisadas. Isso levou a uma sociedade com falta de organização e estrutura estatal fraca.
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?John Wainwright
O documento analisa o conceito de "povo" no Brasil de acordo com o livro "Quem é o Povo no Brasil?". Discute como o conceito varia ao longo do tempo e entre classes sociais, e como as classes dominantes tomam decisões que beneficiam seus próprios interesses em vez dos interesses do povo como um todo.
Caio prado jr formação do brasil contemporâneoJorge Miklos
1) O documento analisa o livro "Formação do Brasil Contemporâneo" de Caio Prado Jr, que examina as características da colonização portuguesa no Brasil e como ela influenciou a formação da sociedade brasileira.
2) Caio Prado define o conceito de "sentido histórico" como o rumo dado à história de um povo por um conjunto de acontecimentos ao longo do tempo, argumentando que o sentido da colonização portuguesa no Brasil foi estabelecer uma colônia fornecedora de produtos ag
Resenha de História Econômica do Brasil de Caio Prado JúniorJoão Gabriel Burmann
Este documento é uma análise crítica e descritiva da obra "História Econômica do Brasil" de Caio Prado Júnior. A análise descreve os métodos de análise do autor, como seu uso da geografia e perspectiva marxista, e analisa descritivamente o processo de formação da economia brasileira segundo Prado Júnior, desde a extração do pau-brasil até o início da industrialização.
Resenha critica do livro raizes do brasilAgnaldo Souza
O documento resume o livro Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda, discutindo a colonização portuguesa e sua influência na formação da identidade brasileira. Holanda argumenta que a cultura portuguesa enfatizava o individualismo e prestígio pessoal em detrimento da organização social, influenciando o desenvolvimento do Brasil colonial e pós-colonial. O documento também discute outras obras como Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre e Os Sertões de Euclides da Cunha.
[1] Caio Prado Jr. foi um importante intelectual e historiador brasileiro nascido em 1907 em São Paulo. [2] Ele se envolveu com política na década de 1920, filiando-se ao Partido Comunista em 1931. [3] Sua obra mais famosa, Formação do Brasil Contemporâneo (1942), analisou a formação econômica e social do Brasil a partir da perspectiva marxista.
1) O documento discute a obra e importância de Caio Prado Jr. como o primeiro marxista brasileiro.
2) Caio Prado Jr. foi capaz de utilizar o método marxista de forma original para analisar a experiência histórico-social brasileira.
3) Embora o marxismo tenha tido dificuldades em compreender a América Latina, Caio Prado Jr. conseguiu analisar as particularidades do Brasil de forma diferenciada dos demais marxistas brasileiros.
O documento analisa a obra "A Formação do Brasil Contemporâneo" de Caio Prado Júnior, escrita em 1942, que busca explicar as origens históricas do Brasil. O artigo destaca três pontos: 1) o contexto histórico em que a obra foi escrita, durante um período de transformações políticas no Brasil na década de 1930; 2) a epistemologia marxista que influenciou a abordagem de Caio Prado Júnior, dando ênfase ao papel do Estado e das classes sociais; 3) a her
Sérgio buarque de holanda raízes do brasilJorge Miklos
O livro Raízes do Brasil analisa as origens históricas e culturais do Brasil, identificando pares de características opostas como trabalho e aventura, rural e urbano. Essas dicotomias refletem traços ibéricos como a repulsa ao trabalho regular e a preferência por atividades improvisadas. Isso levou a uma sociedade com falta de organização e estrutura estatal fraca.
O documento apresenta um resumo do livro "Raízes do Brasil" de Sérgio Buarque de Holanda. O livro analisa a formação da sociedade brasileira a partir de pares conceituais como trabalho e aventura, semeador e ladrilhador. Explora como a herança rural portuguesa e a falta de desenvolvimento urbano influenciaram a cultura brasileira, com traços de patrimonialismo e ausência de espírito democrático.
O documento discute as raízes históricas e sociais do Brasil. Aborda como as fronteiras entre a Europa e o Novo Mundo influenciaram a mentalidade dos portugueses, que valorizavam a ociosidade em vez do trabalho. Também analisa como o princípio da aventura, em vez do trabalho, moldou a colonização portuguesa e a escravidão legou uma herança rural marcada pela ausência de organização social.
O documento discute o imperialismo e a questão cultural na África a partir do século XIX. Apresenta diferentes teorias sobre as causas do imperialismo e seu impacto na descaracterização cultural dos povos africanos. Também aborda a Conferência de Berlim de 1884-1885, que dividiu o continente africano sem respeitar suas fronteiras étnicas e históricas.
Este documento apresenta o planejamento de habilidades e conteúdos para o Caderno do Aluno de História no Ensino Fundamental II e Médio da região de Caieiras. Está organizado por série, bimestre, habilidades a serem desenvolvidas e conteúdos constantes no caderno. Ao todo, são listadas 37 habilidades trabalhadas ao longo do ano letivo para as séries do 5o ao 8o ano.
O documento descreve o período literário pré-modernista no Brasil entre 1902 e 1922. Este período foi de transição entre as tendências do século XIX e a renovação modernista iniciada em 1922. Apesar de não constituir um movimento literário unificado, o pré-modernismo caracterizou-se pelo interesse na realidade brasileira e busca por uma linguagem mais simples.
O documento descreve como as crônicas de João do Rio (1881-1921) retrataram as transformações sociais na cidade do Rio de Janeiro durante a Primeira República brasileira. João do Rio usou suas crônicas para descrever como a elite adotou um estilo de vida européia enquanto a camada popular vivia em condições precárias, relatando aspectos do cotidiano dos pobres e criticando o descaso com a miséria. Suas crônicas humanizaram as ruas e destacaram a importância da cultura e religi
O documento contém 9 questões e comentários sobre vários tópicos históricos brasileiros. Os comentários discutem tópicos como a realidade dos trabalhadores no Brasil, a política da República Velha, a urbanização no Brasil do século XIX, a colonização portuguesa, a propaganda de café na década de 1950, a música de um trabalhador nordestino, a construção de estradas na década de 1960, e novos enfoques da historiografia brasileira sobre a escravidão e as relações Brasil-Portugal.
Este documento apresenta o planejamento anual de aulas de História para o 1o ano do Ensino Médio. O plano inclui os temas, tópicos, habilidades, estratégias e conteúdos que serão abordados ao longo dos quatro bimestres. Os principais assuntos são a formação do mundo burguês através da colonização, revoluções e relações étnico-culturais, com foco na conquista da América, escravidão, revoluções inglesa e francesa e processos de independência na
Capitães da areia, de Jorge Amado - análisejasonrplima
Este documento resume a obra literária "Capitães da Areia", de Jorge Amado, inserindo-a no contexto sociopolítico da década de 1930 no Brasil. O romance denuncia os problemas sociais da época, como a situação dos menores abandonados, e reflete as transformações políticas, econômicas e sociais do período, como o fim da República Velha e a instauração do Estado Novo. A obra é considerada um exemplo do romance social e político característico da chamada Geração de 30.
1. O documento discute o movimento literário Realismo no Brasil e em Portugal no século XIX.
2. Analisa o contexto histórico, social e econômico deste período e como influenciou a produção literária realista.
3. Apresenta características do Realismo como a representação objetiva da realidade observada e personagens comuns, em contraste com o Romantismo, e destaca autores realistas como Machado de Assis, Eça de Queirós e Arthur Azevedo.
Este documento apresenta o planejamento anual de aulas de História para o 9o ano do Ensino Fundamental. O plano inclui revisão de conteúdos do 8o ano, além de abordar temas como a construção do Estado Brasileiro, a República Velha, a Era Vargas, e a República Democrático-Populista até 1964.
1) Os comentários discutem questões sobre a 2a Fase da Olimpíada de História, fornecendo feedback sobre as respostas das equipes.
2) São abordados temas como o Império e a República no Brasil, as grandes navegações, a administração colonial portuguesa e a história da saúde.
3) O último comentário reflete sobre a atividade proposta, que foi a construção de uma linha do tempo para visualizar processos históricos.
Este documento apresenta o planejamento anual de aulas de História para o 8o ano do Ensino Fundamental. O plano inclui os principais tópicos, habilidades, conteúdos e número de aulas para cada bimestre. Os temas abordados são a expansão econômica européia, a colonização portuguesa no Brasil, as revoluções liberais, a independência do Brasil, a monarquia e a construção da nação brasileira.
O documento discute a literatura brasileira nas décadas de 1930 e 1940, quando o romance se destacou analisando criticamente a realidade do Brasil e do mundo durante crises profundas. A poesia também floresceu nesse período, enquanto a prosa ampliou seus temas para incluir questões políticas, sociais e econômicas. Importantes poetas como Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes e Cecília Meireles são destacados.
Este documento discute as representações da identidade nacional portuguesa nos séculos XIX-XX, particularmente a divisão entre o Norte e o Sul. Aborda como intelectuais influentes como Basílio Teles viam esta divisão em termos raciais e como projetavam estereótipos sobre cada região. Também examina como historiadores como Oliveira Martins e Alexandre Herculano abordaram a formação da nação portuguesa e a importância dos fatores étnicos, projetando uma divisão Norte-Sul ligada a celtas no Norte e se
[1] Guerreiro Ramos criticou a importação acrítica de ideias estrangeiras na sociologia brasileira e o elitismo dos intelectuais, defendendo uma sociologia comprometida com a realidade nacional e o desenvolvimento da autonomia do Brasil. [2] Ele propôs a "redução sociológica", um método crítico de assimilar criticamente contribuições teóricas externas considerando o contexto social brasileiro. [3] Sua obra teve como objetivo promover a autoconsciência da sociedade brasileira e uma sociologia en
Este plano de ensino apresenta os conteúdos, habilidades, estratégias e descritores para a disciplina de História no 9o ano do Ensino Fundamental. Serão abordados temas como a construção do Brasil, a era Vargas, a República Democrático-Populista, com foco na industrialização do país e na expansão dos direitos civis e sociais no contexto da Guerra Fria.
O partido conservador e a educação literária no império brasileiro 1841 1863GilPereira14
O documento discute como o Partido Conservador brasileiro, no século XIX, usou a institucionalização da educação literária para promover seu projeto político centralizador. Os conservadores, liderados por Bernardo Pereira de Vasconcelos, implementaram reformas educacionais que centralizaram o sistema de ensino sob o controle do governo imperial, em contraste com os liberais que defendiam a descentralização. A educação literária foi direcionada para formar a elite intelectual que apoiaria a agenda política conservadora e ocuparia cargos no aparelho bu
O documento discute a formação do Estado brasileiro, destacando características como o patrimonialismo e o coronelismo. Aborda o período colonial marcado pela exploração portuguesa e os ciclos econômicos da cana-de-açúcar, ouro e pecuária. Também analisa pensadores como Oliveira Vianna e Sérgio Buarque de Holanda que estudaram aspectos da sociedade brasileira.
O documento descreve a República das Oligarquias no Brasil após a proclamação da República em 1889. Durante este período, o poder político foi controlado por oligarquias rurais de estados como São Paulo e Minas Gerais, que estabeleceram a "Política do Café com Leite". Adicionalmente, o documento discute o coronelismo e seu controle sobre a população rural, assim como movimentos sociais de oposição como o Cangaço no Nordeste.
1) O documento discute a participação do povo em processos políticos e sociais em Pernambuco entre a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador.
2) Analisa como as "gentes simples do povo" se envolveram nos questionamentos sobre a construção do Estado brasileiro nesse período, indo além dos grandes personagens históricos.
3) Discute exemplos como tentativas de rebelião de escravos em 1814 e o envolvimento do povo nas insurgências políticas da ép
Este documento resume um trabalho acadêmico que analisa como os filmes A História Oficial (Argentina, 1985) e Pra Frente Brasil (Brasil, 1983) representam as ditaduras militares na Argentina e no Brasil. O documento discute os períodos ditatoriais em cada país, destacando suas semelhanças e diferenças, e como esses filmes retrataram esse momento histórico em cada nação.
O documento apresenta um resumo do livro "Raízes do Brasil" de Sérgio Buarque de Holanda. O livro analisa a formação da sociedade brasileira a partir de pares conceituais como trabalho e aventura, semeador e ladrilhador. Explora como a herança rural portuguesa e a falta de desenvolvimento urbano influenciaram a cultura brasileira, com traços de patrimonialismo e ausência de espírito democrático.
O documento discute as raízes históricas e sociais do Brasil. Aborda como as fronteiras entre a Europa e o Novo Mundo influenciaram a mentalidade dos portugueses, que valorizavam a ociosidade em vez do trabalho. Também analisa como o princípio da aventura, em vez do trabalho, moldou a colonização portuguesa e a escravidão legou uma herança rural marcada pela ausência de organização social.
O documento discute o imperialismo e a questão cultural na África a partir do século XIX. Apresenta diferentes teorias sobre as causas do imperialismo e seu impacto na descaracterização cultural dos povos africanos. Também aborda a Conferência de Berlim de 1884-1885, que dividiu o continente africano sem respeitar suas fronteiras étnicas e históricas.
Este documento apresenta o planejamento de habilidades e conteúdos para o Caderno do Aluno de História no Ensino Fundamental II e Médio da região de Caieiras. Está organizado por série, bimestre, habilidades a serem desenvolvidas e conteúdos constantes no caderno. Ao todo, são listadas 37 habilidades trabalhadas ao longo do ano letivo para as séries do 5o ao 8o ano.
O documento descreve o período literário pré-modernista no Brasil entre 1902 e 1922. Este período foi de transição entre as tendências do século XIX e a renovação modernista iniciada em 1922. Apesar de não constituir um movimento literário unificado, o pré-modernismo caracterizou-se pelo interesse na realidade brasileira e busca por uma linguagem mais simples.
O documento descreve como as crônicas de João do Rio (1881-1921) retrataram as transformações sociais na cidade do Rio de Janeiro durante a Primeira República brasileira. João do Rio usou suas crônicas para descrever como a elite adotou um estilo de vida européia enquanto a camada popular vivia em condições precárias, relatando aspectos do cotidiano dos pobres e criticando o descaso com a miséria. Suas crônicas humanizaram as ruas e destacaram a importância da cultura e religi
O documento contém 9 questões e comentários sobre vários tópicos históricos brasileiros. Os comentários discutem tópicos como a realidade dos trabalhadores no Brasil, a política da República Velha, a urbanização no Brasil do século XIX, a colonização portuguesa, a propaganda de café na década de 1950, a música de um trabalhador nordestino, a construção de estradas na década de 1960, e novos enfoques da historiografia brasileira sobre a escravidão e as relações Brasil-Portugal.
Este documento apresenta o planejamento anual de aulas de História para o 1o ano do Ensino Médio. O plano inclui os temas, tópicos, habilidades, estratégias e conteúdos que serão abordados ao longo dos quatro bimestres. Os principais assuntos são a formação do mundo burguês através da colonização, revoluções e relações étnico-culturais, com foco na conquista da América, escravidão, revoluções inglesa e francesa e processos de independência na
Capitães da areia, de Jorge Amado - análisejasonrplima
Este documento resume a obra literária "Capitães da Areia", de Jorge Amado, inserindo-a no contexto sociopolítico da década de 1930 no Brasil. O romance denuncia os problemas sociais da época, como a situação dos menores abandonados, e reflete as transformações políticas, econômicas e sociais do período, como o fim da República Velha e a instauração do Estado Novo. A obra é considerada um exemplo do romance social e político característico da chamada Geração de 30.
1. O documento discute o movimento literário Realismo no Brasil e em Portugal no século XIX.
2. Analisa o contexto histórico, social e econômico deste período e como influenciou a produção literária realista.
3. Apresenta características do Realismo como a representação objetiva da realidade observada e personagens comuns, em contraste com o Romantismo, e destaca autores realistas como Machado de Assis, Eça de Queirós e Arthur Azevedo.
Este documento apresenta o planejamento anual de aulas de História para o 9o ano do Ensino Fundamental. O plano inclui revisão de conteúdos do 8o ano, além de abordar temas como a construção do Estado Brasileiro, a República Velha, a Era Vargas, e a República Democrático-Populista até 1964.
1) Os comentários discutem questões sobre a 2a Fase da Olimpíada de História, fornecendo feedback sobre as respostas das equipes.
2) São abordados temas como o Império e a República no Brasil, as grandes navegações, a administração colonial portuguesa e a história da saúde.
3) O último comentário reflete sobre a atividade proposta, que foi a construção de uma linha do tempo para visualizar processos históricos.
Este documento apresenta o planejamento anual de aulas de História para o 8o ano do Ensino Fundamental. O plano inclui os principais tópicos, habilidades, conteúdos e número de aulas para cada bimestre. Os temas abordados são a expansão econômica européia, a colonização portuguesa no Brasil, as revoluções liberais, a independência do Brasil, a monarquia e a construção da nação brasileira.
O documento discute a literatura brasileira nas décadas de 1930 e 1940, quando o romance se destacou analisando criticamente a realidade do Brasil e do mundo durante crises profundas. A poesia também floresceu nesse período, enquanto a prosa ampliou seus temas para incluir questões políticas, sociais e econômicas. Importantes poetas como Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes e Cecília Meireles são destacados.
Este documento discute as representações da identidade nacional portuguesa nos séculos XIX-XX, particularmente a divisão entre o Norte e o Sul. Aborda como intelectuais influentes como Basílio Teles viam esta divisão em termos raciais e como projetavam estereótipos sobre cada região. Também examina como historiadores como Oliveira Martins e Alexandre Herculano abordaram a formação da nação portuguesa e a importância dos fatores étnicos, projetando uma divisão Norte-Sul ligada a celtas no Norte e se
[1] Guerreiro Ramos criticou a importação acrítica de ideias estrangeiras na sociologia brasileira e o elitismo dos intelectuais, defendendo uma sociologia comprometida com a realidade nacional e o desenvolvimento da autonomia do Brasil. [2] Ele propôs a "redução sociológica", um método crítico de assimilar criticamente contribuições teóricas externas considerando o contexto social brasileiro. [3] Sua obra teve como objetivo promover a autoconsciência da sociedade brasileira e uma sociologia en
Este plano de ensino apresenta os conteúdos, habilidades, estratégias e descritores para a disciplina de História no 9o ano do Ensino Fundamental. Serão abordados temas como a construção do Brasil, a era Vargas, a República Democrático-Populista, com foco na industrialização do país e na expansão dos direitos civis e sociais no contexto da Guerra Fria.
O partido conservador e a educação literária no império brasileiro 1841 1863GilPereira14
O documento discute como o Partido Conservador brasileiro, no século XIX, usou a institucionalização da educação literária para promover seu projeto político centralizador. Os conservadores, liderados por Bernardo Pereira de Vasconcelos, implementaram reformas educacionais que centralizaram o sistema de ensino sob o controle do governo imperial, em contraste com os liberais que defendiam a descentralização. A educação literária foi direcionada para formar a elite intelectual que apoiaria a agenda política conservadora e ocuparia cargos no aparelho bu
O documento discute a formação do Estado brasileiro, destacando características como o patrimonialismo e o coronelismo. Aborda o período colonial marcado pela exploração portuguesa e os ciclos econômicos da cana-de-açúcar, ouro e pecuária. Também analisa pensadores como Oliveira Vianna e Sérgio Buarque de Holanda que estudaram aspectos da sociedade brasileira.
O documento descreve a República das Oligarquias no Brasil após a proclamação da República em 1889. Durante este período, o poder político foi controlado por oligarquias rurais de estados como São Paulo e Minas Gerais, que estabeleceram a "Política do Café com Leite". Adicionalmente, o documento discute o coronelismo e seu controle sobre a população rural, assim como movimentos sociais de oposição como o Cangaço no Nordeste.
1) O documento discute a participação do povo em processos políticos e sociais em Pernambuco entre a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador.
2) Analisa como as "gentes simples do povo" se envolveram nos questionamentos sobre a construção do Estado brasileiro nesse período, indo além dos grandes personagens históricos.
3) Discute exemplos como tentativas de rebelião de escravos em 1814 e o envolvimento do povo nas insurgências políticas da ép
Este documento resume um trabalho acadêmico que analisa como os filmes A História Oficial (Argentina, 1985) e Pra Frente Brasil (Brasil, 1983) representam as ditaduras militares na Argentina e no Brasil. O documento discute os períodos ditatoriais em cada país, destacando suas semelhanças e diferenças, e como esses filmes retrataram esse momento histórico em cada nação.
O documento descreve a transição do Brasil da monarquia para a república no final do século XIX, incluindo os fatores que levaram à queda do Império e o estabelecimento de um governo militar nos primeiros anos da República. Posteriormente, o poder político passou a ser controlado por oligarquias regionais, resultando na chamada República das Oligarquias.
O documento descreve o período da República Velha no Brasil, quando o poder político era controlado por oligarquias rurais. Aborda a política do café com leite entre São Paulo e Minas Gerais, o coronelismo e seu controle sobre o voto, e os conflitos sociais como o cangaço no Nordeste durante este período.
O documento discute como a história do Brasil é geralmente ensinada de forma conservadora, focando nos brancos vencedores e ignorando contradições e conflitos. Também aponta que as novas abordagens encontram dificuldades para serem transmitidas, e defende repensar como conceber, escrever e divulgar a história do país.
Brasil A República das Oligarquias - 3o ano.pptLyssonAlmeida1
O documento descreve a queda da monarquia no Brasil e o estabelecimento da República, marcada pelo forte controle das oligarquias rurais sobre o poder político através do coronelismo. A República foi inicialmente controlada pelos militares, mas logo passou a ser dominada pelas oligarquias do café em São Paulo e Minas Gerais, que alternavam a presidência entre si em um sistema chamado "café com leite". Este período foi caracterizado por fraudes eleitorais, exclusão política e violência.
Os Radicais da República, Suely Robles Reis de Queiroz, Brasiliense. (Jacobismo: ideologia e ação - 1893/1897) Estuda o movimento jacobino através da análise do discurso, no período de 1893 a 1897. Analisa o contexto histórico do complexo período que marca a passagem da Monarquia à República no Brasil.
Este documento discute a encenação da peça As Relações Naturais, do dramaturgo brasileiro Qorpo-Santo, pelo grupo Teatro Jovem em 1968 no Rio de Janeiro. Apresenta o contexto histórico do século XIX em que a peça foi escrita e da década de 1960 quando foi encenada. Analisa a recepção controversa da encenação e o debate que gerou entre o diretor Luiz Carlos Maciel e o crítico Yan Michalski. Busca entender como esta retomada da obra de Qorpo-Santo reflet
O documento descreve o período regencial no Brasil após a abdicação de Dom Pedro I em 1831. Foi um período turbulento marcado por instabilidade política e social, com várias revoltas regionais devido à falta de um governo forte. O poder foi exercido por três regências sucessivas até 1840, quando os liberais anteciparam a maioridade de Dom Pedro II através do Golpe da Maioridade, pondo fim ao período regencial.
Evolução política dos países latino americanos--1970 gen. flamarion barreto limaSaulo Barreto
O documento discute a evolução política dos países latino-americanos, dividindo-a em três fases: 1) A primeira fase após a independência foi marcada pela falta de tradição política própria e instituições importadas de forma inadequada; 2) A segunda fase entre 1870-1930 viu o desenvolvimento econômico impulsionado pela imigração, trazendo mais estabilidade política; 3) A terceira fase contemporânea é caracterizada por inquietações e contradições.
1) O documento analisa as práticas políticas da República Velha e estabelece um paralelo com o contexto político atual no Brasil.
2) Foca nas estruturas políticas e legislativas da época dos coronéis e busca identificar semelhanças com líderes regionais atuais.
3) Utiliza a obra "Coronelismo, Enxada e Voto" de Victor Nunes Leal e outros autores para analisar o sistema político da República Velha.
O documento resume a vida e obra do escritor brasileiro José de Alencar. O Guarani foi um de seus romances mais famosos, publicado em 1857, que retratava a história e cultura indígena brasileira e ajudou a definir a identidade nacional. O romance teve grande influência na literatura brasileira e inspirou a ópera de mesmo nome de Carlos Gomes.
1. O documento descreve a terceira edição do livro "O cotidiano da república: elite e povo na virada do século" de Sandra Jatahy Pesavento. 2. O livro analisa as condições de vida da elite e do povo no Brasil no final do século 19 e início do século 20, durante a implantação da República. 3. A autora aborda temas como trabalho, progresso, educação, moralidade e papéis de gênero na época.
O documento descreve uma conversa entre dois amigos durante uma viagem de trem entre Petrópolis e o Rio de Janeiro no Império brasileiro. Um dos amigos prefere as carruagens puxadas por burros por poder ver a paisagem, enquanto o outro elogia a rapidez dos trens. Eles discutem o progresso trazido pelas novas tecnologias.
1) O texto discute a hierarquização das raças no Brasil, com os portugueses no topo e as raças indígena e negra em posições inferiores, mas reconhecendo a contribuição de todas para a formação da população brasileira.
2) A miscigenação entre as raças resultou na população atual, e a teoria do branqueamento previa que as raças negra e indígena seriam eventualmente absorvidas pela branca.
3) A nacionalidade brasileira nasceu antes da independência porque já havia se form
O documento descreve a evolução do pensamento sociológico no Brasil, dividindo-o em três fases: 1) autores do século XIX preocupados em estudar a sociedade brasileira de forma literária; 2) ensaístas da década de 1930 como Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior que analisaram a formação da sociedade brasileira; 3) a partir de 1930, sociólogos universitários como Florestan Fernandes estabeleceram a Sociologia como ciência no Brasil realizando análises críticas e investig
Semelhante a Análise Iconográfica e Iconológica das Cédulas: fim do Império e formação da República através do Papel Moeda (20)
Em um mundo cada vez mais digital, a segurança da informação tornou-se essencial para proteger dados pessoais e empresariais contra ameaças cibernéticas. Nesta apresentação, abordaremos os principais conceitos e práticas de segurança digital, incluindo o reconhecimento de ameaças comuns, como malware e phishing, e a implementação de medidas de proteção e mitigação para vazamento de senhas.
A linguagem C# aproveita conceitos de muitas outras linguagens,
mas especialmente de C++ e Java. Sua sintaxe é relativamente fácil, o que
diminui o tempo de aprendizado. Todos os programas desenvolvidos devem
ser compilados, gerando um arquivo com a extensão DLL ou EXE. Isso torna a
execução dos programas mais rápida se comparados com as linguagens de
script (VBScript , JavaScript) que atualmente utilizamos na internet
As classes de modelagem podem ser comparadas a moldes ou
formas que definem as características e os comportamentos dos
objetos criados a partir delas. Vale traçar um paralelo com o projeto de
um automóvel. Os engenheiros definem as medidas, a quantidade de
portas, a potência do motor, a localização do estepe, dentre outras
descrições necessárias para a fabricação de um veículo
PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA DA PRÉ-HISTÓRIA À ERA CONTEMPORÂNEA E SUA EVOLU...Faga1939
Este artigo tem por objetivo apresentar como ocorreu a evolução do consumo e da produção de energia desde a pré-história até os tempos atuais, bem como propor o futuro da energia requerido para o mundo. Da pré-história até o século XVIII predominou o uso de fontes renováveis de energia como a madeira, o vento e a energia hidráulica. Do século XVIII até a era contemporânea, os combustíveis fósseis predominaram com o carvão e o petróleo, mas seu uso chegará ao fim provavelmente a partir do século XXI para evitar a mudança climática catastrófica global resultante de sua utilização ao emitir gases do efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global. Com o fim da era dos combustíveis fósseis virá a era das fontes renováveis de energia quando prevalecerá a utilização da energia hidrelétrica, energia solar, energia eólica, energia das marés, energia das ondas, energia geotérmica, energia da biomassa e energia do hidrogênio. Não existem dúvidas de que as atividades humanas sobre a Terra provocam alterações no meio ambiente em que vivemos. Muitos destes impactos ambientais são provenientes da geração, manuseio e uso da energia com o uso de combustíveis fósseis. A principal razão para a existência desses impactos ambientais reside no fato de que o consumo mundial de energia primária proveniente de fontes não renováveis (petróleo, carvão, gás natural e nuclear) corresponde a aproximadamente 88% do total, cabendo apenas 12% às fontes renováveis. Independentemente das várias soluções que venham a ser adotadas para eliminar ou mitigar as causas do efeito estufa, a mais importante ação é, sem dúvidas, a adoção de medidas que contribuam para a eliminação ou redução do consumo de combustíveis fósseis na produção de energia, bem como para seu uso mais eficiente nos transportes, na indústria, na agropecuária e nas cidades (residências e comércio), haja vista que o uso e a produção de energia são responsáveis por 57% dos gases de estufa emitidos pela atividade humana. Neste sentido, é imprescindível a implantação de um sistema de energia sustentável no mundo. Em um sistema de energia sustentável, a matriz energética mundial só deveria contar com fontes de energia limpa e renováveis (hidroelétrica, solar, eólica, hidrogênio, geotérmica, das marés, das ondas e biomassa), não devendo contar, portanto, com o uso dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural).
PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA DA PRÉ-HISTÓRIA À ERA CONTEMPORÂNEA E SUA EVOLU...
Análise Iconográfica e Iconológica das Cédulas: fim do Império e formação da República através do Papel Moeda
1. Anais do XIV Encontro Regional de História da ANPUH-MG Juiz de Fora, julho de 2004.
Análise Iconográfica e Iconológica das Cédulas: fim do Império e formação da República
através do papel moeda
Igor Guedes de Carvalho Graduando em História da Universidade Federal de Ouro Preto
Bolsista do programa de iniciação cientifica da Universidade Federal de Ouro Preto
Nessas páginas tentaremos mostrar como as cédulas, já nas últimas décadas do Império,
tiveram um importante papel de divulgação da imagem imperial e, posteriormente, republicana.
Para compreender essa realidade social através das imagens, estudaremos o contexto histórico em
que os objetos estão inseridos, aplicando a metodologia proposta por Panofsky1.
O eixo em torno do qual tentamos organizar a análise das representações imagéticas
contidas nas cédulas foi, basicamente, o Segundo Reinado, período de estrema importância para a
consolidação da unidade nacional, alcançando até o início da Primeira República. A busca por
uma identidade coletiva para o país atravessou o fim do Império e, de certa forma, perseguiu os
idealizadores da Primeira República (1889-1930). Neste momento, quando há a passagem de um
regime para o outro ocorre uma significativa mudança na forma como são representados os
símbolos. Além desta perspectiva vamos procurar analisar como cada regime procurou construir
sua memória e que grupos sociais foram evocados nas cédulas.
O Início
Pode-se dizer que somente em 1850 o Estado brasileiro havia conseguido sufocar os
movimentos separatistas e assegurar o monopólio fiscal e o monopólio da violência2 em todo o
território. Neste momento, estava consolidado o processo de criação de um Estado nacional,
caracteristicamente centralizador e monárquico. No entanto, o sentimento de nação praticamente
inexistia3. Era preciso criar mecanismos que possibilitassem a criação da identidade nacional. As
cédulas funcionaram como meio divulgador destes mecanismos trazendo em suas estampas
1
PANOFSKY, Erwin. Significado nas artes visuais. Trad. Maria Clara F. Kees e J. Guinsburg. São Paulo:
Perspectiva, 1979.
2
A formação de um exército vinculado ao poder central e a criação de tributações para sustentar a máquina estatal
são características essenciais para o funcionamento de um Estado Moderno.
3
De acordo com José Murilo de Carvalho até este ano existia somente um sentimento nativista em oposição ao
estrangeiro, neste caso, o português. No entanto este sentimento era insuficiente para representar uma identidade
comum ao habitante do Rio de Janeiro, de Recife e de Belém.
2. Anais do XIV Encontro Regional de História da ANPUH-MG Juiz de Fora, julho de 2004.
símbolos que representassem o regime em vigor, além de quadros da Academia Imperial de Belas
Artes e paisagens nacionais.
As representações imagéticas contidas nas cédulas podem nos fornecer pistas de como a
Corte relacionou-se com os diversos grupos sociais. Como afirma Roger Chartier “as lutas de
representações têm tanta importância como as lutas econômicas para compreender os
mecanismos pelos quais um grupo impõe, ou tenta impor, a sua concepção de mundo social, os
valores que são seus, e o seu domínio.”4 É dentro deste contexto que procuramos investigar como
as cédulas ajudaram a divulgar a imagem do Imperador vinculando seu poder simbólico a
determinados grupos sociais.
Panofsky orienta a investigação da história da arte de forma a “ajustar-se, instruindo-se
ao máximo possível sobre as circunstâncias em que os objetos de seus estudos foram criados.”5
Dessa forma, antes de analisarmos propriamente a construção de símbolos por parte do Império
Brasileiro através das cédulas, precisamos compreender como se consolidou o Estado Nacional e
a Corte brasileira. Devemos nos perguntar quais agentes sociais foram agregados ao sistema de
poder político e quais foram marginalizados. Através dessa análise poderemos compreender
como a Monarquia aproximou-se ou afastou-se de determinados grupos através das cédulas.
O Monarca-Herói
Figura 1: anverso da cédula de mil réis lançada em 1868. In: Brasil através da moeda. Rio de Janeiro:
CCBB, 1995.
4
CHARTIER, Roger. História Cultural. Entre práticas e representações. Trad. de Maria Manuela Galhardo.
Lisboa/Rio de Janeiro: Difel/Bertrand Brasil, 1990. p. 17.
5
PANOFSKY, Erwin. Significado nas artes visuais. Trad. Maria Clara F. Kees e J. Guinsburg. São Paulo:
Perspectiva, 1979. p. 36.
3. Anais do XIV Encontro Regional de História da ANPUH-MG Juiz de Fora, julho de 2004.
Vamos analisar a relação da Corte brasileira do Segundo Império com três grupos sociais
específicos: exército, grandes proprietários e a elite política, esta, composta basicamente por
bacharéis em direito. Um mecanismo utilizado pelo regime monárquico que consolidou a sua
relação entre bacharéis e fazendeiros, foi a distribuição de títulos nobiliárquicos. Esta estratégia
consistiu na concessão de títulos de barões aos proprietários rurais destinando os títulos de maior
prestígio (viscondes, condes, marqueses e duques) aos magistrados e bacharéis da máquina
estatal. O exército encontrava-se praticamente excluído da concessão de títulos. John Schulz
aponta que “os militares protestaram contra o fato de que quando um militar tinha acesso a uma
ordem honorífica, era sempre a Ordem da Rosa, o prêmio recebido por homens de cor.”6
É essencial conhecermos estes grupos assim como o seu papel no teatro social. A
construção de um governo caracteristicamente civil sob a égide imperial foi possível graças à
formação de uma elite política homogênea, tanto em sua socialização quanto em sua formação
ideológica. O grupo que constituiu os magistrados e bacharéis da política imperial, mesmo não
tendo origem de um mesmo grupo social, alcançou a homogeneidade devido a dois fatores:
socialização e formação ideológica. No entanto, ao mesmo tempo em que o regime monárquico
construía uma elite unificada garantindo a ela altos níveis de socialização, excluiu outros grupos
como por exemplo os militares.
O governo imperial foi profundamente civil e os políticos se orgulhavam em apontar as
vantagens do sistema brasileiro sobre os governos militares das republicas vizinhas. A
convicção da legitimidade do governo civil era tão forte que se tornou em obstáculo à
percepção da seriedade da ameaça representada pela oposição militar ao final do império.
Após a Guerra do Paraguai começou a formar-se uma real contra-elite militar, de
características distintas das da elite civil, tanto em termos sociais como ideológicos. Mas ele
permaneceu marginal até o fim. 7
6
SCHULZ, John. Exército na política: origens da intervenção militar 1850 – 1894. São Paulo: Editora Universidade
de São Paulo, 1994. p. 43.
7
CARVALHO, José Murilo de.A Construção da Ordem: a elite política imperial. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2003. p. 55.
4. Anais do XIV Encontro Regional de História da ANPUH-MG Juiz de Fora, julho de 2004.
Como aponta Oliveira Lima este caráter antimilitar que caracterizava a elite política
brasileira partia também do próprio Imperador. É famoso o fato citado por este historiador que,
“ao assistir a um desfilar de tropas, ele (D. Pedro II) dissera aos que estavam perto, apontando
para os soldados – assassinos legais!”.8 Edmundo Coelho relata um fato interessante que ilustra o
desprestígio militar durante o Segundo Reinado: “em carta ao Barão do Rio Branco queixava-se
Taunay de que quando desejavam humilhá-lo chamavam-no de ´Sr. Major`.” 9
Frente a estes dados pode causar espanto ao leitor ao se deparar com a primeira série de
cédulas a serem analisadas (Figura 1). Lançadas em 1868 trazem, sem exceção, o Imperador –
símbolo maior da nação – em trajes militares. Como explicar este fato?
A situação de desprestígio social do exército manteve-se inalterada por quase todo o
Segundo Reinado transformando-se radicalmente durante a Guerra do Paraguai. Como
explicitamos, até então, o exército era visto como uma instituição onerosa, indesejada e de baixo
prestígio social. No entanto, com a invasão do estado de Mato Grosso pelas tropas paraguaias a
necessidade estratégica do exército cresceu modificando sensivelmente o equilíbrio social pré-
estabelecido. Apenas para termos uma idéia das proporções, a Guerra do Paraguai foi “a mais
violenta guerra interestados já ocorrida em qualquer parte do mundo entre 1815 e 1914. Durou
mais de 5 anos (de Outubro/Novembro de 1864 a março de 1870) e consumiu cerca de 300 mil
vidas.”10
A Guerra do Paraguai gerou num primeiro momento, um espírito ufanista onde a pátria
brasileira havia sido ofendida por outra nação. Levas de voluntários da pátria alistaram-se e o
próprio Imperador, o símbolo maior da nação, acompanhou a expedição ao Rio Grande do Sul.
Os gabinetes de Furtado e Olinda demonstraram grande entusiasmo pela partida do Imperador e
indignação frente à ofensa causada pelo Paraguai à nação brasileira.
O início de uma guerra de grandes proporções como foi a do Paraguai determinou a
formação de um novo equilíbrio social entre os grupos que compunham a sociedade brasileira.
Para explicar melhor este fato vamos utilizar o conceito de figuração social trabalhado por
Nobert Elias em seu livro Sociedade de Corte. Elias define a figuração como uma formação
8
LIMA, Oliveira. O Império Brasileiro: o movimento da Independência. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1962.
p. 425.
9
COELHO, Edmundo Campos. Em Busca de Identidade: o Exército e a Política na Sociedade Brasileira. Rio de
Janeiro: Forense-Universitária, 1976. p. 44.
10
BETHELL, Leslie. Guerra do Paraguai: História e Historiografia. São Paulo: Contexto, 2001. p. 12.
5. Anais do XIV Encontro Regional de História da ANPUH-MG Juiz de Fora, julho de 2004.
social que se manifesta nas mais variáveis dimensões como, por exemplo, em uma livraria, em
uma escola, ou até mesmo em uma cidade ou país. Nesta formação social os indivíduos estão
ligados mutuamente por um modo determinado de dependências recíprocas. A reprodução deste
modelo supõe um equilíbrio flutuante de tensões.
Nobert Elias define a liberdade de cada indivíduo como inserida em uma cadeia de
interdependências que o liga a outros indivíduos limitando-lhe o que é possível fazer ou decidir.
A imagem do jogo social, portanto, é definida por esta rede de interdependências entre os
indivíduos que compõe uma sociedade comum. A ação de cada pessoa depende, em maior ou
menor grau, de uma série de ações dos mais diversos agentes sociais.
Torna-se inevitável recorrer ao exemplo utilizados pelo próprio Nobert Elias para ilustrar
o processo de relações em cadeia:
Como em um jogo de xadrez, cada ação decidida de maneira relativamente
independente por um indivíduo representa um movimento no tabuleiro social, jogada
que por sua vez acarreta um movimento de outro indivíduo – ou, na realidade, de
muitos outros indivíduos - , limitando a autonomia do primeiro e demonstrando sua
dependência.”11
O estado de Guerra redefine a ação dos atores sociais em questão. Usar uma farda deixa
de ser depreciativo e passa a ser um ato de patriotismo. O apoio da coroa à instituição militar não
se manteve restrito ao campo simbólico. A concessão de recursos ao exército durante a Guerra do
Paraguai foi de tal forma irrestrita que “o governo decretou a concessão de fundos especiais para
fins militares sem o consentimento ou sequer conhecimento prévio do congresso.”12
A Guerra do Paraguai ao redefinir a rede de interdependências levou o Imperador a se
aproximar de um grupo até então marginal dentro da sociedade de Corte, o exército, ao mesmo
tempo em que fortaleceu sua imagem como representante da nação brasileira. Segundo José
Murilo de Carvalho:
11
ELIAS, Nobert. A Sociedade de Corte: investigação sobre a sociologia da realeza e da aristocracia de corte. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. p. 158.
12
COELHO, Edmundo Campos. Em busca de identidade: o exército e a política na sociedade brasileira. Rio de
Janeiro: Forense-Universitária, 1976. p. 62.
6. Anais do XIV Encontro Regional de História da ANPUH-MG Juiz de Fora, julho de 2004.
Apesar da dificuldade em formular uma imagem da nação que incorporasse a realidade da
população, o Império viveu uma experiência coletiva que foi o maior fator de criação de
identidade nacional desde a Independência até 1930. Trata-se da guerra contra o Paraguai.
Nenhum dos acontecimentos políticos anteriores tinha envolvido diretamente parcelas tão
grandes da população de maneira tão intensa. Nem a independência, nem as guerras da
Regência (todas elas de caráter provincial), nem a maioridade, nem a guerra contra Rosas em
1852 (rápida com pequeno envolvimento de tropas).13
O conflito com o Paraguai forneceu ao país um episódio marcante para a formação da
nacionalidade brasileira. Dessa forma, construiu-se a imagem de um monarca herói trajando uma
farda militar que ornamenta a primeira série de cédulas que permaneceu em circulação de 1865 a
1875.
O Monarca-Cidadão
Figura 2: anverso da cédula de quinhentos réis lançada em 1875. In: Brasil através da moeda. Rio de
Janeiro: CCBB, 1995.
Ao fim do conflito, a pessoa de D. Pedro II encontrava-se desgastada devido a sua
insistência em prolongar a guerra14. Dessa forma, o Imperador herói sai de cena e cede lugar ao
monarca cidadão. Com o fim da guerra em 1870 a presença da farda perde a sua necessidade e o
Segundo Império volta a ser caracteristicamente civil. A nova série de cédulas trás agora o
13
CARVALHO, José Murilo de. Pontos e Bordados: Escritos de História e Política. Belo horizonte: Editora UFMG,
1998. p. 246.
14
A condição de D. Pedro II para o término da Guerra era a captura de Solano Lopez, presidente do Paraguai. Mais
informações podem ser encontradas em: SHCWARCZ, Lilia M. As Barbas do Imperador. um monarca nos trópicos.
São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
7. Anais do XIV Encontro Regional de História da ANPUH-MG Juiz de Fora, julho de 2004.
Imperador em trajes civis (Figura 2). Como frisa Gilberto Freyre “ninguém foi mais bacharel nem
mais doutor neste país que Dom Pedro II. Nem menos indígena nem mais europeu. Seu reinado
foi o reinado dos bacharéis.”15 Neste momento pós-guerra, D. Pedro II volta a aproximar sua
iconografia deste grupo caracteristicamente civil. Os bacharéis compunham a aristocracia das
cidades (Sobrados e Mucambos) como membros da elite política e geralmente estavam
envolvidos nas suas sobrecasacas ou nas suas becas de sêda preta, que nos bacharéis-ministros
ou nos doutores-desembargadores tornavam-se becas ricamente bordadas e importadas do
oriente. Veste quase de mandarins. Trajes quase de casta. E esses trajes capazes de
aristocratizarem homens de côr, mulatos, “morenos”. 16
O casaco e a sobrecasaca foram no século XIX símbolos de civilidade e polidez. É a esses
símbolos que o Imperador buscou vincular sua imagem de monarca após a guerra. Como ressalta
Ana Mauad: “o imperador é retratado acompanhado por livros, pelo globo e por canetas-tinteiros,
todos signos condizentes com um Brasil moderno e culto.”17 Esta é uma das imagens mais
freqüentes de Dom Pedro II, monarca intimamente ligado a elite civil da Corte.
“É certo que a nova indumentária não é “inventada” nesse momento, mas é certo também
que só então transforma-se em seu uniforme oficial. De cartola e casaca, o monarca se confunde
com seus súditos e políticos que o cercam”, como mostra Lilia Shcwarcz18. O Imperador adquiriu
novos hábitos e alterou de forma consistente sua imagem, tornando-a mais próxima da elite
política que o cercava. A imagem de um rei-cidadão, civilizado e amante das artes havia de se
impor à imagem de tirano de guerra. As cédulas tiveram um importante papel de divulgação
dessas imagens.19
15
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos. Rio de Janeiro: José Olympio editora, 1961. p. 575.
16
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos. Rio de Janeiro: José Olympio editora, 1961. p. 582-583.
17
MAUAD, Ana Maria. Imagens e Auto-Imagens do Segundo Reinado. In: História da Vida Privada no Brasil
Império: A corte e a modernidade nacional. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 197.
18
SHCWARCZ, Lilia M. As barbas do imperador: um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras,
1998. p. 322.
19
O uso de imagens junto a uma população majoritariamente analfabeta compunha uma das principais estratégias
para divulgação oficial durante o Segundo Reinado. Mais informações sobre o uso da imagem podem ser verificadas
em MAUAD, Ana Maria. Imagens e Auto-Imagens do Segundo Reinado. In: História da Vida Privada no Brasil
Império: A corte e a modernidade nacional. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
8. Anais do XIV Encontro Regional de História da ANPUH-MG Juiz de Fora, julho de 2004.
Até aqui fizemos uma análise de como a Guerra do Paraguai afetou as relações de poder
entre grupos sociais e, conseqüentemente, alterou a imagem pública do imperador nas cédulas.
Agora vamos analisar quais foram as alterações provocadas nas representações imagéticas das
cédulas com a Proclamação da República em 1889.
A República e as cédulas
Figura 3: anverso da cédula de dois mil réis lançada em 1900. In: Brasil através da moeda. Rio de Janeiro:
CCBB, 1995.
A mudança do regime imperial para o republicano trouxe diversas mudanças
simbólicas. Nomes de estradas, prédios e instituições eram trocados. Isso ocorreu principalmente
porque o novo regime não deve somente reinterpretar a identidade nacional de uma nova forma,
mas, também, combater os símbolos que evoquem diretamente a lembrança imperial.
A Alegoria Feminina
Um dos principais símbolos do novo regime foi o uso da efígie feminina – figura que
geralmente substituía a imagem do Imperador nas cédulas20- para representar a República. “A
utilização da figura feminina como símbolo político era uma herança da Revolução Francesa, a
qual elegeu Marianne o signo máximo da nova ordem.”21 Carvalho, em seu livro A Formação das
Almas22, faz uma análise sobre o sucesso da utilização da alegoria feminina enquanto
20
Após os primeiros anos da Proclamação da República as cédulas permaneceram praticamente idênticas às
produzidas no regime imperial. Foram substituídos somente símbolos que evocassem diretamente a imagem do
Segundo Reinado como o Imperador e o brasão imperial.
21
ISMÉRIO, Clarisse. Mulher: a moral e o imaginário (1889 – 1930). Porto Alegre: Edipucrs, 1995. p. 70.
22
Verificar o capítulo “República – Mulher entre Maria e Marianne”.
9. Anais do XIV Encontro Regional de História da ANPUH-MG Juiz de Fora, julho de 2004.
representação da República francesa e a compara ao insucesso da tentativa brasileira de repetir a
façanha. Carvalho afirma que os “símbolos, alegorias, mitos só criam raízes quando há terreno
social e cultural no qual se alimentarem.”23 No caso do Brasil não havia este terreno. A
Proclamação da República foi um movimento liderado por uma pequena parcela do exército e,
entre eles, a participação feminina inexistiu. Na França, as mulheres tinham ações em revoluções,
no governo e mesmo na sociedade foram mais ativas que no Brasil. “Pegar em armas é, aliás,
24
uma das funções viris mais reclamadas pelas mulheres; em 1789.” A própria Marianne,
imortalizada por Delacroix em seu quadro “A Liberdade guiando o povo”, exaltou a participação
feminina nas barricadas de 1830 na França. Além disso, a figura de Marianne aproximou-se
bastante da realidade social da maioria da população da França na época, como nos mostra Nicos
Hadjnicolaou: “La Liberdad de Delacroix no es sino una mujer del pueblo guiando al pueblo,
esos proletários y esos elementos desclasados que hicieron la revolucion de julio.”25
No Brasil a imagem das mulheres revolucionárias não foi trabalhada pela Primeira
República, mulheres como Anita Garibald não foram evocadas como símbolo da nação. Durante
este período imperou o pensamento “sobre a divisão de esferas que destinava as mulheres o
domínio da órbita privada e a dos homens a pública.”26 Este pensamento repercutia na
participação política da mulher. O novo regime excluía a participação das mulheres juntamente
com os analfabetos nas eleições. Na série de cédulas lançada em 1900 (Figura 3) pode-se
verificar a contribuição para uma popularidade negativa da representação feminina da República.
Durante o governo de Campos Sales o deputado Fausto Cardoso denunciou na Câmara dos
deputados o ministro da fazenda, Joaquim Murtinho, por ter mandado reproduzir nas cédulas do
tesouro o retrato de meretrizes representando a República.Duas versões surgiram para definir
quem seria a mulher representada na cédula. Uma delas afirmava que a foto seria da Sra Prates,
uma das meretrizes mais famosas do Rio de Janeiro, e uma outra versão que seria Laurinha
Santos Lobo, sobrinha e amante do ministro Joaquim Murtinho. Temos assim a imagem de uma
23
CARVALHO, José Murilo de. A Formação das Almas: Imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia
das Letras, 1990 P. 89.
24
DUBY, Georges; PERROT, Michelle. História das Mulheres: do Renascimento à Idade Moderna. Vol. 3. Porto:
Edições Afrontamento, 1991. p. 564
25
HADJINICOLAOU, Nicos. La Producción Artística frente a sus significados. p. 97. Tradução do autor: A
Liberdade de Delacroix, representa uma mulher do povo guiando o povo, os proletários e outros elementos
desclassificados que fizeram a revolução de julho.
26
PRIORE, Mary del. História das mulheres no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2000. p. 365.
10. Anais do XIV Encontro Regional de História da ANPUH-MG Juiz de Fora, julho de 2004.
prostituta como símbolo maior da nação, ilustrando a tese de José Murilo de Carvalho sobre o
insucesso dos símbolos republicanos.
O Exército
Após a Proclamação da República, outra característica até então inédita na confecção de
cédulas foi a constante presença de imagens de batalhas no reverso das notas. A primeira delas
está estampada no reverso da cédula de 100.000 réis, do ano de 1890, e trás representado o
quadro de Vitor Meireles a “Batalha dos Guararapes”. A Segunda imagem, também de Vitor
Meireles, está estampada na cédula de 500.000 réis, emitida em 1897, e trás no reverso o quadro
a “Batalha do Riachuelo”. Pode parecer inexplicável a República reproduzir um êxito militar do
Império ou mesmo evocar uma vitória do passado colonial, entretanto, como explica Celso Castro
“O golpe republicano foi militar, em sua organização e execução.”27
Neste momento, quando o exército provoca a destituição e o exílio do Imperador, a
figuração social da Corte perde seu eixo central. A instituição militar passa a ocupar cargos antes
destinados aos bacharéis de direito. A chamada República da Espada28 elevou a condição social
dos militares através de promoções, aumento dos soldos e concessão de cargos estatais.
Entretanto, “a pequena densidade histórica do 15 de Novembro (uma passeata militar) não
fornecia terreno adequado para a germinação de mitos.”29 Frente a essa inexistência de símbolos
que melhor representassem o novo regime foram utilizados quadros como a Batalha do Riachuelo
que, ao mesmo tempo em que relembravam a vitória do Império brasileiro sobre o Paraguai,
evocavam a glória da instituição que derrubou o regime imperial e proclamou a República.
Em relação a Batalha dos Guararapes30 podemos dizer que até os dias atuais a instituição
militar vê de forma mítica a expulsão dos holandeses do nordeste açucareiro. É a primeira batalha
vencida por “brasileiros” contra uma nação estrangeira. Esta imagem evoca um passado mítico e
fundador da instituição militar, grupo social responsável pelo golpe que derrubou a monarquia.
27
CASTRO, Celso. A Proclamação da República .Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, 2000. P. 9.
28
Compreende-se como República da Espada o período em que Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto
permaneceram na presidência.
29
CARVALHO, José Murilo de. A Formação das Almas: O Imaginário da República no Brasil. São Paulo:
Companhia das Letras. 1990. p. 57
30
Esta não é a única vez que o Regime republicano recorre ao passado colonial para formar seu imaginário. Como
mostra José Murilo de Carvalho em seu livro A formação das almas sobre a construção de Tiradentes como herói
republicano.